Você está na página 1de 12

SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÂO
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA
UNIDADE DE ENSINO DE ALAGOAS
GERÊNCIA ACADEMICA DE TECNOLOGIA INDUSTRIAL
COODERNAÇÃO DE QUÍMICA
CURSO DE QUÍMICA INDUSTRIAL
DISCIPLINA QUÍMICA ANALÍTICA

ELLEN DAYANNE BARROS SILVA


ERIEL EULLER MESSIAS ALVES
LUIZ EDUARDO DE ARAUJO OLIVEIRA
YASMIN DE ARAÚJO XAVIER

SEPARAÇÃO DOS CÁTIONS GRUPO II A

MACEIÓ
2016
ELLEN DAYANNE BARROS SILVA
ERIEL EULLER MESSIAS ALVES
LUIZ EDUARDO DE ARAUJO OLIVEIRA
YASMIN DE ARAÚJO XAVIER

SEPARAÇÃO DOS CÁTIONS GRUPO II A

Relatório n° 03 apresentado a
disciplina de Química analítica
com registro de aula prática
realizada no dia 6 de setembro
de 2016.
Professor Daniel Mendonça

MACEIÓ
2016
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 3

2 METODOLOGIA ...................................................................................................... 4

3 RESULTADOS ......................................................................................................... 6

4 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 10

BIBLIOGRAFIA ........................................................................................................ 11
3

1 INTRODUÇÃO

Os cátions, ao contrário dos ânions, possuem uma classificação sistemática e


encontram-se divididos em cinco grupos analíticos de acordo com suas propriedades
e comportamento apresentados diante de outros reagentes. Esses cátions podem ser
reconhecidos e separados através de uma análise qualitativa sistemática por via
úmida, ou seja, a marcha analítica.
Os cátions do grupo II não reagem com o ácido clorídrico, como fazem os
cátions do grupo I, no entanto, formam precipitados coloridos com ácido sulfídrico em
meio mineral diluído. Esse grupo é composto por mercúrio (II), chumbo (II), cobre (II),
bismuto (III), cádmio (II), arsênio (III) e (V), antimônio (III) e (V) e estanho (II) e (IV).
Tais cátions são divididos em dois subgrupos: o do cobre (IIA) e o do arsênio (IIB). Os
componentes do grupo do arsênio solubilizam em polissulfeto de amônio (NH 4)2Sx, o
que não ocorre com os cátions do grupo do cobre.
O grupo IIA é constituído por Hg2+, Pb2+, Cu2+, Bi3+ e Cd2+. O chumbo continua
presente no grupo II de cátions, pois embora precipite pelo ácido clorídrico diluído
junto com os outros íons, essa precipitação é incompleta em decorrência do alto valor
do Kps do cloreto de chumbo (II) formado.
Os cloretos, nitratos e sulfatos dos cátions do grupo do cobre são bastante
solúveis em água, enquanto os hidróxidos, sulfetos e carbonatos são insolúveis. Além
de sais, alguns cátions do grupo IIA (Hg2+, Cu2+ e Cd2+) podem formar complexos, isto
é, uma espécie representada por um átomo metálico na forma iônica rodeado por um
conjunto de ligantes (íon ou molécula de existência independente).
O grupo IIB, por sua vez, é composto pelos íons As3+, As5+, Sb+3, Sb+5, Sn2+ e
Sn+4, formando tiossais solúveis com o polissulfeto de amônio.
Tendo em vista a grande aplicação das técnicas de análise analítica, é objetivo
desta prática realizar a identificação, através de testes de separação e caracterização,
dos cátions do grupo IIA.
4

2 METODOLOGIA

2.1 MATERIAIS E REAGENTES

Tubos de ensaio;

Estante para tubos;

Centrífuga;

Pipeta;

Conta gotas;

Banho maria;

Ácido nítrico P.A.;

Sulfeto de amônio P.A.;

Hidróxido de sódio 6M;

Hidróxido de amônio P.A.;

Ácido acético 5M;

Ferrocianeto de Potássio 0,2M;

Cloreto de estanoso 0,1M;

Água destilada.
5

2.2 PROCEDIMENTOS

Adicionou-se 3 gotas de sulfeto de amônio a solução problema, agitou-


se, aqueceu-se por 3min em banho maria e em seguida centrifugou-se. Tratou-se
então o precipitado formado com 5 gotas de ácido nítrico, aqueceu-se em banho maria
por 3min e centrifugou-se separando o sobrenadante e precipitado. Ao precipitado
adicionou-se 1 gota de ácido nítrico e aqueceu-se, repetiu-se este processo até haver
a formação de um sólido amarelo, após o aparecimento desejado esfriou-se a mistura
e adicionou-se 2mL de água destilada, agitou-se e adicionou-se gota a gota cloreto
estanoso. Ao sobrenadante da última centrifugação adicionou-se hidróxido de amônio
em excesso, centrifugou-se e separou-se o sobrenadante do precipitado. Ao
precipitado adicionou-se 0,5mL de hidróxido de sódio e aqueceu-se em banho maria.
Dividiu-se o sobrenadante obtido na última centrifugação em duas porções A e B, a
porção A adicionou-se 5 gotas de ácido acético e em seguida adicionou-se 2 gotas de
solução de ferrocianeto de potássio a porção B adicionou-se 2 gotas de sulfeto de
amônio e aqueceu-se em banho maria até haver a formação de um precipitado.
6

3 RESULTADOS

Ao adicionar gotas de sulfeto de amônio a solução problema formou-se um


precipitado preto. Tal reação confirmou a presença dos cátions do grupo II (Pb2+, Hg2+,
Cd2+, Cu2+ e Bi+3). Esses cátions reagem com o íon sulfeto (S2-) liberado na
dissociação do reagente utilizado, formando sais insolúveis em água. As reações
estão descritas abaixo:

Hg2+ + S2- → HgS ↓

2Bi3+ + 3S2- → Bi2S3 ↓

Cu2+ + S2- → CuS ↓

Cd2+ + S2- → CdS ↓

Pb+2 + S2- → PbS ↓

A mistura obtida foi centrifugada e separou-se o precipitado do


sobrenadante. Esse primeiro foi tratado com uma solução de HNO 3 e aquecido em
banho-maria – o aquecimento atua aí como catalisador, uma vez que contribui para o
aumento da agitação do sistema. Nessa etapa observou-se a permanência do
precipitado preto, o quê indica a presença de Hg2+. Essa última afirmação é justificada,
pois os outros sulfetos do grupo IIA reagem com o ácido solubilizando-se. As reações
estão descritas a seguir.
7

3CdS↓ + 8H+ + 2NO3- → 3Cd2+ + 2NO↑ + 3S↓ + 3H2O

3PbS↓ + 8HNO3 → 3Pb2+ + 6NO3 - + 2NO↑ + 3S↓ + 3H2O

3CuS↓ + 8HNO3 → 3Cu2+ + 6NO3 - + 2NO↑ + 3S↓ + 3H2O

Bi2S3 + 8H+ + 2NO3- → 2Bi3+ + 6NO3 - + 2NO↑ + 3S↓ + 3H2O

Para confirmar a presença de mercúrio, o sistema foi novamente


submetido à centrifugação e o precipitado foi aquecido no bico de Bunsen após a
adição de HNO3. Notou-se o aparecimento de um sólido amarelo que posteriormente
foi tratado com uma solução de cloreto estanoso. A adição desse último provocou
uma mudança na cloração do precipitado para branco, indicando a presença de
cloreto de mercúrio.

2Hg2+ + Sn2+ + 2Cl- → Hg2Cl2 ↓ + Sn4+

Ao sobrenadante resultado da segunda centrifugação (S2) adicionou-se


NH4OH. Nessa etapa não ocorreu a formação de um precipitado que indicaria a
presença dos hidróxidos de chumbo e bismuto – conforme as reações abaixo – e,
consequentemente, dos respectivos cátions .

Pb2+ +2 OH - → Pb(OH)2 ↓

Bi+3 + 3OH- → Bi(OH)3 ↓


8

Nos testes para presença de cobre e cádmio, utilizou-se do mesmo


sobrenadante objeto da caracterização dos cátions de bismuto e chumbo, uma vez
que o resultado para esses foi negativo. Quando adiciona-se NH4OH formam-se
complexos solúveis com esses íons. Segundo as reações a seguir:

Cu2+ + 2OH- → Cu(OH)2↓ Cu(OH)2↓ + 4NH4OH → [Cd(NH3)4]2-

Cd2+ + 2OH- → Cd(OH)2 ↓ Cd(OH)2↓ + NH3OH→ [Cd(NH3)4]2-

Nesse momento da análise, a solução deveria assumir uma coloração


azulada bem forte, que é característica do complexo formado com o cobre. A
diminuição da intensidade pode ser justificada pela acidez da solução, já que nos
procedimentos anteriores adicionou-se quantidade significativa de HNO3 ou ainda
porque a alíquota da solução problema utilizada não apresentava quantidade
significativa de Cu2+. O ácido acético é utilizado para neutralizar a solução, formando
dentre outras coisas o acetato de amônio e possibilitando a liberação do cátion de
Cu2+ do complexo. Posteriormente, quando em contato com o ferrocianeto de potássio
- K4[Fe (CN)6] - ocorreu o aparecimento de um precipitado castanho avermelhado.
Resultado da reação entre o cátion analisado e o ferrocianeto.

2Cu2+ + [Fe(CN)6] -4 → Cu2[Fe(CN)6] ↓

Para testar a presença de Cd2+, utilizou de sua capacidade de reagir com


o íon S2- formando o sulfeto de cádmio, um sólido amarelo. Nesse momento observou-
se a precipitação do sólido. A formação do sólido é justificada, pois o sólido que é
9

formado entre o íon cádmio. A reação de formação do sulfeto de cádmio está descrita
abaixo.

Cd2+ + S2- → CdS ↓

Dessa forma, pode-se afirmar que a solução problema analisada continha


os cátions de mercúrio, cobre e cádmio.
10

4 CONCLUSÃO

Com o experimento de identificação dos cátions do grupo II, numa dada


solução problema pôde-se concluir a presença dos cátions Hg+2, Cu+2 e Cd+2, devido
a ocorrência ou não de precipitado quando testados com determinados reagentes.
Para o Mercúrio, utiliza-se o ácido nítrico que provavelmente deixou o meio bastante
ácido prejudicando a confirmação do teste de cobre que deu-se com o ferrocianeto.
Para o cádmio, utilizou-se um íon S. A análise se mostrou bastante eficiente, contando
com todas as reações dentro dos resultados previstos pela marcha analítica.
11

BIBLIOGRAFIA

ANDRADE, J. C.; ALVIM, T.R. Química Analítica Básica: aplicações dos


fundamentos da análise qualitativa. Disponível em:
http://www3.ceunes.ufes.br/downloads/2/anapaulacosta-A%20-
%20Aplica%C3%A7%C3%B5es%20dos%20fundamentos%20de%20analitica%20cl
%C3%A1ssica.php.pdf. Acesso em setembro de 2016.

BRAIBANTE, M. Reações de caracterização dos cátions do grupo II. Disponível


em: http://w3.ufsm.br/laequi/wp-content/uploads/2012/07/C%C3%A1tions-do-grupo-
II1.pdf. Acesso em setembro de 2016.

VOGEL, A. I. Química Analítica Qualitativa. São Paulo: Mestre Jou, 1981. 665p.

Você também pode gostar