Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
N3 - ParteII - VERSÃO KING JAMES Março PDF
N3 - ParteII - VERSÃO KING JAMES Março PDF
Quanto à es tru tura da minha comu nica ção , quero , obviamente , com o
membro da So ciedade Científica, começar por felicitar a Direcção p or es ta
iniciativa e, com o orga nizadora do Se minário, agrade cer a todos os
confere ncistas que me deram a ho nra de a ceitar os meus co nvites par a no s
virem falar nas próximas sessões deste Seminário e a todos os presentes p or
nos a compan harem nes tas j ornada s de es tudo. Ao pr ocurar colab orado res
para este Seminário tive em linha de co nta a von tade de represen tar a
diversidade de pe rs pectivas formada s po r d iferentes mod os de in terpre tar a
Sagrada Es critur a, embora es teja cons cien te de que, a pesar disso , muitas
vozes nã o estão re presentadas. Ao co nvidar os conferen cistas , pedi -lhes par a
reflectirem sobre alguns dos fa ctores q ue po ssam ter contribuído par a formar
o seu interesse pela Bíblia e influenciado o seu modo de a interpre tar p ois
O q ue é a Bíblia?
Como influencia aq ueles que a conside ram como a norma
para a sua fé e prá tica de vida?
Como podem os leitores actuais compreen de r a linguagem
dos a ntigos es critores?
O q ue significa chamar à Bíblia “A Palavra do Senh or”?
Papiro
São inúmeros os eru ditos que se têm debru çado so bre aquilo que já
foi designado como "o mistério da Bíblia" e pode dizer -se que - além do
con teúdo e de se r a Palavra de Deus - ele d eriva do seu estilo inimitável, da
beleza do som dos te rmos usad os e do aparato ora tó rio que tan to
impressionam os leitores assim como do incon testável encan to da his tóri a
narrada. Com efeito, as narra tivas bíblicas - que foram duran te muito temp o
aperfeiçoa das oralmen te an tes de serem re d igidas - obedecem a sub tis regras
Pode ver-se a Bíblia como uma colecçã o de tex tos "can ónicos"
inúmeras vezes referidos n ou tras litera tura s e cujos valo res (tal como têm
sido interp retad os p or indivíduos ou grupos poderos os o u domina ntes) deram
forma tan to a filoso fias como a sis tem as lega is. Para consideramos a
influência da Bíblia na arte e na litera tura , basta pensa rmos nos es cultores
de Chartres , em Miguel Ângelo ou n os mosa icos de Ravena o u n os n omes d e
Montaigne, G oethe , Nietzsche o u Dante.
Por seu lado, a história das tradu ções da Bíblia para língua inglesa é
muito longa e complexa e, por isso, apen as a poderei referir brev emente
aqui. Segundo a tradiçã o, o his toriad or conhecid o como Ve nerável Bede
estava a fazer a tr adu ção da Bíblia para Anglo -Saxão q uand o morreu em 73 5 e
algumas partes da S agrada Escritura , tal co mo os Dez Mandamen tos , tre ch os
do Êx odo ( 21- 23) e dos A ctos dos Ap óstolos (15) e alguns Salmos te riam sido
tradu zidas pelo rei Alfred, the Great ( 84 9 - 901) . Mais tarde , no sé culo X ,
Aelfric (955- 102 0), o Abade d o mosteiro de Eynsham , per to de Oxford ,
também tra duziu par a Anglo-S axónico ex cer tos d o An tigo Tes tamento assim
como os Evangelhos e alguns livros do Novo Testamen to. Em cerca de 13 00
foram também tra duzid os em Middle English fragmentos dos S almos e do
Novo Tes tamento. Es tas tra duções f oram as precurs oras das f amo sas vers ões
que, segun do a tradi ção , estã o asso ciadas com John Wy cliffe (13 20 - 13 84) e
que se baseavam na Vulgata de S. Jerónimo (346 -42 0) do V século d. C., que
era a versão latina da Bíblia ofi cialmente pr omulgada pela Igreja Católica ao
longo da Idade Mé dia e que tinha sido enco mendada pelo Papa Dâmaso I em
382.
Bíblia de Gu tenberg
Geneva Bible
Houve sete tra duções inglesas que prepa rar am e servir am de alicerce
ao original da King James Version : Tyndale, Coverdale, Matthews, Great Bible,
Taverners (que era uma revisão da Matthew 's, Geneva e Bishops'. É também
de referir que os tradutores da versão autoriza da eram homens de uma
erudição sem paralelo , que represen tavam o poder in telectual combinado das
118 GAUDIUM SCIENDI, Nº 3, JANEIRO 2012
duas mais impor tan tes u niversidades ingles as: Oxford e Cambridge. Ao dar
aos tradu tores ins tru ções precisas o rei tin ha o objectivo de garantir que a
nova versão iria respeitar a eclesiologia e reflecti r a estrutura episcop al da
Church of England , visto que a tr adu ção foi feita por 47 e ruditos, to dos
Anglicanos. Tal como nas ou tras tradu ções do período , o N. T. foi traduzid o
do Grego, o A.T. do texto hebrai co e os Apócrifos do Grego e do La tim. No
Book o f Common Prayer (1662) , que esta belece as leitur as par a as orações e
serviços religiosos, os textos da Authorized Version substituíram os da Grea t
Bible – relativos às leituras das Epístolas e dos Evangelhos – sendo assim
autoriza dos p or Decreto do Parlamento. Na 1ª metade do século XVIII, a
Authorized Version era já efectivamente a única tra dução inglesa usada nas
igrejas Anglicanas e Protes tantes , tendo vi ndo a su plantar a Vulgata Latina
como versão padrã o da Escri tura para os eru ditos de língua inglesa.
2
I João 5:7, Actos 8:37, Actos 9:5-6, Actos 20:28 e Mateus 27:35.
121 GAUDIUM SCIENDI, Nº 3, JANEIRO 2012
"É a mais bela de toda s as tra duções d a Bíblia... Em 18 85 foi
publicada uma Versã o Revista e uma American Revised Version em 1901, e
desde então muitos homens cul tos mas imprudentes têm ten tad o faze r
tradu ções que fo ssem matematicamen te cor rectas , e em linguagem coloquial.
Mas a Authorized Version nunca cede u o se u lugar cimeiro a qualquer delas
porque é o bvia e comprovadamen te melhor do que elas, tal como é melhor
do que o N. T. Grego o u a Vulgata ou a Sep tuaginta. O seu Inglês é
extraordin ariamente simples, pur o, eloque nte, en can tado r. É uma mina de
poesia magnífica e incomparável, que é a mais emocionante e comove dora
que já se ouviu."