As duas composições contendo metacaulino apresentam um comportamento
similar entre os 7 dias e os 14 dias de cura, o que significa que nesse período não deve haver reacção significativa das cinzas volantes da composição B- 15Mk-15CV. A partir dos 14 dias de cura, a maior quantidade de cimento da composição B-15Mk é compensada pela sinergia entre as cinzas e o metacaulino da composição B-15Mk-15CV, o que faz com que tenha uma resistividade superior para os 28 dias de cura.
Esta última composição apresenta um baixo risco de corrosão, de acordo
com o Comité Euro-Internacional du Beton - CEB 192 (Tabela 5.6) a partir da 3ª semana e a sua resistividade crescente leva a que tenha um risco muito baixo a curto prazo. O risco de corrosão para o betão de referência sem adições é sempre elevado. Como este parâmetro está associado ao início da corrosão das armaduras (Ferreira & Jalali, 2006; Ozkan & Gjorv,2008), a utilização de betões com cinzas e metacaulino é uma boa opção para o seu impedimento.
Tabela 5.6: Risco de corrosão das armaduras de acordo com a resistividade
do betão Resistividade do betão (Ω.m) Risco de corrosão <50 Muito elevada 50-100 Elevada 100-200 Baixa >200 Muito baixa
Erdem & Kirca (2008) compararam o desempenho de betões de alta
resistência à base de misturas binárias (cimento + sílica de fumo), com betões à base de misturas ternárias (cimento+ sílica de fumo +cinzas volantes) e (cimento+ sílica de fumo+escórias de alto forno), concluindo que os betões com misturas ligantes ternárias são mais efectivos que os betões contendo somente cimento e sílica de fumo. Estes autores referem ainda que nas misturas ternárias a presença de escórias de alto forno conduz a melhores resultados que as cinzas volantes da classe F, mas ainda assim menores quando a comparação é feita em relação ás cinzas volantes da classe C.
Sousa et al. (2010) referem que as lamas de minas de tungsténio apresentam
reactividade pozolânica após serem calcinadas a 950 ºC durante 2h, condições térmicas essas que tinham aliás sido utilizadas pela primeira vez por outros autores (Torgal 2007a; Torgal et al., 2010).
Guneyisi & Gesoglu (2008) analisaram o desempenho de betões com
elevados volumes de escórias de alto forno, até 80% (Figura 5.10).