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Universidade Federal Fluminense

Escola de Engenharia
Curso de Graduação em Engenharia de
Telecomunicações

Ladan de Carvalho Schulte Machado


Pedro Ernesto Gomes Christo Júnior

Dipolo Magnético Ressonante e Seus Modelos

Niterói – RJ
Julho/2017
ii

Ladan de Carvalho Schulte Machado


Pedro Ernesto Gomes Christo Júnior

Dipolo Magnético Ressonante e Seus Modelos

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao


Curso de Graduação em Engenharia de Teleco-
municações da Universidade Federal Fluminense,
como requisito parcial para obtenção do Grau de
Engenheiro de Telecomunicações.

Orientador: Prof. Dr. Tarcisio Martins Dantas

Niterói – RJ
Julho/2017
iii

.
iv

Ladan de Carvalho Schulte Machado


Pedro Ernesto Gomes Christo Júnior

Dipolo Magnético Ressonante e Seus Modelos

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao


Curso de Graduação em Engenharia de Teleco-
municações da Universidade Federal Fluminense,
como requisito parcial para obtenção do Grau de
Engenheiro de Telecomunicações.

Aprovada em 18 de Julho de 2017.

BANCA EXAMINADORA

Prof. Dr. Tarcisio Martins Dantas - Orientador


Universidade Federal Fluminese - UFF

Prof. Leni Joaquim de Matos


Universidade Federal Fluminese - UFF

Prof. Paulo Cezar de Magalhães Bastos


Universidade Federal Fluminese - UFF

Niterói – RJ
Julho/2017
v

A todos professores, funcionários, servidores


e alunos da Escola de Engenharia que se es-
forçam todos os dias para se transformarem
em pessoas e profissionais melhores.
vi

Agradecimentos

Agradeço a meus pais que sempre me apoiaram nos momentos mais difı́ceis e me deram
suporte necessário para que eu sempre conseguisse realizar meus sonhos, sempre com
palavras de amor e de afeto.

Agradeço ao meu irmão, que mesmo morando distante, sempre me deu motivação para
seguir em frente.

Agradeço, também, a Anne por estar ao meu lado nessa jornada, desde o inı́cio, e sempre
acreditou em mim quando eu mesmo não acreditava.

Obrigado ao Professor Tarcı́sio Dantas pela a orientação, sua presença foi fundamental
para a realização desse trabalho.

Agradeço a todos os meus familiares e amigos, que me ajudaram diretamente ou indire-


tamente a presença de todos vocês foram de extrema importância.

Ladan Schulte Machado


vii

Agradecimentos

Ao Professor Tarcisio pela sua paciência, atenção e dedicação.

Aos meus pais Pedro Ernesto e Luciane que sempre me apoiaram, aconselharam, ajudaram
a moldar meu caráter e foram os maiores incentivadores da minha jornada. Sempre com
um amor incondicional e apoio para me ajudar a crescer.

À minha irmã Milliane, que sempre me motivou e serviu de inspiração para continuar me
esforçando.

À minha tia Rachel, que nos deixou precocemente, mas acompanhou minha caminhada e
sempre me incentivou a buscar meus sonhos.

À Carolina, que me acompanhou nos últimos anos e me apoiou em todos os momentos,


mesmo nos mais difı́ceis.

A todos familiares e amigos que me ajudaram de forma direta e indiretamente a alcançar


meus objetivos e fizeram parte da minha vida.

Pedro Christo
Lista de Figuras

2.1 Regiões Definidas pela UIT [19] . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4

3.1 Modelo de Propagação na Camada E Esporádica [21] . . . . . . . . . . . . 12


3.2 Camadas de Ionosfera e Tipos de Propagação [20] . . . . . . . . . . . . . . 13
3.3 Diferentes Tipos de propagação [20] . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17

4.1 Esquema de Irradiação de Onda [5] . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18


4.2 Diagrama de Radiação [22] . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
4.3 Polarização Horizontal e Vertical [23] . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
4.4 Polarização Circular [24] . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
4.5 Distribuição Espacial da Corrente [5] . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
4.6 Gráfico da Amplitude da Corrente Pela Variação do Ângulo da Antena [5] 29
4.7 Gráfico da Variação de Fase da Corrente Pela Variação do Ângulo da An-
tena [5] . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
4.8 Gráfico da Variação da Impedância Pela Relação do Comprimento da Cir-
cunferência e Comprimento de Onda [5] . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
4.9 Gráfico da Variação da Reatância Pela Relação do Comprimento da Cir-
cunferência e Comprimento de Onda [5] . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
4.10 Circuito Equivalente do Sistema Gerador mais Antena [5] . . . . . . . . . . 33

5.1 Arranjo da Antena Loop Ressonante . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35


5.2 Antena Loop Ressonante . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
5.3 Analisador de Transmissão da Philmore . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
5.4 Audio Generator da Delta em cima e Sweep Generator da Wiltron Com-
pany na parte de baixo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
5.5 SWR Meter da HP . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
5.6 Amplificador de 30 dB da Intelcom . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38

viii
ix

5.7 Frequencı́metro Digital . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39


5.8 Conectores BNC . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
5.9 Conectores SO-239 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
5.10 Adaptadores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
5.11 Conector RG-6 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
5.12 Antena Loop Pequeno . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
5.13 Arranjo 1 sem o Amplificador de 30 dB . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
5.14 Adaptação do Circuito do Analisador de Transmissão . . . . . . . . . . . . 43
5.15 Gráfico de SWR em relação a Frequência do Loop Pequeno . . . . . . . . . 44
5.16 Comparação de SWR Obtido Pela Perda de Retorno e Pela Medição Direta 45
5.17 Antena Loop Grande . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
5.18 Gráfico do SWR Medido do Loop Grande . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
5.19 Gráfico Teórico e Experimental da Perda de Retorno do Loop Grande . . . 48
5.20 Antela Loop de Duas espiras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
5.21 SWR do Loop de Duas Espiras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
5.22 Balun tipo Caneta . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
5.23 Comparação entre a antena com balun e sem balun . . . . . . . . . . . . . 51
5.24 Comparação entre as medições e a curva teórica . . . . . . . . . . . . . . . 51
5.25 Montagem para Cálculo da Impedância de Entrada . . . . . . . . . . . . . 52
5.26 Definição de pontos de meia tensão de onda estacionária . . . . . . . . . . 54
5.27 Comparação entre as ondas estacionárias da terminação aleatória e do
curto-circuito . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
5.28 Gráfico do SWR Corrigido para cada Frequência . . . . . . . . . . . . . . . 59
5.29 Gráfico SWR pela Frequência com as Impedâncias . . . . . . . . . . . . . . 64
5.30 Gráfico comparado a perda de retorno teórica com a obtida nas medições . 64
x

Lista de Tabelas

2.1 Tabela de Faixas de Frequências Definidas Pela UIT. . . . . . . . . . . . . 5


2.2 Tabela de Faixas e Caráter de Uso para Radioamador. . . . . . . . . . . . 9
2.3 Tabela de Faixas dos Serviços de Radiodifusão Sonora. . . . . . . . . . . . 10

5.1 Valor Médio para cada medição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45


5.2 Dispersão das Medições . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
5.3 Resultado do cálculo do comprimento de onda. . . . . . . . . . . . . . . . . 53
5.4 Resultados da distância entre os pontos de meia tensão. . . . . . . . . . . . 54
5.5 Tabela dos resultados do cálculo de m. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55
5.6 Tabela dos resultados do cálculo de ∆. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55
5.7 Tabela de resultados do cálculo do SWR e do SWR Corrigido. . . . . . . . 57
5.8 Tabela dos resultados do cálculo da impedância de entrada. . . . . . . . . . 57
5.9 Tabela de resultados do cálculo do SWR e do SWR Corrigido. . . . . . . . 58
5.10 Tabela dos resultados do cálculo do Zin . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58
5.11 Tabela dos resultados do cálculo de λz . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60
5.12 Tabela dos resultados do cálculo de l . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60
5.13 Tabela dos resultados do cálculo de m . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61
5.14 Tabela dos resultados do cálculo de ∆ . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62
5.15 Tabela dos resultados do cálculo do SWR e do SWR Corrigido . . . . . . . 63
5.16 Tabela dos resultados do cálculo da impedância de entrada . . . . . . . . . 63
Sumário

Agradecimentos vi

Lista de Figuras ix

Lista de Tabelas x

Resumo xiv

Abstract xv

1 Introdução 1
1.1 História da Radiofrequência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1

2 Espectro de Radiofrequências e Serviços 4


2.1 Ondas Curtas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
2.2 Ondas Curtas No Brasil . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
2.3 Radionavegação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
2.3.1 Radionavegação Aeronáutica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
2.3.2 Radionavegação Marı́tima . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
2.4 Radioamadorismo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
2.5 Radiodifusão Sonora . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9

3 Propagação Ionosférica 11
3.1 Camadas da Ionosfera . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
3.2 Variações na ionosfera . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
3.3 Fatores de degradação do sinal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
3.3.1 Condição Climática . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
3.3.2 Desvanecimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15

xi
xii

3.3.3 Ruı́do . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
3.4 Propagação de Ondas Eletromagnéticas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
3.5 Propagação Terra - Terra . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16

4 Antenas 18
4.1 Principais parâmetros para análise das antenas . . . . . . . . . . . . . . . . 18
4.2 Diagrama de radiação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
4.3 Diretividade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
4.4 Ganho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
4.5 Eficiência da Antena . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
4.6 Eficiência de Radiação da Antena . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
4.7 Baluns . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
4.8 Polarização . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
4.8.1 Polarização Linear . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
4.8.2 Polarização Circular . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
4.8.3 Polarização Elı́ptica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
4.9 Impedância de Entrada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
4.10 Largura de Banda . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
4.11 Antenas Lineares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
4.12 Antenas Loop . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
4.12.1 Loop Pequeno . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
4.12.2 Análise da Antena Loop Circular . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
4.12.3 Eficiência de Radiação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
4.12.4 Loop com corrente não Uniforme . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
4.12.5 Cálculo da Perda de Retorno . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
4.12.5.1 Perda de Retorno para Corrente Uniforme . . . . . . . . . 31
4.12.5.2 Perda de retorno para corrente não uniforme . . . . . . . . 32
4.12.6 Modelo Elétrico Equivalente para Cálculo da Impedância de Entrada 32

5 Resultados Experimentais 35
5.1 Loop Ressonante . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
5.1.1 Confecção da Antena . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
5.1.2 Equipamentos Utilizados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
xiii

5.1.3 Conectores e Adaptadores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39


5.1.4 Execução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
5.2 Caracterização do Loop Pequeno . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
5.2.1 Arranjo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
5.2.2 Execução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
5.3 Caracterização do Loop Grande . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
5.3.1 Execução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
5.4 Loop de Duas Espiras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
5.4.1 Confecção da Antena . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
5.4.2 Caracterização do SWR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
5.4.2.1 Execução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
5.4.3 Caractereização da Impedância de entrada . . . . . . . . . . . . . . 52
5.4.3.1 Equipamentos Utilizados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52
5.4.3.2 Montagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52
5.4.3.3 Execução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52
5.5 Loop Pequeno Caracterização da Impedância . . . . . . . . . . . . . . . . . 58
5.5.1 Execução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58
5.5.2 Resultados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59

6 Discusão de Resultados 65

7 Conclusão 69

8 Sugestões para trabalhos futuros 70

Anexos 71

Referências Bibliográficas 80
xiv

Resumo

Este Trabalho de Conclusão de Curso é um estudo sobre transmissão em radiofrequência,


com foco em antenas do tipo Loop. A antena Loop foi escolhida pela fácil confecção
e popularidade de uso em radioamadorismo, onde chama a atenção por seus diferentes
arranjos e modelos, além de outras aplicações que necessitam de uma antena direcional
compacta. Três Antenas Loop são confeccionadas, testadas e comparadas com os valores
teóricos.
Palavras-chave: Antena. Loop. Radio. Radioamadorismo. Ondas Curtas.
xv

Abstract

This Final Course Assignment is a study about transmission and radio frequency, with
focus in Loop style antennas. The Loop antenna was chosen because it’s easy to manufac-
ture and the popular use on amateur-radio, witch draws attention about it’s differentes
arrangements and models, besides other applications that need a direcional and compact
antenna. Three Loop antennas are manufactured, tested and compared with theoretical
values.
Keywords: Antenna. Loop. Radio. Amateur-Radio. Shortwaves.
Capı́tulo 1

Introdução

Esse trabalho se divide em 4 partes: Um resumo da história, avanços e aplicação da


radio frequência; apresentação de conceitos sobre antenas e propagação ionosférica, que
são importantes para a realização e a compreensão do trabalho; apresentação e principais
conceitos da Antena Loop; confecção e experimentação de antenas Loop nas faixas de HF
(High Frequency, 3 – 30MHz) e VHF (Very High Frequency, 30 – 300MHz), que então são
comparados com os valores teóricos.

1.1 História da Radiofrequência


No final do século XIX, muitos estudiosos se dedicavam ao campo de estudo de ondas
eletromagnéticas e uma figura importante nesse contexto foi o Padre Landell de Moura
(1861 – 1928) que, em 1892, construiu seu primeiro transmissor sem fio e, em 1894 fez suas
primeiras transmissões. Em 1900, realizou sua primeira transmissão perante um público
de jornalistas, empresários, autoridades brasileiras e o Consul Britânico da época. Obteve
suas primeiras patentes no Brasil, em 1901, e 3 patentes nos Estados Unidos, em 1904,
referentes ao transmissor de ondas, o telefone sem fio e o telégrafo sem fio.
Apesar de ser declarado pioneiro, não é famoso pelo seu trabalho. Na época, não
quis vender suas patentes para empresas internacionais produzirem suas invenções e não
participava de eventos cientı́ficos da sua época. Quando voltou dos Estados Unidos, não
conseguiu o apoio do governo local de São Paulo, nem federal, fazendo que encerrassem,
quase que por completo, suas pesquisas.
O sistema rádio que ficou mais famoso e utilizado foi o inventado pelo italiano Gu-
2

glielmo Marconi (1874 – 1937) no ano de 1896, criação essa que se deve muito ao cientista
e inventor Nikola Tesla (1856 – 1943), pois Marconi se baseou nos estudos apresentados
por Tesla e usou as 19 patentes criadas para a elaboração do primeiro sistema de telegrafia
sem fio.
No começo do século XX, ocorreram os primeiros registros de transmissões radi-
ofônicas. Sua evolução e disseminação se deu rapidamente devido a sua versatilidade e
variadas aplicações. No que tange a diversas faixas e tipos de ondas, temos as ondas curtas,
que são caracterizadas como de altas frequências (HF – High Frequency) por permitirem
aos radiodifusores propagarem suas transmissões em milhares de quilômetros, dependendo
da condição atmosférica e do horário das transmissões. Podem atingir até o extremo do
globo terrestre, pois sua propagação se dá pela ionosfera, que reflete as ondas HF e per-
correm grandes distâncias. Assim, tais sistemas radiodifusores são conhecidos por Rádio
Difusão Internacional. Devido a sua capacidade de se propagar em grandes distâncias,
tal caracterı́stica é única em todo o espectro radioelétrico. Essa diferenciação permite
que seu uso tenha diversas aplicações, como por exemplo: propaganda, onde foi muito
usado na primeira guerra mundial pela Alemanha e durante a guerra fria em questões
polı́tico-econômicos entre os Estados Unidos e União Soviética; agências governamentais,
onde faziam transmissões diplomáticas, espionagem, meteorológicas, sincronização, hora
local e radioamadorismo, sendo essa uma faixa dedicada para uso civil.
O radioamadorismo possui faixas de frequências dedicadas, localizadas na faixa das
ondas curtas, em virtude do baixo preço dos equipamentos e da possibilidade de comunica-
ção a longa distância. Essas faixas dedicadas ao uso civil são reguladas e autorizadas pelo
órgão regulador de cada paı́s, possibilitando a comunicação entre grupos de entusiastas,
e desenvolvimento de estudos cientı́ficos na área, normalmente sem fins lucrativos.
Algumas tecnologias atuais foram desenvolvidas por radioamadores. Por exemplo,
o sistema de telefonia celular tem o mesmo princı́pio das estações repetidoras que são
amplamente utilizadas pelo radioamadorismo, onde uma estação tem o sistema de trans-
missão e recepção; outras tecnologias são o sistema de radar e a transmissão de dados via
micro-ondas. Tais tecnologias foram primeiramente difundidas entre os radioamadores e,
posteriormente, devido ao seu sucesso, se ramificaram em tecnologias usuais.
Uma das caracterı́sticas do radioamadorismo é a utilização de equipamentos impro-
visados ou fabricados pelos próprios usuários. As antenas em Loop são um bom exemplo
3

disso, por apresentarem um bom desempenho e um formato compacto, permitindo o uso


até em apartamentos, além da simplicidade na construção, acabam sendo bem populares
no meio.
Capı́tulo 2

Espectro de Radiofrequências e
Serviços

Na comunicação rádio é necessária a divisão bem definida do espectro de transmissão e


os modos de usos para cada um. Isto evita interferência e distorção dos sinais transmi-
tidos e segurança para sistemas de comunicações mais sensı́veis e importantes, como a
comunicação aeronáutica e de uso militar.
A União Internacional de Telecomunicações (UIT) define o uso de parte desse
espectro, quando a transmissão é de nı́vel global, entre paı́ses, como satélites, comunicação
aeronáutica e radioamadorismo, mas também, é responsável pela denominação das faixas
de frequências, que são divididas em 9 faixas, e que podem ser observadas na tabela
2.1. Além de dividir o globo em 3 regiões, cada uma tem suas faixas de frequências bem
definidas, como podemos observar na figura 2.1.

Figura 2.1: Regiões Definidas pela UIT [19]


5

Nomenclatura Faixa de Frequência


VLF - Very Low Frequency 3 a 30 kHz
LF - Low Frequency 30 a 300 kHz
MF - Medium Frequency 300 a 3000 kHz
HF - High Frequency 3 a 30 MHz
VHF - Very High Frequency 30 a 300 MHz
UHF - Ultra High Frequency 300 a 3000 MHz
SHF - Super High Frequency 3 a 30 GHz
EHF - Extremely High Frequency 30 a 300 GHz
- 300 a 3000 GHz

Tabela 2.1: Tabela de Faixas de Frequências Definidas Pela UIT.

Na região 2, onde o Brasil se encontra, temos serviços estabelecidos pela UIT, como
por exemplo, na faixa de VHF (30 - 300 MHz) temos serviços como o radioamadorismo
e a radio localização. Na faixa de MF (300 - 3000 kHz) temos o serviço móvel marı́timo,
o de radioastronomia e radioamadorismo e comunicação via satélite. Nas faixas SHF (3
- 30 GHz) e EHF (30-300 GHz) temos satélite de exploração da terra, pesquisa espacial,
telefonia celular via satélite (uplink e downlink ), radioamador / comunicação via satélite
amador, radio navegação, entre outros.

2.1 Ondas Curtas


Ondas curtas operam na faixa de HF, entre as frequências de 1,6 MHz e 30 MHz, e sua
caracterı́stica de propagação é pela reflexão na ionosfera, através do fenômeno conhecido
como onda celeste, em inglês skywave, amplamente usada em radiodifusores internacionais,
radioamadorismo, controle de tráfego aéreo e marı́timo, pelo fato de que as ondas curtas
podem atingir qualquer localidade na superfı́cie terrestre.

2.2 Ondas Curtas No Brasil


No Brasil, a distribuição e regulamentação das faixas de frequência é feita pela Anatel,
que segue as diretrizes internacionais da Região 2, no qual o Brasil está inserido. A
6

regulamentação do uso de ondas curtas está caracterizada em [1]. Na faixa de ondas


curtas temos alguns tipos de serviços que são alocados em diferentes bandas. São eles:
• Radiodifusão
• Radionavegação
• Fixo: Rádio em um local fixo como uma rádio base ou repetidor
• Móvel: Rádio que é utilizado durante um deslocamento
• Radioamadorismo
• Sinais Horários
• Radioastronomia
• Meteorologia

2.3 Radionavegação
Radionavegação é a aplicação de localização de algum ponto na Terra de acordo com a
intensidade do sinal de rádio recebido. No princı́pio da radionavegação, eram utilizados
sistemas com antenas direcionais, que indicavam a direção de uma estação, chamadas de
radiofaróis. Esse tipo de equipamento ficou conhecido como radiocompasso e funcionava
como uma bússola que sempre apontava para a estação sintonizada, ou radiofarol.
O modelo de antena direcional, normalmente utilizado na rádio navegação, é o
Loop Magnético. A princı́pio, a antena era instalada de forma a permitir rodar em torno
de seu próprio eixo. Por caracterı́stica da antena, quando colocada perpendicularmente
em relação ao sinal transmitido, por seu formato simétrico, um lado da antena anulava o
sinal do outro, assim era possı́vel encontrar a direção da estação procurando o ângulo em
que o sinal recebido era mı́nimo.

2.3.1 Radionavegação Aeronáutica

Atualmente, é utilizado o sistema VOR (VHF Omnidirectional Range) ou radiofarol de


alcance. O sistema VOR emite dois sinais, um direcional rotativo e outro não direcional,
alinhados com o norte magnético da Terra. Nas aeronaves, existe um equipamento que
calcula a diferença de fase dos dois sinais e calcula sua posição em graus magnéticos,
chamados Radiais.
Na faixa de HF o sistema utilizado para a radionavegação é o OTH – Over The
7

Horizon (Além do Horizonte), que é um tipo de radar que utiliza a propagação ionosférica
para a identificação de aeronaves, na proteção dos territórios. Tem um alcance igual a,
aproximadamente, 120 km.

2.3.2 Radionavegação Marı́tima

A navegação marı́tima emprega uma técnica de radionavegação chamada radiogoniome-


tria. O aparelho utilizado nesse tipo de localização é o radiogoniômetro, que em conjunto
com uma antena de quadro, que é uma antena loop em formato quadrado de N espiras,
consegue determinar a direção do sinal de acordo com as caracterı́sticas da antena. Além
disso, compõe o equipamento, uma antena unifilar conectada eletricamente a cada um dos
braços da antena de quadro, separadamente, por meio de uma chave. Estando a antena
alinhada com a direção da onda (sinal máximo), se a antena unifilar for conectada ao
braço da antena voltado para a estação transmissora, o sinal aumentará; se for conectada
ao braço oposto, o sinal diminuirá, portanto o sentido da direção da onda recebida deve ser
aquele correspondente ao braço da antena cujo sinal aumenta ao ser conectada à antena
unifilar.
Existem duas formas diferentes de ser efetuada a leitura de posição: o navio pode
enviar o sinal para uma estação radiogoniométrica de posição conhecida e essa estação
determina a posição do navio, retornando a informação para o mesmo, ou o navio recebe o
sinal de uma estação com posição conhecida, um radiofarol, e seu equipamento determina
a própria posição.

2.4 Radioamadorismo
Radioamadorismo é a atividade técnico-cientifica que consiste em estudar e praticar co-
municação via rádio. Teve seu inı́cio no Brasil, com o padre Roberto Landell de Moura
e na Itália, com Guglielmo Marconi, entre o final do século XIX e século XX, onde se
iniciaram os primeiros estudos e transmissões de sinal via rádio.
É praticado em quase todos os paı́ses do mundo, como um hobby, que gerou grandes
contribuições para as comunicações, criando novos equipamentos, modos de transmissão
e explorando novas faixas a serem utilizadas. Foram os primeiros a utilizarem as faixas de
VHF e UHF. Atualmente, utilizam faixas de 30 kHz a 10 GHz para comunicações locais
8

e internacionais de inúmeras formas possı́veis, até utilizando satélites.


A atividade é regulada internacionalmente, pela UIT e por órgãos competentes
de cada paı́s. No Brasil, temos a ANATEL como agência regulatória, que outorga as
estações de radioamador e emite o Certificado de Operador de Estação de Radioamador
(COER), necessário para sua operação. Na tabela 2 podemos ver as faixas frequências de
radiomadorismo e a exclusividade no uso.

Caráter Faixa de Frequência


Caráter Primário e Não Exclusivo 1800 kHz a 1850 kHz
3500 kHz a 3800 kHz
7000 kHz a 7100 kHz
7100 kHz a 7300 kHz
14000 kHz a 14250 kHz
14250 kHz a 14350 kHz
18068 kHz a 18168 kHz
21000 kHz a 21450 kHz
24890 kHz a 24990 kHz
28000 kHz a 29700 kHz
50 MHz a 54 MHz
144 MHz a 146 MHz
146 MHz a 148 MHz
220 MHz a 225 MHz
Caráter Secundário e Não Exclusivo 10138 MHz a 10150 kHz
430 MHz a 440 MHz
902 MHz a 907,5 MHz
915 MHz a 928 MHz
1240 MHz a 1260 MHz
1260 MHz a 1300 MHz
2300 MHz a 2450 MHz
3300 MHz a 3400 MHz
3400 MHz a 3600 MHz
5650 MHz a 5725 MHz
9

5725 MHz a 5830 MHz


5830 MHz a 5850 MHz
5850 MHz a 5925 MHz
10 GHz a 10,45 GHz
10,45 GHz a 10,5 GHz
Caráter Secundário Mediante 24 GHz a 24,25 GHz
Autorização Especial 47 GHz a 47,2 GHz
76 GHz a 81 GHz
134 GHz a 141 GHz
241 GHz a 250 GHz

Tabela 2.2: Tabela de Faixas e Caráter de Uso para Radioamador.

Por ser uma atividade sem fins lucrativos, o radioamadorismo reúne um grande
número de praticantes que compartilham suas experiências, invenções e técnicas de trans-
missão em fóruns, clubes e encontros tanto nacionais como mundiais.

2.5 Radiodifusão Sonora


Radiodifusão sonora é um serviço destinado à recepção livre de sinais de rádio, bastando
que o usuário possua equipamento capaz de sintonizar as frequências e modos de operação.
Esse serviço é oferecido por empresas particulares, em concessões públicas, para a alocação
de cada empresa em uma faixa de frequência em determinada região. Pode ser divido
pelo tipo de modulação do sinal, sendo os mais conhecidos o das Rádios FM (modulação
na frequência) e AM, ou de Ondas Médias (OM), que apresenta uma modulação por
amplitude. Além dessas duas, temos: Radiodifusão Comunitária (RadCom), que tem
modulação de frequência mas apresenta uma baixa potência e operação em uma área
restrita; Ondas Curtas (OC), que apresenta a modulação na amplitude; Ondas Tropicas
(OT), que apresentam modulação na amplitude. Podemos ver na tabela 2.3 a faixa de
frequência de operação de cada tipo.

Serviço Faixa de Frequência


Frequência Modulada (FM) 87,8 MHz a 108 MHz
10

Radiodifusão Comunitária (RadCom) 87,8 MHz a 88 MHz


Ondas Médias (OM) 525 kHz a 1.605 kHz
1.605 kHz a 1.705 kHz
Ondas Curtas (OC) 5.950 kHz a 6.200 kHz
9.500 kHz a 9.775 kHz
11.700 kHz a 11.975 kHz
15.100 kHz a 15.450 kHz
17.700 kHz a 17.900 kHz
21.450 kHz a 21.750 kHz
25.600 kHz a 26.100 kHz
Ondas Tropicais (OT) 2.300 kHz a 2.495 kHz
3.200 kHz a 3.400 kHz
4.750 kHz a 4.995 kHz
5.005 kHz a 5.060 kHz

Tabela 2.3: Tabela de Faixas dos Serviços de Radiodifusão Sonora.

No Brasil, nos últimos anos vêm ocorrendo uma migração das tradicionais rádios
AM para FM, pois apesar do maior alcance, as primeiras sofrem mais com a interferên-
cia de outros equipamentos, além do crescimento da parcela de ouvintes de rádio por
dispositivos móveis e celulares, que não apresentam recepção AM.
Capı́tulo 3

Propagação Ionosférica

Em 1902, dois cientistas, Arthur Kenelly (1861 – 1939), e Oliver Heaviside (1850 – 1925)
sugeriram, teoricamente, que na camada superior terrestre havia uma região condutora
de eletricidade, camada essa que agiria como obstáculo e defletiria os sinais de rádio
que permitiram as experiências bem sucedidas de transmissão transatlântica, que haviam
ocorrido um ano antes. A existência da ionosfera só foi comprovada pelo cientista inglês
Edwar Appleton (1892 – 1965), através de experimentos. Ao longo dos anos, cada vez
mais cientistas estudaram os aspectos e a composição da ionosfera através de satélites,
foguetes e balões de alta atitude.
A ionosfera, como o próprio nome sugere, é composta basicamente por partı́culas
carregadas eletricamente, chamadas de ı́ons, que são moléculas ou átomos que podem
perder ou ganhar elétrons. Na ionosfera, esses ı́ons estão dispostos em muitas camadas,
que são capazes de refletir as ondas de rádio na faixa de HF e devolvê-las à terra, assim
fazendo com que as transmissões percorram grandes distâncias. Essa é uma região da
atmosfera compreendida entre 50 e 1000 km de altitude.

3.1 Camadas da Ionosfera


A Ionosfera é composta de regiões ionizadas, que apresentam um importante papel na
propagação de ondas rádio-elétricas. As camadas da Ionosfera são caracterizadas pela
altitude e a concentração de elétrons livres. Assim, podemos distinguir 3 camadas: D, E
e F, sendo a camada F dividida em duas, F1 e F2.
Camada D: Ocupa a faixa entre 50 e 90 km de altura. Essa camada surge ao nascer
12

do sol, tem seu ápice ao meio dia e desaparece ao pôr do Sol. É caracterizada pela baixa
ionização, que não causa reflexão da onda eletromagnética, mas é suficiente para uma
razoável absorção, e a existência de uma densidade de partı́culas neutras razoavelmente
alta.
Camada E: Ocupa a faixa entre 90 e 140 km de altura, é uma camada útil na
propagação de ondas de rádio. Sua intensidade varia de acordo com o ângulo zenital do
Sol, atingindo o ápice ao meio dia e decaindo de acordo com o pôr do Sol. De acordo
com o horário do dia, pode apresentar grande absorção de energia eletromagnética. A
densidade de ı́ons é maior quando se aproxima do meio dia e apresenta comportamento
simétrico, em relação à densidade ao longo do dia.
Camada E Esporádica: Seu surgimento é uma condição de difı́cil previsão que
ocorre em situações bem especı́ficas, principalmente durante o ciclo solar, pois como foi
dito anteriormente, o sol é o agente principal de ionização da ionosfera. Dessa forma,
o surgimento da camada E esporádica tem relação total e direta com os ciclos solares.
Desse modo, a camada pode possuir extensões grandes, pequenas ou em nuvens. Como
a densidade dos elétrons e a composição da ionosfera sofrem uma mudança bastante
significativa, isso faz com que haja bloqueio parcial ou total de comunicações em altas
frequências, porém, com tais mudanças há também refrações, reflexões e dutificações
de ondas eletromagnéticas em faixas de frequências nas quais, em condições normais, a
camada E seria transparente. Por exemplo, os sinais VHF podem ser propagados a uma
grande distância; igual ocorre com os sinais MF. Basicamente, existem dois mecanismos
de propagação mais comuns nessa camada. Sendo o primeiro, onde ocorrem reflexões
simples através de uma única “nuvem”. E o segundo mecanismo é a reflexão nuvem
a nuvem, sendo esse meio de propagação muito difı́cil de ocorrer, onde duas “nuvens”
ionizadas estão localizadas entre as estações de recepção e transmissão e o sinal é refletido
de uma “nuvem” para outra até a estação receptora. Ambos os casos podem ser verificados
na figura 3.1.

Figura 3.1: Modelo de Propagação na Camada E Esporádica [21]


13

Camada F: Ocupa a faixa de 140 a 1000 km de altura, durante o dia se divide em


duas camadas: a F1, compreendida entre 140 a 200 km, que apresenta ionização próxima
à da camada E e F2, compreendida entre 200 e 1000 km, que possui as caracterı́sticas da
camada F não dividida. A camada F é a mais importante para a transmissão HF devido a
sua estabilidade, causada pela lenta recombinação de elétrons na região. Assim, ela é mais
robusta em relação às variações da radiação solar e mantém a eficiência para propagação
durante a noite.
A região mais importante para a propagação de HF é a F2 pois:
• Está presente durante as 24 horas do dia.
• Permite caminhos longos de comunicação na parte superior.
• Usualmente reflete as altas frequências na banda de HF.
• Possui um maior tempo de vida de elétrons (20 minutos) comparado com as
outras camadas E (20 segundos) e F1(1 minuto) [20]
No que diz respeito às telecomunicações, a ionosfera tem um papel fundamental
na transmissão, pois para frequências inferiores a 30 MHz (exceto para distâncias curtas),
tais transmissões se operam com ondas espaciais que são refletidas pela ionosfera, assim
possibilitando comunicação à longa distância. A ionosfera age, geralmente, como um
condutor absorvendo parte da energia da onda transmitida, mas age também como um
“espelho”, refletindo. Assim, ondas curtas podem se propagar em longas distâncias.

Figura 3.2: Camadas de Ionosfera e Tipos de Propagação [20]


14

3.2 Variações na ionosfera


Sabemos que a ionosfera não é um meio homogêneo e estável, assim, o mesmo apresenta
variações a um dado intervalo de tempo, determinado por diversas razões.
1)Variações ao longo do dia: A radiação solar tem forte efeito sobre a ionosfera,
pois modifica a densidade dos elétrons, portanto, a ionização varia em função do posici-
onamento do sol, tendo um aumento na parte da manhã, com ápice no inı́cio da tarde,
depois decrescendo até de noite.
2)Variações em função da latitude: Devido à incidência solar em algumas regiões
do globo terrestre não ter a mesma intensidade, as áreas próximas aos polos têm uma
menor densidade de elétrons, quando comparada a outras.
3)Variações causadas pelo ciclo solar: O sol nem sempre apresenta a mesma inten-
sidade, pois o mesmo possui um ciclo que se renova a cada 11 anos, chamado de Ciclo
Solar, e tal ciclo pode ser observado pelas atividades das manchas solares (são regiões
na superfı́cie do sol com temperatura menor que a média local). Quando o número de
manchas solares é mais acentuado, a ionosfera apresenta uma maior densidade de elétrons,
consequentemente, melhor é a propagação.

3.3 Fatores de degradação do sinal


O sinal transmitido não chega com a mesma potência no receptor, pois a propagação das
ondas de rádio impõe perdas ao sinal. Há diversos fatores causadores da degradação do
sinal e, dentre eles, vamos destacar a condição climática, desvanecimento e ruı́do.

3.3.1 Condição Climática

O clima é um dos fatores que afetam a propagação, pois dependendo do fenômeno climá-
tico, as ondas podem alcançar distâncias maiores ou sofrer uma atenuação substancial.
Dentre os fatores climáticos, temos a atenuação causada por absorção, com as gotas de
chuva sendo bastante significativas para frequências acima da faixa de VHF, atenuação
causada devido ao nevoeiro bastante significativa em frequências acima de 2 GHz e ao
granizo, que apresenta uma atenuação consideravelmente menor do que as gotas de chuva
por ter um ı́ndice de refração menor que a mesma.
15

Não há regras que predigam os efeitos do tempo nas transmissões, pois tais varia-
ções de tempo são complexas e dinâmicas. Cabe a cada engenheiro, ao dimensionar um
enlace, levar em consideração esse tipo de atenuação e incluir uma margem no balancea-
mento do sistema, para evitar a degradação total do sinal.

3.3.2 Desvanecimento

O termo desvanecimento é utilizado quando há qualquer flutuação ou variação na inten-


sidade do sinal que chega ao receptor, durante o perı́odo em que esse sinal é recebido.
Podem ocorrer em qualquer ponto, tanto no terrestre quanto na celeste. Assim, por causa
dessa flutuação, pode ocorrer a chegada de duas frentes de ondas defasadas em 180o , o
que acarretaria em um cancelamento do sinal útil. Em propagação de onda celeste, o
desvanecimento pode ser causado por duas frentes de ondas, que percorreram percur-
sos diferentes, chegando defasadas ao receptor, caminho esse que pode variar devido às
variações no comprimento do caminho da onda na ionosfera.
As variações podem ocorrer não só por causa do percurso distinto, mas também,
pela variação na absorção da ionosfera. Eventualmente, um distúrbio repentino na io-
nosfera causa a completa absorção de toda a onda celeste irradiada e, assim, causa uma
variação abrupta na intensidade do sinal.

3.3.3 Ruı́do

Existem diversas fontes de ruı́do que afetam a recepção, que podemos identificar como
o meio de propagação, equipamentos e cabos. No meio de propagação pode haver um
outro sinal causando interferência no sinal irradiado e sendo aleatório e difı́cil de prever.
Já o ruı́do do equipamento e do cabo, é um tipo que reconhecemos facilmente, pois todo
equipamento vem com as especificações já medidas pelo fabricante; assim sabemos em
quantos dB nosso sinal vai cair a uma certa distância, por exemplo.

3.4 Propagação de Ondas Eletromagnéticas


O campo eletromagnético está na categoria dos fenômenos ondulatórios, e como tal, é
plenamente modelado pela teoria de campo proposta por Maxwell. Como toda e qualquer
16

teoria de campo, ela relaciona os campos fontes com os campos resultantes, também iden-
tificados como vetores de campo. Os vetores de campo e as suas fontes estão relacionadas
pelas equações 3.1.
Todo e qualquer problema de valor de contorno em eletromagnetismo, numa abor-
dagem macroscópica, tem solução através das equações de Maxwell, mas também, através
das equações constitutivas e das equações do contorno.

As Equações de Maxwell podem ser escritas da seguinte forma:

~ =ρ
∇·D
~ =0
∇·B
~
(3.1)
~ = J~ +
∇×H ∂D
∂t
~ = ~
∇×E − ∂∂tB
~ é o vetor deslocamento, ρ é a densidades volumétrica de carga, B
Onde D ~ é o vetor
~ é o vetor intensidade de campo magnético, J~ é o vetor densidade
indução magnética, H
~ é o vetor intensidade de campo elétrico.
de corrente elétrica e E

As relações constitutivas podem ser escritas da seguinte forma, para meios lineares, iso-
trópicos e uniformes:

~ = εE
D ~ = ε0 + P~

J~ = σ E
~ (3.2)
~ = µH
B ~

Onde ε é a permissividade elétrica do meio, ε0 é a permissividade do vácuo, P~ é o ve-


tor polarização do meio, J~ é o vetor densidade de corrente elétrica de condução, σ é a
condutividade elétrica e µ é a permeabilidade magnética do meio.

3.5 Propagação Terra - Terra


É o Modelo de propagação que considera transmissor e receptor localizados em diferentes
pontos da Terra, podendo se comunicar através de bandas HF ou VHF, que são de co-
municação mais simples através da ionosfera. Utilizam as propriedades da ionosfera para
estabelecer a comunicação.
17

No modelo Terra - Terra existem 3 formas de se estabelecer a comunicação entre


os pontos:
Onda Terrestre (Ground Wave): A onda terrestre se propaga em contato com a
superfı́cie da Terra, devido à condutividade da superfı́cie terrestre, uma porção da energia
da onda é absorvida pela superfı́cie. O grau de absorção varia de modo inversamente
proporcional à condutividade da superfı́cie, ou seja, quanto maior a condutividade, menor
é a absorção. Pode-se atingir a distâncias de até 100 km nesse tipo de propagação.
O alcance depende de fatores como altura das antenas, vegetação, relevo, polarização,
frequência e estado marı́timo.
Onda Direta/Visada Direta (Direct Wave): A onda direta se propaga quase em
uma linha reta entre o transmissor e o receptor. Nessa configuração não há obstáculos
para obstruir o sinal. A maior distância para que ocorra a visada direta é 50 km, pois
a partir dessa distância a curvatura da terra começa a fazer efeito e não há mais visada
direta entre o transmissor e o receptor.
Onda Celeste (Sky Wave): A onda celeste é a onda irradiada em uma direção tal
que o ângulo em relação à superfı́cie terrestre é suficientemente grande para direcioná-
la à ionosfera, onde a onda reflete na ionosfera para alcançar seu destino, portanto, é
empregada para comunicações de longo alcance. O dimensionamento do enlace depende
dos seguintes fatores: posição geográfica, hora, estação do ano, condições meteorológicas
e condições da ionosfera.

Figura 3.3: Diferentes Tipos de propagação [20]


Capı́tulo 4

Antenas

Quando se fala em telecomunicações, logo associamos essa ideia às antenas, pois de fato,
elas têm um papel fundamental nas transmissões. Na sua definição, podemos dizer que
transformam energia eletromagnética confinada em energia eletromagnética irradiada e
vice-versa. Em outras palavras, a antena é uma estrutura de transição entre o espaço
livre e a linha de transmissão.

Figura 4.1: Esquema de Irradiação de Onda [5]

4.1 Principais parâmetros para análise das antenas


Podemos analisar as antenas segundo alguns parâmetros. Assim descrevemos seu de-
sempenho quantitativamente, de acordo com suas caracterı́sticas. Tais parâmetros são
definidos pelo documento do IEEE [17].
19

4.2 Diagrama de radiação


O diagrama de radiação é definido como sendo uma representação matemática ou gráfica
das suas propriedades de radiação em função das coordenadas espaciais [5]. Mostra a
amplitude do campo elétrico, do campo magnético ou da potência irradiada, em muitas
vezes, normalizada com relação ao seu valor máximo em função de θ e φ.

max[F (θ, φ)] = 1 (4.1)

A rigor ele representa o comportamento da antena com relação a sua irradiação,


geralmente sendo representado em duas dimensões na chamada carta polar, onde podemos
analisar não somente as variações de potência irradiada pela antena, conforme a variação
do ângulo, a relação frente-costa, como também podemos analisar qual o ângulo em que
a potência cai pela metade e etc.

Figura 4.2: Diagrama de Radiação [22]

4.3 Diretividade
A diretividade da antena é definida pela razão da máxima intensidade de radiação em
uma dada direção, e a intensidade média irradiada em todas as direções da antena. A
intensidade média irradiada pela antena é igual à potência total irradiada pela antena
isotrópica. Se a direção não for especificada, a direção de maior intensidade é utilizada.

U 4πU
D= = (4.2)
U0 Prad
20

Para sistemas irradiantes, sem perdas ôhmicas, a potência total irradiada é igual
à potência média (integral do vetor de Poynting) irradiada pela antena.

4.4 Ganho
O ganho de uma antena é definido como o produto da diretividade pela eficiência de
radiação. Tal medição descreve as propriedades direcionais das antenas, considerando
apenas as perdas dielétricas e nos condutores. Para sabermos o ganho da antena temos
que definir a eficiência de radiação, que é a razão da potência radiada pela potência do
transmissor.

Pr ad
n= (4.3)
Pt
O ganho da antena é definido como,

4πR2 Smax
G= (4.4)
Pt
Sua equação é bastante similar a da diretividade, exceto pela referência, pois en-
quanto a equação da diretividade é uma relação da potência irradiada, o ganho é uma
relação da potência do transmissor. Logo, podemos relacionar as duas equações, como
segue.

G = nD (4.5)

4.5 Eficiência da Antena


A eficiência da antena (e0 ) leva em conta a eficiência dos conectores e da estrutura da
antena. A eficiência dos conectores é calculada a partir da reflexão causada pelo descasa-
mento entre a linha de transmissão e a antena. A eficiência da antena leva em consideração
suas caracterı́sticas intrı́nsecas, condutoras e dielétricas.
De forma geral a eficiência do conjunto pode ser encontrada com a seguinte fórmula:

e0 = er ec ed (4.6)

Onde:
21

e0 – Eficiência total
er – Eficiência da reflexão (1 − |Γ|2 )
ec – Eficiência do condutor
ed – Eficiência Dielétrica
Γ – Coeficiente de reflexão nos terminais de entrada da antena
Como é difı́cil computar ec e ed separadamente, é mais conveniente escrever os dois
como um termo só.

e0 = er ecd = (1 − |Γ|2 )ecd (4.7)

4.6 Eficiência de Radiação da Antena


A eficiência de irradiação da antena leva em consideração apenas a eficiência dielétrica e a
do condutor. Esses dois valores são difı́ceis de serem calculados mas podem ser mensurados
através da relação da energia entregue a resistência de radiação (Rr ) e a energia entregue
à resistência de radiação adicionada às perdas por efeito joule (RL ) e no dielétrico.

Rr
ecd = (4.8)
RL + Rr

4.7 Baluns
Um circuito elétrico é considerado balanceado quando seus dois condutores (ida e retorno)
ou terminais, têm módulo do potencial (tensão) iguais em relação à “terra”. Os cabos
coaxiais, diferente das antenas, são estruturas desbalanceadas, pois apresentam potenciais
na sua parte interna e sua malha, distintos, assim causando um desbalanceamento entre
seus terminais. Quando há o acoplamento de uma antena a um cabo coaxial, parte do
sinal refletido pela antena é irradiado pela malha metálica causando interferência no sinal
transmitido além de leituras imprecisas do SWR.
Para solucionar esse problema utilizamos um dispositivo chamado Balun (Balance
to Unbalace – Balanceado para Não-Balanceado), que realiza o casamento de impedância
necessário no acoplamento da antena ao cabo coaxial, de forma que o sinal refletido não
seja irradiado pela malha externa.
22

Existem diversos tipos de Balun no mercado e com diversas formas de fabricação.


Por exemplo, circuitos sintonizados acoplados, tocos de cabos coaxiais ou uso de trans-
formadores banda larga com núcleo de ar ou ferrite, e cada tipo de Balun tem que ser
analisado, pois seu uso depende do tipo de aplicação em que será usado.

4.8 Polarização
Esta é uma propriedade do campo eletromagnético que descreve a variação da direção e
da amplitude do campo elétrico instantâneo, numa coordenada espacial de propagação.
A partir da escolha desta propriedade, é possı́vel realizar manobras técnicas importantes
visando o aumento da banda de frequências do sistema de comunicação, assim como
otimizar uma transmissão frente aos empecilhos naturais da atmosfera. A polarização,
definida pelo tipo de antena empregada, é classificada em linear, circular e elı́ptica.

4.8.1 Polarização Linear

Um dipolo posicionado verticalmente e alimentado por um gerador de sinais irá produzir


uma onda eletromagnética polarizada verticalmente, pois o vetor campo elétrico (E) má-
ximo estará no plano vertical, a 90o do vetor campo magnético (H). O contrário também
é válido, um dipolo posicionado horizontalmente irá produzir uma onda eletromagnética
horizontal, pois o vetor do campo elétrico (E) máximo estará no plano horizontal e o
campo magnético (H) no plano vertical.

Figura 4.3: Polarização Horizontal e Vertical [23]


23

4.8.2 Polarização Circular

A polarização circular é a junção de duas ondas linearmente polarizadas (vertical e hori-


zontal), ambas as ondas tem que ter a mesma amplitude, porém defasadas de 90o . Tal
polarização pode ser RHCP (polarização circular à direita) ou LHCP (polarização circular
à esquerda), dependendo do sentido que a componente vetorial irá se deslocar.

Figura 4.4: Polarização Circular [24]

4.8.3 Polarização Elı́ptica

A polarização elı́ptica pode ser definida em analogia com a polarização circular, contudo
fazendo as amplitudes das ondas lineares de amplitudes diferentes e defasada de 90o ou
amplitudes quaisquer e defesagem diferente de 0o , 90o e 180o .

4.9 Impedância de Entrada


A impedância de entrada, por definição, é a impedância apresentada por uma antena em
seus terminais, a relação entre a tensão e a corrente no seu terminal ou a razão entre os
componentes dos campos elétricos e magnéticos em um ponto [5]. Para se determinar a
impedância de entrada de uma antena, há vários fatores, tais como a frequência do sinal
de operação, a forma da antena e o material que compõe a antena. Matematicamente
podemos representar a impedância como na equação 4.9.

Z = RA ± jXA (4.9)
24

Onde:
Z – Impedância da antena
RA – Resistência da antena
XA – Reatância da antena

4.10 Largura de Banda


A largura de banda de uma antena é definida como sendo um intervalo de frequências no
qual a antena funcione de forma satisfatória, em uma série de especificações, como por
exemplo o diagrama de radiação, sem grandes alterações, ganho e perda. Os fabricantes
costumam considerar a faixa de frequência onde a perda de retorno é maior que 10dB,
equivalendo a uma taxa de onda estacionária menor que 1,92.

4.11 Antenas Lineares


São os tipos de antenas mais comuns encontradas no nosso dia-a-dia, pois elas estão
nos automóveis, prédios, aviões, casas, etc. Esse tipo de antena consiste em um fio fino
alimentado no centro por um gerador conectado aos terminais da antena, via linha de
transmissão. Podem ser formados por um ou dois elementos condutores, de maneira
que suas dimensões são diretamente relacionadas à frequência do sinal a ser transmitido
ou recebido. Através de um conjunto de elementos lineares é possı́vel otimizar certas
caracterı́sticas de interesse, como o ganho, a diretividade ou ainda o diagrama de radiação.
Tais conjuntos definem a antena Log-Perı́odica, a Yagi-Uda, também, o Painel de Dipolos.

4.12 Antenas Loop


É um tipo simples de antena, de baixo custo e versátil, constituı́da por uma distribuição
de corrente em contorno fechado. Apresenta diferentes formas, podendo ser quadrada,
triangular e elı́ptica, mas no caso do nosso estudo, usaremos a forma circular. Existem
duas classificações para as antenas Loop, eletricamente pequena ou eletricamente grande.
As eletricamente pequenas são aquelas onde a circunferência é menor que um décimo do
comprimento de onda (C < λ/10), enquanto as eletricamente grandes tem a circunferência
25

com tamanho que se aproxima do comprimento de onda (C ≈ λ). As faixas de frequências


onde são usadas são as HF (3-30 MHz), VHF (30-300 MHz) e UHF (300 – 3000 MHz).

4.12.1 Loop Pequeno

A antena Loop eletricamente pequena, também é conhecida como Loop Magnético. Este
1
é considerado pequeno se tiver um comprimento de circunferência inferior a 10
do compri-
mento de onda. Por ser mais sensı́vel, a componente magnética da onda apresenta uma
resistência de propagação menor que a sua perda ôhmica, implicando em que a antena
não seja uma boa irradiadora de sinal. Geralmente, é utilizada como receptora, como em
rádio localização e sondas para medições em campo.
Existem algumas técnicas para aumentar a eficiência, tanto na transmissão quanto
na recepção da antena, tais como: utilizar um capacitor em ressonância com a antena,
adicionar uma “espira” ressonante à antena ou adicionar um ferrite ao seu núcleo, o que
aumenta a intensidade do campo magnético e a resistência de propagação da antena.

4.12.2 Análise da Antena Loop Circular

Para realizar a análise do campo de uma antena loop é utilizado o seguinte arranjo geo-
métrico: a antena é posicionada, simetricamente, no plano x − y com seu centro em z = 0,
além de assumir que o fio que constitui a antena é muito fino e a distribuição espacial de
corrente Ie = I0 onde I0 é constante.
A princı́pio será analisada a distribuição espacial da corrente (Ie ), que será impor-
tante para cálculos futuros, e serão demonstrados os desafios na caracterização desse tipo
de antena.

Ie (x0 , y 0 , z 0 ) = âx Ix (x0 , y 0 , z 0 ) + ây Iy (x0 , y 0 , z 0 ) + âz Iz (x0 , y 0 , z 0 ) (4.10)

Assim temos:
    
Ix cos(φ0 ) −sen(φ0 ) 0 Iρ
    
 Iy  =  sen(φ0 ) 0 (4.11)
    
cos(φ ) 0 I 
 φ 
 
  
Iz 0 0 1 Iz
Expandindo, pode ser escrito da seguinte forma:
26

Figura 4.5: Distribuição Espacial da Corrente [5]


 I = Iρ cos(φ0 ) − Iρ sen(φ0 )
 x


Iy = Iφ sen(φ0 ) + Iφ cos(φ0 ) (4.12)



 I =I z z

Na forma polar:

 â = âr sen(θ)cos(φ) + âθ cos(θ)cos(φ) − âφ sen(φ)
 x


ây = âr sen(θ)sen(φ) + âθ cos(θ)sen(φ) + âφ cos(φ) (4.13)


â = â sen(θ) − â cos(θ)


y r θ

Aplicando à formula 4.10 e reduzindo a equação temos:

Ie = âr Iφ sen(θ)cos(φ − φ0 ) + âθ Iφ cos(θ)sen(φ − φ0 ) + âφ Iφ cos(φ − φ0 ) (4.14)

Será utilizada a distribuição da corrente no cálculo do potencial vetor elétrico da


antena.

e−jkR 0
Z
µ
A(x, y, z) = Ie (x0 , y 0 , z 0 ) dl (4.15)
4π C R
Por fim, chegamos à seguinte integral:
27

√2 2
e−jk r +a +2arsen(θ)cos(φ)
Z
aµI0
A(φ) = cos(φ) p dφ0 (4.16)
4π C
2 2
r + a + 2arsen(θ)cos(φ)
A solução da integral 4.16 é complexa, pois na sua parte real apresenta integrais
elı́pticas de segundo grau, e encontramos esse tipo de integral em outros cálculos que
envolvem a distribuição espacial da corrente. Não é a proposta desse trabalho resolver esse
tipo de equação, mas isso demonstra que apesar da construção simples e formato simétrico,
o que normalmente facilita na resolução das integrais, a modelagem dessa antena apresenta
um grau de dificuldade considerável. Nos próximos capı́tulos, será proposta uma solução
através de circuitos elétricos para transpor os desafios da integral em questão.
Uma solução para se trabalhar com antenas loop é considerar que o comportamento
do campo de um loop magnético pode ser comparado com o de um dipolo infinitesimal [5].
A diferença ocorre no campo próximo à antena, onde no dipolo infinitesimal é de natureza
capacitiva e da antena loop é de natureza indutiva. Quando um loop é comparado com
um dipolo, é levado em consideração que o comprimento da circunferência do loop deve
ser igual ao comprimento do dipolo e os dois com a corrente se comportando de forma
uniforme.

4.12.3 Eficiência de Radiação

Um dos problemas do loop magnético é a baixa eficiência na transmissão e, como visto


anteriormente, este tipo de antena é pouco eficiente por ter uma resistência de radiação
muito menor que a perda por efeito joule, porém, é possı́vel aumentar a sua resistência de
radiação adicionando N espiras à antena, coisa que não é possı́vel no dipolo. A equação
do cálculo da resistência de radiação vista na equação 4.17 é, então, multiplicado por N 2 ,
visto na equação 4.18, assim temos uma resistência de radiação maior.

 4
C 2
Rr = 20π (4.17)
λ

 4
C
2
Rr = 20π N2 (4.18)
λ
A partir do momento em que o loop deixa de ser apenas uma espira e passa a ter N
espiras, não é possı́vel mais manter esse tipo de comparação, entre o loop e o dipolo, pois
28

o comportamento de sua corrente passa a não ser mais uniforme, coisa que não ocorre no
dipolo.

4.12.4 Loop com corrente não Uniforme

Quando as antenas Loop apresentam raios maiores que 0, 016λ [5] a variação de corrente
ao longo da circunferência deve ser levada em consideração. Isto é, podemos considerar a
corrente com distribuição cossenoidal ou como uma Série de Fourrier, da forma:

M
X
0
I(φ ) = I0 + 2 In cos(nφ) (4.19)
n=1

Esse modelo foi proposto e experimentado no trabalho [2], onde se encontram


detalhadamente, as fórmulas e equações utilizadas, além dos gráficos, que serão utilizados
para a melhor explicação nesse trabalho.
Nos gráficos 4.6 e 4.7 temos ka, que é o raio da circunferência multiplicado pela
constante de fase, e o diâmetro do fio 2b, utilizado na construção da antena, dimensionado
de modo a Ω = ln( 2πa
b
) = 10. Pode-se observar que quanto maior o raio da antena, maior
o produto ka, e menos uniforme é a corrente, pois tem uma maior variação de fase e
amplitude do sinal, e quanto mais próximo de 0.1, mais uniforme é a corrente.
Nos gráficos 4.8 e 4.9 temos as relações de impedância e reatância por ka e com
curvas para cada diâmetro de fio utilizado na construção da circunferência, caracterizado
por Ω. Na análise gráfica, podemos observar que quando ka = 0, 5 temos o primeiro
momento de antirressonância, que é bem agudo e ocorre para todos os diâmetros de fios.
Além disso, quanto maior Ω, mais curta é a faixa de ressonância, e quanto menor Ω a
tendência é ter menos pontos de antirressonância, como podemos observar em Ω, onde
após o primeiro ponto de ressonância, a curva se comporta quase linearmente, comparada
às outras curvas.

4.12.5 Cálculo da Perda de Retorno

A perda de retorno é um ponto importante para a avaliação no desempenho da antena, e


será um ponto chave nas avaliações feitas nesse trabalho. Como visto nos itens anteriores
29

Figura 4.6: Gráfico da Amplitude da Corrente Pela Variação do Ângulo da Antena [5]

Figura 4.7: Gráfico da Variação de Fase da Corrente Pela Variação do Ângulo da


Antena [5]
30

Figura 4.8: Gráfico da Variação da Impedância Pela Relação do Comprimento da


Circunferência e Comprimento de Onda [5]

Figura 4.9: Gráfico da Variação da Reatância Pela Relação do Comprimento da


Circunferência e Comprimento de Onda [5]
31

existem duas abordagens na modelagem da antena loop, corrente uniforme e corrente não
uniforme. Isso leva a duas abordagens diferentes para o cálculo da perda de retorno.

4.12.5.1 Perda de Retorno para Corrente Uniforme

A antena loop para corrente uniforme é modelada como um dipolo, então podemos calcular
a perda de retorno através da impedância de entrada, dada na equação 4.20.

Zin = (Rr + RL ) + j2πf (LA + Li ) (4.20)

Onde:
Rr é a resistência de radiação
RL é a perda por efeito joule
LA é a indutância externa
Li é a indutância interna
Para calcular a perda por efeito joule utilizando a equação 4.21 [5].

r
a 2πf µ0
RL = (4.21)
b 2σ
Onde:
a é o raio da espira
b é o raio do condutor
f é a frequência
µ0 é a permeabilidade magnética
σ é a condutividade
Para calcular a indutância externa, utilizamos a equação 4.22 [5].

  
8a
LA = µ0 a ln −2 (4.22)
b
Para calcular a indutância interna, utilizamos a equação 4.23 [5].

r
a 2πf µ0
Li = (4.23)
2πf b 2σ
Com o valor de Zin é possı́vel encontrar o valor de Γ, coeficiente de reflexão, através
da equação 4.24.
32

Zi n − 50
Γ= (4.24)
Zi n + 50
E, por fim, calcular a perda de retorno através da equação 4.25.

1
Pr = 10log( )2 (4.25)
Γ

4.12.5.2 Perda de retorno para corrente não uniforme

O cálculo para corrente não uniforme também é baseado na impedância de entrada, po-
rém os dados são obtidos a partir das tabelas do artigo [2], que apresenta tabelas com
modelagens de antenas loop onde encontramos a parte real e a parte reativa para cada
C
frequência, expressa em kb, kb = λ
, onde C é o comprimento da circunferência e λ é o
comprimento de onda. Assim, temos a equação 4.26 da impedância de entrada.

Zin = R + jX (4.26)

Onde:
R é a parte real
X é a parte reativa
Com o Zin podemos utilizar a equação 4.24, para encontrar o coeficiente de reflexão
e a equação 4.25, para encontrar a perda de retorno.

4.12.6 Modelo Elétrico Equivalente para Cálculo da Impedância


de Entrada

Para encontramos a impedância de entrada de uma dada antena, podemos caracterizar o


sistema, que representa o gerador de sinais e a antena, por um circuito elétrico equivalente,
pois a solução fundamental de uma linha de transmissão é uma onda TEM e, por serem
puramente transversais (campo magnético e campo elétrico), podemos associar ondas de
tensão e corrente elétricas. A diferença entre o estudo do circuito da linha de transmissão
e de circuitos comuns está no fato de que, nas linhas, os parâmetros como resistência, con-
dutância, indutância e capacitância não se apresentam concentrados e, sim, distribuı́dos
ao longo da mesma.
33

Figura 4.10: Circuito Equivalente do Sistema Gerador mais Antena [5]

Onde:
ZL – Impedância da antena
Vg – Gerador de sinais
XA – Resistência do gerador
L – Comprimento da linha de transmissão
Usando a Teoria de Parâmetros Distribuı́dos, temos as seguintes soluções genéricas
para as ondas de tensão e corrente totais:

V (z) = V + e−jβz + V − e+jβz


I(z) = I + e−jβz + I − e+jβz (4.27)
I(z) = 1
Z0
(V + e−jβz − V − e+jβz )
Podemos observar que as duas parcelas que aparecem no V (z), assim como em
I(z), correspondem a ondas incidentes e refletidas, de uma terminação. Pela equação 4.28
de circuitos elétricos, a impedância é a razão entre a tensão e a corrente.

V
Z= (4.28)
I
Como a impedância, tensão e resistência são distribuı́das ao longo da linha, para
calcularmos a impedância da carga, iremos usar a coordenada z = 0.

V (0) + −jβz − +jβz + −


ZL = I(0)
= Z0 VV + ee−jβz +V e
−V − e+jβz
= Z0 (V +V )
(V + −V − )
(4.29)
V + +V −
ZL
Z0
= Z¯L = V + −V −

Podemos escrever a equação 4.29 como,


34

V− ZL − Z0
+
= = ΓL (4.30)
V ZL + Z0
Como V + = |V + |ejφ+ e V − = |V − |ejφ− , teremos:

ejφ−
ΓL = Γ0 = Γ0 ejφL (4.31)
ejφ+
Onde: φL = φ− − φ+
Generalizando, para qualquer ponto:

V (Z) V + e−jβz + V − e+jβz V + e−jβz (1 + V − e+2jβz )


Z(z) = = Z0 + −jβz = Z0 + −jβz (4.32)
I(Z) V e − V − e+jβz V e (1 − V − e+2jβz )

1 + ΓL e+2jβz
Z(z) = Z0 (4.33)
1 − ΓL e+2jβz
Ou ainda,

Z(z) − Z0
= ΓL e+2jβz (4.34)
Z(z) + Z0
A equação 4.34 comparada com a 4.30 e 4.32 pode ser definida como o coeficiente
para qualquer ponto da linha de transmissão, ou seja, é a forma generalizada.
Voltando para a equação 4.32, pela identidade de Euler,

+ −
Z(z) = Z0 VV + (cosβz−jsenβZ)−V
(cosβz−jsenβZ)+V (cosβz+jsenβZ)
− (cosβz+jsenβZ)
+ − + −
(4.35)
+V )cosβz−(V −V )senβz
= Z0 (V
(V + =V − )cosβz−(V + +V − )senβz

Assim teremos a equação de impedância de uma terminação em qualquer ponto:

ZL − jZ0 tg(βZ)
Z(z) = Z(0) (4.36)
ZL − jZL tg(βZ)
Capı́tulo 5

Resultados Experimentais

5.1 Loop Ressonante


O Loop ressonante consiste em dois loops, um loop primário, que é menor, e um loop
secundário, que é maior, conforme dispostos na figura 5.1. A antena funciona como um
transformador: o loop primário recebe o sinal através de um cabo coaxial e o induz ao
loop secundário, que irradia o sinal. O ideal para esse tipo de antena é achar a frequência
onde os dois loops entram em ressonância para se obter o melhor desempenho.
Num primeiro momento, esse experimento visa caracterizar o SWR (coeficiente de
onda estacionária) da antena e tentar encontrar a frequência de ressonância entre os dois
loops na faixa de HF, entre 3 MHz e 30 MHz.

Figura 5.1: Arranjo da Antena Loop Ressonante


36

5.1.1 Confecção da Antena

Nessa antena em questão foram utilizados fios de cobre para a confecção do loop. O loop
primário utiliza um fio de cobre de 1,8 mm de diâmetro e moldado em uma circunferência
com 8,75 cm de raio. O loop secundário utiliza um fio de cobre de 3,5 mm e foi moldado
em uma circunferência com 44 cm de raio.
Para sustentar a estrutura, foi utilizada uma canaleta de pvc. Na figura 5.2 mostra
como ficou a antena pronta.

Figura 5.2: Antena Loop Ressonante

5.1.2 Equipamentos Utilizados

Para a realização desse experimento foi utilizado um Analisador de Transmissão da Phil-


more, modelo FSM55visto na figura reffig:equip1, para medir o SWR; Para gerar o sinal
foram utilizados 2 equipamentos, o Audio Generator da Delta, modelo DBR975, que gera
um sinal de onda quadrada para modular o sinal de RF, e um Sweep Generator da Wil-
tron Company, modelo 610c , que gera o sinal de RF na frequência desejada, os dois são
vistos na figura 5.4; um SWR Meter da HP, modelo 415E, que pode ser visto na figura
5.5; um amplificador de 30 dB da Intelcom, modelo ICA-30, visto na figura 5.6; e um
frequencı́metro digital montado pelo professor Tarcisio, visto na figura 5.7.
37

Figura 5.3: Analisador de Transmissão da Philmore

Figura 5.4: Audio Generator da Delta em cima e Sweep Generator da Wiltron Company
na parte de baixo
38

Figura 5.5: SWR Meter da HP

Figura 5.6: Amplificador de 30 dB da Intelcom


39

Figura 5.7: Frequencı́metro Digital

5.1.3 Conectores e Adaptadores

Com a grande quantidade de equipamentos, com conexões diferentes foi necessário a


confecção de novos cabos e a utilização de adaptadores, são eles: Conector BNC Macho,
figura 5.8(a); Emenda BNC Fêmea-Fêmea, figura 5.8(b); Divisor BNC T, figura 5.8(c);
SO-239 Painel, figura 5.9(a);Emenda SO-239 Macho-Macho, figura 5.9(b); Adaptador SO-
239 Fêmea para BNC Macho, figura 5.10(a); Adaptador SO-239 Macho para BNC Fêmea,
figura 5.10(b); Conector RG-6, figura 5.11.

(a) Conector BNC Macho (b) BNC Fêmea-Fêmea (c) BNC T

Figura 5.8: Conectores BNC


40

(a) SO-239 Painel (b) SO-239 Macho-Macho

Figura 5.9: Conectores SO-239

(a) SO-239 Fêmea para BNC Macho (b) SO-239 Macho para BNC
Fêmea

Figura 5.10: Adaptadores

Figura 5.11: Conector RG-6


41

5.1.4 Execução

A proposta inicial foi trabalhar na faixa de ondas curtas, entre 3 MHz e 30 MHz, porém
o gerador de sinal utilizado não atingia frequências abaixo de 5 MHz e o medidor de
SWR se mostrava pouco preciso nas frequências abaixo de 30 MHz. Resolvemos utilizar
frequências da faixa acima, VHF, para a antena ser melhor caracterizada.
Outro problema enfrentado foi a potência em que o gerador de sinais trabalhava,
que não era suficiente para o funcionamento do medidor de SWR passivo, visto que esse
tipo de equipamento é normalmente utilizado para radioamadorismo, onde as potências
empregadas são maiores que as dos equipamentos encontrados no laboratório. Assim, foi
necessário realizar um arranjo com o medidor de SWR configurado como um mediador de
perda de retorno, tornando possı́vel encontrar o SWR através das equações 5.1 5.2.

P erda(db) = −10log|Γ|2
−P erda(db)
(5.1)
Γ = 10( 20
;)

1+Γ
SW R = (5.2)
1−Γ
Onde: Γ é o coeficiente de reflexão.

Durante os testes, não conseguimos obter ressonância entre os loops em nenhuma


das frequências testadas. Concluı́mos que, para a dimensão das antenas, não havia po-
tência de transmissão suficiente para conseguir esse tipo de efeito e não havia nenhum
equipamento no laboratório capaz de fornecer um sinal na frequência e potência deseja-
dos.
Como não conseguimos realizar o experimento proposto, decidimos fazer a ca-
racterização do SWR dos dois Loops, primário e o secundário, separadamente e ver o
desempenho de cada um, além de tentar encontrar a frequência de melhor resposta.

5.2 Caracterização do Loop Pequeno


O objetivo, neste experimento é caracterizar o SWR do Loop primário, figura 5.12 que,
pelo tamanho, pode ser considerado um Loop Pequeno, ou magnético. As medições foram
feitas na faixa de 7 MHz a 84 MHz.
42

Figura 5.12: Antena Loop Pequeno

5.2.1 Arranjo

Nesse experimento, foram utilizados 2 tipos de arranjo:


1 - Do gerador de sinais era conectado um divisor BNC T que fazia uma ligação com
o frequencı́metro e outra com a entrada do amplificador de 30 dB, a saı́da do amplificador
ligado à entrada do Analisador de Transmissão e a antena ligada à saı́da do Analisador
de transmissão. O arranjo pode ser visto na figura 5.13
2 - Esse arranjo utilizada como base o arranjo 1, porém é feita a leitura da perda
de retorno no SWR Meter através de uma adaptação do circuito do Analisador de Trans-
missão da Philmore, que pode ser vista na figura 5.14. A entrada do SWR Meter é ligado
em paralelo à tensão que chega no mostrador do Analisador de Transmissão, a partir da
diferença da tensão do sinal direto e o refletido conseguimos obter a perda de retorno da
antena.
43

Figura 5.13: Arranjo 1 sem o Amplificador de 30 dB

Figura 5.14: Adaptação do Circuito do Analisador de Transmissão


44

5.2.2 Execução

Ultilizando o arranjo 2 foi realizada a medição do SWR obtendo os pontos mostrados no


gráfico 5.15. No primeiro dia de coleta de dados, houve uma certa dificuldade por causa
do frequencı́metro, que era movido a bateria, pois quando a bateria estava próxima ao
fim sua aferição ficava imprecisa, o que acabou impossibilitando medições em algumas
frequências. O problema foi superado utilizando uma fonte variável que era colocada em
9 volts.
No segundo dia já com a fonte variável alimentando o frequencı́metro foi terminada
a coleta de dados, buscando fazer a medição das frequências que não foram possı́veis ser
feitas no outro dia do experimento.
Em seguida com o arranjo 1, foi realizada novamente a medição do SWR, na faixa
de 76MHz a 84MHz, que servirá para comparação entre os dois métodos utilizados nesse
experimento. No gráfico 5.16 podemos observar as duas medições para a mesma faixa de
frequência.

Figura 5.15: Gráfico de SWR em relação a Frequência do Loop Pequeno

Podemos observar, através do gráfico da figura 5.16, que para a mesma faixa de
frequências, os valores de SWR são bem próximos. Considerando a taxa de erro dos
equipamentos, é válido afirmar que os dois métodos de aferição apresentam resultados
relativamente próximos. O levantamento desses dados foram feitos sobre as mesmas con-
45

Figura 5.16: Comparação de SWR Obtido Pela Perda de Retorno e Pela Medição Direta

dições experimentais, portanto, podemos calcular o valor médio do conjunto, e dispersão


das medições para as mesmas frequências, diferença em módulo entre o valor médio e o
valor medido.

SWR Pela Perda SWR Direto


7,0 7,9

Tabela 5.1: Valor Médio para cada medição

Frequência(MHz) SWR Pela Perda SWR Direto


76 5,43 2,11
77 0,73 0,11
78 1,11 0,88
79 0,73 0,88
80 0,26 2,11
81 0,95 0,11
82 1,14 0,11
83 0,73 0,88
84 0,28 1,88

Tabela 5.2: Dispersão das Medições


46

5.3 Caracterização do Loop Grande


O objetivo desse experimento é caracterizar o SWR do Loop secundário, que chamaremos
de Loop Grande. As medições foram feitas na faixa de 30 MHz a 100 MHz. Além disso
será observado o efeito da corrente não uniforme em uma antena Loop magnético. A
antena pode ser vista na figura 5.17.

Figura 5.17: Antena Loop Grande


47

5.3.1 Execução

Foi utilizado o arranjo 1 especificado no item 5.2.1. A escolha desse arranjo ocorreu
por percebermos uma interferência de algum laboratório próximo que estava alterando
os valores aferidos, visto que a escala e a sensibilidade do Analisador de Transmissão era
mais adequada para esse tipo de situação.
Encontramos algumas dificuldades na execução desse experimento: A falta de um
ambiente livre de obstáculos para a realização do experimento, visto que a antena apre-
sentava variações de acordo com movimentações na sala; e uma provável interferência de
ruı́do externo causada por outros laboratórios próximos. O resultado pode ser visto no
gráfico 5.18.

Figura 5.18: Gráfico do SWR Medido do Loop Grande

Na figura 5.19 temos o resultado experimental da perda de retorno, comparado


com os gráficos teóricos da perda de retorno para corrente não uniforme e uniforme. Os
valores da curva teórica foram obtidos com o código de Matlab no Anexo A, que tem base
nas tabelas do trabalho [2].
48

Figura 5.19: Gráfico Teórico e Experimental da Perda de Retorno do Loop Grande

5.4 Loop de Duas Espiras


Esse experimento é dividido em duas partes: Inicialmente será caracterizado o SWR da
antena e, a seguir será caracterizada a impedância de entrada da antena. Além disso, será
observado o efeito da corrente não uniforme na antena.

5.4.1 Confecção da Antena

A antena foi construı́da com um tubo de cobre de 12,6 mm de diâmetro. Aproveitando o


formato em que esse tipo de material é comercializado, foi mantida com duas espiras de
raio 45 cm. Para manter a mesma distância entre as espiras ao longo de antena, foram
utilizados espaçadores e braçadeiras plásticas. A imagem 5.20 mostra o resultado final.

5.4.2 Caracterização do SWR

O objetivo é caracterizar o SWR da antena Loop de Duas Espiras, na faixa de 30 MHz à


100 MHz e detectar o efeito da corrente não uniforme.
49

Figura 5.20: Antela Loop de Duas espiras

5.4.2.1 Execução

O experimento se iniciou com o arranjo 1 do item 5.2.1, e foram obtidos os pontos do


gráfico 5.21.
Após realizado o experimento, foi constatado que o descasamento entre o cabo
coaxial, que é desbalanceado, e a antena, que é balanceada, estaria causando um erro na
medição do SWR, pois parte do sinal era transmitido pelo conector do cabo. Para resolver
esse problema foi utilizado um Balun do tipo Caneta, visto na figura 5.22, para casar as
estruturas.
Com o Balun, foi realizada uma nova aferição, dessa vez utilizando o arranjo 2
do item 5.2.1, pois para a faixa de 90 MHz a 100 MHz alguns valores de SWR estavam
extrapolando a escala do Analisador de Transmissão. A segunda coleta de dados foi
realizada na faixa de 6,7 MHz a 100 MHz. Temos o gráfico 5.23, com as duas aferições a
serem comparados.
No gráfico 5.24, temos a comparação entre a medição da antena com balun e a
curva teórica. Os valores da curva teórica foram obtidos com o código de Matlab no
Anexo B, que tem base nas tabelas do trabalho [2].
50

Figura 5.21: SWR do Loop de Duas Espiras

Figura 5.22: Balun tipo Caneta


51

Figura 5.23: Comparação entre a antena com balun e sem balun

Figura 5.24: Comparação entre as medições e a curva teórica


52

5.4.3 Caractereização da Impedância de entrada

O objetivo é caracterizar a impedância de entrada da antena através de parâmetros da


onda estacionária. Serão feitas medições em 4 frequências 800 MHz, 850 MHz, 900 MHz
e 950 MHz.

5.4.3.1 Equipamentos Utilizados

Foi utilizado um Detector de SWR, modelo 805 da HP, que é um Slotted Line, uma Linha
de transmissão fendida; um Osciloscópio analógico; e uma carga em curto-circuito.

5.4.3.2 Montagem

A montagem desse experimento consiste no Osciloscópio ligado ao Detector de SWR e


esse conectado à antena ou à carga em curto-circuito, dependendo da aferição desejada.
A montagem pode ser vista na figura 5.25

Figura 5.25: Montagem para Cálculo da Impedância de Entrada

5.4.3.3 Execução

A impedância de entrada da antena será calculada a partir dos parâmetros de onda es-
tacionária. Utilizando o osciloscópio junto com Detector de SWR é possı́vel encontrar,
53

movendo a sonda, os pontos de máximo e mı́nimo da onda na linha de transmissão e


marcar suas respectivas posições.
Primeiramente devemos colocar o sistema em curto e mover a sonda para o final da
linha, movendo a sonda em direção ao inı́cio da linha, direção onde a escala do Medidor de
SWR diminui, procuramos a posição onde ocorre o primeiro mı́nimo da linha, esse ponto
é onde ocorre uma amplitude de sinal do osciloscópio igual a zero. Depois encontramos a
posição do segundo mı́nimo em sequências. Com o valor dessas duas posições é possı́vel
encontrar o comprimento da onda gerada pelo gerador de sinais, calculado segundo a
equação 5.3.

λz = 2(d1min − d2min ) (5.3)

Onde:
λz é o comprimento de onda
d1min é o primeiro ponto de mı́nimo encontrado
d2min é o segundo ponto de mı́nimo encontrado
A tabela 5.3 mostra os pontos de mı́nimo encontrados e o valor de λz calculados.

Frequência(MHz) 1o Mı́nimo(m) 2o Mı́nimo(m) λz (m)


800 0,3401 0,154 0,3722
850 0,3507 0,1759 0,3496
900 0,3612 0,1951 0,3322
950 0,3703 0,2135 0,3136

Tabela 5.3: Resultado do cálculo do comprimento de onda.

Utilizando o osciloscópio, encontramos o primeiro ponto de tensão máxima da onda.


O valor de tesão máxima aferida no osciloscópio será utilizado para encontrar os pontos
de meia tensão. Os pontos de meia tensão que devemos encontrar, ficam entre os dois
mı́nimos medidos anteriormente, na posição onde a tensão mostrada no osciloscópio é a
metade da tensão máxima. A distância entre esses pontos de meia tensão é chamada de
l, e pode ser visto na figura 5.26 e calculado pela equação 5.4.
54

Figura 5.26: Definição de pontos de meia tensão de onda estacionária

l = d1 v2 − d2 v2 (5.4)

Onde:
d1 v2 é o primeiro ponto de meia tensão
d2 v2 é o segundo ponto de meia tensão

Frequência Distância entre os pontos de meia tensão


800MHz 0,1051 m
850MHz 0,1057 m
900MHz 0,1054 m
950MHz 0,0989 m

Tabela 5.4: Resultados da distância entre os pontos de meia tensão.

Com as posições dos pontos mı́nimos e de meia tensão é possı́vel calcular o fator
m, que é o fator de correção do SWR, utilizando a equação 5.5.

log(cos( λlz ))
m= (5.5)
log( 12 )
55

Na tabela 5.5 temos os valores calculados de m.

Frequência m
800MHz 0,4526
850MHz 0,3839
900MHz 0,3406
950MHz 0,3458

Tabela 5.5: Tabela dos resultados do cálculo de m.

Terminada as medições, a sonda é colocada na posição do primeiro mı́nimo encon-


trado, para servir como referência, e trocamos a carga, que gera curto, pela antena loop.
Após o acoplamento da antena, a sonda é movida novamente em direção ao inı́cio da linha
de transmissão, para encontrarmos o primeiro ponto de tensão máxima; esse ponto será
utilizado no cálculo do ∆, que é a distância entre o primeiro ponto de tensão mı́nima
calculado em curto e o ponto de tensão máxima calculado com a antena, como mostram
a equação 5.6 e a figura 5.27.

∆ = d1min − d1max (5.6)

Onde:
d1min é o primeiro ponto de mı́nimo com a linha em curto
d1max é o primeiro ponto de máximo com a antena acoplada
Na tabela 5.6 encontramos o resultado de ∆.

Frequência ∆
800MHz 0,0781 m
850MHz 0,0518 m
900MHz 0,0621 m
950MHz 0,1236 m

Tabela 5.6: Tabela dos resultados do cálculo de ∆.

Além disso, são calculados os valores de tesão máxima e mı́nima para se obter o
SWR segundo a equação 5.7.
56

Figura 5.27: Comparação entre as ondas estacionárias da terminação aleatória e do


curto-circuito
57

|V (Z)|max
SW R = (5.7)
|V (Z)|min
Com os valores calculados de m e do SWR podemos encontrar o SWR corrigido
através da equação 5.8.

 m
m |V (Z)|max
SW R = SW R = (5.8)
|V (Z)|min
Na tabela 5.7 temos o valor das tensões máxima e mı́nima, do SWR e do SWR
Corrigido.

Frequência(MHz) V (Z)max V (Z)min SWR SWR Corrigido


800 5,9 1,5 3,9333 2,4786
850 4,1 0,8 5,1250 3,5855
900 6,8 1,2 5,6667 4,6091
950 6,8 1,4 4,8571 3,9402

Tabela 5.7: Tabela de resultados do cálculo do SWR e do SWR Corrigido.

De posse dos valores de ∆, λz e do SWR corrigido, podemos calcular a impedância


de entrada através da equação 5.9.
 
SW R − j.tg 2π λ∆z
ZL = 50.   (5.9)

1 − j.SW R.tg 2π λz
Aplicando a fórmula da impedância de entrada, podemos observar o resultado na
tabela 5.8.

Frequência(MHz) Zin
800 21,2841+10,6792j
850 20,2974+31,7779j
900 12,6428+19,7711j
950 30,1552-53,9830j

Tabela 5.8: Tabela dos resultados do cálculo da impedância de entrada.

Com esses resultados, seria possı́vel afirmar que entre 900 MHz e 950 Mhz a antena
entrou em ressonância. Resolvemos, então, refazer esse experimento entre essas duas
58

frequências para melhor explorar este efeito. Podemos ver SWR e o SWR Corrigido na
tabela 5.9 obtidos nessas novas medições.

Frequência(MHz) V (Z)max V (Z)min SWR SWR Corrigido


900 5,4 1,1 4,9091 3,3139
930 7 0,4 17,5000 11,0357
940 5,5 0,4 13,7500 5,8863
950 5,9 1,1 4,6364 4,3606
960 5,4 2,3 2,3478 2,0083

Tabela 5.9: Tabela de resultados do cálculo do SWR e do SWR Corrigido.

Com o SWR corrigido, foi calculada a impedância de entrada com a equação 5.9.
Os resultados são vistos na tabela 5.10.

Frequência Zin
900 MHz 20,9827+29,2077j
930 MHz 94,0969+202,4679j
940 MHz 200,159-134,3359j
950 MHz 30,1552-53,9830j
960 MHz 47,4553-78,3503j

Tabela 5.10: Tabela dos resultados do cálculo do Zin .

Podemos ver os resultados desse experimento no gráfico 5.28.

5.5 Loop Pequeno Caracterização da Impedância


O último experimento realizado tem com o objetivo a caracterização a impedância da
antena para a faixa de frequência de 900MHz a 1500MHz, para avaliar seu desempenho
nessa faixa e comparar com a curva teórica da corrente não uniforme.

5.5.1 Execução

Utilizando a montagem descrita no item 5.4.3.2 e seguindo os mesmos paços do item


5.4.3.3.
59

Figura 5.28: Gráfico do SWR Corrigido para cada Frequência

5.5.2 Resultados

Os resultados dos valores dos mı́nimos e os comprimentos de onda encontrados podem ser
vistos na tabela 5.11.

Frequência(MHZ) 1o Mı́nimo(m) 2o Mı́nimo(m) λz (m)


900 0,3633 0,1957 0,3352
950 0,3713 0,2143 0,314
1000 0,3783 0,2285 0,2996
1050 0,385 0,2428 0,2844
1100 0,3915 0,2555 0,272
1150 0,3985 0,2677 0,2616
1200 0,278 0,1535 0,249
1210 0,2809 0,1566 0,2486
1220 0,2825 0,1593 0,2464
1230 0,2848 0,1624 0,2448
1240 0,2862 0,1651 0,2422
1250 0,2888 0,1682 0,2412
1300 0,2973 0,182 0,2306
1350 0,3055 0,1956 0,2198
1400 0,314 0,2062 0,2156
60

1430 0,318 0,2139 0,2082


1500 0,328 0,2296 0,1968

Tabela 5.11: Tabela dos resultados do cálculo de λz

Depois foram realizadas as medições dos pontos de meia onda, que podem ser vistos
na tabela 5.12, e com eles foi possı́vel calculador o l segundo a equação 5.4.

Frequência(MHZ) 1o Meia Tensão(m) 2o Meia Tensão(m) l(m)


900 0,3285 0,2277 0,1008
950 0,3379 0,2472 0,0907
1000 0,353 0,2563 0,0967
1050 0,3569 0,2716 0,0853
1100 0,3678 0,2795 0,0883
1150 0,3753 0,2904 0,0849
1200 0,2543 0,1775 0,0768
1210 0,2578 0,1798 0,078
1220 0,26 0,1829 0,0771
1230 0,2608 0,1869 0,0739
1240 0,2625 0,1885 0,074
1250 0,2656 0,191 0,0746
1300 0,275 0,2044 0,0706
1350 0,2828 0,2173 0,0655
1400 0,2928 0,2288 0,064
1430 0,2974 0,2346 0,0628
1500 0,3091 0,2478 0,0613

Tabela 5.12: Tabela dos resultados do cálculo de l

Com os valores de l e λz é possı́vel calcular o valor de correção m através da equação


5.5, os resultados são apresentados na tabela 5.13.

Frequência(MHZ) λ(m) l(m) m


900 0,3352 0,1008 0,7711
61

950 0,314 0,0907 0,6996


1000 0,2996 0,0967 0,9201
1050 0,2844 0,0853 0,7662
1100 0,272 0,0883 0,9338
1150 0,2616 0,0849 0,9331
1200 0,249 0,0768 0,8208
1210 0,2486 0,078 0,8565
1220 0,2464 0,0771 0,8507
1230 0,2448 0,0739 0,7784
1240 0,2422 0,074 0,8018
1250 0,2412 0,0746 0,8264
1300 0,2306 0,0706 0,8058
1350 0,2198 0,0655 0,7542
1400 0,2156 0,064 0,7472
1430 0,2082 0,0628 0,7769
1500 0,1968 0,0613 0,8411

Tabela 5.13: Tabela dos resultados do cálculo de m

Na tabela 5.14, temos o resultado da medição da posição do primeiro ponto de


tensão máximas com a antena acoplada ao detector de SWR. Além disso, já temos o
cálculo de ∆ demonstrado na equação 5.6 e a figura 5.27.

Frequência(MHZ) 1o Máximo(m) ∆(m)


900 0,3373 0,026
950 0,3066 0,0647
1000 0,2344 0,1439
1050 0,3695 0,0155
1100 0,2845 0,107
1150 0,2723 0,1262
1200 0,2478 0,0302
1210 0,1478 0,1331
1220 0,1638 0,1187
62

1230 0,1752 0,1096


1240 0,1831 0,1031
1250 0,1846 0,1042
1300 0,1846 0,1127
1350 0,2389 0,0666
1400 0,2256 0,0884
1430 0,2695 0,0485
1500 0,2779 0,0501

Tabela 5.14: Tabela dos resultados do cálculo de ∆

Na tabela 5.15, temos o resultado da medição das tensões máximas e mı́nimas


para cada frequência e com a antena acoplada ao detector de SWR, utilizando a equação
5.7 o SWR foi calculado e a equação 5.8 foi aplicado o fator de correção a esse SWR e
encontrado o SWR Corrigido.

Frequência(MHZ) Vmax (V ) Vmin (V ) SWR SWR Corrigido


900 0,4 0,008 50,0000 20,4222
950 0,36 0,044 8,1818 4,3513
1000 0,44 0,007 62,8571 45,1491
1050 0,66 0,016 41,2500 17,2877
1100 0,4 0,068 5,8824 5,2311
1150 0,4 0,012 33,3333 26,3645
1200 0,26 0,14 1,8571 1,6621
1210 0,25 0,044 5,6818 4,4283
1220 0,38 0,04 9,5000 6,7884
1230 0,34 0,02 17,0000 9,0745
1240 0,37 0,012 30,8333 15,6274
1250 0,42 0,02 21,0000 12,3789
1300 0,22 0,01 22,0000 12,0723
1350 0,15 0,01 15,0000 7,7099
1400 0,18 0,01 18,0000 8,6676
1430 0,2 0,01 20,0000 10,2505
63

1500 0,21 0,026 8,0769 5,7953

Tabela 5.15: Tabela dos resultados do cálculo do SWR e do SWR Corrigido

Com os valores obtidos e calculados é possı́vel utilizar a equação 5.9 para calcular
a impedância de entrada da antena loop. Os resultados podem ser vistos na tabela 5.16.

Frequência(MHZ) ZL
900 11,0698+93,3168j
950 12,3613+13,364j
1000 70,4691-389,4776j
1050 24,9933+136,2039j
1100 23,4281-57,4701j
1150 139,6704-402,9564j
1200 45,1619+23,9198j
1210 116,1974+105,0614j
1220 213,3344-161,1499j
1230 47,9186-131,1859j
1240 15,5376-97,2056j
1250 22,8096-105,7813j
1300 349,8835-296,1848j
1350 7,2466-16,9704j
1400 19,4561-75,2698j
1430 4,9337+5,3256j
1500 8,6347-1,3943j

Tabela 5.16: Tabela dos resultados do cálculo da impedância de entrada

Além disso, temos o gráfico 5.29 que compara a perda de retorno no modelo teórico
de corrente não uniforme, com as medições na faixa de frequências correspondentes.
No gráfico 5.30, temos a comparação entre os resultados obtidos da perda de retorno
e a curva teórica. Os valores da curva teórica foram obtidos com o código de Matlab no
Anexo C, que tem base nas tabelas do trabalho [2].
64

Figura 5.29: Gráfico SWR pela Frequência com as Impedâncias

Figura 5.30: Gráfico comparado a perda de retorno teórica com a obtida nas medições
Capı́tulo 6

Discusão de Resultados

Utilizamos duas técnicas para a medição do SWR nesse experimento. No item 5.2.2 foi
demonstrado que as duas técnicas obtêm resultados relativamente próximos e isso nos
permite comparar resultados de medições feitas pelas duas técnicas, porém a medição
feita pelo equipamento da Philmore se mostrou menos sensı́vel a interferências, oscilando
menos e facilitando a medição, mas ele apresenta a limitação de sua escala, que calcula
SWR até 8, além da necessidade de um nı́vel de sinal mais alto. Quando o SWR ultrapassa
a escala do aparelho ou o nı́vel de sinal é baixo, é necessário utilizar o arranjo 1 descrito
em 5.2.1, que calcula o SWR através da perda e possibilita calcular SWR mais altos.
Um dos objetivos desse experimento era encontrar pontos de ressonância para
cada antena nas faixas de frequência utilizadas. A princı́pio, as antenas loop pequeno,
loop grande e loop de duas espiras aparentavam alguns pontos que indicavam ressonância,
com SWR baixo, porém, ao utilizar o Balun e refazer as medições para a antena loop de
duas espiras é possı́vel ver, no gráfico da figura 5.23, que as medições sem o balun onde
a perda de retorno é máxima, o que se caracterizaria como ressonância, para as mesmas
frequências, nas medições com Balun a perda se mostrava pequena. O descasamento entre
a antena e o cabo coaxial pode ter causado essa ressonância medida. Seria necessário
realizar novamente os experimentos e aferir se o ponto de ressonância realmente ocorre
ou não.
Outro ponto a ver avaliado é a comparação das medições com a curva teórica na
comparação do loop grande com as correntes uniforme e não uniforme. No gráfico da
figura 5.19, podemos observar que sua perda de retorno sempre varia em uma determi-
nada faixa, devido ao erro do equipamento ou interferência de fatores externos, podendo

65
66

ser considerado constante. Para a faixa de frequência medida, isso ocorre tanto para cor-
rente uniforme quanto para não uniforme, sendo necessária uma medição com valores de
frequência mais altos para uma melhor comparação. No loop de duas espiras, comparado
com a corrente não uniforme no gráfico da figura 5.24, é possı́vel observar que a partir
de 40 MHz a variação da perda de retorno se torna mais estável, seguinte o modelo de
corrente não uniforme. Para a comparação do loop pequeno no gráfico da figura 5.30,
podemos observar que são as medições que mais se aproximam do teórico, com apenas al-
guns pontos de ressonância fora da curva, o que pode ter sido causado por algum conector
mecânico.
Levando em consideração não apenas o desempenho da antena, mas também os
equipamentos empregados, cabos e conectores, além de aspectos do meio ambiente ele-
tromagnético do laboratório, como interferências, ruı́dos externos e tipo de medições é
possivel fazer uma avaliação completa da realização dos esperimentos.Discutiremos cada
experimento separadamente, ignorando a antena Loop Ressonante, que por falta de equi-
pamentos com as caracterı́sticas necessárias para o funcionamento desse tipo de antena,
impossibilitaram a realização desse experimento.
Usamos duas técnicas diferentes para fazer a caracterização do SWR das antenas
na faixa de frequência de 6MHz até 100 MHz. A primeira era calculada diretamente pelo
equipamento Philmore, modelo FSM55 e a segunda era pela perda de retorno do sinal na
entrada do mesmo equipamento. A utilização, entre uma técnica e outra, dependia do
nı́vel do sinal e da escala, pois, no equipamento da Philmore, quando o SWR ultrapassava
a casa dos 12, sua escala ficava de difı́cil aferição e optávamos por fazer essas medições
pela perda de retorno. Outra motivação que nos levou entre a escolha das duas técnicas
foi o nı́vel de sinal, visto que o equipamento da Philmore é um equipamento passivo,
ou seja, não tem um amplificador e consequentemente não gera um ganho ao sinal e em
algumas faixas de frequências, principalmente as mais baixas, a aferição pelo equipamento
era impossı́vel.
Na faixa de frequência entre 76 MHz e 84 MHz do Loop Pequeno, utilizamos as
duas medições, como pode ser visto na figura 5.16. Podemos analisar pela tabela 5.1 do
valor médio que em ambas as configurações se assemelham bastante, tendo uma diferença
de 0,9. Quando analisamos as dispersões das medidas, observamos que os mesmo tem
um valor muito baixo, exceto para a frequência de 80 MHz que podemos considerar essa
67

distorção causada por algum elemento externo.


Podemos observar que a antena segue o modelo de corrente uniforme, onde a perda
de retorno, ou o SWR, são constantes ao longo da faixa de frequências. Isso já era
esperado, levando em consideração o diâmetro da antena ser muito pequeno, fazendo que
seu fator ka do item 4.12.4 seja menor que 0,1. Assim, a antena irá precisar de um
elemento capacitivo para poder entrar em ressonância com essas dimensões. No primeiro
dia, os resultados variaram muito e não seguiram nenhum padrão. Podemos atribuir duas
possı́veis causas: o mau funcionamento do frequencı́metro (bateria fraca); ruı́dos externos
causados por algum laboratório nas proximidades.
Posteriormente, realizamos o experimento para frequências mais altas, acima de
800 MHz, a medição do SWR e a impedância de entrada através do equipamento SWR
Meter da HP, conforme descrevemos no 5.4.3. O gráfico da figura 5.15, mostra o SWR para
frequências menores, enquanto o gráfico da figura 5.29 mostra para frequências maiores.
Podemos notar a validade da teoria da corrente não uniforme, pois para frequências mais
altas o comprimento de onda diminui e faz com que o diâmetro da espira seja maior em
relação ao mesmo.
Durante a realização do experimento com o Loop Grande, apesar dos problemas
enfrentados ao longo das medições, podemos observar que para as frequências próximas de
100 MHz os valores obtidos seguem, aparentemente, a curva teórica da perda de retorno
para corrente não uniforme, mas não temos dados necessários para corroborar essa afirma-
ção pois até 60 MHz, as curvas teóricas da corrente são próximas e seria necessária uma
medição para frequências acima de 100 MHz. Fazendo uma comparação com a antena
loop pequeno era de se esperar que a antena loop grande obtivesse uma melhor resposta,
por ter um diâmetro maior em relação à antena de loop pequena, o que implica em um
fator ka do item 4.12.4 maior e menos uniformidade na corrente.
Nos experimentos feitos com a antena de duas espiras, a princı́pio sem balun, nota-
mos que os valores coletados de SWR estavam com valor médio baixo, o que caracterizaria
uma boa eficiência da antena, porém, ao constatar o desbalanceamento entre o cabo co-
axial e a antena, o experimento foi refeito, mas dessa vez com a utilização de um balun
para casar as impedâncias. Com isso, o comportamento da perda de retorno apresentou
uma menor variação entre as frequências, o que se aproxima do teórico, que apresenta
uma curva suave, com comportamento quase linear.
68

Na caracterização da impedância de entrada do loop de duas espiras, obtivemos


também o gráfico da figura 5.28 de SWR para frequências de 800 MHz a 960 MHz, e ele
nos traz algumas informações interessantes, como na frequência de 940 MHz, onde ocorre
uma antirressonância, e no ponto de 960 MHz aparentemente é um ponto de ressonância,
algo que se aproxima do gráfico da figura 4.8. A antena para essa faixa de frequência
apresenta uma boa eficiência, o SWR se apresenta abaixo de 5 e uma impedância baixa,
exceto para 930 MHz e 940 MHz.
A caracterização da impedância de entrada da antena loop pequeno apresentou
baixa eficiência para essa faixa de frequências, devido à média alta de SWR e o valor alto
das impedâncias, apesar de um ponto de ressonância, na frequência de 1200 MHz, que
provavelmente foi provocado por algum conector, o resultado era esperado e se comporta
muito próximo à curva teórica visto no gráfico da figura 5.30.
Capı́tulo 7

Conclusão

O estudo realizado mostrou que dentre as três antenas estudadas a que teve o melhor
desempenho e mais próximo do teórico foi a antena de Loop de duas espiras, o que já era
de se esperar, pois pela teoria da corrente não uniforme quanto maior a circunferência da
antena em relação ao comprimento de onda melhor é a sua resposta. Podemos concluir,
também, que tal antena se comporta melhor com frequências mais altas tendo até um
ponto de ressonância encontrado. Outro ponto é quando comparamos os valores do loop
pequeno com o loop grande, que corrobora com a teoria da corrente não uniforme
Capı́tulo 8

Sugestões para trabalhos futuros

Levando em consideração o trabalho de levamtamento teórico, a confecção das antenas e


posteriormente a difilculdade em colher dados foi presente nesse trabalho em função da
indisponibilidade dos equipamentos e do curto prazo para a conclusão dessa dissertação.
Recomenda-se para trabalhos futuros um estudo mais detalhado, no que se diz res-
peito, a modelagem dos principais parâmetros para análise das antenas, como por exem-
plo, fazer a obtenção do diagrama de radiação em uma determinada faixa de frequência
pré-definda, obter a largura de banda, ganho e diretivdade.
Por fim, sugere-se também que com o uso da antena de loop de duas espiras, no
qual obtivemos a melhor resposta, fazer testes de sintonia de alguma estação de ondas
curtas, por exemplo, BBC ou a rádio Vaticano.
71

Anexo A

a =.5∗88 e −2; % r a i o da e s p i r a
b = 0 . 5 ∗ 3 . 5 e −3; % r a i o do condutor
med 4 = [ . 0 5 .0053 81.46
.1 .0419 167.0
.15 .1548 265.3
.2 .5967 386.2
.25 1.721 549.5
.3 6.042 797.4
.35 23.5 1255.6
.4 131.5 2446.6
.45 1465.2 14782.6
.5 588.8 −3477.0
.55 185.6 −1617.7
.6 106.1 −1011.2
.65 89.32 −754.6
.7 79.48 −576.3
.75 76.52 −451.4
.8 77.55 −356.1
.85 81.63 −278.4
.9 88.5 −211.6
.95 98.43 −151.5
1.0 112.0 −95.32
1.05 130.5 −41.05
1.1 155.3 13.3
72

1.15 190.7 67.58


1.2 239.3 125.4
1.25 312.5 181.6
1.3 422.0 227.9
1.35 584.2 236.5
1.4 788.1 142.3
1.45 926.1 −116.0
1.5 837.1 −419.6
1.55 610.9 −559.7
1.6 414.5 −554.2
1.65 287.7 −493.0
1.7 212.5 −422.5
1.75 168.8 −356.6
1.8 144 −297.6
1.85 131.3 −245.3
1.9 123.8 −193.8
1.95 129.7 −154.6
2.0 137.6 −113.9
2.05 151.7 −75.2
2.1 172.7 −38.28
2.15 195.8 −36.02
2.2 243.0 26.49
2.25 257.2 48.43
2.3 367.0 53.74
2.35 447.1 28.71
2.4 520.0 −39.84
2.45 552.7 −148.0
2.5 521.0 −259.2];

f 4=med 4 ( : , 1 ) ∗ 3 e8 /(2∗ p i ∗a ) ;
z i n 4=med 4 ( : , 2 ) + j ∗med 4 ( : , 3 ) ;
gama 4=( z i n 4 − 5 0 ) . / ( z i n 4 +50);
73

swr 4=(1+abs ( gama 4 ) ) . / ( 1 − abs ( gama 4 ) ) ;


Pr 4=−10∗ l o g 1 0 ( ( abs ( gama 4 ) ) . ˆ 2 ) ;

figure ;
h o l d on ;
p l o t ( f r e q /1 e6 , Pr , ’ x ’ ) ;
p l o t ( f 4 /1 e6 , Pr 4 , ’ + ’ ) ;
l e g e n d ( ’ C o r r e n t e Uniforme ’ , ’ C o r r e n t e Não Uniforme ’ ) ;

t i t l e ( ’ \ t e x t i t {Loop} 88cm ( sem Balun ) ’ )

x l a b e l ( ’ f r e q u ê n c i a (MHz) ’ ) ;

y l a b e l ( ’ Perda de Retorno (dB ) ’ ) ;


hold o f f
g r i d on ;
Anexo B

med 3 = [ . 0 5 .0047 72.24


.1 .0411 147.0
.15 .1532 233.9
.2 .5991 342.7
.25 1.744 488.8
.3 6.263 713.6
.35 24.43 1136.6
.4 149.1 2294.6
.45 2263.2 5631.6
.5 479.5 −2768.6
.55 167.7 −1360.8
.6 108.0 −891.3
.65 84.42 −650.5
.7 75.87 −500.7
.75 73.5 −394.9
.8 74.78 −314.0
.85 78.92 −248.3
.9 85.67 −192.1
.95 95.37 −141.5
1.0 108.1 −95.57
1.05 125.5 −51.61
1.1 148.3 −8.771
1.15 179.4 33.22
1.2 222.4 73.7

74
75

1.25 282.8 109.6


1.3 367.3 132.4
1.35 480.3 121.7
1.4 604.5 50.75
1.45 677.1 −122.7
1.5 627.6 −308.0
1.55 491.3 −412.2
1.6 355.3 −425.4
1.65 260.3 −393.3
1.7 198.2 −346.3
1.75 162.4 −295.3
1.8 138.1 −253.9
1.85 126.3 −213.3
1.9 122.1 −176.6
1.95 124.0 −142.6
2.0 130.5 −111.5
2.05 142.1 −82.63
2.1 159.2 −56.28
2.15 182.5 −33.0
2.2 212.8 −15.14
2.25 250.7 −4.160
2.3 295.8 −6.389
2.35 342.5 −27.26
2.4 379.2 −70.53
2.45 397.6 −132.8
2.5 381.6 −196.0];

f 2=med 3 ( : , 1 ) ∗ 3 e8 / ( p i ∗45 e −2);


z i n 2=med 3 ( : , 2 ) + j ∗med 3 ( : , 3 ) ;
gama 2=( z i n 2 − 5 0 ) . / ( z i n 2 +50);
swr 2=(1+abs ( gama 2 ) ) . / ( 1 − abs ( gama 2 ) ) ;
Pr 2=−10∗ l o g 1 0 ( ( abs ( gama 2 ) ) . ˆ 2 ) ;
76

figure ;
h o l d on ;
t i t l e ( ’ \ t e x t i t {Loop} 45cm (Com Balun ) ’ )
x l a b e l ( ’ f r e q u ê n c i a (MHz) ’ ) ;
y l a b e l ( ’ Perda de Retorno (dB ) ’ ) ;
p l o t ( f 2 /1 e6 , Pr 2 , ’ ∗ ’ ) ;
l e g e n d ( ’ Modelagem Não Uniforme ’ ) ;
g r i d on ;
hold o f f ;
Anexo C

a = . 5 ∗ 1 7 . 5 e −2; % r a i o da e s p i r a
b = 0 . 5 ∗ 1 . 8 e −3; % r a i o do condutor

med 4 = [ . 0 5 .0053 81.46


.1 .0419 167.0
.15 .1548 265.3
.2 .5967 386.2
.25 1.721 549.5
.3 6.042 797.4
.35 23.5 1255.6
.4 131.5 2446.6
.45 1465.2 14782.6
.5 588.8 −3477.0
.55 185.6 −1617.7
.6 106.1 −1011.2
.65 89.32 −754.6
.7 79.48 −576.3
.75 76.52 −451.4
.8 77.55 −356.1
.85 81.63 −278.4
.9 88.5 −211.6
.95 98.43 −151.5
1.0 112.0 −95.32
1.05 130.5 −41.05

77
78

1.1 155.3 13.3


1.15 190.7 67.58
1.2 239.3 125.4
1.25 312.5 181.6
1.3 422.0 227.9
1.35 584.2 236.5
1.4 788.1 142.3
1.45 926.1 −116.0
1.5 837.1 −419.6
1.55 610.9 −559.7
1.6 414.5 −554.2
1.65 287.7 −493.0
1.7 212.5 −422.5
1.75 168.8 −356.6
1.8 144 −297.6
1.85 131.3 −245.3
1.9 123.8 −193.8
1.95 129.7 −154.6
2.0 137.6 −113.9
2.05 151.7 −75.2
2.1 172.7 −38.28
2.15 195.8 −36.02
2.2 243.0 26.49
2.25 257.2 48.43
2.3 367.0 53.74
2.35 447.1 28.71
2.4 520.0 −39.84
2.45 552.7 −148.0
2.5 521.0 −259.2];

f 4=med 4 ( : , 1 ) ∗ 3 e8 /(2∗ p i ∗a ) ;
z i n 4=med 4 ( : , 2 ) + j ∗med 4 ( : , 3 ) ;
79

gama 4=( z i n 4 − 5 0 ) . / ( z i n 4 +50);


swr 4=(1+abs ( gama 4 ) ) . / ( 1 − abs ( gama 4 ) ) ;
Pr 4=−10∗ l o g 1 0 ( ( abs ( gama 4 ) ) . ˆ 2 ) ;

figure ;
h o l d on ;
x l a b e l ( ’ f r e q u ê n c i a (MHz) ’ ) ;
y l a b e l ( ’ Perda de Retorno (dB ) ’ ) ;
p l o t ( f 4 /1 e6 , Pr 4 , ’ ∗ b ’ ) ;
l e g e n d ( ’ C o r r e n t e não uniforme ’ ) ;
hold o f f
g r i d on ;
80

Referências Bibliográficas

[1] ATO No 2.099. Plano de Atribuição, Destinação e Distribuição de Faixas de Frequên-


cias no Brasil, 14 De abril de 2012.

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instrument-based air navigation: need, appearance and evolution, Junho 2015.

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Auxı́lios-Rádio, 13a Edição 2015 - 2019.

[5] Constantine A. Balanis, Antenna Theory Analysis And Design, A John Wiley &
Sons, Inc., Publication, 3o Edição.

[6] Info Escola (Radioamadorismo)


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https://www.radioamador.com/?page id=48

[8] Associação de Radioamadores dos Açores (O que é um Radioamador?),


https://www.cu2ara.com/o-que-e-um-radioamador/.

[9] Anatel (Serviço de Radiodifusão), http://www.anatel.gov.br/setorregulado/servicos-


de-radiodifusao.

[10] Teleco (Migração de rádios AM para FM), http://www.teleco.com.br/radio.asp.

[11] Resolução no 452, Faixa e Modos Para Radioamador, de 11 de dezembro de 2006.


81

[12] Marcelo S. Alencar, Waslon T. A. Lopes*, Thiago T. Alencar, O Fantástico Pa-


dre Landell de Moura e a Transmissão sem Fio, Universidade Federal de Campina
Grande, Campina Grande PB *Faculdade ÁREA1, Salvador BA, 2000

[13] Wikipedia (Roberto Landell de Moura),


https://pt.wikipedia.org/wiki/Roberto Landell de Moura.

[14] Willian H. Hayt, Jr., John A Buck Eletromagnetismo, Editora LTC, 6o Edição.

[15] Joel R. Hallas, W1ZR Basic Antennas Understanding Pratical Antennas And Design,
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[18] Zennaro, Marco; Fonda, Carlo. Radio Laboratory Handbook, Vol.1 2004.

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[21] DX Clube do Brasil (Propagação pela E Esporádica),


https://www.ondascurtas.com/artigos/propagacao-pela-e-esporadica/.

[22] Cisco (Antenna Patterns and Their Meaning),


http://www.cisco.com/c/en/us/products/collateral/wireless/aironet-antennas-
accessories/prod white paper0900aecd806a1a3e.html.

[23] National Oceanic and Atmospheric Administration (NWS WSR-88D to Re-


ceive Dual Polarization Upgrade),
http://www.crh.noaa.gov/dualpol/index.php?wfo=abr.

[24] Wikipedia (Circular dichroism),


https://en.wikipedia.org/wiki/Circular dichroism.

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