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Do Científico...

Introdução: gemas e sua influencia

As gemas vem sendo do interesse dos homens há 7000 anos.


Ametista, cristal de rocha, âmbar,granada, jade, jaspe, coral, lápis-lazúli,
perola, serpentina, esmeralda e turquesa foram as primeiras pedras a
serem conhecidas.
Estas pedras eram reservadas para os ricos e serviam de símbolo de
posição social.
Os soberanos selavam documentos com selos incrustados de jóias, os
quais eram a expressão de sua riqueza e poder.
Embora hoje, ás vezes, uma jóia montada em ouro ou platina seja usada
para demonstrar riqueza, as jóias são compradas, de maneira crescente,
por prazer, em apreciação de sua beleza.
Às vezes a superstição também exerce influencia na compra de uma
gema.
Antigamente, quando o povo tinha menos conhecimento científico, as
gemas sempre tiveram uma aura de mistério, algo quase espiritual.
Essa é a razão porque elas eram utilizadas como amuletos e talismãs.
Pensava-se que elas ofereciam proteção contra fantasmas e agradavam
os anjos e os santos.
Elas podiam repelir o mal, preservar a saúde, proteger de venenos e da
miséria: elas também tornavam princesas graciosas e conduziam
marinheiros de volta para casa.

Terminologia:

Pedras preciosas e semipreciosas - no passado somente algumas poucas


pedras eram classificadas como gemas, hoje há muitas, e muitas mais
estão sendo descobertas; a maioria delas são minerais, algumas são
rochas e algumas são de origem orgânica.
As pedras mais duras são próprias para joalharia, enquanto que as pedras
mais moles são normalmente procuradas por colecionadores e lapidários
sérios.
As que não se ajustam completamente por causa da cor ou outra
estrutura são denominadas variedades de gema.
As pedras "semipreciosas" referem-se as pedras mais moles, de menor
valor pecuniário, opondo-se às pedras " preciosas".
A designação ainda é usada no comércio, mas não é uma designação
correta pois muitas pedras chamadas de "semipreciosas" são mais
valiosas que as "preciosas".
O melhor termo para designá-las será o de "gemas".

GEMAS= nome coletivo para todas as pedras com valor ornamental.


MINERAL = mineral é um constituinte natural, inorgânico e sólido da
crosta da Terra.

MINERALOGIA = é o ramo da ciência que estuda os minerais.

CRISTAIS = um cristal é um corpo uniforme com um retículo geométrico.

CRISTALOGRAFIA = é o ramo da ciência que estuda os cristais.

ROCHAS = são agregados de minerais naturais e geralmente, constituem


unidades grandes; areia e cascalho também são considerados como
rochas.

PETROGRAFIA = é o ramo da ciência que estuda as rochas.

PEDRAS = popularmente pedra é o nome coletivo para todos os


constituintes sólidos da crosta terrestre; para um joalheiro, uma pedra é
uma gema; para o arquiteto, é o material usado para a construção de
casas e pavimentação de ruas.

GEOLOGIA = é a ciência que estuda a Terra, onde as pedras são


classificadas como rochas ou minerais.

JÓIAS = são todas as peças ornamentais pessoal; normalmente chamamos


de jóias todas as peças de joalharia contendo ou não gemas montadas em
metais preciosos.

A nomenclatura das gemas:

Os nomes mais antigos para às gemas podem ser remontados às línguas


orientais, para o grego e o latim.
Especialmente os nomes gregos deixaram suas marcas na nomenclatura
moderna de gemas; o significado do nome antigo não esta correto,
principalmente quando o primeiro sentido da palavra mudou.
Os nomes originais referiam-se às características especiais das pedras: à
sua cor (prásio = cor verde), ao seu local de descoberta (“ágata" em
homenagem a um rio na Sicília), e finalmente aos seus alegados poderes
misteriosos (ametista que protege da embriagues).
A nomenclatura somente vêm sendo observada, cientificamente desde o
início da Idade Moderna, por causa do descobrimento de muitos minerais
até agora desconhecidos; nomes novos tiveram que ser criados.
Estabeleceu-se um princípio para dar nome a um mineral novo que ainda
é usado até hoje: um novo nome é idealizado a partir de alguma
característica mais marcante do mineral ou rocha, baseado no grego ou
latim, ao local de ocorrência ou em homenagem a uma pessoa.
São controvertidos os nomes de minerais baseados em ocorrências.
O soletrar pode variar nas diferentes línguas; também é difícil de entender
que as ocorrências mais importantes de vesuvianita (assim denominada
em homenagem ao vulcão Vesúvio na Itália) são hoje encontradas no
Canadá, USA e Rússia.
Por causa deste obstáculo, sugeriu-se um novo nome para o mineral -
Idocrásio (devido a sua forma de cristal) - como resultado disso , agora
nós temos dois nomes para identificar o mesmo mineral; existem muitos
outros exemplos de séries de sinônimos.
Ainda mais questionável é denominá-las homenageando pessoas; não
somente os peritos que identificaram ou descobriram o mineral são
homenageados desta maneira, assim como príncipes, políticos,
economistas e outros que tem pequena ou nenhuma conexão com
mineralogia ou gemologia.
além do nome científico do mineral, o ramo da joalharia tinha, no
passado, criado uma série de nomes errados principalmente para
estimular as vendas.
Interessados no assunto, ainda agem assim em alguns países; nomes
estrangeiros são uma maneira usada por grandes companhias para
estimular vendas.
Dois nomes assim inventados são a tanzanita (zoisita azul), e a tsavorita
(granada grossulária verde).

Formação e estrutura das gemas

Como a maioria das gemas é formada por minerais, com poucas


exceções, nós devemos nos preocupar com a origem e estrutura destes
minerais.
Os minerais podem ser formados de diversas maneiras:
- magma e gases incandescente do interior da Terra ou em torrentes de
lava vulcânica que alcançam a superfície da terrestre (minerais
magmáticos)
-cristalizações de soluções aquosas ou crescem com o auxílio de
organismos sobre ou perto da superfície terrestre ( minerais sedimentares
)
-recristalização de minerais já existentes, sob grandes pressões e
altíssimas temperaturas, formados nas regiões mais inferiores da crosta
terrestre( minerais metamórficos).
A composição química dos minerais é representada por fórmulas que não
incluem as impurezas, mesmo que estas afetem a cor parcial ou
totalmente, como as substâncias pigmentantes tais como o cobre, o ferro,
etc.
Quase todos os cristais crescem em determinadas formas cristalinas, ou
seja, eles são corpos sólidos e homogêneos com um retículo regular de
átomos, íons e moléculas arranjadas geometricamente com seus
contornos externos delimitados principalmente por superfícies lisas
(faces).
Na cristalografia, os cristais são divididos em sete sistemas
cristalográficos diferentes, onde ângulos e eixos se entrecortam de
maneira específica.

Sistema Cúbico:

Todos os três eixos têm o mesmo comprimento e entrecortam formando


eixos de 90º ; as formas cristalinas típicas são o cubo e o octaedro (8
faces), rombododecaedro (12 faces quadráticas), pentagonododecaedro
( 12 faces pentagonais ), icositetraedro ( 24 faces ) e hexaoctaedro ( 48
faces ).

Cubo Octaedro Rombododecaedro

Sistema Tetragonal:

Os três eixos se entrecortam formando ângulos de 90º; dois dos eixos são
do mesmo comprimento e estão no mesmo plano, enquanto o eixo
principal é mais comprido ou mais curto.
As formas cristalinas típicas são: prismas e pirâmides de 4 lados,
trapezoedros e pirâmides de 8 lados bem como bipirâmides.

Prisma Tetragonal
Bipirâmides Bipirâmides com Prisma
e Pinacóide basal
Sistema Hexagonal:

Três do quatro eixos estão em um plano, são do mesmo comprimento e se


entrecortam mutuamente formando um ângulo de 120º (respectivamente
60º); o quarto eixo forma ângulos retos em relação aos outros.
As formas típicas de cristais são prismas hexagonais e bipirâmides
hexagonaisbem como bipirâmides biexagonais e bipirâmides.

Prisma Hexagonal Prisma Hexagonal


Bipirâmides Hexagonal
e Pinacóide basal e Pinacóide basal

Sistema Trigonal:

Os eixos e ângulos são semelhantes aos do sistema anterior, por isso o s


dois sistemas são freqüentemente associados com o hexagonal; a
diferença esta na simetria.
No caso do sistema hexagonal, a secção transversal da base do prisma é
de seis lados; no sistema trigonal, é de 3 lados.
A forma hexagonal de seis lados é formada por um processo de corte das
arestas dos triângulos .
As formas típicas do sistema trigonal são prismas e pirâmides trigonais,
romboedros e escalenoedros.

Bipirâmides Romboedro Escalenoedros

Sistema Ortorrômbico:

Os três eixos, de diferentes comprimentos, formam entre si ângulos de


90º.
As formas típicas são pinacóide basais e prismas com faces terminais
inclinadas.

Pinacóide Bipirâmides Prisma e pinacóide

Sistema Monoclínico:

Os três eixos têm comprimentos diferentes, dois formam ângulos de 90º


entre si, o terceiro é inclinado.
As formas típicas são os pinacóide basais e prismas com faces terminais
inclinadas.

Pisma e pinacóide
Pinacóide Prismas e Clinopinacóide

Sistema Triclínico:

Todos os três eixos são de comprimentos diferentes e inclinados entre si.


As formas típicas são as pinacóide.
Pinacóide Pinacóide Pinacóide

A maioria dos cristais é formada de maneira irregular, pois algumas faces


dos cristais se desenvolvem melhor e são mais pronunciadas que outras;
contudo, o ângulo entre as faces permanece sempre constante.
Muitos minerais ocorrem em uma combinação de várias formas
cristalinas, por exemplo, octaedro e cubo.
Como exemplo temos a Calcita que possui 80 combinações conhecidas.
Aparentemente, os minerais sem estrutura são denominados compactos,
ou seja, eles têm um retículo cristalino, mas se desenvolveram
irregularmente por causa de restrições de crescimento.

Propriedades das gemas:

Dureza:

No caso de minerais e gemas, dureza refere-se, primeiramente à dureza


do risco, e depois a resistência `a lapidação.
antes do desenvolvimento de métodos ópticos para análise, a dureza era
de grande importância na determinação de gemas.
Hoje, o teste de dureza é aplicado muito raramente, quase que
exclusivamente por colecionadores.
O ensaio de dureza é muito impreciso para um perito e o perigo de
danificar a gema é por demais grande.
A vantagem do ensaio é que se pode, com meios simples, determinar
aproximadamente, qual é a natureza da gema.
É um ensaio muito freqüente em mineralogia.
O mineralogista vienense Friedrich Mohs (1773-1839) foi o inventor do
ensaio de dureza pelo risco.Ele definiu dureza como a resistência que um
mineral oferece ao ser riscado por um objeto de teste pontiagudo.
Mohs escolheu dez minerais de durezas diferentes para comparação e os
classificou de um a dez. Cada mineral nesta série risca o anterior, e deve
ser riscado pelo posterior.
Os minerais de mesma dureza não se riscam mutuamente.
de acordo com a experiência, a dureza de cada gema pode ser
determinada pela aplicação comparativa da escala de dureza de Mohs.
Minerais e gemas com durezas 1 e 2 são moles, de 3 a 6 são meio duras e
acima de 6 são duras. Minerais com durezas de 8 a 10 são descritos como
sendo "muito boas".
Esta expressão não é muito apropriada pois as gemas não se caracterizam
apenas pela dureza, mesmo que essa propriedade seja das mais
importantes.
O brilho e o polimento de gemas com dureza inferior a 7, podem danificar-
se pela poeira existente em muitos lugares, pois contém partículas de
quartzo (dureza 7 na escala de Mohs).
Gemas desse tipo devem ser manipuladas com muito cuidado e quando
usadas ou guardadas não devem entrar em contato com objetos capazes
de riscá-las.

Escala de dureza relativa e absoluta:

Clivagem e fratura:

Muitas gemas podem partir-se ao longo de certos planos que os


especialistas chamam de CLIVAGEM .
A clivagem está relacionada com o retículo do cristal - propriedade de
coesão dos átomos.
Dependendo da facilidade com que um cristal pode ser clivado, pode-se
distinguir entre uma clivagem muito perfeita (euclásio), perfeita (topázio),
e imperfeita (granada). Algumas gemas não se clivam (quartzo).
A separação das lamelas de um geminado de contato não deve ser
confundido com clivagem; este fenômeno é denominado PARTIÇÃO.
Usa-se a clivagem para dividir cristais de interesse gemológico de
dimensões grandes ou para retirar áreas defeituosas.
A fragmentação de um mineral, com um golpe, produzindo superfícies
irregulares, é denominada fratura.Ela pode ser concóide (forma de
concha), irregular, estilhaçada, fibrosa, lisa ou granulosa.
Algumas vezes ajuda a identificar um mineral; a fratura concóide é por
exemplo, característica dos minerais da família do quartzo e de
substâncias vítreas.

Densidade relativa:

Peso específico (também denominado densidade relativa) é o peso de um


material específico comparado com o peso do mesmo volume de água.
Uma gema com a densidade relativa de 2,6 é portanto, 2,6 vezes mais
pesada do que a água.
A densidade relativa das gemas varia entre 1 e 7; valores abaixo de 2 são
considerados leves (âmbar = 1,1), aqueles entre 2 e 4 como normais
(quartzo 2,6), e aqueles acima de 4, pesados (cassiterita 7).
As gemas mais importantes (diamante, rubi,safira) têm densidades
relativas acima dos minerais formadores de rochas, principalmente
quando estes são: o quartzo e feldspato.
Por isso elas podem ser facilmente separadas das areias quartzosas dos
rios, que formam os assim chamados "depósitos de aluvião antigos".
A determinação da densidade relativa pode ser muito útil na identificação
de uma gema (principalmente para o colecionador); entretanto, os peritos
fazem uso crescente de métodos ópticos de identificação que exigem
aparelhos dispendiosos.

Pesos usados no comércio de gemas:

QUILATE - o peso usado no comércio de gemas desde a antiguidade.


O nome originou-se da semente (kuara) da planta denominada Coral
Africano, ou do grão (grego - kertion) do feijão da alfarrobeira (carob).
Desde 1907, a Europa, bem como a América adotaram o quilate métrico
de 200 mg ou 0,2 g.
O quilate é subdividido em frações (1/10 ct)ou decimais (1,25 ct.) até duas
casas decimais.
Os brilhantes pequenos são pesados em "pontos" = 1/100ct. (= 0,01 ct.).

Propriedades ópticas:

De todas as várias propriedades de uma gema as características ópticas


são da maior importância.
Elas produzem cor e brilho, fogo e luminescência, jogo de luz e Schiller
(iridescência); no exame das gemas há mais e mais concentração nos
efeitos ópticos.

Cor -
Cor do traço -
Mudança de cor -
Refração da luz -
Birrefringência -
Dispersão -
Espectros de absorção -
Transparência -
Brilho -
Pleocroísmo -

Figuras luminosas e schillerização (opalescência de superfícies) :

Acatassolamento ou efeito olho de gato -


Asterismo -
Adularescencia -
Aventurinização -
Iridescencia -
Labradorescencia -
Opalescência -
Opalização -
Seda -

Luminescência :

Inclusões :

Jazidas e extração de gemas :

Tipos de jazidas -
Métodos de extração -

Trabalhando as gemas :

Gravação -
Trabalhando a ágata -
Trabalhando pedras coloridas -
Trabalhando o diamante -

Tipos e formas de lapidação :

Lapidação brilhante

Possui pelo menos 32 facetas e a mesa na parte superior, e pelo menos


24 facetas na parte inferior .
É também conhecida como lapidação diamante pois foi criado
especialmente para esta gema.
a denominação abreviada de brilhante só é permitida para o diamante;
todas as demais gemas lapidadas em brilhante devem ser indicadas
sempre com o nome da gema indicada.

Lapidação em oito facetas - (8/8)

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