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AO JUÍZO DA VARA DO TRABALHO DE ________

________ , ________ , ________ , ________ , ________ , inscrito no CPF


________ , ________ ________ , nº ________ , na cidade de ________ ,
________ , ________

RECLAMAÇÃO TRABALHISTA
C/C PEDIDO LIMINAR em face de

________ , inscrito no ________ , telefone ________ , e-mail ________ com


endereço na ________ , nº ________ , na cidade de ________ , ________ ,
pelo rito ________ , e;

________ , inscrito no ________ , telefone ________ , e-mail ________ com


endereço na ________ , nº ________ , na cidade de ________ , ________ ,
pelo rito ________ pelas razões de fato e de direito que passa a expor:

SÍNTESE DOS FATOS

O Reclamante foi contratado em ________ pelo Reclamado para trabalhar no


cargo de ________ , com a função de ________ pelo período de ________ horas diárias,
das ________ horas às ________ horas com ________ de intervalo.

A remuneração contratada para ________ horas semanais foi de ________ .

Ocorre que ________ , não cumprindo com o pagamento de todas as verbas


rescisórias, motivo pelo qual vem em busca da tutela jurisdicional pela presente Reclamatória
Trabalhista.

DA JUSTIÇA GRATUITA

A Reforma Trabalhista, em seu Art. 790 trouxe expressamente o cabimento do


benefício à gratuidade de justiça ao dispor:

§ 4º O benefício da justiça gratuita será concedido à parte


que comprovar insuficiência de recursos para o pagamento das
custas do processo. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)

Assim, considerando que a renda do Autor gira em torno de ________ , tem-se por
insuficiente para cumprir todas suas obrigações alimentares e para a subsistência de sua família,
em especial:

________

Trata-se da necessária observância a princípios constitucionais indisponíveis


preconizados no artigo 5º inc. XXXV da Constituição Federal, pelo qual assegura a todos o
direito de acesso a justiça em defesa de seus direitos, independente do pagamento de taxas.

Tal princípio veio novamente positivado no Código de Processo Civil de 2015, que
previu expressamente:

Art. 99. O pedido de gratuidade da justiça pode ser formulado na petição


inicial, na contestação, na petição para ingresso de terceiro no processo ou
em recurso.

§ 1o Se superveniente à primeira manifestação da parte na instância, o


pedido poderá ser formulado por petição simples, nos autos do próprio
processo, e não suspenderá seu curso.

§ 2o O juiz somente poderá indeferir o pedido se houver nos


autos elementos que evidenciem a falta dos pressupostos legais
para a concessão de gratuidade, devendo, antes de indeferir o
pedido, determinar à parte a comprovação do preenchimento
dos referidos pressupostos.
§ 3o Presume-se verdadeira a alegação de insuficiência deduzida
exclusivamente por pessoa natural.

Para tanto, junta em anexo declaração de hipossuficiência que possui presunção de


veracidade e só pode ser desconsiderada em face de elementos probantes suficientes em
contrário, conforme precedentes sobre o tema:

HIPOSSUFICIÊNCIA ECONÔMICA. DECLARAÇÃO VÁLIDA.


GRATUIDADE DE JUSTIÇA. Constando nos autos declaração de
insuficiência econômica, não infirmada por prova contrária,
tem direito o trabalhador ao benefício da gratuidade da justiça
(Lei 1.060/1950 e CPC/2015, art. 98). (TRT-12 - RO:
00033267020155120005 SC 0003326-70.2015.5.12.0005, Relator:
REINALDO BRANCO DE MORAES, SECRETARIA DA 1A TURMA, Data
de Publicação: 20/03/2017)

IMPUGNAÇÃO À ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA.


DECLARAÇÃO DE HIPOSSUFICIÊNCIA. AUSÊNCIA DE PROVA EM
CONTRÁRIO. 1.O direito ao benefício da assistência judiciária gratuita não
é apenas para o miserável, e pode ser requerido por aquele que não tem
condições de pagar as custas processuais e honorários advocatícios sem
prejuízo de seu sustento e de sua família. Precedentes. 2.O escopo da
gratuidade de justiça é assegurar a todos o acesso ao Judiciário, conferindo
eficácia aos comandos constitucionais insculpidos nos incisos XXXV e
LXXIV do art.5º da Carta da Republica. 3.Ao impugnante incumbe o ônus
de provar cabalmente a inexistência dos requisitos autorizadores à
concessão do benefício da assistência judiciária gratuita. 4.Inexistindo
prova de que, a despeito da parte impugnada atuar no ramo de
paisagismo, aufira renda suficiente para arcar com o
pagamento das custas e despesas do processo sem o
comprometimento de seu próprio sustento, tem-se por correta a
rejeição da Impugnação à Assistência Judiciária. 5.Apelação Cível
conhecida e não provida. (APC 20140111258250 Orgão Julgador 1ª Turma
Cível DJE : 23/02/2016 . Relator NÍDIA CORRÊA LIMA)

Por tais razões, com fulcro no artigo 5º, LXXIV da Constituição Federal, pelo
artigo 98 do CPC e 790 §4º da CLT requer seja deferida a AJG ao requerente.
DA SUCESSÃO EMPRESARIAL

A sucessão empresarial, nos termos da redação da CLT, é motivo suficiente para


responsabilizar a empresa sucessora pelos encargos trabalhistas gerados pela empresa sucedida:

Art. 10 - Qualquer alteração na estrutura jurídica da empresa não afetará


os direitos adquiridos por seus empregados.

Art. 448 - A mudança na propriedade ou na estrutura jurídica da empresa


não afetará os contratos de trabalho dos respectivos empregados.

A Reforma Trabalhista tratou de explicitar esta responsabildiade de forma


inequívoca ao introduzir à CLT a redação do Art. 448-A:

Art. 448-A. Caracterizada a sucessão empresarial ou de empregadores


prevista nos arts. 10 e 448 desta Consolidação, as obrigações trabalhistas,
inclusive as contraídas à época em que os empregados trabalhavam para a
empresa sucedida, são de responsabilidade do sucessor.

Parágrafo único. A empresa sucedida responderá solidariamente com a


sucessora quando ficar comprovada fraude na transferência.

A característica dos contratos de trabalho recaem intuitu personae, ou seja,


exclusivamente sobre o empregado, já em relação ao empregador o contrato de trabalho vincula
com o empreendimento empresarial independentemente do seu titular.

Com isso, prevalece o princípio da despersonalização do empregador, preservando


a intangibilidade dos contratos de trabalho em face de alterações na estrutura jurídica das
empresas, para preservar os direitos adquiridos por seus empregados.

A sucessão empresarial das Reclamadas fica caracterizada pelos seguintes


elementos:

a) transferência de unidade empresarial econômica de


produção (Material e operacional), e;
b) continuidade da atividade econômica pela sucessora.

Diante destes elementos, caracterizada a sucessão empresarial, tem-se por


inequívoco que a empresa sucessora deve responde integralmente pelos débitos da sucedida,
devendo compor o polo passivo:

EXECUÇÃO POR TÍTULO EXTRAJUDICIAL – Inclusão de pessoa


jurídica no polo passivo – Fortes indícios de fraude entre empresas –
Caracterização de sucessão empresarial – Situação de fraude
caracterizada – Decisão mantida – Recurso não provido. (TJ-SP
21642355720178260000 SP 2164235-57.2017.8.26.0000, Relator: Maia
da Rocha, Data de Julgamento: 01/11/2017, 21ª Câmara de Direito
Privado, Data de Publicação: 01/11/2017)

Assim, tem-se por consubstanciada a caracterização da sucessão empresarial,


devendo ambas empresas compor o polo passivo da presente demanda.

DA NECESSÁRIA DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE


JURÍDICA

Dentre as alterações da Reforma Trabalhista, insta consignar a inclusão da


possibilidade de desconsideração da personalidade jurídica, dispondo agora a CLT:

Art. 855-A. Aplica-se ao processo do trabalho o incidente de


desconsideração da personalidade jurídica previsto nos arts. 133 a 137 da
Lei no 13.105, de 16 de março de 2015 - Código de Processo Civil.

Na teoria menor ou objetiva, admite-se a desconsideração da


personalidade jurídica diante do simples inadimplemento da obrigação. Referida
teoria é fundada na hipossuficiência do credor e sua dificuldade na comprovação, em juízo, do
preenchimento dos requisitos estabelecidos pela legislação no que tange à má-fé do devedor.

Assim, uma vez comprovada a incapacidade do devedor em arcar com o


pagamento dos créditos exigíveis, inexiste óbice à responsabilização direta dos sócios que
compões a pessoa jurídica executada, conforme precedentes sobre o tema:

DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA.


POSSIBILIDADE. No Direito do Trabalho é aplicada a teoria menor da
desconsideração da personalidade jurídica em razão da
hipossuficiência do empregado, bem como, da natureza
alimentar das verbas postuladas. (TRT-1 - AP:
00008919320125010342, Relator: Tania da Silva Garcia, Data de
Julgamento: 08/02/2017, Quarta Turma, Data de Publicação: 17/02/2017)

DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA. Quando resulta


infrutífera a tentativa de penhora de bens da própria empresa executada, a
constrição deve recair nos bens dos sócios, sendo lícita a
desconsideração da personalidade jurídica, visando à satisfação
do crédito trabalhista, que possui natureza alimentar. Agravo de
Petição não provido. (TRT-1 - AP: 01003947120165010205, Relator:
ANTONIO CESAR COUTINHO DAIHA, Data de Julgamento: 20/02/2017,
Terceira Turma, Data de Publicação: 30/03/2017)

É o que a doutrina denomina teoria menor da desconsideração da personalidade


jurídica:

Ensina Fábio Ulhoa Coelho que ‘há duas formulações para a teoria da
desconsideração: a maior, pela qual o juiz é autorizado a ignorar a
autonomia patrimonial das pessoas jurídicas, como forma de coibir
fraudes e abusos praticados através dela, e a menor, em que o simples
prejuízo do credor já possibilita afastar a autonomia processual’
(Curso ..., 2005, v. 2, p.35). (TARTUCE, Flávio. Direito civil. Vol. 1. 8ª
Ed. São Paulo: Método, 2012, p. 240)

Por tais razões que a simples demonstração do inadimplemento do crédito, bem


como inequívoca a hipossuficiência do requerente, é que faz-se necessária a imediata
desconsideração da personalidade jurídica do Réu para que o sócios componham o polo passivo
da presente demanda

DO NÃO PAGAMENTO DAS BERBAS RESCISÓRIAS

Conforme narrado, o Reclamante prestou serviços para a Reclamada entre


________ a ________ , data em que foi despedido sem justa causa, e, sem receber nenhuma
verba rescisória.
Ocorre que, por tratar-se de contrato por prazo indeterminado, além dos
pagamentos proporcionais de salário, férias e 13º devidos, o Autor ainda faz jus:

a) à indenização proporcional por tempo de serviço, nos termos do Art.


478 da CLT;

b) ao aviso prévio, nos termos do Art. 487 da CLT;

c) FGTS sobre verbas rescisórias e Multa de 40% sobre saldo do FGTS;

d) Liberação das guias do seguro desemprego, sob pena de incidência da


indenização substitutiva prevista na Súmula 389 do TST;

e) Multa do Art. 477, § 8º, da CLT.

Diante de todo o exposto, o Reclamante requer a procedência dos pedidos


veiculados na presente reclamação trabalhista, com a condenação da Reclamada no pagamento
das verbas rescisórias, conforme valores indicados nos pedidos.

DA RESCISÃO INDIRETA

A rescisão indireta é direito do empregado sempre que diante de circunstâncias


legais previstas na CLT:

Art. 483 - O empregado poderá considerar rescindido o contrato e


pleitear a devida indenização quando:
a) forem exigidos serviços superiores às suas forças, defesos por lei,
contrários aos bons costumes, ou alheios ao contrato;
b) for tratado pelo empregador ou por seus superiores hierárquicos com
rigor excessivo;
c) correr perigo manifesto de mal considerável;
d) não cumprir o empregador as obrigações do contrato;
e) praticar o empregador ou seus prepostos, contra ele ou pessoas de sua
família, ato lesivo da honra e boa fama;
f) o empregador ou seus prepostos ofenderem-no fisicamente, salvo em
caso de legítima defesa, própria ou de outrem;
g) o empregador reduzir o seu trabalho, sendo este por peça ou tarefa, de
forma a afetar sensivelmente a importância dos salários.

Assim, considerando que o reclamante foi submetido a ________ , resta


configurado direito à rescisão indireta, conforme passa a dispor:

DO ATRASO REITERADO NO PAGAMENTO DOS SALÁRIOS

A lei determina expressamente o dever do Empregador no pagamento dos salários


em dia (considerado até o 5º dia útil em cada mês), configurando grave descumprimento
contratual o seu atraso reiterado:

Art. 459 - O pagamento do salário, qualquer que seja a modalidade do


trabalho, não deve ser estipulado por período superior a 1 (um) mês, salvo
no que concerne a comissões, percentagens e gratificações.

§ 1º Quando o pagamento houver sido estipulado por mês, deverá ser


efetuado, o mais tardar, até o quinto dia útil do mês subsequente ao
vencido.

Ao atrasar reiteradamente o salário, o empregador corrompe com seu principal


compromisso no contrato pactuado, viabilizando a rescisão indireta nos termos do Art.
483, "d"da CLT.

Conforme extratos que junta em anexo, o empregador deixou de pagar o salário em


dia nos últimos ________ meses, pagando com mais de ________ dias de atraso.

"A contraprestação salarial representa o próprio objeto da


relação jurídica, sendo a principal obrigação contratual do
empregador. Assim, a mora salarial representa uma inexecução
contratual grave a possibilitar a exceção de contrato não
cumprido, o que, no direito do trabalho, se traduz em rescisão indireta
pela justa causa do empregador, nos termos do previsto no artigo483,
alínea d, da CLT." (TRT da 4ª Região, 3a. Turma, 0000431-
58.2014.5.04.0373 RO, em 05/04/2016, Desembargador Gilberto Souza
dos Santos - Relator)

Trata-se de entendimento predominante na jurisprudência a motivar a rescisão


indireta:

RESCISÃO INDIRETA. ATRASO REITERADO NO PAGAMENTO


DOS SALÁRIOS E DO FGTS. O atraso reiterado no pagamento dos
salários constitui infração à principal obrigação do empregador,
que é a contraprestação do trabalho, revestindo-se de gravidade suficiente
para justificar a rescisão indireta do contrato, nos termos do artigo 483, d,
da CLT. A lei faculta o pagamento até o quinto dia útil do mês subsequente
ao da prestação de trabalho e em seus estritos termos deve ser cumprida.
Tolerar o atraso, importa admitir a apropriação, pelo empregador, da fonte
de subsistência do empregado, impedindo-o de honrar pontualmente seus
compromissos e de garantir seu sustento e de sua família. Ainda que assim
não fosse, o inadimplemento contumaz dos depósitos do FGTS é
circunstância também que proclama a rescisão indireta do contrato de
trabalho por justa causa do empregador, agravando a situação da
reclamada no caso em exame. (TRT-4 - RO: 00210717720155040234, Data
de Julgamento: 05/04/2018, 4ª Turma)

Assim configurada falta grave a inobservância a prazo da lei, tem-se configurado o


direito do reclamante à rescisão indireta.

DA AUSÊNCIA DO RECOLHIMENTO DO FGTS

A Reclamante foi obrigada a pedir demissão após tentar, de inúmeras formas, ter
seus direitos garantidos.

Afinal, não obteve a regularização do FTGS que lhe fora ceifado durante toda a
relação de emprego, a Reclamante foi obrigado a pedir demissão, caracterizando a rescisão
indireta:

RESCISÃO INDIRETA. AUSÊNCIA DE RECOLHIMENTO DO FGTS . O


descumprimento de obrigações contratuais pelo empregador ,
tais como , o recolhimento dos depósitos de FGTS, configura
falta grave. Tal situação, nos termos do artigo 483, alínea d, da CLT,
autoriza o rompimento indireto do vínculo empregatício e a
consequente condenação do empregador ao pagamento das
verbas rescisórias. Precedentes da Corte. Recurso de revista conhecido
e provido. (TST - RR: 3798620145090029, Relator: José Roberto Freire
Pimenta, Data de Julgamento: 02/03/2016, 2ª Turma, Data de
Publicação: DEJT 11/03/2016)

MODALIDADE RESCISÓRIA. RESCISÃO INDIRETA. FGTS. ATRASO


NOS DEPÓSITOS. O depósito do FGTS é exigência legal e obrigação
contratual. A ausência de recolhimento de FGTS consiste em
descumprimento da obrigação contratual legalmente prevista
(art. 7.º, III, da CR e art. 15 da Lei n.º 8.036/90). Descumprida a
obrigação, configura-se a falta grave capitulada no art. 483, d,
da CLT, apta a ensejar a rescisão indireta requerida pelo
empregado. INTERVALO INTRAJORNADA. PRÉ-ASSINALAÇÃO
REALIZADA PELO EMPREGADOR. ÔNUS PROBATÓRIO. O art. 74, § 2º,
da CLT, não exige anotação diária do período de intervalo, mas tão
somente a sua pré-assinalação. Pré-assinalar é colocar no cabeçalho o
período destinado ao repouso intrajornada. Uma vez que a empregadora
cumpriu sua obrigação legal de pré-assinalar o intervalo intrajornada, o
ônus de comprovar a sua redução ou supressão é do empregado, do qual se
desincumbiu, razão pela qual é mantida a condenação respectiva. Recurso
parcialmente conhecido e não provido. (TRT-10 - RO:
00037201301710008 DF 00037-2013-017-10-00-8, Relator: Cilene
Ferreira Amaro Santos, Data de Julgamento: 30/10/2014, 3ª Turma, Data
de Publicação: 07/11/2014 no DEJT)

Trata-se de falta grave ao empregador apta a justificar a rescisão indireta


consubstanciada na ausência de recolhimento dos depósitos de FGTS, nos termos do Art. 483,
alínea d da CLT:

Art. 483 – O empregado poderá considerar rescindido o


contrato e pleitear a devida indenização quando:
d) não cumprir o empregador as obrigações do contrato;
§ 3º - Nas hipóteses das letras d e g, poderá o empregado pleitear a
rescisão de seu contrato de trabalho e o pagamento das respectivas
indenizações, permanecendo ou não no serviço até final decisão do
processo.

Razão pela qual deve ser declarada a rescisão indireta e consequente pagamento de
todas as verbas rescisórias.
DO ASSÉDIO MORAL

Após inúmeras situações constrangedoras vivenciadas no ambiente de trabalho, o


Reclamante foi obrigado a pedir demissão.

Afinal, estava impedido de exercer suas atividades dentro de um ambiente


saudável, obrigando-o a se afastar da situação degradante que vinha amargando, caracterizando
a rescisão indireta:

RESCISÃO INDIRETA DO CONTRATO DE TRABALHO - TRATAMENTO


COM RIGOR EXCESSIVO - Justifica-se a rescisão indireta do
contrato de trabalho, com fulcro no art. 483, alínea e, da CLT,
quando o empregador, por si, ou por seus prepostos, expõe o
trabalhador a tratamento discriminatório e a condições
vexatórias diante dos colegas de trabalho, em verdadeiro
assédio moral. Os poderes diretivo e disciplinar do empregador
encontram limites na ética e nos direitos da personalidade, não se
tolerando condutas arbitrárias e abusivas, que atentem contra a dignidade
do empregado e faltem com o respeito que deve pautar a relação entre
empregado e empregador. Verbas rescisórias que se deferem. ASSÉDIO
MORAL - SÍNDROME DE BURNOUT - INDENIZAÇÃO - Agredidos os
direitos da personalidade do trabalhador, submetido habitualmente ao
comando de prepostos despreparados, que o levaram a quadro de
adoecimento compatível com a Síndrome de Burnout (síndrome do
"esgotamento profissional"), o empregador responsabiliza-se pelas
indenizações de cunho moral e material, nos termos dos arts. 186 e 927 do
CCB e art. 5º, incisos V e X da Constituição Federal. (TRT-3 - RO:
00108551820165030180 0010855-18.2016.5.03.0180, Relator: Denise
Alves Horta, Quarta Turma)

Desse modo, requer que, seja declarada judicialmente a rescisão indireta do


contrato de trabalho, bem como a condenação do Reclamado ao pagamento de todas as verbas
rescisórias devidas.

DO DANO MORAL
Conforme relatado, o reclamante era constantemente humilhado e menosprezado
diante dos demais colegas. A conduta da reclamada por arbitrária, abusiva e inconveniente
submetia o Reclamante a situações insustentáveis.

Afinal, estava diariamente à mercê da incansável tentativa do reclamado a obrigar


o reclamante a pedir para sair.

A conduta da Reclamada é contrária não somente ao direito, como também à


moral. Não há de se falar, portanto, em obrigação da parte autora de comprovar o efetivo dano
moral que se lhe irrogou, tratar-se-ia de tarefa inalcançável a necessidade de demonstração de
existência de um dano psíquico.

A exposição do empregado a situações constrangedoras por parte do reclamado,


que extrapolou no exercício do poder diretivo (CLT, art. 2º, caput), caracteriza abuso de direito
do qual resulta em dano incomensurável à honra e à integridade psíquica do autor, com violação
aos direitos básicos da personalidade tutelados pela lei (CF/88, art. 5º, incisos V e X; Cód. Civil,
arts. 11 e ss) e restando configurado o dano moral, passível de indenização.

Em julgamento sobre o tema, através do seu ilustre relator o Dr. Emerson José
Alves Lage (01245-2005-012-03-00-0-RO) disciplinou sobre o tema:

“São invioláveis a honra, a dignidade e a integridade física e psíquica da


pessoa, por força de expressa disposição de lei, garantias que têm
destacada importância também no contexto do pacto laboral, fonte de
dignidade do trabalhador. Daí porque a violação a qualquer desses bens
jurídicos, no âmbito do contrato de trabalho, importará a indenização
pelos danos dela decorrentes, tendo em conta que a igualdade
preconizada no artigo 5o da Magna Carta deve ser considerada também
na relação de respeito que deve nortear o contrato de trabalho.

A indenização por dano moral sofrido pelo empregado, no âmbito do


contrato de trabalho, pressupõe, portanto, um ato ilícito,
consubstanciado em erro de conduta ou abuso de direito, praticado pelo
empregador ou por preposto seu, um prejuízo suportado pelo ofendido,
com a subversão dos seus valores subjetivos da honra, dignidade,
intimidade ou imagem, um nexo de causalidade entre a conduta
injurídica do primeiro e o dano experimentado pelo último.
(...)

O exercício abusivo do direito e o conseqüente ato ilícito em questão


caracterizam o assédio contra a dignidade ou integridade psíquica ou
física do trabalhador, objetivando a sua exposição a situações incômodas
e humilhantes caracterizadas pela repetição de um comportamento hostil
de um superior hierárquico ou colega, ameaçando o emprego da vítima
ou degradando o seu ambiente de trabalho moral, também
denominadomobbing ou bullying, tema que já vem merecendo destacada
importância na sociologia e medicina do trabalho, assim como no meio
jurídico. Essa conduta injurídica vem sendo conceituada, no âmbito do
contrato de trabalho, como a manipulação perversa e insidiosa que
atenta sistematicamente ________ ”

Este tratamento discriminatório foi imposto ao reclamante e deve ser indenizado e


punido, para fins de que não se perpetue no ambiente de trabalho. O ato ilícito praticado da
reclamada está demonstrado, e deve sofrer justa reparação:

ASSÉDIO MORAL NO TRABALHO. DANO MORAL. A prática de


reiteradas humilhações e constrangimentos durante a jornada de trabalho
interfere na vida privada do empregado, causando-lhe sérios danos em
relação à sua saúde física e mental. In casu, restou provado que a
reclamante sofreu assédio moral durante a execução do
contrato de trabalho, razão pela qual a reclamada deve ser
condenada ao pagamento de danos morais. (TRT-1 - RO:
00100385620155010531 RJ, Relator: JOSÉ LUIS CAMPOS XAVIER,
Sétima Turma, Data de Publicação: 24/01/2017)

Por tal motivo é que se requer que a reclamada seja compelida a reparar o
reclamante pelos danos morais e o assédio moral por ele suportado, indenizando-o pelas
agressões, constrangimentos e afrontas que a reclamante sofreu durante seu pacto laboral.
DA DESNECESSIDADE DA IMEDIATIDADE NA RESCISÃO
INDIRETA

Considerando a relação se subordinação e total desconhecimento de seus direitos,


o Reclamante não conseguiu efetivamente buscar a via judicial imediatamente, logrando êxito
________ meses depois.

Todavia, o judiciário já reconhece a desnecessidade da imediatidade do ingresso da


ação diante de rescisão indireta em face de faltas graves do empregador, tais como ocorre no
presente caso:

AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA . RECLAMANTE.


LEI Nº 13.015/2014. ANTERIOR A VIGÊNCIA DA IN Nº 40 DO TST E DA
LEI Nº 13.467/2017. RESCISÃO INDIRETA . IMEDIATIDADE DA
REAÇÃO DO EMPREGADO. 1 - (...) RESCISÃO INDIRETA.
IMEDIATIDADE DA REAÇÃO DO EMPREGADO. 1 - (...) 2 - O art. 483 da
CLT permite a rescisão indireta do contrato de trabalho quando presentes
os requisitos legais que justificam a rescisão do contrato por culpa do
empregador. No entanto, em momento algum o legislador fixou prazo para
o empregado ajuizar ação pretendendo o reconhecimento da rescisão
indireta, exceto o previsto no art. 7º, XXIX, da Constituição Federal, que
foi devidamente observado neste caso. 3 - Esta Corte tem entendido
que não se aplica o princípio da imediatidade ao empregado que
não aciona o empregador diante da prática de conduta ilegal por
não cumprir obrigação prevista em lei. A inércia do empregado
não pode ser considerada perdão tácito, mas somente prova de que
há desequilíbrio de forças entre as partes do contrato de trabalho. Há
julgados. 4 - Recurso de revista a que se dá provimento. (TST - RR:
5948820145170013, Relator: Kátia Magalhães Arruda, Data de
Julgamento: 21/03/2018, 6ª Turma, Data de Publicação: DEJT
23/03/2018)

RESCISÃO INDIRETA. RETORSÃO DO TRABALHADOR.


IRRELEVÂNCIA DA IMEDIATIDADE. Apesar de revelar elemento
indiciário relevante, a imediatidade da reação do empregado ao
descumprimento de obrigações contratuais pelo empregador
não importa, necessariamente, no reconhecimento do perdão
tácito, e tampouco é imprescindível à caracterização da rescisão indireta,
nos termos do artigo 483 da CLT. Nesse sentido, constatada a gravidade na
falta praticada pelo empregador, é possível o reconhecimento da justa
causa patronal, ainda que o obreiro não apresente, in continenti, qualquer
descontentamento. (TRT-1 - RO: 01002602420165010050 RJ, Relator:
RAQUEL DE OLIVEIRA MACIEL, Terceira Turma, Data de Publicação:
31/01/2017)

RESCISÃO INDIRETA. IMEDIATIDADE. Evidenciada a inexecução


contratual a que alude a alínea d, do art. 483, da CLT, não é despiciendo
registrar que o fato da reclamante ter permanecido trabalhando em
condições absolutamente irregulares não afasta a imediatidade para
declaração da rescisão indireta. Isto porque não há como se exigir do
empregado conduta diversa, porquanto ele se depara com um
dilema: ou continua com o pacto e sua fonte de sustento, ou, em
razão da falta empresária, põe termo ao contrato e fica sem o
emprego e o salário. Não se pode olvidar que a trabalhadora é a parte
mais frágil da relação de emprego porque dela necessita para a sua
sobrevivência. Ademais, em se tratando de prestações sucessivas, é de se
reconhecer que a falta se reproduz no tempo, nascendo, com isso, novas ou
repetidas infrações contratuais e, pois, agravando o quadro de
descumprimento do pacto (alínea d, artigo 483, CLT). (TRT-3 - RO:
00145201517903005 0000145-73.2015.5.03.0179, Relator: Jose Eduardo
Resende Chaves Jr., Primeira Turma, Data de Publicação: 09/06/2017)

Portanto, não obstante o lapso temporal existente entre o afastamento do emprego


e o ingresso da ação é de se reconhecer a manifesta rescisão indireta do contrato de trabalho.

Por tais razões, resta configurado o direito do Reclamante à rescisão Indireta com
a consequente condenação ao pagamento das verbas trabalhistas devidas.

DA NULIDADE DO PEDIDO DE DEMISSÃO

O Autor precisava tirar apenas alguns dias para ________ . E, sabedor da


inexistência de direito a estes dias de folga, buscou fazer o que achava correto, formalizando
junto ao empregador o seu pedido de afastamento.
Ao retornar dos ________ dias fora de atividade, o Reclamante foi informado de
que não retornaria a trabalhar na empresa por ter formalizado o pedido de demissão.

Ocorre que o Reclamante foi induzido em erro ao assinar seu pedido de Demissão,
entendendo tratar-se de simples pedido de afastamento.

Nitidamente o Empregador não orientou adequadamente sobre os efeitos daquela


formalização, utilizando-se da baixa instrução do reclamante para induzí-lo a assinar um pedido
de demissão, induzindo em erro.

A doutrina ao conceituar o "erro" aduz exatamente a situação aplicável ao presente


caso:

Erro. Noção inexata ou falsa que temos de uma coisa; a falta de


concordância entre a vontade interna e a vontade-declarada.
Caso em que a parte alegava que prestara o seu assentimento a um ato
declarado como de seu interesse quando em realidade operava em seu
prejuízo (RT 182/156). (NERY JUNIOR, Nelson. NERY, Rosa Maria de
Andrade. Código Civil Comentado. 12 ed. Editora RT, 2017. Versão ebook,
Art. 138)

Evidentemente que diante de uma situação tão grave de desemprego do país e da


baixa qualificação do Reclamante, não pareceria razoável um pedido de demissão, tratando-se
de inequívoco vício de consentimento, conforme precedentes sobre o tema:

RECURSO ORDINÁRIO DA RECLAMANTE. ANULAÇÃO DO PEDIDO


DE DEMISSÃO. VÍCIO DE CONSENTIMENTO COMPROVADO. Provada
a existência de vício de consentimento claramente manifestada no
momento em que a obreira pediu demissão, é devida a anulação do
referido ato, com o pagamento das verbas típicas da dispensa imotivada.
Recurso Ordinário da reclamante conhecido e parcialmente provido. (...)
Recurso ordinário conhecido e não provido. (TRT-11
00021124620165110002, Relator: LAIRTO JOSE VELOSO, Gabinete do
Desembargador Lairto Jose Veloso)

Como prova do alegado, indica testemunhas que acompanharam todo o processo


de pedido de afastamento, bem como, junta os e-mails enviados ao empregador informando a
necessidade de alguns dias de folga, bem como o aviso de retorno, informando a sua
disponibilidade.

Assim, provado o vício de consentimento, tem-se por necessária a reversão do


pedido de demissão por demissão sem justa causa, com reflexo no pagamento de todas as verbas
rescisórias.

DO ADICIONAL DE INSALUBRIDADE

A CLT dispõe claramente em seu Art. 192, que:

"Art. 192. O exercício de trabalho em condições insalubres, acima


dos limites de tolerância estabelecidos pelo Ministério do Trabalho,
assegura a percepção de adicional respectivamente de 40% (quarenta
por cento), 20% (vinte por cento) e 10% (dez por cento) do salário-
mínimo da região, segundo se classifiquem nos graus máximo, médio e
mínimo."

Como já esclarecido, as atividades laborais do Reclamante envolviam contato


constante com lixo urbano, desenvolvia rotineiramente atividades em locais com esgoto aberto,
especialmente pela sua atribuição de coletar amostras e fiscalizar ambientes favoráveis ao
desenvolvimento de insetos transmissores de doenças infecto-contagiosa, bem como de aplicar
venenos altamente nocivos à saúde humana.

Assim, perfeitamente caracterizada circunstância enquadrada ao adicional de


insalubridade, conforme precedente sobre o tema:

AGENTE DE COMBATE A ENDEMIAS. INSALUBRIDADE EM


GRAU MÁXIMO POR AGENTES BIOLÓGICOS. Caso em que restou
demonstrado que o reclamante, no desempenho de sua função
de agente de combate às endemias, tinha contato com "lixo
urbano", fazendo jus ao adicional de insalubridade em grau
máximo. (TRT-4 - RO: 00204732320165040741, Data de Julgamento:
16/03/2018, 1ª Turma)

Sobre referida decisão, destaca-se a clara conclusão:

"Os agentes biológicos são organismos vivos que se disseminam com


extrema facilidade, bastando uma única exposição para colocar em risco
a saúde do trabalhador, sendo passível a contaminação pelas vias
respiratórias.

É sabido que o lixo, em qualquer de suas etapas (doméstico, industrial,


vias públicas, etc.), é formado de produtos que contem
substancias que são prejudiciais para a saúde e vida dos
indivíduos, transmitindo-lhes as mais variadas infecções por
diferentes vias de acesso (cutânea e respiratória especialmente), tais
como salmoneloses, parasitoses, micoses, viroses, ancilostomose, cólera e
infecções cutâneas em geral."

Confirmam este entendimento:

RECURSO ORDINÁRIO. MUNICÍPIO DE PORTO XAVIER.


ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. AGENTE COMUNITÁRIO
DE SAÚDE. As atribuições do Agente Comunitário de Saúde envolvem o
contato permanente com pacientes em geral, na prevenção ao combate de
doenças, estando expostos a patologias, nos termos do Anexo 14 da NR 15
da Portaria 3.214/78 do MTE, o que dá ensejo ao pagamento de adicional
de insalubridade em grau médio. AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE.
PISO SALARIAL. LEI Nº 12.994/14. É aplicável aos Agentes Comunitários
de Saúde o piso salarial estabelecido a partir da vigência da Lei nº
12.994/14. (TRT-4 - RO: 00210838820165040741, Data de Julgamento:
08/03/2018, 1ª Turma)

AGENTE DE COMBATE A ENDEMIAS. INSALUBRIDADE EM


GRAU MÁXIMO POR AGENTES BIOLÓGICOS. Caso em que restou
demonstrado que a reclamante, no desempenho de sua função de agente
de combate às endemias, tinha contato com "lixo urbano", fazendo jus ao
adicional de insalubridade em grau máximo. (TRT-4 - RO:
00204481020165040741, Data de Julgamento: 24/11/2017, 1ª Turma)

Situação perfeitamente enquadrada à situação do Reclamante, e perfeitamente


prevista na NR-15, Anexo 14 em decorrência de contato a agentes biológicos (Lixo urbanos e
esgotos).

Portanto, devido o reconhecimento da insalubridade em grau ________ ,


conforme conclusão do laudo pericial.

Nos termos da NR 15, em seu anexo 9, são enquadradas a seguintes atividades


como insalubres:

"As atividades ou operações executadas no interior de câmaras


frigoríficas, ou em locais que apresentem condições similares, que
exponham os trabalhadores ao frio, sem a proteção adequada, serão
consideradas insalubres em decorrência de laudo de inspeção realizada
no local de trabalho."

Portanto, considerando que as atividades laborais do Reclamante envolviam


constantemente o acesso às câmeras frias, submetendo-se aos agentes insalubres do frio, tem-se
configurada situação garantidora do adicional.

Cabe destacar que para que seja devido o benefício, não se exige a permanência do
trabalhador dentro da câmera fria, mas unicamente o seu ingresso habitual durante a sua
jornada de trabalho:

"(...) o empregado alcança o adicional de insalubridade pela exposição ao


frio em caráter habitual, ainda que não integralmente ao longo da
jornada, mas dele se afasta quando a exposição é ocasional, o
que inclui tanto a exposição fortuita – empregado chamado a
ajudar na limpeza da câmara ali permaneceu por outra hora,
num ou noutro dia da semana – e a exposição em tempo muito
reduzido – empregado do departamento comercial se dirige à câmara
frigorífica todos os dias, mas nela permanece por cinco minutos para a
contagem das caixas recebidas." (DA SILVA, Homero Batista. Curso de
Direito do Trabalho Aplicado. vol. 3. 4ªed. Editora RT, 2017. Versão
ebook. cap. 4)

Inquestionável que as atividades exercidas, por ________ enquadram-se


perfeitamente ao pleito de insalubridade:

ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. O acesso habitual às


câmaras frias, sem a comprovação do uso de EPIs, implica na
sujeição do empregado a condições insalubres, fazendo jus ao
respectivo adicional. (TRT-20 00018864820145200006, Relator:
MARIA DAS GRACAS MONTEIRO MELO, Data de Publicação:
20/07/2017)

Assim, considerando a prova pericial já realizada no processo ________ ,


confirmando a existência de insalubridade, devida a sua imediata concessão:

ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. COMPROVAÇÃO POR


MEIO DE PROVA PERICIAL Impõe-se a manutenção da sentença
que deferiu o adicional de insalubridade, tendo em vista que a
prova pericial, não infirmada pelos demais elementos dos autos, restou
concludente quanto à exposição do empregado a agente nocivo à saúde.
Recurso a que se nega provimento. (TRT-20 00010643120155200004,
Relator: JORGE ANTONIO ANDRADE CARDOSO, Data de Publicação:
12/05/2017)

Assim, requer o pagamento das diferenças de adicional de insalubridade em


________ , conforme prova em anexo e a produzir, com reflexo em todas as verbas reflexas do
contrato de trabalho.

DO ADICIONAL DE PERICULOSIDADE

A Constituição Federal dispõe em seu artigo 7º, XXIII que são direitos dos
trabalhadores urbanos e rurais, o “adicional de remuneração para as atividades penosas,
insalubres ou perigosas, na forma da lei."

O reclamante, ao exercer função perigosa, com elevado grau de risco, nos termos
do Decreto nº 93.412/86 e artigos 193 § 1º da CLT, adquire o direito ao adicional de
periculosidade, conforme ampla jurisprudência:

ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. Provado nos autos que o


reclamante sempre laborou em atividade perigosa, correta a
sentença que deferiu o adicional de periculosidade no período
requerido. Recurso conhecido e não provido. (TRT-11
00001617420175110004, Relator: MARIA DE FATIMA NEVES LOPES,
Gabinete da Desembargadora Maria de Fátima Neves Lopes. Data de
publicação: 07/12/2017)
AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA EM FACE DE
DECISÃO PUBLICADA A PARTIR DA VIGÊNCIA DA LEI Nº
13.015/2014. ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. SISTEMA ELÉTRICO
DE POTÊNCIA. BASE DE CÁLCULO. APLICAÇÃO DA SÚMULA Nº 191
DO TST. Agravo de instrumento a que se dá provimento para determinar o
processamento do recurso de revista, em virtude de haver sido
demonstrada possível contrariedade à Súmula nº 191 do TST. RECURSO
DE REVISTA EM FACE DE DECISÃO PUBLICADA A PARTIR DA
VIGÊNCIA DA LEI Nº 13.015/2014. ADICIONAL DE
PERICULOSIDADE. SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA. BASE
DE CÁLCULO. APLICAÇÃO DA SÚMULA Nº 191 DO TST.
Comprovado que o empregado exercia atividade em sistema
elétrico de potência, exposto a situação de risco, deverá ser
utilizado o mesmo critério da base de cálculo dos eletricitários
para a aferição do respectivo adicional de periculosidade,
conforme previsto na parte final da Súmula nº 191 do TST. (...)
(TST - RR: 23949820135020080, Relator: Cláudio Mascarenhas Brandão,
Data de Julgamento: 15/03/2017, 7ª Turma, Data de Publicação: DEJT
24/03/2017)

Portanto, é de ser reconhecida a atividade perigos desenvolvida pelo Autor,


conferindo-lhe o adicional de periculosidade desde ________ , data em que iniciou nesta
atividade, conforme laudo pericial que junta em anexo.

AUSÊNCIA DE AVISO PRÉVIO

Diante da inexistência de justa causa para a rescisão do contrato de trabalho surge


para a Reclamante o direito ao Aviso Prévio indenizado.

Trata-se de previsão do § 1º do art. 487, da CLT que estabelece que a não


concessão de aviso prévio pelo empregador dá direito ao pagamento dos salários do respectivo
período, integrando-se ao seu tempo de serviço para todos os fins legais.

Pela prova carreada, demonstra-se a inexistência de motivos suficientes a impor a


penalidade mais severa: demissão, razão pela qual deve ser revertida, conforme precedentes
sobre o tema:

RECURSO DE REVISTA. AVISO PRÉVIO - RENÚNCIA PELO


EMPREGADO. "O direito ao aviso prévio é irrenunciável pelo
empregado. O pedido de dispensa de cumprimento não exime o
empregador de pagar o respectivo valor, salvo comprovação de
haver o prestador dos serviços obtido novo emprego" (Súmula/TST nº
276). Recurso de revista não conhecido. (...) Recurso de revista conhecido
e provido. (TST - RR: 3952820115040403, Relator: Renato de Lacerda
Paiva, Data de Julgamento: 11/03/2015, 2ª Turma, Data de Publicação:
DEJT 20/03/2015)

ABANDONO DE EMPREGO. DEMISSÃO POR JUSTA CAUSA. O


abandono de emprego deve estar devidamente comprovado de forma a
possibilitar a demissão por justa causa, por se tratar de grave penalidade
imposta ao empregado, que exige prova irrefutável, cabal, irrestrita e
inequívoca, na medida em que impõe a suspensão do trabalho, sem o
recebimento do salário devido, e acarreta uma mácula indelével à vida
profissional apenado, não sendo esse o caso dos autos, o que
impossibilita a punição e impõe o consequente pagamento das
verbas rescisórias pela dispensa imotivada, além dos salários do
período de estabilidade provisória. (TRT-1 - RO:
00104208420135010057, Data de Julgamento: 07/12/2016, Sétima
Turma, Data de Publicação: 24/01/2017)

Dessa forma, o período de aviso prévio indenizado, corresponde a mais 30 dias de


tempo de serviço para efeitos de cálculo do 13º salário, férias + 40%.

DA RETIFICAÇÃO E BAIXA DA CTPS

Embora contratado para laborar em ________ o Reclamante teve sua CTPS


anotada apenas no dia ________ na modalidade contrato de experiência, deixando de
contabilizar mais de ________ meses de contrato.

Conforme ________ , prova que passará a constituir, a efetiva contratação da


Reclamante ocorreu em ________ , sem qualquer registro, requer seja o Reclamado
condenado a retificar a CTPS com data de admissão em ________ na função de ________ .

Trata-se de dever do Reclamado que deve ser cumprido:


REINTEGRAÇÃO. CONVERTIDA EM INDENIZAÇÃO NA EXECUÇÃO.
RETIFICAÇÃO DA BAIXA NA CTPS. Se a sentença de mérito, bem
como do acórdão, transitado em julgado, ficaram assentados no sentido de
condenar a reclamada na obrigação de reintegrar o obreiro nos seus
quadros, declarando a nulidade da dispensa, anula também, por via de
consequência a respectiva a baixa na CTPS. Diante desse quadro
impõe-se a reforma da decisão recorrida, para o fim de seja
procedida a retificação da data de baixa na CTPS do reclamante
tendo como base o período estabilitário reconhecido na
sentença de mérito. Recurso conhecido e provido. (TRT-11
02300820040011100, Relator: Ormy da Conceição Dias Bentes)

Bem como deve ser dada baixa na sua CTPS, assinalando como término do pacto
laboral.

DA AUSÊNCIA DE ANOTAÇÃO NA CTPS

Nos termos do art. 29 da CLT e art. 201 da CF/88, a CTPS será obrigatoriamente
apresentada pelo trabalhador ao empregador que terá a responsabilidade de realizar as
anotações e contribuir para a Previdência Social, garantindo-lhe os direitos trabalhistas
e previdenciários.

Destaca-se que por força da Súmula 62, do Superior Tribunal de Justiça, a Justiça
Estadual tem competência para julgar os crimes de falsa anotação da carteira de trabalho:

“Compete à Justiça Estadual processar e julgar o crime de falsa


anotação na carteira de trabalho e previdência social, atribuído a
empresa privada”.

Com esta súmula, ficou pacificado o entendimento de que a falsa anotação ou


ausência da anotação obrigatória configura crime ao empregador, razão pela qual deve ser
imediatamente efetivada:

RECURSO ORDINÁRIO. PLEITO DE ANOTAÇÃO DA CARTEIRA DE


TRABALHO. OMISSÃO DO JULGADO RECONHECIDA. APRECIAÇÃO
IMEDIATA DO PEDIDO. Dentre as pretensões recursais ventiladas
pela Reclamante em seu Apelo, a única que se revela
verdadeiramente legítima diz respeito à anotação de sua
Carteira de Trabalho. Verifica-se que a análise desse Pleito foi ignorada
pelo Juízo a quo, o que impõe a este Órgão Julgador, ante o permissivo
legal contida no artigo 1.013, do CPC, a sua apreciação imediata. A partir
das informações contidas nos Autos, definiu-se como datas de início e fim
do pacto, os dias 01/10/2015 e 18/01/2016, estabelecendo-se por fim que
os registros seriam promovidos pela Reclamada no prazo e sob as
cominações impostas pelo Juízo de Origem. Recurso ordinário a que dá
parcial provimento. (TRT-20 00007461420165200004, Relator:
JOSENILDO DOS SANTOS CARVALHO, Data de Publicação:
02/05/2017)

Ou seja, em qualquer das situações, tem-se a configuração de crime, razão pela


qual REQUER A IMEDIATA REGULARIZAÇÃO DAS ANOTAÇÕES na CTPS do
Reclamante.

DAS HORAS EXTRAS

O Reclamante, além de realizar fielmente suas atividades como acordado, era obrigado a
prolongar sua jornada em até ________ depois do seu horário, para ________ , conforme
provas que junta em anexo.

Ou seja, estava à disposição do Empregador em mais ________ além do horário


contratual, tempo que deve ser computado como hora extra e repercutir em todos os seus
reflexos.

Ademais, uma vez ao mês o Reclamante era obrigado a cumprir jornadas de


plantões sem qualquer remuneração por hora extra, trabalhando aos sábados e domingos,
cumprindo em média ________ horas por mês, sendo devido o pagamento de horas extras,
conforme precedentes sobre o tema:

HORAS EXTRAS. Comprovado o labor aos sábados há a descaracterização


do sistema de compensação, havendo horas extras a serem quitadas.
Indevido o pedido de aplicação da jornada alegada na inicial, porquanto
juntados os cartões de ponto. Recurso do reclamante parcialmente
provido. (TRT-24 00251756120155240071, Relator: RICARDO GERALDO
MONTEIRO ZANDONA, 2ª TURMA, Data de Publicação: 18/09/2017)
Assim, considerando que o Reclamado não adimpliu com o período extraordinário
laborado, o Reclamante faz jus ao pagamento de horas extras, com os adicionais devidos:
________ para as duas primeiras horas e de 100% para as demais, devendo usar como base
de cálculo as parcelas de natureza salarial e acrescido dos adicionais noturno (OJ 97),
periculosidade e insalubirdade (Súmula 132 do TST), contrato, acordo, convenção coletiva ou
sentença normativa, nos termos da Súmula 264 do TST.

Por habituais, requer ainda a condenação do reclamante ao pagamento dos


seguintes reflexos:

c) Férias (Art. 142, §5º da CLT);


e) Aviso prévio (Art. 487 da CLT, §5º);
f) FGTS sobre verbas rescisórias (Súmula 63 do TST);
g) Multa de 40% do FGTS (Súmula 63 do TST);
h) Gratificações e 13º (Súmula 45 do TST);
i) Repousos semanais (Art. 7º, "a" da Lei 605/49 e Súmula 172 TST);
j) Multa do Art. 477, § 8º, da CLT;
l) ________

DAS HORAS DE SOBREAVISO

Além da hora tradicional de trabalho, já devidamente indicada, o Reclamante, uma


vez por semana, era responsável pelo plantão de doze horas aguardando ser chamado para
atender alguma demanda.

Apesar de não contratado formalmente a disponibilidade de sobreaviso, o mesmo é


configurado pois o trabalhador tinha o compromisso de atender os chamados fora de hora, em
manifesto controle do empregador, o que o inviabilizava de assumir quaisquer
compromissos, em clara restrição à liberdade do trabalhador.

Inúmeros foram os casos de convocação fora de hora, tais como ________

Cabe destacar que o adicional de sobreaviso é devido pela mera expectativa


durante o seu período de descanso, pois permanece em estado de alerta e sob controle do
empregador aguardando a convocação a qualquer momento, restringindo o seu direito ao
descanso e a relaxar verdadeiramente. Portanto, não é necessário que o trabalhador estivesse
efetivamente trabalhando durante o período de sobreaviso, devendo ser computado ________
horas por dia, que era o período que as convocações poderiam ocorrer.

Assim, configurado o período de sobreaviso, insta consignar a aplicação analógica


do Art. 244 da CLT, conforme redação da Súmula 428 do TST:

Súmula nº 428do TST

SOBREAVISO APLICAÇÃO ANALÓGICA DO ART. 244, § 2º DA


CLT (redação alterada na sessão do Tribunal Pleno realizada em
14.09.2012) -Res. 185/2012, DEJT divulgado em 25, 26
e27.09.2012

(...)

II - Considera-se em sobreaviso o empregado que, à distância e submetido


a controle patronal por instrumentos telemáticos ou informatizados,
permanecer em regime de plantão ou equivalente, aguardando a qualquer
momento o chamado para o serviço durante o período de descanso.

Ao lecionar sobre o tema, a jurisprudência retrata o cabimento do pagamento por


horas de sobreaviso:

HORAS DESOBREAVISO.REQUISITOS. RESTRIÇÃO À LIBERDADE.


CONFIGURAÇÃO. 1. Segundo o Ministro do Col. TST, Maurício Godinho
Delgado, "por tempo de sobreaviso (horassobreaviso) compreende-se o
período tido como integrante do contrato e do tempo de serviço em que o
ferroviário "permanecer em sua própria casa, aguardando a qualquer
momento o chamado para o serviço". 2. Depreende-se, portanto, que a
figura dosobreaviso, segundo a norma do art. 224, §2º, da CLT,
originalmente, relaciona-se tão somente à categoria dos ferroviários e
configura-se quando o empregado permanece fora de seu local de trabalho,
mas a ele conectado, eis que aguarda ser chamado a qualquer momento. A
sua aplicação aos trabalhadores pertencentes a outras categorias decorre
de analogia. 3. Esta é a inteligência da súmula 428, do Col. TST. 4. Logo,
considerando que o obreiro estava submetido ao controle
patronal à distância, aguardando ser convocado ao labor a
qualquer momento, inclusive pelo período contratual anterior a
maio de 2014, conforme prova testemunhal e documental,
configura-se o regime de sobreaviso. 5. Recurso ordinário conhecido
e desprovido no aspecto. (TRT da 3.ª Região; PJe: 0010161-
36.2017.5.03.0173 (RO); Disponibilização: 06/03/2018,
DEJT/TRT3/Cad.Jud, Página 801; Órgão Julgador: Quarta Turma;
Relator:Paula Oliveira Cantelli)

RECURSO ORDINÁRIO DA RECLAMADA. HORAS DESOBREAVISO.


Considera-se de sobreavisoo empregado que permanecer
aguardando a qualquer momento o chamado para o serviço,
sendo irrelevante se necessita aguardar em sua residência ou
pode aguardar o chamado pelo celular. O direito ao sobreaviso é
assegurado pelo estado de prontidão do trabalhador. Caso em que a prova
oral confirma que a escala informal de sobreaviso era realizada em rodízio
com outro colega e aos finais de semana não havia sobreaviso e sim
plantão presencial. Recurso provido para limitar a condenação. (...) (TRT-
4, RO 00000995420155040471, Relator(a):Ana Luiza Heineck Kruse, 4ª
Turma, Publicado em: 07/12/2017)

Logo, faz jus ao pagamento de horas de sobreaviso, agregado de 1/3 nos termos do
Art. 244 da CLT, com os devidos reflexos em descanso semanal remunerado, aviso prévio,
décimo terceiro salário, férias acrescidas do terço constitucional e FGTS (depósitos e multa de
40%), conforme valores indicados no pedido.

HORAS EXTRAS - IN TITINERE

Inicialmente cabe destacar que, conforme já indicado, a Reforma Trabalhista não


tem eficácia para retirar direitos do trabalhador cuja relação jurídica é anterior à Lei 13.467/17,
sob pena de grave inobservância ao princípio do DIREITO ADQUIRIDO, nos termos de clara
redação constitucional em seu Art. 5º.

A doutrina confirma este entendimento ao disciplinar:

"Para as horas de trajeto (art. 58, § 2º, da CLT), tendo em


vista o caráter dispositivo da norma, uma vez que as partes são livres
para ajustar em sentido contrário do que está lá estabelecido, a melhor
solução é entender que a alteração somente se aplica para os futuros
contratos, pois o contrato foi feito levando-se em consideração o conjunto
normativo então vigente (direito adquirido a uma situação contratual)."
(MIZIARA, Raphael. Eficácia da lei 13.467/2017 no tempo. In Desafios da
Reforma Trabalhista. Revista dos Tribunais, 2017. p.34)

O tempo que o trabalhador gasta para realizar o percurso da casa ao trabalho,


quando o local de trabalho for de difícil acesso ou não possuir transporte regular público,
deverão ser remuneradas como horas de efetivo trabalho.

No presente caso, a sede da reclamada ficava localizada em ________ , sem a


disponibilidade de transporte público, fato que se evidencia pelo trajeto regular de transporte
fornecido pela empregadora.

Portanto, nesse período de itinerário, o trabalhador está a disposição do


empregador, o que acarreta na computação deste tempo na jornada de trabalho.

RECURSO DE REVISTA. HORAS IN ITINERE. ÔNUS DA PROVA. A


facilidade de acesso ao local de trabalho e a existência de transporte
público regular compatível com o horário de trabalho da reclamante
constituem fatos impeditivos do direito às horas in itinere e, portanto, é da
reclamada o ônus de prová-los, nos termos dos artigos 818 da CLT e 333,
II do CPC. Não tendo a reclamada se desincumbido desse ônus probatório,
cabível a condenação em horas in itinere. Recurso de revista
conhecido e provido . (TST - RR: 1268002620085150107, Relator:
Augusto César Leite de Carvalho, Data de Julgamento: 19/08/2015, 6ª
Turma, Data de Publicação: DEJT 21/08/2015)

Assim, considerando que o Reclamado não adimpliu com o período extraordinário


laborado, o Reclamante faz jus ao pagamento de horas extras, com os adicionais devidos:
________ para as duas primeiras horas e de 100% para as demais.

HORAS EXTRAS - JORNADA PREVISTA EM CONVENÇÃO


COLETIVA

Diferente do que fora acordado incialmente, o período de trabalho não respeitava


os termos da cláusula da Convenção Coletiva ________ , uma vez que a jornada semanal de
trabalho deveria ser de apenas ________ horas, sendo considerada hora extra todo tempo
excedente a ________ hora.
Todavia, nenhuma das previsões era respeitada pelo Reclamado, pelo contrário, a
jornada era de ________ horas, o que se prova por meio ________ .

HORAS EXTRAS À DISPOSIÇÃO DO EMPREGADOR

O Reclamante, além de realizar fielmente suas atividades como acordado, era


obrigado a prolongar sua jornada em até ________ minutos antes seu horário, para
________ e ________ minutos depois para ________ .

Ou seja, estava à disposição do Empregador em mais ________ minutos além do


horário contratual, sendo devido o reconhecimento de jornada de trabalho:

HORAS EXTRAS. TEMPO GASTO À DISPOSIÇÃO DA EMPRESA. As


atividades do tipo da desenvolvida pelo Autor implicam em muito suor e
contato com diversos materiais que acabam sujando o indivíduo, não
sendo razoável exigir-se que saia do trabalho uniformizado e sem banho.
Logo, ante a impossibilidade de o Autor ir embora após o
término do trabalho, esse tempo gasto no vestiário deve ser
pago como horas extras. Aplicação analógica da Súmula 429 do TST.
(TRT-1 - RO: 00117353320155010040, Relator: GISELLE BONDIM
LOPES RIBEIRO, Data de Julgamento: 15/03/2017, Sétima Turma, Data
de Publicação: 31/03/2017)

JORNADA DE TRABALHO. TEMPO À DISPOSIÇÃO DA EMPRESA.


HORAS EXTRAS. Inclui-se na jornada do empregado o tempo em que
permanece nas dependências da empresa à sua disposição. Tal período
deve ser computado na apuração das horas extras. Recurso ordinário a que
se nega provimento. (TRT-6 - RO: 00006892820165060281, Data de
Julgamento: 05/06/2017, Terceira Turma)

HORAS EXTRAS. TROCA DE UNIFORME. O tempo despendido pelo


empregado na troca de uniforme, quando ultrapassados os
cinco minutos de tolerância previstos no § 1º do artigo 58 da
CLT, caracteriza-se como tempo à disposição do empregador,
consoante Súmula 366 do C. Tribunal Superior do Trabalho.
Recurso da reclamada não provido, no particular. HORAS EXTRAS.
ACORDO DE COMPENSAÇÃO. INVALIDADE. A prestação habitual de
horas extras e o labor em condições insalubres sem a prévia autorização do
poder público, nos termos do art. 60 da CLT, invalidam o acordo
compensatório de horas extras. Entendimento firmado pelo Pleno deste
Regional no julgamento do IUJ 0024170-23.2015.5.24.0000. Recurso do
reclamante provido. (TRT-24 00248537120155240061, Relator: RICARDO
GERALDO MONTEIRO ZANDONA, 2ª TURMA, Data de Publicação:
14/02/2017)

Razão pela qual, o tempo dedicado a ________ deve ser computado como hora
extra e repercutir em todos os seus reflexos, conforme cálculo discriminado em anexo.

DA NÃO CONCESSÃO DE INTERVALO INTRAJORNADA

A Reclamante foi contratada para laborar no horário de ________ às ________


, de segunda à sábado.

Ocorre que por decisão unilateral da Reclamada, sem qualquer motivação ou


acordo prévio, a Reclamante se viu obrigada a prestar a mudar seu horário para ________ às
________ de segunda à sexta feira, sem poder usufruir, portanto, do intervalo intrajornada
para descanso e refeição de pelo menos 1 (uma) hora ou com intervalos não superiores a 10
minutos, e aos sábados ainda tinha que trabalhar das ________ às ________ .

Ao empregado que não usufrui de todo período de intervalo é devida a


indenização, conforme forte posicionamento jurisprudencial sobre o tema:

INTERVALOS INTRAJORNADA. ART. 71 DA CLT. É ônus do empregador


comprovar a fruição completa do intervalo intrajornada, podendo para
tanto utilizar-se da faculdade de pré-assinalar tais períodos nos cartões-
ponto. Não havendo tais provas, presume-se verdadeira a tese
inicial de que os intervalos foram fruídos apenas parcialmente.
Aplicação do entendimento da Súmula 437 do TST. Devidos
intervalos de 15 quando a jornada mediou entre 4 horas e 6 horas e de 01
hora quando a jornada superou 06 horas, tudo com adicional de 50%.
Recurso da primeira reclamada provido em parte para limitar os intervalos
deferidos de acordo com a jornada cumprida. (TRT-4 - RO:
00207268220155040373, Data de Julgamento: 17/11/2016, 6ª Turma)
REDUÇÃO DO INTERVALO INTRAJORNADA POR NEGOCIAÇÃO
COLETIVA. INVALIDADE. A norma legal que estabelece a
obrigatoriedade do intervalo intrajornada (art. 71 da CLT)é de ordem
pública e se sobrepõe à vontade das partes, sendo insuscetível de alteração
unilateral pelo empregador ou mesmo por meio de ajuste coletivo. Na
forma do § 3º do art. 71 da CLT, somente o Ministério do
Trabalho e Emprego pode autorizar a redução do intervalo, até
porque é necessário verificar se o estabelecimento atende às exigências
concernentes à organização dos refeitórios, bem como se os empregados
não estão submetidos à regime de prorrogação de jornada. (Súmula nº
437, II, do TST). (TRT-12 - RO: 00001757020155120046 SC 0000175-
70.2015.5.12.0046, Relator: JOSE ERNESTO MANZI, SECRETARIA DA
1A TURMA, Data de Publicação: 08/03/2017)

A OJ 307 da SDI-1 do TST regula com severidade a não observância do horário de


repouso exatamente para inibir tal procedimento. Assim sendo, a indenização das horas deve ser
em sua integralidade com adicional de no mínimo 50%.

Considerando ainda que o reclamante por ocupar cargo de ________ , deveria ter
a concessão de intervalo a cada 9 minutos, conforme clara determinação do TST através da
Súmula 346:

DIGITADOR. INTERVALOS INTRAJORNADA. APLICAÇÃO


ANALÓGICA DO ART. 72 DA CLT (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e
21.11.2003 Os digitadores, por aplicação analógica do art. 72 da CLT,
equiparam-se aos trabalhadores nos serviços de mecanografia
(datilografia, escrituração ou cálculo), razão pela qual têm direito a
intervalos de descanso de 10 (dez) minutos a cada 90 (noventa) de
trabalho consecutivo.

Trata-se de previsão legal expressa da CLT:

Art. 72 - Nos serviços permanentes de mecanografia (datilografia,


escrituração ou cálculo), a cada período de 90 (noventa) minutos de
trabalho consecutivo corresponderá um repouso de 10 (dez) minutos não
deduzidos da duração normal de trabalho.

Assim, o Reclamante faz jus ao pagamento de ________ horas, devidamente


acrescidas em 50% (cinqüenta por cento) da hora normal, em razão da não concessão do
intervalo para refeição e descanso, nos termos do § 4º do art. 71da CLT.

Todas as horas extras acima requeridas, por serem habituais, devem refletir no
pagamento proporcional de: férias com 1/3 de adicional, 13º salário, repousos semanais
remunerados e no FGTS, INSS, diferenças de salários, etc.

DA INOBSERVÂNCIA DO INTERVALO INTERJORNADA

Como referido, a jornada do Reclamante era de ________ horas, de ________


às ________ , de segunda à sábado.

Ocorre que por decisão unilateral da Reclamada, sem qualquer motivação ou


acordo prévio, a Reclamante vinha sendo exigida a trabalhar mais de 10h por dia, sem a devida
observância do intervalo interjornada conforme prova que faz em anexo.

Trata-se de clara inobservância a dispositivo legal que determina:

CLT Art. 66: Entre 2 (duas) jornadas de trabalho haverá um período


mínimo de 11 (onze) horas consecutivas para descanso.

Ao empregado que não usufrui de todo período de intervalo é devida a


indenização, conforme forte posicionamento jurisprudencial sobre o tema:

INTERVALO INTERJORNADA (ART. 66 DA CLT). NÃO OBSERVÂNCIA.


HORAS EXTRAS DEVIDAS. Provado nos autos que o reclamante não
usufruía integralmente do intervalo interjornada de onze horas entre duas
jornadas, previsto no art. 66 da CLT, deve o empregador remunerar, como
extras, as horas que faltarem para completar tal intervalo. Aplicação do
disposto na Orientação Jurisprudencial nº 355, da SDI-I do C. TST.
ADICIONAL NOTURNO. PRORROGAÇÃO. CABIMENTO. Considerando
que o autor laborava preponderantemente em horário noturno,
prorrogando sua jornada até as 6h, faz jus à remuneração das horas que
ultrapassarem o horário das 5h como horas noturnas reduzidas, bem como
à incidência do adicional noturno sobre elas. Exegese do art. 73, §§ 4º e 5º,
da CLT e da Súmula nº 60, II, do TST. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS.
SÚMULAS 219 E 329 DO TST. SÚMULA 13/TRT11. Não configurados os
requisitos previstos na Lei nº 5.584/70, não há falar em honorários
advocatícios. Recurso conhecido e parcialmente provido. (TRT-11
00014177720165110007, Relator: MARIA DE FATIMA NEVES LOPES,
Gabinete da Desembargadora Maria de Fátima Neves Lopes)

O tema é de tamanha relevância que foi sumulado pelo TST, pelo qual determinou
pela Súmula 110 que "no regime de revezamento, as horas trabalhadas em seguida ao repouso
semanal de 24 horas, com prejuízo do intervalo mínimo de 11 horas consecutivas para
descanso entre jornadas, devem ser remuneradas como extraordinárias, inclusive com o
respectivo adicional."

Portanto, devido o pagamento indenizatório pelo período não observado de


intervalo interjornada.

DO TRABALHO AOS DOMINGOS E FERIADOS

A Constituição Federal, por meio do artigo 7º, inciso XV, bem como o artigo 67 da
CLT estabelece o repouso semanal remunerado preferentemente aos domingos e, quando
realizado, será sempre subordinado à permissão prévia da autoridade competente em matéria
de trabalho, o que de fato não ocorreu com o Reclamante.

Dessa forma, diante da súmula 146 do TST, os dias trabalhados em domingos e


feriados deverão ser pagos em dobro sem prejuízo à remuneração relativa ao repouso semanal.,
conforme precedentes sobre o tema:

AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA. PROCESSO SOB


A ÉGIDE DA LEI 13.015/2014 . NORMA COLETIVA. BANCO DE HORAS
- TRABALHO PRESTADO AOS SÁBADOS, DOMINGOS E
FERIADOS (COMPENSAÇÃO DE PLANTÕES). INVALIDADE.
PRESTAÇÃO DE HORAS EXTRAS ALÉM DO LIMITE DE 10 HORAS
DIÁRIAS. ART. 59, § 2º, DA CLT. SÚMULA 85, V/TST . A Corte de
origem, com alicerce no conjunto fático-probatório produzido nos autos,
concluiu que o regime de banco de horas relativo ao trabalho prestado aos
sábados, domingos e feriados (compensação de plantões), ainda que
previsto em norma coletiva, era inválido, pois, pela avaliação dos registros
de ponto, constatou a prestação de horas extras além da 10ª diária. Com
efeito, o art. 59, § 2º, da CLT condiciona a validade do banco de horas à
observância do limite máximo de 10 horas diárias. Frise-se que as
situações de desrespeito à regularidade do banco de horas conduzem à
automática sobrerremuneração das horas diárias em excesso, como se
fossem efetivas horas extras. Essa conduta resulta do sentido da norma
disposta no § 3º do art. 59 da CLT, o qual dispõe: "Na hipótese de rescisão
do contrato de trabalho sem que tenha havido a compensação integral da
jornada extraordinária, na forma do parágrafo anterior, fará o trabalhador
jus ao pagamento das horas extras não compensadas, calculadas sobre o
valor da remuneração na data da rescisão". Assente-se, ainda, que a
Súmula 85/TST refere-se somente ao regime compensatório clássico, não
se aplicando ao banco de horas os critérios atenuadores fixados em seus
incisos. Agravo de instrumento desprovido . (TST - AIRR:
7954220135090303, Relator: Mauricio Godinho Delgado, Data de
Julgamento: 16/11/2016, 3ª Turma, Data de Publicação: DEJT
18/11/2016)

Nesse sentido, considerando que o reclamante laborou aos domingos, no período


de ________ a ________ , conforme provas que junta em anexo, deve usufruir da devida
remuneração.

DO VALE ALIMENTAÇÃO E TRANSPORTES PAGOS EM


DINHEIRO

Ao longo de todo período contratual, o Reclamante recebeu auxílio alimentação no


montante de ________ por dia, ________ que era pago em pecúnio diariamente ao
Reclamante.

Assim, nos termos da Súmula 241 do TST:

"O vale para refeição, fornecido por força do contrato de trabalho, tem
caráter salarial, integrando a remuneração do empregado, para todos os
efeitos legais."

Notem que a Reforma Trabalhista positivou este entendimento ao


descrever expressamente que os vales não compõem a remuneração exclusivamente quando não
disponibilizados em dinheiro:

§ 2o As importâncias, ainda que habituais, pagas a título de ajuda de


custo, auxílio-alimentação, vedado seu pagamento em dinheiro,
diárias para viagem, prêmios e abonos não integram a remuneração do
empregado, não se incorporam ao contrato de trabalho e não constituem
base de incidência de qualquer encargo trabalhista e previdenciário.

Trata-se de posicionamento firmado nos Tribunais:

COMPETÊNCIA MATERIAL. LIDE ENTRE EMPREGADO E


EMPREGADOR. APLICAÇÃO DO ART. 114, DA CONSTITUIÇÃO
FEDERAL. INEXISTÊNCIA DE PEDIDO SOBRE COMPLEMENTAÇÃO
DE APOSENTADORIA. (...) Se o próprio empregador se comprometeu por
meio da CN 083/89 a conceder aos aposentados o auxílio alimentação, não
pode deixar de cumprir o avençado (Súmulas nº 51, I e nº 288 do TST).
Em igual sentido, se o auxílio alimentação era pago pela CEF em
dinheiro, sob a rubrica ''reembolso despesa alimentação'' de
forma habitual e gratuita, resta caracterizada sua natureza
salarial. Por esse motivo é devido o FGTS sobre a parcela. (TRT-1 - RO:
01000771120165010064, Relator: VOLIA BOMFIM CASSAR, Data de
Julgamento: 09/11/2016, Segunda Turma, Data de Publicação:
05/12/2016)

Desta forma o Reclamante requer a integração ao salário do valor mensal pago a


título de auxílio alimentação para fins de cálculo de horas extras, 13º salário, férias simples e
proporcionais, 1/3 de férias, aviso prévio, parcelas rescisórias pagas e FGTS.

DOS PRÊMIOS E GRATIFICAÇÕES HABITUAIS

A Reclamante recebia habitualmente valores intitulados ________ . Ocorre que


pela natureza desta remuneração, a Reclamada deveria efetivar o devido recolhimento de todos
os encargos trabalhistas inerentes à natureza salarial dos pagamentos.

A CLT, recentemente alterada pela Lei 13.467/17, esclareceu a natureza de prêmios


excluindo deste conceito os pagamentos sem natureza de reconhecimento por desempenho
superior:
Art. 457 - Compreendem-se na remuneração do empregado, para todos os
efeitos legais, além do salário devido e pago diretamente pelo empregador,
como contraprestação do serviço, as gorjetas que receber.
(...)
§ 4o Consideram-se prêmios as liberalidades concedidas pelo empregador
em forma de bens, serviços ou valor em dinheiro a empregado ou a grupo
de empregados, em razão de desempenho superior ao
ordinariamente esperado no exercício de suas atividades.”

Ou seja, deve ficar perfeitamente demonstrada a natureza extraordinária destes


valores, o que é descaracterizado pelo pagamento habitual de tais verbas.

Diferente disto, seria reconhecer que o trabalhador tinha desempenho excepcional


todos os meses, o que evidentemente não parece razoável.

A habitualidade, apesar de prevista na Reforma Trabalhista, retira totalmente o


caráter excepcional do merecimento ao prêmio, pois deixou de superar o ordinariamente
esperado.

Este entendimento predomina nos tribunais:

PRÊMIO-PRODUÇÃO. HABITUALIDADE. NATUREZA SALARIAL. Para


que o prêmio ostente natureza indenizatória, deve ser eventual,
esporádico, sendo que a habitualidade em seu pagamento enseja o
reconhecimento de sua natureza salarial, nos termos do artigo
457, § 1º, da CLT, ensejando os devidos reflexos. Recurso não
provido. (TRT-23 - RO: 00006551520165230076, Relator: JOAO CARLOS
RIBEIRO DE SOUZA, 2ª Turma-PJe, Data de Publicação: 02/02/2017)

A doutrina , no mesmo sentido, traz este esclarecimento:

O fato de o empregador rotular um pagamento como "prêmio-produção",


"prêmio-assiduidade" ou "prêmio" por tempo de serviço, por exemplo,
não acarreta a interpretação que estas parcelas não têm natureza
salarial, pois contraprestacionam o trabalho executado ou o gratificam,
além de serem habituais, e, por isso, têm natureza salarial (Súmula nº
209 do STF) e não se caracterizam como prêmio stricto sensu, mas sim
em gratificações (interpretação contida, por exemplo, nas Súmulas nos
115, 202, 203, 225 do TST - todos nominaram as referidas parcelas como
gratificações e não como prêmios). (CASSAR, Vólia Bomfim. Direito do
Trabalho, 11ª edição. Método, 06/2015. VitalBook file, Capítulo 33, Título
7)

Razão pela qual, devido o reconhecimento dos valores pagos a título de ________
como natureza salarial para fins os devidos reflexos.

DO PAGAMENTO DE COMISSÕES POR FORA E DA INTEGRAÇÃO


DOS VALORES À REMUNERAÇÃO

No período contratual de trabalho, era pago, mensalmente ao Reclamante, valor


denominado ________ o que não era prevista na CTPS. Em média, o valor pago a este título
alcançava a monta de ________ (R$) mensais e, conforme se evidenciará nos contracheques
apresentados pela empresa, este prêmio nunca foi integrado à remuneração mensal do
Reclamante.

Trata-se da exata redação da Súmula 27 do TST “É devida a remuneração do


repouso semanal e dos dias feriados ao empregado comissionista, ainda que pracista.”

Esta regra vale, inclusive, para o cálculo as horas extras, conforme clara redação da
súmula 340 do TST:

O empregado, sujeito a controle de horário, remunerado à base de


comissões, tem direito ao adicional de, no mínimo, 50% (cinqüenta por
cento) pelo trabalho em horas extras, calculado sobre o valor-hora das
comissões recebidas no mês, considerando-se como divisor o número de
horas efetivamente trabalhadas.

Este posicionamento foi formalizado pela Reforma Trabalhista ao positivar em seu


Art. 457:

§ 1º Integram o salário a importância fixa estipulada, as gratificações


legais e de função e as comissões pagas pelo empregador. (Redação dada
pela Medida Provisória nº 808, de 2017)
Trata-se de entendimento pacífico na jurisprudência:

COMISSÃO PAGA "POR FORA". DIFICULDADE DE COMPROVAÇÃO.


INTEGRAÇÃO À REMUNERAÇÃO. PROCEDÊNCIA. Considerando-se as
dificuldades enfrentadas pelo trabalhador, parte mais vulnerável na
relação jurídica processual trabalhista, para produzir provas aptas a
comprovar suas alegativas, sobretudo como no caso dos autos, no qual a
parcela controversa trata-se de comissão paga "por fora", há o julgador que
avaliar um conjunto de fatores e circunstâncias, de modo que sua decisão
tenha como base a realidade vivenciada pelo trabalhador. No caso em tela,
ficando comprovado através do conjunto probatório, o pagamento de
"comissão por fora", de forma habitual e não registrada através
de recibo de pagamento, de se reformar a Decisão Singular para
determinar a integração da média mensal das comissões, fixada
no valor de R$ 1.260,00, à remuneração do reclamante para
todos os efeitos legais. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. Indevidos
conforme Súmula nº 2 deste Tribunal. Recurso parcialmente provido.
(TRT-7 - RO: 00001527020155070012, Relator: EMMANUEL TEOFILO
FURTADO, Data de Julgamento: 07/12/2016, Data de Publicação:
07/12/2016)

Ademais, sobre as comissões pagas por transações canceladas, não pode o


empregador reter as comissões sob pena de grave ilegalidade:

O direito à comissão surge após ultimada a transação pelo empregado,


sendo indevido o cancelamento do pagamento até mesmo pela
inadimplência do comprador. Assim, correto o TRT ao concluir pela
ilegalidade da retenção do pagamento das comissões após a rescisão
contratual. Recurso de revista conhecido e desprovido. (TST, Relator:
Alberto Luiz Bresciani de Fontan Pereira, Data de Julgamento:
24/09/2014, 3ª Turma)

Assim, além da retificação da CTPS, deve ser considerado para fins de cálculo de
horas extras, 13º salário, férias simples e proporcionais, 1/3 de férias, aviso prévio, parcelas
rescisórias pagas no TRCT e, a partir das verbas acima postuladas a incidência no FGTS, RSR,
recompondo ainda os vencimentos da Autora para apuração das parcelas pleiteadas na presente
peça.
DAS DIÁRIAS ACIMA DE 50% DO SALÁRIO

Conforme provas que junta em anexo, o Reclamante percebia mensalmente o valor


de R$ ________ à título de diárias para viagem. Note, todavia, que tal valor ultrapassa 50% do
salário do reclamante que er ade apenas R$ ________ .

Portanto, devem integrar o salário do Reclamante as diárias para viagem


pagas pelo empregador, quando excedentes de 50% (cinquenta por cento) do salário percebido
pelo empregado. Trata-se de clara redação do § 2º do art. 457 da CLT e da súmula 101 do TST:

Integram o salário, pelo seu valor total e para efeitos indenizatórios, as


diárias de viagem que excedam a 50% (cinqüenta por cento) do salário do
empregado, enquanto perdurarem as viagens. (primeira parte - ex-Súmula
nº 101 - RA 65/1980, DJ 18.06.1980; segunda parte - ex-OJ nº 292 da
SBDI-1 - inserida em 11.08.2003)

E os precedentes sobre o tema, seguem o mesmo entendimento.

HORAS EXTRAS. EMPREGADO QUE EXERCE ATIVIDADE EXTERNA.


POSSIBILIDADE DE CONTROLE DE HORÁRIO. NÃO SUJEIÇÃO DO
TRABALHADOR À EXCEÇÃO PREVISTA NO ART. 62, I, DA CLT. Sendo
a atividade externa realizada pelo empregado compatível com a fixação e
controle de jornada, não há falar na exceção prevista no art. 62, I, da CLT,
sendo devidas ao trabalhador as horas extras laboradas.INTERVALO
INTRAJORNADA. VIOLAÇÃO TOTAL OU PARCIAL. PAGAMENTO DO
TEMPO INTEGRAL. DEVIDO. Conforme enunciado no item I da súmula
437 do TST, comprovada a ocorrência de violação do período mínimo de
intervalo intrajornada a que faz jus o trabalhador, seja de forma total ou
parcial, é devido o pagamento de todo o tempo do intervalo com acréscimo
de 50%, e não somente do tempo faltante ao cômputo do período mínimo
devido a esse título.DIÁRIAS. VALOR SUPERIOR A 50% DO SALÁRIO
DO EMPREGADO. INTEGRAÇÃO DEVIDA. Integram o salário as diárias
para viagem pagas pelo empregador, quando excedentes de 50%
(cinquenta por cento) do salário percebido pelo empregado. Inteligência
do § 2º do art. 457 da CLT e da súmula 101 do TST. (TRT-4 - RO:
00009896420135040761, Data de Julgamento: 23/08/2017, 8a. Turma)
DIÁRIAS DE VIAGEM. INTEGRAÇÃO À REMUNERAÇÃO.
PAGAMENTO EM VALOR SUPERIOR A 50% DO SALÁRIO-BASE.
PRESUNÇÃO DE NATUREZA SALARIAL. Quando o art. 457, § 2º, da
CLT, dispõe que não se incluem nos salários as ajudas de custo, assim
como as diárias para viagem que não excedam de 50% (cinquenta por
cento) do salário percebido pelo empregado, tal artigo não alude à
remuneração, e sim ao salário-base do empregado. Tanto isto é verdade,
que o dispositivo legal em questão emprega as palavras "salário" e
"remuneração", distinguindo-as claramente, ao dispor, em seu caput, que
se compreendem na remuneração do empregado, para todos os efeitos
legais, além do salário devido e pago diretamente pelo empregador, como
contraprestação do serviço, as gorjetas que receber. Ora, como é cediço, a
lei não contém palavras inúteis, e se faz menção ao salário e à
remuneração, é óbvio que não confunde os dois conceitos. Destarte, em
que pese a redação do § 2º do art. 457 da CLT não ser das mais felizes, ao
fazer menção aos "salários" (na realidade, remuneração, ou conjunto dos
"salários" do empregado), o que se infere do contexto lógico do artigo em
questão é que as diárias que extrapolem 50% do salário-base do
empregado integrarão a sua remuneração, presumindo-se sua natureza
salarial. Tal presunção não prevalecerá apenas se restar provado que as
diárias têm natureza indenizatória. (TRT-3 - RO: 01560201413903006
0001560-51.2014.5.03.0139, Relator: Oswaldo Tadeu B.Guedes, Quinta
Turma, Data de Publicação: 19/09/2016)

Portanto, os valores que extrapolem a 50% do salário base do Reclamante devem


ser consideradas como de natureza salarial para todos os fins e encargos trabalhistas.

DOS DESCONTOS EFETUADOS INDEVIDAMENTE DO SALÁRIO -


DANOS MORAIS

Durante o pacto de trabalho, o Reclamante sob a justificativa de que ________ ,


sofreu os seguintes descontos: ________

Ocorre que, por serem descontos manifestamente ilegais, além de afetar


diretamente a subsistência do reclamante afetaram gravemente sua moral, que tem em sua
remuneração o resultado de seu árduo trabalho.
Tais circunstâncias configuram dano moral, conforme precedentes sobre o tema:

RECURSO ORDINÁRIO DA RECLAMADA. DESCONTOS SALARIAIS.


INOBSERVÂNCIA DO ARTIGO 462 DA CLT. RESTITUIÇÃO DEVIDA.
Constatado que a empregadora procedeu a descontos indevidos
no salário do empregado, mister se faz determinar a premente
restituição para sanar a lesão caracterizada. Recurso improvido no
aspecto. (Processo: RO - 0000201-17.2014.5.06.0193, Redator: Maria das
Gracas de Arruda Franca, Data de julgamento: 10/10/2016, Terceira
Turma, Data da assinatura: 16/10/2016)

RECURSO INOMINADO. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C


INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS. DESCONTOS
INDEVIDOS NO SALÁRIO DO RECLAMANTE. DANO MORAL
CONFIGURADO. PRECEDENTES DO STJ. VIOLAÇÃO AOS PRINCÍPIOS
CONSTITUCIONAIS. VALOR DA INDENIZAÇÃO ARBITRADO A
FIM DE ATENDER A FINALIDADE PUNITIVA, PEDAGÓGICA E
COMPENSATÓRIA. RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO. Diante
do exposto, resolve esta Turma Recursal, por unanimidade de votos,
CONHECER E NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, nos exatos termos
do vot (TJPR - 2ª Turma Recursal - 0020489-88.2014.8.16.0182/0 -
Curitiba - Rel.: Rafael Luis Brasileiro Kanayama - - J. 18.08.2015)

Isto posto, requer que a Reclamada seja condenada a devolução dos mesmos,
sendo os valores acrescidos de juros e correção monetária além de condenação a danos morais.

DO ACÚMULO DE FUNÇÕES

Conforme esclarecido, o reclamante fora contratado para exercer a função de


________ , contudo exercia igualmente as atividades de ________ .

A dupla função trata-se de conduta ilícita que deve ser combatida pelo Judiciário,
pois retrata uma determinação unilateral e autoritária do empregador sem a justa remuneração
devida, causando inequívoca lesão ao trabalhador, conforme precedentes sobre o tema:

ACÚMULO DE FUNÇÕES. ACRÉSCIMO SALARIAL. O empregado


somente tem direito a acréscimo salarial por acúmulo de funções quando
há alteração contratual lesiva, o que importa dizer, acréscimo de
tarefas de maior valia - em relação à contratada - em meio ao
contrato em curso, hipótese configurada nos autos. (TRT-4 - RO:
00011606720145040702, Data de Julgamento: 29/03/2017, 6a. Turma)

ACÚMULO DE FUNÇÃO. ACRÉSCIMO SALARIAL DEVIDO. Da análise


do acervo fático-probatório contido nos autos, conclui-se que a Autora,
enquanto laborou na filial do CPA, operava o caixa, planfletava, visitava
médicos, fazia depósito bancário e limpava o chão do banheiro, atividades
alheias àquelas conferidas ao cargo para o qual foi contratada, qual seja,
farmacêutica. É de fácil constatação que as atribuições do cargo
ocupado e aquelas imputadas cumulativamente são
incompatíveis entre si, mostrando abusividade na exigência
patronal e alteração contratual em prejuízo do empregado, o
que justifica o pagamento de um plus salarial à Vindicante,
limitado ao período comprovado pela prova oral. (TRT-23 - RO:
00013285820155230006, Relator: TARCISIO REGIS VALENTE, 1ª
Turma-PJe, Data de Publicação: 20/02/2017)

Tais atividades não podem ser compreendidas no cargo a que fora contratado o
Reclamante, pois incompatíveis. Fato que fica claro com a descrição da classificação de
ocupação na qual foi enquadrado o Reclamante:

CBO- ________ : ________

Ou seja, o cargo ocupado não contempla atividades de ________ .

Diante disso requer a condenação da Reclamada no pagamento das diferenças


salariais, decorrentes do acúmulo de função, com reflexos em aviso prévio, 13º salário, férias +
1/3, FGTS.

DAS FÉRIAS E 13º PROPORCIONAIS

Além de se deparar com a rescisão contratual, o Reclamante não auferiu os valores


devidos pela despedida imotivada, referente a férias e 13º proporcionais, conforme claro
entendimento jurisprudencial:
FÉRIAS E 13º SALÁRIO PROPORCIONAIS. DESPEDIDA COM JUSTA
CAUSA. A teor da Convenção nº 132 da OIT, conquanto se reconheça que a
ruptura contratual se deu por justa causa, não se pode negar o direito do
trabalhador às férias proporcionais. Aplicação do art. 7º, incisos VIII e
XVII, da Constituição Federal. Ainda, é devido o décimo terceiro salário
proporcional, conforme a recente Súmula 93 deste Regional. (TRT-4 - RO:
00215742520145040011, Data de Julgamento: 24/08/2016, 4ª Turma)

É devido, portanto, ser o Reclamado condenado ao pagamento, acrescido de juros


e correção.

DA NECESSÁRIA LIBERAÇÃO DA GUIA DO SEGURO


DESEMPREGO

Inobstante a ocorrência da rescisão contratual ocorrer em ________ a


Reclamante ainda não teve acesso às guias SD/CD para viabilizar o percebimento do seguro-
desemprego.

Portanto, deve a Reclamada ser condenada à imediata liberação sob pena de


indenização substitutiva equivalente à cinco parcelas da respectiva verba, bem como a liberação
do TRCT e chaves de conectividade para recebimento do FGTS.

DOS DANOS MORAIS DEVIDO O ATRASO NOS PAGAMENTOS


SALARIAIS

O Reclamante faz jus a indenização por danos morais por não receber pagamentos
salariais nos prazos em lei preceituados, sendo submetido a constante pressão psicológica em
virtude de suas dívidas e da impossibilidade do sustento da própria família.

A CLT, de forma clara dispõe o prazo para pagamento dos salários, nos seguintes
termos:

Art. 459 - O pagamento do salário, qualquer que seja a modalidade do


trabalho, não deve ser estipulado por período superior a 1 (um) mês, salvo
no que concerne a comissões, percentagens e gratificações.
§ 1º Quando o pagamento houver sido estipulado por mês, deverá ser
efetuado, o mais tardar, até o quinto dia útil do mês
subsequente ao vencido.

Ou seja, a redação da lei é clara, e vem sendo constantemente descumprida pelo


empregador, sendo pago com 30 e até 40 dias de atraso todos os meses.

Trata-se de direito gravemente não observado pelo empregador, em grave prejuízo


do trabalhador que depende exclusivamente desta renda para sua sobrevivência.

Os atrasos culminaram com graves prejuízos ao Autor, tais como:

 Multas por atrasos reiterados de aluguel, no total de R$ ________


;

 Multas por atrasos no pagamento das mensalidades da escola dos


seus filhos, no total de R$ ________ ;

 Inscrição no SPC/SERASA, por não saldar em dia algumas parcelas;

 Risco de busca e apreensão do veículo, por ser financiado e contar


com cláusula de alienação fiduciária;

 Suspensão do curso de ________ por incerteza do pagamento dos


próximos meses.

Evidentemente que o simples atraso dos pagamentos repercute em uma reação em


cadeia gerando o dever de indenizar, reconhecido pela jurisprudência:

INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL. ATRASO NO PAGAMENTO DE


SALÁRIOS. O atraso no pagamento dos salários permite a
presunção da ocorrência de dano moral indenizável, em
conformidade com o disposto na Súmula nº 104 desta Corte. (TRT-4 - RO:
00205207820155040014, Data de Julgamento: 23/02/2017, 1ª Turma)

DANO MORAL. ATRASO REITERADO NO PAGAMENTO


SALARIAL. O dano moral resulta de lesão a direito da personalidade,
repercutindo na esfera intelectual do indivíduo. A reparação por dano
moral decorrente do contrato de trabalho pressupõe um ato ilícito ou um
erro de conduta do empregador ou de seu preposto, um dano suportado
pelo ofendido e um nexo de causalidade entre o comportamento
antijurídico do primeiro e o prejuízo suportado pelo último. O atraso
reiterado no pagamento de salários configura o descumprimento do dever
do empregador mais relevante ao contrato de trabalho, implicando, assim,
violação dos direitos da personalidade do empregado, com destaque para o
da dignidade da pessoa humana. No caso dos autos comprovado o
reiterado atraso de salários impõe-se o deferimento da indenização
postulada. 2. Recurso ordinário conhecido e provido em parte. (TRT-10 -
RO: 561201300210000 DF 00561-2013-002-10-00-0 RO,
Relator: Desembargador Brasilino Santos Ramos, 11/09/2013,
2ª Turma, Data de Publicação: 20/09/2013 no DEJT).

“AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA.


DANO MORAL. ATRASO REITERADO NO PAGAMENTO DOS
SALÁRIOS. DANO "IN RE IPSA". Constatada violação direta de
dispositivo de lei federal (arts. 186 e 927,"caput", do Código Civil), merece
ser processado o Recurso de Revista, nos termos do art. 896, c, da CLT.
Agravo de Instrumento provido. RECURSO DE REVISTA. DANO MORAL.
ATRASO REITERADO NO PAGAMENTO DOS SALÁRIOS. DANO "IN RE
IPSA". O atraso reiterado no pagamento dos salários configura, por si só, o
dano moral, porquanto gerador de estado permanente de apreensão do
trabalhador, o que, por óbvio, compromete toda a sua vida - pela
potencialidade de descumprimento de todas as suas obrigações, sem falar
no sustento próprio e da família. Precedentes da Corte. Recurso de Revista
parcialmente conhecido e provido.” (AC. 4.ª T./TST-RR-3321-
25.2010.5.12.0037. Julgamento: 14/11/2012. Ministra Relatora:
Maria de Assis Calsing)

Por tais razões que deve ser reconhecido o dano moral causado ao reclamante com
a reflexa condenação indenizatória.

DA NULIDADE DO SALÁRIO COMPLESSIVO

O salário complessivo é EXPRESSAMENTE VEDADO pelo nosso ordenamento


jurídico, conforme clara previsão do § 2º do art. 477 da CLT:

“O instrumento de rescisão ou recibo de quitação, qualquer que seja a


causa ou forma da dissolução do contrato, deve ter especificada a
natureza de cada parcela paga ao empregado e discriminado o
seu valor, sendo válida a quitação, apenas, relativamente às mesmas
parcelas”.

As verbas salariais devem ser pagas de forma clara e destacada no recibo de


pagamento de salário. Caso contrário, resta caracterizado o salário complessivo.

No presente caso, nota-se pelos recibos que junta-se em anexo que o salário era
pago ao Reclamante sem qualquer discriminação das verbas concedidas.

Ou seja, o Reclamante não tinha qualquer informação do quantum relativo ao


salário e demais direitos recebidos.

Para segurança do empregado, o empregador deve especificar os valores que estão


sendo pagos referentes ao salário, às horas extras, adicional de insalubridade, adicional noturno,
etc, o que não ocorre no presente caso em grave afronta à Súmula 91 do TST:

“Nula é a cláusula contratual que fixa determinada importância ou


percentagem para atender englobadamente vários direitos legais ou
contratuais do trabalhador”.

Portanto, nula a forma determinada como remuneração do empregado, devendo


ser pagos todas as verbas trabalhistas não comprovadas pelo empregador.

DO CABIMENTO DA MULTA DO ART. 477

Considerando que o Reclamante não recebeu no prazo legal as verbas a que fazia jus
quando da dispensa, resta configurada a multa do art. 477, § 8º, da CLT, especialmente porque o
reconhecimento da relação de emprego com a reclamada vir a ocorrer somente em Juízo.

No mesmo sentido, os seguintes precedentes da Alta Corte Trabalhista:


MULTA DO ARTIGO 477 DA CLT. Não provado o depósito tempestivo das
verbas rescisórias discriminadas no TRCT, mantém-se a condenação ao
pagamento da multa de que trata o artigo 477, § 8º, da CLT. (TRT-1 - RO:
00001194820145010282, Relator: Angela Fiorencio Soares da Cunha,
Data de Julgamento: 06/06/2017, Quarta Turma, Data de Publicação:
20/06/2017)

MULTA DO ARTIGO 477 DA CLT. A multa do § 8º do art. 477 da CLT é


aplicável quando não adimplidas as verbas decorrentes da ruptura
contratual reconhecidas como devidas pelo empregador no prazo legal
previsto no § 6º do mesmo dispositivo legal. (TRT-4 - RO:
00208341920145040027, Data de Julgamento: 23/11/2016, 3ª Turma)

Assim, devido o pagamento da multa, eis que as verbas rescisórias não foram
pagas no prazo legal, impondo-se a penalidade em razão da mora.

DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA

Nos termos do Art. 818 da CLT, "o ônus da prova incumbe ao reclamante, quanto
ao fato constitutivo de seu direito", ocorre que:

§ 1º Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa


relacionadas à impossibilidade ou à excessiva dificuldade de
cumprir o encargo nos termos deste artigo ou à maior facilidade de
obtenção da prova do fato contrário, poderá o juízo atribuir o ônus da
prova de modo diverso, desde que o faça por decisão fundamentada,
caso em que deverá dar à parte a oportunidade de se desincumbir do ônus
que lhe foi atribuído. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)

Assim, diante do nítido desequilíbrio na obtenção das provas necessárias, tem-se a


necessária inversão do ônus da prova.

A inversão do ônus da prova é consubstanciada na impossibilidade de obtenção de


prova indispensável por parte do Autor, sendo amparada pelo princípio da distribuição
dinâmica do Ônus da prova implementada pelo Novo Código de Processo Civil:
Art. 373. O ônus da prova incumbe:
I - ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito;
II - ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou
extintivo do direito do autor.
§ 1º Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa
relacionadas à impossibilidade ou à excessiva dificuldade de
cumprir o encargo nos termos do caput ou à maior facilidade de
obtenção da prova do fato contrário, poderá o juiz atribuir o
ônus da prova de modo diverso, desde que o faça por decisão
fundamentada, caso em que deverá dar à parte a oportunidade de se
desincumbir do ônus que lhe foi atribuído.

Referido dispositivo foi perfeitamente recepcionado pela Justiça do Trabalho, conforme


clara redação da IN 39/2016 do C. TST:

Art. 3° Sem prejuízo de outros, aplicam-se ao Processo do Trabalho, em


face de omissão e compatibilidade, os preceitos do Código de Processo
Civil que regulam os seguintes temas:
(...)
VII - art. 373, §§ 1º e 2º (distribuição dinâmica do ônus da prova);

Nesse sentido, a jurisprudência orienta a inversão do ônus da prova para viabilizar o acesso
à justiça:

DIFERENÇAS DE PRÊMIOS. DISTRIBUIÇÃO DINÂMICA DO ÔNUS DA


PROVA. Considerando as dificuldades para comprovação pelo
autor dos critérios para pagamento dos prêmios, é forçoso
convir que a aplicação da distribuição dinâmica do ônus da
prova (art. 373, §§ 1º e 2º do CPC/2015), plenamente aplicável
ao Processo do Trabalho (art. 3º, VII, da IN 39/2016 do C. TST), é
mais consentânea com os princípios que norteiam a seara juslaboral.
Diante desse panorama, o ônus de provar a ausência de diferenças de
prêmios devidos recaiu sobre a ré, do qual não se desvencilhou a contento,
pois inexistem nos autos documentos hábeis para a comprovação do
pagamento escorreito das parcelas vindicadas. (TRT-3 - RO:
00121649620145030163 0012164-96.2014.5.03.0163, Relator: Maria
Lucia Cardoso Magalhaes, Quarta Turma)
Assim, considerando a busca pela equidade processual, bem como a situação
hipossuficiente do consumidor, requer a inversão do ônus da prova, com base no Art. 818, 1 da
CLT e Art. 373, §1º do CPC/15.

DO APROVEITAMENTO DE PROVA EMPRESTADA

Os fatos aqui narrados correspondem exatamente àqueles dispostos no processo


________ , portanto, considerando a perícia realizada, bem como as testemunhas já ouvidas,
requer o imediato julgamento da lide, com base nestas provas que confirmam os fatos aqui
narrados.

A prova emprestada tem cabimento, no presente caso, tendo em vista a celeridade


e economicidade processual tão almejada em meio à morosidade que trava importantes debates
envolvendo a Justiça do Trabalho.

Portanto, considerando a existência de provas conclusivas em local exatamente


igual àquele em que o reclamante exercia suas atividades, não subsiste qualquer óbice à
aceitabilidade da prova emprestada, consubstanciada no aproveitamento dos seguintes
documentos:

 Laudo pericial do processo nº ________ (Anexo), o qual foi


realizado no mesmo ambiente de trabalho do Reclamante, e conclui
claramente que:

________

 Transcrição da audiência de instrução realizada em data no


processo nº que relatam exatamente os mesmos fatos que amparam
a inicial, com destaque aos seguintes trechos:

________

Trata-se de, conjuntamente, buscar a efetivação do direito de forma eficiente,


aliando princípios da celeridade, economicidade, objetividade e verdade real, conforme
corroboram precedentes sobre o tema:

RECURSO ORDINÁRIO PATRONAL. ADICIONAL DE


INSALUBRIDADE. PERÍCIA TÉCNICA. PROVA EMPRESTADA.
VALIDADE. A verificação acerca das condições de trabalho, sob o aspecto
de que ora se cuida, pressupõe a realização de períciaa cargo de médico ou
engenheiro do trabalho (art. 195 , caput, da CLT ). E, embora seja certo que
o julgador não está adstrito ao laudo pericial (art. 436 do antigo CPC ,
correspondente ao art. 479 do novo CPC , com nova redação), podendo não
levar em consideração o parecer emitido pelo técnico, quando não
evidenciados os elementos suficientes de convencimento, a fim de
respaldar a conclusão obtida, inexistem, nos autos, outros elementos,
capazes de afastar a conclusão chegada no parecer técnico utilizado como
PROVA EMPRESTADA, que se mostrou suficiente para a análise
e conclusão da existência de insalubridade no presente caso.
Recurso a que se nega provimento. (Processo: RO - 0000475-
90.2016.5.06.0231, Redator: Maria Clara Saboya Albuquerque
Bernardino, Data de julgamento: 02/02/2018, Terceira Turma, Data da
assinatura: 19/02/2018)

RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO NA VIGÊNCIA DA LEI


Nº13.015/2014. UTILIZAÇÃO DE PROVA ORAL EMPRESTADA.
POSSIBILIDADE. IDENTIDADE FÁTICA. MESMA
RECLAMADA. DESNECESSIDADE DE PRÉVIA
CONCORDÂNCIA DA PARTE CONTRÁRIA. AUSÊNCIA DE
CERCEAMENTO DE DEFESA. NULIDADE PROCESSUAL NÃO
CONFIGURADA. Esta Corte admite a utilização de prova oral
emprestada, desde que haja a identidade dos fatos nela
considerados e, aqueles na hipótese em julgamento, como
ocorrido neste caso, em que o Regional registrou que 'as
declarações se repetem, na medida em que o fato constitutivo é
derivado de uma causa comum para todos os empregados (tempo
da cidade até a usina, tempo de aguardo na usina, tempo até a frente de
trabalho, pausa para intervalo, forma de recebimento do ticket-
alimentação, possibilidade de utilização da área de vivência, condições da
área de vivência)'. Importante salientar, também, que a utilização de prova
emprestada não está condicionada à prévia anuência e concordância das
partes. Assim, a mera alegação da reclamada de que não concordou com a
utilização de prova emprestada não é suficiente para inviabilizar a sua
utilização nestes autos. Diante disso, o Juízo de origem, ao indeferir a
oitiva de testemunhas, considerando suficiente a prova oral emprestada
para o seu convencimento, não incorreu em cerceamento de defesa
(precedentes de Turmas). Agravo de instrumento desprovido"(Processo:
AIRR - 24553-86.2015.5.24.0101 Data de Julgamento: 15/03/2017,
Relator Ministro: José Roberto Freire Pimenta, 2ª Turma, Data de
Publicação: DEJT 17/03/2017).

Trata-se de viabilidade prevista claramente no CPC/15, em seu art. 372,


perfeitamente aplicável à Justiça do Trabalho, à luz do Art. 769 da CLT, conforme entendimento
da doutrina:

"Mesmo sendo apresentada no segundo processo pela forma documental,


a prova emprestada não valerá como mero documento. Terá
potencialidade de assumir exatamente a eficácia probatória que obteria
no processo em que foi originariamente produzida. Ficou superada a
concepção de que a prova emprestada receberia, quando muito, valor de
documento, 'prova inferior' ou 'extrajudicial'. (BEBER, Julio Cesar.
Provas no Novo CPC e o Processo do Trabalho. In: BRANDÃO, Cláudio.
MALLET, Estêvão (coord.). JusPodvm, 2015. p. 310)

Trata-se de ferramenta ao alcance do Judiciário a fim de viabilizar maior


celeridade processo e segurança jurídica nas relações.

Afinal, estamos diante de situações idênticas que devem merecer o mesmo


tratamento, motivando o presente pedido de aceitabilIdade e valoração adequada às aprovas
apresentadas.

DA TUTELA ANTECIPADA

Nos termos do Art. 300 do CPC/15, "a tutela de urgência será concedida quando
houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao
resultado útil do processo."

A Instrução Normativa nº 39 do TST, que dispõe sobre a aplicação das normas do


Código de Processo Civil de 2015 ao Processo do Trabalho, dispõe em seu Art.3º:

“Sem prejuízo de outros, aplicam-se ao Processo do Trabalho, em


face de omissão e compatibilidade, os preceitos do Código de Processo
Civil que regulam os seguintes temas: VI - arts. 294 a 311 (tutela
provisória)”

A doutrina ao disciplinar sobre a matéria, reforça o entendimento de que: "A tutela


de antecedência, prevista no CPC, é compatível com o Processo do Trabalho por força da
aplicação do art. 769 da CLT." (SCHIAVI, Mauro. Manual de Direito Processual do Trabalho.
13ª ed. Ed. LTR, 2018. p. 1.438)

Desta forma, diante da aplicabilidade do Art. 300 do CP/15, passa a demonstrar o


cumprimento aos requisitos do referido dispositivo legal:

Nos termos do art. 29 da CLT e art. 201 da CF/88, a CTPS será obrigatoriamente
apresentada pelo trabalhador ao empregador que terá a responsabilidade de realizar as
anotações e contribuir para a Previdência Social, garantindo-lhe os direitos trabalhistas e
previdenciários, confirmado por precedentes sobre o tema:

ANOTAÇÃO CTPS. RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA.


OBRIGAÇÃO PERSONALÍSSIMA DO EMPREGADOR. Não se
transfere ao tomador de serviços a obrigação de anotar a CTPS do
trabalhador, ônus personalíssimo do efetivo empregador.
Consequentemente, a aplicação de multa por descumprimento da
obrigação é de responsabilidade restrita do empregador. (TRT-3 - AP:
00110197320165030150 0011019-73.2016.5.03.0150, Relator: Manoel
Barbosa da Silva, Quinta Turma)

DA PROBABILIDADE DO DIREITO: Como ficou perfeitamente demonstrado,


o direto do Autor fica caracterizado pelo descumprimento notório à clara disposição legal da
efetiva anotação na CTPS do Reclamante.

Esta conduta é indispensável para viabilizar as demais anotações de vínculos


posteriores e permitir o acesso a benefícios sociais dali proveninentes, caracterizando
igualmente O RISCO DA DEMORA.

Para tanto, requer seja determinada a antecipação dos efeitos da tutela para fins de
que seja determinada imediatamente a anotação na CTPS do Autor sob pena de multa diária,
conforme precedentes sobre o tema:
MULTA FASE DE CONHECIMENTO. DESCUMPRIMENTO DE
OBRIGAÇÃO DE FAZER. CTPS NÃO ASSINADA. A antecipação do
provimento jurisdicional é medida que se afina integralmente
com a jurisdição em tempo abreviado que deve nortear a
atuação do magistrado que conhece de direitos sociais. Nesse
sentido, a multa independe de requerimento da parte, poderá ser aplicada
também em fase de conhecimento, em tutela provisória, desde que seja
suficiente e compatível com a obrigação e que se determine prazo razoável
para cumprimento do preceito. Aliás, o magistrado pode, de ofício ou a
requerimento, modificar o valor ou a periodicidade da multa vincenda ou
excluí-la, caso verifique que: I - se tornou insuficiente ou excessiva; II - o
obrigado demonstrou cumprimento parcial superveniente da obrigação ou
justa causa para o descumprimento. Pontue-se que o valor da multa será
devido ao exequente. A decisão que fixa a multa é passível de cumprimento
provisório, devendo ser depositada em juízo, permitido o levantamento do
valor após o trânsito em julgado da sentença favorável à parte. A multa
será devida desde o dia em que se configurar o descumprimento da decisão
e incidirá enquanto não for cumprida a decisão que a tiver cominado.
Convém ainda explicitar que a imposição da penalidade guarda
compatibilidade com o § 2º, do artigo 39/CLT, que se ocupa da
autorização para que a secretaria da vara a proceda a anotações na CTPS
do empregado. (TRT-3 - RO: 00255201413403005 0000255-
47.2014.5.03.0134, Relator: Convocado Vitor Salino de Moura Eca, Setima
Turma, Data de Publicação: 24/11/2017)

De outro turno, o art. 300, do CPC, autoriza a concessão da tutela antecipada toda
vez que um ou mais dos pedidos tornarem-se incontroversos, devendo ser aplicado na Justiça do
Trabalho à luz do art. 769 da CLT.

Por fim, cabe destacar que o presente pedido NÃO caracteriza conduta
irreversível, não conferindo nenhum dano ao Reclamado.

Por todo exposto, REQUER seja concedido o pedido liminar para fins de
________ , nos termos do art. 300 do CPC, aplicado subsidiariamente por força do art. 769 da
CLT.
DA TUTELA DE EVIDÊNCIA

O artigo 769 da Consolidação das Leis do Trabalho prevê a aplicabilidade do


Código de Processo Civil nos caos omissos. No mesmo sentido é a redação do Art. 15 do próprio
CPC.

Assim, considerando a ausência de vedação ou previsão na CLT da tutela de


evidência, tem-se por perfeitamente cabível a aplicação subsidiária do CPC, em especial o Art.
311 que prevê que “a tutela da evidência será concedida, independentemente da
demonstração de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo”,
quando preenchido alguns requisitos, previstos em seus incisos, quais sejam:

DO ABUSO DE DIREITO – inciso I: Conforme demonstrado, O Reclamado


cometeu abuso de direito ao ________ .

MANIFESTO PROPÓSITO PROTELATÓRIO DA RECLAMADA – inciso I:


Conforme conduta do Réu, ficou caracterizado o intuito protelatório ao ________

PROVA DOCUMENTAL PRÉ-CONSTITUÍDA - incisos II e IV: Para fins de


comprovação de seu direito, junta-se à presente ação os seguintes documentos como prova
suficiente do direito: ________

TESE FIRMADA EM JULGAMENTOS REPETITIVOS E SÚMULA


VINCULANTE – inciso II: Trata-se de matéria já visitada em sede de recursos repetitivos
conforme julgados nºs ________

MANIFESTAÇÃO E DOCUMENTAÇÃO DO RÉU - inciso IV: Pela


documentação já apresentada pelo Réu tem-se de forma inequívoca presente sua manifestação
sobre a matéria em tela, conforme precedentes sobre o tema:

DIREITO DO TRABALHO. DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO.


RECURSO ORDINÁRIO OBREIRO. REINTEGRAÇÃO. TUTELA
ANTECIPADA. No caso trazido à análise, à luz das disposições contidas
nos artigos 311 do CPC e 769 da CLT , deve ser concedida a tutela de
evidência, com o escopo de conferir celeridade e efetividade na
prestação jurisdicional. Recurso parcialmente provido. (Processo: RO
- 0001112-29.2014.5.06.0193, Redator: Sergio Torres Teixeira, Data de
julgamento: 18/10/2017, Primeira Turma, Data da assinatura:
25/10/2017)

O direito evidente é aquele que independe de instrução probatória ou que não


sofre resistência da outra parte. Portanto, demonstrado o cumprimento aos requisitos da tutela
de evidência.

Posto isso, requer ordem liminar inaudita altera parte, nos termos do art. 9º,
Paragrafo Único, inciso II, do CPC, ordem para ________ .

DA INDICAÇÃO DE VALOR CERTO E DETERMINADO

Inicialmente declara que indica aproximadamente os valores pleiteados ao final de


cada pedido, com base na documentação e informações disponíveis ao trabalhador.

Em relação aos valores abaixo, indica apenas valores genéricos, nos termos do Art.
324, §1º, III do CPC/15, pela impossibilidade de mensuração por inacessibilidade da
documentação necessária aos cálculos, que estão de posse do Reclamado.

Horas extras: ________

Adicional de periculosidade: ________

etc.

Deixa de liquidar os valores pleiteados, pois a redação introduzida pela Reforma


Trabalhista exige apenas a indicação de valor certo e determinado, não exigindo em
momento algum a sua liquidação, vejamos:

Art. 840 - § 1o Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do


juízo, a qualificação das partes, a breve exposição dos fatos de que resulte o
dissídio, o pedido, que deverá ser certo, determinado e com
indicação de seu valor, a data e a assinatura do reclamante ou de seu
representante.

Afinal, tal compreensão poderia ferir frontalmente princípios basilares da Justiça


do Trabalho, tais como o da SIMPLICIDADE, INFORMALIDADE, CELERIDADE e do AMPLO
ACESSO À JUSTIÇA.

Renomada doutrina, ao analisar a matéria, destaca:

"A lei não exige que o pedido esteja devidamente liquidado,


com apresentação de cálculos detalhados, mas que indique o
valor. De nossa parte, não há necessidade de apresentação de cálculos
detalhados, mas que o valor seja justificado, ainda que por estimativa.
Isso se justifica, pois o reclamante, dificilmente, tem documentos para o
cálculo de horas extras, diferenças salariais, etc. Além disso, muitos
cálculos demandam análise de documentação a ser apresentada pela
própria reclamada." (SCHIAVI, Mauro. Manual de Direito Processual do
Trabalho. 13ª ed. Ed. LTR, 2018. p. 570)

Aceitar interpretação extensiva à norma seria criar obstáculo inexistente em


manifesto cerceamento ao direito constitucional de acesso à justiça.

Este entendimento já vem norteando alguns posicionamentos nos Tribunais:

MANDADO DE SEGURANÇA. EMENDA À PETIÇÃO INICIAL. LEI


13.467. PEDIDO LÍQUIDO. IMPOSIÇÃO DE LIQUIDAÇÃO DA INICIAL
DA AÇÃO TRABALHISTA ILEGAL E OBSTACULIZADORA DO
DIREITO FUNDAMENTAL DE ACESSO À JUSTIÇA. SEGURANÇA
CONCEDIDA PARA CASSAR A EXIGÊNCIA.Tradicionalmente o art. 840
da CLT exige, da inicial da ação trabalhista, uma breve narrativa dos fatos,
o pedido, o valor da causa, data e assinatura. A nova redação da lei
13467/17, denominada "reforma trabalhista" em nada altera a situação,
considerando repetir o que está exposto no art. 291 do CPC quanto à
necessidade de se atribuir valor à causa e não liquidar o pedido. A
imposição de exigência de liquidação do pedido, no ajuizamento, quando o
advogado e a parte não tem a dimensão concreta da violação do direito,
apenas em tese, extrapola o razoável, causando embaraços indevidos ao
exercício do direito humano de acesso à Justiça e exigindo do
trabalhador, no processo especializado para tutela de seus direitos, mais
formalidades do que as existentes no processo comum. No ajuizamento da
inicial foram cumpridos todos os requisitos previstos na lei processual
vigente, não podendo ser aplicados outros, por interpretação, de forma
retroativa. Não cabe invocar a reforma trabalhista para acrescer novo
requisito a ato jurídico processual perfeito. Inteligência do art. 14 do CPC.
Segurança concedida. (TRT4 Processo 0022366-07.2017.5.04.0000(MS)
Redator: Marcelo Jose Ferlin D'ambroso Órgão julgador: 1ª Seção de
Dissídios Individuais 28/02/2018)

Nesse mesmo sentido, em outro julgado podemos destacar:

"O ato processual em questão diz respeito ao atendimento dos requisitos


legais previstos para a petição inicial, que deveriam ser aqueles previstos
na legislação vigente, é dizer, a CLT já com as alterações feitas pela
reforma, apenas determina sejam apontados os valores na peça
inaugural, não exigindo sua liquidação neste ponto. 10) Nessa
medida, a ordem judicial que determina a aplicação dos requisitos trazidos
pela Lei nº 13.467/2017, exigindo mais do que o dispositivo legal o faz,
revela-se teratológica, mostrando-se cabível a impugnação por meio do
remédio constitucional." (TRT15 Processo Nº 0005412-40.2018.5.15.0000
(MS) Juiz Relator: CARLOS EDUARDO OLIVEIRA DIAS. Data:
05/03/2018)

Motivos pelos quais requer o recebimento de simples indicação dos valores de cada
pedido, nos termos do Ar. 840, §1º e 324, §1º, III do CPC/15.

DOS REQUERIMENTOS

Diante todo o exposto REQUER:

1. O deferimento do pedido liminar para:

1.1 que seja expedido alvará judicial, bem como a certidão narrativa, para
que a Reclamante possa sacar seu FGTS e habilitar-se no programa do
Seguro Desemprego, nos termos do art. 300 do CPC, bem como seja
imediatamente corrigida a notação e consequente liberação da CTPS, sob
pena de multa diária, aplicado subsidiariamente por força do art. 769 da
CLT;

1.2 que seja determinado à Reclamante a exibição de documentos


________ à composição das provas necessárias a esta demanda, para fins
de que seja mensurado os valores devidos;

2. A citação dos Réus para responder a presente ação, querendo;

3. Que seja designada audiência de conciliação ou mediação na forma do previsto no


artigo 334 do NCPC;

4. A concessão dos benefícios da Gratuidade Judiciária, por tratar-se o Reclamante


de pessoa pobre nos termos da lei, não possuindo condições financeiras de arcar com
os custos da presente ação sem prejuízo de sua subsistência e de sua família;

5. O reconhecimento da configuração da sucessão empresarial e consequente


responsabilização solidária das empresas Reclamadas;

6. O recebimento do incidente de desconsideração da personalidade jurídica e


consequente responsabilização dos sócios pelas verbas trabalhistas;

7. A produção de todas as provas admitidas em direito, em especial a


documental, testemunhal e ________ , com a inversão do ônus da prova nos termos
do Art. 818, §1º da CLT;

8. Requer o aproveitamento da prova ________ do processo ________ ;

DOS PEDIDOS

A total procedência da presente Reclamatória, condenando o Reclamado a:

9. Sejam realizadas as devidas anotações na CTPS;

10. Seja declarada a rescisão indireta, com pagamento das verbas rescisórias
decorrentes do pacto laboral, conforme valores indicados abaixo;

11. Seja determinado o pagamento das diferenças salariais devidas de todo período
contratual;

Valor devido R$ ________


12. Sejam pagas as horas extras trabalhadas, com reflexo, pela habitualidade, nas
férias, na gratificação natalina, nos repousos semanais remunerados, FGTS e multa
de 40%;

Valor de horas extras devido R$ ________

13. Sejam pagas as horas horas de intervalo intrajornada não gozadas, com reflexo,
pela habitualidade, nas férias, na gratificação natalina, nos repousos semanais
remunerados, FGTS e multa de 40%;

Valor devido R$ ________

14. Sejam devidamente remunerados em dobro as horas trabalhadas em domingos e


feriados;

Valor devido R$ ________

15. Seja determinada a integração ao salário do valor mensal, com pagamento das
diferenças a título de auxílio alimentação e transporte para fins de cálculo de horas
extras, 13º salário, férias simples e proporcionais, 1/3 de férias, aviso prévio, parcelas
rescisórias pagas e FGTS;

Valor devido R$ ________

16. Seja determinada além da retificação da CTPS, as comissões pagas por fora
devem ser consideradas para fins de cálculo de horas extras, 13º salário, férias
simples e proporcionais, 1/3 de férias, aviso prévio, parcelas rescisórias pagas no
TRCT e, a partir das verbas acima postuladas a incidência no FGTS, DSR;

Valor devido R$ ________

17. Seja reconhecida a natureza salarial dos valores recebidos à título de prêmios e
gratificações com os reflexos trabalhistas inerentes à remuneração;

Valor devido R$ ________

18. Seja a reclamada condenada à devolução dos valores descontados indevidamente,


acrescidos de juros e correção monetária;

Valor devido R$ ________

19. Seja reconhecido o acúmulo indevido de funções com o pagamento das diferenças
salariais, com reflexo em aviso prévio, 13º salário, férias + 1/3, FGTS, DSR;

Valor devido R$ ________

20. A condenação da reclamada ao pagamento indenizatório de danos morais pelas


sequelas sofridas pelo acidente de trabalho;

Valor devido R$ ________

21. A condenação da reclamada ao pagamento indenizatório de danos materiais por


todo prejuízo decorrente do acidente de trabalho;

Valor devido R$ ________

22. Seja o reclamado condenado ao pagamento de férias e 13º proporcional ao


período trabalhado, devidamente atualizado;

Valor devido R$ ________

23. Seja o reclamado condenado ao depósito do FGTS, devidamente


atualizado, cumulado com as multas previstas nos Arts. 22 da Lei 8.036/90 e 467 da
CLT;

Valor devido R$ ________

24. Sejam entregues as guias para encaminhamento do seguro-desemprego


imediatamente, ou seja, na primeira audiência ou pagar o equivalente a 5 parcelas
pelo seu não fornecimento;

Valor devido R$ ________

25. A condenação da reclamada ao pagamento indenizatório de danos morais por


todo exposto;

Valor devido R$ ________

26. Seja determinada retificação e baixa da CTPS do reclamante;

27. Seja a reclamada condenada ao pagamento dos reflexos do presente pedido nas
verbas trabalhistas do seguinte período ________ :

a) Salários - R$ ________ ;

b) Horas extras - R$ ________ ;

c) Férias - R$ ________ :

d) Décimo terceiro - R$ ________ ;

e) Aviso prévio, nos termos do Art. 487 da CLT - R$ ________ ;

f) FGTS sobre verbas rescisórias - R$ ________ ;

g) Multa de 40% sobre saldo do FGTS - R$ ________ ;

h) Gratificações - R$ ________ ;

j) Adicional de periculosidade - R$ ________ ;

l) Adicional de insalubridade - R$ ________ ;

j) Adicional noturno - R$ ________ ;

l) Diferença da hora reduzida noturna - R$ ________ ;

m) Repouso semanal - R$ ________ ;

n) Multa do Art. 477, § 8º, da CLT - R$ ________ ;


o) ________

28. Seja a reclamada condenada ao pagamento das seguintes verbas rescisórias:

a) Saldo de salário - R$ ________ ;

b) Férias vencidas e proporcionais +1/3 - R$ ________

c) Décimo terceiro proporcional - R$ ________ ;

d) Indenização proporcional por tempo de serviço, nos termos do Art. 478


da CLT - R$ ________ ;

e) Aviso prévio, nos termos do Art. 487 da CLT - R$ ________ ;

f) FGTS sobre verbas rescisórias - R$ ________ ;

g) Multa de 40% sobre saldo do FGTS - R$ ________ ;

h) Liberação das guias do seguro desemprego, sob pena de incidência da


indenização substitutiva prevista na Súmula 389 do TST;

i) Multa do Art. 477, § 8º, da CLT - R$ ________ ;

j) ________ .

29. Seja condenada a reclamada ao pagamento da multa do artigo 477, §8º, da CLT,
pelo desatendimento do prazo para efetivação e pagamento da rescisão;

Valor devido R$ ________

30. Seja condenado ao pagamento dos honorários do procurador do Reclamante na


razão de 15% sobre o valor bruto da condenação, nos termos do Art. 791-A;

31. Seja determinado o recolhimento da contribuição previdenciária de toda a


contratualidade;
Valor devido R$ ________

32. Seja determinado o pagamento imediato das verbas incontroversas, sob pena de
aplicação da multa do artigo 467 da CLT;

33. Requer a aplicação de juros e correção monetária até o efetivo pagamento das
verbas requeridas;

Junta em anexo os cálculos discriminados das verbas requeridas nos termos do Art. 840, §1º da
CLT.

Dá à presente, para fins de distribuição, o valor de R$ ________

Nestes termos, pede deferimento.

________ , ________

________

OAB/ ________ ________

Documentos anexados:

1. Comprovante de renda

2. Declaração de hipossuficiência
3. Comprovante do comprometimento da renda

4. Prova da sucessão

5. Extrato do FGTS

6. Prova do abuso

7. Rol de testemunhas

8. Laudo pericial

9. Laudo pericial de periculosidade

10. Convenção da categoria

11. Prova do trajeto percorrido

12. Prova do trabalho em domingos e feriados

13. Extrato do recebimento em pecúnia

14. Prova do recebimento dos prêmios

15. Prova do recebimento das comissões

16. Extrato do recebimento das diárias

17. Prova do desconto salarial

18. Prova do exercício de nova função

19. Prova da função contratada

20. Prova da remuneração distinta de cada cargo


21. Prova do atraso do pagamento

22. Prova do salário complessivo

23. Termo de rescisão

24. Prova da data do pagamento das verbas rescisórias

25. Procuração

26. RG e CPF do Reclamante

27. Comprovante de residência

28. CTPS Reclamante

29. Cópia contracheques

30. Cópia do extrato da conta do FGTS

31. Cópia do atestado de saúde demissional

32. Incluir cálculo discriminados - Art. 840, §¹º CLT

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