Você está na página 1de 38

CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO

JUIZ DE FORA

ESTRUTURAS DE AÇO
AULA 02– Aço como material estrutural
Período 2019/1
1
Professora: Letícia Caroline Policarpo Oliveira
CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO
JUIZ DE FORA

Processo de fabricação do aço


• O AÇO é produzido, basicamente, a
partir de minério de FERRO, CARVÃO E
CAL;
• A fabricação do aço pode ser dividida em
quatro etapas: PREPARAÇÃO DA CARGA,
REDUÇÃO, REFINO E LAMINAÇÃO;

Minério Ferro
Carga levada pelas
Alto-forno Carvão (combustível) Escória
caçambas
2
Calcário (fundente)
CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO
JUIZ DE FORA

A OBTENÇÃO DO FERRO GUSA:


Consiste em fazer a REDUÇÃO DO
MINÉRIO DE FERRO. O agente
redutor utilizado é o carbono
proveniente de coque de carvão
mineral ou de carvão vegetal.

3
CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO
JUIZ DE FORA
• Todas estas reações
produzem, então, o FERRO
GUSA, que além de ferro e
carbono também incorpora os
elementos manganês (Mn),
silício (Si), fósforo (P) e
enxofre (S).

• Assim, no cadinho
(reservatório), A ESCÓRIA E O
GUSA LÍQUIDO separam-se
por gravidade, formando duas
camadas, isto é, a inferior
(metálica) e a superior
(escória), facilitando o
vazamento de ambos os 4
produtos.
CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO
JUIZ DE FORA

O aço REFINADO É TRANSPORTADO À


UNIDADE DE LINGOTAMENTO CONTÍNUO
e ali vazado em um distribuidor com
diversos veios. Em cada veio, o aço
líquido passa por moldes de resfriamento
para solidificar-se no
formato conveniente para a laminação.

5
CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO
JUIZ DE FORA

NA LAMINAÇÃO O LINGOTE de
aço passa por entre dois cilindros que
o comprimem para reduzira
espessura da peça de modo
semelhante ao que ocorre nas
máquinas de preparo de massa para
pastéis.
6
CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO
JUIZ DE FORA

Para cada tonelada de aço produzida,


são usadas cerca de 2 t de minério,
0,5 t de calcário, 1 t de coque e 4 t de
ar. E, como subprodutos, cerca de 0,5
t de escória e 6 t de gás. 7
CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO
JUIZ DE FORA

AÇOS
ESTRUTURAIS

Aço com
Aço de baixa
Aço Carbono tratamento
Aciaria SAE
liga
térmico

8
CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO
JUIZ DE FORA

Maior teor de Maior a Menor A36 (EUA)


AÇO-CARBONO
carbono resistência ductilidade MR250(BRASIL)

Problemas de Melhorar
AÇOS DE BAIXA Elementos de
soldagem propriedades ASTM 572
LIGA liga
E70XX mecânicas
Aciaria
AÇOS COM Usados em
Problemas
TRATAMENTO Alta resistência regiões A490
soldagem
TERMICO específicas

Barras
Controle de
Indústria redondas, PFF,
SAE Restrições qualidade não
Mecânica barras
é adequado
rosqueadas... 9
CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO
JUIZ DE FORA

Nas aplicações estruturais, as grandezas utilizadas com mais frequência


são as tensões (σ) e as deformações(ε).

𝐹 Δ𝐿
σ= ε=
𝐴 𝐿0
F= Força ΔL= Variação do comprimento
A= Área L0= Comprimento inicial
10
CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO
JUIZ DE FORA

Dentro do chamado REGIME ELÁSTICO, as tensões são proporcionais às


deformações . Esta relação é denominada Lei de Hooke, em
homenagem ao físico inglês Robert Hooke.

E= é a constante de
proporcionalidade, MÓDULO

σ=E.ε DE ELASTICIDADE ou módulo


de Young, nome derivado de
Thomas Young que explicou a
Lei em 1807.

11
CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO
JUIZ DE FORA

DIAGRAMA TENSÃO X DEFORMAÇÃO

LIMITE ELÁSTICO: O ponto marcado


no final da parte reta do gráfico da
Figura representa o limite elástico.
Se o ensaio for interrompido antes
deste ponto e a força de tração for
retirada, o corpo volta à sua forma
original, como faz um elástico.
CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO
JUIZ DE FORA

LIMITE DE
PROPORCIONALIDADE:
A lei de Hooke só vale até um
determinado valor de tensão,
denominado limite de
proporcionalidade, a partir do
qual a deformação deixa de ser
proporcional à carga aplicada.
CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO
JUIZ DE FORA

ESCOAMENTO: No início da fase plástica


ocorre um fenômeno chamado
escoamento. O escoamento caracteriza-
se por uma deformação permanente do
material sem que haja aumento de
carga, mas com aumento da velocidade
de deformação. Durante o escoamento a
carga oscila entre valores muito
próximos uns dos outros.
CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO
JUIZ DE FORA

LIMITE DE RESISTÊNCIA: Após o


escoamento ocorre o encruamento, que
é um endurecimento causado pela
quebra dos grãos que compõem o
material quando deformados a frio. O
material resiste cada vez mais à tração
externa, exigindo uma tensão cada vez
maior para se deformar. Nessa fase, a
tensão recomeça a subir, até atingir um
valor máximo num ponto chamado de
limite de resistência.
CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO
JUIZ DE FORA

LIMITE DE RUPTURA:
Continuando a tração, chega-se à
ruptura do material, que ocorre
num ponto chamado limite de
ruptura. Note que a tensão no
limite de ruptura é menor que no
limite de resistência, devido à
diminuição da área que ocorre no
corpo de prova depois que se
atinge a carga máxima.
CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO
JUIZ DE FORA

ESTRICÇÃO: É a redução
percentual da área da seção
transversal do corpo de prova
na região onde vai se localizar
a ruptura. A estricção
determina a ductilidade do
material. Quanto maior for a
porcentagem de estricção, mais
dúctil será o material.
CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO
JUIZ DE FORA

Diagrama de Tensão X Deformação  Quando uma grande deformação


plástica ocorre entre o limite de
elasticidade e o ponto de fratura,
dizemos que esse material é
DUCTIL.
Ex: Fio de ferro, deforma mas não
quebra com facilidade.
 No entanto quando a fratura ocorre
imediatamente após ultrapassar o
limite de elasticidade, o material é
(QUEBRADIÇO) FRÁGIL. Ex: Fio de aço
E – Módulo de elasticidade; do piano que rompe ao ultrapassar o
fy – Resistência ao escoamento do aço; limite elástico. 18
fu – Resistência à ruptura do aço à tração;
CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO
JUIZ DE FORA

CARACTERÍSTICAS DO AÇO
Ductilidade;

Fragilidade;

Corrosão;

Dureza;

Resiliência e Tenacidade;

Fadiga;

Efeito a temperaturas elevadas; 19


CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO
JUIZ DE FORA

E= 200 Gpa

PROPRIEDADES
MECÂNICAS
υ =0,3

α =12x10⁻⁶ ºC⁻¹

ρa = 7850Kg/m³
20
CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO
JUIZ DE FORA

Métodos de Cálculo
Objetivos de um projeto estrutural:

• Garantia de segurança estrutural evitando-se o colapso do sistema.

• Garantia de bom desempenho da estrutura evitando-se a ocorrência


de grandes deslocamentos, vibrações, danos locais.
CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO
JUIZ DE FORA

FASES DE DIMENSIONAMENTO E DETALHAMENTO, GRANDE NÚMERO


DE REGRAS E RECOMENDAÇÕES:

• Critérios de garantia de segurança;


• Padrões de testes para caracterização dos materiais e limites dos
valores de características mecânicas;
• Definição de níveis de carga que representem a situação mais
desfavorável;
• Limites de tolerâncias para imperfeições na execução;
• Regras construtivas.
CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO
JUIZ DE FORA

Estados Limites

Um estado limite ocorre sempre que a estrutura deixa de satisfazer um


de seus objetivos. Eles podem ser divididos em:

• ESTADOS LIMITES ÚLTIMOS.


• ESTADOS LIMITES DE UTILIZAÇÃO. 23
CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO
JUIZ DE FORA

Estados Limites Último


Os estados limites últimos estão associados à ocorrência de cargas
excessivas e consequente COLAPSO da estrutura devido, por exemplo:
• Perda de equilíbrio como corpo rígido;
• Plastificação total de um elemento estrutural ou de uma seção;
• Ruptura de uma ligação ou seção;
• Flambagem em regime elástico ou não;
• Ruptura por fadiga.
24
CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO
JUIZ DE FORA

Estados Limites Serviço

Os estados limites de utilização (associados a cargas em serviço)


incluem:
• Deformações excessivas;
• Vibrações excessivas.

25
CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO
JUIZ DE FORA

MÉTODO DAS TENSÕES ADMISSÍVEIS:


• O dimensionamento utilizando tensões admissíveis se originou dos
desenvolvimentos da Resistência dos Materiais em regime elástico.
• No caso de elemento estrutural submetido à flexão simples sem
flambagem lateral, a tensão resistente é tomada, neste método,
igual à tensão de escoamento fyk, o que corresponde ao início de
plastificação da seção.

 max   
f yk   tensão admissível

CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO
JUIZ DE FORA

MÉTODO DAS TENSÕES ADMISSÍVEIS POSSUI AS SEGUINTES LIMITAÇÕES:


a)Utiliza-se um único coeficiente de segurança para expressar todas as
suas incertezas.
b)Em sua origem o método previa a análise estrutural em regime
elástico com o limite de resistência associado ao início de
plastificação da seção mais solicitada. Não se consideravam
reservas de resistência existentes após o início da plastificação, nem
a redistribuição de momentos fletores causada pela plastificação de
uma ou mais seções de estrutura hiperestática.
CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO
JUIZ DE FORA

MÉTODO DOS ESTADOS LIMITES:


A garantia de segurança no método dos estados limites é traduzida
pela equação da conformidade, para cada seção da estrutura:
Sd  S   fi Fi   Rd  R f k  m 
S d : solicitação de projeto
Rd : resistência de projeto( função da resist. carac. do mat.)
 fi : 𝐶𝑜𝑒𝑓𝑖𝑐𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑑𝑒 𝑚𝑎𝑗𝑜𝑟𝑎çã𝑜 𝑑𝑎𝑠 𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎𝑠 𝑜𝑢 𝑎çõ𝑒𝑠
 mi : 𝐶𝑜𝑒𝑓𝑖𝑐𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑑𝑒 𝑟𝑒𝑑𝑢çã𝑜 𝑑𝑎 𝑟𝑒𝑠𝑖𝑠𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑖𝑛𝑡𝑒𝑟𝑛𝑎
CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO
JUIZ DE FORA

AÇÕES: as ações a serem consideradas no projeto das estruturas são as


cargas que nelas atuam ou deformações impostas (por variação de
temperatura, recalques, etc.).

As normas brasileiras que se ocupam das cargas sobre as estruturas


são:
NBR 6120 - Cargas para o cálculo de estruturas de edificações.
NBR 6123 - Forças devidas ao vento em edificações.
NBR 7188 - Carga móvel em ponte rodoviária e passarela de pedestres.
CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO
JUIZ DE FORA

CÁLCULO DAS SOLICITAÇÕES ATUANTES: os esforços solicitantes oriundos de ações


estáticas ou quase-estáticas e que atuam nas diversas seções de uma estrutura
podem ser calculados por diversos processos em função da consideração dos
efeitos não lineares. Em relação as tensões desenvolvidas no material:

a) Estática clássica ou elástica;


b) Estática inelástica, considerando-se o efeito das deformações plásticas.

Na prática profissional, o cálculo elástico dos esforços solicitantes é o mais


utilizado, tendo em vista sua maior simplicidade, e o fato de ser a favor da
segurança.
CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO
JUIZ DE FORA

SD DEVE SER CALCULADO LEVANDO-SE EM CONTA AS SITUAÇÕES MAIS


DESFAVORÁVEIS PARA A ESTRUTURA DURANTE A SUA VIDA ÚTIL PREVISTA.
COMBINAÇÕES DE AÇÕES

COMBINAÇÃO NORMAL: inclui todas as ações decorrentes do uso previsto da


SEGUINTES TIPOS DE

estrutura;
DEFINEM-SE OS

COMBINAÇÃO DE CONSTRUÇÃO: considerações que podem promover algum estado


limite último na fase de construção da estrutura;
COMBINAÇÃO ESPECIAL: combinação que inclui ações variáveis especiais, cujos
efeitos tem magnitude maior que os efeitos das ações de uma combinação normal;
COMBINAÇÃO EXCEPCIONAL: combinação que inclui ações excepcionais, as quais
podem produzir efeitos catastrófico, tais como explosões, choques de veículos,
incêndios e sismos.
CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO
JUIZ DE FORA

As combinações normais de ações para estados limites últimos são escritas em


função dos valores característicos das ações permanentes G e variáveis Q:

Fd    giGi  q1Q1    qj 0 j Q j
Onde Q1 é a ação variável de base (ou principal) para a combinação estudada.
Qj representa as ações variáveis que atuam simultaneamente a Q1 e que tem
efeito desfavorável.
 q1 e  qj São coeficientes de segurança parciais aplicados às cargas.
0 É o fator de combinação que reduz as ações variáveis para considerar a
baixa probabilidade de ocorrência simultânea.
CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO
JUIZ DE FORA
CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO
JUIZ DE FORA

ESFORÇOS RESISTENTES:
AS RESULTANTES DAS TENSÕES INTERNAS, NA SEÇÃO CONSIDERADA.

Os esforços internos (esforço normal, momento fletor ,etc) resistentes denominam-se RESISTÊNCIA ÚLTIMA
RU e são calculados, em geral, a partir das expressões derivadas de modelos semi-analíticos EM FUNÇÃO DE
UMA TENSÃO RESISTENTE CARACTERÍSTICA (POR EXEMPLO, FYK). Define-se a tensão resistente
característica como o valor abaixo do qual situam-se apenas 5% dos resultados experimentais de tensão
resistente.
RESISTÊNCIA DE PROJETO RD É IGUAL A RESISTÊNCIA ÚLTIMA DIVIDIDA PELO COEFICIENTE
PARCIAL DE SEGURANÇA γm :
Ru ( f k )
Rd   m   m1   m 2   m3
m Onde:
CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO
JUIZ DE FORA

 m   m1   m 2   m3
 m1 • Coeficiente que considera a variabilidade da tensão resistente,
transformando o seu valor característico em um valor extremo com
menor probabilidade de ocorrência. Esforços resistentes: as
 m 2 • O coeficiente que considera as diferenças entre a tensão resistente
resultantes das tensões internas, na seção considerada.

obtida em ensaios padronizados de laboratório e a tensão resistente


do material na estrutura.
 m 3 • O coeficiente que leva em conta as incertezas no cálculo de Ru em
função de desvios construtivos ou de aproximações teóricas.
CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO
JUIZ DE FORA
CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO
JUIZ DE FORA

• PFEIL, Walter. Estrutura de Aço – Dimensionamento Prático, Editora


LTC. 7a. Edição, 2000, 335p.;
• PINHEIRO, Antônio Carlos da Fonseca. Estruturas Metálicas –
Cálculos, detalhes e exercícios de projetos – Ed. Edgard Blucher
Ltda., 2001, 300p.;

37
CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO
JUIZ DE FORA

OBRIGADA!
38

Você também pode gostar