Você está na página 1de 4

INTERDISCIPLINAR 2019.

2
CURSO DE ENFERMAGEM

PATOLOGIAS CLÍNICAS RELACIONADAS À SAÚDE DA MULHER:

HEMORRAGIA UTERINA

Alunos: Brenda Riedel, Evanildo Oliveira, Jailton Jordão, Jessyca Lima,


Joelma Medeiros, Lucas Moura, Maria Vasconcelos, Rita Silva

Professor Fomentador: Andriu S. Catena, Turma 3AT.

Centro Universitário Brasileiro (UNIBRA)


Curso de Enfermagem – Semana Interdisciplinar 2019.2
Recife, PE.

Palavras-chave: Enfermagem, Hemorragia uterina, Saúde da mulher.

Introdução

A hemorragia uterina é a principal causa de morbimortalidade


materna, mesmo em países desenvolvidos, sendo a causa mais evitável de
mortalidade. A hemorragia pós-parto é a sua forma mais frequente (5% -
10% dos partos), tendo vindo a aumentar na última década Hemorragia
pós-parto (HPP) ocorre quando há perda sanguínea acima de 500 ml após
parto vaginal ou acima de 1000 ml quando relacionado a cesariana nas
primeiras 24 horas (ANDRADE et al, 2019).
O enfermeiro obstetra, na maioria das vezes, é o profissional que
primeiro identifica e inicia o tratamento da HPP. Assim, o aumento na
qualidade e no número das capacitações do profissional de enfermagem
traduz-se em benefícios para a paciente. A técnica de simulação clínica tem
sido empregada como ferramenta importante de ensino e metodologia ativa
a ser utilizada na formação de enfermeiros e na Educação Permanente dos
profissionais de saúde. Tal técnica tem sido cada vez mais utilizada, por ser
um recurso de formação desses profissionais, importante para que eles
possam desenvolver competências e habilidade de comunicação, atenção à
saúde, tomada de decisões e liderança, sendo imprescindíveis à resolução
da situação clínica exposta (GARCIA et al, 2017).

Objetivo Geral
Descrever a atuação do enfermeiro ao desenvolvimento de uma
hemorragia uterina.

Objetivo Específico
• Mostrar a taxa de óbitos por Hemorragia pós parto.
• Conhecer os métodos de prevenção.
INTERDISCIPLINAR 2019.2
CURSO DE ENFERMAGEM

Metodologia

Esta é uma pesquisa bibliográfica, descritiva, não experimental.


Método utilizado como revisão de literatura científica pré-existente sobre
hemorragia uterinas. As referências literárias pesquisadas, que serviram
como embasamentos teóricos neste estudo foram encontrados em
publicações impressas em livros, textos e artigos disponibilizados em
revistas eletrônicas nas bases de dados Scielo, Google Acadêmico e
NANDA com os seguintes descritores: Enfermagem, hemorragia uterina,
saúde da mulher. Para a coleta de dados epidemiologicos foi utilizado o
sistema de Informações sobre Mortalidade - SIM do DATASUS. A busca
pelos artigos nas bases de dados foi realizada entre os meses de Agosto-
Setembro de 2019, a linguagem de todos os artigos e livros foi em
português.

Discussão:
A principal etiologia é a deficiência da contração uterina, seguida de
alterações da placenta e suas membranas, lacerações de trajeto no canal de
parto e distúrbios de coagulação. Esse grupo de causas costuma ser
esquematizado na regra dos “4T’s”: Tônus, Tecido, Trauma e Trombina.
Durante o período expulsivo, a ocitocina, bem como as prostaglandinas
exercem papel importante no estímulo das contrações necessárias à
expulsão do feto (OMS, 2015).
Um pacote de intervenções realizadas durante a terceira fase do parto
se tornou a principal forma para a prevenção da HPP. A administração
profilática de uterotônicos durante o terceiro período do trabalho de parto
associada à tração controlada do cordão umbilical mostra redução no risco
de HPP da ordem de 60% e redução no uso de uterotônicos extras de 70%.
A Ocitocina (nonapeptídeo produzido na neurohipófise): tem semelhança
biológica ao hormônio antidiurético e é o agente de primeira linha para
prevenção e tratamento da HPP (SANTOS, 2019).
Durante qualquer tipo de sangramento, o organismo perde ferro e
quando ocorre a hemorragia, o ferro é perdido com abundância. Ele é
responsável pela produção das células vermelhas do sangue e pelo
transporte do oxigênio para todas as células do corpo. A carência desse
nutriente no organismo resulta em um quadro de anemia (chamado anemia
ferropriva). A doença ainda pode aumentar a predisposição a infecções, pelo
fato de o sistema imunológico ficar debilitado. Para fortalecer o sistema
imunológico de uma anemia ferropriva é importante comer mais alimentos
ricos em vitaminas e minerais, diminuir o consumo de fontes de gordura,
açúcar e industrializados (ODASHIMA, 2019).
A Infecção do trato urinário (ITU) é a presença e replicação de
bactérias no trato urinário, provocando danos aos tecidos. Durante a
gravidez o aumento da umidade na região vaginal, torna o ambiente
extremamente propício a transição desses microrganismos e a grande
presença de bactérias nela pode facilitar o aparecimento de ITU, além do
risco de aborto espontâneo a falta de tratamento pode fazer com que a
INTERDISCIPLINAR 2019.2
CURSO DE ENFERMAGEM

infecção atinja outros órgãos. Dentro do espectro bacteriano que pode


causar ITU na gestante é a Escherichia coli que é o uropatógeno mais
comum, responsável por aproximadamente 80% dos casos, é uma bactéria
bacilar Gram-negativa que se encontra normalmente no trato gastrointestinal
(ANDRADE et al, 2019).
A taxa de óbitos no Brasil tem sido de 52 a 75/100.000 nascidos vivos,
enquanto dados de 2007 sugerem que 23% deve-se a doenças
hipertensivas e 8% a hemorragia. As principais causas são: aborto,
descolamento prematuro da placenta, placenta prévia, ruptura uterina,
trauma, coagulopatia e hemorragia pós-parto. Já em 2017, a taxa de óbitos
de mulheres em idade fértil decorrente da hemorragia pós parto aumentou,
sendo 19 óbitos na região norte, 39 nordeste, 39 sudeste, 8 sul e 10 centro
oeste com um total de 115 óbitos no brasil, sendo o maior número nas
regiões nordeste e sudeste (DATASUS, 2017).

Caso Clínico:

Anamnese

M.A.T, sexo feminino, 33 anos de idade, Arquiteta, primigesta. IG 38


semanas e cinco dias, procedente de Recife, PE, compareceu ao Hospital
da Mulher de Pernambuco. Admitida no hospital para assistência ao parto
vaginal. Contrações uterinas com frequência de 2/10minutos, duração de 40
segundos. Pré natal com sorologias negativas, tipagem sanguínea A e fator
Rh (+) positivo. Ruptura manual da bolsa amniótica e dilatação uterina de 10
cm e foi indicado parto vaginal com realização de episiotomia, sem
intercorrências. RN único, vivo, feminino, 2930g. Durante a episiorrafia
observou-se sangramento maior que o esperado, sendo realizado Methergyn
IM.

Diagnóstico e Intervenção

DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM INTERVENÇÃO DE ENFERMAGEM

Risco para infecção Examinar condição de incisão cirúrgica .

Dor aguda Administrar analgésicos conforme prescrição médica.

Depleção do volume de líquido Verificar condições de hidratação do paciente.

FONTE: NANDA, 2015.

Conclusões:
INTERDISCIPLINAR 2019.2
CURSO DE ENFERMAGEM

Com base no estudo, foi possível entender a etiologia da HPP, a


atuação do enfermeiro obstetra em frente a saúde e prevenção da mulher,
compreender fatores e rotas no controle de infecção referente a hemorragia
pós parto e intensificar a técnica de simulação clínica como uma ferramenta
importante de ensino e formação de enfermeiros e na Educação Permanente
melhorando cada vez mais a assistência do profissional.
Referências:

ANDRADE, PRISCYLA DE OLIVEIRA NASCIMENTO, OLIVEIRA, SHEYLA


COSTA DE, MORAIS, SHEILA COELHO RAMALHO VASCONCELOS,
GUEDES. Validação de cenário de simulação clínica no manejo da
hemorragia pós-parto.Revista Brasileira de Enfermagem, v.72, p.624-
631.2019. Dis:https://dx.doi.org/10.1590/0034-7167-2018-0065.
DEPARTAMENTO DE INFORMÁTICA DO SISTEMA ÚNICO DE
SAÚDE(DATASUS). Brasília. Ministério da saúde.
Disp:http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/tabcgi.exe?sim/cnv/mat10uf.def. 2017.
GARCÍA, LAVANDEIRA, S, ALVAREZ-SILVARES, E, RUBIO-CID, P, E
BORRAJO-HERNÁNDEZ, E. Hemorragia secundária ou tardia pós-parto.
2017. v. 85, p. 254 .Disp:http://www.scielo.org.mx/scielo.php?
script=sci_arttext&pid=S0300 90412017000400007&lng=en&tlng=es.

DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM DA NANDA: Definições e


classificação 2015-2017. Porto Alegre: Artmed; 2015.
ODASHIMA, MAIUMY HUELIDA GOMESET. O parto na TV: um olhar sob
a perspectiva de Ivan Illich. Interface - Comunicação, Saúde, Educação.
2019, v. 23. Disp: <https://doi.org/10.1590/Interface.180171>.

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Assistência ao parto normal: um


guia prático. Genebra: Organização Mundial da Saúde; 2015.
SANTOS, FERNANDA SOARES DE RESENDE. Os significados e
sentidos do plano de parto para as mulheres que participaram da
Exposição Sentidos do Nascer. Cadernos de Saúde Pública [online]. v. 35,
n. 6. 2019. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/0102-311X00143718>.

Você também pode gostar