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SOU NEGRO.

Aquele que, era uma


em décadas mercadoria rotulada
não muito que tinha apenas valor
remotas, comercial.

Um ser sem voz... Mas com alma,


Sem honra... caráter,
Dignidade... personalidade...
Sem autonomia Vida...
para exigir respeito, Porque, nas
para alimentar a Minhas veias,
ambição corria o
dos sequiosos sangue humano.
de poder.
SOU NEGRO. No meu peito,
Aquele que conquistou a liberdade, bate um coração
o direito de igualdade, impulsionado por um
porém continua preso pelo preconceito, sentimento nobre
recriminado pelo passado de dor, chamado amor.
de humilhações... de vergonha.

Entretanto Porque a cor da minha pele


não sou reconhecido, continua sendo um véu
valorizado... que oculta a minha
existência.

Sou Negro. A minha raça,


E a minha cor que cravou na minha pele
restringe os meus horizontes, uma maldição,
limita as minhas chances de vitória, ainda é uma sentença
o meu espaço na sociedade. que me condena
a ser ninguém.
Sou Negro. Com o meu suor, reguei
Aquele que, entre a riqueza de um povo.
Chibatadas e vexações, Com a força dos meus braços,
plantou a cultura edifiquei a grandeza desta nação
de um país. que ainda me martiriza
e desconhece o meu valor.

Sou negro.
Sou gente.
Tenho o direito de ser
tratado como o ser humano
que sou.

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