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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS


DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA
PROGRAMA DE MESTRADO EM HISTÓRIA

DARLEIDE TAYANE SORAES MIRANDA

SEXUALIDADE FEMININA NO PERÍODO COLONIAL

Manaus – AM
2019
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DARLEIDE TAYANE SOARES MIRANDA

SEXUALIDADE FEMININA NO PERÍODO COLONIAL

Projeto de dissertação apresentado


ao Programa de Mestrado em
História da Universidade Federal do
Amazonas como requisito parcial
para a obtenção do título de Mestre
em História.

Orientadora Drª.: Joana Campos.

Manaus – AM
2019
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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 4
2. JUSTIFICATIVA...................................................................................................... 6
3. OBJETIVOS ............................................................................................................ 7
3.1 OBJETIVO GERAL ............................................................................................ 7
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .............................................................................. 7
4. REVISÃO DA LITERATURA .................................................................................. 8
5. METODOLOGIA ................................................................................................... 11
6. CRONOGRAMA ................................................................................................... 12
7. REFERÊNCIAS..................................................................................................... 13
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1. INTRODUÇÃO

Durante um longo período da história as mulheres não tinham um papel


importante definido e discutido, passando muitas vezes despercebidas nesta
evolução. Atualmente, esta visão ganhou um novo rumo, com estudos e descobertas
de que a história das mulheres teve um papel fundamental desde os primórdios da
humanidade. Na pré-história, por exemplo, elas mantinham e cuidavam da
alimentação dos grupos, muito mais que os homens, que às vezes retornavam de
mãos vazias sem terem tido sucesso na caça. Porém, com o tempo as mulheres
passaram de produtoras a propriedades, primeiramente de seus pais e
posteriormente de seus maridos. Não tinham o direito de participar da política, da
economia e muitas vezes da vida na sociedade (BASEGGIO e SILVA, 2015).
Este estudo irá ter como foco a mulher e sexualidade feminina no período
colonial, que abrange os anos de 1500 a 1822, visando conhecê-las em seus mais
variados papéis e funções: as índias, as negras e as mulheres brancas portuguesas.
As condições das índias com a chegada de colonizadores portugueses
ocasionou um relacionamento entre duas etnias, gerando assim uma miscigenação
do povo brasileiro. Também é importante refletir como foi fundamental o papel da
mulher ameríndia nos primeiros anos do processo produtivo no Brasil, bem como foi
forte a sua resistência em se adequar aos novos costumes impostos pelos
colonizadores que no Brasil desembarcavam (BASEGGIO e SILVA, 2015).
As negras, na sociedade colonial, viviam nas casas-grandes e eram muitas
vezes as que iniciavam os filhos dos grandes proprietários na vida sexual. Eram
amas de leite, cuidavam da casa, prestavam serviços, e muitas vezes ainda eram
submetidas às condições de violência sexual. Perto do fim do regime colonial,
muitas conseguiam suas cartas de alforria, conseguindo assim, a liberdade depois
de anos de escravidão. Já as mulheres brancas, eram vistas como a elegância da
sociedade. Apesar das más condições de alimentação e higiene em que também
viviam, eram as responsáveis por preservar os costumes europeus. Eram excluídas
assim, também da educação como muitas vezes das próprias organizações sociais
(BASEGGIO e SILVA, 2015).
No império nasce a possibilidade de mudança desse cenário de ausência total
de materialização da mulher. Da falta de visibilidade no Brasil colônia; agora no
Império a mulher consegue destaque e visibilidade a partir da sexualidade.
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Sexualidade que será administrada pelos médicos. Estes enfrentam grandes


dificuldades de se fazerem compreendidos e confiáveis. A mulher entregava seu
corpo para as parturientes denominadas como “aparadeiras e comadres”, não só
para os cuidados com a gravidez e parto, como também para os destinos a serem
determinados para as crianças (MENDONÇA e RIBEIRO, 2010).
Portanto, surge a necessidade de explorar esse cenário da sexualidade
feminina no período colonial. Afinal, entre as discussões globais da atualidade está a
promoção da cidadania, igualdade entre gêneros e direitos humanos e para isso é
necessário compreender essa evolução ao longo da história e o seu desdobramento
na perspectiva social.
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2. JUSTIFICATIVA

A pesquisa teve como premissa a sexualidade feminina no período colonial.


Partindo da ideia de que a nossa identidade sexual só fará sentido numa cadeia
discursiva de diferenças. O que ela é torna-se totalmente dependente daquilo que
ela não é. A diferença cultural de nossas concepções de educação sexual torna-se,
assim, dependente de inúmeros processos históricos que incluem exclusão,
vigilância de fronteiras, de estratégias de divisão social que, em última análise,
definem hierarquias corporais, escalas valorativas e sistemas de categorização
(LOURO, 2008).
Podemos dizer ainda, que o corpo feminino além de ser produzido e
ressignificado no centro de variadas redes de poder e controle é, também, percebido
e vivido de forma conflituosa e ambígua, de tal forma que esses modos de viver o
corpo envolvem, ao mesmo tempo, disciplinamento, coerção, subordinação, saúde,
libertação, gozo e prazer. Consideramos que a história da educação sexual, bem
como a educação sexual propriamente dita, pode encontrar nesses dois aspectos
(na representação e na desconstrução), um modo de olhar os saberes nacionais
construídos acerca das sexualidades (SCALIA, 2014).
A pesquisa parte da necessidade de discutir também as representações que
são marcadas pelo tempo e pelo espaço. Não são a verdade em si, mas apresentam
possibilidades para pensar e entender um dado momento histórico e, por
conseguinte, o hoje. São construídas para significar e integrar grupos sociais,
balizando territórios, delimitando trânsitos, normatizando olhares e comportamentos
e envolvendo, com isso, processos identitários. Vale salientar que pesquisar sobre a
mulher, em especial suas representações, permite penetrar em sua forma de ação e
expressão num dado tempo cultural, proporcionando conhecer o ausente e trazê-lo
para o presente (SOUZA, 2010).
Nesse sentido, compreender as faces da sexualidade feminina no período
colonial, os momentos cruciais para a mudança desta perspectiva, o papel do
homem e da sociedade neste momento, exige um exercício teórico mais
aprofundado das realidades, das ações que levaram a mudança deste cenário,
sendo de total relevância para a pesquisa.
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3. OBJETIVOS

3.1 OBJETIVO GERAL

Compreender a sexualidade feminina no período colonial, buscando identificar


a perspectiva da sua evolução histórica perante a sociedade.

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Identificar os aspectos envolvidos entre sexualidade e a diferença de gênero


no período colonial;
• Apresentar uma visão da trajetória histórica da sexualidade feminina,
tomando como base o período colonial;
• Avaliar a influência do estado e da igreja na sexualidade feminina no período
colonial.
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4. REVISÃO DA LITERATURA

A colonização do território brasileiro por portugueses começou, de fato, no


ano de 1532. Os rumos agrícolas, a noção de família e a escassez de mulheres
brancas fizeram com que os homens, recém-chegados, convivessem em uma terra
de mulheres de cabelos longos, olhos escuros e totalmente nuas, que se distanciava
muito da realidade vivida na Europa. A cultura indígena, de forma hospitaleira,
recebeu aqueles homens em sua sociedade e ainda permitiu a união com suas
mulheres. Este foi o primeiro grande papel desenvolvido pelas mulheres nos anos de
1500 a 1535, período chamado de pré-colonização, onde os homens, primeiro
estabeleceram-se como amigos da cultura existente no território, formando assim as
primeiras bases da sociedade que viria a ser colonizada (BASEGGIO e SILVA,
2015).
Consideramos que os discursos da colonização e da catequese são criadores
dos objetos de que falam: o Brasil surge deles como terra rica à espera de
exploração adequada, necessitando de uma população laboriosa, porém é território
habitado por um povo dominado pelos “vícios da lascívia”, precisando ser
moralizado. O casamento foi, nesse período, visto como instrumento disciplinar dos
corpos e dos costumes. Somente ele seria capaz de resolver as duas questões
simultâneas: aquietar e tornar produtivas as pessoas; servir de remédio para a
concupiscência (PIMENTEL, 2007).
Quanto à força produtiva, foram as mulheres, muito mais do que os homens
que asseguraram as produções e a agricultura para a subsistência antes da
chegada dos portugueses. O trabalho no campo era quase todo entregue às
mulheres, como o de dentro de casa. Eram as mulheres ameríndias que cuidavam
do campo, da casa, dos filhos, enquanto os homens tinham suas atividades voltadas
mais às produções artísticas (BASEGGIO e SILVA, 2015).
Na cultura indígena, os meninos eram ensinados a tratar as mulheres de
forma inferior, sendo impostos sobre eles ensinamentos e o costume de se
considerarem sempre superiores a elas. Ou seja, a submissão da mulher estava
também presente na cultura nativa muito antes da chegada dos colonizadores que,
viram nos homens índios, uma mão de obra promissora para a sustentação do
sistema colonial, o que logo perceberiam terem se enganados (BASEGGIO e SILVA,
2015).
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A mulher e a terra eram metáforas uma da outra não só no sentido da


exploração sensorial e sexual, mas também como meios de produção e de
reprodução, como propriedades, tendo as mulheres sua sexualidade abusada ou
controlada conforme os imperativos da colonização. Isso foi válido não apenas em
relação às índias, mas também em relação às negras, às mestiças e às brancas
(VILAÇA, 2008).
Em um primeiro momento, as mulheres brancas passaram a ter
responsabilidades cobradas da família, do marido, da sociedade e uma cobrança
fundamental da igreja: a maternidade. Ao aceitar o papel imposto pela religião, as
mulheres passaram a ser vistas de maneira importante, por serem as geradoras dos
futuros herdeiros daquela colônia. Isso as trouxe também a uma inclusão na
sociedade e as privou do abandono. Foram aos poucos conquistando seus espaços
e assim surgindo com poderes em uma sociedade amplamente machista
(BASEGGIO e SILVA, 2015).
A aproximação com os portugueses gerou filhos mestiços e a sociedade
passou a se concentrar em uma estabilidade patriarcal, onde o homem era o chefe
da família. Os anos seguintes da colonização e a formação de um governo
português em território brasileiro, fez com que os laços entre indígenas e
portugueses fossem rompidos com a tentativa de escravização dos índios. Foram
impostos também, através dos jesuítas, novos costumes e hábitos (BASEGGIO e
SILVA, 2015).
O controle da sexualidade feito pela Igreja transformava em crime as relações
sexuais que não se inserissem nos preceitos cristãos e que não se voltassem para a
procriação. O casamento, considerado disciplina dos instintos sexuais, sofria uma
série de restrições e regulamentações impostas gradualmente pela Igreja. Essas
“proibições inscritas no mais severo código de repressão sexual já inventado pelo
ocidente” condenavam o prazer e tornavam a mulher seu maior refém, pois toda a
intolerância e rigidez voltavam-se contra ela, deixando o homem mais livre para
transgredir. Ao contrário da virgindade, o casamento impedia a ascese da alma pelo
apego à carne (PIMENTEL, 2007).
A sexualidade das mulheres era nitidamente submetida à disposição
masculina. De acordo com Vilaça (2008), o interesse de controle da sua sexualidade
não era apenas dos homens, individualmente, mas também do Estado e da Igreja. A
luta contra o concubinato era mais intensa por parte da Igreja do que por parte da
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Coroa, devido ao desejo de manutenção dos padrões católicos. Já o interesse no


consentimento do pai ou do tutor para casar interessava mais ao Estado, a quem era
mais conveniente uma sociedade dividida entre nobres e plebeus, devido ao suporte
da monarquia dado por aqueles.
A sexualidade no casamento era aquela sexualidade contida, racional, casta,
contingente. A mulher, porém, era obrigada à sexualidade conjugal, não existindo,
dentro do casamento, a figura do estupro. Isso, mais uma vez, não só se associava
aos padrões morais, mas também à necessidade da colonização, de reprodução. A
sexualidade da mulher casada era tão controlada que existiam inclusive calcinhas de
ferro, colocadas pelos pais, só entregando a chave ao marido (VILAÇA, 2008).
A honra feminina estava, no imaginário da época, estritamente ligada, por um
lado, à sexualidade, manifesta por meio da castidade para as solteiras e da
fidelidade para as casadas, por outro lado, à sobriedade, que implica moderação,
austeridade, manifestação em última instância dos seus princípios de castidade. Ao
contrário da situação da mulher, a honra masculina era considerada mais como
atributo cívico, constituindo-se num valor moral e manifestando-se por privilégios de
classe (PIMENTEL, 2007).
A igreja teve um papel fundamental na restrição à sexualidade das mulheres,
estas agora deveriam ser recatadas. A fé cristã associava qualquer exposição
corporal à prostituição e as mulheres aos olhos da fé, do povo e de Deus deveriam
ser as propagadoras dos bons costumes católicos, servindo apenas a Deus e ao seu
homem. A visão de depravação era tida, pela igreja, em relação às negras escravas
que eram as culpadas pelos males sexuais da sociedade, bem como a iniciação de
meninos na sexualidade e a propagação de doenças (FREYRE, 2013).
O período colonial revelou caminhos e descaminhos trilhados e outras vezes
lançando a mulher em direção ao silêncio e ao obscurantismo de sua presença. Sua
corporeidade e presença ameaçam ao mesmo tempo em que é ameaçada pelo
homem em suas representações de Senhor, marido, líder da Igreja e da justiça. A
mulher vê-se obrigada ao mutismo. Para Manoel (1996 apud Mendonça e Ribeiro,
2010) “[...] essa clausura doméstica, esse afastamento do mundo, a ignorância, que
marcaram o espaço da vivência feminina durante o período colonial, adentraram o
próprio período do Império.”
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5. METODOLOGIA

Este tópico apresenta a classificação da metodologia utilizada na pesquisa e


a síntese dos procedimentos metodológicos utilizados para o desenvolvimento deste
projeto de dissertação.
Para Vergara (2000), a pesquisa pode ser classificada quanto aos fins e
quanto aos meios. Quanto aos fins, o autor destaca que a pesquisa pode ser:
exploratória, descritiva, explicativa, metodológica, aplicada ou intervencionista; E
quanto aos meios de investigação pode ser: Pesquisa de campo, pesquisa de
laboratório, pesquisa documental, pesquisa bibliográfica, pesquisa experimental, ex
post facto, participante, pesquisa-ação e estudo de caso.
Sob o ponto de vista da natureza a pesquisa foi classificada como básica,
quanto à abordagem do problema foi classificada como pesquisa qualitativa. Sob o
ponto de vista dos objetivos a pesquisa foi classificada como exploratória.
Para Gil (2002) a pesquisa exploratória tem como objetivo principal o
aprimoramento de idéias ou a descoberta de intuições, envolvendo, na maioria dos
casos, levantamentos bibliográficos, entrevista com pessoas relacionadas ao tema
pesquisado e análises de exemplos para facilitar a compreensão do assunto.
Neste estudo foi realizada uma revisão exploratória da literatura que é um
método de pesquisa que se encontra na fase preliminar, tem como finalidade
proporcionar mais informações sobre o assunto que vamos investigar, possibilitando
sua definição e seu delineamento, isto é, facilitar a delimitação do tema da pesquisa;
orientar a fixação dos objetivos e a formulação das hipóteses ou descobrir um novo
tipo de enfoque para o assunto. Assume, em geral, as formas de pesquisas
bibliográficas e estudos de caso (PRODANOV e FREITAS, 2013).
O procedimento técnico utilizado consiste em uma pesquisa bibliográfica.
Como critérios de elegibilidade do material utilizado na pesquisa, foram
considerados apenas estudos publicados em português nos últimos 20 anos nas
bases de dados Scielo, Google acadêmico e Capes.
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6. CRONOGRAMA

Setembro Outubro
Atividade
2019 2019
Definição dos critérios X
Pesquisa bibliográfica X
Análise dos trabalhos X
Definição dos objetivos X
Definição da metodologia X
Redação do trabalho X
Formatação e revisão final X
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7. REFERÊNCIAS

BASEGGIO, Julia Knapp; SILVA, Lisa Fernanda Meyer. As condições femininas


no Brasil colonial. Revista Maiêutica, Indaial, v. 3, n. 1, p. 19-30, 2015.
LOURO, G. L. Mulheres na sala de aula. In: DEL PRIORE, M. (Org.) . História das
mulheres no Brasil. São Paulo: Contexto, 2008.
MENDONÇA, João Guilherme Rodrigues; RIBEIRO, Paulo Rennes Marçal.
Algumas reflexões sobre a condição da mulher brasileira da colônia às
primeiras décadas do século XX. UNESP – Universidade Estadual Paulista.
Faculdade de Ciências e Letras – Pós-Graduação em Educação Escolar. Araraquara
– SP – Brasil.
PIMENTEL, Helen Ulhôa. A ambigüidade da moral colonial: casamento,
sexualidade, normas e transgressões. Univ. FACE, Brasília, v. 4, n. 1/2, p. 29-63,
jan./dez. 2007.
SCALIA, Anne Caroline Mariank Alves Um estudo histórico da educação sexual
do Brasil colonial a partir das representações do corpo feminino encontradas
em crônicas e xilogravuras do século XVI. Tese (Doutorado em Educação
Escolar) – Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Faculdade de
Ciências e Letras (Campus de Araraquara), 2014.
SOUZA, Milena Cristina Aragão Ribeiro de. Aspectos históricos e
contemporâneos sobre a interposição entre as identidades materna e docente
na educação infantil : decorrências para a prática pedagógica. Dissertação
(Mestrado) – Universidade de Caxias do Sul, Programa de Pós-Graduação em
Educação, 2010. Disponível em:
https://repositorio.ucs.br/xmlui/bitstream/handle/11338/1845/Dissertacao%20Milena
%20Cristina%20Aragao%20Ribeiro%20de%20Souza.pdf?sequence=1&isAllowed=y.
Acesso em: 19 de outubro de 2019.
VERGARA, S. C. Projetos e relatórios de pesquisa em administração. 3ª edição.
São Paulo: Editora Atlas S.A, 2000.
VILAÇA, Fabiano. As mulheres no Brasil Colonial. PUC – Rio – Certificação Digital
Nº 0812079/CA, 2008. Disponível em: https://www.maxwell.vrac.puc-
rio.br/16570/16570_4.PDF. Acesso em: 19 de outubro de 2019.

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