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proteger os equipamentos ou a instalação contra os existir de uma forma controlada como nos casos de
efeitos destrutivos em caso de uma falha. solda elétrica ou fornos industriais, ou com liberação de
pequena quantidade de calor como nos casos de
A Engenharia de projetos tem utilizados interruptores para lâmpadas.
ferramentas computacionais para melhor calcular as
correntes de falhas, e adequadamente dimensionar os No caso de falhas elétricas ou curto circuito é um
equipamentos, a instalação e ajustar as curvas dos fenômeno indesejável que libera uma enorme
dispositivos de proteção para isolar o equipamento ou quantidade de calor. Este fenômeno, além da liberação
área com falha e assim permitindo a continuidade de de calor, liberam partículas de metais ionizadas que
operação das áreas não envolvido na falha. eventualmente podem conduzir correntes, deslocamento
de ar com aparecimento de alta pressão, prejudicial ao
Apesar de todos estes requisitos de segurança sistema auditivo, e raios ultravioletas prejudiciais à
exigidas por normas e boas práticas de engenharia, as visão.
condições de risco aos trabalhadores continuam e
sempre continuarão existindo, principalmente por que Normalmente os arcos elétricos em painéis aparecem
numa industria, ao longo da vida do equipamento, terá a por:
intervenção humana para operação, manutenção
preditiva, preventiva ou corretiva destes equipamentos. • Mau contato (por ex. Perda de pressão dos
Vale ressaltar que a maioria dos incidentes e acidentes parafusos de conexão)
ocorridos, apesar de não ser admitidos pela maioria, • Depreciação da isolação (sobretensão, sobrecarga e
tem como causa raiz o erro humano, seja ela gerencial fim de vida do dielétrico)
(supervisão) ou operacional (funcionários). • Defeito de fabricação de componentes ou
equipamento (Quando não detectada no início, o
A operação de liga-desliga com a porta mal mesmo aparece ao longo da vida)
travada, ou de inserção e remoção de partes ou • Projeto e instalação inadequada ou mal
componentes extraíveis com barramentos energizados, dimensionada.
ou mesmo a simples tarefa de medição de tensão ou • Manutenção inadequada (Introdução de mudanças
inspeção e a própria operação de teste com as portas sutis, sem avaliação técnica adequada).
abertas, altera as condições de segurança original do • Contatos acidentais ou inadvertidos de ferramentas
equipamento previsto na norma, assim expondo os ou peças (Erro humano).
trabalhadores aos riscos de arcos elétricos.
Como pode ser observado, a maioria das causas do
Um outro aspecto que deve ser considerado são aparecimento do arco é conhecido, portanto é possível
as alterações e mudanças introduzidas nos de tomar ações preventivas antes do seu aparecimento,
equipamentos após a sua instalação pela necessidade de seja ações administrativas e ou preditivas. Essas ações
substituição de componentes danificados, mudanças e podem e devem iniciar durante a elaboração do projeto,
ampliações e em alguns casos alterações construtivas do montagem, controle de qualidade, manutenção preditiva
equipamento para facilitar a operação e manutenção e procedimentos administrativos e operacionais.
alteram as características de segurança original. É fácil de perceber que a responsabilidade da
segurança é um esforço em conjunto da Engenharia,
Todos estes fatores contribuem para o Operação, Manutenção e Gerência administrativa
aparecimento dos riscos de arcos elétricos. coordenado pelo setor ou Engenharia de segurança
Industrial.
Devo insistir que a segurança das pessoas não
se consegue somente com o EPI, mas sim através do
gerenciamento e controle dessas mudanças, do Insistindo, a proteção contra queimaduras por arco
completo conhecimento dos requisitos de segurança, a deve ser considerado como o último recurso, e não
correta manutenção e operação destes equipamentos. como a proteção principal. A prática de segurança deve
ser iniciado na prevenção contra aparecimento do arco.
Arcos Elétricos.
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Estimando a Energia (Calor do arco) num curto bombeiros, eram alternativas para utilizar como uma
circuito. proteção contra o calor produzido pelos arcos elétricos
de uma forma empírica e prática.
O calor liberado num curto circuito com arco,
pode ser determinado e estimado para cada ponto de Viu-se então a necessidade de introduzir o
operação de um sistema elétrico, utilizando as conceito de energia liberada pelo arco, (quantificar o
ferramentas de cálculo de engenharia seja de forma risco) para melhor definir a proteção adequada aos que
tradicional ou através de programas computacionais necessitavam trabalhar dentro da área de risco.
disponíveis no mercado. Os seguintes dados e
informações podem ser normalmente obtidos no setor Os estudos de A.M Stoll e M. A. Chianta,
de engenharia de projeto ou de manutenção: publicado em 1969 na revista Aerospace Medicine,
concluiu que o máximo valor de energia radiante que
• Diagrama unifilar completo atualizado da uma pessoa, exposta durante 1 segundo, poderia
instalação. suportar sem sofrer queimadura do segundo grau é de
• Correntes de curto-circuito simétrico trifásico 1,2 cal / cm2. Este valor é conhecido como o valor
sólido disponível em cada ponto ou equipamento limiar de queimadura do segundo grau.
que se pretende estimar a energia. Assim na formula de Ralph Lee podemos
• Curvas de coordenação e seletividade de proteção introduzir a variável E(calor) considerando que a
do sistema elétrico ou curvas de tempo x corrente distancia calculada é para energia de 1,2 cal/cm2 e
com o respectivo tempo de atuação da proteção. Os fazendo as respectivas transformações para o sistema
mesmo devem estar atualizados com o ajuste dos métrico podemos obter a formula:
relés reais existente na instalação.
• Tempo total de abertura e extinção do arco dos E= 5.117*kV*kA*t/ d2
dispositivos de proteção (fusíveis, disjuntores etc.)
Onde:
O NFPA 70E- National Fire Protection Association E - Energia Incidente em cal/cm2
- Standard for electrical safety requirements for d - Distância em cm - maior do que 45 cm
employee workplaces, em 1995, reconheceu e publicou t - tempo do arco em segundos
uma formula teórica de Ralph Lee, publicada pelo kA - corrente de curto circuito sólido trifásico
IEEE, em 1982 para determinar a distância mínima em kA
entre o operador e o ponto de falha que poderia ser kV - tensão do arco em Kv
considerado seguro. Esta formula considera que na
distancia calculada, o calor do arco atinge o valor limiar Ainda continuava o dilema. A roupa de
de queimadura do segundo grau da pele humana. Ou proteção normalmente utilizada para suportar o calor de
seja um valor limite que acima do qual irá provocar chamas, não deveria ser avaliada da mesma maneira
queimadura do segundo grau. para o caso de arco elétrico, pois neste caso tínhamos
_______________ uma quantidade muito grande de energia liberada a alta
D=√ √ 2,65 * MVA * t temperatura em pequeno espaço de tempo (muitas vezes
menor do que um décimo de segundos), com a
Onde transferencia de calor predominantemente por radiação,
enquanto que no caso de chamas, o calor era produzido
D= distância do operador ao ponto da falha em pes. a baixa temperatura (se comparada com a temperatura
MVA= potência de curto circuito sólido simétrico no do arco) e a transferência ocorria 50% por radiação e
ponto da falha. 50 % por convecção.
t= tempo de extinção do arco. O calor, ou a energia de uma chama era
relativamente simples de determinar em função do tipo
do combustível e o tempo de exposição de alguns
Após a publicação do Ralph Lee, muitos segundos e os transitórios não faziam muita diferença.
ferimentos foram evitados, posicionando as pessoas nas Os estudos de EPI para proteção contra calor e chamas
zonas de pouco risco, mas continuava o risco aos que havia atingido um estágio de desenvolvimento a ponto
necessitavam trabalhar perto dos equipamentos, dentro de existirem normas e parâmetro que determinassem a
dos limites de segurança. E assim as roupas de tecidos performance de proteção, inclusive testados e
resistente ao calor, principalmente utilizados pelos comprovados através de métodos de testes estabelecido
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pela ASTM, o que ainda não ocorria em relação aos Onde:
arcos elétricos. E - Energia incidente em cal/cm2
d - Distância em polegadas, maior do que 18"
A partir de 1995, vários estudos e testes foram t - tempo do arco em segundos
conduzidos em laboratórios da Europa e Canada com I - corrente de curto circuito sólido trifasico em
arcos elétricos com o objetivo de comprovar o kA (entre 16 e 50 kA)
comportamento da energia liberada por um arco elétrico
em várias situações, tendo como premissa os estudos de
curto-circuito e o comportamento das correntes e tensão Determinação do tecido.
em regime transitório.
Em 1998, a ASTM publicou o procedimento
Um destes estudos e testes é a que foi ASTM - F 1958, estabelecendo os critérios de teste de
conduzida no laboratório do Hydro Ontario em Canada, arcos elétricos para tecidos para medir a sua
cujo resultado foi publicado na revista do IEEE em característica.
1998, para caso de arcos em equipamentos elétricos de
baixa tensão (até 1000 volts), e reconhecido pelo Esta característica, chamada ATPV (Arc
NFPA-70E que já incluiu na edição de fevereiro de Thermal Performance Value), é definido como o valor
2000. da energia incidente que o tecido suporta sem permitir
que exceda o valor limiar de queimadura do segundo
Resumidamente, o teste consistiu em criar arcos grau no lado protegido. Este valor é medido em testes
em duas situações distintas: a primeira dentro de uma com equipamentos especialmente montado para este
caixa metálica, com um dos lados aberto, simulando fim e determinado pela aplicação de algoritmo
uma gaveta de um CCM com porta aberta, onde todo o especialmente estabelecido pela ASTM .
calor será liberado pela parte frontal, e a segunda
situação com arco em ambiente aberto onde neste caso Em alguns casos, este valor se torna muito
o arco seria liberado em todas as direções. difícil de ser medido nos testes devido a destruição do
tecido. Nestes casos é definido um valor equivalente
Nas duas situações o arco foi crido nas três denominado EBT (Breakopen Threshold Energy), que é
fases, e medido o calor em várias distâncias do centro o valor médio dos 5 valores máximos de energia
do arco. A distância entre os eletrodos também foram incidente que não provoca o "break open" do tecido e
variados. As correntes de curto foram variados entre 16 não exceda o limiar de queimadura do segundo grau. O
kA e 50 kA, e o tempo do arco foi de 6 ciclos ou 0,1 "break-open" é definido como qualquer abertura na
segundos. camada interna (próximo a parte protegida) maior do
que 0,5 pol2 em área ou rachadura maior do que 1
Com os resultados foi estabelecido um polegada em comprimento.
algoritmo para situações que mais se aproximava das
configurações de equipamentos e situação mais severa Como regra geral, estes valores são fornecidos
de energia: pelos fabricantes de tecidos ou roupas para proteção
contra queimaduras a arco. Caso a roupa seja fabricada
Espaçamento entre os eletrodos 1,25 " com várias camadas de um tecido, ou composição de
Corrente entre 16kA e 50 kA tecidos diferentes, o mesmo se aplica para o conjunto.
Tensão do sistema de 600 volts.
A própria publicação do IEEE, apresenta uma
ARCO EM ABERTO tabela, abaixo reproduzida, com valores médios dos
resultados obtidos nos testes pelo método da ASTM de
EA = 5271*d(-1,9593) *t*(0,0016*I2-0,0076*I+0,8938) várias tecidos de diferentes fabricantes.
Estes valores são valores médios resultado dos
testes, e devem ser avaliados como um guia na escolha
ARCO EM CAIXA da roupa caso não tenha melhores informações. Cada
fabricante deve fornecer os dados do ATPV ou EBT, em
EC = 1038,7*d(-1,4738) *t*(0,0093*I2-0,3453*I+5,9675) função do tipo da confecção, independente dos valores
fornecidos pelos fabricantes de tecidos.
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Faixa de Energia Classe Descrição da Roupa Gramatur ATPV
Incidente da a Total OU
Cal/cm2 Roupa (Numero total de camadas) Grama/m2 EBT
0-2 0 Algodão Não tratado 153 - 237 NÃO APLICÁVEL
(1)
2-5 1 Calça e Camisa com Fibra de Nomex 153-271 5-7
(1)
5-8 2A Roupa Interna de algodão mais Calça e 305-407 8-18
Camisa de Fibra de Nomex
(2)
5-16 2B Roupa de baixo mais a Calça e Camisa de 340-476 16-22
Fibra de Nomex
(2)
8-25 3 Roupa Interna de algodão, mais Calça e 542-678 25-50
Camisa, mais avental de Fibra Nomex
(3)
25-40 4 Roupa Interna de algodão, mais Calça e 813-1107 40 - >60
Camisa e mais avental duplo de Fibra de
Nomex
(4)
Referências:
"Predicting Incident Energy to Better Manage The Electric Arc Hazard on 600 V Power Distribution Systems". Paper
No. PCIC 98-36; Richard L. Doughty, Dr. Thomas E. Neal, H. Landis Floyd, II
"Protective Clothing Guidelines For Electric Arc Exposure". Paper No. PCIC-96-34; Dr. Thomas E. Neal, Allen H.
Bingham, Richard L. Doughty
"The other Electricla Hazard: Electrical Arc Blast Burns". IEEE Trans. Industrial Applications, Vol. 1A-18, No 3, p.
246 May/June 1982
NFPA 70E - Natinal fire Protection Association "Standard for Electrical Safety Requirement for Employee Workplace
- 2000 Edition"
ABNT - NBR - 6979 -Jul/98 - "Conjunto de Manobra e controle em invólucro metálico para tensões acima de 1 kV até
36,2 kV - Especificação."
ABNT - NBR - 6809 - Mar/93 - "Conjunto de Manobra e controle de baixa tensão montados em fábrica - CFM"
ASTM- American Society for Testing and Materials - "Standard Test Method for Determining the Arc Thermal
Performance Value (ATPV) of Materials for Clothing."