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Uma breve introdução

Historia e a Necessidade da Mecânica quântica

A origem da mecânica quântica vem da dificuldade da mecânica clássica de atuar/explicar


dados experimentais a cerca do mundo atômico. A mecânica Quântica moveu meio mundo
acadêmico por mais de um século, porque alem de menos pragmática que a mecânica
newtoniana, ela resolveu problemas filosóficos como a indivisibilidade da matéria.
A física Clássica – e a mecânica, atendia a necessidades outrora maiores – como a
dimensões astronômicas e dimensões humanas. Mas a partir daí- algumas falhas foram
observadas, e então houve a necessidade de algo diferente, que pudesse alcançar o mundo
pequeno.
Mecânica quântica é a primeira teoria física com base experimental fora da percepção
humana, e ela explica o problema da indivisibilidade da matéria dando um sentido absoluto
no que antes era relativo, pois é a primeira teoria física com base em de dados fora da
percepção humana de tamanho e, assim, quebrando o paradigma em que o pequeno explica
o grande.
Aquilo que é considerado pequeno ou grande é definido com base no principio da
incerteza onde foi provado com duas variáveis de grandeza no mundo atômico em que operadores (ou
matrizes) não comutam, mudança em comum, – quanto maior a precisão de uma, menor a precisão de outra.
Ou seja, se a posição de um objeto em mundo atômico, não comute com a velocidade, não e possível
sabermos com precisão as duas, esse limite natural de nossa capacidade de observar o universo é também à
relação de interdependência do observador e do objeto. Podemos definir agora o grande como aquilo que
podemos observar sem perturbar e o pequeno aquilo que não pode ser observado sem ser sensivelmente
perturbado.
A necessidade de uma definição para o conceito de tamanho parte de um ponto de vista que
o homem observa o universo de forma particular e individual
O maior “problema” da Mecânica quântica é que ela prova que Nada é real.
No mundo sub-atômico as leis que atuam não são as do cotidiano e sim, probabilidades,
Um exemplo :Um átomo radioativo pode ou não se transmutar, transformar seu núcleo em
outro, tendo recebido a emissão de um elétron. Foi provado que dando uma escala de
tempo, um átomo radioativo, para transmutar ou não , oscila entre os 50%.
Isso em efeitos práticos – chamado de experiência do Gato de Schrödinger, que
preocupado com a teoria quântica, tentou mostrar o absurdo de tais implicações de
estatística imaginando uma experiência como a referida, que ocorreria num caixote
fechado, em cujo interior estariam ainda um gato (vivo) e um frasco de gás venenoso, tudo
disposto de maneira que se a desintegração radioativa se desse, o frasco seria quebrado e o
gato morreria. No mundo quotidiano a morte do gato tem uma probabilidade enorme de
ocorrer, e, sem olhar para o interior do caixote, podemos dizer com segurança que o gato ou
está vivo ou está morto. Mas no mundo quântico não. Segundo a teoria, nenhuma das duas
possibilidades de concretização (o gato vivo e fato morto) “existe” a não ser que seja
observada. Assim a desintegração nem aconteceu nem não aconteceu e o gato não morreu
nem sobreviveu até que tenhamos olhado para o interior do caixote.
Isso foi amplamente discutido – e gerou correntes filosóficas dentro da própria Mecânica
Quântica. Einstein afirmava que havia uma engrenagem subjacente, que destruía esse
disparate Quântico. Essa “ engrenagem Subjacente” foi mostrada na Teoria das Variáveis
ocultas mas mesmo assim, não pode determinar o que procura – se a cerca da realidade do
mundo quântico. Essa busca tem mostrado apenas que tal realidade como nos a
conhecemos – afinal – não existe. Mas isso não é o fim, e sim o inicio de uma nova
compreensão do mundo, essa que transcende e inclui, a interpretação da própria mecânica
quântica, mas como também nosso modo de ver a realidade.

Historia

A origem da Física quântica começou em base desde que Planck revelou a comunidade
física a sua teoria a cerca do Quantum /Corpo negro ( no qual ele afirma que a energia não
e continua e sim enviada em pacotes), que surpreendeu ate o próprio, e fez Einstein explicar
o Quantum na própria luz – o Efeito Fotoelétrico. Após isso, a Física passou por um
Estado de epifania. Em 16 anos houve enormes transformações – e o jovem Bohr criou ,
usando a teoria Quântica de Planck e a figuração de Rutherford , uma nova figuração da
estrutura do Átomo.Essa figuração de Bohr mostram que elétrons em órbita não descreviam
movimento em espiral em direção ao núcleo. Isto contradizia tudo que se conhecia de
eletricidade e magnetismo, mas adaptava-se a como as coisas aconteciam. Nisso saem duas
leis - os elétrons podem girar em órbita somente a determinadas distâncias permitidas do
núcleo e um átomo irradia energia quando um elétron salta de uma órbita de maior
energia para uma de menor energia. (http://www.rossetti.eti.br/aula-menu.asp)
Extremamente eficiente,mas Audacioso... Outro cientista Louis de Broglie – com sua
proposta de doutorado – assustou muita gente- trazendo que não só a luz tem o
comportamento dual de partícula/ onda mas matéria também , então não poderia ambas ser
comparada/ trabalhadas na física clássica. Em modos grosseiros , não dava mais pra
comparar o átomo com uma bola de bilhar.
Então em 2 anos após esses abalos – a Mecânica quântica estava criada- Capaz de prever
comportamentos de átomos sem invocar imagens de física clássica como bolinhas e
esquemas do sistema solar. Nesse intervalo Heisenberg apresentou sua notável “mecânica
matricial” na qual havia apenas números descrevendo transições de elétrons em átomos. A
mecânica de Heisenberg representava um modo completamente novo de descrever os
fenômenos físicos.E um método aparentemente diferente de se estudar o comportamento
dos átomos apareceu, a chamada “mecânica ondulatória”, proposta pelo austríaco Erwin
Schrödinger.
As equações feitas por Schrödinger descrevem a trajetória sub-atômica e microscópica – e
constituem quase todo conhecimento da área microscópica.
Sem estas equações, os físicos teriam sido incapazes de planear centrais nucleares (e os físicos teriam sido
incapazes de planear centrais nucleares (e bombas nucleares), construir lasers ou explicar por que razão o
sol se mantém quente. Sem Mecânica Quântica a Química ainda estaria na Idade Média e a Biologia
Molecular - conhecimento do DNA, engenharia genética, e tudo o resto - não existiria).
Dado ao sucesso da teoria Quântica, os físicos tiveram que lidar com um novo mundo e
uma vasta gama de conhecimentos obtidos com isso
Mecânica Quântica

O veículo de quase todo o nosso conhecimento da estrutura da matéria: a mecânica quântica (MQ). É ela
que nos fornece os recursos teóricos para descrever o comportamento fundamental das moléculas, átomos e
partículas sub-atômicas, assim como da luz e outras formas de radiação. Pode-se afirmar com segurança
que a MQ é a teoria científica mais abrangente, precisa e útil de todos os tempos.

A mecanica quantica é baseada em varios postulados e axiomas, mas o que interessa a nós
são alguns efeitos e principios que encaminharam a mecânica quântica.

- Corpo negro,
- Efeito FotoEletrico
- Principio da incerteza
- Efeitos não-locais,
- Multiversos ou múltiplos mundos

A Teoria do Corpo negro ou Quanta ( tirada do livro física 3 – Ramalho, Nicolau e


Toledo)

Há tempos que desejava se encontrar a lei que relacionasse com a temperatura e o


comprimento da onda a quantidade de energia irradiada pelos corpos aquecidos ou corpos
negros. Antes de explicar o processo quanta , um corpo negro

É um objeto que absorve toda luz que o atinge: nenhuma luz o atravessa nem é refletida e produzem radiação
eletromagnética tal como luz.Um negro pode ser definido como corpo que absorve toda a radiação que nele
incide ou corpo que, para uma dada temperatura, emite a quantidade máxima possível de radiação térmica.

Todas as tentativas de explicar o processo falharam – ate que o físico alemão Max Planck.
Em 1900 formulou a teoria do Quanta. Pra explicar a natureza da radiação eletromagnética,
emitida pela superfície de um corpo negro – ele apresentou a hipótese:
Um elétron, oscilando com freqüência f, emite ( ou absorve) uma onda eletromagnética de
igual freqüência, porem a energia não e emitida( ou absorvida), continuamente.
Portanto, Plank considerou que a energia radiante não e emitida ( ou absorvida) de modo
continuo , como imaginamos, mas sim em porções descontinuas, “ partículas” que
transportam, cada qual, uma quantidade de energia W bem definida. Essas “partículas” de
energia foram denominadas Fótons. A energia W de cada fóton e denominada Quantum ( no
plural – Quanta).
O quantum W de energia radiante de freqüência f e dado por:
W = hf
Sendo que h = 6.62*10-34 j*s
É uma constante de proporcionalidade denominada constante de Planck que, desde então,
tem se mostrando ser uma constante fundamental da física moderna. A equação anterior
traduz a hipótese de Planck: Um elétron emite ( absorve) um quantum W= hf ou nada.

O Efeito fotoelétrico ( tirado do livro física 3 – Ramalho, Toledo) não ficou


suficientemente explicado pela física clássica até que Einstein, em 1905, desenvolveu uma
teoria – Efeito Fotoelétrico.
Levando em conta a Quantificação da energia, Einstein propôs, que no efeito fotoelétrico, o
fóton da radiação incidente, ao atingir o metal, e completamente absorvido por um elétron,
cedendo-lhe sua energia hf, Essa interação acontece instantaneamente , semelhante a
colisão de duas partículas. Ficando então o elétron com energia sobressalente hf, Essa teoria
sugere que a luz e comporta por partículas, os fótons, e que podem ser absorvidos pelo
metal cada um por vez, sendo assim não existindo fração de fóton. Essas afirmações são
baseadas na teoria de Planck, a Teoria do Corpo negro, sendo que com isso, Einstein
explicou corretamente que a energia de elétron deve aumentar com a freqüência e não tem
nada haver com a intensidade da radiação, Fato que a física clássica não conseguia explicar.

Principio da Incerteza diz essencialmente é que não existe meio de medir com precisão as
propriedades mais elementares do comportamento subatômico. Ou melhor, quanto mais
precisamente você mede uma propriedade - digamos, o movimento de um elétron - menos
precisamente você pode conhecer outra --nesse caso, sua posição. Mais certeza de uma,
mais incerteza de outra. Mostra os termos práticos que as partículas quânticas não podem
ser igualadas a objetos no nosso cotidiano. Aspectos essenciais da partícula – velocidade,
posição ,movimento energia – Nunca poderão ser observadas com precisão , porque o
próprio ato de observar distorce uma dessas características.

Efeitos Não locais - nenhum local de realidade pode explicar os resultados de uma
determinada experiência. Em resumo: a realidade é não-local.Em modos práticos –
principio de Bell, Enuncia que a medição de uma partícula jamais poderá afetar outra
partícula gêmea se estiver a anos luz mais depressa que a velocidade da Luz. Isso
particularmente impediria o Disparate causado pela experiência do Gato, que tornava as
coisas possíveis apenas a Observação.Mas se Mecânica quântica estiver correta ao mudar a
rotação interna de uma partícula que pertence a um sistema de partículas gêmeas – qualquer
alteração feita será sentida na partícula Gêmea.

Multiversos ou Universos multiplos foi concebido por Hugh Everett quando os fisicos
conceberam que a materia tem a dualidade de comportamento Onda/Particula.Determina-se
que existe um universo descontinuo e isso implica que a cada momento esta sendo criados
mundos novos ,separados e inacessiveis entre si. Existem transiçoes quanticas entre
Estrelas, galaxias e do proprio universo , tornando possivel inumeras copias de si mesma. E
cada um deles teria sua propria dimensao de Tempo e espaço, por isso nao permitindo
observaçao.

Caos Quântico
Mecânica Quântica e Caos
(Artigo do Site Com Ciência - Fisica)

A descoberta de que a maioria dos movimentos na mecânica clássica é


extraordinariamente sensível ao estado inicial do sistema teve origem nos trabalhos de
Poincaré sobre a mecânica celeste, há mais de um século. Com o uso do computador, foi
possível verificar a generalidade deste "movimento caótico", para os mais variados
sistemas, tais como modelos para o clima da Terra.

Entretanto, a dinâmica de sistemas microscópicos, como grandes moléculas, só são


aproximadas pela mecânica clássica . Sua descrição correta exige a mecânica quântica.
Qual é o comportamento quântico de um sistema que seria caótico se tratado
classicamente?

Para se entender alguns dos problemas mais profundos da Física, às vezes o melhor
caminho passa por analogias divertidas. Assim um dos sistemas mecânicos mais simples a
apresentar caos é o do jogo de bilhar. O movimento de só uma bola em uma mesa
retangular (sem caçapas) não é caótico.O movimento geral da bola neste caso terá sempre a
mesma direção depois de quatro colisões com a borda da mesa. Uma pequena alteração na
posição inicial da bola levará a um desvio de sua trajetória que cresce lentamente. Duas
trajetórias inicialmente paralelas permanecerão sempre paralelas.

Fixando uma segunda bola à mesa obtemos o bilhar de Sinai. A


segunda bola desfocaliza as trajetórias da primeira gerando um
movimento irregular ou caótico.

A presença de uma segunda bola alterará fundamentalmente o movimento da primeira.


Mesmo que simplifiquemos o jogo prendendo uma bola no meio da mesa (como sugeriu o
matemático russo Y. Sinai), seu efeito será de desfocalizar as trajetórias da outra
bola.Podemos considerar que o papel da segunda bola é meramente o de alterar a forma do
bilhar (que passou a ter uma borda interior). Este é um exemplo particular de bilhares
caóticos.

Em geral, um bilhar qualquer, mesmo com uma forma pouco irregular, será caótico.A
desfocalização das trajetórias é a característica principal do caos na mecânica clássica.

Se adicionarmos duas partes semicirculares ao bilhar


retangular obtemos o chamado bilhar de Bunimovich, um
bilhar caótico muito popular na comunidade do caos quântico. Aqui o caos é devido ao efeito desfocalizador
dos arcos circulares.

Quando falamos em focalizar, pensamos em raios de luz, antes de imaginar trajetórias. Em


geral, estamos, na prática, interessados na trajetória única de uma dada partícula, enquanto
que a luz que vemos é descrita como o efeito coletivo de muitos raios. A razão é que
lidamos de fato com uma onda, da qual a ótica geométrica é apenas uma descrição
aproximada. Hamilton mostrou no século passado que podemos usar a mesma estrutura
matemática para descrever, tanto os raios da ótica geométrica, quanto as trajetórias da
mecânica clássica. Essa analogia permitiu que de Broglie e Schrödinger criassem a
mecânica quântica, ondulatória.

O problema quântico correspondente ao jogo do bilhar clássico é o de saber quais ondas


cabem nas formas das figuras 1, 2 ou 3. O melhor é pensar nas vibrações de um tambor,
cujo contorno tenha a mesma forma da mesa de bilhar. O som que ouviremos em cada caso
será decomposto em movimentos ondulatórios da membrana do tambor, cada qual vibrando
com uma freqüência diferente. Será que podemos "ouvir a forma de um tambor''? Esta é
uma das questões iniciais no estudo do caos quântico, formulada pelo matemático norte-
americano Kac. Em outras palavras, sabemos que a cada forma corresponde uma única
seqüência (ou espectro) de freqüências de vibração, uma vez dada a tensão da membrana do
tambor. Será que o conhecimento dessas freqüências determina unicamente a forma do
tambor?

Um dos modos de vibração de um tambor retangular.


A figura representa o relevo da membrana do tambor
fotografado em um dado instante. Observe que o
padrão é completamente regular.

Um dos resultados mais importantes da teoria do caos quântico se refere às propriedades do


espectro de freqüência de um sistema classicamente caótico, como os bilhares das figuras 2
e 3. A conjectura de Bohigas é que neste caso é muito menos provável haver duas
freqüências de vibração quase iguais, do que no caso de um sistema regular, tal como na
figura 1. A explicação deste fato em termos das trajetórias clássicas foi fruto do trabalho,
nos anos 80, de Berry e Hannay, na Inglaterra, e Ozorio de Almeida, atualmente no CBPF.

Um modo de vibração de um tambor com a forma do bilhar de


Bunimovich. O relevo da membrana não apresenta regularidade
alguma, exceto as simetrias (figura cedida por D. Wisniacki,
CNEA, Buenos Aires).

Além de explicar propriedades mais definidas do espectro de freqüência dos sistemas


quânticos, os trabalhos em caos quântico procuram entender a estrutura de cada estado, ou
seja, a estrutura do relevo da membrana do tambor fotografado em um dado instante
quando este vibra com uma única freqüência. De novo, a forma da borda determina este
relevo e a distinção principal está no movimento do bilhar correspondente ser, ou não,
caótico. Nas figuras 4 e 5, vemos exemplos de vibrações, respectivamente regular e caótica.

Microfotografia de um ponto quântico, transistor de dimensões menores que


um micron. As partes claras são os eletrodos que definem as bordas deste
bilhar diminuto. A curva indica a trajetória hipotética de um elétron
atravesando o transistor. (A fotografia foi tirada no Laboratório "Marcus" de
Física Mesoscópica da Universidade de Harvard.)

Fora os jogadores de bilhar e os bateristas de escola de samba, quem mais poderia ter
interesse no caos quântico? Entre muitas aplicações da teoria, destaca-se a tecnologia de
nano-estruturas em semicondutores. Os "pontos quânticos" minúsculos que a nano-
engenharia produz para aprisionar um pequeno número de elétrons, são o ponto de partida
para futuras gerações de dispositivos eletrônicos. Suas formas podem ser alteradas
exatamente como os tambores e bilhares que usamos como exemplo. Os transistores atuais,
de enormes dimensões em comparação com os pontos quânticos, podem ser considerados
como sistemas clássicos. Em contraposição, as propriedades dos futuros dispositivos terão
de ser entendidos dentro da teoria do caos quântico.
Bibliografia / Rede

http://geocities.yahoo.com.br/paradoxosdafisica/epr.htm

http://pt.wikipedia.org/wiki/N%C3%A3o-localidade

http://www.soteoria.hpg.ig.com.br/dezmais/dezmais.htm

http://pt.wikipedia.org/

http://www.comciencia.br/reportagens/fisica/fisica02.htm

http://www.dsc.ufcg.edu.br/~gmcc/mq/frames.html

http://www.comciencia.br/reportagens/fisica/fisica09.htm

http://www.rossetti.eti.br/aula-menu.asp

Ramalho, nicolau, Toledo – Fundamentos da física 3 Eletricidade

Revista brasileira de Ensino da Física – Artigo de Erasmo A. Andrada e Silva


“ A necessidade da Mecânica quântica “

Artigo da Net – “Nada e Real”, Autor desconhecido

- Um texto resumido sobre toda a teoria Quântica


http://paginas.terra.com.br/educacao/labertolo/Espirito_Atomo.htm

Todas as citações em Itálico foram tirados dos sites sem alterações.


Texto Complementar (http://www.dsc.ufcg.edu.br/~gmcc/mq/frames.html)

Z e X – Variáveis que existem na Mecânica Quântica

Experimentos práticos

Experimento abaixo pode ser realizado com equipamento mínimo: uma forte fonte de
fótons (luz), como um ponteiro laser, e três filtros de polarização.

O Experimento

Um feixe de luz polarizado aleatoriamente é projetado pela fonte em um anteparo. Um


filtro A polarizado horizontalmente é colocado entre a fonte de luz e o anteparo. A
intensidade da luz de saída do filtro será a metade da intensidade da luz de entrada do filtro.
Os fótons que chegam ao anteparo tem polarização horizontal.

Figura 1. Metade da intensidade da luz passa pelo filtro A.

A função do filtro A não pode ser interpretada como a de uma peneira que simplesmente
deixa passar os fótons que já se encontram horizontalmente polarizados. Se assim fosse
esperaríamos uma atenuação da intensidade do feixe muito maior do que aquela que passa
realmente pelo filtro, pois é muito pequena a probabilidade de termos a partir de uma fonte
polarizada aleatoriamente, fótons com polarização puramente horizontal.
Figura 2. O filtro C bloqueia a passagem dos fótons horizontalmente polarizados.

Em seguida, vamos colocar um filtro C polarizado verticalmente entre o filtro A e o


anteparo. Observa-se, como indica a figura 2 acima, que a intensidade do feixe luminoso ao
passar pelo do filtro C cai para zero. Nenhum dos fótons polarizados horizontalmente
podem passar pelo filtro vertical.

Figura 3. O filtro B “aumenta” a quantidade de luz que chega ao anteparo.

Vamos agora inserir um terceiro filtro B polarizado a 45º entre A e C.


Surpreendentemente, fugindo da nossa intuição, uma pequena quantidade de luz é
observada agora no anteparo, exatamente a oitava parte da luz original.

Aqui temos um efeito não intuitivo. A experiência clássica sugere que adicionar um
filtro só seria capaz de diminuir o número de fótons que passam. Como pode aumentá-lo?

Segundo Penrose, a mecânica quântica, embora seja um belo e bem delineado assunto,
encerra muitos mistérios aos quais classifica como mistérios Z e X.
Os mistérios Z compreendem fenômenos que, embora intrigantes e não-intuitivos,
poucos contestam sua realidade - são com certeza parte da natureza, coisas que certamente
existem no mundo físico, ou seja, há boas experiências que nos dizem que a mecânica
quântica se comporta dessas maneiras misteriosas. São fenômenos como a dualidade onda-
partícula, medições nulas, superposição e efeitos não-locais como emaranhamento ou
entrelaçamento quântico.

Os mistérios X são aqueles paradoxais e que suscitam muitas dúvidas sobre se a teoria
está incompleta, errada ou necessita de mais atenção.

Um exemplo de mistério Z diz respeito às medições nulas e é bem ilustrado pelo


problema Elitzur-Vaidman de teste de bomba relatado a seguir:

Imagine que você pertença a um grupo de terroristas e que tenha se deparado com uma
grande quantidade de bombas. Cada bomba tem um detonador em sua ponta tão sensível
que um único fóton visível de luz num espelhinho acoplado lhe transmite um impulso
suficiente para detoná-la numa violenta explosão:

Há, no entanto, uma proporção um tanto grande de bombas defeituosas em meio ao


conjunto de bombas. São bombas defeituosas de uma maneira especial. O problema é que o
delicado êmbolo ao qual o espelho está preso foi danificado durante a fabricação e, por
isso, quando um único fóton atinge o espelho de uma bomba falsa, ele não move o êmbolo
e a bomba não explode. O ponto-chave é que o espelho no nariz da bomba defeituosa agora
age como um espelho fixo comum, em vez de um espelho móvel que age como parte do
mecanismo de detonação. Assim, o problema é este: achar uma bomba garantidamente em
bom estado, dada uma grande coleção de bombas que contém certo número de bombas
defeituosas. Na física clássica, simplesmente não há maneira de fazer isso. A única maneira
de testar se se trata de uma bomba em bom estado seria sacudir o detonador, e então a
bomba explodiria.

Solução do problema

Suponhamos que temos uma bomba defeituosa. Ela tem um espelho que está entalado –
é apenas um espelho fixo – e assim ela não sacoleja significativamente e não há explosão
quando um fóton salta dele. É emitido um fóton que primeiro encontra um espelho
semiprateado. É um espelho que transmite metade da luz que nele incide e reflete na outra
metade. Poder-se-ia pensar que isso significa que metade dos fótons que encontram o
espelho é transmitida através dele e metade salta para fora, é refletida.

Entretanto, não é de modo algum isso que acontece no nível quântico de cada fóton. Na
realidade, cada fóton emitido individualmente da fonte seria posto num estado de
superposição quântica de cada um dos percursos alternativos para o fóton: transmitido e
refletido. O espelho da bomba deve estar no caminho de feixe de fótons transmitidos num
ângulo de 45°. A parte do feixe de fótons que é refletida do espelho semiprateado, encontra
outro espelho, esse inteiramente prateado, também num ângulo de 45°, e então ambos os
feixes se dirigem juntos para um espelho semiprateado final. Há detectores em dois lugares,
A e B.

Vejamos o que acontece com um único fóton emitido pela fonte, no caso de uma bomba
defeituosa.

Quando ele encontra o primeiro espelho semiprateado, seu estado divide-se em dois
estados separados, um dos quais corresponde ao fóton que passa através do espelho
semiprateado e se dirige para a bomba defeituosa, e o outro que corresponde ao fóton que é
refletido na direção do espelho fixo. (Essa superposição de percursos alternativos do fóton é
exatamente a mesma que a que acontece a experiência das duas fendas. É também
essencialmente o mesmo fenômeno que acontece que adicionamos spins). Supomos que os
comprimentos das trajetórias do primeiro para o segundo espelho semiprateado sejam
exatamente iguais.

Para vermos qual o estado do fóton quando ele atinge os detectores, temos que comparar
os dois percursos que o fóton pode tomar para alcançar cada um dos detectores, ocorrendo
esses percursos em superposição quântica. Verificamos que os percursos se neutralizam
mutuamente em B, ao passo que se adicionam em A. Assim, só pode haver um sinal que
ative um detector A e nunca o detector B. Assim, na reflexão de uma bomba defeituosa, é
sempre ativado o detector A e nunca o B.

Suponhamos agora que temos uma bomba em bom estado. O espelho em seu nariz não é
mais um espelho fixo, mas a sua potencialidade de sacudir transforma a bomba num
aparelho de medição. A bomba mede uma ou outra das duas alternativas para o fóton no
espelho – pode estar num estado em que o um fóton tenha chegado ou em outro em que ele
não tenha chegado. Suponhamos que o fóton atravesse o primeiro espelho semiprateado e
que o espelho no nariz da bomba meça que ele de fato fez isso. Então, “Bum!!!”, a bomba
explode. Nós a perdemos.

Assim, pegamos uma nova bomba e tentamos de novo. Talvez dessa vez a bomba
indique que o fóton não chegou – não exploda, e assim fique medido que o fóton se moveu
na outra direção. (Esta é uma medição nula.) Ora, quando o fóton atinge o segundo espelho
semiprateados, ele é igualmente transmitido e refletido, e portanto é agora possível que B
seja ativado. Assim, com uma bomba em bom estado, de quando em quando um fóton é
detectado por B, indicando que a bomba mediu que o fóton se moveu na outra direção.

O ponto crucial é que, quando a bomba está sem defeitos, age como um aparelho de
medição, e isso interfere no cancelamento exato que é necessário para impedir que o fóton
seja detectado por B, ainda que o fóton não interaja com a bomba – uma medição nula. Se o
fóton não veio por um caminho, então teve de vir pelo outro! Se B detecta o fóton, sabemos
que a bomba agiu como um aparelho de medição e, portanto, era uma bomba em bom
estado. Além disso, com uma bomba em bom estado, de quando em quando, o detector B
mediria a chegada do fóton e a bomba não explodiria. Isso só pode acontecer com uma
bomba em bom estado. Sabemos que é uma bomba em bom estado porque mediu que o
fóton na realidade seguiu pelo outro caminho. A figura abaixo ilustra o problema e sua
solução.

(texto e imagem extraídos do livro O Grande, o Pequeno e a Mente Humana de Roger


Penrose, Editora

Para nos acostumarmos com a idéia de que um objeto quântico pode estar em dois
estados ao mesmo tempo, consideremos o seguinte exemplo.

Tentaremos refletir um único fóton em um espelho semi-prateado, ou seja um espelho


que reflete exatamente metade da luz que o atinge, enquanto que o restante da luz passa
através dele, como pode ser visto na Figura 1.
Figura 1

Onde você imagina que esteja o fóton após ter atingido o espelho – no feixe transmitido
ou no feixe refletido? Parece-nos sensato afirmar que o fóton está tanto no feixe transmitido
quanto no feixe refletido com a mesma probabilidade. Espera-se que o fóton tome um dos
dois caminhos escolhendo aleatoriamente o que vai seguir. Na verdade, se colocarmos 2
fotodetectores além do espelho semi-prateado em linha reta com os dois feixes, o fóton será
registrado com a mesma probabilidade tanto no detector 1 quanto no detector 2. Isto
significa que depois do espelho semi-prateado o foton viaja tanto no feixe refletido quanto
no feixe transmitido com a mesma probabilidade de 50%? Não, não é bem isso. Na verdade
o fóton toma os dois caminhos de uma vez. Isto pode ser demonstrado recombinando os
dois feixes com a ajuda de dois espelhos completamente prateados e colocando outro
espelho semi-prateado no ponto de encontro dos feixes, com mais dois fotodetectores na
linha direta dos feixes, veja Figura 2. Com este arranjo podemos observar o fantastico
fenômeno da interferência quântica.
Figura 2

Se o caso fosse apenas isto, que existe 50% de chance de um fóton seguir por um
caminho e 50% de chance dele seguir para outro, então nós deveríamos encontrar a
probabilidade de que um dos fotodetectores registrem o fóton e 50% de chance que o outro
fotodetector registre o fóton. Entretanto isto não é o que acontece. Se os dois caminhos
possíveis são exatamente iguais em tamanho, então acontece uma probabilidade de 100%
do fóton atingir o detector 1 e 0% de chance dele atingir o detector2. Logo, o fóton,
certamente, irá atingir o detector1! Parece-nos óbvio que o fóton deve, de alguma forma, ter
viajado nas duas rotas de uma só vez pois se uma tela absorvente for colocada no caminho
de alguma das duas rotas, então a probabilidade do detector 1 e do detector 2 ser atingido
torna-se igual, de acordo com a Figura 3.

Figura 3

Bloqueando um dos caminhos permitimos que os dois detectores sejam atingidos. Se as


duas rotas estiverem abertas o fóton de alguma forma sabe que não lhe é permitido atingir o
detector 2. É, entretanto, perfeitamente legítimo afirmar que entre os dois espelhos
semiprateados o fóton tomou os dois caminhos: o refletido e o transmitido ou, usando uma
linguagem mais técnica, o fóton está em uma superposição coerente entre estar no feixe
transmitido e no feixe refletido. Da mesma forma, um átomo pode ser preparado em uma
superposição de dois estados eletrônicos diferentes, e em geral, um sistema quântico de
dois estados chamado de quantum bit ou qubit, pode ser preparado em uma superposição de
dois estados lógicos 0 e 1. Logo um qubit pode codificar ao mesmo tempo 0 e 1.

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