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cAPITULS 16.1 INTRODUGAO USINAS DE GERAGAO INDUSTRIAL A crise de energia el trica em 2002 ¢ a expectativa de novas crises para os anos subseqilentes, motivaram as inclistrias @ repensar a sua tradicional forma de contratar a energia que consome, {sto 6, 0 suprimento através da concessionaria de distribuigao local e, mais raramente, no caso de grandes indistrias, diretamente de produtores independentes. No primeiro caso, o consumidor & denominado consumidor livre. Onovo modelo do setor elétrico, que institui o consumidor livre, também ofertou ds indiistrias novas formas de contratacdo da energia elétrica, Essas indistrias podem comprar sua energia da concessionéria local, da central geradora local ou regional ou de outras fontes distantes da sede de sua unidade industrial. Essa liberdade oferecida pela legislagao fez 0 empresdrios buscarem um conhecida hé varias décadas passadas, Naquele tempo, nilo havia as grandes unidades de geragio ho Brasil, € a maior parte das industrias possuia unidades geradoras proprias ¢ ainda forneciam a energia sobejante ao municipio onde se locatizavam. ‘Atualmente, nao s6 os parques industriais buscam gerar a sua propria energia, mas outros seg- mentos da atividade econémica também aderem a essa nova forma de autogeragao, tais como hotéis, shopping centers ete. Algumas induistrias possuem grupos geradores proprios para operarem na falta do suprimento pela empresa fornecedora de ener gia, Em geral, a poténcia dessas unidades suprem somente parte iada carga prioritdria, tais como iluminacao de emergéncia, maquinas que ope- is plisticos que endurecem no seu interior, sistemas de frio de fabricas de cerveja denominado casivo, J4 no segundo caso, alternativa muita da carga, denon ram com materi ete, O conceito de geracdo agora tomou nova forma, A indkistria pode adquirir a sua unidade de geragio com a capacidade superior as suas necessidades atuais, conectando-se ao mesmo tempo a rede elétrica da concessioniria. Se o custo da energia gerada por ele for inferior ao valor da ene gia comprada do seu fornecedor, a industria deixa dle comprar desse fornecedor dentro dos limites Contratuais ¢ passa a gerar a sua propria energia vendendo o excessa, se houver, no mercado livre. Caso contririo, a gerago pripria poderia ser utilizada somente no hordrio de ponta de carga, re- duzindo substancialmente 0 valor da fatura de energia elétrica. Mas antes de tomar qualquer deci- so, o industrial deve consultara legislagio vigente ¢ as expectativas do mercado de energia elétric Os objetivos para a instalagao de usinas de geragao em uma unidade industrial podem ser de- finidos como se segue: + substituir a energia da concessiondria de forma permanente (autoprodutor): + substituir a energia da concessiondria na hora de ponta de carga; + implantar tum sistema de co-geragao. No entanto, para o empresirio nem sempre é Feil tomar a decisao de investir nesse segmento, considerando os seguintes aspectos’ 4) O investimento inicial € muito elevado, b) O tempo de retorno do investimento normalmente varia entre 5 e 8 anos. ©) A geragio de energia elétrica ndo € 0 foco do seu negocio, 718 Capiruno Dezesstk 4) © prega do combustivel permite riscos do negécio, €) Se 0 negocio € co-gera as questdes podem ser levantadas: + compatibilizar 0 consumo de combustivel com a geragdo de energia elétrica e térmica, esta ultima associada ao calor exausto dos motores ou turbinas; + auséncia de um mercado de Hci negociagdo quando houver sobra de energia elétrica + auséncia de mercado ou impossibilidade para a venda do excesso de calor produzido pela usina 16.2 CARACTERISTICAS DAS USINAS DE GERAGAO ‘As usinas de geragio de energia elétrica localizadas fora ou dentro das instalagSes industrais podem ser concebidas de diferentes formas, dependendo de sua capacidade nominal, tipo de apli cago etc., recebendo a seguinte classificagao: a) Usinas para a produgao de energia elétrica Sto aquelas destinadas & geragao de energia elétrica em larga escala para venda, normalmente, em grandes blocos de carga. Podem ser utilizados: ‘+ motores a combustivel liquide de grande capacidade: + motores a gis natural; + turbinas a gis natural; + turbinas a vapor. 1b) Usinas de co-geragaio So aquelas destinadas & geragio de energia elétrica e térmica, esta tltima nas suas diversas formas: vapor, agua quente ¢ gua fria, S40 mais, freqlientemente, utilizados: + motores a gis natural; + turbinas a gas natural, ©) Usinas de autoprodugao ‘Sao aquelas destinadas & geragdo de energia elétrica para uso da propria unidade consumidora, podendo vender o excesso de energia produzido para o mercado livre, So mais, Frequentemente, utilizados: + motores a combustivel Liquidos + motores a gas natural; + turbinas a gas natural; + turbinas a vapor, d) Usinas de emergéncia ‘aio aquelas destinadas ao fornecimento de energia elétrica & unidade consumidora quando hii falta de suprimento pela rede publica de energia elétrica. Sii0 mais, freqiientemente, wtilizados: + motores a dleo diesel; + motores a gas natural O niimero de unidades de geracilo que compéem uma usina termelétrica depende da exigéncia da carga ¢ do nivel de contingéncia pretendido. As usinas termelétricas de emergéncia normalmente utilizam uma ou duas unidades de gera~ «gio. Para pequenas unidades € dimensionado um grupo gerador, constituido de um motor, gera- dor, quadro de comando e tanque de combustivel. Jidas usinas termelétricas de autoprodugao utilizam uma certa quantidade de unidades de gera- ‘fo para atendler até a2 comtingéncia, isto €, a usina funcionaria normalmente quando ocorresse tm defeito numa unidade de geracao no momento em que outra unidade estivesse em manute ‘¢40, Ou ainda, a quebra simultanea de duas unidades de geragao, © mesmo procedimento é, nor malmente, utilizado nas usinas de co-geracio, ‘As usinas de produgio de energia, em geral, operam sem nenhuma contingéncia, No caso de varia numa miquina, seria contratada energia no mercado para satisfazer As necessidades do cli- ente, ou outra forma de acordo, conforme estabelece o contrato. Usinas DE GeRAgAO INDUSTRIAL 719 16.2.1 Quanto ao Tipo de Combustivel Existem diferentes possibilidades de utiizagao de combustivel para geragao de energia, No en- tanto, serio tratados apenas aqueles com maior aplicagao nas unidades em operagiio. 16.2.1.1 Oleo diesel Eo combustivel mais utilizado nas maquinas primdrias destinadas & geragaio de enengia elé ide pequeno e médio portes. A larga aplicagao desse combustivel permite fazer a seguinte andlise: a) Vantagens + facilidade de aquisigao; + relativa estabilidade de prego no mereado; + praticidade: do transporte da base de venda até o ponto de consumo; + regularidade de suprimento; + facilidade de estocagem; + facilidade de manuseio; + largo conhecimento do produto pelos profissionais da érea. b) Desvantagens, Apesar de todas as vantagens anteriormente mencionadas, 0 Gleo diesel apresenta alguns _questionamentos que podem ser assim definidos: + prego elevado da energia gerada: + custo de manutengao elevado; + relagdo horas de trabalho/horas de manutengao muito baixa; es de poluentes de natureza t6xi i0 dos 6rgdos de controle ambiental & aprovagdo de projetos. 16.2.1.1.1 Caracteristicas gerais do éleo diesel © leo diesel é uma mistura de derivados do petréleo enquadracos em uma faixa de destilagio ‘que possui caracteristicas especificas determinadas segundo a legislagio em vigor. Sao formula- dos através da mistura de diversas correntes como gas6leos, nafta pesada, diesel leve e diesel pe~ sado, provenientes das diversas etapas de processamento do petréleo bruto, As especificagdes dos produtos combustiveis sao regulamentadas ¢ fiscalizadas pela ANP — Agéncia Nacional do Petr6leo e os métodos de andl ise, que fornecem ao produto as caracteristicas cespecificas individuais, s4o normatizadas, em ambito nacional, pela ABNT ~ Associagao Brasi- leira de Normas Técnicas, e a nivel internacional, pela ASTM ~ American Society for Test and Materials. No Brasil, atualmente sio especificados os seguintes tipos bisicos de éleo diesel para uso em motores de dnibus, caminhées, carretas, veiculos utilitarios, embarcagées maritimas etc, a) Oleo diese! tipo B Disponivel para uso em todas as regides do Brasil exceto para as principais regides metropoli- tanas onde nao € disponibilizado o diesel D, Deve ter 0 teor de enxofre de até 0,50% m/m, b) Oleo diesel tipo D Disponivel desde 1.° de janeiro de 1998 para uso em regides metropolitanas ¢ cujo teor de en= xofire dever ser de até 0.20% mim. ¢) Oleo diesel maritimo, Produzido exclusivamente para utilizagao em motores de embarcagdes maritimas, Seu teor de enxofre vai até 1,0% mm. 4) Oleo diesel padrao Desenvolvido para atender as exigéncias especificas dos testes de avaliagao de consumo ¢ emissio de poluentes pelos motores a diesel. E utilizado pelos fabricantes de motores e pelos ér- ios responsiiveis pela homologagao dos mesmos. 720 Capiruvo Dezessets ‘TABELA 16.1 Especificagées técnicas do dleo diesel tipo D pas Aspecto z Visual Visual : : aera cor ASTM : MB 351 ASTM 1500 = 3 Composigao Enxotre % mem MB 902 ASTM D1522/D2622/D4204 : 02 Destilagiio °C | (MB 45) NBR 9619 ASTM D86 245 310 (50% recuperado) | Volatitidade Destilagio ®C | (MB 45) NBR 9619 ASTM DAT : 360 (85% recuperado) Densidade a 20°C = __|(MB 104) NBR 7148 | ASTM D1298/D4052 0.82 087 Viscosidade a 40°C NBR 10441 ASTM Daas Le 6 Eee Ponto de entupimento | °C " IP 309 S 3 de filtro trio Corrosio Corrosidlade ao cobre - MB 287 ASTM D130 z 2 Cinzas % mim_| (MB 47) NBR 9842 ASTM D482 ~ | 002 . Residuo de carbono | % m/m MB 290 ASTM D524 - 0.25 ‘Combustao Reratocen (10% finais dest.) Numero de eetano : = ASTM D613 a |: F Contaminantes | Aguaesedimentos | % viv - ASTM D1769 - 0.05 Na Tabela 16.1, so destacadlas as especificagdes atualmente em vigor para 0 leo diesel tipo D, comumente utilizado em usinas termelétricas, Quanto ao aspecto, 0 leo diesel é um liquida Limpido (isento de material em suspensio), de cor maxima de 3,0 (método MB351), com odor tipico, Possui faixa de destilagiio de 100 a 400°C 4 760 mmlg (método NBR 9619) e densidade variando de 0,82 a 0,88 a 20/4°C (método NBR 10441). Possui solubilidade em sigua desprez(vel e boa solubilidade em solyentes organicos. Ponto de fulgor entre 0 € 100°C (método MB 48) e temperatura de decomposigao de 400°C, E importante destacar que o combustivel em questo ¢ formulado a partir de uma mistura de hidrocarbonetas destilados e/ou eraqueados com caracterfsticas varidveis, de forma a atender & especificagao da Tabela 16.1 16.2.1.1.2 Caracteristicas relevantes de utilizagao do dleo diesel em motor O motor diese! € dito de “ignigo por compressio”, 0 que quer dizer que a mistura combus- tivel ¢ inflamacia quando uma nuvem de leo é injetada pela bomba de alta pressiio no ar quente contide no cilindro, O aquecimento do ar deve-se & compressaio praticamente adiatbética (sem tro- ca de calor com 0 exterior) efetuada pelo pistio co motor. Ao contrério, no motor do ciclo Otto a ignigdo € desencadeada pela centelha que salta entre os eletrodos da vela de ignigao. Esta diferen- ga entre os modos de inflamar a carga impoe caracteristicas fisico-quimicas distintas aos combus- tiveis usados em um e outro desses motores, ‘O combustivel do ciclo Otto utiliza derivados leves do petrdleo (naftas leves, propano, butano etc.), gis natural, élcool e outras substincias gasosas ou que possam ser facilmente vaporizadas antes de entrar no cilindro do motor. Por outro lado, estes combustiveis devem resistir & compres- sio moderada tipica do ciclo Otto (de | para até 12 atmosferas) sem entrar em ignicdo, que seria, nestes casos, explosiva devido & elevada velocidade de propagagio de chama nesses combusti- veis e & decomposigao e recomposigaio molecular. O pardmetro que caracteriza a resisténcia a ig- nigéio por compressdo é o Ntimero de Octanio (NO), sendo desejavel para 0 combustivel do ciclo Otto elevado niimero de octano. LUsinas 0€ GeRAG#O INDUSTRIAL 721 Por outro lado, a facilidade de um combustivel entrar em ignigaio por compressiio ¢ expressa pelo Numero de Cetano (NC). ‘Onimero de cetano do combustivel diesel caracteriza, em certa medida, a cinética de combus- Lio ¢ tem, portanto, influéneia no espectro de substncias emitidas pelo motor. O combustivel di esel € uma mistura de hidrocarbonetos de mokéculas mais pesadas do que as dos hidrocarbonetos da gasolina ¢, em conseqiiéncia, de menor raziio de massas hidrogénio/carbono, o que determina elevada emissio de compostos de earbono por unidade de energia final entregue ao motor. Entre- tanto, as earacteristicas do ciclo diesel que asseguram rendimento térmico superior ao do ciclo ‘Otto (como o fato de operar com grande excesso de ar) compensam amplamente a desvantagem decorrente da composigiio do combustivel, quando o pardmetro de interesse & emissao de poluen- tes e energia de utilizacao. No Brasil, a partir do inicio da década de 1990 houve um movimento de melhoria da qualidade do diese! motivado pela legislagfio sobre a qualidade do ar. Na atualidade, hd quatro faixas de especificagaio do mimero de cetano para uso rodovilirio, urbano, metropolitano, ensaios € outros usos. A faixa de variagdo vai de NC = 40 a 45, Nos paises onde a legislacao ambiental & mais rigorosa, o diesel urbano tem NC = 50. Outras caracteristicas relevantes do combustivel diesel (para emissdes) sto a densidad cosidade, a composigao, 0 teor de enxofre, a presenga dle contaminantes, 0 teor de hidrocarbone- tos ciclicos (aromaticos, derivados da cadeia fundamental do benzeno) e, obviamente, © poder calor 16.2.1.2 Gas natural £0 combustivel que estd ganhando mercado erescente na geragaio de energia elétriea, devido principalmente & politica de expansiio do produto por parte da Petrobras. Com a implantagaiao da rede de gasodutos da Petrobras nas diferentes regides do Brasil, © g4s natural vem-se popularizan- doe ganhando a competigao com o dleo diesel, Pode ser feita a seguinte andlise: a) Vantagens + prego relativamente baixo da energia gerada; + baixo nivel de pola + baixa restrigao dos Grgdos de controle ambiental & aprovacaio de projetos; + uso intensivo em virios segmentos do proceso industrial: b) Desvantagens + auséncia de rede de gasodutos em muitas éreas industriais; + dificuldades no transporte de grandes quantidades do combustivel via cilindros especiais; 0 124s natural nao tem boa compressibilidade; + preco dependente das condigdes externas e ainda sem uma politica confidvel no Brasil © gas natural fornecido pela Petrobras na Regido Nordeste apresenta, em média, a seguinte composigiio: + Metano (CH): 83,7% + Btano (C.H,): 11.0% + Propeno (C\H,): 0.84% + Nitrogénio (N. ): 1.51% + Didxido de carbono (CO,): 2.93% + Acido sulfidrico (HS): 20 mg/m’ 16.2.1.3 Biomassa A biomassa ja é muito utilizada como combustivel para geragiio de energia. Existem diferentes tipos de combustivel oriundo da biomassa, Os mais conhecidos sao: a) Bagago da cana de agicar Sua utilizagao é mais intensa na gera produgio de agticar e éleool. io de energia na érea rural, especialmente nas dreas de bb) Casca da améndoa do caju 722 uta DEzessess ‘A sua produgao est restrita ao Nordeste do Brasil, especialmente nos estados do Ceard ¢ Rio Grande do Norte ¢) Oleo de mamona E derivado da mamona enc ntrada abundantemente no sertio nordestino, j4 que faz parte da sua vegetagao natural, Esse combustivel est sendo produzido em escala muito pequena. 16.2.1.4 Gas de processos industriais Algumas indiistrias produzem gases como resultado do seu processo industrial e que, se no aproveitados convenientemente, sio liberados para atmosfera, O mais conhecido 6 0 gas de alto- foro produzide pela industria siderirgica, 16.2.2 Quanto ao Tipo de Maquina Primaria FIGURS 16. Unidade de geragio (grupo ador) de pequeno porte Existem dif principais sao: tes tipos de méquinas primérias utilizadas na weragao de energia elétrica, As 16.2.2.1 Motor a ciclo diesel i une enc nrbiaeney vi que ula’ IS yaci’ waka Gas eommpceany para aueepIrar queima do combustivel introduzido apés a compressio do ar. funcionamento dos motores a dleo diesel é explicado através da andlise do denominado ci- clo diesel. Nesse caso, 0 ar € comprimido a uma pressio e temperatura até atingir a condigao de inflamar o combustivel que ¢ injetado na camara ao final do tempo de compressao, Nos motores a ciclo diesel, & necessdrio que a taxa de compressao seja muito elevada, bem superior aos ntveis utilizados no ciclo Otto, devido & inexisténcia do combustivel durante o tempo de compressio do ar A Figura 16.1 mostra uma unidade de geragao (motor primario + gerador + quadro de coman- do), normalmente denominada grupo gerador, e de larga utilizagio em diferentes atividades eco: Ji a Figura 16.2 mostra o interior (corte transversal) de um motor a ciclo diesel. Hi muitos componentes idénticos utilizados também nos motores a gés natural. 16.2.2.2 Motor a gas natural (ciclo Otto) E.um motor a explosao que funciona através da ignigio por centetha elétrica ocorrid no meio de uma mistura de ar-combustivel no interior da cémara de combustao, onde é comprimida e queimada, Escapamento dos Gases Exaustos Tanque de deo Ventilador Gerador Base de Bateria comand Motor de Arranque FIGURS 16.2 Visti transversal de um motor a ciclo diesel FIGURA 1 Vista natural tema de un motor a sis 5 DE GERAGAO INDUSTRIAL 723 ola das Valles ¥ Hig) Balanum “ube de Escape Admisst0 Emboio Biel Contapeso ‘Ole ‘A Figura 16.3 mostra uma vista externa de um motor a ws natural (Os motores a gis natural operam com uma eficiéncia que pode variar entre 36% © 48%, supe- rior 3 eficiéncia das turbinas a g4s natural, normalmente compreendida entre 22% e 35% para tur bbinas de pequeno e médio portes e de 37% a 40% para turbinas de grande porte, que funcionam a welevadas temperaturas. Frito to Oleo Luericante Restiador da reo Lubatoante A Pressurzador ‘do C100 Bomba do Olea Lubeicanto ‘Vale salientar que todo calor dos motores que pode ser recuperado esté contido na liquide uti- lizado para resfriar 0 bloco do motor e o 6leo do sistema de lubrifieagao e no aftercooter: 0 restan- te € eliminado pelo sistema de exaustio dos gases. O funcionamento dos motores a gas natural é explicado através da andlise do denominado ci- elo Otto, constitu ido de quatro processos distintos e mostrados nas Figuras 16.4 € 16.5, respecti- ‘vamente repreventadas pelos diagramas P-V e T'S. gas natural &, inicialmente, introduzido numa camara de compressao, & pressto constante, na condigio do ponto 1, numa quantidade volumétrica dada no ponto 2, Em seguida, o gas € com. primido isentropicamente, passando da condigao do ponto 2 ao ponto 3. A seguir, € adicionada uma determinada quantidade de calor a volume constante atingindo o ponto 4 do diagrama PX V. Seguindo 0 processo, 0 gas sofre uma expansdo isentrépica tendo como resultado x produgdo de trabalho, o que ocorre no proceso de 4 para 5, liberando-se, finalmente, calor a volume cons- ante, no processo de 5 para 2 724 Capito Dezessets [Proateta IS ' ‘ 1 Energia is a | —_ Vv Diz-se que um processo é adiabatico quando nenhum caloré transferido. © processo isentrépico E definido como no processo adiaba |, de entropia crescente. No ciclo Otto o combustivel é misturado ao ar antes que ocorra a compressio, obtendo-se a ignigdo através da produgao de uma centelha elétrica temporizada. Como a mistura do combusti- vel com o ar deve ser comprimida é necessario que combustivel utilizado no processo seja vor latil ou de rpida vaporizagio, como ocorre com 0 uso do gas natural ou do deo diesel vaporiza- do, ambos utilizados nos motores & gs natural 16.2.2.3 Turbina a gas natural A primeira turbina a gis na forma que hoje conhecemos foi construida em 1906, apesar de outras tentativas anteriores. Mas as limitagdes quanto a resisténcia dos materiais trabathando em gran= des temperaturas foi um obstaculo intransponivel até os meados dos anos de 1940, quando entio foram empregadas as primeiras turbinas de forma comercial na inckistria aerondutica, que as uti Jizou em avides de combate jé no final da Segunda Guerra Mundial, Em conseqiiéncia, na década de 1950, surgiram as turbinas para uso industrial, denominadas aeroderivativas. A Figura 16.6 ‘mostra uma turbina do tipo aeroderivativa utilizacla na produgdo de energia elétrica. ;—Turbina __Queimador Ditusor FIGURA 16.6 Vista interna de uma turbina aeroderivativa Base No entanto, a inckistria de produgao de equipamentos de geraco, anos mais tarde, desenvol- ‘Yeu um outro projeto de turbina de concepcao mais pesada ¢ destinada & geragaio de grandes blo- os de energia. Sao denominadas heavy duty, As turbinas industriais, ou heavy duty, apresentam as seguintes diferengas em relagio as turbinas aeroderivativas: + ampla faixa de capacidade, indo desde as microturbinas com poténcia nominal de 30 kW aié grandes turbinas com poténcia nominal de 250 MW; + maior flexibilidade quanto ao tipo de combustivel: podem queimar, alternativamente, com- bustiveis mais pesados, facilitando a operago das usinas termelétricas numa eventual falha no fornecimento de gas natural; FIGURA 16.7 Vista inter natural wa de uma turbina a Usinas 0€ GeRAGAO INDUSTRIAL 725 + maior facil ras termelét dade de montagem ¢ desmontagem, 0 que reduz 0 tempo de construgdo de usi- cas, As turbinas & gas natural so normalmente empregadas em instalagbes de médio & grande por- tes, Sao compostas das seguintes partes principais, conforme mostra a Figura 16.7, + Compressor de ar E 0 equipamento responsavel pelo seqiiestro do ar do meio ambiente o qual, apés filtrado para supresslo das particulas s6lidas, & comprimido e conduzido a camara de combustao. (Os compressores podem ser também dos tipos escoamento centrifugo ou de escoamento axial Em geral, sio empregados compressores do tipo escoamento axial que & constituide por palhetas «de miltiplos estdgios, de acordo com a capacidade da turbina, conforme mostrado na Figura 16.7. A quantidade de estigios pode variar de 8 a 25. Patheta da Turina ‘nite de Acoplamento (oe Combusiotes Compressor ‘mma ome O compressor de escoamento centrifugo retira o ar da atmosfera no centro do rotor, forgando a penetrago do mesmo na direg4o do eixo do compressor, a velocidades muito elevadas, até set conduzido ao difusor do tipo estaciondrio, onde é desacelerado obtendo-se como resultado um substancial aumento de pressdo. Nas turbinas aeroderivadas, so empregados compressores do tipo centrifuge, (O compressor de escoamento axial é constituido de palhetas em forma de aerofélios e monta- das ao longo do eixo do compressor em forma de anéis. Normalmente, cada anel de palhetas moveis € seguida de um anel de palhetas fixas, As primeiras sfo responsdveis pela acelerago do ar em cada anel mével no interior do compressor na forma de um movimento helicoidal. J4 as palhetas Fixas so responsaveis pela formagao da pressio do ar no interior clo compressor, através de sua la anel fixo, Assim, como 0 volume de ar diminui ao longo do eixo do com- pressor, devido ao aumento da pressao, entilo o compressor toma a forma cénica dada na Figura 16.1. Para um compressor de grande porte, isto €, com 25 estigios de compressio, considerando. um aumento da pressio de 10%, para cada estigio de compressio, a pressao serd aumentada de 10,8 vezes em relagdo A pressio inicial. ‘Como a temperatura, pressio-¢ umidade do local onde opera a sina variam de regio para re gilio € padrio considerar, para fins comparativos, a temperatura de 15°C, a pressio de 1,013 bare Aumidade de 60%, "Amara de combustdo ou combustor A cimara de combustao é a parte da maquina onde € feita a mistura do ar recebido do compres- sor e do gis natural injetado no seu interior, E composta por varios bicos injetores de gas natural ‘montadas em forma de anel, em conformidade com a Figura 16,8, + Turbina propriamente dita ‘Seu principio de funcionamento pode ser entendido através da Figura 16.9, ou seja,o ar atmos- {férico € sugado para o interior do compressor, & temperatura ambiente ¢ pressao atmostérica, que 726 FIGURA 16.8 Detalhe da edmara de combust ‘de uma turbina a gas natural FIGURA 16.9 Principio de funcionamento de uma turbina a gas natural Carhuto Dez Entada —Bloo de njtor de Combustval Compressor ‘Camara de Combustao -— Turbina Paneta do Compressor | Paleta da = fren Inyogao do Combustbol Entra ds Ar nn oe 18°C 1,09 Bar 8 Queries 2106 score | sore Bar 30Bar Elyo da Turina Taano Mecanica lie ~ 1 -comprossor, 2—turbina a gas; $~ combustor; chamind © comprime a uma pressio proxima a8 bare eleva a temperatura do ar para cerca de 270°C antes de penetrar no combustor, Parte da massa de ar comprimido que sai do compressor & conduzida para o interior da cara de combustio onde se mistura com o combustivel injetado, ¢ a outra parte € conduzida para o exterior da referida cfmara e tem como finalidade restrid-la. A massa de ar atmostérico oferece o oxigénio necessério ao proceso de combustio. Devido a elevagao de temperatura dos gases formados pelo combustivel injetado (ais natural ou 6leo diesel fluido) e da ‘massa de ar no interior da cimara de combustao, hd uma grande expansdo desses gases, que S20 conduzidos a turbina a uma temperatura de cerca de 950°C, a uma presto de 30 bar. Apss a sua expansio no interior da turbina em seus varios estiigios, os gases sAo levados ao meio ambiente, ji «1 uma temperatura de cerea de 500°C e a pressto atmosférica. Apenas parte da energia gerada pelos gases aquecidos no interior da turbina & convertida em trabalho mecanico transferido a0 zgerador de energia elétrica que esté acoplado mecanicamente ao eixo da turbina. A-maior parte & cconduzida a atmosfera em forma de pera A Figura 16,10 mostra a vista interna de uma turbina, detalhande a montagem de suas palhetas em forma de anéis, em torno do eixo da turbina. Vale salientar que todo calor das turbinas que pode ser recupericlo esti contide nos gases exaus- tos. A presto do gis natural disponivel nos gasodutos normalmente varia entre 20 © 100 bar. Jaa pressio necessaria ao funcionamento das turbinas de geande porte, por exemplo, é da orem de 38 bar, Assim, muitas vezes, & necessario instalar uma estagao de recompressao nas proximidades da usina. Jd para os motores a gds, a pressio necessaria é de cerca de 25 bar, normalmente atenclida pela maioria da rede de gasodutos, A Figura 16.11 mostra a vista externa de uma turbina industrial, detathando os seus principais, elementos CO comportamento dos gases numa turbina é explicado através da andlise do chamado ciclo de Brayton, 16.2.2.3.1 Ciclo de Brayton O cielo de Brayton, também denominado ciclo de Joule, é a forma como os gases submetidos a diferengas de pressio ¢ temperatura slo capazes de gerar energia mecanica de utilizagao. us 148 DE GERAGHO INDUSTRIAL 727 FIGURA 16.10 Carcaga da Tubing Detalhes da posigao das palhetas Patetas fo rotor da turbina a gas natural Eko aa Turbine Andis do Fxapa0 Cities de Acoplamerto aida dos Eira de Ar Atmostivco tos Conbusiorse Gases Exausion FIGURA 16.11 Vista externa de uma turbina a és natural Base O grifico P-V da Figura 16.12 mostra o ciclo de Brayton, a partir do qual serd explicado o pro: cesso, onde sao-utilizados trés diferentes equipamentos, ou seja, 0 compressor, a cimara de com- bustio e a turhina propriamente dita, sendo o compressor e a turbina responsaveis pelo processo de produgo de energia. Considerar uma determinada quantidade de ar que ¢ isentropicamente comprimida pelo compressor no processo 1-2 injetada na cémara de combustao, na qual hé uma forte redugio do volume e aumento da pressio. Durante esse estigio, seri fornecido ao sistema uma determinada quantidade de trabalho, Na cmara de combustio, é fomecido um certo volume de eds, formando uma mistura gas-ar. Ao longo do proceso 2-3, a pressio constante, fica adici- PL 23 Ereria x / Fomecida \-Enetga CX Prodizia WX “t FIGURA 16.12 air Diagrama Px Fjteado 728 Capiruio Dezesses nada uma determinada quantidade de calor, J4 no provesso 3-4, onde a mistura giis-ar (pas supe raquecido) é conduzida ao interior da turbina, expande-se isentropicamente até a sta pressio ini cial, no ponto 4, e 0 calor é rejeitado, produzindo trabalho. Num processo fechado, 0 gas é restr ado até a temperatura inicial, a do ponto 1, onde é reinjetado no compressor, no estado do ponto | recomegando o cielo, Na pritica, o ar de escape nao € reconduzido ao compressor, mas 0 com- pressor retira constantemente o ar da atmosfera na temperatura do ponto 1, (0 mesmo processo ¢ explicado também no diagrama T-S da Figura 16.13, tomando-se como base o conceito-de entropia. Assim, num processo intermamente reversivel, a variagio da entropia de uma substincia, fornecendo ou recebendo calor, pode ser definido pela Equacio (16.1). dQ ds (16.1) dQ ~ representa o calor transferido & temperatura T. Energia Prodtzde FIGURA 16.13 Diagrama da entropia T XS 16.2.2.4 Turbina a vapor 'A produgao de energia elétrica ocorrida no final do século XIX e inicio do século XX foi pra- ticamente dominada pelas turbinas a vapor, utilizando como combustivel primaério a lenha extra- {da das florestas ou o carvao vegetal. Até hoje as turbinas a vapor estdo presentes na maioria das grandes unidades de weragiio a com- bustivel gasoso, aumentando, consideravelmente, a eficiéncia do ciclo para geragio de energia nas suas diversas formas. © funcionamento das turbinas a vapor € explicado através da andlise do denominado ciclo Rankine ou, simplesmente, ciclo a vapor, ¢ que consiste de quatro processos distintos, cujos ele- mentos bisicos do ciclo esto contidos na Figurat 16,14. ‘Uma bomba de alimentagao de agua (2) conduz esse liquido saturado até um gerador de vapor ou, simplesmente, caldeira, para a qual é fornecida uma determinada quantidade de energia em forma de calor Q. A égua contida no interior da caldeira toma a forma de vapor (3) ¢ € conduzido (4) a uma turbina a vapor. O vapor expande-se isentropicamente no interior da turbina (5), reali zando trabalho mecéinico no seu eixo, deixando a mesma sendo conduzido (6) a um condensador, que tem a fungao de absorver 0 calor contido no wapor até condensé-lo, Isso ¢ realizado pela Sgua, 2 temperatura natural, utilizada pelo condensador para o resfriamento do vapor. Nesse ponto, © ‘vapor condensado é bombeado (1) pela bomba de alimentacao, recomegando todo 0 processo do Jo Rankine, cujos diagramas T-S e H-S esto mostrados nas Figuras 16.15 © 16.16. ‘A perda de energia térmica no condensador e que reduz a eficiéncia do processo é necesséria para evitar que a substincia de trabatho que sai da turbina forme bolhas, originando o proceso de cavitagdo da bomba e 0 dano conseqiiente, ‘A Figura 16.17 mostra uma turbina a vapor de grande porte, indicando-se os seus principais componentes, FIGURA 16.14 Esquema hasica de funcionamento do Usinas o€ Geragao INDUSTRIAL 729 Lunna. do vapor @ ‘Gorador de Energia (6) a, |corador | ‘Napor tal ya Agua ia | ‘Condensador | |) qua Quente (eaten) a 1 ens (Bomba de Almentagao Agua Querie @ Hh | | 4 at / h 6 s FIGURA 16.15 FIGURA 16.16 Diagrama Tx § Diagrama da entropia H x S FIGURA 16.17 Vista externa de uma turbina a vapor 730 CaPlruts Dezesseis 16.3 DIMENSIONAMENTO DE USINAS TERMELETRICAS O critério para o dimensionamento de uma usina termelétrica esti relacionade com os seguin~ tes aypectos que pode variar em funcao das + necessidade de suprimento do mercado regional de energia elétrica; + valor da carga elétrica a ser suprida; + natureza da carga elétrica; + disponibilidade do tipo de combustivel: gis natural, 6leo diesel, carvdo mineral etc.; + tipo de usina a ser adotada: ciclo aberto, ciclo fechado, autogeragiio, co-zeragio + sistema de transmissio de energia para escoamento da energia gerada. A eficiéncia das usinas termelétricas empregando turbinas ou motores estd intimamente ligada -guintes condigdes: + altitude do local de instalagaioz + temperatura ambiente; + temperatura do meio refrigerante; + umidade relativa do ar; + tipo de combustivel empregado, A construgao de uma usina termelétrica produtora de energia & precedida de uma série de eventos condigdes econdmicas e politicas de cada pais. Es usinas po- dem ser construidas no interior de uma grande industria ou em focal independente, De forma ge- ral, pode-s c roteirizar a construgio desse tipo de fonte de zeracdo na sepuinte seqiiéneia a) Primeira fase + caracterizagao do mercado de energia elétrica, quanto a seu crescimento ¢ oferta de gera- ao; + politica tributéria do setor de energia elétrica; + definigdo da carga a ser suprida; + definigao do financiamento do projeto: financiamento tradicional ou através de uma opera ga0 do tipo project finance: + detinigdo dos incentivos fiscais por parte dos governos municipais, estaduais ¢ federal + localizagio da sre onde sera construfdo- 0 empreendimento, + estudo de viabilidade de conexio da usina com a rede elétrica paiblica; + elaboragao do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) ¢ do Relatério de Impacto Ambiental (RIMA) ou simplesmente EIA-RIMA, b) Segunda fase Se a usina termelétrica for construida para suprimento da unidade industrial € para venda da energia sobejante ao mercado, as seguintes ages devem ser implementadas: + definigdo do contrato de fornecimento da energia a ser gerada: contrato de venda de energia para operagio continua (operagao inflextvel) ou para despacho da usina pelo érgio de con- trole do sistema elétrico por necessidade de geragao (operagao flexivel) que, no Brasil, € de responsabilidade do ONS ~ Operador Nacional do Sistema; + definigao dos contratos de conexao e uso do sistema: CUSD —Custo do Uso do Sistema de Distribuigdo ¢ CUST — Custo do Uso do Sistema de Transmissaio. ©) Terceira fase + elaboragio do projeto executive; = definigdo do tipo de maquina a ser adquirida: contatos com os fabricantes de turbinas e de- ‘componentes de uma planta termelétric: + especiticacao dos equipamentos empregados; + aquisigio dos equipamentos. d) Quarta fa + constr 0 da usina; + construgiio do sistema de distribuigdo ou de transmissio, ) Quinta fase + comissionamento; + operagio comercial Usiwas 0€ Geragao INDUSTRIAL 731 16.3.1 Usinas Termelétricas a Motor com Combustivel Liquido FIGURA 16.18 Grafica de distribuigao média de produgdo e perda de energia de sina a motor a diesel Enquadram-se nessa categoria as usinas termelétricas a motores movidos a dleo diesel ou a 6leo combustivel ou a outros tipas de 6leo mais pesados, como 0 6leo maritimo, Com o crescente interesse pela geragdo distribusdla, os motores a combustivel liquido, notada- mente os motores a deo diesel, voltaram a ganhar mercado, Sua popularidade & grande devido & flexibilidade de montagem, a instalagio em qualquer ponto de utilizagio, ji que s6 depende do caminho de acesso para o transporte do combustivel e a0 maior nimero de profissionais com co- nhecimento de manutengao e operacao ete Vale registrar que, nos tiltimos tempos, os Motores a Combustao Interna, conhecidos tar como MCI, sofreram uma grande evolucao teenolégica com o emprego da eletrOnica de poténcia, que tommou possivel gerenciar o seu funcionamenta, tanto no controle das emissdes de poluentes ¢ redugo do nivel de ruido, quanto na introdugdo de novas componentes mecanicos, como, por exem- plo, a substituigao do carburador pela injegio eletrOni Jo tecnol6gica também trou- xe ganhos preciosos no rendimento desses motores, cuja eficiéneia aumenta quanto maior for sua poiéncia nominal A distribuigdo média de produgao e perda de energia de uma usina termelétr sel pode ser conhecida através do grafico da Figura 16.18 '4a motor a die- Pordas po Restiamante Percas por Raciago 00 Oheo ‘co O00 Sx) Perdas na Charing (%) (23%) coer ins Po es Wm, serra Prin en Energia Eletica acne 16.3.1.1 Determinagao da poténcia nominal A poténcia das unidades de geragao deve ser definida de forma que a usina termelétrica opere com, pelo menos, 50% da carga nominal. Para niveis de geragdo inferiores, isto é, fator de carga menor que 30% resulta a operagio da maquina priméria a temperaturas abaixo da temperatura adequa. dda para are dde uma combustdo completa, provocando a deterioragao do leo lubrificante O niimero de unidades de geragao que deve compor uma usina termelétrica é funcao do nivel de contingéncia requerido, evitando-se, por conseguinte, a rejeicio de carga. Para um nivel de con tingéncia N,, ~ 2, 0 maior fator de carga obtido é dado pela Equago (16.2). (16.2) Na. — quantidade de unidades de geragio que compée a usina, Assim, uma usina com 15 unidades de geractio pode operar com um F. = 0,92, atendendo a -condicdo para quando duas unidades de geragao estiverem fora de operagdo, ou seja: 732 Capiruio Dezesseis ‘A poténcia ela usina é definica a partir do diagrama das poténcias ativas ¢ reativas. A poténcia ativa fornecida pela maquina depende das condigdes locais de sua instalagio, conforme ji comen- tado anteriormente, das caracteristicas da carga, das variagdes de carga no tempo e eka necessidade de sobrecarga durante o regime de operagdo. A norma ISO 3046-1 para motores a diesel estabele- ce cinco diferentes valores de poténcia da maquina, sendo normalmente encontrada no eatilogo dos fabricantes, ou sei a) Poténcia nominal E aquela declarada pelo fabricante da maquina b) Poténcia bisica E aquela que 0 motor pode fornecer no seu eixo durante um periodo de tempo nao limitado, ©) Poténcia continua E aquela que 6 motor pode fomecer continuamente operando com carga constante ¢ igual a 100% de sua poténcia nominal durante um perfodo de tempo limitado, a 8.400 horas por ano sem possibilidade de sobrecanza, d) Poténcia de emergéncia ou standby améxima poréncia qué 6 motor pode fornecer no seu eixo durante um perfodo Himitado 2 300 horas por ano, alimentando cargas varidveis ) Poténeia cont ua por tempo limitado ou poténeia prime FE aquela que 0 motor pode fomecer durante 1,000 horas ao ano ¢ normalmente expressa nos catdlogos dos fabricantes alimentando cargas varidveis com capacidade de sobrecarga de 10% por Thora a cada 12 horas de operagao, sem exceder a 25 horas por ano. De forma geral, a queda de tensio nos terminais do gerador ndo deve ser superior a 15% ¢ a freqiiéncia nao deve variar mais de 10% em relagio & frequéncia nominal, Em alguns casos, pode- se admitir uma queda de tensio de até 20%, quando existem motores elétricos durante 0 processo de partida, No entanto, podem-se estabelecer valores limites a depender da sensibilidade da carga. (Os geradores, de forma geral, sii dimensionaclos para operar com fator de poténcia igual «0,80, podendo alimentar a maioria das cargas industriais sem aplicar banco de capacitores para injega0 de poténcia reativa, Um dos fatores que influenciam na poténeia liquida fomecida pela usina de geracdo ¢ 0 com- pprimento dos dutos de tomadia de ar e de exaustao dos gases quentes. Muitas vezes, devido a loca- lizago da usina de geragio, esses dutos so projetados com grandes extensdes. Outro cuidado a ser tomado refere-se a posigao da tomada de ar que deve ficar distante da posigio dos gases de cexaustio, Neste caso, a sua localizacdo deve ser definida pela ditegdo dos yentos. A Tabela 16.2 informa os dados bisicos de unidides de gerago montadas pela empresa brasi- leira Stemac — Grupos Geradores Cabe salientar que a poténcia do motor diesel varia de acordo com a yelocidade do eixo do motor. No caso de motores diesel aplicados a geradores de corrente alternada, a velocidade do eixo do motor pode variar levemente. No caso de motores diesel aplicados a geradores de corrente continua, tais como em locomotivas a diesel-elétricas, a velocidade do motor diesel pode variar numa grande faixa de valores, Neste caso, sio utilizados motores diesel apropriados. A Tabela 16.3 fornece a variagao da poténeia de um motor diesel de fabricagao Guascor, em fungao da ve~ locidade do eixo. 16.3.1.1.1 Usinas de autoprodugao E por definigao a usina de gerag2o concebida para gerar somente energia elétrica para as ne- cessidades proprias do empreendedor, podendo no entanto vendler 0 excesso de energia gerada para terceiros.. (O uso de unidades de gerag&o com fornecimento de poténcia continua ocorre em locais onde a indo dispde de rede de energia elétrica publica, ou quando a industria opta por uma unidade de autogeragao, (© dimensionamento de uma unidade de geragiio para atender cargas variive cia, deve observar as seguintes instrugées: concessio de tipo e potén- TABELA 16.2 Informagdes téenicas de unidades de geracdo a 6leo diesel cei ean Poténci 105 | 84 joa | 16x ay | 30 so | 40 me |e n | os 106 | 8s i | 98 far | 1s iso | 20 ws | 134 wo | ae 210 | 168 230 | 18a 260 | 208 280 | 224 310 | 248 sas | 260 ais | 276 40s | 324 4s | 324 ags | 350 sos | 40a sis | 4s0 sis | 410 sso | 300 soo | 4s soo | 455 676 | sa ost | 54s 900. | 720 1023 | 818 12s | 900 1375 | 1100 1600 | 1280 2000 | 1600 2250 | 1800 86 us 135 150 170 180 200 230 255 310 108 120 136 160 184 204 232 248 2 288 304 360 360 400 445 450 450 500 S08 600 800 900 1000 1250 1553 1750 2000 Lombardini Lombardini WM WM MwM Cummins MWM, ‘Cummins MWM Cummins MwM Cummins ‘Cummins: Cummins Merwedes, Cummins Cummins Cummins Cummins Volvo ‘Commins Volvo Volvo Daewoo Commins Daewoo Cummins Volvo Daewoo Cummins Cummins Cummins Cummins Cummins ‘Cummins ‘Cummins ‘Cummins Usinas 0€ GeRAgAO INDUSTRIAL LDW 1204, 229-3 229-4 229-6 4BT3.9-GE TD229EC-6 6BT5.9-G2 olor 6CTRA-G 6.10TCA 6CTAR.3-GI 6CTA83-G2 6CTAAR3-G OM-447 4 NTRS5-G4 NT8S5-G5, NTSS5.G6 NTARS5.G2 TADI232BR NTARSS-G3 TWD1630GE, TAD1630GE, PLSOLE KTAI9-G3 PIBOLE KTAI9-G4 TADIOSIGE POOLE VTA28-G5 QsT30-62 Q8TH0-G3 QsT30-64 KTASO-G: KTASO-G9 QSK60-65 QSK60.G6 103 137 168 180 209 215 239 281 a7 300 380, 395 441 an 533 342 605 672 34 695 74 765 759 883 ona 1217 1369 1510 1876 251 2501 2961 10V lov RV RV Rv Dv iV lev 16v, lev 16V, 1120 1270 1745 1880 2150 1730 2300 2240 2695 2580) 2840) 2720 270 2720 2690) 3260 3260 3260 io 1000 1000, 1000 1000, 1090 1000, 1173 1090 1400 1524 1400 i524 1260 1400 1830 1743, 1743 1980 276 2216 29 2780 750 800 1170 1170 1160 1230 1310 1400 1525 1400 1925 1400 1400 1400 1870 1800 1800 1800 1680 733 120 185 765 840 1030 690 1140 1010 1270 1280 1490 1530 1570 1570 1510 2650 2820 2820 2980, 2300, 3140 2630 2980 2880 4672 2880 46r2 3040 2540 m49 7973 073 7973 11435 11553, 15875 15875 734 Captruta Dezessers 4) Somar todas as cargas lineares da instalagao industrial, dadas em kW. b) Somar todas as cargas nio-lineares da instalagdo industrial, dadas em kW. ©) Medir a distorgao harmdnica da carga, se houver, d) Determinar a corrente de partida do maior motor da instalagao. e) E aconsethavel que o gerador seja dimensionado para uma poténcia nominal 10% acima ddos valores da soma das cargas lineares ¢ niio-lineares (para valores inferiores 3 20% da carga totale distorgio harmonica menor e igual a 5%) £) A partida co maior motor nao deve provocar uma queda de tensao no gerador superior a 20%, + considerar de 20% (quando nao conhecido o valor real) a reatdincia subsincrona do eixo di- reto do gerador para ciilculo da queda de tensdo durante a partida do motor. 2) Dimensionar 0 gerador diferentemente para regime intermitente ou standby e para regime continuo, ‘A determinagio da poténcia nominal de uma, alimentada e da poténcia dos motores presentes, notadamente aqueles de grande capacidade no- ‘minal, cuja corrente de partida possa provocar uma queda de tensio superior aos limites anterior mente estabelecidos, ‘A poténcia nominal de uma usina termelétrica pode ser determinada a partir da Equagio (16.3), ou seja: jina termelétrica depende do tipo de carga a ser Poy = KX SP ij 7 LMOX SP (16.3) P..~ poténcia das cargas no-lineares; P_,— poténcia das cargas lineares; K = 1 ~ quando a distorcao harmdnica for inferior a 5%; 1,5— quando a distorgao harm@nica nao for conhecida TABELA 16.3, Dados de desempenho do motor a éleo diesel para operagdo com velocidade varidvel eee Poténcia | Torque —_tepm | Basen AW _| CN -im) 1.300 783 5759 1.200 676 5383 1.100 570 4.948 1.000 463 sas | 107s uss 21s 00, 36 |e o19 O86 222 16.3.1.1.2 Usinas de co-geragdo Este assunto sera discutido na Segao 16.5. 16.3.1.1.3 Usinas de emergéncia Se a usina termelétrica & destinada a servigo emergencial, deve-se considerar as seguintes con- digdes de projeto: + estudare definir um sistema de rejeigdo de carga para evitar a safda intempestiva da gera- Gao; + dimensionar a maquina considerando a corrente de partida dos motores elétricos acionados em conformidade com o tipo de chave de manobra, ou seja, diretamente da recle, chave soft starter etc. LUsias De GeRAGAO INDUSTRIAL 735 + dimensionar a méquina para suportar a corrente de magnetizagao dos transformadores ele- vadores da unidade de geragao; + definir um sistema de partici répida e confidvel no instante da operagdo da unidade de ge- ragio; + dimensionar um sistema em rampa para operar, momentaneamente, em paralelo com a rede pri siondria quando a unidade de geragao também destinar-se a suprir a uni- dade consumidora durante o periodo de ponta de carga, da cone A Figura 16.19 mostra um esquema elétrico basico de uma unidade de geragdo de emergéncia. Neste caso, observa-se que as unidades de gerago podem operarem paralelo entre sie com a rede ia pode ser concentrada em um kinico ponto da planta industrial ou em, 's pontos, dependendo do fayout da indkstria, Para indiistria de pequeno porte, normalmente avunidade de geraga para fornecer energia em baixa tensao, conectando-se a0 QGF a subestagio de poténcia, Para indiistria de médio e de grande portes, a unidade de geragdo é dlotada de uma subestagdo elevadora e conectada ao sistema industrial na média tensito, de acordo ‘com a Figura 16.19, Hé grandes vantagens em concentrar a geracdo de emergéncia em um tinico ‘ponte, ou seja: + custos menores por kVA instalado; + custos menores para manter uma capacidade de reserva; + facilidade de reversio da alimentagéio da concessiondria para a unidade de geragio; Muitas aplicagdes de motores a diesel estilo relacionadas ao suprimento de nobreaks, denomi= nados UPS, em instalagdes onde nao pode haver a ruptura do ciclo senoidal. Como as UPSs so ‘consttuidas de fomtes chaveadas, produzindo tensdes harm@nicas, o dimensionamento das unida- iouRs 16.19 Epes ede msn sera de emergéncia Lone ' gon, | 4. | ' t TR TR t sartg.akv corgen | ssexv | s38Kv \ i | Rt | - 2 2 2 z | 2a3 eK a & eS | 2 2 413, [ *8soo80v eey ol cs | Ee ES 5 Joe | sev wov | Ge) “é ' ' ' ' 2aKv et. aES ‘Cargas Nao Essenciais Cargas Essenciais | - em 44oV ¥ ' rY Cargas Essenciais om 2,4 kV 736 Captruto Dezesses des de gerago devem considerar esta condigio, nllo ser que o fabricante da UPS garanta ains- talagiio de filtros que possibilitem distorgGes harménicas inferiores a 5%. Caso contritio, é neces: sitio consultar 0 fabricante da unidade de geragao para definir a poténeia do motor. Um dos requisitos basicos para a especificarao de uma usina de emergéncia é 0 tempo decor rido desde auséncia de tensao nos terminais do barramento de carga da instalacao até 0 estabe- lecimento da tensio da unidade de geragao nesse mesmo harramento. A maior parte desse tempo éconsumida pelo tempo de particda das unidades de geragio. Apés o paralelismo das unidades de zetagiio, fecha-se 0 disjuntor do barramento de carga, retornando & normalidade operacional da instalagdo. O tempo de partida de uma unidade de geragao €, normalmente, de 10 s, ‘A bateria € 0 sistema mais comum utilizado na partida de uma unidade de gera casos, € utilizado o sistema de ar comprimido. No caso de a unidade de geragdo estar alimentando uma UPS, esta deve suportar a carga por um tempo superior ao tempo de partida da usina de emergéncia, Deve-se, no entanto, especificar ‘2 autonomia da UPS para um tempo nao inferior a cinco minutos. Quanto maior for esse tempo, maior € 0 custo da UPS. ‘Como jd comentado anteriormente, as UPSs so consideradas cargas ndo-lineares, A alimenta- io de uma UPS gera harmonicas no sistema que afetam os geradores na forma de aquecimento, devido as perdas no cobre e no ferro superiores aos valores obtidos quando o gerador opera com onda senoidal limpa, Outros efeitos so observados através de um aumento substancial de ruido audivel e do aparecimento de um fluxo induzido no rotor provocando vibragdes, cujo efeito nos motores a dleo diesel é de maior intensidade, devido & variagao no torque, causando instabilidade ro regulador de velocidade do motor. [As UPSs sao constituidas de retificadores e inversores que durante o processo de retificagto da corrente, como resultado da comutagio de um tiristor para o tiristor seguinte, as duas fases envol- vidas assumem momentaneamente a condigio de curto-circuito. A corrente de curto-circuito nes se instante propicia uma queda de tensao no sistema que alimenta a UPS. ‘A determinagao da ordem das correntes harm@nicas pode ser dada pela Equagiio (16.4) H=(KX O41 (6.4) 10. Em alguns H— ordem da harmonica; K— miimero inteito de | aN: Q— niimero de pulsos do retificador; exister dois tipos: retificadores de 6 ¢ 12 pulsos, Assim, um retificador de 6 pulsos faz surgir uma corrente harm@nica das seguintes ordens: + H=1x6-1=5" + H=1xX6+157 * H=2x6-1=11 + H=2X6+1= 13etc, Jd 08 retificadores de 12 pulsos fazem surgir correntes harménicas das seguintes ordens: + H=1x 12-1511 + H=1xX12+1= 13 © H=2x 12-1= 23 + H=2x 12+1 = 25e Como 0s retificadores de 12 pulsos nao geram harménicas de 3. © 5. ordens, seu contetido harménico é muito inferior ao dos retificadores de 6 pulsos, que sito aqueles que causam maiores. perturbagdes, O surgimento dos componentes harm@nicos tem origem na formagaio da corrente durante o.cha- ‘veamento de fontes retificadoras, Como essas correntes sao fornecidas pela fonte de geragdo do sistema, elas fluem através das impedincias dos condutores, dos transformadores etc., desde a re- ferida fonte até os terminais da carga ndo-linear, no presente caso, a UPS, provocando quedas de tensio na rede na mesma freqiiéneia da ordem da corrente harm@nica gerada na UPS. Assim, a geragdio cle uma corrente harménica numa determinada carga contamina todo sistema elétrico a montante da referida carga pela formagio das tensdes harménicas. Como a severidade das tenses, harmdnicas é diretamente proporcional & impediincia do sistema, deve-se projetar sistemas com ‘menores impedncias entre fonte e carga para reduzir os efeitos das componentes harménicas de tensio. ‘Usias DE GERAGAO INDUSTRIAL 737 Vale salientar que a tenstio harmOnica de cada ordem vai gerar uma corrente harménica no estator do gerador. Assim, cada corrente harménica no estator corresponderd a uma rotagao positiva ou nnegativa em relagao & seqiléncia das componentes simétricas, ara se determinar a poténcia nominal de uma usina de geragao emergencial que alimenta uma UPS, pode-se aplicar a Equagdo (16.5) ee ee (16.5) Toes P., ~ poténcia nominal da usina de geracdo, em kW; Pig poténcia nominal da UPS, em kW; Ter Fetidimento da UPS: Poo ~ poténcia de recarga da bateria, em percentagem de P..; para pequenas unidiades pode- se considerar P,,,, = 0,20 X Py: para unidades maiores considerar P,.,, = 0,30 XP, K-— fator de corregio devido 2 distorgao harmdnica anteriormente mencionado; P.,— poténcia das cargas lineares. ara o dimensionamento da usina de gerago, deve-se complementar com 0s seguintes crtério: + ademanda de carga do gerador deve corresponder, no maximo, a 85% de sua capacidade nominal; + aconexio do gerador com a UPS deve, de preferéncia, ser em rampa; TABELA 16.4 Valores médios de reatdncia dos geradores X,~reataneia sincrona: X’,~ reatdncia transitéria do eixo direto; X”,— reatancia subtransitéria do eixo direto; X, ~ reatancia sincrona do eixo em quadratura; X’, —reatincia transit6ria do eixo em quadratura; X”, ~ reatincia subtransitéria do exo em quadratura; X, —reatincia de seqiléncia negativa; X, —reatancia de seqiiéncia zero; Ty ~ constante de tempo transitoria. 12 2 39. 56 82 100. ‘D238, ED23M ED23L. ED27L, ‘ED27M ED27L. Ep33s_| 120 0 Ep33M | 150 135°] 28 | BI ED33L. | 180 7 | 25 | 85 EDAOS EDAOM EDAOL, 220 | 270 270 910 163 | 26 | 94 162 | 23 | 105 20 | 2 | 107 209 | a1 | 18 2s | 29 | 125 aid | 32 | 138 is | 32 | 225 136 | a7 | 34 us | as | 2s 330 | 390 ep4ss |. 390 | 470 EDISM | 470 | S60 | 924 28 Epis. | 560 | 680 = EDSSS | 680-820, | 92.9 EDS4M EDSAL. 1000 1200 820 1000 738 Captruxo Dezesses + areatincia subtransit6ria do eixo direto do gerador nao deve ser de preferéneia superior 15% na base da poténcia ¢ tensdo nominais do gerador;, + oregulador de tensdo deve ser do tipo estatico; +o gerador deve ser especificado para a classe de temperatura F ou + apoténcia do gerador deve ser selecionada para operagao continua. ExemPto DE ApticacAo (16.1) Uma indiistria considera essencial a continuidade de alimentagao de uma carga de 400 kW para a qual fo adquirida uma UPS com capacidade nominal de 500 kW, cujo rendimento de placa vale 0,65. A industria ;possui uma carga Tinearadicional de 100 kW que deve ser mantida em operagiio, mas que pode ser destigada ‘momentaneamente com a falta de suprimento normal até a entrada em operayo da unidade de geragio a dleo diesel, Determinar a poténcia nominal do grupo gerador. (Pgs + Pra) x 500 Pye Kx +P, + 100 = 1.484 kW Lage Pag = Fogg = 1-746 WW Comercialmente, deve-se especificar um grupo gerador a leo diesel de 1.750 KW, 60 Hz, motor de fabri- ‘cago Cumminins, para regime intermitente ou standby, de acordo com a Tabela 16.2. 16.3.1.2 Componentes de uma usina termelétrica a combustivel liquido As principais partes componentes de uma usina termelétrica a combustivel Iiquido sao: + motores a 6leo diesel; + tanques de combustivel e tubrificante; + sistema de refrigeragdo A 4eua; + sistema de combustic: + sistema de ventilagao; + sistema de 6leo lubrificam + sistema de escape dos gases exaustos (chaminé); istema de parti + sistema de recuperagdo de calor em unidades de co-gerago; + sistema de controle de monitoramento dos motores; + gerador de energia elétrica; + subestagaio de poténcia; + painéis de comando elétrico do gerador e da subestagio. 16.3.1.3 Layout de uma usina termelétrica As usinas termelétricas a motores a combustivel Iiquido podem assumir diferentes concepgdes de acordo com 0 espago disponivel. A Figura 16.20 mostra de forma indicativa 0 corte de uma usina de geragio, que tanto pode abrigar méquinas a diesel como a gas natural Essas usinas normalmente ocupam uma érea que pode variar entre 0,15 ¢ 0.20 m'/kW de po- t@ncia instalada, a depender da forma de layout concebida, incluindo aqui a rea ocupada pela subestagao e os sistemas auxiliares, como, por exemplo, os tanques de éleo combustivel e lubrifi- cante. Quanto ao volume do espago coberto necessirio para abrigar essas maquinas pode variar entre 0,9 ¢ 1,4 m’/kW de poténcia instalada, a depender da construcdo das chaminés dos gases exaustos, 16.3.1.4 Combustivel liquido Podem ser utilizados diferentes tipos de combustiveis Ifquidos nos motores de combustio intema, ‘A especificagio dos itens mais importantes do combustivel varia de conformidade com a origem do pett6leo. O 6leo OC fornecido ao mercado apresenta, em média, a seguinte faixa de variagao, (Usias 0 GERAGAO INDUSTRIAL 739 Gerador ~ 400 kW iment eth Miler AGURA 16.20 Vista lateral de uma usina ermelétrica a motor + viscosidade do leo: 15°C; 700 a 1.370 eSt (Centstock): + ponto de fulgor: 80 a 250°C; + teor de carbono: 10 a 16% em peso; + asfalto: 6 a 9% em peso; + emxofre: 0,6 a 3% em peso; + gua: 0,5 a 1% em peso; + cinzas: 0,01 a 0,05% em peso; + ferro: 12425 ppm; 9: 50 a 300 ppm: 30a 60% de vanédio. 16.3.1.5 Custos de implantagao e operagao Os custos de geragdo variam em fungio dos requisitos da especificagao do cliente, Também deve-se considerar se a usina é destinada a operar somente para geragio de energia ou esti asso- ciada a um projeto de co-geracao, No primeiro caso, 0 custo médio de uma usina varia de aproxi- madamente 300 a USS 600/MW de capacidade instalada, dependendo se o conjunto motor-gera- dor € de origem nacional ou importada. Para usinas associadas a projetos de co-geracdo, 0 custo pode elevar-se para USS 800,00 a USS 1,200/MW de capacidade instalada, Os principais custos médios de implantagio dos componentes de uma usina sto: + motores associados aos equipamentos auxiliares: 47%; + geradores associados aos equipamentos auxiliares: 13%; ihestagiio elevadora: 9%; + montagem e comissionamento: 12%; + transporte: 3%; + obras civis: 16%. No entanto, para se elaborar 0 estudo de viabilidade econdmica, € necessario conhecer outros pardmetros, cujos valores médios sao: + faixa de poténcia comercial: 30 KW a 30.000 + fator de capacidade médio: 0,92; + consumo especifico de combustivel para grandes poténcias: 0,170 kg/kWh (212 /MWh) ou 7.559 KIWI 740 igual a 0,80. Capiruio Dezessers + consumo especitico de combustivel para médias poténcias: 0,177 kg/kWh (221 I/MWh) 0 7.660 kJ/kWh: + consumo espectfico de combustivel para pequenas poténcias; 0,185 kg/kWh (231 /MWh) ou 7.9001 KI/KWh, Para determinagao do consumo em MWh foi utilizado 0 valor da densidade do éleo diese + consumo de sigua de resfriamento: 0,03 m’fhora/kW: + prego do dleo diesel: USS 0,50/litro; + custo médio mensal de operagio e manutengio (O&M) para operagaio continua: US$ 6,80) MWh inclui folha de saldrios e beneficios, material de limpeza, lubrificantes, pegas de re- posicdo por tempo de funcionamento ete... excluindo o custo do combustivel. Este valor vie ria ao longo do tempo. + custo médio mensal de operagdo ¢ manutengdo (O&M) para operagao de ponta: USS 20,00/ MWh; + custo de aquisigdo: USS 300,00 a USS 600/kW instalado; + custo médio da geragio; USB HO/MWhymes; + eficiéneia; 36 a 48%. As usinas termelétricas a motores a diesel so menos competitivas quanto ao custo final da energia em relagdo as usinas a motor a gas natural. Os motores a diesel so normalmente fornecidos na verso 2 e 4 tempos. Os motores a 2 tem pos sto os de maior capacidade. A Tabela. 16.5 informa os custos médios de operagao e manutengao relativos a motores a diesel a plena carga EXEMPLO DE APLICACAO (16.2) Determinar-o custo da energia gerada por uma usina termelétrica construfda no interior de uma indstria Cconstituida por um conjunto de geragio a leo diesel, com poténcia unitéria de 1.280 kW, operagdo continua A enengia requerida por més para operar a indistria vale, em média, 860.425 kWh, A industria funciona 24 horas durante 30 dias. Determinar também qual © tempo de retomo do investimento, considerando que a {rita média anual paga pela industria é de R$ 276,00/MWh, com impostos inclufdos. + Prego do dleo diesel: + Prego do dleo lubrificante: + Custo médio do empreendimento Motor, gerador e comando: = Subestagao: Obras civis — Imposto-importagao (=44% ~ importagaoy Projeto e despesas gerais: Total 100,00, + Cust total por kW; > OE 1.280 kW Consumo médio de deo diese Consumo de deo diesel a 100% de earga: Consumo médio de 6leo Iubrifivante: Nuimero-de horas trabalhadas por dia Niimero-de dias trabalhados por més: Taxa de cimbio: Tempo maximo de retorno do investimento: Taxa de desconto: Custo médio mensal de O&M (fixo): USS 0,50flitro US$ 3,96flitro US$ 498.300,00, US$ 70.20.00 US$ 124.800,00, US$ 30.400,00, US$ _38.400,00, US$ 762.100,00, = USB 595,39/kW 231 yMWh 330 Ih (Tabela 16.5) 0,712 IMhora (Tabela 16.5) 24 horas 30 di R$ 2,90/USS 10 anos 18% ao ano US$ 680/MWh TABELA 16.5 1000 1125 1250 1563 oat 2188 2500 108 136 450 500 soa 0 800 1000 1250, 1553, 1750 2000, 1023 Ls 1375 1600) 2250 184 24 260 216 a4 3M 330 ao 490 410 455 435 sat 0 a8 900 1100 1280 1600 1800) Custos médios operacionais dos motores a diesel 103 137 168 180 209 215 239 281 37 300 380 41 an 533 ons on 74 9s ™ 765 199 88 ona nn 1390. 1510 1876 2251 2591 2961 LUsmvas DE GERAGAO INDUSTRIAL 940 12.80 11,60 v.80 25,10 26,80 21.00 24,00 34.0. 39,50 42,00 50,00 48.00 64.00 61.00 74.00 79.00 79.00 87.00 87.00 98.00 101.00 128,00 LiL.00 128,00 120.00 114,00 134.00 15400 197.00 207,00 240.00 274,00 3304.00 403.00 449.00 0.186 0.050) 0.07 0.065 0.096 0.076 0.096 0.076 04196 0.096 0.86 04 0.160 0,104 3,160) 0.160 0.190 0,160 0.250 ose 0320 0,620 0452 0.620 os 0320 0750 oan 0528 0532 0528 ona 1.10 1.120 549 497 163 10,76 nas 1338 last 1491 loa 18.00 2143 2057 2142 26.14 sa 3385 3385 3728 3128 42,00, 4.28 Sas 4756 sass. S142 4885 6599 65.99 8442 $8.70 102,84 ua iad 17269 192.40 000 000 0428 0.662 0428 0,662 0,662 0.786 0,662. 1084 0634, 1,324 2566 0.634 634 1304 3,103 Lit 2.179 2179 2497 2982 4634 466 419 389 518 792 1103 88 13,60 497 1523 var ‘40 2183 21,00, 2808 2657 3237 3482 Mod 3794 3832 2.63 4400 sad 4820 stat 3206 50,17 69.08 ont 86.0 opi 05.02 11991 148.36 17733 19T04 908 780, 7.0 7356 107 7.08 738 625 687 638 716 a2 806, 691 7a2 672 642, 138 7B 702 6a) 683 638 659 645 638 741 742 Gapiruto Dezessets 48) Carregamento médio do gerador 860.425 24x30 195 kW bb) Fator de carga pra tl2S 20.93 1.280 ©) Volume médio de éleo consumido por més 231 /MWh 860.425, 1000 Vo 98.758 litos Pela Tabela 16.5, 0 valor do consumo de combustivel do motor diesel de 1,280 ev deveria ser de 0,93 330/h x 24 30 = 220.968 litros.. 4) Volume médio mensal de 6leo lubrificante consumido Viuigs = 0,712 Mh X 24 X 30 = 512.6 Tittos @) Custo médio mensal do dleo consumido Cie, = 198.758 litros X USS 0,50flitro = USS 99,379,00 1) Custo médio anual do leo diesel consumido, e = USS 99,379.00 x 12 = USB 1.192.548,00 12) Custo médio mensal do 6leo lubrificante consumido Cann = 512.6 litros X US$ 3,96/litro = USS 2.029,89 hh) Custo méalio anual do leo lubrificame consumido Corn = USS 2,029.89 X 12 = USS 24.358,68 i), Custo médio mensal de manutengdo e operagao (O&M) US, 860.425 kWh 6,80. “ao MWh 1,000 Cn = USS 5,850.89 4) Custo médio anual de manutengio ¢ operago (O&M) Conan = USS 5,850,89 % 12 = USS 70.210,68 k) Custo médio operacional mensal da usina de geragio Croup = Cina + Cutan + Canaan = 99:379,00 + 2.029,89 + 5,850,89 = USS 107.259,78 1) Custo méio operacional anual da usina de gerago Caw = Cosea + Caras + Cossm = 1192.548,00 + 24.358,68 + 70.210,68 USS 1,287.117,36 ‘m) Custo médio anual da energia gerada = _ USS 1.287.117,36 560,425 KWWH/L.000 12 “an = US$ 124,65 X 2,9 = RS 361,48/MWh (conforme planitha de cdlculo da Tabela 16.6) 1) Anilise do investimento Gy = USS 124,65/MWh A indiistria paga anualmente & concessionéria 0 valor de: 276,00 X 860.425 X F090 % 1.000 Como se pode observar, o custo médio operacional da usina de energiaelétrica (RS 361,48/MWh) é muito superior ao custo médio da energia comprada da concessionéria de energia elétrica (R$ 276,00/MWh), sen- do, portanto, invidvel o empreendimento, ( céleulo anterior pode ser mostrado através da planitha de calculo da Tabela 16.6, elaborada no Excel Devem-se acrescentar aos custos da unidade geracdo os valores pagos & concessionéria para a conexio ¢ 6 fornecimento de energia nos periodos de manutengao da usina, USB 982,664.68 LUsivas DE GERAGAO INDUSTRIAL 743 TABELA 16.6 Plailha de céleulo do custo de geragao Planitha de Céleulo de Custo de uma Unidade de Geragao (UG) ed Cliente: = | Unidade de Consumo: 1 | Naimero de geradores da UG : 1 2 | Capacidade de 1 gerador kw 1.2800 3 | Fabricante de rferéneia Nome do Fabricante 4 | Capacidade total da peragio kW 1.2800 5 | Consumo especitico do motor diesel wiwWh 231,0 6 | Consumo médio de energia na ponta kWh 860.425 7 | Taxade cimbio in RSUSS 2,900 & | Prego medio do dteo diesel RSMitro/még 145 9 | Prego médio do dteo lubrificante Rito 1148 10 | Custa médio do empreedimento RS 2.210,090,00 i RAW 1272663 a] Cust total por kW ey ah 13 | Consume meio do ste diesel Tiron 330 330. 14 | Consume médio do éleo lubrificante Tirotvg oz 0712 15 | Niimero de horas trabalhadas por dia Horasidia 2 [16 | Numero de dias rabalhados por més Diawimés 300 17 | Taxade juro anual é 18% 18 | Custode O&M ussimwn 6380 19 | Tempo de amortizago esperado ‘Anos 6 20 | Demand mea mensal Ww 1.1950 21 ‘Taxa de carga média do gerador % 0.93, 22 | Consumo de éleo combustivel vies 198.758 23_| Casto médio mensal do dleo diesel Rimes 288,199.35 24 | Consumo méatio mensal do leo lubificante ttrosimés 512,64 25 | Cust médio mensal do dleo hibrificante —_RS/més S885) 26 | _ Custo médio anual do eo diese! RS/ano 3.458.392,25 27 | Custo médio armal do slo lubrificante RS/ano 70.621,29 28 | Custo médio mensat de O&M RS/més 16,967.58 29 | Custo médio anual de O&M RSjano 203,610.97 30 | Casto operacional mensal da UG RS/imés 31.052,04 31 | Custo médio operacional anual da UG RS/ano 3.732.624,50 32 | Casto méatio mensal da energia mensal RSIMWh 361351 744 Captrute Dezessers EXEMPLO DE APLICACAO (16.3) Calcular a viabitidade economia de aquisigdo da usina termelétrica do Exemplo de Apli cconsiderando que a mesma tem como finalidade operar somente no hordirio de ponta de carga, cuja energia cconsumida nesse periodo ¢ de 78.882 kWh ao més, A indistria paga pela tarifa de ponta de carga o valor édio de RS 1.250,00/MWh, com os impostos incluscos. Naimero cle horas trabalhadas por dia: 3 horas Naimero de dias trabalhados por més; 22 dias ‘Tempo maximo de retorno do investimento: 10 anos Custo de O&M: Ss SDN meres 8) Volume médio mensal de 6leo consumido 231 WMWh x 78.882 1000 >) Volume meédio mensal de 6leo lubrificante consumido Votan = O\T12Uh X 3% 22 = 47 litros Custo médio mensal do leo consumido Csi Custo médio anual do leo diesel consumido Cou. = USS 9.110,50 X 12 = US$ 109,326.00 ‘Custo médio mensal do 6lee lubrificante consumido JSS 9.110,50. 18.221 litros % US$ 0,50fitro q) e Carus = 47 litros x USS 3,96flitw = US$ 186,12 £) Custo médtio anual do dleo Lubrificante consumido Cosy = USS 186,12 x 12 = USS 2.233.464 12) Custo mécio mensal de manutengao e operayao (O&M) wi 20,00 USS. ,, 78.882 kWh © MWh” 1.000 ‘88 1.577,64 1h) Custo médio anual de manutencao e operagao (O&M) ¢ US$ 1.577,64 x 12 = US$ 18.931,68 1), Custo médio operacional mensal da usina de geragio Cates + Coes + Contin = 9110.50 + 186,12 + 1.577,64 = c i) Custo médio operacional anual da usina de geragio Cay = Crates + Cans + Cates = 109.326,00 + 2.23344 + 18.931 68 k Custo médlio anual da energia gerada USS 130.491,12 7R.AB2 KWH/L000 % 12 Ou Cay = USS 137,85 X 2.9 = RS 399.76/MWh ISS 137,85/MWh 1D) Anilise do investimento A indiistria paga anualmente & concessiondria o valor de: 1.250 78,882 x 12 2,90 1.000 188 408.010,34 A planitha de edlculo da Tabela 16.7 calcula 0 Valor Presente Liquido. J4 a Figura 16.21 mostra o grfico baseudo na Tabela 16.7 que indica © tempo de retorno do investimento, que & de aproximadamente de cinco anos, Dessa forma, o investimento € considerado atrativo. TABELA 16.7 Cilculo do Valor Presente Liquido (VPR) LUsinas DE GERAGAD INDUSTRIAL 745 BY 408.010,34 130.491,12, 277,519.22 | 235,185.78 235,185,78 2 408,010.34 130.491,12 297.519.22 199,309.98 434,495.76 3 408,010.34 © 130.491,12, 2759.22 168.9007 603.402,53 4 | dog.o10.36 130491,12 277:519.22 143,141.33 746.543,85 Bs 408,010.34 130.491,12 277.519.22 121,306,21 867.850,06, 6 408,010.34 130.491,12 277.519,22 102.801,87 970.651,93 Br 408.010,34 130.491,12. 277.519,22 87.120,23 | 1.057.772,16 8 408,010.34 130.491,12 277.519.22 73,830.70 1.131.602,87 9 408,010.34 130.491,12. 2751922 62,568.39 1.194.171,.26 to 408,010.34 130.491,12 277,519.22 53.024,06 IGURA 16.21 Grifico do tempo de retorno do ‘Tempo de Retorno do Investimento nvestimento an 1.300,000,00 1.100,000,00 00,000,00 3 B 700,000,00 500,000,00 '300.000,00 100,000,00 100,000,009 16.3.2 Usinas Termelétricas a Motor a Gas Natural Esse tipo de usina utiliza o MCI queimando o gas natural como combustivel, Apesar de sua crescente utilizagalo, tem como limitagdo a necessidade da existéncia de rede de gasoduto na area de implantagio do projeto, contrariamente aos motores a combustivel liquide que podem ser ins- talados em qualquer regido. A baixa compressibilidade do gels natural permite que se construam vasos de dimensdes médi- as, como, por exemplo, com volume 40 m° hidréulicos para transportar © gas em elewadas pres s6es, ou seja, proximas a 250 bar. Para o transporte de gis natural em grandes quantidades € ne~ cessirio Hiquefuzer esse combustivel a uma temperatura de ~162°C e manté-lo nessa temperatura durante todo o transporte para evitar a perda do combustivel por evaporagao. Para transportar pequenos volumes de gas natural comprimido (GNC), podem-se construir vasos de ago de paredes muito espessas para suportar pressGes de 250 bar. A taxa de compressiio do gas natural pode chegar a volumes de 300 m’ de gas/ m* hidrdulico de vaso, na pressdo antes referida, Atualmente, a industria brasileira fabrica as chamadas cestas de gas natural, que compreendem um conjunto de cilindros de ago fixados numa estrutura com até 16 unidades, perfazendo aproxi- 746 FIGURA 16.22 Gritico de distribuie? produglo de ene igs natural ‘Capiruto Dezessets smadamente 700m de gas natural, O tamanho dos cilindros de ago ¢ de cerea de 1,6 m de altura, ‘com didametro externo de 35 em. Sdo praticos e econdmicos. Normalmente, o transporte de gas natural liquefeito em grandes quantidades ¢ realizado por navios-tangues expeciais. Existem duas versoes desse tipo de embarcagio. Na primeira versio, 0 navio possui uma central de refrigeragdo que usa combustivel quid, Assim, 0 gs natural apos thaua extragio do poco, € limpo € transportado através de gasoduto até as proximidades de um porto dotado de uma Central de Liquefagio, isto €,refrigera o gas natural até ating 0 seu estado Tiquido, o que ocorre a — 162°C, & pressio atmosférica. Desse ponto, o gas € conduzide por um sasodato especial, normalmente de pequena extensio, dotado de um sistema de refrigeragio pare nanter o gas natural nessa temperatura, A extremidade do gasoduto é acoplada aos tangues do avio, também refrigerado, que durante o transporte deve manter © gas natural A temperatura de Tiquefagdo. O porto de destino deve possuir uma Central de Gaseificagao. Assim. o gs natural € conduzido liqueleito dos tanques do nayio através de um gasoduto refrigerado até a Central de Gaseifcagio, Essa central possui um sistema de serpentinas, no interior do qual passa égua do ‘mar em grande quantidade. A sigua transfere, assim, calor para o ga liquefeito, que € novamente gaseificado, sendo imediatamente conduzido a um gasoduto para distribuigao ¢ consumo Alguns desses navios, chamados de propaneiros, aproveitam a gaseificagao controlada do gis Liquefeito dos seus tanques para a sua prépria propulsio ¢ uso no sistema de refrigeragio, Estima se_que atualmente existam cerca de uma centena de unidades em operagio no mundo. ‘Os motores @ 265 natural, em média, apresentam o rendimento um pouco inferior aos motores acombustivel liquide. (© rendimento dos motores a gés natural depende da qualidade do gas ofertado pelas compa- rihias fomecedoras, aetando significativamente o poder calorifico eo nimero de metano que mede i resistencia A detonagio, Devido a tecnologia da eletrdnica de poténcia ¢ aos sistemas de ge renciamento informatizados, essas deficiéncias sfo corrigidas, mantendo-se a poténeia nominal ‘no eixo do motor, No entanto, Ii limites para essas corregdes. Quando nao é mais possivel processar essas corregdes, restareduzita poteneia do cixo do motor Umma altemativa para essa questo € 0 uso de motores do tipo biocombustivel, sto é, podem utilt+ var tanto o gés natural quanto 0 dleo diesel, sem interrupgo do seu funcionamento. O rendimento esses motores, em geral, esté entre 37 ¢ 40%, pouco inferior aos motores a diesel convencionais: Isto se deve a redugio da taxa de compressio utilizada nos motores a biocombustivel. A Figura 16.22 mostra o grafico representativo do consumo e perdas de energia produzida por uma usina de geragao a gis natural Vale ressaltar que o gs natural fornecido pela Petrobras normalmente mantém a qualidade no nivel desejado pela especificagao dos motores. Em regibes onde o gas natural nao oferece a qualidade desejada, ou 0 suprimento nfo € garan~ tido a0 longo de todo o ano, como acontece em alguns paises da América do Sul, durante 0 inver- no é preferivel adquirir motores a biocombustivel, isto &, aqu mais com gis natural ou a dleo diesel 15 que operam em condigdes nor ceca Perdas por 39: GO.OIe0 reg Sato og cram (oo tex) (25%) i) Perdas no Restiamento ori noes erdas no Rostriament (37%) oBloco do Motor P@AMerEnOING orga Eitrca FIGURA 16.23 Vista externa de uma usina ‘ermelét a motor LUsinas 0€ GeRAgAO INDUSTRIA 747 Os motores a gas natural operam com um nivel de poluigao inferior aos motores a combustivel 0 g/kWh de energia gerada, representando 1/5 das emissbes realizadas pelos motores a combustivel liquido, ‘A Figura 16,23 mostra uma usina termelétrica existente de ponentes do sistema elétrico de poténcia. A Figura 16.24 mostra o layout de uma sina termelétrica a motor, contendo seis unidades de geragdo de poténcia nominal por méquina de 830 kW, totalizando uma poténcia de 4.980 kW. A rea destinada as maquinas € de 1.016 nm, Logo, a relagdo entre a drea ¢ a poténcia vale 0,20 mW. Jéia Figura 16.25 mostra a vista lateral da mesma usina termelétrica da Figura 16.24. 0 volume ocupado pela usina é de 1,40 m'fkW Para favilitar as diversas aplicagdes envolv utilizada na sua conversao, liquido. A emissio dos NO é da ordem de 0 \édio porte, destacando-se os com- Tabela 16.8 nddo as unidades de energia, segue a Lina de Tanaris Transfonnador 16.3.2.1 Determinagao da poténcia nominal O dimensionamento da poténcia nominal de uma usina termelétrica a gés natural pode ser re- alizado de acordo com a que foi descrito na Segao 16,3.1.1, naquilo que for pertinente ao uso do combustivel gasoso, A Tabela 16.9 fore, continua por tempo limitado como s poténcias das unidades de grag n operacio de emergencia. a gas natural, tanto em operago 16.3.2.2 Custos operacionais Os custos operacionais bésicos das usinas a motor a gés natural sao: + prego médio do gas natural: USS 0,25/m'; + consumo especifico de combustivel para grandes poténcias: 9.837 kI/kWh; + consumo especifico de combustivel para médias poténcias (por exemplo: 5,000 kW): 8.182 Ku/KWh; + consumo especifico de combustivel para pequenas poténcias: 7.250 ki/kWh; + custo médio de operagao © manutengdo (O&M) para operagaio continua: US$ 5,00/KWh a USS 7,00/MWh; + custo médio de operagiio € mi + rendimento: 37 a 40% + consumo de agua de resfriamento: 0,035 m'/hora/kW; + custo médio da usina: USS 600,00 a US$ 800,00/kW, + custo médio de geragao: USS 70,00/MWh utengdo (O&M) para operagdo na ponta: US$ 18,00/MWh; Ventilador Motoventt Modelo ATD 1050 / 8.6 7.SHP -1150rpm- 15mmCA ‘Atenuador de Ruidos/Aspiragao Modelo RAS-4N Silenciose Hlspitalan 14° Segmento Elestion FIGURA 16.25 \Vista lateral da usina de gerago, ‘Teuisnany oySweI5 30 SeNISN 6bL 750 Capluco Dezessets TABELA 16.8 ‘Tabela de conversdo das principais unidades térmiicas 0.0283 0,001 0.29 0,393 \ 0.038 10,226 13,755 1 MMBTU 1000 28571 1 293,07 393,01 1,055,000 1kWh 3.488 9779x102 | 3412 10% 1 1.341 3.600.0 1HPh 2544 7210x107 | 2,544 10 0.746 1 2.6845, 1 keal 4o16x 10 | 1136 10% | 396810" ] 1.163% 10-8 | 1.560 x 10" 4.1868 tg gsorxio* | 2n9x10+ | 9479x107 | 2.778x 10 | 3725x104 | 0.2390 | 1,000 TABELA 16.9 Informagdes téenicas de unidades de geragio a gis natural 80 100 | 90 13 VSG uG oL 1.800 u wo | is | ins | 29 VSG last o. 1.800 n 175 as | ap vsG 11GSID oL 1,800. ul 194 | 170 | 212 Vor 18G oL 1.800 18 368 | 300 | 375 vor 18GLD 6. 1.800 18 265 3a | 300 | 375 VGF 1s GsiD ou. 1.800 18 204 | 368 | 300. | 395 vor 18GL oL 1.800 1 210 | 262 | 225 | 281 GF 2G 8b. 1.800 ey 30 | 438 | 400 | 500 GE 24.G51D aL 1,800 mu ass | 48s | 40s | 506 Vor 24GLD 8h 1.800 uM a | 48s | 405 | 506 vor 24GL sl. 1.800 4 s30 | 662 | ooo | 750 vor 36.GSID Ry 1.800 36 soo | 738 | os | 781 VGr 36GLD Dv 1.800 36 590 | 738 | 625 | 78 vor 3661 pv 1.800 36 70 | 913 | 809 | 1.000 Yor 48.GsID 16 1.800. 48 sos | 1010 | 825 | 1031 Vor 48GLD lev 1.800 48 sos | 1010 | 825 | 1.031 vGF 48GL. tev 1.800 48 ass | 356 | 320 | 400 VHP 2900 G aL 1.200 41 30 | 438 | 390 | 488 va 36006 ou. 1.200. 58 40 | soo | 450 | 563 VHP 2900.61 oL 1.200 47 400 | soo | 505 | 631 VHP 2900 GSI ou. 1.200 47 soo | 625 | 62s | 781 VHP 3600 GL ol. 1.200 38 s00 | 625 | ois | 769 VHP 3600 GSI 6. 1.200 38 soo | 700 | 650 | 813 VHP 3600 GSI a. 1.200 58 ss | 719, | 800 | 1.000 VHP 5900 6 pv 1.200, 95 roo | 875 | 1.050 | 1313 VHP 71006 Rv 1.200) uW6 Usinas 0€ GeRAGAO INDUSTRIAL 751 TABELA 16.9 Informagies téenicas de unidades de geracio a gas natural (continuago) 920 1200 1.030 1.200 1.075 1.200 1.260 1.200 1.130 1.200 1.260 1.200 1.540 1.200 1.750 1.200 1.463 1.200 1.463 8L-27 GL. 2.200 12N-27 6 2.910 16v-27 GL A Tabela 16.10 mostra os valores médios de consumo e custos médios de operagdio e manuten- go que podem ser utilizados para fins comparatives. ara a obtengaio dos custos percentuais médios com a aquisigao de equipamentos € construgao, podem ser utilizados os mesmos valores atribuidos as usinas a dleo diesel. TABELA 16,10 Custos médios operacionais de usinas a motor a gas natural 1,131,000 04191 175 140 250 37 1,935,000 04098 10.09 175 140 250 9 1.975.000 O18? 10,08 194 Iss 240 33 1,775,000 03395 11,66 331 265 400 4 2,845.00 09183 7,98 31 265 00 89 3,005,000 0,362 a1 265 400 4 2,845,000 03183 798 262 210 320 0 2.370.000 023346 112 438 350 530 118 3.990.000 0.3380 8a 438 350 530 12 3,790,000 023210 1.96 438 350 530 a2 3.790.000 02210 76 662 530 800 175 5.905.000 028303 798 662 530 800 169 5.685.000 02180 762 662 530 800 169 5.685.000 0.3180 762 ieoninus) 752 Captruia Dezesses ‘TABELA 16.10 Custos médios operacionais de usinas a motor a gas natural (continuagdo} 7,855,000 0.3190 7,555,000 0.3068 7.08 7.555.000 0.3068 7.08 3.133.082 023259 7.13 3,765,060, 0.3190 601 BI 4,420,000 03276 8.02 43 4.825.000, 0.3576 695 161 5.445.000 03229 6.68 5.805.000 0.3442, 5.74 6,282,060 023239 583 875 na 7,540,086 03194 498 1.044 285 9.605.000 02410 5.60 104 8.850.000 03142 699 L188 10,880,020 0.3386 Sl 1.250 343 11,560,000 03427 480 1281 02s LAT 319 10,750,000 0.3109 5.69 1.438 L150 1.680 389 13,115,000 0.3381 480 L088 1.350 1970 420 14,175.00 03113 6.19 1.688 1350 1970 484 16,315.00 023583 5.02 1.663 1.330 1.880 359 12,100,000 0.2697 5.74 2.500 2.000 18,285,000 02710 5ad 3.638 2910 25,830,000 0.2632 4.95 (©) Nao inc ui 0 custo com eombustivel EXEMPLO DE APLICAGAO (16.4) ‘Determinaira viabilidade de um projeto de usina de autogeracdo para uma indistria, comparando 0 custo médio da energia gerada pela referida usina com o preco médio da energia forecida pelo mercado, Para ltender 8 carga da industria no valor de 2.930.000 kWh/mes, em média, faz-se necessério uma usina tetmelétrica com a poténcia nominal de seis unidades geradoras de 835 kW cada, operando em regime con- tinuo, A indiistria paga, em média, por sua conta de energia A concessionériao valor anual de USS 3.094,758.00, Para a determinagao do custo de operagdo e manutengao e do custo médio da usina de geragao utilizando is natural como combustivel, Foram utilizados inicialmente os seguintes valores + Prego do gas natural US$ 0,25/m" + Custo médio do empreendiment: = Motor, gerador e comando (57%): US$ 1.419.300,00 — Subestagio © quadros de comando (9%) USS. 224.100,00, — Obras civis sistema de resfriamento (16%): USS 398.400,00 — Imposto (4% - importagao): USS 99,600.00, — Montagem ¢ comissionamento (12%) US$ 298,800.00 — Projeto e despesas gerais (29%): US$ 49,800.00 Subtotal (1): US$ 2.490,000,00 LUsivas 0€ Geraga INOUSTRIAL 753 Custa do gasoduto (5 km) USS 431,000.00 — Participagao no gasoduto: USS 258,000.00 Subtotal (2): US$ 173.000,00 — Total USS 2.663,000,00 = Custo total da usina por kw: SSS =OSSEOO ee 6X 850 KW + Taxa de eficiéneia (heat rate): 8.182 BTU/KWh + Niimero de horas trabalhadas por dia: 24 horas + Niimero de dias trabalhados por més: 30 dias + Tana de cambio: RS 2,9/USS + Taxa de desconto anual 18% + Custo méctio mensal de O&M (fixo) USS 5,00/MWh + Tempo msiximo de retorno do investimento: 1O.anos ‘Volume méaio de gs consumide por més i MMBTU 8.5 m’ de wis natural (Tabela 16.8) y, =8.180 8, __ aS’ Wh 1.000.000 BTU. aoe V, = 0,233 x kwh V, = 0,233 x Tx B, = 0,233 x SL 2.930 % 10° kWh = 682.690 m" kWh kwh b Custo médio mensal do gés consumido Coy = 682,690 m" X US$ 0,25/m' = US$ 170.672,50 ©) Custo médio anual do gas consumido C,, = 170.672,50 * 12 meses = USS 2,048.070,00 4) Custo médio mensal de manutengdo e operagio (O&M) uss MWh Coa = 5.00 7a7-% 2.930 MWh = US$ 14.650,00 ) Custo médio anual de manutengio ¢ operagdo (O&M) Conan = USS 14.650,00 X 12 meses = USS 175,800.00 1) Custo médio operacional mensal da usina de geragiio Cou = Cay + Cone = 170.672,50 + 14,650,00 = USS 185.322,50 {2} Custo médio operacional anual da usina de geragiio Cua = 2.0448,070,00 + 175,800,00 = US§ 2.223.870,00 h) Custo médio operacional anual da energia gerada _2.223,870,00 Tx 2930MWh $863.25 / MWh i) Analise econdmica de investimento Como se pocle coneluir através da planitha de cdlculo da Tabela 16.11, utilizando 0 método do Valor Presente Liquido, 0 investimento ¢ altamente vantajoso-sob o ponto de vista econdmiico. O tempo de retono do investimento é de cinco anos, conforme visto na Figura 16.25. 754 Capiruig Dezesses TABELA 16.11 CAlculo do Valor Presente Liquido (VPL) Anuais (USS) (US8) ss) 1 5.094.758,00 2.223.870,00 870,888.00 738.040,68, 738.040,68 2 3.094.758,00 2.223,870,00 870,888.00 (625.458.20 1.363.498,88 3 3.094.758,00 2.223.870.00 870.888,00 530.089,32 1.895.588.20 4 3.094.758,00 2.223.870,00 $70:888,00 49.194,34 2.342.742,54 z 3.094.758,00 2.223.870,00 870.888,00 380.673,17 2.723.415,72 6 3.094.758,00 2.223.870000 870:888,00 522,608, 38 3.046,020,10 7 3.094.758,00 2.223.870,00 870.888,00 27339354 3319.413,64 8 3.094.758,00 2.223,870,00 870.888,00 231,689.44 3.551.103,09| 9 3.094.758,00 2,223.870,00 870.888,00 196,346.99 5.747.450,07 10 3.094.758,00 2.223.870,00 £870,888,00 166,395.75 3.913.885.89, FIGURA 16.26 Tempo da Retorno do Investimento Grafico do tempo de retomo do investimento .700.000,00 2.700.000,00 1.700.000,00 700.000,00 Fluxos Atualizados (USS) -300.000,00 EXEMPLO DE APLICACAO (16.5) Determinar a viabitidade de aquisigdo da usina termelétrica mostrada no Exemplo de Aplicagio (16.4) ‘para operacio na ponta de carga, A energia consumida durante 0 periodo de ponta de carga € de 276,000 kW/ ‘més, A indistria paga US$ 1.237,900,00 ao ano pela energia média consumida no horirio cle ponta de carga, na tarifa azul. ara a determinacio do custo de operagao e manutengao ¢ do custo médio da usina de geraglo, uilizando ‘26s natural como combustivel, foram utilizados inicialmente os seguintes valores + Niimero de horas trabalhadas por dia: 3 horas + Niimero de dias trabalhados por més: 22 dias + Taxa de desconto anual: 18% + Taxa de cimbio: RS 2,90/US$ + Tempo méximo de retomo do investimento: 10 anos. + Casto: mensal da O&M: USS 18,00/MWh a) Volume médio de gas natural consumido por més 1 MMBTU = 28,5 m’ de gis natural (Tabela 16.8) Bru 1 v, = 8.1s2BTY 15.98, 5.m! ‘a 8182 in 1,000,000 BTU sivas De GERAGKO INDUSTRIAL 755 mw V, = 0.233 x kWh im! im 0,233 x x B, = 0,233 x x 276 x 10" kWh = kwh kwh bb) Custo médio mensal do gas natural consumido = 64,300 m! X US$ 0,25/m! = USS 16,075.00 ©) Custo médio anual do gés natural consumido Cup = 16.075,00 m? X 12 = USS 192.900,007MWh 4d) Custo médio mensal de manutengio e operagiio (O&M) Coan = 1.005 X 276 MWh = USS 4.968,.00 ©) Custo méazo anual de operagdio e manutengio (O&M) Coan = 4.968,00 X12 = USS 59.616,00 1) Custo médio operacional mensal da usina de geragio oyu = Cay + Cos = 16.075,00 + 4.968,00 = US$ 21.043,00 £8) Custo médio operacional anual da usina de geragZo Cone Cay + Couns = 192.900,00 + 59,616,00 = USS 252.516,00 hn) Custo médio operacional mensal da energia gerada US$ 252.516,00 S$ 76,24/MWh wenn 276 MWh X 12 Bae i) Anilise econémica de investimento Pode-se observar pela planilha de eélculo da Tabela 16.12 que 0 projeto tem viabilidade econémica, em conformidade com o célculo do Valor Presente Liquido. A Figura 16.27 mostra o grfico que indica o tempo de retomo do investimento em quatro anos de operagio. ‘TABELA 16.12 Céleulo do Valor Presente Liquido (VPL) Valor das Receitas nua eon fea: | Ano | Anuais (USS) ois) | oneal enet ws | 1 [1257-90000 59616.00 192.9000 | 988.8400 | 83507149 | _35071,19 [2 [7 12x7900.00 59.616.00 192.900.00 | oasasago | _roraeras | _1.542.758.60 [3 1.237.900,00 59,616.00 192,900,00 ‘gs.384,00 | 599.7352 | 2.142.493,76 4 1.237.900,00 59.616,00 192.900,00 985,384.00 508.250,10 2.650,743,86, 3 | 1237-90000 59,616.00 192.900.00 | 9ssasaoo | 430-2048 | 3.081.46429 6 | _1237.90000 59.6160 102.900,0 | 9as.38400 | _365.017.1 | _3.446.481.60 7) 297.9000 59.1600 192.5000 | 9ss.sea00 | 309.3360 | 3.155881 | _1257.900.00 59.1600 iva.s00.00 | 9as.38400 | 262.1495 | 4017-96800 3 | 12¥7.90000 59.616.00 192.5000 | 9asaeaoo | 222.1608 | _4240.12886 io | _1237900.00 590616000 io2.900.00 | oas.ssaco | iwazris7 | 4428400273 756 FIGURA 16.27 Gritico do tempo de retorno do investimento Caplio Dezessets ‘Tampo de Retorne do Investimento J s7e0.o00c0 g 2.700,000,00 : 1.700,000,00 720000.00 3 © -300.000,00 Anos 16.3.3 Usinas Termelétricas com Turbinas a Gas Natural ‘So aquelas que utilizam turbinas a 24s natural e podem ser construfdas em unidades de peque- ‘no, médio € grande portes. So também as que oferecem o menor custo de operacdio e manutengao €, por conseguinte, 0 menor valor da energia gerada, principalmente aquelas de médio e grande portes. Asusinas termelétricas a gas natural podem ser classificadas em duas categorias: + Ciclo aberto ‘So aquelas em que os gases exaustos com temperaturas da ordem de 550°C sao langados a0 meio ambiente, perdendo-se uma grande quantidade de energia térmica que poderia ser aprovei- tada em outras utilidades, tais como a produgiio de vapor para gerar mais energia numa turbina a vapor (usina a ciclo combinado) ou vapor, 4gua quente e égua fria para emprego em processes industriais. + Ciclo combinado ‘So aquelas que utilizam os gases exaustos das turbinas e geram vapor através de um recuperador de calor e que, posteriormente, é utilizado numa turbina a vapor. As turbinas so mais empregadas na produgdo de energia elétrica ou nos projetos de co-gera- 0 com necessidade de produgao de grandes quantidades de vapor. Jé os motores sao emprega- dos tanto na produgio de energia elétrica em regime permanente, quanto na produgao de energia ‘em cardter emergencial, onde é maior a aplicagdo dessas unidades, principalmente as de peque- 1no porte que servem a indiistrias, estabelecimentos hospitalares, edificios comerciais € residenciais ete, Alguns dados técnicos e econémicos das usinas termelétricas podem ser conhe: valores médios: + heat rate: — plena carga: 10.550 kJ/kWh ~ carga de 75%: 11.600 ki/kWh — carga de 50%: 12.950 kJ/kWh — carga de 25%: 17.400 kJ/kWh + eficiéncia: 23 a 52 + custo de aquisigao da usina: 350 a USS SOO/KWs + prego médio do gas natural: USS 7,14/MMBTU ou USS 0,2/m' + custo médio de operago e manutengo em regime continuo (O&M): 5,00a USS 8,00/MWhy; + custo médio de geragaio: USS 60,00/MWh, 16.3.3.1 Usinas de ciclo aberto Asusinas termelétricas a gas natural de ciclo aberto normalmente utilizam turbina de pequeno € médio portes, Em geral, quando so empregadas turbinas de grande porte jé fica prevista a sua expansao de poténeia para a conversao de ciclo aberto para ciclo combinado. UsiNas De GERAGAO INDUSTRIAL 757 As usinas de ciclo aberto so menos eficientes e geram energia a prego entre 15 e 25% superior gs das usinas de ciclo combinado, Uma usina termelétrica de ciclo aberto pode ser constituda das seguintes partes. a) Tomada de gas E constituida de um sistema de valvulas ¢ medidores de gés natural. Em alguns casos, pode fazer parte de uma estagio de pressurizago de gas natural, necessaria a fornecer, & pressio ade- quada, as necessidades da turbina, Essa estagdo pode ser construida no sentido de reduzir ou ele- Var a press. b) Turbina a gds natural As turbinas a gas natural sdo compostas do compressor, cdmara ce combustdo e da turbina pro- priamente dita ‘As turbinas atualmente disponiveis no mercado apresentam eficigneia média de 35%, operan- do a temperaturas que podem variar de 1.150°C a 1.260°C, J4 a temperatura dos gases exaustos pode variar entre 500°C e 590°C. ©) Chaminé dos gases exaustos ‘So construidas para conduzir os gases exaustos da turbina para o meio ambiente. Normalmente, so construidas em chapas metélicas em forma de tubo de ago, conforme mostrado nas Figuras 16.28 e 16,29. d) Gerador £0 equipamento acoplado ao eixo da turbina e responsavel pela geragiio de energia elétrica. A Figura 16.29 mostra a posigao do gerador conectado ao transformador elevador de poténcia. ‘A distribuigao de energia produzida e perdida por uma usina termelétrica a ciclo aberto pode ser conhecida, em valores médios, através do grafico da Figura 16.30, Entrada de Ar— Tomada de Ar de Venlagio Salida do ar Quente ‘do Ventago Turbina Gorador FIGURA 16.28 Vista isomeétrica de uma usina termelétrica de ciclo aberto 758 Caplruto Dezessets Duo de Salda dos Gases Exaustos. Tustin Eada do Ar ‘Casa de Comando Cora tin oe ins acu 1629 Eno ees ae asereuid) Bret “cacea® Mac a | ("ee fn eevee (60%) Pordas por Exaustéo FIGURA 16.30 Grafica de distribuigio de produ ioe perda de energia em usina de ciclo aberto FIGURA 16.31 Produgao de energia em usina de ciclo combinado UsiNas DE GERAGAD INDUSTRIAL 759 16.3.3.2 Usinas de ciclo combinado Sob o ponto de vista de geracdo de energia elétrica € 0 tipo de usina de maior rendimento. O seu funcionamento pode ser assim resumido: o compressor retira um determinado volume de ar do meio ambiente, fltra, comprime e o conduz 4 uma camara de combustio, onde ¢ injetado um certo volume de gas natural. No interior da cdmara de combustio é gerada uma contendo gs misturado ao ar comprimido, provocando uma ignigao da mistura que se expande para o interior da turbina propriamente dita No interior da turbina hé uma grande expansfo desses gases através de suas palhetas, produ- indo um trabalho mecanico no eixo, que é transferido para um gerador de energia elétrica a ele acoplado, Os gases exaustos da turbina so conduzidos 2 caldeira de recuperagao de calor que aquece um determinado volume de égua até a condigdo de vapor, que, por sua vez, ¢ injetado no interior de uma turbina a vapor. O vapor exausto da turbina é condensado e retomna a caldeira de recupe- raga, reiniciando o ciclo de vapor. Os gases jd resfriados na caldeira de recuperacio de calor S40 langados a atmosfera, na forma de perda. A Figura 16.31 mostra 0 processo anteriormente descrito detalhando melhor o ciclo a vapor. Entrada de Gas: r oy He Pat ae Entrada de Ar be Entrada de Agua de Restriamento +1 comprassor de ar; 2 —turbina a gas natural 3 ~ combustor; 4 by-pass da chaming; 5 — amine: 6 aqueceder, 7 ~ evapotader, 8~ economizador: 9— condensador 10 bomba de jagto : 11 boiler drum do alta press; 12 ~reservatrovtanque lash): 13 ~ bomba de wagao 4 —bomba de allmentagan Ge ata pressao; 15 rservatério de almentado de figua: 18 —trbina a vapor 17 bomba de almentacdo de aa press, 18 ~condensador d turbina a vapor 19 bomba de candeneador 20 gorador da turbina a gs; 21 — gorador da turtina a vapor Jéia Figura 16.32 mostra um esquema basico de uma usina de ciclo combinado, identificando as pressdes médias nas diferentes componentes do sistema, ‘As usinas termelétricas de ciclo combinado sao aquelas que apresentam maior eficiéncia mas ‘mesmo assim ha grandes quantidades de energia calorifica desperdigada. A Figura 16.33 mostra a distribuigao de energia gerada e perdida numa usina de ciclo combinado. E de fundamental importancia o desempenho de uma usina de ciclo combinado em fungio da ‘grande quantidade de energia elétrica gerada e que deve ser absorvida pelo processo industrial ou disponibilizada ao mercado competindo com a energia elétrica produzida por outras Fontes, nota- damente as fontes hidrelétricas. Além do mais, a maioria das termetétricas de grande porte no esta associada & produgo de energia térmica para uso industrial, como na produgio de vapor, égua ‘quente e agua fria, Assim, parte do calor rejeitado é langado & atmosfera, provocando perdas enor- mes de energia. 760 FIGURA 16.32 Presses médias num cielo combinado FIGURA 16.33 Gritico de distribuigao de produgao de energia em usina de do usina de Chaminé ait ena n 44 F ‘Aproximacamente (254) : 540°C] | 3 ' = t ' ‘ ' 1 3 cum tian] Entrada de Oleo (alternative) ‘ = Aimentagio de Gas Natural ‘TG —turbna a gas natural G ~ gorador; C~ compressor: Turina a Vapor: BP —baika pressdo; MP ~média presso; AP alta pressto Resa ak, i ee tone" reGandor RS) mG qT Tv , 100% 3 5 g 2 : 3 (a5%) (22.5%) Pordas no PerdasTotais (15%) “erador no Condensador Energia Eletica Para uma termelétrica de grande porte hé muitas dificuldades no aproveitamento do calor re- jeitado, mesmo que esteja implantada no interior de uma grande indiistria. Nesse caso, pode ocor- rer um aproveitamento parcial dos gases quentes de rejeito. Quando localizada numa érea indus- trial pode ocorrer 0 aproveitamento dos gases quentes na formago de vapor para distribuiigdo as industrias, em geral localizadas nao muito distantes do local da usina, Porém, quando localizada distante das fontes de consumo de insumos térmicos, as usinas termelétricas amargam uma gran de perda energética, chegando a um rendimento maximo de 55%, muito baixo quando comparado uma planta de co-geragio, que pode atingir a marca de 85% em casos de maior rendimento Astermelétricas de ciclo combinado se comportam favoravelmente num sistema elétrico quanto a sua rapidez de retomo a operagiio logo apés a ocorréncia de uma falha. Assim, as turbinas a gas natural podem operar na sua plena capacidade logo apés quatro minutos de sua parada. Ja uma usina a ciclo combinado pode operar plenamente 30 minutos apés a sua saida de operacio (O tempo convencional de construgio de uma usina termelétrica a ciclo aberto € da ordem de 15 ‘meses apés a assinatura do contrato. J4 0 tempo de construgaio das usinas a ciclo combinado & de aproximadamente 26 meses apés a assinatura do contrato de construgio. As usinas termelétricas apresentam uma grande vantagem construtiva, Poclem ser planejadas e cconstruidas em ciclo aberto e posteriormente completadas para operar a ciclo combinado, coorde- nando, assim, o crescimento da carga com a inversdo dos investimentos, sivas 9€ GeRago INDUSTRIAL 761 Os custos unitérios das usinas termelétricas de ciclo combinado diminuem inversamente com fo ntimero de turbinas a gas natural, devido a eficiéncia das turbinas crescer com a sua capacidade nominal. Assim, 0 nimero de turbinas a gés natural para cada maquina a vapor varia de uma a trés Uunidades, formando uma usina de ciclo combinado. Na sua forma mais tradicional, as plantas das usinas termelétricas guardam uma relagio de duas turbinas a gas natural para uma turbina a vapor, conforme mostrado na Figura 16.34. deine coo chaning ONS eee _ Se. 5. ie zi | Naw a subestog da ina ‘eae io Sistema de Entrada de Are Ter" z * “Transmissao © | 4 4 sou de Tutina a Reena, uri eis Bocalor SRG Vp wo " f se bor GGarador de Energia | Gases Elétrica ee ae é Turbina a Gis ms Al rin z ees da lpia xe ' ot, oes eam eine Saree — Plcsttamem entace dare ieaeartaan rigURA 16.34 Usina de ciclo combinado com duas turbinas a gas ¢ wma turbina a vapor 16..3.2.1 Determinagao do consumo de gas A poténcia desenvolvida no eixo da turbina, nas condigées ISO, pode ser caleulada pela Equa- go (16.6), ou sejar Peixo Fea Poo = (16.6) Foam ye NT 1,03 * 288,15 P,.— poténcia no eixo da turbina nas condigdes ISO, em MW; Poco~ potencia no eixo da turbina nas condigdes reais do projeto, em MW; P.,,.~ pressiio atmosférica, em bar; na condigao ISO, seu valor € de 1,03 bar ¢ umidade rela- o da umidade do ar; = OITIS14 ~ 2.858564 X10 X Uy (16.7) umidade relativa do ar, em %; 0 valor padrio € de 60%; T,— temperatura ambiente, em K; a temperatura padrdo é de T, = 288,15 K. 762 Capiruto ", + 273,16 (K) (168) T, = temperatura ambiente, em °C; A determinagio do volume de gas natural, nas condigdes ISO, para acionamento da turbine pode ser dado pela Equacao (16.9), Vy, =P XAT Vga, ~ volume de gs natural, em ke/s: PCI — poder calorifico inferior, em kicke: — poténeia no eixo corrigida, em MW; HR, ~ consumo especifico de calor, na cofidigao de projeto, em kJ/KWh, HR, = Cuge X PCLKIRWh) (16.10) Caye— Consumo especifico de calor do gas natural, um ke/kWh. O poder calorifico de um combustivel, PCF, € a quantidade de calor liberada pelos produtos de combustio ao serem resfriados até a temperatura inicial, ap6s a combustdo, & pressio constante ou a yolume constante, corrigidos para o padriio de 1,0 atm e 25°C. poder calorifico nao pode ser considerado como um tinico nimero, devido as diferentes for- ‘mas de conduzir a experiéncia e a formagio de égua (H,0) a partir do combustivel utilizado, Quando 0 combustivel reage com 0 oxigénio, o hidrogénio forma HO. Quando os produtos resultantes da combustao superam uma determinada temperatura, a gua liberada em forma de vapor. Quando os produtos de combustdo so resfriados até a temperatura normal da atmosfera, a ‘igua é liberada em forma de condensado. ‘Com base nessas consideragdes, pode-se concluir que 0 poder calorifico deve ser conhecido nas duas versdes, ou seja: + Poder calorifico superior (PCS) E definido para a condigao em que a gua produzida no processo ¢ liberada em forma de con- densado. Dessa forma, quando os produtos sao resfriados muito abaixo da temperatura do ponto de orvalho da égua, a maior parte do vapor d’dgua condensa-se, Liberando calor na mesma propor- «glo da quantidade de égua condensada, Entao, dé-se o nome de poder calorifico superior d quan- Lidade de calor rejeitada se todo o vapor formado na combustio for condensado quando os produ- tos da combustao atingirem a temperatura inicial do ensaio. + Poder calorifico inferior (PCD, F definido quando a gua produzida no proceso é liberada e nao se condensa, Assim, 0 poder calorifico inferior € o poder calorifico superior subtraido 0 calor latente do vapor dégua conden- sado. Asusinas termelétricas so grandes consumidoras de agua bruta, O consumo especifico de éguia bruta de usina termelétrica de grande porte a ciclo combinado vale: + demanda méxima de gua bruta para proceso: 1,6 m'//MW; + gua de processo da torre de resfriamento: 1,56 m’/hyMW; + gua de reposigao: 0,0 16 m'/h/MW; + demanda méxima de égua evaporada na torre de resfriamento: 1,32 m’/t/MW. EXEMPLO DE APLICAGAO (16.6) Determinar 0 consumo de combustivel de uma usina termelétrica de poténcia nominal igual a 240 MW, localizada no nivel do mar. A usina é composta por uma turbina a gis natural de 170 MWe uma turbina a vapor de 70 MW. + consumo especifico de calor: Coy. = 9.600 I/KWh; LUsinas DE Geeagao INDUSTRIAL 763 + pressio atmostérica: P... = 1,03 bar; + temperatura ambiente de 30°C; + umidade relativa: 85%; + poder calorifico inferior: PCI = 11.500 kealikg, a) Determinagio da poténcin no eixo da turbina nas condigbes ISO De acordo com a Bquaga (16.8), tems 1, = 30 + 273,16 = 303,16 0 fator de corregio de umidade vale: = 10171514 ~ 2.858564 X 10-4 X Uy = LOITISI4 — 2.858564 X 10 x 85 = 0,9928 AA poténcia no eixo da turbina vale: , Fis = 0.9928 _ = TL = 166,93 MW x AT ta, Joni 1.0257 103” J2amis 1,03 ~ /2e8.15 ) Determinagao do volume do gs natural a ser consumido De acordo com a Equagio (16.9), tem-se: PCI = 11,500 kcal/kg = 11.500 X 4,1868 = 48.148,2 Kifkg Paxo dg apne gy Oe le fds = PRVT A 6594s) O12 Pasco [PCT _170 1,03 x 30316 x 2500x166, 0.24 —13.987__,, 0.9928 uti Oe eee x 1.03% 303,16 166,93 |” 48.148,2 456.595 X (0,2 + 0,7799 x 1,0287) x = = 9.48 kul 9.48. 3,600 X 24 = 819,072 kpidia 0.75 kg (N) Sabe-se que, em média, I m' (N) de gé 819.072 _ 6 ‘i 757 1092096 "ia 16.4 GERACAO DISTRIBUIDA Durante e aps o racionamento de energia elétrica ocorrida no Brasil no ano de 2001/2002, as indistrias ¢ grandes consumidores comerciais instalaram usinas termelétricas em suas unidades de negécio para poder atender ser restrigdo a sua demanda de carga. Além disso, com o prego da ‘energia no mercado livre alcangando patamares insuportaveis, as usinas termelétricas das unida- des consumidoras geravam energia a um custo inferior ao do mercado livre. A partir de entio, muitos dos grandes consumidores que amargaram enormes prejuizos com o racionamento ¢ esti- mulados pela falta de investimento do setor energético a médio e longo prazos para resolver a crise energética de forma consolidada decidiram instalar usinas termelétricas com capacidade adequa da as suas necessidades energéticas, interligando-as normalmente a rede de energia elétrica da concessionéria Local. Este tipo de negécio foi denominado geracao distribuida, ‘A geracao distribuida foi amplamente aplicada no Brasil nas décadas de 1920 a 1950 pelas ‘municipalidades ¢ consumidores de maior porte, visando suprir is necessidades de energia elétri- ca das cidades © da produgao. Essa politica foi praticamente extinta a partir da décacia de 1960, quando foram iniciadas as operagdes das grandes unidades de geragaio de origem hidrdulica, ofertando energia elétrica abundant e a pregos imbativeis comparadas aos custos da energia pro- duzida pelas ustnas termelétricas.. 764 FIGURA 16.35 Esquema unifitar de cconexio entre uma usina e a rede publica me 3.750 KW es CapiruLo Dezesseis A usinas termelétricas instaladas nas unidades consumidoras requerem conexiio com a rede de ‘energia publica das concessiondrias para aumentar 0 seu indice de confiabilidade ¢ continuidade ‘e/ou vender energia excedente. Muitas dessas usinas operam somente na ponta de carga, periodo em que 0 custo da energia & extremamente elevado. Outras operam em sistemas de co-geragio, tendo a rede de distribuigao publica como suprimento de back-up. Outras simplesmente sao insta- ladas como reserva de geragao para emergéncia na falta de suprimento da rede de distribuicao, ‘A conexao entre a usina de geragdo de energia elétrica ¢ a rede pblica da concessionaria é regulamentada pela legislagao vigente e deve, além de tudo, obedecer aos requisitos das conces- siondrias quanto as particularidades do sistema elétrico ao qual a usina serd conectada. A Figura 16.35 mostra um esquema unifilartradicionalmente conhecido para conexao entre um autoprodutor ce arede de energia da concession: Baa fe ty etllen” tha =o ae TP 3 To} wil Unidade de Supervisto ~ fi rp els Cores irr ras, eet acer et, wees ag i : & Oo (a sean eacony T] eaeKw Dis) TI ¥ Dis Interiratamento Elético 6600V OB BB 20000 800 2000ev 2000ev 2000ev 2000ev 600 a600V 6600 6600 V LUsinas De GeRAgAO INDUSTRIAL 765 gerador e/ou a concessioniria deve obrigatoriamente realizar estudos elétricos de fluxo de carga e de curto-circuito para obter a autorizacdo da conexao com a rede piblica de distribuigao ou transmissio da concessiondria. Algumas vezes a concessiondria solicita estudos de estabilida- de, energizagio do transformador, harmOnicas etc.,.de acordo com as caracteristicas da rede & qual serd conectada & usina termelétrica. ‘Além da exigéncia dos estudos anteriormente mencionados, 0 projetista deverd submeter & concessionaria um completo projeto de protecio que atenda essencialmente & integridlade ¢ d es~ tabilidade da rede ptiblica de energia elétrica, denominada protecao de fronteira, além de contem- plar as necessidades de protegio dos equipamentas da propria usina termelétrica. As unidades de geragio de uma usina termelétrica podem operar de diferentes formas, depen- dendo da quantidade de méquinas utilizadas, do tipo de conexdo com a rede publica de energia elétrica entre outros ‘Toda unidade de geragdo, ou simplesmente grupo gerador, possuii um regulador de velocidade «que controla a poténcia ativa liberada pela unidade de geragao, ¢ um regulador de tensdo que con- troka a porencia reativa. Para que duas fontes operem em paralelo é imprescindivel a sincronizagdo entre elas, que con: te em ajustar a tensao e a freqiiéncia em que operam as referidas fontes, Assim, para que dois grupos geradores operem em paralelo & necessério ajustar os valores de tensio ¢ freqtiéneia da segunda Unidade aos valores estabelecidos de tensdo e freqiléncia da primeira unidade (referencia). Se 0 paralelismo ¢ realizado entre a usina de geracdo e a rede externa, cabe ajustara frequiéncia e a tensio da usina geradora com a tenslo ¢ a freqiiéncia da rede extema (referéncia). Em qualquer caso, s0- ‘mente quando a tensio e a freqliéneia da unidade de geracio e da rede publica de energia elétrica esto iguais ov muito proximas é enviada a ordem para fechar o disjuntor de paralelismo, Esse sistema atualmente ¢ realizado automaticamente por equipamentos digitais, conhecidos como USCA ~ Unidade de Supervisiio em Corrente Altemada, que so conectados a transforma- dores de corrente e de potencial de onde se aquisitam os dados para o processo de controle. Uma tinica USCA pode sincronizar varios grupos geradores entre si e depois sineronizé-los com a rede externa, Nesta condigao, a USCA deve aquisitara tensio e corrente dos TCs e TPs de cada unida de de geragio ¢ da rede extema, A Figura 16,36 mostra a vista frontal de uma USCA. ‘Uma das consideragées importantes no paralelismo de fontes de geragio é o conceito de rejei- ‘do de carga, que consiste no desligamento, normailmente seletivo, de um bloco de carga quando ‘ocorrem perturbagdes de qualquer ordem no sistema elétrico, sejam curtos-circuitos, descargas atmosféricas etc, Um sistema de rejeigio de carga deve verificar constantemente os valores de carga que esto sendo drenados da rede e a poténcia dispontvel das unidades de geragao capaz.de suprir essas cargas Esse sistema deve monitorar 0 equilibrio entre a poténcia gerada ¢ a carga drenada da rede. Leds Indicadores| Display Digit de Fase pecnay Ona Leds indicadores Modo de Emergéncia| de Alarmes existontos mee Tae san enc = ae Sane, Tecla de Opgao Keocsone Sindtico ut MU TS aa ae. Emergéncia rd ae ins Wai ae soe Paria sac FIGURA 16.36 Frontal de uma USCA 766 Gapituco Dezesses De forma geral, o esquema de rejeigdo de carga deve atuar num tempo inferior a 200 ms, tem- po suficiente para evitar a perda de estabilidade do sistema que resultaria na desconexao da usina de geragio. Um estudo de rejeigao de carga deve contemplar os seguintes aspectos: 4) Perda de uma unidade de geragio £ 0 caso mais freqiiente na operagao de uma usina de geragdo, devido aos mais variados mo- tivos, Quando ocorre a perda de uma unidade de geragao hé uma redugao considerdvel na oferta de gerago que passa a ser inferior & demanda de carga, Nese momento, é imprescindivel que o sistema de rejeigdo de carga rejeite as cargas ndo essenciais, garantindo, assim, a estabilidade do sistema, sem 0 qual as unidades de geragdo remanescentes entram em processo de sobrecarga, resultando na reducio da tensdo e/ou da freqiiéncia ¢ a conseqtiente perda total da usina de gera- gio. ) Aumento progressivo de carga E sempre possivel em qualquer sistema elétrico haver um aumento de carga, Quando isso ovorre, ‘num sistema alimentado somente por uma usina de geragdo & necessario que esse aumento fique limitado a 10% da capacidade da geragao por um perfodo nao superior a uma hora, ©) Defeitos permanentes Durante algum defeito no sistema de geragao, por exemplo, nos terminais de um gerador, « tensio decresce a valores muito baixos, préximos a zero, provocando a desaceleracdo de todos os ‘motores em operagdo. Apés 0s relés responsaveis pela eliminacao da falha atuarem e provocarem a operagdo dos disjuntores correspondentes, a carga remanescente retona a sua condigao operaci onal normal, fazendo com que os motores absorvam uma corrente elevada da rede, Em virtude dessa elevagao de corrente, surge uma expressiva queda de tensdo no sistema, com tempo relati- ‘vamente grande, 0 que pode ocasionar a atuagao das protegdes nas fungdes 27 ¢ 81, desarmando varios disjuntores intempestivamente e provocando instabilidade no sistema. Assim, € imperativo que o sistema de rejeigao de carga elimine as cargas nao essenciais, previ- amente selecionadas através de um estudo de estabilidade, tomando como base um modelo de resposta dindmica do sistema, quando ocorrem distirbios na rede. Rede da Concessionaria 1. se 4 ret {ea IO Tianstormador \ de Potancia Intertravamento Etotromocsini Disjuntor >» —————Eletrome: 3} Bisjuntor 1 Carga FIGURA 16.37 Esquema de transferéncia de carga com desconexao de fonte LUsinas € GeRAGAO INDUSTRIAL 767 16.4.1 Conexao de Usinas Termelétricas E 0 caso das usinas de autoprodugdo, co-geragio ou usinas emergenciais que podem operar independentes da rede piiblica de energia elétrica. Essas usinas podem ser constituidas de uma ou mais unidades de geracdo. Muitas vezes sdo conectadas ao barramento de carga através de um disjuntor que transfere a conexao da rede piblica de energia para os terminais da usina de gera ca, Essa transferéncia pode ser realizada de duas diferentes formas. 16.4.1.1 Transferéncia de carga com desconexao de fonte Eo sistema de transferéncia de carga mais simples. Utiliza apenas uma chave de reversao mi ‘nual, motorizada ou por solendide ou disjuntores. No primeiro caso, quando falta o suprimento de energia da rede piiblica, 0 operador se dirige ao local da usina ¢ aciona manualmente a maquina priméria e, logo em seguida, manobra a chave de transferéncia, No segundo caso, a usina de gera~ a0 € dotada de um sensor de tensio que aciona o mecanismo de partida, Decorridos alguns s gundos, um sistema automtico manobra o mecanismo de acionamento da chave reversora. E uti- lizada em usinas emergenciais instaladas em indistrias, hospitais etc.,.€ s6 operam na auséncia de cenergia da rede publica. A Figura 16.37 mostra um esquema basico de transferéncia de carga com desconexio da fonte. A transferéneia de carga deve ser impedida quando a barra de carga estiver submetida a um defeito, evitando-se, assim, danificar os equipamentos da usina de geragao, 16.4.1.2 Transferéncia de carga em rampa Esta forma de operagdo € muito utiizada em indstrias, shopping centers ete, quando se utiliza a usina de geracio para assumir toda a cafga da instalagao na hora de ponta de carga do sistema da concessionaiia, reduzindo substancialmente o custo dle energia nesse horitio. Neste caso, utiliza-se um sistema de controle, USCA o que esta conectada, permanentemente com a barra de carga e, mo- mentos antes do tempo ajustado para entrada em operagio, a usina de geragio € acionada. A USCA, entio, sincroniza a usina de geragao e ordena o fechamento do disjuntor de transferéncia, que coloca momentaneamente, por cerca de 15 s, a usina de geragdo em paralelo com a barra de carga, suprida pela rede publica de energia. Decorrido esse intervalo de tempo, outro disjuntor desfaz a conexao da rede puilica de energia com a barra de carga que, a partir desse instante, passa a ser suprida pela usina de geragao, A Figura 16.38 mostra um esquema byisico de uma usina de gerago operando com transferéncia de carga em rampa, custo dese tipo de transferéncia de carga é bem superior ao anterior, devido ao custo da USCA e das protecdes envolvidas. 16.4.1.3 Transferéncia de carga rapida sem interrupgao da sendide Consiste no emprego de um nobreak dindmico composto por um conjunto motor-volante de grande inércia girante preso ao eixo da unidade de geragio, através de um sistema eletromagnéti- co. Quando a carga esti sendo suprida pela rede externa, o motor aciona o volante durante todo periodo de operagao da carga do sistema. Na falha da alimentagao normal da rede externa, 0 eletroima conecta 0 eixo do conjunto motor-volante ao eixo da unidade de geragao, fazendo 0 gerador entrar em operagiio num tempo inferior a 150 ms, necessério para que as cargas motrizes permanegam em operago, embora com velocidade minimamente reduzida devido a inércia me- clinica do volante, Se nio for possivel a transferéncia de carga neste interyalo de tempo, esta deve impedida. Esse tipo de sistema ¢ utilizado somente em usinas de geragio emergenciais. Esse sistema ¢ pouco utilizado. pelo alto custo da energia elétrica consumida pelo motor que opera continuamente o volante. No entanto, 0 seu custo de aquisic¢ao é bem inferior ao custo de um nobreak estatico. 16.4.1.4 Operagao em paralelo com a rede externa Eo caso das usinas de produgao de energia, autoproducao ou co-geragdio que opera conecta- das permanentemente a rede publica de energia elétrica. No caso das usinas de autoprodugao e co- 768 Capinuco Dezessers FIGURA 16.38 Grupo ‘Transferéncia de cargaem rampa —_Gerador - BT Rlede Concessionatia we Te if Medio Unidade de Supervisaio t Hie | omcoreva Atenast i a. \ \ \ ' \ ' t 4 Chave +, Seecionadora © Tripolar Intertravamento Elétrico Barramento de Média Tonsi I Varga |. pode haver exportagio ou ndo dos excedentes de energia gerada, Diz-se, assim, que a is de uma ou mais unidades de gera- era: usina opera em paralelo, Essas usinas podem ser constit ¢ Essas usinas so dotadas de um sistema de controle, USCA, que funciona da seguinte forma: inicialmente aciona individualmente cada unidade de geragio, A USCA, que esté permanente~ mente conectada a barra de carga da rede piiblica de energia, sincroniza a primeira unidade de xgeraco com a rede externa, fazendo, em seguida, 0 fechamento de seu disjuntor ¢ colocando-a em definitivo em operagio em paralelo, Esse proceso € seguido para cada unidade de geragdo até que toda a usina esteja operando em paralelo 16.4.1.5 Procedimentos de conexao da carga E 0 caso mais simples de operaglo. Apés a partida da usina a carga pode ser conectada em fragdes ou de forma integral. No primeiro caso, ha pequenas wariagdes de frequiéncia ¢ tensiio & medida que a fragio de carga é conectada aos terminais do gerador. Quanto maior o bloco de car- ‘ga manobrado, maiores so as variagGes de freqiiéncia e tenséo, cujos valores devem ser estabele- cidos previamente, Quando existem varios grupos geradores operando em paralelo, conectados ou no A rede ex tema, podem ser utilizados trés esquemas basicos de funcionamento, ou seja: } : FIGURA 16.39 Sistema de controle de grupos geradores em paralelo LUsinas 0€ GERAGAO INDUSTRIAL 769 a) Somente um grupo gerador opera em modo flutuante de carga, Neste caso, todas as unidades restantes da usina sio ajustadas para fomecer um valor fixo de poténcia ativa e reativa, Somente a unidade de gera¢o em modo flutuante de carga fornecerd as poténeias ativa e reativa necessérias para manter, respectivamente, a freqléncia e a tensio do sis- tema dentro dos limites recomendados. Esse sistema nao € adequado quando existe uma variag20 muito grande da carga, b) Todas as unidades de geragao operam em modo flutuante de carga Neste caso, todos os geradores so responsaveis por absorver igualmente a carga do sistema. Esse sistema nao é adotado em usinas de geracdo operando em paralelo com a rede externa. ©) Controle individual das unidades de geragdo Nesse caso, a usina de geragio & dotada de um tinico controlador que distribui o fluxo de po- téncia ativa e regula a freqiléncia de todas as unidades de geragdo © um Ginico controlador que distribui o fluxo de poténcia reativa ¢ regula a tensio. O controlador de fluxo de poténcia ativa e de freqiiéncia age em cada regulador de velocidade de seu grupo gerador, controlando ao mesmo tempo a freqiléncia. J4 0 controlador de fluxo de poténcia reativa e de tensdo age sobre o regula- dor da excitatriz de cada grupo gerador, controlando ao mesmo tempo a tensao, em conformidade com a Figura 16.39, Esse sistema é adequado para operar em redes com grandes variagdes de carga, tais como for- nos a arco, I USCA Controle: WF = Controle VAR ’ 1 [oe e)-{ ce M 1 uy i i Var i ‘Vor s { } ot Vv (6 x ca 16.4.2 Operagao de Usinas Termelétricas para o Acionamento de Grandes Motores Elétricos A poténcia nominal de uma usina termelétrica para atender a uma demand constitufda por gran- de quantidade de cargas de pequena capacidade ¢ definida praticamente pela soma de todas as car- gas unitérias da instalagdo. No entanto, quando a instalagdo € constituida por motores de grande capacidade, comparada com a poténcia nominal da usina termelétrica, 6 necessirio que se determine valor da queda de tenséo na partida desses motores, a fim de nao prejudicar a operagio das unida- 770 EXEMPLO DE APLICAGAO (16.8) Capiruio Dezesseis des geradoras, A queda de tensiio limite admitida pelos geradores durante a partida dos motores éde 20%, aconselhuando-se, no entanto, adotar valores inferiores, como, por exemplo, 15%. ‘Asestagies de bombeamenta de dgua e esgoto so exemplos de instalagdes onde existem grandes | motores elétricos em pequena quantidade e que solicitam dos geradores poténcias de partida cles 7 vadas, Muitas vezes deve-se elevar a capacidade da usina termelétrica somente para atender & exigé cia da queda de tensio na partida dos motores. Assim, € importante que 0 ajuste das chaves de ‘comando seja efetuado para permitir a menor corrente de partida com o maior torque possivel dos motores nesta condigdo. A partida direta € 0 proceso mais critico para as usinas de geragio, en- quanto 0 acionamento a partir da chave estrela-tridngulo é 0 menos severo, sem contar com 0 emprego dos inversores, cujo prego é extremamente elevado. 'A instalago de inversores ajustados para permitir uma corrente de partida praticamente igual | a corrente de carga do motor permite selecionar a capacidade das usinas geradoras somente pela carga a ser demandada, 'A determinagao da queda de tensio no gerador a partir do acionamento dos motores pode set obtida a partir da seguinte metodologia de céleulo. a) Dados do motor elétrico = poténcia nominal, em ev: — tensio nominal, em V = corrente nominal, em A; — relagiio entre a corrente de partida/corrente nominal; — fator de poténcia do motor; — fator de poténcia na partida do motor: normalmente € igual a 0.30; — rendimento; — tipo de chave de acionamento do motor: partida direta, estrela-triangulo, compensadora, sofistarter e inversor; ajuste da tensto de partida da chave ou corrente limitadora de partida do mator; — capacidade do restante da carga, em kVA; — fator de poténeia da carga restante, em KVA; poténcia nominal do gerador ou das unidades de geragao; — intimero de geradores em paralelo: = fator de poténcia do gerador: — impedancia do eixo direto (Xi) do gerador; — méxima queda de tensdo permitida nos terminais do gerador, em %; bb) Célculo da queda de tensio nos terminais do gerador Através da Equagiio (16.11), tem-se: AV = (XD 1, ) (16.11) reatancia do eixo direto (a Tabela 16.4 fornece a reatiincia média de geradores de varias poteneias nominais)s 1, ~ cortente de partida do motor; esse processo de cdlculo foi estudado no ‘apitulo 7. AV% = AV,%, sendo AV, % a queda de tensdo méxima permitida pelo gerador. [Uma estagtio de esgoto de uma unidade industrial devera ser suprida por uma usina termelétrica a dle diesel. A estagio de esgoto & constituida por 3 bombas de 250 cv/380 V-LV polos, operando somente duas de forma permanente enquanto a outra é reserva, Determinara capacidade da unidade de gerayo que permita a partida de uma bomba com a outrajé em operagao. A maxima queda de tensio permitida na partida do motor Ede 20%, na condigio de partida direta do motor. 44) Determinagio da carga de demanda da instalagio 2X 250 x 0,736 0,95 % 0,87 = 45,2 kVA sivas 0€ GeRag&o INDUSTAIAL ™m 2 250 0,736 387.3 kW, 0,95 F,= 087 >) Determinagao da capacidade da usina de geracio (valor inicial) Através da Tabela 16.5, seleciona-se um grupo gerador de 404 kW, ou seja: = At A sos iva 0,80 ©) Valores de base ¥,=0.38KV P= SOSKVA 1 = 7 = 1012.4 V3 x 038 4) Calculo da impedancia por fase do gerador Através da Tabela 16.4, 0 valor de X', = 27,6%. Logo, a impediincia por fase vale: Xj = 216 = 0.276 pu Pr Vg 505, (0,38 Xig= Kir GX) = 0.26% 55 «(O5e Ms Y= 216 ment tac dob €) Caleulo da impedancia do motor R= 1 = 68 (tabela 6.) ).147 pu (na base da poténcia nominal do motor) 250° 0,736 wuss 0,05 0.87 22,6 kVA = 0147 Sx 333 pu (na tensdo e poténcia de 222.6 ee pe 0,38 base) 1) Cileulo da corrente de partida do motor \ 1 Z+Z W276 + 0,333 Ing = 167.2 % 1,64 = 1.258,2.8 ty 64 pu #) Céleulo da queda de tensdo durante a partida direta do primeiro motor AV% = Z, XJ, = 0.276 X 1,64 = 0,452 pu = 45,2% Este resultado pode ser encontrado na planitha de cilculo da Tabela 16.13. AV% > 20% (condi no satisfeita), Ser utilizada agora a chave sofistarter com ajuste da tensio de rampa de 40%. hh) Céleulo da queda de tenslio com a chave sofistarter 1, = 040 X 1,64 = 0,656 pu AV4% = Z, X Ip = Kip. X I, = 0276 0,656 = 0,181 pu = 18,1% AV < 20% (condigHo satisfeita). {) Calculo da queda de tenso cor a partida do 2.° motor com o primeiro em operagio (partida direta) anceos 0,30 = 72,54° arecos 0,87 = 29,55° ‘TABELA 16.13 Determinagio da queda de tensdo na partida dos motores 3s elétricos 1] Hatem dma Z 2 [esto nina do moo v 380 3 Corrente nominal do motor A 3274 7 eames epee : 68 5 [arse poten ial - oat & | atin 095 7 Fator de poténcia na partida do motor 03 1 ana ea ee Re az 700 9 [Testo tse WwW 038 10 | Poi a WA 308 TT | Nase ge nom a : i ers i 8 13 | Fr isa do ed 5 8 Te | Poe sonia dpe — | 15 | taps do @ ae 16 “Maxima queda de tensio na partida % » | Foci ana es wa | ame 18 Fator de poténcia da carga = 087 io | bara a ran ‘ 26 | Poacie apes domes WA 21 [tmp nina do mtr 7 737 | tegen do gen a 2 | Generar aT) me 25 [tape do metre ou a i S| ceeaniennia A 30 [va de nso ma pain i % Operagao do segundo motor ; 31 Angulo do fator de poténcia do motor era 32 | Angulo do fator de poténeia na partida 33 Angulo do fator de poténeia da carga 34 [coment ave pi A = | Beene et aia 36 | concealing ion on x 37 [Cone ean a aie 32 [cones ao z 055 | Oia deteio mi rs a eens. 338,2 A 13x 0.38 Jpg 3382. % C08 29,55 + 1.258,2 % 008 72,54 = 338.2 sen 29,55 + 1.2582 X sen 72,54 = 4, 671,77 +1.367,5? =1.523,5 ty 15235 4, F672 AVS = 0,276 X 1,98 = 0,546 = 54,65 (condi L98pu jo nfo satisteita), Este resultado pode ser encontrado na planilha de eélculo Excel da Tabela 16.13. Neste caso, deve-se tentar reduzir 0 valor da tensdo de partida da chave sofistarter ou utilizar inversor de freqiéncia EXEMPLO DE APLIcAcA (16.9) Uma industria, cujos dados esto adiante mencionados, deseja ampliar suas instalagDes e a0 mesmo tem- po estudar a viabitidade técnica e econémica para aquisigao de uma usina fermelétrica com a finalidade de suprir toda a carga atual e a instar a) Levantamento da earga © levantamento da carga em operagio a ser alimentada pela usina fermelétrica conduziu os seguintes resultados, + 4+ I motobombas de 2.200 cv, operando na tensa de 6,608 V (functona a 2 motobombas de 2.000 cv, operando na tensdo de 6.600 V ‘6 motores de 5 ev/380 V (funcionam apenas 4 motores); ‘carga de iluminagio: 130 kVA com F,, = 0.85; | bomba de sulfato de 25 ev/380 V: | compressor de 25 cv/380 V. rena 4 ao mesmo tempo}: As caracteristicas dos principais motores existentes sio: + Tipo do motof: assinerono trifésico, com motor de gaiola + Poténcia nominal: 2.200 ev + Penso nominal: 6,600 V + Fator de servigo! Las + Conjugado nominal: 13.152 N-m + Conjugado de partida: 715% % Cn + Conjugado maximo: 175% X Cn + Condigdes de carga (%): 110 ~ 100 ~ 75 ~S0~ 25 + ator de poténeia: 0,90 - 0,90 ~ 0,90 - 0,89 - 0,78 + Rendimento (%) 94,0 ~ 94,7 - 95,1 94,9 -92.4 + Corrente (A): 207 ~ 185 ~ 136 - 92-33 + Corrente de partida (100% da tenstio) THA + Corrente de partida a 60% e 80% tensio: 420Ae 570.4 + Corrente com rotor bloqueado: 760 A + Poténcia de partida: 7.690 kVA. + ‘Tempo maximo permitido p/ cada partida: 18 segundos. As caracteristicas dos motores de 2 2,000 ev a serem instalados so. + Tipo do motor: assinerono trifisico + Poténcia nominal: 2,000 ev + Numero de polos: 6 + Rotagio (sincrona): 1.200 rpm + Tensdio nominal: 6.600 V + Freqiéncia nominal oO He . Continuo (S1) + Fator de servigo: 110 + Classe de isolagio: F + Elevagao de temperatura: 150°C + ‘Temperatura de protege do motor: 80° + Graus de protegio: 1P-23 + Método de resfriamento: Autoventilado 774 CaplruLo Dezessets ) Caloulo da poténcia nominal das cargas Poy = BP > BP P.,~ poténcia nominal das motobombas prineipais P_~ poténcia nominal das demais cargas Py — poténcia das cargas a serem ligadas i unidade de geragio Po. = 44 X 2.200 +2. 2.000 + 4x5 +2 X 25) x 0,736 + 130 X 0.85 = 9.582 kW Foram realizadas medigdes nos lerminais do motor de 2.200 evf6.6 KV, através dos transformadores de corrente e potencial, obtendo-se os seguintes resultados + RTP, 6600/15 + RTC: 30/5 + Tensio medida em operagao continua: MSV. + Tensic medida na parti 105. V + Corrente em operagao continua: 254.8 + Corrente de partida: 12.34 A + Fator de poténeia em operagio continua: 091 + Fator de poténcia na partic 033 + Poténcia ativa em operagato continua: 460 W + Poténcia ativa na partida 753. [A partir essas medidas, foram obtidos os seguintes resultados’ 6.600 ns 00) 57,39 + ‘Tensiio medida em operagiio continua = 11S RIP = 115 x 57,39 = 6.600¥ + Tensio medida durante a partida do motor de 2.220 ev Vip = 105 x RTP = 105 x 57,39 = 6.025 V + Queda de tensdo na partida 6.600 — 6025 V, = $0685 5 100 = 8.7% a 6.600 an + Corrente em operagio continua 1, = 2.54 X RTC = 254% 60 = 1526 A + Corrente durante a partida Jug = 12.34 X RTC = 12,34 X 60 = 740 A {valor medido) ‘+ Fator de poténeia em operagio continua F, p91 + Pator de poténcia durante a partida 33 + Poténcia ativa em operagdo continua p, 490 X RTP X RTC _ 460 57,39 x 60 1000 T000 583kW + Poténcia ativa absorvida durante a partida XRTPX RTC _ 753 51,3960 _ = 1000 ~ 1.000 + Poténcia aparente absorvida durante a partida Pop 0.33 Usinas DE GeaAGAO INDUSTRIAL 775 + Corrente total durante a partida IBS = 687 A + Fator de utilizagao Po 1.583 Py 1619 0.97 Foram realizadas também medigdes nos terminais dos motores de 2000 cv, obtendo-se o fator de utiliza- (940 igual a 0,97. ©) Célculo da demanda maxima coincidente + Poténcia de demanda fora de ponta Pay = LP ay X BP aX Frye + SP, X Fee Pay = (4X 2.200 + 2 X 2,000) X 0,736 X 0.97 + (4X 5+ 2X 25) x 0,736 X 0,90 0,7 + 130 % 0,85 % 0.7 0,97 (fator de utilizagio dos motores principais: valor calculado) = 0,90 (ator de utilizago dos demais motores: valor admitido) = 0,70 (fator de demanda das demais cargas: valor admitido) Pig = 9.247 KW 4) Caélculo da poténcia nominal da usina termelétrica A.usina termelétrica seri dimensionada inicialmente para operar isoladamente da rede da concessiondria local + Poténcia maxima demandada calculada: Py, = 9.247 KW. + Poténcia maxima medida integrada em 15 minutos: P,, = 9.510 kW Nestas circunstincias, sera adotada a poténeia de demanda medida, ou sej: Py = 9.510 KW Logo. a capacidade nominal da usina termelétrica sera de: Py = 11S X 9510 = 10.936KW +P. = 12.000kW > P, 3 4.000 kW Esta alternativa permite um acréscimo de carga de até 10% ao longo da operagio da usina termelétrica. ©) Cleulo da queda da (ensio no gerador durante a partida do maior motor (2.200 ev) + Usina termelétrica operand isolada da tede publica As reatincias esto ligadas conforme a Figura 16.40. A queda de tensao no gerador vale: Av, x1, =XIX4, 1X; = 189 (reatdincia sinerona do eixo direto: valores médios de geradores comerciais com poténcia variando entre 3.000 e 5.000 kW). AVS = 20% (queda de tensio maxima admitida pelo gerador) P= 8.000 kW IGURA 16.40 Usina de gerayao em operagao ee sa Carga 776 Captruo Dezesseis = 4.000 - 5.000 kVA, P. = 0.80 18 = 0,06 pu (na base de 5.000 kWA © 6.6 kV) 5.000 kVA 6.6kV. 5,000 ¥3x66 40) A (valor medidoy 740. Far 7 HOBpH a ase Pe 437A xe ~0,06% 328 x(88) .06 pu (nas bases Pye Vs) 5.000 16,6 S09 Pes Logo, a queda de tensio nos geradores em paralelo com 0 acionamento de um motor de 2.200 ev, sem a influgneia da earga, vale: Ay, % Ig = 006 * 1,69 = 0,101 pre Vint = 10,19 = 208 (portanto, satisfiz a partida dom jor motor). Considerando a influéneia da carga, tem-se: P, = 9.510 ~ 2.200 X 0,736 X 0,97 = 7.939 kW 7.939 0.92 8,629 kVA © valor 0,92 corresponde ao Fator de poténeia que a inddstria deve manter na ETA, £909 955.0 F366 arccos 0,92 = 23,07° arceos 0,33 = 70,73 55 X cos 23,07° + 740 X cos 70,73° ccorrente ativa no instante da partida 20% (condigio inaceitavel). + Operagio em paralelo com a rede piiblica de energia ‘A condigio assumida nesta simulagdo est mostrada na Figura 16.43. KX Xyu__ 0.02705 * 0,08 Ka Xiu _ 102708 0.09 — 6 6967 pu Ky F Kg” 7 002705 + 0,00 70207 AV pg = 0.0207 % 3,13 = 0,065 pur V. = 6.5% < 20% (condicio plenamente satisfeita), Jove fan the Hams soMva | wowva ' , cara ‘Compreende-se por co-geragao o proceso de produgao simultinea de energia elétrica e térmi- ea utilizando-se um tinico combustivel, de forma a atender as necessidades da planta, A co-geragio visa & redugdo dos custos de energia gasta no processo, reduzindo perdas, au- mentando a continuidade de Fornecimento e tornando a unidade consumidora menos vulnerivel as oscilagdes de oferta de energia no mercado, ‘As diferentes formas de energia produzidas nos sistemas de co-geragio podem ser aproveita- das em varias processos de produgio industrial, ou se 4) Produgao de vapor Com a pressio variando entre 2 € 15 keffem?, 0 vapor pode ser utilizado na calefagao, destila- Gao, esterilizagio, pasteurizagao, secagem de produtos alimenticios, téxteis ete. b) Produgao de gua quente Usinas 0€ GERAGAO INDUSTRIAL 779 ‘Com a temperatura variando entre 50 ¢ 120°C, a dgua quente produzida pelo processo de res- friamento do bloco do motor e pelo trocador de calor ar-6leo do sistema de lubrificacdo pode ser utilizada notadamente na industria alimenticia em geral, na calefagao ambiental, cabines de pintu- ra, lavanderias, climatizagio de estufas, processos biodigestores ete. ©) Produgao de ar quente Com a temperatura inferior a 450°C, 0 ar quente pode ser utilizado na secagem de produtos alimenticio em geral, alimentacao de fornos, no controle da climatizagdo, no preaquecimento de caldeiras ete, d) Produgao de dgua gelada efou ar frio E realizada através de méquinas de absorgio de calor, Com a temperatura variando entre 2.¢ 6°C, a dgua fria e/ou 0 ar frio podem ser utilizados nos sistemas de climatizagao, na indiistria far- ‘macéutica, na extrusio ¢ moldagem de materiais plastico, no controle de processos industriais etc, A produgio de ar frio ¢ feito através de uma méquina de absorgaio de calor que transforma c lor em frio por meio de um ciclo de transformagao de solugio em diferentes estigios empregados ‘no proceso. Quanto maior for a temperatura da substancia calorifica utilizada, maior seré 0 nt: mero de estégios da maquina de absorgao. Por exemplo, as méquinas de absorgdio de um estigio utilizam vapor em muito baixa pressio ou agua quente pressorizada, sendo as de mais baixo rei dimento. J4 as maquinas de absorgdo de dois estigios j4 utilizam uma pressdo maior da substincia calorifica e apresentam maior eficiéncia, Essas méquinas substituem, num sistema de co-geracdo, 0s chillers com compressores elétricos. E de significativa relevancia a relacdo entre a energia elétrica procuzida, em kWh, ¢ a energia térmica produzida pela usina de co-geragao, em kWh térmico. Citando, como exemplo, valores ti cos de usinas de co-geragao dotadas de maquinas de recuperagio de calor de um estigio, A tempera- tura de 110°C, a raziio entre © kWh elétrico € 0 KWh térmico pode variar entre 0,70 € 1,10. J4 as usinas com maquinas de dois estégios, & temperatura de 190°C, a relagao varia entre 1,80 € 2,50, Essa relago € definida por B e seu valor depende da tecnologia utilizada na fabricagao dos equipamentos de geragio de energia. Os valores tipicos para determinados sistemas de co-gera~ Gao sto: + turbinas @ eds natural: 0,30 a 0,80; + turbinas a vapor: 0,15 a 0,50; + motores diesel: 0,50 a 1,16. Outro pardimetro importante na definigdo de uma unidade de co-geragao é a relagdo entre a ener- ia elétrica consumida em kWh © a energia térmica consumida, em kWh térmico, no processo. Essa relagiio € definida por are seu valor depende da solugio de modelagem do sistema de co- ‘gerago, Quanto maior for a energia elétrica que se queira consumir por unidade de energia térmi- ca, maior serd o valor de c. Os valores tipicos de or para alguns segments industriais sao: + setor téxtil: 0,40 a 0,45: + setor de alimentos e bebidas: 0,05 a 0,10. Uma anise dos valores de a e B pode definir a produgio ¢ o consumo de energia num deter- minado projeto de co-geragiio, Assim, se o valor de B superar o valor de a, hd maior produgao de energia elétrica do que térmica, e, portanto, excedentes que devem ser comercializados para vViabilizar 0 empreendimento, Caso contririo, se « superar B, € necessério a queima suplementar de combustivel para complementar as necessidades térmicas da indiastria. Quando requerida uma grande quantidade de frio, é mais vantajoso o uso dos gases exaustos para a geragao de vapor e posterior producao de frio em miquinas de dois estigios. ara a producao de frio em quantidades menores, é vantajoso 0 uso da digua de resfriamento do ‘loco do motor em méquinas de absorgao de um estégio. J4 para a produgio de vapor de baixa pressdo, variando entre | bar e 8 bar, ou de agua quente com temperatura variando entre 80°C 125°C, é mais vantajoso 0 uso dos gases exaustos associado ao calor contido na sigua de refrige- ago do bloco do motor, podendo, nesta condigao, utilizar-se uma maquina de absorgao de um &) Produgao de didxido de carbone A produgiio de CO ‘mais intensamente utilizada na inddstria de refrigerantes ou similares, 780 Capiruvo Dezesse Apesar de todas as vantagens dos projetos industriais de co-geragao, alguns empecithos tém freado a expansio dessa atividade, tais como: + inyersio de capital na atividade diferente do negécio dia indstria; dificuldades de comercializagao dos excedentes de energia elétrica; dificuldades de alocar os excedentes de vapor e égua quente em unidades industrials proxi ma: +i -0 regulat6rio, isto €, mudangas constantes das regras do setor elétrico e intromissio da Poder Executivo para atender a requisitos de politica de governo: + incertezas da evolugio dos pregos dos insumos energéticos: gas natural ¢ leo diesel; + incertezas dos pregos da energia elétrica no mercado. A viabilidade de um projeto de co-geragdio depende das caracteristicas opera industria, ou seja: icionais de cada ‘+ possuir aparelhos consui fria em escala elevada; + terum consumo de energia elétrica intens + necessitar consumir simultaneamente energia elétrica ¢ térmica, jidores de energia térmica, tais como vapor, agua quente ¢ fgua Para que um projeto de co-geragdo possa ter viabilidade econdmica, é necessrio que a planta industrial funcione pelo menos 12 horas por dia ou um total de 4,500 horas anuais. No entanto, para que se obtenha um alto rendimento em uma planta industrial de co-geragao-€ necessério um tempo médio de funcionamento anual de 8.000 horas, com uma utilizagio média de 90% das di- ferentes formas de energia produzida. ‘A co-geragio pode empregar diferentes tipos de maquinas primérias para geragio de energia, {ais como turbinas, motor ciclo diesel, motor a gas natural ou gas de alto-Forno. Para cada tipo de cenergia térmica necesséria ao processo industrial, pode-se viabilizar um tipo de maquina primé- ria ‘O custo médio de um sistema de co-geragao esté situado entre 600 e US$ 1.200,00/kW médio instalado, dependendo dos tipos de energia produzidos. J4 os custos médios de manutengao é de aproximadamente entre 7 € USS 12,00/MWh. ‘A Figura 16.44 mostra um esquema basico de uma planta de co-geragio utilizando motor, um sistema de recuperagio de calor (SRC), chillers e gerador de energia elétrica. 5 sistemas de co-geragiio podem ser constituidos por turbinas motor a gas natural e motor & ciclo diesel 150° ‘Aimentagao de Aqua v. 2 60°C 1.20mh I Mapor 5 = é 41.200 kh Vapor || sre] | ‘ba Conidensadr 99C- 102mm 15.000 kg/h, Gases Circuito de Agua Quente 5 1 365°C | Guenios a | |_-cnarreatgio—— 200 76 | Motor G ae ‘Sida de Energia Ete FIGURA 16.44 Exquema basico de uma usina de co-geragao a motor ‘Co-geragio com usina de ciclo Lsinas DE Ge@AgAO INDUSTRIAL 781 ja a Gas Natural ‘Asturbinas somente produzem gases exaustos em alta temperatura, e por assim fazer, sio mais indicadas nos processos industriais que incluem secagem de produtos diretamente com os gases de exaustio, Da mesma forma, utilizam-se as turbinas quando hi necessidade de grande consumo ‘de vapor em substituigaéo as caldeiras convencionais, Nesses casos, hd de considerar que poderd haver excedente de energia elétrica produzida e que deve ser comercializada no mercado. Se a ‘comercializagio da energia elétrica nao contemplar contratos a longo prazo, é melhor reduzir a produgo de energia as necessidades do consumo industrial ¢ instalar ou utilizar caldeiras con- vencionais para complementar as necessidades de vapor. {As indiistrias de papel e de agicar sio aquelas que mais empregam turbinas a gas nos sistemas de co-geragao, {As turbinas a gas natural so muito empregadas nos sistemas de co-geragio de ciclo combina- do, em que se utilizam dois fluidos: o gas natural no processo principal e o vapor no ciclo secun- dario. Nesse tipo de projeto, tudo hi de semethante ao ciclo combinado jé estudado, exceto no que diz respeito ao aproveitamento dos gases exaustos ma caldeira de recuperagiio de calor produzidos pela turbina e da agua quente do sistema de condensagao do vapor exausto da turbina a vapor. Pode-se, no entanto, aproveitar parte do vapor gerado na caldeira de recuperagiio de cator para ser utilizada no processo industrial, em detrimento da produgao de eletricidade, A Figura 16.45 mostra 0 esquema basico de uma usina termelétrica de ciclo combinado, uso de turbinas a gas natural empregadas na produgdo de vapor para processo industrial ‘om \2 vavor, | 6 ] _ sre Condensador repde 0088 | Gaga Vapor de Processo \ Quentes 1 cc} 4 ! © | Te} { 1) Ww (e2 | i | | Entrada do Ar Salda de Emerginda Elética Said de Emorgéncia Elica Entre varias altemativas de co-geragao de ciclo combinado serio mencionados basicos de distribuigdo da energia envolvida no processo. es esquemas a) Produgao de energia elétrica e vapor industrial esse tipo de usina de co-geragao, ha produgdo de energia elétrica © os yases exitustos serio utilizados diretamente no processo, como na secagem de produtos industrializados. A Figura 16.46 mostra a distribuigio de energia resultante do processo, utilizando usina a ciclo aberto. O rendi- mento total desse tipo de usina de co-geragao € de aproximadamente 72%. b) Producio de energia elétrica e vapor para refrigeragdo e égua quente Nesse tipo de usina de co-geragio, ha producdo de energia elétrica os gases exaustos serio Utilizados na geragio de vapor, cujo maior volume sera utilizado para a produgdo de fluido frio 782 FIGURA 16.46 Distribuigdo de energia em usina cielo aberto (eletricidade + vapor) FIGURA 16.47 Distribuigio de enengia em usina a ciclo aberto (ar quente) 100% Capiruto Dezess Energia Elica (05%) Pardes Tolls” perdas re nes, team) “op “Turina a Gas Gorador ‘de Vapor Perdas por Imadiaga (sd vapor Prd por Ings eaustao are) (1%) empregado nos condicionadores de ambiente € refrigeragdo e, em menor quantidade, para produ iio de égua quente, Esse sistema é muito empregado tanto na indtstria, como em hotéis ¢ motéis. Orrendimento total desse tipo de usina de co-geragao € também de aproximadamente 73% ©) Produgio de energia elétrica e ar quente para processo esse tipo de usina de co-geragdo, hi produgao de energia elétrica e 0 utilizados em maior quantidade para a produgéio de ar quente, empregados diretamente no proces- so industrial e, em menor quantidade, na geragio de dgua quente, Esse sistema é muito emprega- do em indiistrias para uso nos fornos de aquecimento, secadores ete. A Figura 16.47 mostra a dis- energia resultante do processo. O rendimento total desse tipo de usina de co-geragao é também de aproximadamente 73%. S gases exaustos serio 4) Producdo de energia elétrica, gs quente e Agua quente Energia Elétrica 20%) Perdas Totals nna Turbina (1.5%) Perdas Totais ‘no Gerador (0.5%) (73%) ‘Ar Quonta LUsinas DE GERAGAO INDUSTRIAL 783 Nesse tipo de usina de co-geragio, hd produgio de energia elétrica em grande quantidade ¢ os gases exaustos serio utilizados na produgio de vapor, e a sigua de refrigeragao do condensador utilizada para produgio de gua quente empregada no processo industrial ¢ na higienizagio, A Figura 16,48 mostra a distribuigiio de energia resultante do processo. O rendimento total desse tipo de usina de co-geracao € de aproximadamente 82%. PerdasTos Portas tals Eporia ica Pat por naTubinag no Gerador Soe eae 6%) ‘or o (iis) Aa (s) y § | rwornaces nh enerai em usina Pads por i quente + (oom) acagho arquente) Vapor insti Como informagio «itil para fins comparativos seguem os dados préticos de produgao de um sistema de co-geragao, utilizando duas turbinas a gas natural e uma turbina a vapor: + tipo de combustivel: gas natural; + temperatura do ar: 24°C; + umidade relativa: 26,7%; + poténcias geradas nas turbinas a gs natural: 87,6 MW (2 < 43,8 MW) + poténcia gerada na turbina a vapor: 15 MW; + poténcia absorvida nos servigos auxiliares: 2,6 MW: + poténcia elétrica liquida fornecida: 100 MW; + vapor absorvido no processo industrial: 31,5 kgs + pressio do vapor de processo: 70 bar; + vapor de alta pressio: — quantidade: 24.4 kis pressio: 41,4 bar — temperatura do vapor; 475°C + vapor de baixa pressao: ‘quantidade: 4,9 kg/s — pressio: 5,3 bar (saturado) — pressio no condensador: 0,082 bar + temperatura dos gases exaustos: 120°C; + temperatura dos gases na entrada da turbina: 1,085°C: + temperatura dos gases na saida da turbina: 535°C + quantidade de gases exaustos da turbina: 334 kg/s (2 167). 16.5.2 Motor a Gas Natural Os motores a ys natural produzem tanto gases exaustos em alta temperatura, quanto dgua quente de refrigeracao do bloco (cilindros) do motor e do sistema de lubrificagdo. Assim, so mais indi- cados quando no processo industrial hé necessidade de utilizagdo direta dos gases de exaustio © de dgua quente (=90°C) para processo de lavagem, preaquiecimento etc. 784 FIGURA 16.49 Sistema de aproveitamento ‘energético do resfriamento do motor aPtruto D: A Figura 16.49 mostra o esquema bisico de resfriamento e aproveitamento dos gases exaustos eda dgua quente de reftigeragao do bloco motor. Os fluxos de energia de maior significado mum projeto de co-geragio referem-se aos gases de ‘exaustdo ¢ a sigua quente resultante do resfriamento do bloco do motor, ja que égua de refrigera- do do dleo de lubrificagdo € do aftercooling é entregue ao sistema em temperaturas baixas, | Chil, sar i (Gaeta oe Fecaperagio Exaatte 366° es | som thennapo we 16.5.3 Motor a Ciclo Diesel Assim como os motores a gas natural, os motores a éleo diesel produzem tanto gases exaustos, ‘quanto agua quente de refrigeragao do bloco (cilindros) do motor e do sistema de lubrificacao, Vale ressaltar que 0s motores a gas natural ou a ciclo diesel apresentam um rendimento elétri- co superior aos das turbinas. Para 0 aproveitamento dos gases exaustos para a produgo de vapor utilizando-se quaisquer das maquinas primérias anteriores deve-se empregar um sistema de recuperagao de calor. Os motores produzem, em média, 0,80 Yh de vapor por cada MWe (MW médio) gerado. turbinas produzem, em média, 2 t/h de vapor/MWe, com temperaturas entre 450°C ¢ 550°C. Eextremamente dificil conceber um projeto de co-geracdo onde haja produgio de energia elé- trica, vapor € égua quente nas quantidades necessérias ao consumo da planta industrial. Se isso ‘ocorrer,o rendimento da planta de Co-geraglo pode atingir os 85%. 14 0 rendimento de uma usina de geragio elétrica, no modo ciclo combinado, aleanga valores maximos de 55%. Para realizar os estudos de viabilidade de um projeto de co-gera considerar os se- guintes pardmetros: + poténcia elétrica do gerador; + energia elétrica a ser gerada; + consumo de combustivel: + vazaio dos gases exaustos; + volume da agua quente produzida; + rendimento elétrico; + rendimento térmici + rendimemto total, Praticamente, os mesmos principios utilizados nos projets de co-geragiio empregando moto- res a g4s natural podem ser utilizados nos projetos de co-geragao utilizando motores a leo diesel, 16.5.4 Tipos de Sistema de Co-geragao :xistem, basicamente, dois tipos de sistemas de co-geragio cenergia produzida, ou aracterizados pela utilizagao da a) Topping eyele E caracterizado quano a planta produz energia elétrica e cujo rejeito térmico € utilizado para _geragao de frio ou calor. LUsinas DE GERAGAO INDUSTRIAL 785 Nesse tipo de sistema, o combustivel empregado, seja ele gas natural, leo diesel ou Geo com- bustivel, ¢ utilizado no primeiro estigio na produgao de energia mecanica, que, no segundo esté- io, € transformada em energia elétrica e, no terceiro estégio, transformada em energia térmica. Nesse tipo de co-geragao sido empregadas turbinas a gas natural, motores a combustivel iqui- do ou motores a gs nutural, Ocalor dos gases de exaustio pode ser empregado na produgio de vapor, ar quente, gua fri, Quando as necessidades de energia térmica da planta industrial ultrapassam a quantidade de energia calorifica dos gases exaustos, pode-se realizar uma queima suplementar de gs natural, Como nos gases de escapamento existe uma quantidade aprecidvel de oxigénio, jf que a quantida- de de ar que circula na turbina € trés vezes superior a utilizada na combustao, pode-se empregar tum conjunto de queimadores no bocal de descarga da turbina, injetando-se um certo volume de ss natural, elevando, assim, a temperatura dos gases exaustos, conforme mostrado na Figura 16.50. Sua quente b) Bortoming cycle E caracterizado quando a planta produz calor em temperaturas elevadas e cujo rejeito térmico € utilizado na geragdo de energia elétrica. Nesse tipo de sistema, 0 calor produzido num processo industrial qualquer, como, por exem- plo, o gas industrial de alto-forno, possui um elevado nivel de energia térmica e é utilizado para gerar energia elétrica, de acordo com a Figura 16.51. — Vapor 5 6 ‘Queimador Suplementar - SRC Condensadior Injegdo de Gas 1 | 4 Injegao Complementar de Gas {ec 1 ¢ Ts G FIGURA 16.50 4 1 Sistema de co-geragao tipo ios: Erirada de Ar Aimostérico Saida de Energia Eigica — Vapor de Processo gl 2 a5 é |v 6 sR) FIGURA 16.51 t Sistema de co-geragio tipo x Coreaniaiee Salida de Energia Elérica bottoming evete Combate! 16.5.5 Custos e Financiamento Os elementos de custos nos seguintes itens: serem considerados num projeto de co-peragiio podem ser agrupados 786 16.6 PROTECAO DE USINAS TERMELETRICAS Capiruco Dezess + capital empregado na aquisigdo da usina de co-geragdo, tais como motores, geradores elé tricos, caldeiras, maquinas de absorgio, trocadores de calor et + dedugaio do capital que seria empregado na aquisi¢ao dos equipamentos necessarios & produ- G0 e a0 funcionamento da indistria, tais como chillers elétricos, caldeiras convencionais para A queima de combustiveisliquidos ou slides, geradores de energia ou fatura mensal de energia estimada, no caso de fornecimento de energia elétrica pela concessionéria (O mercado financeito oferece varias formas para financiar investimentos em co-geragio, ou seja a) Turnkey Neste tipo de negécio, o proprietirio da planta industrial realiza os investimentos com capital proprio ou toma financiamento em instituigao bancéria privada ou estatal, b) Built, Operate and Transfer (BOT) Este tipo de financiamento consiste na execugao da usina termelétrica por uma empresa quali- ficada que pode aplicar recursos proprios ou obter financiamento junto & rede bancéria. presa ficard responsével pela gestio da usina de co-geracao que fornecers os insumos necess a planta industrial, isto 6, energia, vapor, agua quente e agua fria, de acordo como contrato, No final de um determinado perfodo, a empresa gestora ¢ financiadora da unidade de co-geragao trans- feriré 0 patriménio para o seu cliente que, a partir dessa data, Ficard responsével pela gestio da unidade de co-geragao, ©) Built, Operate, Own and Transfer (BOOT) Aplica-se 0 mesmo proceciimento anterior, com a diferenga de que, no final do: periodo defini do em contrato, a gestio da unidade de co-geragdo é compartilhada entre a empresa gestora e financiadora e 0 Seu cliente na forma definida em contrato. Existe uma vasla gama de dispositivos necessirios a protege de uma usina termelétrica, Esse ssunto é abordado em parte no livro do autor Manual de Equipamentos Elétricos owem literatura especializada, Aqui somente serdio mencionadas as fungdes bisicas que devem ser utilizadas nos ‘esquemas de protecio e sta justificativa técnica. Assim, as fungGes basicas de protegio de uma usina termelétrica que sera conectada a rede publica de energia elétrica sao: a) Proteges conectadas do lado da usina termelétrica + Fungdo 51: protegio de sobrecorrente temporizada de fase Tem come finalidade a protegdo contra sobrecarga ¢ curto-circuito no gerador. + Fungo SIN: protegao de sobrecorrente temporizada de meutro “Tem como finalidade a protega0 contra curtos-cireuitos monopolares. + Fungo 51G: protegdo de sobrecorrente temporizada de terra E utlizada na protego do gerador para defeitos& terra do gerador. + Fungo 32P: protegao direcional de poténcia ativa Tem como finalidade eliminar a possibilidade de motorizagao do gerador. + Fungo 32Q: protegio direcional de poténcia reativa Tem como finalidade a prot io para a perda de excitagao do gerador. + Fungo 49; protegio de imagem térmica do gerador ¢ do transformador de poter + Fungo 87: protegao diferencial Essa fungiio se aplica tanto na protecio dos transformadores de forca quanto no gerador de cenergia elétrica. + Fungo 46: prote o de desbalanceamento de corrente E utilizada na protegao contra o desbalanceamento de corrente de fase, LUsivas 0€ GeRAgAO INDUSTAIAL 787 + Fungo 25: verificugdo de sineronismo Eysa fungdo ¢ aplicada nos terminais de cada gerador para verificar 0 sincronismo com a barra de interligagiio dessas unidades, + Fungdo 27; protegao de subtensio Aplicada no processo de afundamento de tensao na rede publica ou no proprio gerador devido a defeitos distantes no sistema de transmissdo ou sobrecarga no gerador + Fungo 59: protegao de sobretensi0 Aplicada no processo de elevagio de tensio na rede pablica ou no proprio gerador devido a defeitos distantes no sistema de transmis. + Fungi 81: protegdo de sobre ¢ subfreqiiénc! + Fungo 64F; protegao contra defeito a terra do rotor do, gerador b) Protegdes conectadas aos transformadores de medida do lado da rede publica de distribuigiio + Fungi 67: protecdo direcional de sobrecorrente temporizada Essa fungiio tem como finalidade desconectar a usina da rede quando ocorrer um defeito entre fases permanente nesta, inibindo a usina de contribuir com a corrente de curto-circuito, -cional de defeito A terra + Fungiio 67N: protegao di ssa fungio tem como finalidade desconectar a usina da rede quando ocorrer um de! nopolar permanente nesta, inibindo a usina de contribuir com a corrente de curto-circuito. ito mo- + Fungo 32P: protegao direcional de poté a ‘Tem como finalidade restringir ou eliminar a possibilidade de transferir poténeia da usina te ‘melétrica para a rede da concessionéria, denominada poténcia inversa, Se a usina termelétrica esta contratada na sua capacidade méxima com a indtistria na qual esté instalada, como é comum em projetos de co-geragao e autogeragao, o relé direcional de poténcia ativa deve ser ajustado para ‘um valor muito pequeno, nao mais que 5%, Se a usina termelétrica tem contrato de exportagiio de cenergia elétrica para o mercado, 0 relé direcional de poténcia deve ser ajustado para o valor méxi- mo de poténcia contratual Para que o Heitor tenha uma diretr bdsica dos ajustes a serem efetuados nas unidades de pro- tecdo de uma usina de geragdo, seguem os valores tipicos utilizados: 8) Fungao 51 + comrente: 1,, = 1,50 X J, + tempo: T.,, b) Fungo SIN 1, ~ corrente nominal da unidade de geragio; 1,— corrente de ajuste do relé de protec; T.,~ tempo de operacdo da protecao. + tempo: Ty = 28 ©) Fungo 51G + comente: fy = 10A + tempo: = 18 4) Fungao 51V + corrente: J + tempo: Fay 1S x1, Ss ©) Fungao 87 + corrente: I, = 1,05 1) Fungao 67 + corrente: /,,= 1 + tempo: F., = 788 16.7 EMISSAO DE POLUENTES Captruco Dezesseis 2) Fungao 67N + comente: 14, = 1,05 1, + tempo: T,, = 0.58 + poténcia: P,, = 1a 1,05 X P, (para turbina) P,, = 1,05 a 1,20 P, (para motores a diesel) + tempo: 7, = 2s i) Fungao 32Q + poténcia: P., = 0,30 x P, + tempo: T + tempo: T,,, = 3s (superior ao tempo de 67, 51 e 51 V) ky) Fungo 46 + corrente: 1, = 0,15 X J, (utilizar a curva de tempo inverse) 1) Fungao 49 + alarme: 80% da capacidade térmica do gerador + disparo; 120% da capacidade térmica do gerador + constante tempo: 20 mimutos (em operago) + temperatura: 120°C (ou de acordo com a classe de isolamento do gerador) m)Fungao 59 + tensio: Vy = 11x V, + tempo: T,, = 2s 1) Fungio 64P + corrente: /,, = 10. A + tempo: Ty, = 10s 0) Fungiio 81 1, as p) Fungi 25 + fingulo de defasagem: <10° 5% +1Hz Para realizar esses ajustes, deve-se consultar a concessionéria local para compatibilizé-los com 1s esquuemas de rejeigao de carga do seu sistema, Entre os poluentes produzidos pelas usinas termelétricas 0 de maior interesse para o meio ambiente € a emissio dos NO. 16.7.1 Motores a Oleo Diesel Os motores a dleo diesel normalmente apresentam restrigées de médias a graves quanto 20 impacto ambiental, O poluente de maior impacto ao meio ambiente liberado pelos motores a die~ sel é 0 didxidlo de nitrogénio. No entanto, nao existe ainda uma legislago que limite a quantidade desse poluente. Jéi0 didxido de enxofre (SO,) é um dos poluentes de maior restrigio ¢ esti contido também no leo diesel. Sua emisséo ¢ influenciada pelo poder calorifico do combustivel, cuja quantidade especifica € dada pela Equagao (16.12), ou seja: LUsinas De GERAGKO INDUSTAIAL 789 72% 108 XS, 9X PCT SO; (g/kWh) (16.12) S$, quantidade de enxofre contida no éleo diesel, em %: 11~ eficiéncia da instalagao; PCI poder caloritico inferior do combustivel em ki/kg. De acordo com a legislago do CONAMA — Consetho Nacional do Meio Ambiente, a emissao de enxofre esta limitada a 5.000 g/Gcal, equivatente a 4,30 g/kWh para usinas com capacidade inferior a 70 MW de poténcia instalada, ¢ a 2,000 g/Gcal, equivalente a 1,72 g/kWh para usinas com capacidade superior a 70 MW. 0 6leo diesel, por ser um derivado de petrteo e nao receber tratamento para remogdo de poliaromaticos, é um produto potencialmente carcinogénico. Entretanto, como este no deve ser ‘manipulado diretamente com o contato humano, o potencial de risco fica reduzido a niveis tole- je que, em seu manuseio, sejam ulilizaclos materiais adequados de protegao individual. Quanto 20 meio ambiente, utiliza-se como pardmetro para a andtise do teor de emissao de di- 6xido de enxofre e particulas totais as informagdes obtidas na Resolugdo do CONAMA n.’ 008, de 06 de dezembro de 1990. A Resolugao referida, qui limites miximos de emissao de poluentes do ar (padi de emissio) para processos de combustio externa em fontes novas. fixa 0s limites de poluigaio de usinas geradoras, Esta Resolucao determina como teor maximo de particulas totais pa ‘combustiveis 350 gramas por mithao de quilocalorias e o teor maximo de didxido de enxofre (SO,) ‘como 5,000 gramas por milhao de quilocalorias. ‘Os valores citados somente se enquadram para processos de combust externa em fontes no- yas e fixas de poluigéo com poténcia nominal total igual ou inferior a 70 MW, situados em uma fea de classe 11 ou IIL A legislagao brasileira (Resolugao n." 008/90) s6 define teores miximos para particulas totais € para didxido de enxofre, no existindo limites de outros poluentes para efeito de comparagio. A presenga de compostos sulfurados indesejavel no diesel, devido & sua agdo corrosiva e & formagao de gases txicos SO, € SO,,0s quais ocorrem em proporgdes Felativas que podem atin- sir até 90% de SO,, Estes gases apresentam ainda o inconveniente de produzir depésitos de sulfa~ tos s6lidos na cAmara de combustdo, ou reagir com ggua produzindo H,SO, e H,SO,, altamente corrosivos. O diesel nao deve conter altos teores de dgua e sedimentos devido a0 fato de sotidos abrasivos produzirem desgaste excessivo las pegas do motor, especialmente no sistema de injegao e, ainda, ‘a influéncia prejudicial da gua na combustio e obstrugio de filtras de combustivel aumentando resistencia ao escoamento, © teor de cinzas de um dleo, determinado pela quantiticagao do residuo da queima de uma pequena quantidade do mesmo, é um indicative dos depésitos metélicos indesejaveis formados durante a sua combustao. Esses depésitos formacos na camara de combustio e em outras partes do motor durante a operagao a altas temperaturas podem se apresentar como sélidos abrasivos ou ‘como sabes metilicos, ambos contribuindo para o desgaste do motor propriamente dito, atacan- do as paredles do cilindro e superficies dos pistdes. A combustaio ou queima de um combustivel é uma reagio quimica entre um combustivel, no ‘caso, 0s hidrocarbonetos oriundos do petréleo, e de um comburente, no caso 0 O, do ar. A quan- tidade de comburente presente influencia diretamente no produto, podendo ser uma reagio com- pleta ou incompleta. ‘Quando os combustiveis fdsseis reagem com 0 oxigénio so formados didxido de carbono (CO), gua e liberada uma certa quantidade de energia’ Combustivel + Oxigénio— Diéxido de Carbono + Agua + Energia Esse processo é denominado combustio completa. Por exemplo, a gasolina é um combustivel obtido a partir do petréleo, constituido de uma mistura de hidrocarbonetos dos quais 0 mais im- portante é0 octano, cuja frmula € CyH,y, Sua combustio pode ser representada simplificadamente pela equacao quimica C\H gy + 25/2 Ong 8 COg,, + 9 H,Oy, + 1302,7 keal ‘A equagio anterior mostra que a queima de um mol de octano produz. 1302,7 keal de energia. 790 Capliuto Dezessets ‘Quando a quantidade de ar é limitada durante a queima do combustivel pode nao haver oxigé. nio suficiente para converter carbono em diéxido de carbono; 0 carbono pode ser convertido em monéxido de earbono (CO), sendo a combustio denominada incompleta, Por exemplo: 2CHiy, + 3 Oy, > 2COy, + 4H.0,, Omonéxido de carbono € um gas extremamente t6xico, que dificulta a capacidace de a hemo- lobina do sangue carregar oxigénio, Sendo um gas incolor ¢ inodoro, dificilmente percebe-se a sua presenga, Portanto, € importante que durante a queima de um combustivel haja ar suficiente para promover a combustio completa. Caso a quantidade do ar seja extremamente baixa, produz-se apenas miniscula particula s6lida de carvao, conhecidas por fuligem (fumaga preta). CHy, +0. + 21,0, Para evitar a ocoréncia de combustao incompleta, ¢ necessério que os equipamentas estejam them ajustados. O mondéxido de carbono ¢ a fuligem sio dois exemplos de produtos indesejaveis formados na queima de combustiveis. Existem outros exemplos: muitos combustiveis contém enxofre, que & convertido a didxido de enxofre quando ocorre a combi S +0, S80, Combustiveis diferentes apresentam propriedades distintas, Assim, na escolha de um combus- tivel devem ser consideradas as vantagens ¢ desvantagens de cada um ¢ analisadas questées como quantidade de calor produzido, custo, seguranga, condigdes de armazenamento e transporte, pro- dugdo de poluentes, entre outros fatores. 16.7.1.1 Emissao de gases da combustao Conforme visto anteriormente, 0 combustivel. ao entrar em queima, combina-se com 0 comburente, a maioria dos casos, 0 oxigénio do ar, Desta reagio quimica, originam-se varios ‘gases que se desprendem sob a forma de fumaga que contribuem para a continua deterioragao da qualidade do ar. A emissio de poluentes varia de acordo com o tipo de motor, com o modelo, com 0 tipo de combustivel utilizado, com a relagao ar/combustivel do processo de combustao, com a velocidade do motor, com a geometria da cmara de combustio e com a existéncia de equipamento de con- trole de emissiio (catalisador). Dentre estes gases, 0s mais importantes em relagao aos problemas causados ao ambiente € ao homem so os dxidos de enxofre, os dxidos de nitrogénio, os éxidos de carbono eo material particulado, 16.7.1.1.1 Gxido de enxotre Em todo 0 mundo as atividaces humanas ¢ naturais produzem o didxido de enxofre. Suas fon- tes naturais incluem vulcGes, decomposigdo de matéria organica ete. As fontes de poluigdo causa- das pelo homem incluem a combustio do carve contendo enxofre, combustio de derivados do petréleo © a fundigio de minérios Sobre a superficie da Terra, especialmente em regides industriais, a grande maioria do SO, & proveniente de atividades humanas e nao de fontes naturais. A produgio global de SO, aumentou seis vezes desde 1900, Contudo, a maioria das nagdes industrializadas baixou os niveis de SO, em 20 a 60% entre 1975 © 1984, muitos paises reduz ram a poluigio do SO, em dreas urbanas, durante a ditima década, através da mudanga da inddis- tria pesada e imposigao de padrdes mais rigidos de emissdes. As principais redugdes de SO, vie~ ram da queima de carvao com baixo teor de enxofre e da redugao da utilizagao do carvao para gerar eletricidade, Na combustio, 0 enxofte do 6leo combustivel se converte nos Gxidos de enxofre (SO, ¢ $0) Além disto, este enxofre, combinando-se com complexos de sédio e vanddio, contribui para a formagao de depositos sobre as superficies externas dos tubos supetaquecidos, economizadores ¢ aquecedores de 6leo, resultando em corrosao do equipamento e perda da eficiéncia térmica, além de afetar o nivel das emissdes. -Ferrosos. Usinas 0€ GERAGAO INDUSTRIAL 791 16.7.1.1.2 Oxide de nitrogénio 0 6xido de nitrogénio produzido pelas fontes naturais e humanas € chamado de monéxido de nitrogénio, ¢ este é rapidamente convertido em didxido de nitrogént s dxidos de nitrogénio sio formados naturalmente através da ago da luz pela decomposigao da maiéria orginica, Aproximadamente metade dos éxidos de nitrogénio provém da agao do ho- ‘mem ¢ 0 restante € produzido por operagdes industriais.. Durante os anos de 1970, as emissdes de Gxidos de nitrogénio clewaram-se em muitos paises e, 4 partir de entao, se mantiveram ou decairam, Os niveis de 6xidos de nitrogénio nao cairam to radicalmente quanto os de SO,, em primeiro lugar porque grande parte do total das emisses dos. 6xidos de nitrogénio provém de milhGes de veiculos motorizados, enquanto a maioria do SO, € langada por queima relativamente pequena de carvaio nas usinas geradoras, cujas emissdes podem ser controladas, 16.7.1.1.3 Oxido de carbono ‘Omonéxido de carbono tem um pequeno efeito direto sobre os ecossistemas, porém ele conti- bui indiretamemte ao efeito estufa e destr6i a camada protetora de oz6nio. Entre 60 ¢ 80% das emissdes globais de mondxido de carbono sao de fontes naturais, No en- tanto, em algumas fireas urbanas a maioria das emissdes de mondxido de carbono vem da queima incompleta de combustiveis nos veiculos motorizados. 16.7.1.1.4 Material particulado Materiais sdlidos e liquids suspensos no ar podem variar em tamanho, de fins aerosssis a particulas maiores. Os efeitos & savide das particulas dependem de seus tamanhos: particulas mai- ores reduzem a visibilidade, mas representam efeitos menores i satide, enquanto as menores po- dem causar danos aos olhos e pulmdes. ‘A poeira, vaporizagio, fogo em florestas e a queima de certos tipos de combustiveis esto entre as fontes de particulas na atmosfera, O controle das fontes de emissées tem reduzido a quantidade de particulas langada por vérias nagGes industrializadas. (O material particulado constitui o poluente mais importante a ser considerado nos programas de redugao de emissdes em motores a diesel. A Tabela 16.14 fornece os valores das emissdes de SO, ¢ particulados, ‘TABELA 16.14 ‘Total das emissdes de usinas termelétricas a motor a ciclo diesel 0 5872 2348 u7 "7 n 6.850 2.740 137 137 4 7829 331 156 156 16 9.786 3918 195 195 20 - 1744 4.697 234 234 16.7.2 Motores a Gas Natural (Os motores a gas natural normalmente apresentam restrigdes leves quanto ao impacto ao meio ambiente. 792 CaptruLo Dezesseis 16.7.3 Turbinas a Gas Natural As emissies decorrentes da operagio de uma usina termelétrica de médio a grande portes slo permanentes € funeao do padrdo tecnoldgico da turbina empregada, consistindo em material particulado inalavel (PM-10), diéxido de enxofre, mondxido de carbono (CO) e Gxidos de nitro- genio (NOx), provenientes da queima do gas natural . emplificar, uma turbina com poténcia média de 120 MW apresenta as seguintes emis- + material particulado inalavel: 2 g/s, nos gases de combustao; + didxido de enxofre: 5 ppmvd (15% O,), nos gases de combustaio; + monéxido de carbono: 8 ppmvd (15% O.), nos gases de combust; + Gxidos de nitrogénio: 25 ppmvd (154% O.), nos gases de combustao. Uma turbina desse porte, operando em sua capacidade maxima, emitira aproximadamente uma. quantidade de gases de 1,000,000 N - m’fh com 12% de O; ¢ cerca de 9,5% de umidade. ‘As emisstes maximas permitidas pela legislagao s + material particulado inalivel: 5,22 g/s, nos gases de combustdo; + didxido de enxofre: 14,29 ppmvd (15% O,), nos gases de combustio: + mondxido de carbono: 10 ppmvd (154% O,), nos gases de combustio; + Gxidos de nitrogénio: 51,34 ppmvd (15% 04), nos gases de combustio, 14 08 efluentes liquidos liberados por uma usina termelétrica a ciclo combinado é de cerca de 0,274 m’sh/MW. 16.8 EMISSAO DE RUIDOS Para redugiio do ruido do lado extemo da Casa do Gerador ao valor requerido pela legislagao, que é de 60 dB, faz-se necessirio dotar a usina termelétrica de atenuadores de rurdo, tanto na en- trada e sada do ar de refrigerago, conforme mostra a Figura 16.25. Além disso, € necessédrio ut lizarna cobertura das paredes, teto ¢ portas atenuadores de 50 mm formados por material sintético ondutado.

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