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REVISÃO PARA DIREITO PENAL – PROVA 1 – 24/06/2019

ARTIGOS IMPORTANTES PARA A PROVA NO CÓDIGO PENAL

-Artigo 2: Abolitio Criminis

-Artigo 4: Tempo do crime

-Artigo 13: Relação de causalidade

-Artigo 14: Crime Consumado e Tentativa

-Artigo 17: Crime impossível

-Artigo 18: Crime doloso e culposo

-Artigo 32: Espécies de pena

-Artigo 43: Restritivas de direitos

-Artigo 44: As penas alternativas substituem a prisão quando...

-Artigo 45: Conversão das restritivas de direitos

-Artigo 120: Perdão judicial (vide súmula 18 STJ)

LEIS/DECRETOS IMPORTANTES PARA A PROVA I DE DIREITO PENAL II (ordem de


apresentação em aula)

-DL 3.914/41 – Art. 1 – definição de crime e contravenção

-Lei 9.099/95 – Juizados Especiais – Arts. 60, 61, 89 – JECrim e Infr. de Menor Pot. Ofen.

-Lei 11.340/06 – Maria da Penha – Art. 41 – Não vai para JECrim, mas sim V. Domética

-Lei 8.072/90 – Crimes Hediondos (maior potencial ofensivo)

-Lei 9.455/97 – Tortura (equiparado a hediondo)

-Lei 9.605/98 – Crimes Ambientais (Artigo 3º)

-Lei 11.343/06 – Tráfico de Drogas (equiparado a hediondo)

-Lei 13.260/16 – Terrorismo (equiparado a hediondo)

-Lei 12.850/13 – Organização Criminosa – Art. 4 – Delação; Perdão judicial

SÚMULAS STF E STJ IMPORTANTES PARA A PROVA I DE DIREITO PENAL II (ordem de


apresentação em aula)

-536 STJ – Suspensão condicional do processo não se aplica na Maria da Penha

-588 STJ – Crime e contravenção contra a mulher

-589 STJ – Insignificância não pode ser aplicado em infrações contra a mulher

-593 STJ – Estupro de vulnerável (conjunção com menor de 14 anos)

-600 STJ - Não exigência de coabitação entre autor e vítima para V. doméstica

-711 STF – Lei penal mais grave se o crime é continuado ou permanente

-715 STF – Relativa ao Art. 75 CP. Limite de pena; 30 anos; Cálculo de benefícios
1. Conceito de infração penal
1.1 Formal

Carmignani: Comportamento humano contrário à lei (ou à norma, segundo


Binding).

1.2 Material/Substancial

Conduta que ofende ou que expõe a perigo um bem jurídico protegido pela lei
penal.

1.3 Analítico/Estratificado

-Infração é uma conduta: Típica, ilícita, culpável e punível (Mezger)

-Infração é uma conduta: Típica e ilícita (Damásio de Jesus)

-Infração é uma conduta: Típica, ilícita e culpável (Bittencourt)

2. Crimes e Contravenções

SEMELHANÇAS DIFERENÇAS
Ambos são infrações penais Parte especial, CP é mais grave
Princípio da anterioridade e da legalidade são Tipos de penas: reclusão (+ grave) e
aplicados detenção (- grave) para crimes e prisão
simples (- severa) para contravenções
A fonte formal é a mesma: legislador da união Tentativa é punível em crimes e não em
contravenções
Tempo do crime/Tempus regit actum

Abolitio Criminis (retroage)

Novatio legis in mellius (retroage)

Novatio legis in pejus

Novatio legis incriminador

Em suma, contravenções são infrações de menor potencial ofensivo, que tem


penas mais brandas e simples, enquanto crimes são punidos mais severamente.
3. Tipos de pena – Artigos: 32-36 (PL) e 43-45 (RD)

-Privativa de liberdade: Reclusão (pode iniciar no fechado) e detenção (inicia em


semiaberto ou aberto).

-Restritivas de direitos: Que somente pode ser aplicada em substituição às


penas privativas de liberdade nos casos autorizados em lei.

-Multa: Pena pecuniária.

4. Tempo do crime

Momento da ação ou omissão; Tempus regit actum (lei que está em vigência no
tempo do crime) não será aplicado caso uma nova lei MAIS BENÉFICA para o
autor esteja vigorando no momento do julgamento (Art. 2 CP, abolitio
criminis/novatio legis in mellius).

5. AC/NLM/NLP/NLI

AC: Abolitio Criminis – retroage – abolição do crime

NLM: Novatio Legis in Mellius – retroage – nova lei mais benéfica ao autor

NLP: Novatio Legis in Pejus – nova lei que “piora” o crime, NÃO retroage

NLI: Novatio Legis Incriminadora – nova lei que cria novo crime

6. Sujeitos da infração penal

Sujeitos: Ativo e Passivo

Objeto: Bem juridicamente tutelado atingido

Teoria do domínio final do fato ou critério final-objetivo: O autor não é só aquele


que realiza a conduta descrita no tipo penal, mas também toda pessoa que tem
um poder de deliberação sobre a oportunidade ou conveniência de realizar o
empreendimento delitivo. Exemplo: mandante.
6.1 Classificação dos crimes quanto ao sujeito

Crimes monossubjetivos: Podem ser praticados por uma ou mais pessoas. São
a maioria dos crimes.

Crimes plurissubjetivos/coletivos/concurso necessário: Para existir necessitam


de mais de uma pessoa no polo ativo. São aqueles que só podem ser praticados
por uma pluralidade de agentes. Exemplo: Organização Criminosa.

Crimes Comuns: É aquele que não exige qualquer qualidade especial seja do
sujeito ativo ou passivo do crime. O crime de homicídio é comum: pode ser
praticado por qualquer pessoa contra qualquer pessoa.

Crimes Próprios: É o crime que exige uma qualidade especial do sujeito;


qualidade esta exigida no próprio tipo penal. O crime de estupro, antes da
reforma introduzida no Código Penal pela Lei nº 12.015/09 era um crime
próprio, pois exigia a qualidade “mulher” do sujeito passivo.

Crimes de Mãos Próprias: Condição de fato ou jurídica do agente para que possa
existir o crime. Atuação pessoal. Exemplo: Falso testemunho (mentir depois de
ter se comprometido a dizer a verdade em um processo).

6.2 Participação

O partícipe é aquele que não realiza a conduta descrita no tipo, mas que
de alguma forma colabora, concorre para o crime através de uma das seguintes
formas:

a) Induzimento ou determinação: sugestão de algo


impensado, ou seja, fazer brotar na mente do autor uma ideia
criminosa antes inexistente.

Ex: A e B são amigo, sendo que B relata a A que está passando por
problemas no casamento. Então, A diz a B para matar a esposa. Sendo assim,
B realiza o ato. Nesse caso, A seria o autor e B seria o partícipe.
b) Instigação:
Reforçar, estimular uma ideia pré-existente.

Ex: Se, no caso anterior, B dissesse que queria matar sua esposa e A
dissesse que ele deveria fazer isso mesmo, pois essa era a melhor coisa a fazer.

c) Auxílio secundário:
É qualquer colaboração física que não se traduza em atos executórios,
ou seja, fica apenas em atos preparatórios. Já que, se praticar atos executórios,
será coautor.

Ex.: “A” quer matar “B”. “C” diz para “A”: pega meu carro para ires mais
rápido e minha arma.
A tipicidade se encontra na lei. Todavia, a maioria dos tipos penais não
expressa a ideia de participação. Então, para se encontrar fundamento legal para
incriminar o partícipe é necessário associar o crime tipificado ao artigo 29 do CP.
A partir então da conjugação (combinação) do art. 29 e art. 121, será
possível punir o partícipe. (Adequação Típica Mediata ou Indireita).

Obs:
Exemplo: B (partícipe) contrata D, matador de aluguel, (autor do fato) para
executar sua mulher C (vítima).
Se adotarmos a teoria restritiva, o marido seria partícipe, o que não quer
dizer que sua pena será menor que a de D, pois existem agravantes. Ademais,
o grau de reprovabilidade da conduta de B é maior que da conduta de D. Se
adotássemos o critério do domínio final do fato, B seria o mandante, portanto,
seria autor também. Mas também teria sua pena agravada.
Observa-se que o fato de ser partícipe ou coautor não muda em nada,
pois eles serão punidos pelo mesmo crime, o que não significa penas iguais.

No Brasil, adotou-se a Teoria Monística (art. 29, CP), na qual o partícipe


será punido pelo mesmo crime do autor (Regra Geral), ou seja, o acessório
segue o principal. Todavia, há uma quebra a essa teoria com o art. 29, § 2º, já
que diz na sua primeira parte que será aplicada a pena do crime menos grave,
se um dos concorrentes quis praticar esse crime menos grave. Então, nesse
casso excepcional, seria adotada a teoria dualística. Ademais, só será
aumentada a pena, se era previsível a condutada mais grave (art. 29, § 2º, parte
final).

Teoria Dualista: Nem sempre o partícipe responde pelo mesmo crime do


autor. Quando houver dolos diferentes cada um responderá pelo seu dolo. Cada
um responde por um crime.
Teoria Monista: É a teoria adotada no Brasil. O partícipe será punido pelo
mesmo crime do autor, como regra geral. O acessório segue o principal, logo, o
partícipe só é condenado se o autor comete o crime. Poderão existir atenuantes
ou agravantes, conforme dispõem os parágrafos 1° e 2° do artigo 29, quebrando
a teoria monista ao dizer que será aplicada a pena do crime menos grave se um
dos concorrentes quis praticar um crime menos grave. Só será aumentada a
pena se era previsível o resultado mais grave.

7. Classificações das Infrações Penais

Menor Potencial Ofensivo – Contravenções penais

Médio Potencial Ofensivo – Crimes comuns

Maior Potencial ofensivo - Hediondos

8. Conduta (Crimes comissivos e omissivos próprios e impróprios)

Crimes comissivos: materiais x formais x mera conduta

M: Não se consumam com o simples comportamento, tem de haver um


comportamento e o mesmo gerar um resultado! Exemplo: Homicídio, pois
alguém que era vivo, morreu. Há de existir o resultado morte para o crime de
homicídio existir.

F: São aqueles em que o tipo penal até prevê o resultado, mas não é necessário
que ocorra o mesmo para que haja consumação. Exemplo: Extorsão mediante
sequestro. Não precisa ocorrer com sucesso a extorsão, contudo o autor já é
enquadrado no tipo penal referido.
MC: Se consumam com o simples comportamento do agente, sendo que o tipo
penal não prevê o resultado. Exemplo: Violação de domicílio. Consuma-se com
a simples entrada no domicílio. Não precisa haver violência, furto, ofensa, tem
de apenas haver a MERA CONDUTA de violar. Art. 150 CP.

Crimes omissivos próprios: A pessoa DEIXA de realizar tal conduta. Verbo que
caracteriza omissão: DEIXAR.

Ex: Omissão de socorro (135CP).

Crimes omissivos impróprios: São caracterizados por um verbo de ação, mas


que também podem ser cometidos de forma omissiva IMPROPRIAMENTE
desde que o agente tenha o DEVER JURÍDICO de agir na forma do Artigo 13,
ss2º, “a” a “c”, CP. Tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância;
de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; com seu
comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado. Exemplo: Mãe
que queria matar o filho, mas não queria realizar um ato positivamente falando –
dar um tiro, por exemplo – mas ela tem coragem de deixar de alimentar a criança.
A mãe opta por esta alternativa. Ela cometeu um homicídio, um crime
COMISSIVO por OMISSÃO.

8.1 Causas de excludentes da conduta

-Atos reflexos

-Estado de inconsciência

-Sonambulismo

-Caso fortuito ou força maior

-Coação FÍSICA irresistível (vis absoluta)

**Coação MORAL irresistível exclui a CULPABILIDADE (vis compulsiva)**


9. Tipicidade (Preceito primário e secundário)

Preceito primário: Descrição detalhada e perfeita da conduta que se procura


proibir ou impor.

Preceito secundário: Cabe a tarefa de individualizar a pena cominando-a em


abstrato a pena correspondente.

10. Crimes dolosos e culposos

D: Com intenção, provoca o ato propositalmente, ou no caso do dolo eventual,


ignora o risco, sabe que pode acontecer e age da mesma maneira.

C: Age com descuido, porém, para haver crime deve haver resultado.

10.1 Elementos do fato típico doloso

1  conduta  2 resultado (18 CP)  3 relação de causalidade ou nexo de


causalidade (13 CP)  4 Tipicidade.

1: omissiva ou comissiva? Existe causa de ausência de conduta (se não houver


segue na análise)? Artigo 18, inciso I, CP define quando há dolo. Se houve, qual
foi? Foi direto/determinado? Teve vontade livre e consciente de realizar os
elementos que compõem o tipo penal? Lembrando que o dolo pode ser
alternativo (autor realiza o ato desejando um ou outro resultado – exemplo dos
golpes de faca) ou eventual (Autor assume o risco da ocorrência do resultado.
Ele não quer que ocorra, mas o prevê e assume o risco).

2: Teoria normativa (lesão ou exposição a perigo de lesão de um bem jurídico) e


Teoria Naturalística (modificação do mundo exterior).

10.2 Elementos do fato típico culposo

1  conduta realizada  2 infração do dever objetivo de cuidado (negligência,


imprudência, imperícia ou interesse)(18 CP)  3 Resultado involuntário  4
Relação de causalidade (13 CP)  5 Previsibilidade objetiva  6 Tipicidade (18
parágrafo único CP).

1: Conduta: Houve uma conduta relevante para o Direito Penal? Há alguma


causa de ausência de conduta? Qual foi a forma de conduta, omissiva ou
comissiva?

2: Infração do dever objetivo de cuidado: Recorrer à figura do homem médio.


Não é superdotado, é alguém que esteja na média geral de entendimento. De
modo geral, as pessoas vivem usando as regras básicas de convivência. Retira-
se a figura do réu e coloca-se o homem médio em seu lugar na mesma situação
que o levou a ser julgado. Concepção do homem médio para o juiz pode ser
diferente do homem médio para uma pessoa “normal”.

3: Resultado involuntário: Decorre de uma ação descuidada. O autor não deseja


o resultado e nem assume o risco de seu acontecimento. Não basta a ação
descuidada unicamente, deve haver resultado.

4: Relação de causalidade: O operador deve verificar se este resultado


involuntário decorreu da conduta descuidada do agente que está sendo julgado.
A conduta pode ser imputada fisicamente a ele?

5: Previsibilidade objetiva: Para responder pelo ilícito ele tinha de ser previsível.
Se, porventura, constatar-se que o ilícito era imprevisível, o sujeito será
absolvido por falta de tipicidade, pois faltou PREVISIBILIDADE OBJETIVA.
Recorrer à figura do homem médio!

6: Tipicidade: É o enquadramento de todos os elementos anteriores em uma


norma penal.

11. Crimes tentados, permanentes, continuados, etc (súmula 711 STF)


12. Desistência voluntária e arrependimento eficaz (Artigo 15 CP)
13. Arrependimento posterior (Artigo 16 CP – Reparação do dano/restituir
coisa)

TÓPICOS QUE NÃO FORAM COLOCADOS ACIMA: SURSIS PROCESSUAL


(Art. 89 9099/95) e Ida de crime pro JECrim (Art. 61 9099/95)

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