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1
O Título IX do Código Comercial, formado pelos artigos 731 a 739 foi revogado pela Lei 7.542 de
1986.
2
Theóphilo de Azeredo Santos, Direito da Navegação Marítima e Aérea (1 ed., Rio de Janeiro, Editora
Forense), p. 380.
2
A Convenção Internacional de Bruxelas, realizada em 23 de setembro de
19103, estabeleceu regras gerais sobre assistência e salvamento, segundo as quais o
capitão está obrigado, desde que não haja perigo sério para o seu navio, sua equipagem
ou seus passageiros, a prestar assistência a toda pessoa, mesmo que inimiga, encontrada
no mar em perigo de se perder4.
Assim, a Convenção de Bruxelas sobre assistência e salvamento
transforma o dever moral em dever jurídico para os navios privados.
É importante notar que a Convenção Internacional para Salvaguarda da
Vida Humana no Mar - SOLAS, no item n°5 da Regra 33 do Capítulo V, dispõe
expressamente que não são anuladas pelas prescrições da Regra 10 as disposições da
Convenção para unificação de certas Regras, com respeito à Assistência e Salvamento
no Mar, assinada em Bruxelas, em 23 de setembro de 1910, particularmente no que
concerne à obrigação de prestar socorro, imposta pelo artigo 11 da citada Convenção.
Vale a pena citar que o antigo Código Brasileiro do Ar de 1938 dispunha,
em seu artigo 118, que todo comandante ou piloto de aeronave em vôo deve assistência,
sem prejuízo para sua própria segurança, a quem quer que, no mar, ou a bordo de
aeronave em perigo, corra risco de vida, ou seja, vítima de avarias. Pelo artigo 119 do
CBA, a obrigação de assistência do artigo anterior também existiria se fosse recebido
SOS, salvo se o sinistrado se encontrasse em distância tal que nenhuma assistência útil
fosse possível.
A legislação aeronáutica seguinte, ou seja, o CBA de 1966 dispunha no
artigo 134 sobre o dever de assistência do comandante de aeronave e, no artigo 135,
sobre o mesmo dever do comandante de navio5.
O atual Código Brasileiro de Aeronáutica6 contém normas jurídicas no
mesmo sentido, em seus artigos 50 e 51, in verbis:
Art. 50. O comandante da aeronave é obrigado
a prestar assistência a quem se encontrar em perigo no mar,
no ar ou em terra, desde que o possa fazer sem perigo para
a aeronave, sua tripulação, seus passageiros ou outras
pessoas.
Art. 51. Todo comandante de navio, no mar, e
qualquer pessoa, em terra, são obrigados, desde que o
possam fazer sem risco para si ou outras pessoas, a prestar
assistência a quem estiver em perigo de vida, em
conseqüência de queda ou avaria.
3
A Convenção de Bruxelas de 1910 foi promulgada no Brasil pelo Decreto número 10.773 de 18 de
setembro de 1914.
4
Art. 11 da Convenção de Bruxelas de 1910.
5
José da Silva Pacheco, Comentários ao Código Brasileiro de Aeronáutica (Segunda Edição, Rio de
Janeiro, Editora Forense, 1998), pp. 125 e 126.
6
Lei Número 7.565, de 19 de dezembro de 1986.
3
Essas normas jurídicas constantes das diversas legislações aeronáuticas
de nosso país tiveram como fonte de inspiração a Convenção Internacional para
Unificação de Certas Regras com respeito à Assistência e Salvamento no Mar, assinada
em Bruxelas em 1910.
Completando essa análise do desenvolvimento das normas relacionadas
com a obrigação de assistência, destacamos as regras referentes à guerra7 marítima no
que concerne aos náufragos.
A situação dos náufragos na guerra marítima está regulamentada na II
Convenção de Genebra de 1949 “para a melhoria da sorte dos feridos, enfermos e
náufragos das Forças Armadas no Mar”, que repete diversos dispositivos da I
Convenção de Genebra sobre feridos e enfermos na guerra terrestre. O Protocolo I da II
Convenção de Genebra fornece uma definição de náufrago em seu art. 8o, que
transcrevemos apenas a título elucidativo.
Assim, por esse diploma legal internacional, entende-se por náufragos
“as pessoas, sejam militares ou civis, que se encontram em situação de perigo no
mar ou em outras águas, em conseqüência de um infortúnio que os afete ou que
afete o navio ou aeronave que os transportava, e que se abstenham de todo ato de
hostilidades. Essas pessoas, sempre que prossigam abstendo-se de todo ato de
hostilidades, continuarão consideradas como náufragos durante seu salvamento...”
O grande internacionalista brasileiro Celso D. Albuquerque Mello8
ensina que os feridos, enfermos e náufragos são protegidos pelo Direito Internacional
Humanitário, bem como tudo aquilo que visa a atendê-los como os navios-hospital,
aeronaves sanitárias9, navios de busca e salvamento, etc., bem como ao pessoal religioso
e sanitário10. O Protocolo I estabelece no art. 20, que são proibidas represálias contra
tais pessoas e bens.
O grande marco na história da navegação que possibilitou o
desenvolvimento de uma convenção internacional sobre regras internacionais
relacionadas com a salvaguarda da vida humana no mar foi o desastre com o
transatlântico inglês Titanic ocorrido em 1912, que naufragou após colidir com um
iceberg.
Os registros do naufrágio do RMS Titanic, bem como das operações de
salvamento que se seguiram, relatam que nenhuma das 1489 pessoas que abandonaram
o navio para dentro d’água estavam vivas quando as equipes de resgate chegaram cerca
de uma hora e cinqüenta minutos após o naufrágio. A causa principal dessas mortes foi
a hipotermia por imersão.
7
Atualmente, na Carta da ONU, não se utiliza a palavra guerra, mas o termo “agressão” ou ainda “uso da
força”. A Carta da ONU diz que “todos os Membros deverão evitar em suas relações internacionais a
ameaça ou o uso da força contra a integridade territorial ou a independência política de qualquer Estado,
ou qualquer outra ação incompatível com os Propósitos das Nações Unidas”. O seu Preâmbulo determina:
“... que a força armada não será usada a não ser no interesse comum.”
8
O professor e jurista Celso Duvivier de Albuquerque Mello é Juiz aposentado do Tribunal Marítimo e
livre-docente de Direito Internacional Público da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Rio de
Janeiro.
9
Aeronave sanitária é aquela exclusivamente utilizada para a evacuação dos feridos, enfermos e
náufragos, bem como para o transporte do pessoal e do material sanitário (definição fornecida pela
Convenção de Genebra de 1949, em seu art. 39)
10
Celso D. de Albuquerque Mello, Direitos Humanos e Conflitos Armados (1 ed., Rio de Janeiro, Editora
Renovar), p. 261
4
O tempo de sobrevivência de uma pessoa imersa dentro da água fria do
mar depende basicamente de dois fatores principais, temperatura da água e tempo de
exposição, e de dois fatores secundários, constituição física da pessoa e atitude dentro
da água.
Considerando os fatores principais, o tempo de resposta das equipes de
busca e salvamento é fundamental para o sucesso do resgate das pessoas com vida.
Após o naufrágio do Titanic, o Reino Unido convocou as principais
nações marítimas do mundo para desenvolverem conjuntamente regras internacionais
concernentes à salvaguarda da vida humana no mar. Assim, em 20 de janeiro de 1914,
13 países assinaram a SOLAS de 1914, com oito capítulos. Um dos pontos
fundamentais dessa Convenção estava disciplinado no Capítulo VI, qual seja, a
obrigatoriedade de existirem a bordo dos navios, embarcações de sobrevivência e
coletes salva-vidas em número suficiente para todas as pessoas a bordo do navio.
A Convenção Internacional para a Salvaguarda da Vida Humana no Mar
sofreu diversas revisões e atualizações ao longo do século XX11
A essência para o sucesso das operações de busca e salvamento é a
velocidade com que é planejada e realizada. É fundamental que as Autoridades de SAR
estejam cientes, e assumam que após um acidente no mar, existirão sobreviventes que
necessitarão de assistência imediata, e que suas chances de sobrevivência diminuirão
com o passar do tempo.
Diante dessa realidade irrefutável, a SOLAS-1974 encorajou que os
países contratantes tomassem as providências necessárias ao estabelecimento de uma
organização de busca e salvamento, de forma a desenvolverem um sistema de vigilância
costeira e de salvamento de pessoas em perigo no mar nas proximidades da costa, como
dispõe o texto da Regra 7, do Capítulo V, extraído da Convenção:
1. Cada Governo Contratante se obriga a garantir
que serão tomadas todas as disposições necessárias
para a vigilância em suas costas e para o
salvamento das pessoas em perigo no mar, ao longo
dessas costas. Estas disposições devem
compreender o estabelecimento, a utilização e a
manutenção de todas as instalações de segurança
marítima julgadas praticamente realizáveis e
necessárias, levando em conta a intensidade do
tráfego no mar e os perigos da navegação, e devem,
tanto quanto possível, fornecer os meios adequados
para localizar e salvar as pessoas em perigo.
2. Cada Governo Contratante se obriga a dar
informações concernentes aos meios de salvamento
de que dispõe, e, se existirem, aos projetos de
modificações dos citados meios.12
11
1929, 1948, 1960 (e suas emendas adotadas em 1966, 1967, 1968, 1969, 1971 e 1973), 1974 (Protocolo
de 1978, emendas de 1983, 1988, 1989, 1990, 1991, 1992, 1994, 1995, 1996, 1997 e 1998).
12
Regra 15, do Capítulo V, da SOLAS-74. Segue-se o texto original em língua inglesa da referida regra:
“(a) Each Contracting Government undertakes to ensure that any necessary arrangements are made for
coast watching and for the rescue of persons in distress at sea round its coasts. These arrangements should
5
Outra regra fundamental relacionada com a assistência e salvamento de
vidas humanas no mar é a que está disposta no item nº 1 da Regra 33 do Capítulo V da
SOLAS, que trata da responsabilidade do Comandante do navio no mar em dar
assistência, a qual reproduzimos a seguir dada a sua relevância para a matéria em
estudo:
Regra 33
Mensagens de Socorro - Obrigações e
Procedimentos
1. O Comandante de um navio no mar, que
estiver numa posição em que possa prestar
assistência ao receber um sinal, proveniente de
qualquer origem, informando que há pessoas
em perigo no mar, é obrigado a se dirigir a toda
velocidade em seu auxílio, informando, se
possível, a elas ou ao serviço de busca e
salvamento, que o navio está fazendo isso. Se o
navio que receber o alarme de socorro estiver
impossibilitado ou, devido às circunstâncias
especiais do caso, não considerar razoável nem
necessário proceder para prestar socorro, o
Comandante deverá lançar no Livro de Quarto
o motivo pelo qual deixou de seguir para
prestar assistência às pessoas em perigo e,
tendo em vista as recomendações da
Organização, e prestar as informações
adequadas ao serviço de busca e salvamento
pertinente.13
include the establishment, operation and maintenance of such maritime safety facilities as are deemed
practicable and necessary having regard to the density of seagoing traffic and the navigational dangers
and should, so far as possible, afford adequate means of locating and rescuing such persons. (b) Each
Contracting Government undertakes to make available information concerning its existing rescue
facilities and the plans for changes therein, if any”.
13
Versão na língua portuguesa encontrada no SOLAS edição consolidada de 1998. O texto em português
da edição de 1994 apresenta algumas diferenças, como podemos observar de sua transcrição a seguir. “O
Comandante de um navio no mar, que recebe, de qualquer que seja a origem, uma mensagem indicando
que um navio, uma aeronave ou suas embarcações e balsa salva-vidas se encontram em perigo, é obrigado
a dirigir-se, a toda velocidade, em socorro das pessoas em perigo, informando-as, se possível, que assim
está fazendo. Em caso de impossibilidade, ou se, em face às circunstâncias especiais em que se encontre,
considere não razoável ou desnecessário prosseguir para prestar socorro, deve lançar no livro de bordo a
razão pela qual deixou de prosseguir em socorro das pessoas em perigo”.
14
Celso D. de Albuquerque Mello, Direito Internacional Público (11primeira ed., Rio de Janeiro, Ed.
Renovar, 1997), 1primeiro Volume, Capítulo X, pp. 267 e ss.
6
Considerando tudo o que foi exposto acima, não existia até o final da
década de 70, nenhum sistema internacional cobrindo as operações de busca e
salvamento. Em algumas regiões do mundo existiam organizações de SAR bem
estruturadas capazes de providenciar pronta assistência com máxima eficiência, como é
o caso da Guarda Costeira norte-americana e dos serviços de salvamento operando no
Mar do Norte, enquanto em outras áreas nada havia.
Cada país era responsável pela coordenação e controle das operações de
busca e salvamento em seu espaço territorial e áreas adjacentes, sendo as operações de
SAR desenvolvidas por meio de procedimentos diferenciados. Isso poderia criar
dificuldades diante de um sinistro, em função da diferença operacional de cada país,
além de acarretar a má distribuição das unidades e centros de busca e salvamento,
alocando recursos econômicos sem prévio planejamento.
A IMO preparou um manual sobre operações de busca e salvamento para
guiar aqueles que, em caso de acidente no mar, possam requerer auxílio de outros ou
sejam capazes de prestar por si mesmos tal auxílio. Esse manual foi adotado pela
Assembléia da IMO em 1971, recebendo o nome de MERSAR15 (Merchant Ship Search
and Rescue Manual).
Em 1978, o Comitê de Segurança Marítima da IMO adotou um segundo
manual chamado IMO Search and Rescue Manual (IMOSAR Manual)16 a fim de
auxiliar os Governos a implementarem a Convenção Internacional de Busca e
Salvamento, através do desenvolvimento de uma política comum de busca e
salvamento, encorajando todos os Estados Costeiros a criarem suas próprias
organizações de SAR, dentro dos padrões da convenção, bem como a desenvolverem
cooperação com os Estados adjacentes e relacionamentos de mútua assistência.
Em 1979, na conferência de Hamburgo realizada sob os auspícios da
IMO, foi adotada a Convenção Internacional de Busca e Salvamento Marítimo
(International Convention on Maritime Search and Rescue – SAR Convention), que
entrou em vigor em 1985.
Os objetivos principais da SAR Convention relacionavam-se com o
desenvolvimento de um plano internacional, integrado e coordenado de busca e
salvamento, que permitisse uma padronização das operações de busca e salvamento,
independentemente do local em que tenha ocorrido o sinistro.
Entretanto, algumas dificuldades tornaram a implementação do sistema
internacional de busca e salvamento bastante morosa. Entre elas podemos destacar o
fato de a Convenção impor consideráveis obrigações aos Estados contratantes. Para se
ter uma idéia da resistência de diversos países na assinatura dessa Convenção, temos
que no final de 1997, a SAR Convention tinha sido ratificada por apenas 56 países, que
combinados representavam menos do que 50 % (cinqüenta por cento) da tonelagem
mundial. Além disso, muitos Estados costeiros não adotaram a Convenção.
Diante desses fatos, a IMO percebeu a necessidade de revisar a
Convenção, agendando uma conferência para Hamburgo, em outubro de 1995.
15
O MERSAR Manual foi atualizado diversas vezes desde 1971, sendo a última emenda adotada em
1992, entrando em vigor em 1993.
16
O IMOSAR Manual foi atualizado em 1992, entrando tal emenda em vigor também em 1993.
7
A SAR Convention foi revisada e seu texto adotado em maio de 1998,
tendo entrado em vigor em primeiro de janeiro de 2000.
Essa revisão destaca as responsabilidades dos Governos e dá grande
ênfase à coordenação e harmonização entre as operações aéreas e marítimas de busca e
salvamento.
A IMO e a ICAO17 desenvolveram conjuntamente o International
Aeronautical and Maritime Search and Rescue (IAMSAR) Manual, para substituir o
MERSAR, publicado em 1971, e o IMOSAR, publicado em 1978.
O IAMSAR Manual encontra-se dividido em três volumes, quais sejam,
Organização e Administração (volume I), Coordenação da Missão (volume II) e Meios
de Salvamento Móveis (volume III).
O volume Organização e Administração (volume I) trata do conceito do
sistema SAR global, do estabelecimento e do aperfeiçoamento dos sistemas SAR
nacionais e regionais e da cooperação entre Estados vizinhos, de modo a oferecer
serviços de SAR eficazes e econômicos.
O volume Coordenação da Missão (volume II) auxilia o pessoal que
planeja e coordena as operações e os exercícios de SAR.
Por sua vez, o volume Meios de Salvamento Móveis (volume III) se
destina a ser levado a bordo das unidades de salvamento, aeronaves e embarcações, para
auxiliar no desempenho das funções de busca, de salvamento e de coordenador da cena
de ação, bem como nos aspectos relacionados com busca e salvamento relativos às suas
próprias emergências.
O principal propósito dos três volumes do IAMSAR Manual é auxiliar os
Estados a atender às suas próprias necessidades de busca e salvamento e a desempenhar
as obrigações que aceitaram assumir, de acordo com a Convenção sobre Aviação Civil
Internacional, com a Convenção Internacional de Busca e Salvamento Marítimo e com a
Convenção Internacional para a Salvaguarda da Vida Humana no Mar.
Estes volumes fornecem as linhas gerais para uma abordagem comum,
de aviação e marítima, para a organização e a prestação de serviços SAR. A doutrina de
busca e salvamento adotada nas duas grandes organizações internacionais acima citadas
é no sentido de incentivar os Estados a desenvolver e aperfeiçoar os seus próprios
serviços de SAR, a cooperar com os Estados vizinhos e a considerar os seus serviços de
SAR como fazendo parte de um sistema SAR global.
17
ICAO – International Civil Aviation Organization.
8
Sistema SAR
Região de Busca e Salvamento (SRR) – é uma área de dimensões definidas, que possui
um centro de coordenação de salvamento (RCC), na qual são prestados serviços SAR.
A Região de Busca e Salvamento sob responsabilidade do Brasil abrange
a área do Oceano Atlântico, compreendida entre a Costa brasileira e o meridiano de
010o W, e está dividida em cinco sub-regiões.
Funções Básicas de um Sistema SAR: o Sistema SAR deve ser estruturado de forma a
prover as seguintes funções efetivamente:
- receber, acusar recebimento e retransmitir notificações de socorro;
- coordenar as respostas SAR; e
- conduzir as operações SAR.
Coordenadores SAR:
Os SC constituem o nível mais elevado dos administradores de SAR.
Cada Estado possui normalmente uma ou mais pessoas para as quais esta designação
pode ser adequada.
Os SC possuem a responsabilidade geral de:
a) estabelecer, guarnecer, equipar e administrar o Sistema SAR.
b) estabelecer RCC e Sub-centros de Salvamento (RSC – Rescue Sub-centre).
c) fornecer ou obter meios SAR.
d) coordenar o adestramento de SAR.
e) Elaborar as políticas de SAR.
A função de SC na área marítima de responsabilidade do Brasil cabe ao
SALVAMAR BRASIL, o qual integra a estrutura orgânica do Comando de Operações
Navais (ComOpNav).
9
Coordenadores da Missão SAR:
Toda operação é realizada sob a orientação de um SMC. Esta função só
existe durante a duração de um incidente SAR específico e é normalmente
desempenhada pelo Chefe do RCC ou por alguém designado por ele.
O SMC dirige uma operação de SAR até que o salvamento tenha sido
realizado, ou até que se torne evidente que qualquer ação subseqüente não trará
qualquer resultado.
Os SMC devem estar bem adestrados em todos os processos, estar
totalmente familiarizados com os planos SAR aplicáveis, e:
- coletar informações sobre situações de perigo
- elaborar planos de ação SAR precisos e exeqüíveis
- enviar e coordenar os meios necessários para desempenhar missões SAR
O IAMSAR volume III enumera uma série de tarefas afetas ao SMC,
entre elas: obter e avaliar todos os dados relativos à emergência, determinar o tipo de
equipamentos de emergência existentes a bordo da embarcação ou aeronave acidentada,
manter-se informado sobre as condições ambientais reinantes, plotar as áreas onde serão
realizadas as buscas e determinar os métodos e meios a serem utilizados, coordenar a
operação com os RCC vizinhos (quando adequado), avaliar todas as informações
recebidas e modificar o plano de ação de busca como necessário, entre outras (Seção 1 –
pp. 1-3 e 1-4 do IAMSAR volume III).
10
Sistema de Informações de Navios
11
AMVER (Automated Mutual-assistence Vessel Rescue)
18
A tradução para o português da abreviatura AMVER System é a seguinte: Sistema Automatizado de
Salvamento de Embarcações por Assistência Mútua.
12
Métodos de notificação de perigo
No mar, há diversas formas de se transmitir sinais de perigo. Um navio que
requer assistência poderá fazê-lo por intermédio dos equipamentos de comunicação
existentes a bordo, transmitindo sua mensagem de socorro diretamente a outro navio no
mar, ou para uma estação costeira.
Após 1º de fevereiro de 1999, todas as embarcações sujeitas à Convenção
SOLAS devem atender às prescrições relativas aos equipamentos de comunicações do
sistema GMDSS, compreendendo:
- Estações terrestres Inmarsat a bordo de navios
- Rádios com chamada seletiva (DSC), em VHF, MF e HF
- Receptores para informações de segurança marítima, como NAVTEX e
SafetyNET
- Equipamentos de VHF portáteis
- Transmissores rádio indicadores de posição de emergência (EPIRB)
- Transponders de radares de busca e salvamento (SART)
13
Baleeiras (Regra 4.4.8 do LSA Code)
- um apito, ou outro dispositivo equivalente capaz de produzir sinais sonoros;
- quatro foguetes luminosos com pára-quedas;
- seis fachos manuais;
- dois sinais fumígenos flutuantes;
- duas lanternas à prova d’água, adequadas para sinalização Morse;
- um refletor radar;
- um espelho de sinalização diurna;
- um holofote.
Toda embarcação de sobrevivência é obrigada a possuir em suas palamentas
uma cópia dos sinais de salvamento mencionados na Regra V/16 da SOLAS, impressa
em um cartão à prova d’água, ou guardada em um recipiente também à prova d’água.
Essa tabela é utilizada para comunicação entre as equipes engajadas em operações de
busca e salvamento e as pessoas em perigo.
19
A SOLAS havia determinado a data de primeiro de fevereiro de 1999 para que todo navio fosse dotado
de uma instalação rádio consistindo de um receptor radiotelefônico com escuta na freqüência de socorro
capaz de operar em 2182 KHz. Nessa mesma data, todo navio deveria (com exceção de embarcações
empregadas exclusivamente em viagens na área marítima A-1), ser dotado de um dispositivo para gerar o
sinal de alarme radiotelefônico na freqüência de 2182 KHz (itens 2 e 3 da Regra 7 da Parte C do Capítulo
IV da SOLAS).
20
CRS – Estação Costeira de Rádio
14
O GMDSS permite que um navio em perigo envie uma mensagem de
socorro por diversos meios e tenha certeza que tal mensagem foi recebida. Assim, a
mensagem de socorro é recebida por navios na área do sinistro ou por estações costeiras
dentro do alcance se a mensagem foi enviada por MF e VHF, ou então por estações em
terra se a transmissão foi feita por HF, Inmarsat ou pelo COSPAS-SARSAT.
15
A introdução de modernas tecnologias na área de comunicações, inclusive por
meio de satélites, alterou substantivamente o sistema de resposta das Organizações
SAR, que antes se limitava ao alcance dos equipamentos instalados a bordo dos navios.
O GMDSS permite que tanto as autoridades de busca e salvamento, localizadas
em terra, como os navios nas proximidades do local do sinistro, sejam alertados da
situação de perigo, reduzindo consideravelmente o tempo de resposta do socorro.
O GMDSS apresenta as seguintes funções: alerta de socorro, comunicações
coordenadas de SAR, comunicações na cena da ação, localização de navio/aeronave em
perigo, disseminação de MSI21, radiocomunicações gerais e comunicações ponte a
ponte.
Medidas Imediatas
Todo navio que receber uma mensagem de socorro deverá tomar as seguintes
medidas:
a) Acusar o recebimento da mensagem e retransmitir a mensagem de socorro, caso
julgue apropriado;
b) Obter, se possível, as seguintes informações sobre a embarcação ou aeronave em
perigo: posição, identidade e prefixo de chamada, número de pessoas a bordo,
natureza do perigo, tipo de socorro necessário, número de vítimas, rumo e
velocidade, tipo da embarcação ou aeronave e carga a transportada, outras
informações que possam facilitar o socorro;
c) Manter escuta contínua nas seguintes freqüências internacionais de socorro, se
dispuser dos equipamentos para isto: 500 kHz (radiotelegrafia), 2182 kHz
(radiotelefonia), 156,8 MHz (canal 16, radiotelefonia) e 121,5 MHz (radiotelefonia).
e) Manter em funcionamento o radar;
f) Comunicar ao navio em perigo as seguintes informações: sua identificação, posição,
a velocidade do seu navio e a hora estimada de chegada (ETA), e se possível, a
marcação verdadeira e a distância do navio ou aeronave em perigo;
g) Reforçar o serviço de vigia quando nas imediações do local do sinistro.
Os navios que se dirijam para a área do sinistro deverão plotar as posições,
rumos, velocidades e ETA das outras embarcações que estejam prestando ajuda.
21
MSI – Marine Safety Information – Informação para Segurança Marítima – são avisos meteorológicos
de navegação, previsões meteorológicas, avisos aos navegantes e outros tipos de mensagens urgentes para
embarcações relacionadas com a segurança, inclusive dados para correção eletrônica de cartas. Essas MSI
estão disponíveis aos navios por dois meios quais sejam as transmissões por radioteleimpressão em banda
estreita (NBDP), na freqüência de 518 KHz, que é o Serviço Internacional NAVTEX, e a radiodifusão via
sistema INMARSAT pela chamada em grupo concentrado (EGC – Enhanced Group Call) que dá apoio ao
sistema SafetyNET.
16
a) Dispor um cabo à altura da linha d’água que corra da bochecha até a alheta, por
ambos os bordos, fixos por retinidas ao costado. A função desse cabo é auxiliar a
atracação a contrabordo da embarcação de sobrevivência (balsa salva-vidas ou
baleeira), facilitando o resgate dos náufragos.
b) Havendo possibilidade, dispor em cada bordo do navio aparelho de carga (pau de
carga ou guindaste), equipado com uma plataforma, para o içamento de possíveis
feridos da embarcação de sobrevivência, que não terão condições de subir uma
escada de quebra-peito ou escalar uma rede deitada pelo costado do navio.
c) Dispor em ambos os bordos, na região do convés em que a borda livre do navio é
menor, cabos guias, redes, escada de quebra-peito, que serão lançados na hora do
resgate dos náufragos. Um procedimento importante por parte da tripulação que
presta socorro é a colocação, nessa área de recepção dos náufragos, de tripulantes
experientes, vestidos apropriadamente, isto é, com roupa de imersão ou roupa
antiexposição (AES), de modo que, se tiverem que intervir dentro da água para
auxiliar os sobreviventes, possam fazê-lo sem perigo para os mesmos. É importante
também dispor bóias circulares com retinidas para serem lançadas ao mar caso
algum náufrago caia na água durante a operação de resgate.
d) Preparar uma balsa salva-vidas do navio para servir de plataforma de embarque, que
só deverá ser utilizada caso necessário.
e) Estar preparado para receber náufragos que necessitem de cuidados médicos, o que
inclui dispor macas para transporte de feridos. Nos navios em que ainda exista
embarcado o enfermeiro, esse tripulante deverá dirigir-se, quando do embarque dos
sobreviventes, para a área do onde será feito o recolhimento dos náufragos.
f) Preparar a embarcação de salvamento (bote de resgate) para ser lançada, munida de
equipamento de comunicação (VHF portátil).
g) Preparar um aparelho lança-retinidas, com uma retinida leve ligada a um cabo,
pronto para ser lançado ao navio acidentado ou para a embarcação de sobrevivência.
22
Ver a Regra 12 do Capítulo V da SOLAS.
17
Os navios mercantes que integram as operações de busca e salvamento deverão
informar ao OSC qualquer forma de contato possível com o navio sinistrado ou com os
sobreviventes. Caso o OSC não tenha sido designado, tal informação deverá ser
repassada para todas as estações envolvidas.
Os navios envolvidos nas operações de SAR deverão adotar medidas que
facilitem sua localização pelas pessoas que necessitam de assistência. Durante o dia
poderão fazer sinais de fumaça e à noite manter o navio iluminado. É importante que
não haja excesso de luminosidade no navio, o que pode diminuir a visão noturna dos
vigias.
Durante as operações de busca e salvamento os navios envolvidos deverão
regularmente emitir sinais sonoros com seus apitos, de modo a chamar a atenção dos
sobreviventes, principalmente se estiverem em embarcações de sobrevivência.
Outro procedimento fundamental a ser adotado pelos navios durante as
operações de busca e salvamento é a colocação de vigias suplementares, de modo que
todo o horizonte seja varrido, em 360º, enquanto durar a busca.
Deve ser proibido o lançamento de lixo pela borda do navio, a fim de evitar que
esse lixo leve à falsa impressão de existência de sobreviventes nas proximidades.
Quando da chegada ao Palco de Operações, localizando-se o navio sinistrado ou
os sobreviventes, procede-se imediatamente a ação de socorro. Caso o contato seja
negativo, deve-se iniciar sem demora, as operações de busca, utilizando-se um padrão
de busca, que iremos ver melhor um pouco mais adiante.
18
Assistência por Aeronaves SAR
19
d) Maca de resgate
e) Assento de resgate
O meio mais empregado para retirar pessoas é a alça de resgate (sling), devido a
sua rapidez no fluxo de evacuação. Tem, entretanto, o inconveniente de não poder ser
usado em pessoas acidentadas.
Alça de Salvamento (Sling)
Os acidentados geralmente serão resgatados por meio da maca de resgate que faz
parte do equipamento das aeronaves de SAR, dando-se preferência a estas macas do que
as embarcadas no navio, por serem mais seguras para a pessoa acidentada.
20
Informações acerca dos meios de identificação a serem utilizados pelo navio
também são informações importantes a serem transmitidas ao helicóptero.
Durante a noite, o navio deverá apresentar a máxima iluminação possível,
tomando-se a precaução de não acender luzes que possam ofuscar o piloto do
helicóptero. Os obstáculos do convés devem ser plenamente iluminados e identificados.
Nos navios de grande porte, essa área de resgate deve ser disposta a sotavento,
por ser mais abrigada do vento.
Em todas as operações com helicóptero no convés do navio, deve-se
providenciar extintores portáteis de incêndio (pó químico seco e dióxido de carbono),
aplicador de espuma (fixo ou portátil) e colocar em funcionamento a bomba de
incêndio, pressurizando a rede do navio e deixando armadas linhas de mangueiras,
como prevenção.
Todos os tripulantes engajados nessas operações, bem como a pessoa a ser
resgata, devem estar vestindo os seus coletes salva-vidas. A pessoa resgatada não deverá
vestir roupas ou bonés que possam ser perdidas durante o içamento.
Em hipótese algum o dispositivo de içamento descido pelo helicóptero deverá
ser fixado ao navio.
Antes de alguém a bordo do navio toque o dispositivo de içamento do
helicóptero, deverá deixar que a extremidade do cabo toque alguma parte metálica do
convés para que a eletricidade estática seja descarregada.
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Marcas diurnas que uma embarcação deve exibir
quando realizando operações com helicópteros
Prossiga
Sinal dado ao piloto do helicóptero para
indicar que a embarcação está pronta e que a
aeronave pode se aproximar (braços
movimentados diversas vezes para cima e para
trás, acenando para avançar).
22
Planejamento e Condução da Busca
Para que se atinja o objetivo nas operações de busca, é fundamental que haja o
planejamento prévio dos métodos e procedimentos de busca que irão ser utilizados no
local. É importante ressaltar que não é rara a presença de navios mercantes de diversas
bandeiras, o que poderia gerar dificuldades caso não existissem procedimentos e
métodos de busca padronizados pelas convenções de SAR.
Conforme dispõe o IAMSAR Manual, a essência de uma operação de busca e
salvamento com sucesso reside na velocidade em que é planejada e executada.
As unidades envolvidas nas operações de SAR devem assumir que existam
sobreviventes que necessitarão de assistência e que as chances de sobrevivência dos
náufragos diminuem com o passar do tempo.
Responsabilidades do OSC
O OSC deve obter o mais cedo possível um plano de ação de busca com o SMC,
através do RCC. Caso não seja possível obter tais planos, o OSC terá de realizar o
planejamento das operações até que um SMC assuma essas funções.
Durante as buscas, havendo modificações das condições por fatos
supervenientes, o OSC que opere sem a orientação de um SMC deverá avaliar as novas
condições apresentadas decidindo ou não pela modificação do método de busca
empregado.
De acordo com o IAMSAR, tais acontecimentos podem incluir:
Definições
A seguir são fornecidas algumas definições importantes adotadas pelas
convenções de SAR relacionadas com a condução e execução dos métodos de busca.
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MÉTODO DE BUSCA COORDENADA NAVIO / AERONAVE: Método
de busca no qual um navio e uma aeronave levam a cabo uma busca coordenada.
OUTROS TERMOS UTILIZADOS: na figura 1 estão representados os
termos “intervalo”, “varrida”, “derrota” e “espaçamento de derrotas”.
- DERROTA – rota seguida por um único navio (quer dizer, do ponto A ao D, passando
por B e C).
- VARRIDA – uma pernada longa da derrota, por exemplo, de A a B ou de C a D.
- ESPAÇAMENTO DAS DERROTAS – é indicado pela dimensão S.
- INTERVALO – é indicado pelas dimensões I e I1. Não são forçosamente iguais entre
pares de navios adjacentes
Figura 1
24
Figura 2
25
A bordo das embarcações de sobrevivência existe um drogue ou âncora flutuante
que tem o objetivo de reduzir os efeitos da deriva.
Figura 3
Abatimento de Balsa Salva-vidas (em nós)
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O MERSAR sugeria, como estabelecimento da área inicial, um círculo de dez
milhas náuticas de raio com centro no datum, e então considerar a área mais provável
como sendo o quadrado formado por quatro tangentes a esse círculo (figura 4).
Figura 4
Área mais provável
Alguns métodos de busca são estabelecidos baseados na busca visual, que tem a
vantagem serem executados com certa simplicidade. Com boa visibilidade, a grande
vantagem da busca visual é sua boa velocidade de execução, bem como boa cobertura
visual.
A distância visual de detecção do alvo dependerá logicamente de alguns fatores
variáveis, tais como o tipo de alvo (seu tamanho, cor e forma), as condições
meteorológicas de visibilidade, as condições do mar, a altura da busca (em caso da
busca ser executada por aeronaves), a hora do dia, a posição do sol, que podem afetar a
busca isoladamente ou combinados.
Esses fatores deverão também ser levados em consideração na escolha do padrão
de busca, incluindo o intervalo entre as unidades de superfície quando utilizando os
métodos de busca por derrotas paralelas.
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ser coberta pelas buscas. Por exemplo, quando se dispõe de poucas unidades de busca,
será necessário um tempo relativamente maior para a cobertura de grandes áreas, o que
pode atrasar a detecção dos sobreviventes e/ou navio (ou aeronave).
O SMC, ou na sua falta, o OSC, deverá levar em consideração o número de
navios mercantes que se encontram na área para determinar o padrão que irá adotar.
Alguns dos métodos de busca que o IAMSAR enumera são os seguintes:
Início da Busca
Caso um navio chegue ao local provável do sinistro antes dos demais navios que
irão participar das operações, deverá dirigir-se ao datum e iniciar a busca pelo padrão
em quadrado crescente.
Poderá ser utilizado uma balsa salva-vidas ou qualquer outro equipamento
flutuante para demarcação do datum. Esse objeto funcionará como uma marcação do
datum, inclusive fornecendo a deriva naquela localidade.
Quando da chegada dos demais navios, o OSC providenciará o início das buscas
pelo padrão selecionado.
Se no local existirem uma quantidade suficiente de navios e a visibilidade estiver
boa, o OSC pode permitir que o primeiro navio que chegou ao local mantenha sua busca
no padrão de quadrado crescente. Entretanto se o número de unidades mercantes for
insuficiente e/ou a visibilidade for reduzida, o OSC deverá determinar que o navio cesse
a busca em quadrado crescente e componha a busca por derrotas paralelas.
Visibilidade Reduzida
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OSC. Havendo melhoria das condições de visibilidade, o navio em questão assumirá sua
posição originária definida pelo padrão de buscas, dando ciência sempre ao OSC.
O OSC pode considerar necessário iniciar ou dar prosseguimento nas operações
de busca, mesmo em caso de visibilidade reduzida. Assim sendo, deverá atentar para os
seguintes fatores:
- os navios mercantes envolvidos nas operações de busca deverão navegar com
velocidade reduzida, tendo como conseqüência o aumento do tempo da busca;
- o espaçamento entre as derrotas deverá ser reduzido para compensar a diminuição
da visibilidade;
- a redução do espaçamento de derrotas exigirá uma redução do intervalo ou a
realização de um maior número de varridas.
Esse método de busca requer uma navegação acurada. Para minimizar erros de
navegação, a primeira pernada geralmente é orientada diretamente contra o vento.
O comprimento das duas primeiras pernadas é igual ao espaçamento da derrota e
o de cada par de pernadas seguintes soma-se outro espaçamento da derrota.
Havendo necessidade de repetir sucessivamente o padrão de busca para uma
mesma área, a direção da primeira pernada deverá ser alterada de 45 o, como mostrado
na figura abaixo.
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Busca por Setores
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O IAMSAR Manual Volume III indica como raio do padrão da busca por setor
valores geralmente compreendidos entre duas a cinco milhas náuticas, sendo todas as
guinadas de 1200 para boreste.
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A aeronave irá realizar, na verdade, o maior trabalho nesse padrão de busca,
enquanto o navio será utilizado como referência para o piloto durante as sucessivas
guinadas da aeronave. Assim, a aeronave se orientará pelo navio, mantendo-o como
referência visual durante a busca.
A velocidade do navio dependerá da velocidade da aeronave e o tamanho do
padrão utilizado. A relação entre a velocidade do navio, da aeronave, do espaçamento
da derrota e o tamanho da pernada da busca da aeronave (varrida) é definida pela
seguinte equação:
VS = (S x Va) / (L + S)
Resolução Padrão:
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Tabela 1 – Espaçamento entre derrotas recomendado para navios mercantes (Su)
Tabela 2 – Fator de correção das condições de tempo para todos os tipos de unidades (fw)
Objeto da Busca
Condição do Tempo Pessoa na Balsa Salva-
Vento km/h (nós) ou vagas m (ft) água vidas Inflável
Ventos calmos 1.0 1.0
Vento 28 - 46 km/h (15 - 25 nós) ou vagas 1 – 1.5 m (3 - 5 ft) 0.5 0.9
Vento > 46 km/h (> 25 nós) ou vagas > 1.5 m (> 5 ft) 0.25 0.6
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Teoria Básica da Deriva (resumo):
Por sua vez, a TWC é a soma de todos os tipos de correntes que, incidindo no
objeto da busca, podem afetar o planejamento e as operações SAR. Esses tipos de
correntes são as seguintes:
- corrente marítima
- corrente de maré
- corrente de superfície
- corrente fluvial
- corrente lacustre.
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Notas importantes:
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