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SEQUÊNCIA DIDÁTICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL

SEQUÊNCIA DIDÁTICA – O QUE É?

• É uma forma de planejamento utilizada quando se trabalha com a pedagogia de projetos.

• É um conjunto sistematizado de atividades ligadas entre si, planejadas para ensinar um conteúdo etapa
por etapa.

• Essa proposta envolve atividades de aprendizagem e avaliação, organizadas de acordo com os


objetivos que o professor quer alcançar.
É possível não trabalhar com projetos e criar sequências didáticas?

Sim, mas o efeito desta prática pode levar à falta de conexão entre as inúmeras sequências feitas durante o
ano, o que configura, em última análise, a antiga fórmula dos livros didáticos e da educação tradicional (no
seu pior sentido).

A sequência didática não é o contexto, ela esta inserida em um contexto mais amplo que, no caso, é
o projeto didático.
SEQUÊNCIA DIDÁTICA – PARA QUE SERVE?

a) Organizar as intenções pedagógicas através de temas, objetivos, conteúdos que atendam as


necessidades do projeto didático, dos professores e das crianças;

b) Organizar as intenções pedagógicas de tal forma que garanta a transversalidade de seus


conteúdos, temas e objetivos;

c) Preparar técnica e academicamente o professor, tornando-o capaz de fomentar e propiciar a


construção de conhecimentos específicos com o grupo crianças sob sua responsabilidade, posto
que é fundamental que se procure, através de pesquisas, ter conhecimentos prévios que
ultrapassem o senso comum, o óbvio.
SEQUÊNCIA DIDÁTICA – VANTAGENS

A elaboração de sequências didáticas permite ao professor:

• aquisição de novos conhecimentos (amplia seus horizontes);

• ampliação de repertório;

• previsão de materiais e novas possibilidades de trabalho.


Além de ampliar seus horizontes, garante segurança em relação as suas intenções pedagógicas.

Um profissional seguro, é capaz de deixar a condução do projeto nas mãos de suas crianças, do coletivo
do grupo e, sabemos, que adotar esta metodologia de trabalho é uma questão de princípios, confiança e
muita coragem.

É a preparação do profissional para que possa captar, através de uma escuta atenta de seus alunos,
quais são suas as hipóteses (sondagem de repertório) e necessidades, e o momento certo de provocá-los.
SEQUÊNCIA DIDÁTICA – COLETIVA?

Ao trabalhar coletivamente, são colocados, à mesa, os conhecimentos e as habilidades de cada professor


(formação inicial, criatividade, inciativa, escrita, dança, artes).

Portanto, é a convergência das competências que garante a qualidade dos serviços educacionais
oferecidos à comunidade.

Seria ingênuo desconsiderar que, ao mesmo tempo, divergências surgem e, acreditem é por elas que
amadurecemos profissionalmente.

Trabalhar as competências do grupo, ao invés de investir, insistentemente, nas dificuldades individuais,


não esquecendo que é preciso reconhecê-las para superá-las.
A IMPORTÂNCIA DA SEQUÊNCIA DIDÁTICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
• Preocupação com a formação integral;

• As sequências didáticas nos obrigam a pensar, antecipadamente, sobre nossas ações.

• A improvisação não tem lugar. A leitura de histórias, o filme, o desenho e as brincadeiras são
atividades planejadas e, portanto, possuem finalidades pedagógicas específicas.

• Portanto, adotá-la como documentação obrigatória através do Projeto Pedagógico, é uma opção
consciente.
O RIGOR NO CUMPRIMENTO DA SEQUÊNCIA DIDÁTICA

• Em uma sequência didática, não há uma cronologia a ser seguida, o professor tem total autonomia
para colocá-la em prática, considerando sempre o interesse e o momento vivido por seu grupo.

• O professor, ao adquirir novos conhecimentos, provoca situações para que seu grupo de crianças
descubra o que ele próprio descobriu. Há, nestes momentos, o que chamamos de
“prazer em conhecer”.
SEQUÊNCIA DIDÁTICA – COMO FAZER?

Para fazermos uma sequência didática é preciso estudo e pesquisa. Portanto, para fazê-las não há
alternativa senão sairmos da zona de conforto.

Uma sequência didática, assim como a música, precisa de um começo um meio e um fim e, além disso,
de muita inspiração.

Ao organizar uma sequência didática, é preciso preparar detalhadamente cada um dos passos do
trabalho:
1º passo : Recepção/emoção
• Emoção
• Sensibilidade
• Interação social
• Simbolização

As emoções têm papel preponderante no desenvolvimento da pessoa. É por


meio delas que o aluno exterioriza seus desejos e suas vontades.
Em geral são manifestações que expressam um universo importante e perceptível, mas pouco
estimulado pelos modelos tradicionais de ensino.
(A origem do pensamento da criança. H. Wallon,
1989)
2º passo: trabalho com a exploração dos Sentidos
• Tato
• Visão
• Olfato
• Gustação
• Audição
3º passo: trabalho com uma ou mais Linguagens
• Pictórica – desenho
• Musical – vocalização, oralidade, rota fonológica e voz
• Sinestésica – movimento/psicomotricidade
• Midiática – computador
• Gráfica – as letras e os números
4º passo: trabalho explorando uma ou mais Formas
• Aplainar
• Ampliar
• Reduzir
• Juntar
• Modificar
• Quadrado
• Triângulo
• Círculo
• Retângulo
5º passo: é quando o educador pode lincar conteúdos (Interdisciplinaridade)
• Natureza e sociedade
• Identidade e autonomia
• Movimento
• Música
• Artes visuais
• Literatura Infantil
Não é demais dizer que estes passos não possuem ordem definida, ou seja, o educador pode realizar
uma atividade interdisciplinar antes de realizar uma atividade com formas e assim sucessivamente.

O importante é lembrar que o conteúdo a ser trabalhado naquela UNIDADE CORPORATIVA precisa
passar por todas as linguagens e por todas as etapas, passo a passo, pois é esta diversidade na
metodologia que vai possibilitar muito mais estímulo à criança e consequentemente deixará a ela uma
organicidade imprescindível para que ela possa perceber as lógicas que o mundo e os conhecimentos
desencadeiam.
CONCEITOS ESSENCIAIS

• ÓRBITA PEDAGÓGICA: sistema que apresenta os conteúdos que estão diretamente ligados uns
aos outros dentro de cada temática. (Almeida, 2010)
• UNIDADE CORPORATIVA: organização dos temas para compor interrelações com a vida da
criança. Esta unidade tem o objetivo de unir, dar sequência, e apresentar a lógica do cotidiano.
(Almeida, 2010)
• SEQUÊNCIA DIDÁTICA: é uma maneira de encaixar os conteúdos a um tema e por sua vez a outro
dando logicidade ao trabalho pedagógico diário. Para haver sequência didática o aluno pode ter o
trabalho desenvolvido a partir da música, dos jogos, das brincadeiras, do lúdico, do material concreto,
dos textos e das explorações livres.
• TEXTO:

conjunto de palavras de um autor, em livro, folheto, documento etc. (p. opos. a comentários,
adiantamentos, sumários, tradução etc.);
redação original de qualquer obra escrita;
conjunto de palavras citadas para provar alguma ideia ou doutrina; 3 trecho ou fragmentos de obras
de um autor.
diz-se do material ilustrativo de uma obra (p. ex., gravura, mapa, foto, desenho etc.) que se imprime
à parte, ger. em papel especial e em folha(s), não numerada(s) ou com numeração autônoma, que se
intercala(m) entre os cadernos dos livros.
• PORTADORES DE TEXTO: São objetos que, contendo diversos produtos, possuem marcas escritas.
Pode ser também conhecido como o suporte de texto.

Os portadores de textos podem ser:


uma placa de trânsito;
muitos movimentos feitos pelos guardas de trânsitos;
elementos semióticos, principalmente em embalagens, em manuais, em roteiros turísticos;
os gestos de despedidas, de tchau, de adeus, o gesto de jogar beijo, o gesto de dizer que tudo está
positivo, o gesto de dizer com a cabeça uma negação, o movimento da cabeça como uma afirmação
e o movimento que fazemos com as mãos no sentido de chamar alguém.
• SUPORTES DE TEXTO: são suportes os objetos elaborados especialmente para a escrita, como
livros, revistas, papéis administrativos, periódicos, documentos em geral.
• TRABALHO COLETIVO: redigir a partir de assuntos desenvolvidos nas diferentes disciplinas,
trabalhos contendo: objetivo, procedimento e conclusão. Neste caso o professor vai redigir o objetivo
junto com o aluno, explicando a eles o que significa objetivo, assim como procedimento e conclusão.
• HORA DA LEITURA: é o momento em que o professor fará a leitura para os alunos, utilizando
diversos textos (contos e fábulas). Antes de iniciar a leitura é importante que o professor faça a
apresentação da obra (autor, título, editora, ano, etc.). Poderá ser feita também a troca entre os
professores. O professor de uma turma realiza a leitura para outra turma, e assim sucessivamente, ou
então pode-se reunir todos os alunos e a cada dia um professor realiza a leitura.
• CARTAZES: trabalhar com os alunos, por exemplo, Direitos e Deveres, construindo com eles e
deixando sempre que eles construam. É interessante que o professor dirija o trabalho de maneira que
os itens de deveres e direitos tenham o mesmo número. COMBINADOS da sala: O que eu posso e o
que eu não posso fazer. COMBINADOS do recreio: estabelecer com os alunos o objetivo do recreio.

• ENTREVISTA: momento em que são convidados artistas da região ou profissionais especializados


(bombeiros, eletricistas, engenheiros, professores, repentistas, contadores de histórias, etc.) para
irem à escola e fazer uma apresentação/palestra/conversa. O evento demanda ação das crianças
junto com o(a) professor(a): elaborar o cronograma, selecionar as pessoas, fazer o convite, organizar
a apresentação da pessoa, avaliar a atividade, etc.
UNIDADE CORPORATIVA
DICAS PARA A ALFABETIZAÇÃO

• Ambiente alfabetizador: Traga músicas para a sala de aula, assistam filmes, façam teatros,
pendurem o que as crianças quiserem nas paredes, cultivem plantas na sala, leiam jornais, façam
paródias, desenhem, pintem, façam esculturas de papel, de argila; modelem, movimentem,
conversem e vivam todas estas possibilidades. Isso é um ambiente alfabetizador.

• Leituras compartilhadas: É um trabalho de estimulação. Ler o jornal para os alunos, pedir para eles
“lerem” pelas imagens e tentar decifrar o que estão achando; ler história, mapas, enciclopédias, gibis,
revistas semanais, bulas de remédio, receitas de comidas, instruções e assim por diante. Ler, ler de
tudo, ler muito, junto com os alunos.
• Desconstrua tudo: depois de uma boa leitura necessariamente devem surgir perguntas; se elas não
surgirem, provoque-as. Faça você mesmo as perguntas que gostaria que seus alunos fizessem, mas
não fizeram. Os alunos podem não fazê-las porque ainda não sabem ou ainda não pegaram o jeito da
coisa, mas é só provocar que as coisas começam a acontecer. Ao desconstruir o que leu o
movimento surgirá naturalmente e como movimento gera movimento, eis a maravilha da
alfabetização se dando.

• Use tudo em caixa alta e cursiva ao mesmo tempo: ao registrar uma pergunta feita pelo aluno,
Professora, como se escreve isso?, faça sempre em caixa alta porque esta letra facilita a visualização
do traço por parte da criança. Letras peladinhas, sem frufrus e em caixa alta, facilitam a
compreensão. No entanto, como nós não ficaremos o resto da vida escrevendo assim, é importante já
apresentar neste momento a outra forma de registro da mesma palavra, a letra em caixa baixa, ou
minúscula e a cursiva.
JOGOS E BRINCADEIRAS
• Jogos:
Só após os 3 anos uma criança consegue se sensibilizar para o jogo, antes disto, é impossível;
Os jogos podem ser divididos em:
a) jogos motores – têm como principal objetivo o desenvolvimento, o aprimoramento ou a
manutenção das capacidades físicas e também das habilidades motoras.
b) jogos cognitivos – são aqueles que estimulam e desenvolvem funções cognitivas como a
percepção, atenção, memória, linguagem, as funções executivas (raciocínio, lógica, estratégias,
tomada de decisões e resolução de problemas), dentre outros.
c) jogos afetivos - são aqueles que possibilitam às crianças trocas afetivas intensas na sua
realização. Requerem socialização.
• Nos jogos as crianças aprendem: Regras;
A ganhar e a perder; A esperar a sua vez; A
dividir;
A aguçar os sentidos;
A pensar sistematicamente; A ter autonomia;
A socializar-se; Etc.
• Brincadeiras:
A brincadeira se caracteriza por alguma estruturação e pela utilização de regras.
A brincadeira é uma atividade que pode ser tanto coletiva quanto individual.
Na brincadeira a existência das regras não limita a ação lúdica, a criança pode modificá-la,
ausentar-se quando desejar, incluir novos membros, modificar as próprias regras, enfim existe
maior liberdade de ação para as crianças.
A brincadeira pode ou não usar o brinquedo.
A brincadeira, sempre que possível, deve incluir o mundo adulto, na forma de faz-de-conta.
O que se espera que os alunos aprendam com a
OBJETIVOS atividade proposta, tendo como foco a aprendizagem, e
não o ensino.

Conteúdos curriculares trabalhados na atividade.

CONTEÚDOS MATERIAL
NECESSÁRIO

Envolve as várias etapas da atividade, as intervenções


TEMPO ESTIMADO a serem feitas, a criação de situações mais adequadas
à realidade da turma.

Verificação do processo de aprendizagem. Parâmetros


DESENVOLVIMENTO a serem usados no decorrer das etapas. Atividades
específicas, como problemas e perguntas.

AVALIAÇÃO

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