Universidade Pedagógica
Nampula
2019
Ivan Benjamim Miguel
Contributo dos Jogos Lúdicos na Aprendizagem das Crianças: Caso do Jardim Infantil
Santa Cruz-Nampula 2019-2021.
Universidade Pedagógica
Nampula
2019
Índice
1. Introdução .............................................................................................................................3
1.1. Tema ..............................................................................................................................4
1.2. Delimitação do Tema .....................................................................................................4
1.3. Problematização .............................................................................................................4
1.4. Justificativa ....................................................................................................................5
1.5. OBJECTIVOS DA PESQUISA.....................................................................................5
1.5.1. Objectivo Geral .......................................................................................................5
1.5.2. Objectivos Específicos ............................................................................................6
1.7. Hipótese .........................................................................................................................6
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .......................................................................................7
2.1. Definição de Termos ......................................................................................................7
2.2. O Lúdico e as Crianças ..................................................................................................8
2.3. O Lúdico e as Práticas Pedagógicas...............................................................................9
2.4. O Papel do Brinquedo no Desenvolvimento Infantil ...................................................10
2.5. Aprendizagem em meio aos Brinquedos e Brincadeiras .............................................11
3. METODOLOGIA DA PESQUISA ....................................................................................13
3.1. Tipo de Pesquisa ..........................................................................................................13
3.2. Classificação da Pesquisa ............................................................................................13
3.3. Técnicas de Colecta de Dados .....................................................................................13
3.3.1. Entrevista...............................................................................................................13
3.3.2. Questionário ..........................................................................................................13
3.3.3. Observação ............................................................................................................14
3.4. Delimitação do Universo .............................................................................................14
3.5. Amostra ........................................................................................................................14
Referencias Bibliográficas ......................................................................................................15
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1. Introdução
O presente projecto de pesquisa tem como tema: Contributo dos Jogos Lúdicos na
Aprendizagem das Crianças. A educação lúdica é uma acção própria da criança, mas
também de todas as idades, tendo um significado muito grande, pois está presente em todos
os momentos da vida. Lúdico é o adjectivo que significa e qualifica tudo o que se relaciona
com o jogo ou brincadeira. Quando associado à educação, o lúdico assume o papel de um
recurso pedagógico e sua função é auxiliar no processo de ensino-aprendizagem e facilitar a
assimilação de conteúdos.
1.1. Tema
Contributo dos Jogos Lúdicos na Aprendizagem das Crianças: Caso do Jardim Infantil Santa
Cruz-Nampula 2019-2021.
1.3. Problematização
A brincadeira lúdica nas escolas ainda não ocupa um lugar de destaque, mas é um
importante meio de aprendizagem, uma vez que vários autores, entre eles: Vygotsky,
Kishimoto e Piaget, comprovam que o lúdico é uma estratégia positiva para a aprendizagem
infantil, pois enquanto a criança se desenvolve e se socializa, descobrindo, assim, seu papel
na sociedade.
Nesse sentido, o lúdico vem ganhando atenção no meio académico pela crescente
quantidade de contribuições para a sua conceituação e reflexão, mas poucos têm constatado,
sua aplicação e sistematização enquanto ferramenta pedagógica, visto que, através das
actividades lúdicas, as crianças adquirem marcos de referenciais significativos que lhes
permitem conhecer a si mesmas, descobrir o mundo dos objectos e o mundo dos outros,
experimentando também, situações de aventura, acção e exploração, como características
imprescindíveis da infância.
Entretanto, o problema que gerou esse estudo foi justamente a não utilização do lúdico na
sala de aula, pela maioria dos professores, desenvolvendo situações e práticas pedagógicas
tradicionais e sem dinamismo. E diante desta gama de facto surge a seguinte pergunta de
partida:
1.4. Justificativa
Pois, o lúdico faz com que a criança aprenda a conviver com o grupo e com ela mesma,
reforçando as habilidades sociais, enfrentando os obstáculos, os ganhos e as perdas. Através
das brincadeiras lúdicas a criança adquire uma boa saúde física, intelectual e emocional,
fazendo com que se tornem adultos responsáveis e de boa conduta, pois passa-se anos e
ficam presentes na memória e nas lembranças, fazendo parte da história marcando as épocas
da vida da criança.
Quanto ao factor social que estimulou o desenvolvimento desse estudo, é que a educação
lúdica é uma acção própria da criança, mas também de todas as idades, tendo um significado
muito grande, pois está presente em todos os momentos da vida. Lúdico é o adjectivo que
significa e qualifica tudo o que se relaciona com o jogo ou brincadeira.
Assim, este trabalho apresenta-se como relevante, pois, por meio da concretização do
mesmo espera-se que possa provocar outras inquietações, novos estudos e (ré) construção de
conhecimentos sobre a utilização do lúdico na aprendizagem das crianças no processo
educativo de forma coerente, dinâmica e flexível, visando à promoção de um ambiente
favorável à qualidade da aprendizagem, bem como, à formação plena dos alunos, enquanto
sujeitos críticos e activos no meio social do qual fazem parte.
1.7. Hipótese
H1: O uso dos jogos lúdicos em sala de aula como técnicas metodológicas na aprendizagem,
pode ajudar as crianças a aprender de forma mais prazerosa, concreta e, consequentemente,
mais significativa, culminando em uma educação de qualidade.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
É importante mencionar que o lúdico tem sua origem na palavra latina "ludus" que quer
dizer "jogo”. Se achasse confinado a sua origem, o termo lúdico estaria se referindo apenas
ao jogar, ao brincar, ao movimento espontâneo. O lúdico passou a ser reconhecido como
traço essencial de psicofisiologia do comportamento humano. De modo que a definição
deixou de ser o simples sinónimo de jogo. Conforme ANTUNES (2005, p.33) “as
implicações da necessidade lúdica extrapolaram as demarcações do brincar espontâneo”.
Dessa forma, o lúdico apresenta valores específicos para todas as fases da vida humana.
Assim, na idade infantil e na adolescência a finalidade é essencialmente pedagógica. De
acordo com NEVES (2009, p.45), “a criança e mesmo o jovem opõem uma resistência à
escola e ao ensino, porque acima de tudo ela não é lúdica, não costuma ser prazerosa”
Nesse sentido, CARNEIRO (1995, p.66) destaca que “todas as pessoas têm uma cultura
lúdica, que é um conjunto de significações sobre o lúdico”. Assim, é possível dizer que a
cultura lúdica é produzida pelos indivíduos, a qual se constrói a todo tempo, por meio de
brincadeiras que a criança começa desde cedo.
Além disso, ANTUNES (2005, p.34) retrata que a concepção da cultura lúdica é uma noção
historicamente construída ao longo do tempo e, consequentemente, foi mudando conforme
as sociedades, não se mantendo da mesma forma dentro das sociedades e épocas.
Portanto, o lúdico se expressa desde os primitivos nas actividades de dança, caça, pesca,
lutas. Segundo ANTUNES (2005, p.56) na Grécia antiga, Platão afirmava que os primeiros
anos de vida da criança deveriam ser ocupados por jogos. Com o cristianismo, os jogos vão
sendo deixados de lado, considerados profanos, sem significação.
JEAN PIAGET (apud ANTUNES, 2005, p.25) “retrata que os jogos não são apenas uma
forma de entretenimento para gastar a energia das crianças, mas meios que enriquecem o
desenvolvimento intelectual.”
Dessa forma, a ludicidade, tão importante para a saúde mental do ser humano é um espaço
que merece atenção dos pais e educadores, pois é o espaço para expressão mais genuína do
ser, é o espaço e o direito de toda a criança para o exercício da relação afectiva com o
mundo, com as pessoas e com os objectos.
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Assim, o lúdico possibilita o estudo da relação da criança com o mundo externo, integrando
estudos específicos sobre a importância do lúdico na formação da personalidade. Através da
actividade lúdica e do jogo, a criança forma conceitos, selecciona ideias, estabelece relações
lógicas, integra percepções, faz estimativas compatíveis com o crescimento físico e
desenvolvimento e, por meio dele vai se socializando com as demais crianças. Com isso,
pode-se ressaltar que a educação lúdica esteve presente várias épocas, povos e contextos e
forma hoje uma vasta rede de conhecimento no campo da Educação.
Segundo ALMEIDA (2003, p.19) Platão afirmava “que os primeiros anos da criança
deveriam ser ocupados com jogos educativos praticados em comum por ambos os sexos...” e
ainda atribuía ao exporte valor educativo e moral, o que contribuía para a formação do
carácter e personalidade da criança. Platão introduziu uma prática matemática lúdica, e
afirmava que deveriam introduzir, desde o início da vida escolar atractivos em forma de jogo
para aplicação do conteúdo, para que se tornasse prazeroso o aprender.
De acordo com ALMEIDA (2003, p. 32), MAKARENKO define que “ [...] o jogo é tão
importante na vida da criança como é o trabalho para o adulto [...]”, pois a educação com
jogos lúdicos:
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a) Sensório motora (1 a 2 anos): A criança descobre e utiliza seu próprio corpo como meio
de brincadeira, interage com outros objectos que estão ao seu alcance e ao seu redor e após
adquirir a linguagem começa imitar reproduz sons do ambiente e a copiar o que vê e ouve.
b) Simbólica (2 a 4 anos): Fase em que a criança gosta de estar com as pessoas mais velhas e
são egocêntricas, achando que o mundo gira em torno delas, não gostam de dividir e nem de
compartilhar o que lhe pertence, as brincadeiras com regras não funcionam muito e as mais
simples servem de estímulo para desenvolver o intelectual e quanto mais informações
receber mais guardará em seu cérebro.
c) Intuitiva (4 a 6/7 anos): Aqui é definido o seu desenvolvimento físico, intelectual, afectivo
e social. Com jogos simples a criança passa a perceber as noções de conservação, de
quantidade e outros conceitos que farão e serão utilizados durante toda a sua vida,
principalmente adulta, assim, o brincar assume uma preparação para a vida adulta.
A ludicidade é uma forma de linguagem que permite a criança se comunicar com os outros,
possibilitando não só a liberdade de expressão, mas a autonomia criativa, ampliando o seu
conhecimento sobre o mundo e proporcionando seu desenvolvimento emocional e social.
A Educação traz muitos desafios aos que nela trabalham e aos que se dedicam à sua causa.
Pensar em Educação é pensar no ser humano, em sua totalidade, em seu ambiente, nas suas
preferências. A esse respeito, FRIEDMANN (2003) expõe que no processo da Educação, o
papel do educador é primordial, pois é ele quem cria espaços, oferece os materiais e
participa das brincadeiras, ou seja, media a construção do conhecimento.
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Desse modo, devem-se seleccionar materiais adequados, o professor precisa estar atento à
idade e as necessidades de seus alunos para seleccionar e deixar a disposição materiais
adequados. O material deve ser suficiente tanto quanto à quantidade, como pela diversidade,
pelo interesse que despertam, pelo material de que são feitos. Outra função do professor é
permitir a repetição de jogos. Assim, na visão de MOYLES (2002) as crianças sentem
grande prazer em repetir jogos que conhecem bem, sentem-se seguros quando percebem que
contam cada vez mais habilidades em responder ou executar o que é esperado pelos outros.
O brincar e o jogar são actos indispensáveis à saúde física, emocional e intelectual e sempre
estiveram presentes em qualquer povo desde os mais remotos tempos. Através deles, a
criança desenvolve a linguagem, o pensamento, a socialização, a iniciativa e a auto-estima,
preparando-se para ser um cidadão capaz de enfrentar desafios e participar na construção de
um mundo melhor.
Nesse sentido, VYGOSTKI (1998) ressalta que no brinquedo, a criança cria uma situação
imaginária, isto é, é por meio do brinquedo que essa criança aprende a agir uma esfera
cognitiva, é promove o seu próprio desenvolvimento no decorrer de todo o processo
educativo.
Dessa forma, o brinquedo, nas suas diversas formas, auxilia no processo ensino-
aprendizagem, tanto no desenvolvimento psicomotor, isto é, no desenvolvimento da
motricidade fina e ampla, bem como no desenvolvimento de habilidades do pensamento,
como a imaginação, a interpretação, a tomada de decisão, a criatividade, etc.
Segundo PIAGET (1998, p.62), “o brinquedo não pode ser visto apenas como divertimento
ou brincadeira para desgastar energia, pois ele favorece o desenvolvimento físico, cognitivo,
afectivo e moral”. Através dele se processa a construção de conhecimento, principalmente
nos períodos sensório-motor e pré-operatório. Agindo sobre os objectos, as crianças, desde
pequenas, estruturam seu espaço e seu tempo, desenvolvendo a noção de casualidade,
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Portanto, o brinquedo é um dos factores mais importantes das actividades da infância, pois a
criança necessita brincar, jogar, criar e inventar para manter seu equilíbrio com o mundo. A
importância da inserção e utilização dos brinquedos, jogo e brincadeira na prática
pedagógica é uma realidade que se impõe ao professor. Brinquedos não devem ser
explorados só para lazer, mas também como elementos bastante enriquecedores para
promover a aprendizagem. Através dos jogos e brincadeiras, o educando encontra apoio para
superar suas dificuldades de aprendizagem, melhorando o seu relacionamento com o mundo.
Assim, CAMPOS (2011) destaca que os professores precisam estar cientes de que a
brincadeira é necessária e que traz enormes contribuições para o desenvolvimento da
habilidade de aprender e pensar.
Através dos jogos acontecem os primeiros contactos da criança com objectos, com as
pessoas e com o mundo ao seu redor. Algumas concepções teóricas são bem distintas em
relação à utilização do lúdico no processo de ensino e aprendizagem do aluno. Nesse
sentido, ANTUNES (2003) destaca as principais características das teorias de Freud,
Vygotsky e Piaget sobre a importância dos jogos e brincadeiras nesse processo.
b) PIAGET: a criança que brinca desenvolve sua linguagem oral, pensamento associativo,
suas habilidades auditivas e sociais, além de construir conceitos de relações espaciais e se
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Acredita-se que através do uso dos jogos, possa-se difundir e estimular nos alunos o seu
desenvolvimento lógico, assim fazendo relações, concluindo e concretizando de forma
agradável e interessante, o conteúdo ao qual estão estudando. Para IVIC & MARJANOVIC
(apud KISHIMOTO, 2005) há cinco hipóteses que justificam o uso dos jogos tradicionais na
educação: a primeira considera o brincar um componente da cultura, prática social que
envolve crianças de todas as idades. A segunda, no contexto pedagógico, os jogos deve ser
preservadas. A terceira coloca os jogos como meio de renovar a prática pedagógica. A
quarta defende que os jogos preservam a identidade cultural da criança. A quinta coloca os
jogos promovendo a integração e socialização da criança.
Nesse caso, salientar que a aprendizagem através da ludicidade possui maior possibilidade
de ser canalizada pela criança e a escola é um dos locais para o desenvolvimento das
actividades lúdicas proporcionando diversos benefícios aos alunos. Além disso, cada
actividade tem seu significado próprio, único para cada um que brinca.
3. METODOLOGIA DA PESQUISA
Na presente pesquisa será feita uma pesquisa de campo, que oferece maior contacto com o
público-alvo e aproximação com o fenómeno social e educacional estudado. Este tipo de
pesquisa segundo MARCONI (2005, p.125), “baseia-se na observação dos fatos tal como
ocorrem na realidade”.
Quanto a natureza: Em relação à sua natureza, será desenvolvida uma pesquisa qualitativa,
pois, a mesma permite trabalhar com os sentimentos e falas dos envolvidos no estudo, pois,
de acordo com MINAYO (1994, p.21 e 22):
3.3.1. Entrevista
A entrevista é uma técnica usada pelo investigador, com objectivo de obter dados e
informações relacionados a pesquisa ou investigação.
Segundo HAUGHETTE (1997), define a entrevista como ‘‘um processo de interacção social
entre duas pessoas na qual uma delas, o entrevistador tem por objectivo a obtenção de
informações por parte do entrevistado’’ (p. 86).
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3.3.2. Questionário
O questionário é uma técnica de colecta de dado que é usada com pesquisas sobre um
determinado assunto. Esta técnica é composta por um conjunto de perguntas abertas e
fechadas claras e objectivas que permitem fácil compreensão ao pesquisado.
3.3.3. Observação
A observação é uma técnica de colecta de dados, pois ela permite recolher dados que não
fazem parte do questionário e guião de entrevista, e consegue informações e utiliza sentidos
na obtenção de determinados aspectos da realidade.
De acordo com SILVA (2001, p. 109), “o universo é a plenitude de tipos que possuem as
mesmas características definidas para um determinado estudo”.
No entanto, a pesquisa será feita aos educadores do Jardim Infantil Santa Cruz-Nampula,
num universo de 35 educadores desta instituição.
3.5. Amostra
Para este tipo de pesquisa, a classificação mais adequada é que se trata de um estudo onde a
amostragem será intencional não-aleatória, dentre os professores que trabalham no Centro
Infantil Casa do Sorriso. A amostra desta pesquisa será de 15 educadores que serão
submetidos a este estudo.
Educadores Entrevista 13
Total 15
15
Referencias Bibliográficas
CUNHA, N.H.S. Brinquedoteca: um mergulho no brincar. 3.ed. São Paulo: Vetor, 1995.
MINAYO, M. C. de S. [et al.] (Org.) Pesquisa social: teoria, método e criatividade. 2. ed.
Rio de Janeiro: Vozes, 1994.