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MEC- Mestrado Engenharia da Construção

Uc: Tecnologia e Processos de Construção

Capítulo 7
Estruturas Provisórias de apoio à execução de obras:
- Cofragens e cimbres
- - Escoramentos e entivações
- Plataformas, andaimes e cob. provisórias

Rui Alexandre Fig. De Oliveira


Segundo a EN 12812 Cimbres. Requisitos de comportamento e projeto geral, as
estruturas temporárias consistem em estruturas que são montadas no local de
construção constituídas por elementos individuais, que poderão ser desmontadas
posteriormente.

De acordo com esta norma, estas estruturas são utilizadas para:


- Suportar as cargas das estruturas enquanto não adquirem a capacidade resistente
pretendida.
- Absorver as cargas dos elementos estruturais, equipamento e meios de transporte
utilizados durante a construção, manutenção, alteração ou demolição de estruturas
ou edifícios.
- Armazenar temporariamente os materiais de construção, elementos estruturais e
equipamento.

Também o American National Standards Institute define cimbres como “elementos


de suporte verticais que suportam o sistema de cofragem”, enquanto define os
andaimes como “estrutura em elevação ou em suspensão que tem como fim
suportar operários, materiais, ou ambos.”
As cofragens são elementos que permitem a moldagem de peças, sobretudo de betão
armado. O betão armado é aplicado em estado líquido e só depois de algum tempo é que
ganha presa. As cofragens permitem que o betão estabilize após aplicação, endureça e
ganhe resistência. Em termos gerais dividem-se em 2 grandes grupos, nomeadamente em
recuperáveis e não recuperáveis
Materiais de realização das cofragens:
Os principais materiais empregues nos moldes designados de cofragens são:
MADEIRA E DERIVADOS,
CARTÃO ENCERADO,
ALUMÍNIO,
POLIETILENO,
PVC,
AÇO,
BETÃO,
FIBROCIMENTO
Podem existir mais do que um material num mesmo sistema de cofragem.
Os Painéis pré-fabricados são provenientes de: derivados de madeira (contraplacado, 3
camadas de madeira de abeto etc...); Metálicos (alumínio ou aço); Mistos (aro metálico e
envolver contraplacado o madeira, etc...).

Os materiais mais empregues nos elementos de apoio e escoramento são:


- Madeira (vigas de secções normalizadas, escoras de madeira de troncos de árvores de
pinho eucalipto etc...);
- Aço ou Alumínio (vigas metálicas extensíveis ou não, escoras tipo prumo extensível,
etc...).
- Óleo de descofragem;
- Picadeiras, raspadeiras, escovas de aço, etc...
COFRAGENS TRADICIONAIS
• As cofragens tradicionais podem ser utilizadas para a execução de qualquer
elemento de betão armado, nomeadamente lajes, vigas , pilares, escadas,
muros e paredes e sapata.
• A madeira é ainda o material mais utilizado nas cofragens tradicionais pelas
seguintes razões:
1. É abundante na natureza estando desde logo praticamente apta a ser
utilizada;
2. É um material com resistência significativa e leve, o que facilita o seu
transporte movimentação na obra;
3. É fácil de cortar e ligar;
4. Permite a obtenção de boas superfícies de acabamento;
5. É relativamente barato, mesmo tendo em conta a mão de obra
subsequente;
6. É passível de ser transformado industrialmente em outros materiais para
cofragens (aglomerado de madeira e contraplacado marítimo);
7. Garante um bom isolamento térmico ao betão fresco.

Vista inferior de cofragem


de uma laje
COFRAGENS TRADICIONAIS
• Apesar dos pontos a favor, o pequeno número de reutilizações e a forte
incidência da mão de obra tem feito com que a madeira perca terreno em
relação a outros materiais, especialmente ao nível dos elementos de suporte
dos painéis de cofragem.
• Pela seu fácil utilização e relativo baixo custo, o prumo tubular metálico é já
muitas vezes conjugado com as cofragens tradicionais.
COFRAGENS RECUPERÁVEIS SEMI-TRADICIONAIS
• As mais utilizadas são as cofragens recuperáveis, envolvendo desde cofragens tradicionais,
tradicionais melhoradas, racionalizadas e especiais. Nos edifícios correntes são as cofragens
tradicionais as que ocupam maior destaque e utilização, uma vez que são práticas, fáceis de
trabalhar e com mão-de-obra pouco especializada e com custo reduzido, embora não sejam
tão perfeitas em termos de acabamento face às cofragens racionalizadas ou especiais.
• Este sistema introduziu alguns elementos de natureza diferente dos que são utilizados nos
sistemas tradicionais, tais como:
1 - Prumos metálicos ajustáveis em altura e vigas metálicas extensíveis em
substituição de prumos e de vigas de madeira, respetivamente;
2 - Painéis de cofragem - racionalização;
3 - Painéis reforçados e/ou de outros materiais, tais como contraplacado
plastificado e solho tosco revestido com fibra de madeira;
4 - Melhoria dos sistemas de fixação/contraventamento.
COFRAGENS RACIONALIZADAS
• As cofragens racionalizadas ou modulares são constituídas por elementos
normalizados, fabricados em materiais que admitem um elevado número de
reutilizações, e entre si ligados de modo a permitirem uma fácil montagem e
desmontagem. Distinguem-se das anteriores na medida em que foram concebidas
deliberadamente por forma a aumentar a sua rentabilidade, sobretudo com base
numa normalização de dimensões e processos de montagem e desmontagem.
• Assim, de acordo com o peso crescente das unidades elementares que constituem
os sistemas, ter-se-á as cofragens ligeiras ou desmembráveis, as semidesmembráveis
e as pesadas ou monolíticas.
Cofragens ligeiras ou desmembráveis
• Estes sistemas são os que contemplam uma separação entre os elementos de suporte
e os de cofragem, sendo que estes últimos são desmembrados em módulos.
• Apresenta-se, dentro dos três sistemas racionalizados, como o mais versátil e flexível
adaptando-se facilmente a várias formas geométricas.

PAREDES • Descrição das etapas de um ciclo de execução de paredes:


- Marcação no piso da posição das paredes;
- Colocação das armaduras e dos negativos de abertura -
sempre que possível, devem ser previamente preparados os
painéis de armaduras, no estaleiro de obra;
- Colocação dos painéis de cofragem, com a face em Contato
com o betão coberta com produto descofrante, e colocação
dos respetivos elementos de suporte;
- Ligação dos painéis entre si e entre painéis das duas faces
da parede, utilizando os acessórios, acima referidos;
- Betonagem das paredes, com acompanhamento da
vibração do betão;
- Descofragem das paredes, após o betão ter a resistência
suficiente;
- Limpeza dos painéis de cofragem.
PILARES

• As etapas de construção de um pilar, que se repetem para


os restantes pilares do edifício, são as que se apresentam a
seguir:
- Marcação do posicionamento do pilar no piso;
- Colocação das armaduras in-situ; estas devem ser
previamente preparadas no estaleiro, para permitir maior
rapidez na montagem;
- Colocação dos painéis de cofragem do pilar, e ligação entre
eles;
estes devem ser aprumados nas duas direcções, o que é feito
com auxílio de escoras; antes da colocação dos painéis, é
conveniente utilizar produto descofrante;
- Betonagem do pilar e respectiva vibração do betão; a
colocação do betão deve ser feita de modo a não causar
segregação do betão;
- Descofragem do pilar, após o betão ganhar presa;
- Limpeza dos painéis de cofragem.
VIGAS
• As fases de execução de uma viga com
painéis ligeiros de cofragem são:
- Marcação da cota da base da vigam nos
pilares e/ou paredes;
- Colocação da cofragem da viga, com o
respetivo escoramento;
- Previamente, a cofragem deve ser preparada
com produto descofrante; os painéis devem
ser convenientemente aprumados e ajustados
para as respetivas dimensões da viga;
- Montagem das armadura, sobre o molde de
cofragem;
- Betonagem da viga com a devida vibração do
betão;
- Após o betão ganhar resistência suficiente,
retiram-se os painéis laterais, podendo ficar os
prumos, ainda durante mais alguns dias;
- A seguir à descofragem, deve-se proceder à
limpeza dos painéis de cofragem.
Os sistemas racionais para a execução de lajes decompõem-
LAJES se nos seguintes elementos: prumos (para pés-direitos
muito elevados, pode-se recorrer a cimbres, longarinas
(vigas principais), carlingas (vigas secundárias) e painéis de
cofragem. Revelam-se como sistemas muito económicos
sobretudo na realização de lajes fungiformes maciças ou
aligeiradas devido à sua rapidez e facilidade de
montagem/desmontagem.
• Montagem de sistemas modulados para lajes
- Marcação da cota de nível do fundo da laje nos pilares
e/ou paredes;
- Definição do local onde serão colocados os prumos
(existem sistemas com calhas que facilitam bastante esta
tarefa;
- Colocação dos prumos com a altura correta (na situação
em que os prumos têm tripé de apoio e alavanca de aperto,
esta operação é facilitada;
- Colocação das longarinas (vigas principais) apoiadas nos
topos dos prumos e respetivo nivelamento;
- Colocação de apoios intermédios;
- Colocação das carlingas sobre as longarinas;
- Quando os painéis de cofragem e os negativos das
aberturas estiverem colocados, pode iniciar-se a colocação
da armadura, seguindo-se a betonagem;
COFRAGENS ESPECIAIS

- Cofragens com grande potencial a nível estrutural, estando preparadas para


conceberem elementos em betão com diferentes dimensões e formas ao longo do
elemento.
-Podem ser do tipo trepadoras, e/ou deslizantes.
-São muito caras e utilizadas em elementos particulares, como a construção de
pontes;
-Os projetos estruturais que exigem este tipo de cofragens são executados atendendo
às exigências, características e potencialidades destas cofragens.
- Estão preparadas com sistemas de segurança já acoplados na mesmas, cumprindo
legislação.
-Requerem cálculos muito específicos e condições de apoio próprias.
Os cimbres são estruturas de apoio a cofragens mais complexas e usadas sobretudo para
obras de maior dimensão, figura 2.32. No entanto o sistema de escoramento de edifícios
convencionais também é considerado cimbre ao escoramento das cofragens através de
sistema de “prumos”, mas não sendo tão específico nem exigente tecnicamente.
- Cimbre ao solo ou a níveis inferiores
Prumos extensíveis
Cimbres contínuos (em torres ou modulares)
Cimbres porticados
Outros especiais

OUTRAS COFRAGENS ESPECIAIS

Cofragens Pneumáticas (tubos Ø5 a 250 cm)


A cofragem adquire a forma pretendida
enchendo-a de ar.
COFRAGENS NÃO RECUPERÁVEIS
Existem também as cofragens não recuperáveis ou perdidas, podendo ter ou não
funções estruturais,
COFRAGENS NÃO RECUPERÁVEIS

Lajes aligeiradas de
vigotas pré-esforçadas
Cofragens – noções de dimensionamento
Exercício 1
Desprezando efeitos normativos faça um cálculo simples, sabendo que:
Supondo que tem de apresentar um estudo do número de prumos para uma
cofragem de uma laje maciça com 8x10m. As vigas dos extremos são embebidas,
tendo a laje 25cm de espessura e distando a parte inferior da mesma cerca de 4m do
pavimento térreo.

Exercício 2
Faça um desenho esquemático do suporte de uma viga pendurada em betão
armado.
MEC- Mestrado Engenharia da Construção
Uc: Tecnologia e Processos de Construção

Capítulo 8
Processos de construção de pontes e viadutos:
- Soluções construtivas;
- Medidas de controlo.
Pontes versus Viaduto????
Definições gerais
• Obras de Arte Especiais é uma estrutura executada para vencer algum
obstáculo sem interrompê-lo totalmente. Esse obstáculo pode ser uma
via, uma depressão, montanhas ou um curso d’água.

Ponte é quando o Viaduto é quando o Passarelas são obras Túnel são destinadas
obstáculo é obstáculo é um via ou de arte especiais a uma passagem,
constituído de curso um vale sem existir a destinadas ao tráfego podendo ser
de água ou um lago. presença de água. de pedestres e ao de subterrânea ou
ciclistas, para separar subaquáticos, que
o cruzamento de permite o acesso a
tráfego de veículo e um determinado
pedestres. local.
Histórico
• Os primeiros materiais a serem empregados em construção de pontes foram a
pedra e depois a madeira.

Primeira ponte de pedra Primeira ponte de madeira

Usado a técnica dos arcos Júlio César fez no início do verão do ano 55
aprendida com os etruscos.
Roma, Fabrício (62 a.C.). aC. uma ponte longa sobre o rio Reno de 400 m.
Histórico

• A primeira ponte toda construída em


ferro fundido. A primeira ponte de aço suspensa

Ponte sobre o rio Severn ou Ponte de Ponte do Brooklyn em


Coalbrookdale, construída em 1779, na Inglaterra 1883, Estados Unidos
Histórico
A primeira Pontes de concreto armado A primeira ponte em concreto protendido

Ponte do Castelo Chazelet – Monier 1875 Logo após o final da Segunda Guerra Mundial,
Eugène Freyssinet construiu a concreto protendido
sobre o rio Marne, a Ponte de Luzancy, (França).

Primeiras Ponte Lugar Ano Tipo de material

Ponte Fabrício Roma 62 a.C. Pedra

Ponte longa sobre o rio Reno de 400 m Alemanha 55 aC. Madeira

Ponte de Coalbrookdale Inglaterra 1779 Ferro

Estado Unidos 1840 aço

Ponte do Castelo Chazelet França 1875 Concreto Armado

Ponte de Luzancy França 1941 - 1946 Concreto Armado protendido


Propriedades fundamentais

• Nas construções de OAE, em geral, deve-


se atender os seguintes quesitos:
Funcionalidade
• Devem satisfazer às condições de uso para as quais foram projetadas e executadas.

Segurança
• A ponte deve ter seus materiais constituintes solicitados por esforços que neles provoquem
tensões menores que as admissíveis ou que possam provocar ruptura, apresentando um certo
conforto quando da passagem de cargas dinâmicas.
Estética
• Deve se inserir e se adaptar ao meio em que for executada, não apresentando contrastes com
elementos naturais existentes no local.
Economia
• Deve ser realizados vários estudos comparativo de várias soluções a fim de se escolher a estrutura
mais econômica dentro das exigências e limitações de cada obra.
Durabilidade
• A obra deve atender às exigências de uso durante um certo período previsto.
CLASSIFICAÇÃO
Quanto ao esquema estrutural

• Vigas Bi apoiada e sucessão de vãos isostáticos;


• Vigas Bi apoiadas com balanços
• Ponte construída por vão continua
• Ponte em arco
• Ponte Estaidas
• Ponte suspensas
• Pontes Treliçadas
• Ponte em vigas ancoradas
CLASSIFICAÇÃO
 Quanto ao esquema estrutural
Vigas bi-apoiadas e sucessão
de vãos isostáticos Vigas bi-apoiadas com balanços

Pont sur I’Ource (Autricourt, França)

Ponte petrônico Portela (Teresinha, MA)


Ponte Cottonwood Falls (Kansas, E.U.A)
CLASSIFICAÇÃO
• Quanto ao esquema estrutural

Ponte constituída por vãos contínuos Pontes em arco

Ponte em arco de tirantes Ponte em arco de


tracionados montantes comprimidos e
tracionados

Ponte em arco de
montantes comprimidos
CLASSIFICAÇÃO
 Quanto ao esquema estrutural

Pontes estaiadas Pontes


suspensas

Exemplos das forças sobre das


Exemplos de tipos de
pontes suspensas
pontes estaidas
CLASSIFICAÇÃO
 Quanto ao esquema estrutural
Pontes treliçadas Ponte em vigas ancoradas

Exemplos de tipos de pontes Exemplos de pontes em vigas

treliçadas ancoradas
CLASSIFICAÇÃO
Quanto à natureza do Quanto à seção transversal

tráfego Maciça
Laje
• Rodoviárias;
Vazada

Seção T
• Ferroviárias; Viga Tabuleiro
normal Seção
celular
Tabuleiro
• Passarelas; rebaixado
Rebaixado

• Aeroviárias;
• Aquedutos;
• Mistas.
CLASSIFICAÇÃO
Quanto ao comprimento Material da superestrutura

• Galerias - de 2 a 3 m;  Pontes de madeira;


 Pontes de alvenaria
• Pontilhões - de 3 a 10m;
 Pontes de betão simples;
• Pontes - acima de 10 m.  Pontes de betão armado;
 Pontes de betão pré-esforçado;
 Pontes de aço;
 Pontes mistas (betão e aço).
Pontes de pequenos vãos – até 30 metros
Pontes de médios vãos – de 30 a 60 a 80 metros
Pontes de grandes vãos – acima de 60 a 80 metros
CLASSIFICAÇÃO
Quanto ao desenvolvimento altimétrico Quanto à desenvolvimento planimétrico

Horizontal Ortogonais
•Retas •Retas
diagonais
Em rampa

•Curvas
Tabuleiro convexo
•Curvas
Tabuleiro côncavo

Ortogo Esconsas
nal

Ponte Curva
CLASSIFICAÇÃO
Gabaritos de passagem
• Vias navegáveis:
• Vias não navegáveis
Pequeno porte
Vias Grande porte
navegáveis Transceânicas

Pequeno porte:
CLASSIFICAÇÃO
• ESTRADAS
GRANDE
PORTE: a) Rodagem: hmin=5,50 m ; Larg. Mín.=7,00 m
b) Ferroviária: hmin=7,25 m; Largura mínima:

LINHA SIMPLES:
- Bitola estreita: 1,00 M – L=4,00 M
- Bitola larga: 1,60 M – L=4,90 M

TRANSOCEÂNIC
LINHA DUPLA:
AS:
- Bitola estreita: 1,00 M – L=7,75 M
- Bitola larga: 1,60 M – L=9,15 M
Nomenclatura
As pontes podem ser subdivididas nos seguintes elementos:

SUPERESTRUTURA Estrutura principal


Estrutura secundária

Pilares
MESOESTRUTURA Aparelhos de apoio
Estruturas de contenção

INFRAESTRUTURA Fundações
Esquema ilustrativo da composição
das pontes. (Debs e Takeya, 2009)
Nomenclatura
Com relação à seção transversal
 Via de rodagem- largura disponível para o
tráfego normal dos veículos, que pode ser
subdividida em faixas;
 Berma - largura adicional à pista de rolamento
destinada à utilização em casos de
emergência, pelos veículos;
 New Jersey - elemento de proteção aos
veículos, colocado lateralmente ao
acostamento;
 Passeio - largura adicional destinada
exclusivamente ao tráfego de pedestres;
 Lancil - elemento destinado a impedir a
invasão dos passeios pelos veículos;
 Guarda corpo ou rail- elemento de proteção
aos pedestres.
Nomenclatura
Com relação à seção longitudinal
 Comprimento da ponte (também denominado
de vão total) - distância, medida
horizontalmente segundo o eixo longitudinal,
entre as seções extremas da ponte;
 Vão (também denominado de vão teórico e de
tramo) - distância, medida horizontalmente,
entre os eixos de dois suportes consecutivos;
 Vão livre - distância entre as faces de dois
suportes consecutivos;
 Altura de construção - distância entre o ponto
mais baixo e o mais alto da superestrutura;
 Altura livre - distância entre o ponto mais baixo
da superestrutura e o ponto mais alto do
CONSIDERAÇÕES
Os elementos principais de campo necessários para processos de execução de
obra-de-arte-especial são:

 Informações sobre a geometria:


 Informações hidráulicas/hidrológicas: no caso de pontes sobre rio,
informações sobre o fluxo de água, seção de vazão, níveis máximo e
mínimos da água, ocorrência de secas ou inundações, variação bruscas
de temperaturas etc.
 Informações geotécnicas e geológicas do solo: sondagens, relatórios
geológicos e etc.
 Informações hidráulicas/hidrológicas: no caso de pontes sobre rio,
informações sobre o fluxo de água, seção de vazão, níveis máximo e
mínimos da água, ocorrência de secas ou inundações, variação brusca de
temperaturas etc.
Métodos construtivos
Sistema construtivos de infraestrutura

Seguem os procedimentos fundamentados pela Geotecnia e Fundações, que


de acordo com os estudos realizados no solo através de sondagens, estado
de plasticidade e outros, possibilita uma escolha da fundação.

Segue abaixo algumas fundações que podem ser adotadas:

 Sistema de fundação por tubulões;


 Sistema de fundação por blocos de betão;
 Sistema de fundação por sapatas simples ou corridas;
 Sistemas de fundação por estacas;
Métodos construtivos
Sistema construtivos de mesoestrutura

 a - através de peças pré-moldadas, em passarelas e obras de pequenos vãos;


 b - através de betonagem convencional, isto é, executadas a confragem completas, betona-
se de baixo para cima, de modo contínuo, sendo o betão lançado ou bombeado e vibrado;
 c - através de confragem deslizantes, confragens desmontáveis de cerca de 1,0 m de altura,
empurradas continuamente para cima, simultaneamente com a betonagem, contínua e vibrada;
 d - através de confragem trepantes, confragens desmontáveis de cerca de 3,0 m de altura

* no caso particular de confragens deslizantes recomenda-se um


recobrimento adicional das armaduras, de 3 a 4 cm, para combater a
tendência à fissuração da camada superficial do betão, provocada pelo
arrastamento das confragens.
Métodos construtivos
Métodos construtivos de superestrutura

Cimbramento Fixos
Execução por cimbramento Cimbramento Móveis
Viga de lançamento
SUPERESTRUTURA
Balanços sucessivos
Lançamento por incrementos modulados
Métodos construtivos
 Execução por cimbramento
• O processo de execução sobre
escoramentos pode ser
constituído por escoramento
fixo ou pela combinação de
escoramento móvel com
confragens deslizantes.
- O escoramento fixo pode ser
contínuo, somente através de
pontaletes, ou misto, com
torres e perfis ou treliças. visto
que, solicitam-se as peças ao
máximo, trabalhando, quase
sempre, no limite e com
deformações excessivas.

Exemplos de tipos de cimbramentos fixo


Métodos construtivos
• Os cimbramentos móveis são
aplicáveis a obras cujo número
de vãos seja superior a três.

• Após a betonagem do primeiro


vão, o escoramento deslizante
e as confragens são deslocados
para o vão seguinte e assim
sucessivamente. Em obras Ponte sobre o rio Arenteiro em Ourense (Espanha)
contínuas, as fases de
betonagem estendem-se até o
ponto do momento nulo no
vão seguinte.

Exemplo de cimbramento móvel


Métodos construtivos
Existe nas seguintes versões

• Superior, funcionando sobre o


tabuleiro de betão e suportando
os elementos em suspensão.

• Inferior, funcionando sob o


tabuleiro de betão e recebendo Cimbramento móvel superior
sobre ele os pesos dos
elementos.

Cimbramento móvel inferior


Métodos construtivos
 Lançamento por Viga de
lançamento

• O sistema é formado por um par de


Vigas (treliças), desloca-se
elementos longitudinal e
transversalmente. O
posicionamento de uma viga é feito
através do deslocamento inicial da
viga para o vão de lançamento, com
viga ancorada na região
correspondente ao vão anterior;
após ancoragem da viga no pilar
subsequente, a viga é deslocada
entre o par de treliças e colocada na
sua posição definitiva.

• Existe nas seguintes versões


• Superior, funcionando sobre o
tabuleiro de betão e suportando
os elementos em suspensão.
• Inferior, funcionando sob o
tabuleiro de betão e recebendo
sobre ele os pesos dos elementos.
Métodos construtivos
• A principais VANTAGENS são (Miguel Ferraz
2001): A principal DESVANTAGEM do método é o
• Rapidez de construção: a construção de um aumentado investimento necessário para
vão demora cerca de uma semana,
aquisição, transporte e operações de
podendo mesmo ser possível a construção
de cada vão em cerca de 5 dias, se forem montagem/desmontagem da viga de
utilizados elementos pré-fabricados; lançamento. Estas estruturas são bastante
• Facilidade de construção do tabuleiro,
pesadas uma vez que têm que vencer vãos
devido à facilidade de acesso à frente de
trabalho, sobretudo no caso de vigas de consideráveis suportando o seu peso e o
lançamento inferior; peso do betão de um tramo da obra. A
• Facilidade na sistematização das
amortização destes equipamentos só é
operações, possibilidade de ajustamentos e
adaptações no decorrer da obra; possível em viadutos de grande
• Independência do trabalho em relação ao comprimento ou através da sua reutilização
solo, que proporciona a não interrupção
em diversas obras.
dos trabalhos devido a cheias, tráfego, etc.
• Segurança dos operários, pois estes
possuem uma superfície relativamente
grande para trabalhar.
Métodos construtivos
 BALANÇOS SUCESSIVOS
• Consiste na execução da estrutura em
segmentos, aduelas de comprimento
variável de 3 a 10 metros, a execução
processa-se simetricamente em
relação ao apoio até metade dos vãos
adjacentes a ele, e o mesmo processo
é concluído para os vãos vizinhos até
o fechamento.
• Quando os balanços são desiguais, ou
se pretende partir de um apoio para
os seguintes em execução contínua, é
usual a utilização de apoios
provisórios intermediários ou estais
ajustáveis ao desenvolvimento do vão,
suportados por torres provisórias e
ancoradas no apoio anterior.
• A ligação entre aduelas pré-moldadas
é feita por meio de cabos de pos-
tensão, que podem ou não fazer parte
da cablagem definitiva do trecho, e
com o auxílio de cola polimerizável à
base de resina epoxi, aplicada às
juntas dos elementos a serem ligados.
Métodos construtivos
Métodos construtivos

Etapas da construção em balanço sucessivo (DNER,1996)


Métodos construtivos
Vantagens e Desvantagens do Método

• A vantagem mais importante deste processo é a ausência de cimbres e escoramentos, libertando todo o
espaço debaixo da ponte. Este método tem bastante utilidade em obras com pilares altos e
atravessando vales largos e profundos, onde o escoramento é oneroso e em obras sobre rios com
correntes fortes e variáveis onde o escoramento pode ser perigoso. Existem outras vantagens como a
utilização de poucas cofragens e o seu aproveitamento ao longo de toda a obra, bom rendimento de
mão-de-obra devido à mecanização do processo e possibilidade de acelerar o processo utilizando
diversas frentes de trabalho (Miguel Ferraz 2001).

• Devido ao grau de dificuldade inerente a este processo construtivo, uma das principais desvantagens é a
grande capacidade técnica exigida ao empreiteiro responsável pela obra. A meticulosidade da operação
de avanço da cofragem e o rigor exigido no controlo geométrico da obra são dois bons exemplos da
necessidade de um elevado nível de preparação (Miguel Ferraz 2001).
Métodos construtivos
 Lançamento por incrementos
modulados
• O processo consiste na pré-
fabricação dos segmentos atrás
de um dos encontros da ponte,
sendo cada segmento betonado
e tensionado diretamente contra
o anterior. Após a sua cura, o
conjunto todo é empurrado para
a frente na distância de 1
segmento. Sua principal 3 2 1
característica está na eliminação
de cimbramento, facilidade de
lançamento e substancial
redução do prazo de construção.
Construção por incrementos modulados
Métodos construtivos

Viaduto Itztalbrücke, Alemanha


Métodos construtivos
As principais vantagens
• Toda a área situada sob o tabuleiro fica livre devido à As principais Desvantagens
ausência de cimbres e cofragens, não havendo o
risco de queda de peças ou materiais nem de O perfil longitudinal e a geometria do traçado são
diminuição da altura livre; condicionados pelo processo construtivo, pelo
que o aspecto estético poderá por vezes sair
• Estando quase toda a atividade de construção do
prejudicado;
tabuleiro concentrada numa área pequena e de fácil
acesso, esta pode ser coberta protegendo os A secção da superstrutura tem de ser constante, o
operários de condições climatéricas desfavoráveis e que para vãos superiores a 60 m é pouco
garantindo as condições de segurança e qualidade de económico;
fabrico que se conseguem numa instalação industrial Necessidade de dispor de uma área considerável
de pré-fabricação; atrás de um dos encontros, pelo menos igual ao
• Rapidez de construção, pois existe a possibilidade de vão de um tramo, que nem sempre se encontra
construir o tabuleiro e os apoios simultaneamente; disponível, inviabilizando assim a utilização do
processo;
• O material de lançamento é ligeiro, pouco
dispendioso e pouco dependente das características O recurso a um pré-esforço provisório é bastante
da obra pelo que pode ser reutilizado noutras obras, dispendioso, apesar de ser possível incorporá-lo
amortizando melhor o seu custo; no pré-esforço final;
• Eliminação de custos de transporte associados aos Necessidade de tratamento do terreno de apoio
sistemas de pré-fabricação; da cofragem fixa, de modo a evitar imperfeições
• Eliminação de juntas de betonagem (secas ou com da geometria;
resinas); A operação de deslocamento do tabuleiro requer
• Possibilidade de diminuir o prazo de execução bastante capacidade técnica por parte do
utilizando duas áreas de fabrico. empreiteiro.
* Para cimbramento móvel

Estudo de caso
Métodos construtivos
inferior o vão tipo é até 60 m.

 Quadro comparativo dos métodos construtivos de tabuleiro


Cimbramento Treliça de Lançamento por
Cimbramento Móvel Balanços sucessivo
Fixo Lançamento incrementos modulados
Vão tipo Vão até 40 m Vão 25 até 70 m* Vão até 45 m Vão 40 até 60 m Vão 60 até 200 m
Pequeno e médio Médio e grande porte -
Pequeno, médio e
Comprimento porte - extensão Médio e grande porte extensão superiores à 150 grande porte
grande porte
de até 300 m m
Independência do Independência do Independência do
Independência do trabalho
Travalho em relação ao solo Dependência trabalho em relação trabalho em trabalho em relação ao
em relação ao solo
ao solo relação ao solo solo
apropriada para vales
Altura elevadas.
altura de até 25 com pilares com
Altura do tabuleiro Altura elevadas Altura elevadas Aconselhável em altura
m alturas entre os 30 e
superior a 50 m
60 metros
Consegue operar em
trechos curvos e Consegue operar Limitado à pontes retas
rampas com em trechos curvos Limitado à pontes retas ou ou circulares constante
Presença de rampa ou Somente em
inclinações e rampas circulares constante em em planta. Raios de
curvas em planta curvas em planta
longitudinais até 2.3% máximas de até planta curvatura superiores a
e inclinações 6% 750 - 1000 m
transversais até 6%
Capacidade técnica do
Baixa Alta Média Alta Alta
empreiteiro adequada
Métodos Estudo de caso
construtivos
 Diagrama base de aplicação do método construtivo de tabuleiro
Necessidade de avaliação técnico-
econômica detalhada
Comprimentos
Vão 0-40 (m) superiores a 150 m Vão 60-200 (m)

Vão 40-70 (m)

Sim Capacidade técnica


Extensão até 300 m do empreiteiro
adequada

Pontes retas ou
Sim Não circulares em planta e
altura constante Sim Não

Terreno de fundação Multiplos tramos


estável e com iguais Sim

avaliação detalhada
Necessidade de Balanço sucessivo

Necessidade de
capacidade resistente
avaliação técnico-

(misto)
Sim econômica detalhada
Seção do tabuleiro
constante
Sim Elemento pré-moldado Sim
Não

Não Sim
Local de fácil acesso, Capacidade técnica
Cimbramento móvel
pouco acidentado e Sim do empreiteiro Não
e deslocamentos
sem cursos de água adequada
Inclinações longitudinais sucessivos pouco Área livre num dos
Superiores a 2.3% até adequadas encontros para criar a
6% Não zona de trabalho

Sim Vão até a 45 m


Não Sim

Sim
Altura máxima do
Vão inferior a 25 m Vão superior a 60 m
tabuleiro com o solo 40 m

Sim Sim
Sim Não Sim

Treliça de Lançamento por


Cimbramento fixo
Cimbramento móvel * lançamento Incrementos modulados
ao solo

Figura 4. 3 - Diagrama base de aplicação do método construtivo de tabuleiro (Rodrigues, Rodolfo Adaptado)

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