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  • Introducao Critica Ao Direito

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    Introdução crítica ao direito brasileiro

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    Michel Miaille _ANTRODUCAO CRITICA : AO DIREITO plifleagées tedricas e a interpretocdes que me parecer erifledvels Be crosntuarmos as obras escritas por do marzistes sobre a ieorta iMerista do direite (como K, STOVANOVITCH, La Pensée marxiste Ae prot, col. Sup, P. U. F, Paris, 1375) mio restam sendo inves: flgagoes erfticas dificitmente ‘acessiveis a um nedfito, tcis somo AP EDELMAN, La D1vlt saisi par la photographie, Eiéments pour une théorie marxiste da droit, Maspero, Paris, 1073. ‘Como em muitas outras ccasides, inor € rogressar aos pré- prios clissicos. 0 texto mais claro e mats imteressante continue a sr irye mB PASUKANTS, Théorie générale du croit ot Maraisine, £. D. Z, Pants, 1976, 2, claro, alguns textos de Marz, de Bagels ou de Lene que se encontrarto ao tongo deste meu irabsiho. Nustes condigées, mesmo os nia estulantes poderdo ser interes- sados peta descoberia do que é 0 mundo dos furistas: foi também Logos, PU. F, Paris, 19'Z) ou entio d (R. LEGEAIS, Clots pour le droit, Seghers, Faris, 1973). 0 terio que 000 ler deve ser tomado por aquilo que é: uma investigagio que inicia 0 por em causa de uma praca forte ainda Sela.‘ oritan que este trbetho susctar sto benvindas para zros- seguir este objective. Devembro, 1975 INTRODUCAO sob @ sua aparente 7m efetto, no nos uma introdugdo eritica ao aireito: este it obsereagies. Conver, ‘Tal objective ‘primeiro lugar, pedagdcico: tratase de con- nidar aquete que inicia 0 cetudo do Gireito a uma refleio sobre aguilo que tal fazer. Neste sentido, este profecto ado fot ainda rent. 2ado em mumerosas universiaades em Franca. Voots acabam de chegar 4 untversidade e'escotteram a unidade ae ensino e ivestigaodo (U. E. R)* furidiea. De momento, mio tert senfio uma Dastante confusa do gue pode ser o direito. Eis que chega e tempo um curso de aintroducéo ao direlton’ ele vet Rertamente responder & expectative de ume dojinigio do nosso estudo. Desenganemse: mio t realmente, introducéo ao direito. Assim € fella a universidade nos seus deparlamentos jurtdi % certo que hd uma parte de uma cadeirt, a de dire quo se inlitua: wfntroducéo ao direitos, Mas como mostra Ser-vos-d dada tlosomente—e ¢ id tra dos conhectmentos que wo constinér o conteddo das cadeiras Gue haode vir 10 primetro ano tembém em todo o curse de Heen- Siitura, Por outras palavras, esla cintroduedov surge como wma apresentacdo, nio como umd reflexéo. He, aparentemente, aigima Yagioa nesia posigio: como poderia um nedjtto reflzotir sobre aqutlo (que mio conheoo ainda? Primeizo, é preciso aprender; podlersed, em TO, B, R,, Unite Genselgaement ct do rechershe, —¥, 7. 1s ‘rma introducdo Critica ao Di seguida reflectir?. Enconirase, eniao, justisteato reflerto sobre 0 direito, leva a uma apresentaca Pode comecar-se imedintamente: «0 diretio ¢ ‘que ..», ote. als apreeentagio, no entaaio, nfo é neutrs. £ 0 que vou tentar demonstrar. ‘© que serio, pois, uma introdugdo erftion ao io de regres J. Uma introducdo Comecemos por um relembrar de soeabuildri que fard compreen- der melhor 0 aleznce da terefa. Introdusir é wm termo composto Gus ‘palavras latinas: um advérbio (intro) 6 um verbo (ducere) Ghiroduar € condueir de em luyer pare outro, fazer ponetrar nam lugar novo. ‘Ora, ao cotrdrio do que se poderia cago de um tuger para owtro, este 7a Nao hd introducio que se imponha por st mesma, pel toas, Tomemos wn exemplo para nos convencermos desl = Imente pensar, esta desto- “f visita a uma casa desconh ¢ sempre Jaeonia visitar, jazvos, de facto, deacobrir tas hd sempre portas que permanccem ‘pinttam, ¢, mauites pezes, uma orden a fea do edificio. Em suma, voc mmeiras: essa introducdo fechedas, sonas que se, nad eisita que néo corresponde fore D aspaste nroduaido pelo tempo e a etme: team fe, nan trés hipoteses que aabamos ce Ye casa, ras fos, no fundo muito tenento que temos Bite esempio ndo é mais do que uma comporac fs, mas permite compreender 10 i = bag scam “pepo sobre 0 8 16 pezes com 0 seu interes: Gmonciae B isto vale, por meioria de Tuelo, quando se trata de tntre- 330 social como 0 Universo furidico: o direito dmcia material de uma casa, ndo & detimttads no sepago por paredes © portas, Quando eu tomo a iniciativa de v0 ‘0, tome a responsabliidade de abrir certas porias, fe conducir os v0s803 passes num delerminaio sentido, de ehamar ff possa alensao para este elemento nao para um outro3. Ora, quem Saberd dizer se as portes que cu obri cram as boas? Se o sentido da tisita ero instrutivo para o visitante? Estas quesiées afiguram-se-me fundamentals quando 9¢ aborda 2 descoberta de wm higor novo: & exactamente mas respostas que thes dermos que noderels proverme o inferesse 0 valor do que arson fear ‘2. pois, extremamente importante pre- Cisar 9 que é uma Int . ‘Com efelto, pore retomer a imagem da visita guiada, 0 comheck mento que tiordes da cosa dependerd, como ¢ evidente, do que 0 Quie 208 tiver mostrado: podereis maulto bem nio ter visto seno ax Gevendéncias de sernigo, as salas de visilas ow somenic os jardins Arrigcais vo: a ‘vida domdéstice nessa dag relagdes soctals jo. mundanas. B essa Imagem que vos tiverem dato poderd mar jas no ponto de no voliardes a folar dessa casa Sendo em termos Ge cosinha ou om termos da salfio. Todas as diseussdes que tiverdes, Gorewante, sobre ota oats, noderdo resentise esse conhecimento addes, 94 que i, ¢ comperacdo ‘que, voluntaria- ia 4 quatquer ments, poderia recusar-vos @ acesso a certes partes da casa Mus Poderiamos Denar noutras comparacées em gue este curtosa perso. oem. que ninguém fosse resnonsdvel pelos erros de qualquer outre, de Por outros valauras, segundo 08 voszo: gostos, 0s possos wossos hibites, races poderism mullo bem «escolhers, rreias em Iugcr de fabricas, vairros comercicis em vex de fectizamente, descoverta @ cidade, ow re. fr & nossa primeira trrayem mais impor- ter: a introducéo mum lugar novo ndo efetio de um soon sabiamente preparado por alguns guias % Tal € 4 minha terefa qe guia que nfo ¢ mals Go que @ tradaghe de pedagogo, 7 EE vocts serlam as vittmaas mudas © inocentes. 4 um mecanismo maguiavélico para fechar portas, qualquer titrodueao pode ser com Garuda 2 um iinerdrio ovjo sentida @ desensoloimento qunea, se Biedos eo acaso ¢ condenam quiay ¢ visitantes « mumea abrir certas portas imteraitas. Meo é real ¢ tanto mts insidioeo quanto a nossa wniver tode-poderoxos de ai 8 set no aftrmd nenhiuma ertodosia precisa a respeitar: jaas, aparenteraente possivel, tudo pode sor dite, Nao hé introducic Siicial. dasim, todos 08 estudantes e @ maicrie dos professores podem due abrinam todas as portas, em desmascarar guias desonestos; de ouber porque é que a tisits se faz sompre no mesmo ; forque é que «do rempre as mermas portas que sdo oberias ras. fechadas. ‘Convenha-se que estas quesiées niio 150 desprovides de impor. tanoia 1d que, em definitive, € © problema do conterido da introdueto eee ce enoonira colocat, fusiamente quendo enkuma directive sia ou aqueln direceao. sr onlanto, nada de tide i990 se deize adivinkar ne pratica. ‘aparenctas de ura siraplos ice: tudo se passe como se, Jemitiarisagéio com @ partir de defini a pessoa juri Galice ¢ 0 direito prisado, 0 contrato, a te, as devisdeo judicine puplin tos dos poderes pudlicos ¢ toda a teonclopia juriica. Accba Son se ler a idsla de que, 20 juno, « introdugia 6 uma colsa simples, re ter enka © esprrilo esclarecide & um pouzo de boa vontade & mg mais. um comhecimenta imediaio do mundo juriiteo. Nao ‘gersas maneiras de conhecer 0 diretto: dastaria mergulharcm, im fesitagdes, messe universo e, domainando © vacdbulério © as leas, voces poteriam, em breve, omnarse juristas conhecedores, ries oe nenhuraa introducéo € neutra, se todo 0 itinerdrio cont i sua logiee 2 as suae consequéncias, esta impress de um 1“ mediaio ap direlto corre todos co riseos de ser uma false is, @ pena parar um pouco no limiar desse mundo td em jogo ¢ propria qualidade de tode 0 conhevimenio iraremos. ‘guitima palavre. Na sequéncia de acontectmentos que nada jams’ de oasionsis—e cua historia feremos mais torde—a intto. fnela. ao direlio € objecto nos programas actuats* de vm ensing fiutprado ne eadcire do dircito civil do ano respective. Esta situacao Monreta cues consequénclas importantes. Em primelro lugar, & intro” Whugho oo direiio @ airliuids, excepto om algumas universidades, 10” S 18 robre a da tdgice juridion, A introducéo ao paginas 2 saber. Néo &, pois, de espattar que a sresenca da iztro- Tuto nos programas funeione como ume auséacia. Cruet auséncia | le 80 aipuas dsofos do direito lamentam, de Jorma isolada, em fevistas especializuzas '! Ao fim © ao cabo, 0 conhecimenlo juridica pederia dispensar urea refiexdo sopre o direito. ‘Mas hd ume sepunta consequoncia, ce igual gravidade. Sendo a introducdo 20 Jireifo ensinada pelo professor de direito toll, fepareee como ma parte do direito cil e néo verdadeiramente come | dma introtueia a utotos o déreito. E interessante a esie respeito / consultar os menuais © as sebentas, Apesor de certos esjorcos, @ | a dd direito pricado predomina, 0 que obrina, a maior parte do 1, 08 outros projessorea do primeiro ana a darem, cada wm ‘sua bez, tna tntrodugio .. a0 seu ramo do direito. © esludante! mm @ tmpressao d2 ouctr ir¢s OL quatro veecs desenvoteime . Heor 2, nesta abundancia, se perde a intradugdo ao direito, Este constalagda € do verdadeira que roras Sco as ientattoas de coarde- | facdo que tamkam tido éxito. Prufoe da interdisciplinariade de 1368, fe experiéneins repressaram rouco @ pouro as tranigdes, e a miro- dugio ao dirsito perde o seu tugar de reflerio comum no conjunto \ os problemas juridicos. | °° as he ina mais grave do. que isto: @ inlroducéo, ao dirito | nao ¢ de toeo sentida como uma necessiiaze, Cada um pode reatizt.ta | Tuma eadeira ou mesmo to falar dela: ofinal, 4950 ndo tom impor. Maneia nevkuma B preciso saber, como pertinestemente nota wm Lec era ctodos os professores pouem coniexlerse com a iniro- | Gueio do professor de direifo civil, sera enareinar sequer se oartithare | Sone opiniée Conteniamse com ela torto melhor quanto tats ! nas conenisias STS NIEDRRICAER, sitions a» philomphie da droit dans Jes mamucls contemsetsine te Urol chile, Archives de phtocophie die droll, 1865p. 248. introduedes detsam, todas elas, uma rmpressdo de newiratixmox, Que haje ou nao introduedo, nada s% modificera por isso nos estudos peitos nas endeiras. Na reatidade, nfia nd verdadsiremente introduefo ao direito no sentido om que se revele nev! Ge conhecer 0 diroito. Podess quando € certo que, tradicions Hos, quer se trate de literature propriaraente dita ou de de historia, @ fortiorl de Mosofi, néo se concede 9 ropecdo sotre 0 seu proprio objective. Veremos gue est inflo etiste nor sceso: bosianos, ce momento, tomar cows uma introéueda ao diretto que seja 0 des ‘que vamos sequir. nio € qualeuer introducdo que esta elarificago: 6 por egsa rovio que et 1@ pare nos fornecer fico exte de critica II. Uma introdugéo critica Para campreender o alcance deste adjectivo, € preciso, eff BR meite tour, reembrar avembicto.do-projecto:iniroauair b cei ‘re, mn spud wk ped chin, Be resto @ et #2 to ao tivatto que ousls nto $ desentotoita em qualquer instituigdo: ela ¢ 0 objecto de wm ensina ministrado Juma unidede de ensine © nvestigacéo integrada numa univereidade. 028, io, por definiedo, aqueles onde se labora e trans de que sater se trala; oquele que © cue € 0 direito—teremos yental—mas ttm estudante de dircito pode ter 0 desejo conhecer a direlto methor do que pelas instituiedes sccial Hares que 0 condusiram até Id: cle pode etigir que se produen diante de sia clencia furidioa, Introdusir 0 dirvito 6, tm: Gueir clentificamente 0 direito ou tntrodusir a cién ‘Se 6 este 0 desejo do recér-chegado c, 20 mesmo tempo, a ambi- edo do professor, serd, pals, necessdria uz nos interroguemos sorta. Jente sobre 0 que é wn pensamento cleniffico. Nido se trata de um Hixo initit, uma, observacio filosofica sem tmporvaacia, uma perda de tempe: se eu ndo eetiver altura de ser introduzido cientstica mente na diretio, 6 enlfo de duridar de todos o3 conhectmentos que ‘me poderio ser ensinedos. Ouai & 9 volor de uma instituicdo que do conscque redllzar 0 que ela inscrene nos seus fronties? B, seo Umnlversidade {4 nfo é 0 lugar onde a eigncla 6 produaide, entia pare que serve sla « onde € que se poderia encontrar um conhecimento clentifico? Volto, pols, 20 préprio qualificativo desta introdugao: erisica, Primetramente, afastemos uma inlerpretacto gue, emdora e2r- 2» srradia. 0 termo critica ado tem o signt pessoas quo nos rodewm wm corrigis tal erro, a colmatar clencia, Crittear, upesar do ser stnonimo ce por em causa. A Yém neda emi comum com uma Com efeito, no conjunto bastante homegeneo dos professores que ao direilo, néo deioan de encontrarse © sapirito no entanto,ZL0> i pariantes de ume melodia smica:-anflO) ieados~~ 3 ‘ara disiarcer a pro. preciso tomar 0 termo em Ae aDer ONAN eCeT~O-WETASTET. Repe wOMTTS ESTE Tato {| resterea Agusta qe” € pFOErIO ce um Pensumento wbstraeto j.iy sie precisimente em poder evocar «coisas» ow reaiidades ma sua ~~ propria auséncia, A atslraceto ‘lelectual ‘eavala, mesmo que rao tenha ume jade, que pareee © pensamento critizo é-mais do que 9 penaamente-cbsleacte.-£.nr26!00 CONTAINED “C“Tlechios~ Que uer—nto dizer! O.zepsariento 7) ution, Paitions de Minult, Paris, 1068 1a) 6 de Ietura facile Gxtrernamente Leta soja. consctente quer inconsciente. A reatidads que me surge num ado miements” Wad 8, -HOS, st de jac Um pensament scompreender esta existénoia Jor positioisia win peneamento que se limite a descrever 0 gue plsivel, @ mostrar que uma me dagueld manetya, com estas ou aquelas cara a dos detolhes que ev poderst produzir sobre esta realidede, tel fom elz se me apresenia, poderd dar-me dela um certo conhect hecimento sera ce aigure modo wnila ow dade da sua exis ‘que 0 produin como pols, faser aaparecers 9 aue iments e gue, no entanto, € | mate, +A realidace € colse diverse 0 muito mais 160...) mar Imguogert: das factos**», Tome. ‘apassay © estrita desorigto, ou a pore mosirar de que € que sig nascen, cs tronsfarmacées 1 fa. Daret entéo dessa cozstrecdo tm jeeacoes ‘suma, eu Tetategro este objecto Joo mois visto, mais camplela, que € a do# outros ob ‘aconlecimentos aparentement: nis, nc eniaato, 60 8? lo critica: ele merece neste sentido em que, jando a que mio # sivel, ele se Tecuso a cror ca diser que a ar sas fases. Vise que campo se abre asi momento em que ela tome este caminko, tuais que se reduzem a uma técnica de aplicar a inteligencia oo metnor recen' ‘oldnelae sociais tran ama as suas dimensdes, w058e. accmtecim: g.mora descriedis-the. cote. a6 istente, Porgue, om definitive, tralasa de. saber porque tural acsodecouit tated PES tra significasdo pore ponto aero do conhecimento, teremos opori firmecéo, O saber clentifico pode ser representado com balio nunce terminado para jormular em termos mats exictos © object e os mélodos da sua mvestigacdo, O comhecimento de hoje 30 € bem sabido, mas @ meior parle uma represenlagao indo au samemto que, desde 0 nriveipio cos tempos, se desenrolaria através da histérie dos homens. Esta historia da ciencia é pura e simplesmente falsa*- Os prooressos cies sto sempre, segundo 0 termo consagrado cujo si se esqiuece, econquistesy: hé wm que ateca e outro que é vencido. O conhecimento de hoje € recortatlo sobre 0 conheti- mento de rdad2 que descobrir em ciéncia aaterior, mos propor um outro Hisar apence um eremplo, Coper- sformao radi ‘enquanto pretensdo clentifica ¢ subatituithe todo E preciso ansolulemente tembrar que, se Galitew cepedio do precedente, apresenta-ss como totalmente now, Hoje ficais ceria Inente espantados perante o obscurantismo da Igreia oficial que forea Galliex a adjurar ae sins descobestes; no entanto, néo esquecamos Que e Igreia ¢ ¢ Universidade dessa época sto as instituloOes emt ensinada ¢ estudade a verdade, a verdade do conhecimento. sporeses, Pasteur, alguns aéeulos depois, terd ificoss pouco comvencidos . Por oulras palavras, tar, de egolpes de Jo ia das duction 20 direito ¢ precisamente realicado numa inatituiodo, a universidace, gue € 0 ‘ugar da everdader moe todos aaostumedos 2 Hicia de que o que € dito i 19 woerdiudeiron, Beta é « raxdo ‘profesgores dizera: 0 entanto, deiaat pols qual Sendc, a untversidade nao vos por tm ‘um inverno cle? é ida camo «nerdai idente pudesse ser object de wrt ata que radioat? Paivea seja posstvel w mais onge, on melhor, por OutTO Zininho, em rolegéo as vas jé trapatas, Talves faja porias que usvamos abrir que az doutrinas precedentes & as afirmacbes de hoje Be for a qire 098 conuide toda a reflerdo do cionlijies, ela reveste de iguém sabe 0 que afinal de con- ‘sabe que dificuldades nos experam nessa exploragi. 3s eonduzir por caminiuos solitari ites . esjorgo de reflent0 ceus riseor © todas es suas aberiuras tice roferese a wm objects particular: 0 Gireitor III. Unita introdugao eritica ao direito © terma direita conhece as metamorfoses de intmeros outros lermos do nosso vocabuidrio: tem varios sentides. Nao é, em gerat, tina difiowdede iniransporivel, mas para a nosso trabaiho pode ser lum obstéculo importante. Parlamos te uma evidéneia para mostrar a comoleridede do im qual 0 objecto dor cossoe estudos (je jain du droit) — nao familias bur relton (il fail son droit) — ie fazem reyrus de direito, ‘mostra suficientemente a froito. ifica simullaneamente 0 cof “juridicas) que regem 0 comportamento dos ¢ 0 cunhecimento quo se pode fer dessas regras. lovra pera designar cvwze duce real a funto des regres homens em sociedad © francés nio tem senao wma dodes. Esta qualidade de st shamais ¢ cadeiras sob a distinczo eleyante dos wooibutos: dircite- “arte, direitocienela, ‘b airsito é, em primeira Tucar, um conjunto de tecnices pare reduzir of antagonismos ‘para permilir wma vide Go pacijtos Taunt possivel entre homens Zrepensor ts puizdes, £ der conta do Rerecter fautuanie e praymético desea arte, urna arte ntores da wverdeder tedrica, deirando para os te elitienedo dag téenicas jurt coma arie, mas gommeds implicitamento zola pre o lugar de desteque, Soalante tecnocréticn, comvencer-aora de que evisle realmente wna de algum mode, mas wna ciencia, a} yeitas cntre priticos e jag veeee donunciaila, entre conh prélicas, entre a wniversidade o 0 muni para todas as espécies de ensino. Quero devigner 0 gue ele reveste was untuersidades em que se ensina fom dejiniiioo, € 1380 mesmo que 7 ‘separagao cignciaarle © da sunremacia tm ere etre cv otadon eproventars co eaprett one & mente como um retomar ca maiéria truta cada pela prétice jurtdioa aon les, eum aos fe uiade, ste ce coe race praca do. dive. erate do reo ee te Epojemor en tieto wrest ee tlees depention, nos moe tee te ee, Pen a aociedate Jen arg: ProdiO rumentOe “neces to tipo de Robe. uae teyten | aporentemente, ¢ maior perte ‘eostingéacias do pnitice: esperar que, como nos Selas cpdréncias ¢ ndo tomando as o fs realigades explicctivas do reat, via. pisivel na sua estrutura © no cue of yprdtica, da ciéncic juridtea’ na universidade Esse nao é, portanto, 0 direlto mo gual @ Talos nebitualmente 6 imtroduzide. De facto, ee ¢ introdueide ‘com a sociedade as apresenta € as propoe Bes to numa rejteato sobre cess téenicas. Ndo é, zortanto, sence ararentemente, que direitoaris ¢ dire yacontram Sepa- ldo se passa, nia is que « oui yrreta dues consequencies ‘E com gue cuidado, alids, o formatismo iguardate. 0 plano cm duas perfel fold @ escovistica ester o de toda a ‘dria, é vercade que € Gado um certo conte ce pacional dos ‘necanismos jurtdicos. N ox es}or jados @ gue chegaram. plezo de universitirio @ ajuder, serlamos foriemente tentados a pen: truir uma cfdacia ‘porte des vet dar conta do produeiéo, Por Giiode de expliciter mais torde, a ciéncia furidied, meds pblinalmente, néo é mais do que wma formalieaeso, uma especie de racior Guridicos mais ou menos Romogéneos Computivels entre ai, A clencia, juridiea-timite feoko, excustiog em algiis easos, por emcstray TG LAVEOTACHS, Fister Tropigues, Plem, Pasig, 1095, Totrodugto das regras..e, dex jo dos ostudos de direito 20 eapirita do comum dos mortais ilegoes ¢ de uma boa m: Girello pode ser esse mons follo esse conjunto surge de a groducio Geagerado dos programas de ensino, Que disor dos da Heenciaiura em Cuds ano trae novos problemas para anatisor, cada cejorma aorescenta Ou wm captiulo ou wm object no um aspecte, nto somen 8 ensinamentos juridicos so afiitiv (0 que se chama investigacdo em ciéncia furidica sofre 0 mesmo destino: os tees tormamse enormes ¢o Aemonstrazdo; mesmo as antigas dissertades dos um esforgo de ordenacio, de clarificagéo numa selva cada vea reais imextrmeavel. Tudo se passa como se of tedrices tixessem por tintca do Triownal de Cassugdo ou anoler nas antigas focuddades de dirsito com a palovra de ordem dastente ambigua de um sregresso 4a reclidatee ¢ as necessidades ventides pela sociedades, Para cviter que se aprofunde 0 fosso existente ontre Universidade © socledude, posse a universilede a escola de socks- edo 0 gee quero mostrar & que a teoria dos #1 a maior parte dee vezes, mais do que o decalgue das inst meios e das tentoan do mundo dos pritices. Ora, se é normal que tes criem e ufitlzom cortas nogées ¢ cerlos insirumentos, & eurioso , os elementos da «tzorie jurtdiess. Se, por exemplo, @.dlteda qalbieo-c.cixeto-pricado.e siftulvGneamente Gia precurwor: @, GUBDORE, L'Unsversits at questi. comoda @ #fjl-2a-nossa-sociedads, 6, era.conteapartida, asscuttoel. que clase] coneiderada como uma olassificacéo ft ital da cveneia Jurtate: Ora, wosereinDe’ cbseTdat “elmer ORO ¢ flea para o que ¢ suposto ser 0 da elénct i does que no finiam qualquer prevenséo cieatifica Ficase, Gortanto, com direito a ver entre direltoarte © direitowiénsia mals bo que uma simples retacao mas sim és ‘ama outra eonsequéncia, menos aparei jeiagho a qual nio podemos ayora jazer mais do que tragar os cor [omoe, © jurista tedrico, embora cveia que é perfetiamente indepen Gente na sua investignciia © no sex ensino, & 0 joyuste de wma trsdo- Ce so jan mate do quo «refiectirs o sistéraa furidico que julga estar Gs chatlsan, participa na. ova reprodugio. Ajastemos, desde 3é, ume perniciosa querela: «boa fé ou @ sinceridade do nosso teorico ndo erin etusa, Apenus conta 0 movimento que efectimmente se Yee de boa sontede, 20 0. diseurso do wax odes, 08, modoa dé. facio~ ‘ia.pritica soviat que o Fesana isto,.ndo.s6 ele af moldatpda.o sew pensarnsnca, mes tar erodes os que venham ¢ esculdio ¢ a Velo. Mais grave dela cree dentens 6 BePlns. inlibuicaes, 360 dade © 16nita, ele. Jala social O enol aperiase. ue esewlam disso tenhom cons- io que cobre, na reakidads, Zo verdade, coma veremos mis adiante, que esta cxmpticldace Objection é hoje derunciada em diversos lugares: sera prect Cesoncs trabalhadoras denansiem a mistificardo da pretensa liberdade Gare que none regres de direilo vejam elatoradas em matéria de Eontrato de trobaiho, seré precisa ¢ desoolonizagio e o surto de dara que 0 dircifo internacional cls. 8 seus jtadarentos, Por outras palaeras, Jes recobriam, por terene durante i Fr agses eoonomicns, polifieas ow sociais apends fazordvets a Trae arte Geguctor quo os uitiensam ov thes estauara submetites. / ‘adnate ofensfice, por wm lado, exige tor tomado eonscléncia desea reutdate e, yor ovire lado, Tova por camihos novos 0 pros. ceemimenlo’ da tavestigagdo. 16. uéo é pocetvei continuar a ubitiear selimerte, formas, ae meshes se0rias, os mesmon ractodinios para 88 Tiaaras ragras juridicas 1a Sua rectieade, vd nie & wma simples {fuesida de covréncia do pensamento, nem mesmo wma quesido de seesedade infeleclual: a Que cbricaria a consciéncia a ndo perpetuar ‘im discurso que se sabe ser erredo. E pura e simplesmente uma sTietilgeds 20 ponsemonto teorion, onto, ta comma o defin, Pura 2 Uma introducco sreito; um programa amvicioso ¢, no entento, possivel, Tralase, de elgum modo, de fivar as condicoes nas quais um. esiuda ctealifico do direito & hofe possivel. Esta inves: 6 continuacdo o demonstrard amplamente, enor- jue toda a cléncia pega para eomecar sma de langar xn olhar sobre @ munio juridico que nos rodela, € necessério fizar olaramente os pontos de referencia, @ orientazdo gue vamos adopter. ‘Neuhum cientiste vai a0 excontro de rectidade que quer expticar sem «informacion, sem formagar: é, como veremos, uma idela false a de acrediter que © observagdo € a fonte de descoberta*'. Néo se Gercobre senio aquilo que se estaaa pronio intelectuslmente pare Gercobrir, Banos, pois, necessdrio precisar que «questOes» vimn0r colocar co direito para que ele 0s «diya o que ¢ Estas questies ndo podem ter deizadas co ueuvo: els necesscriaments de jor mar as bases de um sistersa do exp ‘por otras palacras, claz ia de uma tooria, ese (0 expirite © @ xolhare wudo juridice que nos mats OU menus repressive, combateremas tem eomhecer a muitza acoigess quo una obsernago imocente nos teria fal modo ¢ verdade no haver eféncia senda ciéncia do serd @ nossa segunda tarcfa ‘Serd possitel, nese Torento, analisur de maneiva eritica as dife- tentes teorias que se apresentaram como outras tantas eaplleagoes do direito. Aigumas delas confesscram a sua naturese propriamente Gloséfica, outras pretenderam, mais recentemente, contritwir pare 2 junduoio de uma verdadeira eiéncia do direito quando aio de wnt Gléncia pura Bstaremos em situacéo de poder eprecier essas afit- mages @ luz do quo 7é soubermos desse mundo jurldico, das sias Weonioas ¢ da due Liglos de funcionamenio. Serd essa a nossa tercetra ¢ illima terefa neste introducdo critiea ao direlto. ‘Assim. se explica 0 plano que vou seguir: J parie: Kpistemologia e Direlta, ¢ ah parte: A Arte Jurillea e 25 Contradigoes Sotiats, 34 parte: Cigneis e Fdeologias Jaridicas. GBACHRLARD, Te Nouxel eprit scientifique (1944), P. Us By Pari, 1018 pb. Fendo do eepirite reulsta elentifice, 0 autor esoiere EatRado db lim reslimo de segunda poscio, de um realismo em reacrto Bnew Grunts igual cx polsmica ooatra o iurectato, oe um reaiiune foto fe nusao realiade, ce rasio experimentade 0 PRIMELRA PARTE EPISTEMOLOGIA E DIREITO pore qué compilur as sofiea a vm brabetbo de din Scr interessante Saber o que cla abronge © o interesss qe pode apre- entar pata 8 nossa. InvesUgacko. GC "pure compreender a necossidace de uma rotlexGo opistemolégics soré iit descer & taiz do problema: esta ral € © consiataséo de ums producéo tedrica miltipla O que & que isto quer dize:? Pam com. Precnderem os fenémenos due vs envalvem e os assattam, mi comumicagao £04 @ 2 posstbilldade nfio +d de ‘mas, eobretudo, de se reproduzit, G3 B°cceonvolver, segunco iels internas & sun Wégics. ste dlscurso Glzse abstracto neste sentido em que € formulade com nogdes ot Lue Bie ees eacas a mctodos de {acy texdps eles maarosdos pela crertenas, Em sums, 0 pensomentg abstiacge escape essima b ores do oonereto e elevage 2 um nivel dénde—oS homens podem dominar, B.sSoklnmente pelo menos, 0: aconiecimentos © of fenomenos nos iotcloctanZyeonivann, morguinados, sta producho abstraota @, rum Roitas. saato que 6 proprie dos heme Sendo aipuida, cceinelor a mua mautilictdads, Wo é um dls- Gumo mis vérios que vemos cosxistiom, ‘ GUC ino selo. da Sociedade, Citerel assim 0 discurso religion, Pecurso flosctico, mas também os discursos 44 fnoralista,iterario, poético, politien, saeo.Gpico, clea Sean titsa amoditer aue cada tm destes Glscarsos produzidos pela B mm sector daterminsde, a um objecto espe ecto, lagi entre Deus 2 os fe cle falar do poder. Mas esta atimmacto ¢ cemesizdamento eimplt- feadora: na realidade, estes discursos eThicwarmse uns cam os outros fronteira pode ser tragad, © discurso rolt Gleso fala tarnbém do pader de César e © politico nao ¢ initerente 02 problemas de cla is E puis preciso procarar houtro ledo, j4 que afincl cads um destes dls fom ume vorugao Toverndalca, quer Sizer, tema vocugo para. falar de tudos, pere dar Tis inlerpretegdo global da vida social. Esta concluso reveste uma tonsequencia Imensa para que nos preoospa: onde e como pode fés deccobrir 19 emaranhade complicado destos discurses ie que amolcionamas eseutar ou produzir, quex dizer, o diners econhecer que se trata do discarso cfealif mnente € ingénia ou simpl ue € seri ‘on provenienie de fas. Ora, do que £0 1 , 1 consemuimes determinar Je digeure0, Az coisas 580 mostrar que, e@ nos virarmos foram condenadas no sti tempo eF ‘tudo parece de fal maneira ov ue terfamos estade do laco Io XTX? B mesmo Go sardcter exréneo dos seus yrdpries ensinss pein presiso pensar madurmente antes ce ter cerlezes neste cominio. De Tecto, Ee 6 toessemos 0 desojo de conhecer direito como um amador pode intura an col te menhé, cu a ambigso de falar neaverses ou alimentar ens, ja ineiferente que 0 nosso propésito ‘S610; mud trale-se do uma eoisa completamente Imos ter aoasso a tum corhecimente eientificn do inbroduzimos a old ireito_jusiifice a a esisamenite a art quai aparocem tanto para uma eplstomologia «i jurfaiea—-que somos remetides Nio sbordamos agul ume terre a precigo_pariiz_para. dire) ‘epistemologa, Pode da de fscl eimento das condigdes ds producao que certos autores afirmam’, inate de_conhecimenta. esto Indiedmas again os obshiculos.epistex ne juridlon. A resposte com © leeme ado hobitual quo abria esta _ 1—08 OBSTACULOS EPISTEMOLOGICOS A CONSTITUICAO DF UMA CIENCIA JURIDICA stemoldgioo devose sos trabalhos 42 im linpedimento & produyio do © concoita de obstéct G. Bacholard que 0 deft ordem petoridziea, mas sim de obstésvios objecti hs eondicées hisioricas nas quals 1 invest ion fects assim, esles obstéculs cio diferentes segundo es disciplines « as Spoeas, pols testamanham, em cada uma das hips : da investigegto cient Convém, jarn 5 nosso obiactivo, definir a esnecificidade cos abs slos que enesntramos imediatamente no macmento de precisar & ridien, Tals bs i andlise, podem explicar ‘dee politioas on mniversi ‘Proneriha 8 thle de hipotese de trabalho resumir a andlise aestes obstfculos cob of tris seguintes tilalos: a folsa trangparéncia do Giretts ligadn © uma cominsco o espirito posltivista em Franea Gesde hé mais de wm séowlo; o idealismo profundo das exelicacdes es, entifigne (1998), TG BACHELARD, Le Formutios ce Kewprit ) Juricicas, conscquéncia de uma forma de pensamento que é em muito Jeala @ dae sclededes submnctidas a um rorime capitalists ‘inelments, uma certa imagem do saber onde a ospeclalizadio seria rowfessivamente autorizado us compartimentacdes que constetamod etualmente, 1, A falsa transparéneia do di idicas 2 mais especialmente as «latromugdes a0 ‘s= proveuzam com © problema antes de tudo dificuldace veremos Esiag relagdes no assim a vida dos andl do regras de condute ma do direito apresentase ‘oréem necesséria "», «Do mesmo modo ‘2 socindace nog pode cbrigar por ot menos intonsa ‘a io onieinal © difererciaéa (aa conti ‘pays. 22 © segs.). todes as introducder ‘ag oltagces, NEO as cltamos todas se assemelham as duas ‘para nio tornar pesado est rtiprisy dos jurietas, ‘bordar 0 estado que constitu a primeira di do direito de um modo fda pensamento te6rien tio pemicioss quanto subtil, orque parece ovidente, melhor ninda: poraue parece corfarme (a0 pensamento Glenlitico, Polo mons & imagem que nés fazemos ca cléncia. Esta rimacdo de qua a conhesimento co direito € jodemos tor na nossa socledade. fea urna forme de ciénein juridiea ‘chamada posttivismo. 11 0 Empirismo na descoberta do iretto ndo 6 muito diferente da das wumanns como a soctologia ox a psicologle, sobrelitde; 0 ponto do purtica desia el encontrase ig dune reflexio de tipe teclésico ou metal @ que isto quer azar? ©. diceito, enquanto cor das regres Gue sis realmente 05 708 8 ‘ See cre wea tiodo de transformagio, A referéneis do jorisia nfo 6 dade soladude o que € wa ponio do vist relativaments moderna: (A pe sroréncin 6 Deus, 2 pols, ein Telagko ao casino teolsglon, quer dizer, 74 Jun relogdo t8 suas definigbes, as suas categoriss, aon sevs raciocinios, |", fie propio, define raciovinas. quer sele em ff L do se trata’ de analisar as formas do poder polt- ‘das instituigdes do direito privado refe- ropa eo, quer ante he pescoas © sof bens, em todo o lado se encontra o peso da (eologia: 0 peder do principe £ um cargo conflado por Deus, em 7 Gtr, ectante, parte 414, cap. 2 2 panetio do qual se ordena 0 seu exoroicio; a oxplfcagio das relagées entre as pessoas ¢ Igualmente marae por toda uma coneepgio da Grisgdo e da sua ordem. A lalchagla do dizeiio.a partic da. Renae iedeimumente as, celsas. a De ah a da natureza das coises como fa do vontace ou de equilfbrio. Por consoguinte, a ciénein juridica é | governada yor «conotitory @ novos de reciocinio que Tha vém d& ado, de um sitio que 6 suposto sor o centro ce todo 0 ponst f@ abstraccho metatisica. do conhecimento da cléncia fos foram Precisos para. que ee nhecimento do dircito pouco @ pouco sc liberte desta metatisica preciso, alts, acresconter desde jf que este bertacto 6 parcial o quo encontramos ainda vestizios destes e priori abstractos no estudo Julidico contemporinco. Mas é verdede quo sbarentemente, pelo smn tonto @ investigacio como © ensino do dicito revestem 0 tarieler de um estado eobjectivon. Jé a Bis Gu ser parlidéric deste ou éqquela Slovofia. para encelar on prosseguir estudos de diteiio: ax Faculdectes de dizelto 6, & sombra das cateoress: ome tb ‘Compreende-s¢ que a partir ce agora, anho terreno, mas s@ tenha efirmado como & lente. © signitieado rials sitmples do empiziemo consiste em que too © ont comp restitads da experiencia, Qualquer outro Sek neris reputed de fazer spelo » noséos cua teorias est Uigpotes > Hiosotia, O que ha do mais neuiro, de facts Sheer, ce mals evidente mesmo, do que » constatagio da 2 os rods? © Eslado, o> conbraten, hoje es ‘@ Inonnselente ou 08 um trikunal sparecem em primeiro lugar como objestos reais, se pote veis, Fatem parte de um meio 9 & Tealidade da sua oxis- maig6es ou sepras do dircito Gevora pols cacontrar a atta géneso na observagio ou reconnect Mento da experiércla que dels se posse Iesor, Como conhscer © Hstndo? Evidentemente que nfo, gité a maior parte dos autores, faendo apelo a uma teoria do Estado, admitioa a priori, mas sim observando 9 que é 0 siado, ial como ek em dla, Da mesma manera, uma explicacco do conirate em ditetto'privado de ime expt nfo poderia ser sento = icorlzngio de um conjunto de fenémenos at Be ianpdem a observacde; um cenireto é um score entre duas suesoas que tein por efeito ctiar obrigagGes juridiens, Muilos, ¢ ne fos menos importantes, acrescertariam que 4 ja juridien so extzemamente en Jenéienos quo velhas ou & 208 iio que se nso doscobre] Numerpsos faclos que 08 autores ante cas Tao conkooian vieram hoje trazer novidades © comploxidade hg Tegras juridleas. A exper seriam pois as pela- 50 doc tuabzado, a forttor de uma pesaut cuorme inecavonieate de assen- (ruisme revordar o gue £8 & serapre uma deyperioneia construld Sa fle conhecimantos ° 3 Ga obserragio vulgar. Onde war nao Ve S0nd0 [OTMnBS, cores ou pesos, sveren fabio outra coisa: § aplicncio de wm certo nime; cottenies & materia, ‘Tense, Tauilas vores, tmdencia esqueces cota realldade do. trubsthe suns mes! sentistas, nencia, Non observacio maneira que a téenlea da sonda Gentificas; teorla de propagacio igom, 89 orisializagéos de teorins ite luz, teorin da amostra socicl mats earo & 9 de B, DURE i, 1008, pp. 18 © ses se srientiyue moder gica, O Inlermodiirio entre 0 obstryador e_o_ohiecte observado $ ie facto, a presenga.da beara, Set icarer jéncia ne primeira fila da ee eee ani te dunno este emprismo no pode Esbores, tal como mostrou um alitor a_propdsito Gue pote dewonrir um observador mocente xs wrealidedes . Tonge de ser uma parte. da Ehnecesturiunonte una aaformacao dala, uma reprasentags Hussta, uma socrta realldades? , coniorme ao que , no entanto, sabetnos hoje que ela é falsa. Copémica tem rAo conlra Ptolomeu, porque poe em caoies um pouco mais complexas do gue aa quo intultivamente possuia H, posso legitimamente Cuvidar do valor desi «experiénsian Se 6 evicente que o conhecimento do partir de uma teologia oa de uma mel que nao podcria priverse da colocacio de ut tedricos como condigho pré Gitar que basta abrir os olhos ¢ obsorvar bem 6 um erro epistnmo- ogee. 1 antes um odsticule de quc nos dovemes defender; devemo- hos defender tanto mets quanlo eo ¢ muito subtil, Isto é HO RO pode ser {ello a 3a, 6 niio menos evidente eeplicar esta consequéncia, 1.2 0 Positivismo na explicagito do Direito Tandanors st Dideiren de ta, sod +, Paris, 1959; ler designadamente o epituto to: ona Mi como por scuso—mas nto é de um aca que Cofrovorar a textes Feng10sc8 dream qunlguer Tezaro: 0 estado eientitico rorigio sperentemeate isen! eit experimentalmente constaidvel: 0 ido do vor utmas palsuras, 25 Tegras do direite fisedes vo do aiteito deve set relalivo a ods as texte, 26 u olas. Seve Tascae parooaré inteinamente corresta: pera Ihe aprecitr 0 Tenn Sprouse dizer em rolagéo a que outra corrents, do, pens jurtdivg, Hste_. ‘Aa rogras de direito, sociecado—o dircito frt meinse através dos termos © das inst gan 800 Tnecessidades de vida de socie- ‘cientistas Intervirom, cs homens Gade. K que de facto, antes de fascra dag coises representaghes mals ou menos &dequedés, em qual ‘Guer caso neoessiries ao funcionamento 50 1. Sem esperar por teoria 8 hornans fazem viver iaedes convancionsis. Nio jastion ow a troca. Baslathes maticalos e, em qualquer caso, poder falar doles. Assim, torios Nomeamnog estas realidades que S40 0 Estado, © jw, 9 ean e que & jamos excl artuitig “Que, ‘por serem (devas. Dats uliliné-ios ee yalaar. @acaoam, por Ike ca csiaiuio .clontiticn las sobre 0 Psledo, néo. subvertern realments 0 A: See jiesimeats inbuitivo do Wstado, o que a nossa insercio soclal espuntanearmeste”n07~ "mstitaighn encarzegada, do_bem_da Cen ale Gola af aifictlcadés quo esta tarefa comporte, Tal «amo para-p porta, o-fambla © c5 durifinad da ‘n95sa ia i nade «aprender ¢ 1 ee di para oadil Sonn. aud, oie ova compiendige das cobin © 0s rubles oe, Archives t6 pittosopate ie ima detiniete do cin roomy comclunsce deste, erie, ie tro vauyaue prowoaces Fab, nOgOHs er Topetgto © db hibito que dal results, uma espécle de thesacaie + do autoridade. 45 da arta jurftiea, fas, em_wtima andlise, 9 nossp senso. comm. ¢ sRuioto, Evocniksmos sempre uma confitmacio do Que podla pare cers partide come normal ou légico. — setcile no que vem W-dar uma posicéo positivista: reforgay as ideas reveoidas estas nogBeo foites a que Bacon chamava as %S renogbesp, Ora ej@s Constiiucm justantente wm obstiealo episteric, Jere Etfemamonte grave, Devomos pois dosambaragarmo-nos delas ars ver #8 coisas ta§5 qUais elas so ¢ ado tals como nolas doves Dara asso sistema social, partir dagul, ums explicasie do dircite SGo ve pode limitar so simples enunciads dz constatagio desta 0% daquela Tegra o da andl para alémn deste direlto p: | a espectalidede. Vencermos este primeln obsticulo eplstemolégice é, pois. desti- | zermonos da Idein. da trensparencla do cbjecto. do ostuda:, € sees | Gre as coisas sio mais completas do que agullo ate,» observasso” Seika avers, 6 lor o complexo real sob o Simnples aparente, Pare evitar- sees cow Obsidculo, sera, pois, preciso consirutrmos 0 objecio do estude, 2. O ideaiismo juridico © segundo obstdeulo spistemeiéuico assume a figure, de idee Juusmo, iste obsidculo nto portance aos estates juridiens, mas sSsime BETIS, Telsvo multo pasticalar, Aigune exemplos tirados dos manusis fastruirvosao sobre 0 que enlendo por idealismo. "D xemnplo mais claro encontras0 av trakado ds 1, L. o J. eveaudl ponies mein um carécter pokico pastante interessante. O pri E rneize oapitulo sbre quase ime ‘estas duas leses an pre os que 180 Véem na rogra ao alroito senio Grodute da evolucao ¢ rio a conseguem fundamentar senio sobre 2 Jorge, Que seré para eles 0 estado co direito separado do tode Dprovze de justiga? Vamoz mais Jonge @ afirmemos que ums soce Pile cujas leis Re foeuem fundadas sendo sobre a forga esti votada go desespero € & rule (...). A imensa mato ita fia justiga, julga que 0 oljectivo de direito Os autores terminam com este canto del cheoin ideclista yeltou @ gankar terreno. J4 no hi muitos juristat ye Te MAZBAUD, Leona. op, ete D, 1 a6 a regis do diteito prossegue = realizugio nfo essume esta forma domins: seretamente, neste exlracto: ¢kstas val) aleve fezer remax a justiga. A nacessidade Mio ¢ de protwcgéo das frazos, existe em todos segras de vonchita devern tarahém dar- ‘hos € segnranea, Fodede mesmo dizer que © homom tom mais neces preccupado com soclolog.a juridiou, mas ne cntante fista, Para prova. As rogras de direito nao sparecem sem C8 ad ve ue, para um : i it fhundo encore nas. Wie, a TEA como iperior ao muudo da mat! seno"0 proglita au’ o,efetta 36 sonido. exoressao de Hi Tonge, otk moor, nfo preciso formular ager prove Geum preeisoi9 tunis Suberenigay ap-s00- lectuall cenduzem a resultados desol 18 evidestss, “perdem-se, “ANC aque 8 .. SmMAAtS Aa TealiAade. & mircducio ao atreilo nko é sonic simyre 2 aprendizager insidioss desta invers80 de perspectives. ‘pisvema-cle. pensamento, forest of £0 iso ainda que estes nogsea 2 estos metoafnios sejam cieatificos, quer Giver, seam produzides de acordo com es regres préprias co Ponsa mento ciextitico, yp Podemos agora voltar a ciénsie Jurtatca a bey e ato quero dizer com Isto sr em todes estes nogdes, jismo! Digo apenas ave 0 necesalta que tenemos intesiorizado as relacdes socials, so a ideale, 2.2 Q idealismo dos juristas como representarao do mundo desempenha um ‘A questdio pode ser assim formulaga: cigneia Juridica uma representagio id daonos as abstracgdes da ya cléncia juridica, tal qual cla é he Egentio uma imagem do mundo da direlto, nfo ume explicacso. Como 6 quo 20 manifesta esta reprosmtagio? Bo quo tomos de procurar explicar agora, para mostrar cm que € que este idoaliwno constitu: um ebstéculo epistemeldgtco. Soare 0 que € que se funda a cléncls Juridica, tal qual ela comummente acelte e ensinada? Sobre as institulgces o, através elas, sobre as mocées que a sociedade estabeleceu para realizar © repro: duzir um corto moco de fineionsmento social. As instituicdes_jurt dicas podem ser mnalisadas tanto como uma certs renreseniacao da ordam social, ignlo coma um dos factores desta orem. Precisernos come €: ura «imagem» eobre esto material que se vai 2 cl@neia juridica, mes, wdoxo gue nao € s2rke nparente, ola val ncahar por subver. monio a osderm des factores, orlando, assim, a8 condlgSes ride nm gi opt en al iS 2,.8 patil _trabalhd, expticar pela Feuitdade, enibaereada ‘uns Vide focial ainda aseim ig wma estrutura politica, cujs aia 5 1 desordem, reconciliar aparentemente velar pela salvacho piiblica. Este inst Mas 0 Eslado mio ¢ 56 ums mio funcio primeira sera” 07 i se cexpit Toad" fostessntann de vi esta (aparentey Tenean Je ‘apaxiguamento 0 de so cads um de nds nfo acre jum paico em que Bo apercerssem senio as Fis porque pocemos dizer que ume representacso da vida Tepresentacao € protundamente tudo se passa come personagens eriadas pi aue a cigneia juridica ni tos @ deveres dp cidzaso, soberania, razo ao Fs! administeagio 2 ovtras tanias sexoressbesn sem as a cionamento da instituiefo estatal estaria comprome Toalista,esla imagem da vida sootal Eo neste sentide de nenbuma io de dircito —colhida, alld Cle. adiante, garte TT, sap, 1. irecia dosta perspectiva, ninguém doravante so surpreenderé com us roacgdcs sempre idealistas dos juristas: ums oengn soe? um, blogic na intiurdes? asta mudar de texto, 2 nop, A ideia de autaridade, substituirses a de eocertagto culo epistemoldgico. Seria 4 ncesshdede de pISEAT tulgdes universitaries: a cadeire de dire {de airetto constituctonal © de instilulgdes pel nisirativa acompanha ‘modo que @ eléneia suduzorn.te mais por adita. se precoupagios novas dentro, a expieugto de drtto dada por C, BURDEAU: itguey taste eke s ‘piina,"e poste eniar 0 oflinlsize. a malor pate dos namuatn om historis que nto sefo. a dy formagio stop do ensino do Alreito aco quando nic se code Tquantas vezes de meneira ciente da mulorla cos Quéncias ctja eravidade podemos agora medir melhor. 2.3 Os resultados epistemolégicos do idealismo dos juristas dircito aparentemente ‘proftmdamente orientade para a ronlidade Para linitarrucei a dat a duis osractoristicas mais no gaistico.e.p piuslione, de explicastes tudo, clas se destacam pouc istdrieo no quel foram efectivamente produ. verselmonte validas tar sob a coacglo onganizads da soe’ ar conte do todo © sistorna ji sosiededa francesa ou cas é is palavre iém nem o mesmo conteudo nem a mesma la megia da palavra, a ums sé denomt “que eu chamo_o universalismo, As socie- Geddes bumenas, a propria humanidads, pe: forma que sfoctam esta reali ‘Notemos. qua. este universalism ass ‘{/ vert do caine, « forma.do_ human _ngs_juristas, na_malor “Pomo adui humanismo Tiot/' sét'séitido mais corrente: 0 da copii \nar Homers “universal? rteeno-ne-suaceRataiels. DE f8ét0, como ‘car gf todas @& sociededes conhegam © mesmo fendineno baplisads do diroito? Pele permanéacia da homem em. ceda uma destas cocie- Gades, quer diger, de uma asturoe, humane que, por definicso, seria ambie6es 0 0s regra? Aperas pede segurange? Ha em si—e plo € ssl 8 marca da origom divina?—um sentimento iorte que desperta com a sua cons fa partir do direito ‘que S80 apreciadas as insti: tulgdes juridicas dos outros sislemes, Hste metodo, tixando 0 dtreito ocldental modemo como ncrma de referéncia, trey consigo, evidente- manta, resultados curioscs: rensformé-s? Duma a ditos primitivos, sts aberracko ‘20 querer tomar o bomem oriental 19 ocidental pelo Dircito, no se pods scnio Fealizar uma (explicagdion onde todas as particularidador so supri midas em favor da Hurope ocidential, No eutanto, se os diferentes sistemas socials sio cols” civersa de varagdes fenomenais sobre um istem distingOes cu opostgoes profun- » 0 mesmo lugar e © mesmo valor pelo Komem, © 0 O que Subentondem a3 suas anélises. Jobre 0 terreno nisiGrico, “dade sobre a sta auséncia real, quo este universalistno Taais claramente se manifesta. De tact senvolve n0 esDuCo, eon para eaplioar a situagio ao 2 W030 Fsiado € a ax aamtinia LL et J. MAZEAUD, Lapons propésite Jo. clrelta,ecforeo TL TDAVED, Les Grants Aystomes Ge 0 ‘potitleas»: ido mals profundo, tudo se istorin foste o lugar de uma motamorlose progres até aos nossns dias, desento- 8 Lids “pecans” poiltics, “Pe: ve segunda, Lago que, é evident € nownal que se sugira 2 posst “madar ae ponto de visiay, F, ao medificarse o lugar shstructamente A fir on © AUCRUT murlscase se: mie eberto, Jeque de Tespesius & questo ainda em aberta. elagtea entre oy dle reeusar apstrectaments este fas: bastard assinalar-lne o cardcver enganador Gom efeito, pelo facto de todas as nipovescs serem posts, & mofor parte des vezes, em pé de igusldade, nenhuma de ealre clas far: bormam-fe valentes, come yual dolas dar prefe- ja prejudion, £ que, nesta totalmente ideslizada, perde-so de vista, nfo s8 as relacbes im lal tese COM Of cazacteres socinis ¢ oconémicos da época fue a viu nascer—o que seria Ja intcressante~-mas sobrotude, 9 ‘sobre a qual tal tese $9 apola. Him sums, estando a amente sbstraida do seu contexto re quer caso $60 profano face as discussdes dos juristas, | dante de dixeizo: as cispulas cratdrias oom er a Idela de que tude ¢ fade, as re escrupulosamente «o plano do veréadeiro, 4 que ao exame 0 ml Hossa razho por que ste p a mesma consisténcia que us Optica no séeulo KVIE: um a de oatre ag expliongées poseivels, Mas seris necessirio aclarar a formula Caizer que @ equiveiéacia das loses & muitas vozes ndo aperente, mas reel ‘que entender por isto? Muito. simplosments o facto de, na sua realldace, 48. diferentes proposig6os aa sore fundamiehtaknente Gufétentes, Tlevemos oportunidade de o. demonstrer mais

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