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CAMILA MESQUITA DE BRITO

NATURE OPEN MALL


SHOPPING A CÉU ABERTO NA PALMAS SUL

Palm as – TO
2018
CAMILA MESQUITA DE BRITO

NATURE OPEN MALL


SHOPPING A CÉU ABERTO NA PALMAS SUL

Monografia elaborada e apresentada como


requisito parcial para aprovação na disciplina
Trabalho de Conclusão de Curso (TCC II) do curso
de bacharel em Arquitetura e Urbanismo pelo
Centro Universitário Luterano de Palmas
(CEULP/ULBRA).

Orientador: Prof. Me. Thyago Phellip F. Freitas

Palm as – TO
2018
CAMILA MESQUITA DE BRITO

SHOPPING A CÉU ABERTO NATURE OPEN MALL

Trabalho elaborado e apresentado na disciplina de


TCC II como requisito parcial para a obtenção do
título de bacharel em Arquitetura e Urbanismo pelo
Centro Universitário Luterano de Palmas
(CEULP/ULBRA).

Orientador: Prof. Me Thyago Phellip F. Freitas

Aprovada em ____/_______/_____

BANCA EXAMINADORA

___________________________________________________
Prof. Me Thyago Phellip França Freitas
(Orientador)
Centro Universitário Luterano de Palm as – CEULP

___________________________________________________
Prof. Me. Kenniane Lenir Nogueira Barreira
(Mem bro interno)
Centro Universitário Luterano de Palm as – CEULP

___________________________________________________
Prof. Esp. Fernanda Brito de Abreu
(Mem bro interno)
Centro Universitário Luterano de Palm as – CEULP

___________________________________________________
Prof. Esp. Fernanda Brito Bandeira
(Mem bro externo)

Palm as – TO
2018
RESUMO

BRITO, Cam ila Mesquita. Shopping a céu aberto. 2018. 48 f. Trabalho de


Conclusão de Curso (Graduação) – Curso de Arquitetura e Urbanism o, Centro
Universitário Luterano de Palm as, Palmas/TO, 2018.

O objetivo do referido trabalho é propor o projeto de um shopping a céu aberto na


área sul da cidade de Palm as - TO. Os m otivos da escolha para a im plantação do
m esmo se dá devido à falta de elem entos na cidade, um a espaço sem elhante a es te
proposto aqui, irá proporcionar aos m oradores da com unidade pertencente à região
escolhida um centro com ercial e cultural diferenciado dos já existentes que os
atenda de form a m ais flexível, sem necessidade de grandes deslocam entos para
com pras, alim entação e lazer. A m aioria do com ércio da região não abre aos
sábados após o m eio dia e nem aos dom ingos, sendo assim, a região fica ao erm o,
e com um equipam ento que abra todos os dias da sem ana e gere m ovim ento toda a
população e lojistas serão beneficiados. O projeto contará com um a análise e
im plantação voltada para sustentabilidade, toda a criação do m icroclim a local se
dará com o uso de propostas bioclim áticas que visam quebrar a regra de corredores
com condicionadores de ar e ventiladores. A m etodologia utilizada para a pesquisa
será a qualitativa, consistindo no levantam ento de dados sobre m otivações, hábitos
de consum o, gostos, preferências, cultura, observações e conversas para verificação
da real situação da parcela populacional escolhida. Os objetivos da pesquisa serão
exploratórios, em razão dos dados alcançados não configurarem núm eros para
estatísticas ou estudos, além dos estudos de caso e em contatos diretos, será
utilizado as pesquisas bibliográficas. Após as referidas pesquisas foi possível
concluir a necessidade do espaço na cidade de Palm as - TO devido seus inúm eros
benefícios para a com unidade em geral e pela ausência de equipam entos s im ilares
na região da Palm as Sul.

Palavras-chave: Shopping a céu aberto. Palm as-Sul. Shopping. Palm as - TO


ABSTRACT

BRITO, Cam ila Mesquita. Open mall. 2017. 48 f. Trabalho de Conclusão de Curso
(Graduação) – Curso de Arquitetura e Urbanism o, Centro Universitário Luterano de
Palm as, Palm as/TO, 2018.

The objective of this work is to propose the design of an open m all in the southern
area of the city of Palm as - TO. The reasons for choosing it are due to the lack of
elem ents in the city, which will provide the residents of the com m unity of the chosen
region with a com m ercial and cultural center different from the existing one that will
attend them in a m ore flexible way, with a Shopping m all schedule; without the need
for large trips for shopping and food. Most of the region's trade does not open on
Saturdays after noon or on Sundays, so the area is em pty with equipm ent that opens
every day of the week and m anages m ovem ent, the entire population and
shopkeeper are benefited. The m oney circulates in the region, the streets are not
em pty because there will always be a turnover of people. The project will have an
analysis and im plem entation focused on sus tainability, all creation of the local
m icroclimate will occur with the use of bioclim atic proposals that aim to break the rule
of corridors with air conditioners and fans. The m ethodology used for the research
will be the qualitative one, since it consists in the data collection, on m otivations,
consum ption habits, tastes, preferences, culture, observations and conversations to
verify the real situation of the selected population. The objectives of the research will
be exploratory, because the data obtained do not configure num bers for statistics or
studies, besides the case studies and in direct contacts, and in addition will be used
bibliographical researches. After these surveys, it is possible to conclude the need for
a space in the city of Palm as - TO due to its num erous benefits for the com m unity in
general and the absence of sim ilar equipm ent in the Palm as Sul region.

Keywords: Open m all. Palm as-Sul. Mall. Palm as – TO


LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Vista do Jardim Morada do Sol 3 com condições precáriasErro! Indicador


não definido.
Figura 2 - Reportagem do Jornal do Tocantins sobre as invasões.Erro! Indicador
não definido.
Figura 3 - Prim eiras construções de Taquaralto............ Erro! Indicador não definido.
Figura 4 - Extensão e locação do Lincoln Road Mall .... Erro! Indicador não definido.
Figura 5 - Fachada do Lincoln Road................................................................................. 26
Figura 6 – Circulação no Lincoln Road ............................................................................ 26
Figura 7 - Área de convivência Lincoln Road.................................................................. 26
Figura 8 - Área de convivência e passeio ........................................................................ 26
Figura 9 - Restaurantes ...................................................................................................... 26
Figura 10 - Níveis de piso e paisagism o .......................................................................... 26
Figura 11 - Plano piloto original Barra da Tijuca e JacarepaguáErro! Indicador não
definido.
Figura 12 - Planta esquem ática do shopping Downto wnErro! Indicador não
definido.
Figura 13 - Vista lojas e paisagismo do shopping DowntownErro! Indicador não
definido.
Figura 14 - Localização do Capim Dourado Shopping . Erro! Indicador não definido.
Figura 15 - Área de estudo antes da im plantação do Capim Dourado Shopping. Erro!
Indicador não definido.
Figura 16 - Área de estudo depois, da im plantação do Capim Dourado Shopping
.......................................................................................... Erro! Indicador não definido.
Figura 17 - Zoneam ento e projeto inicial do Capim Dourado Shopping ................. Erro!
Indicador não definido.
Figura 18 - Etapas de im plantações do Capim Dourado ShoppingErro! Indicador
não definido.
Figura 19 - Com ércio inform al de alimentos na Avenida Tocantins Erro! Indicador
não definido.
Figura 20 - Parte da Avenida Tocantins .......................... Erro! Indicador não definido.
Figura 21 - Avenida Tocantins .......................................... Erro! Indicador não definido.
Figura 22 - Localização do terreno................................... Erro! Indicador não definido.
Figura 23 - Perfil topográfico longitudinal........................ Erro! Indicador não definido.
Figura 24 - Perfil topográfico transversal ........................ Erro! Indicador não definido.
Figura 25 - Frente do terreno confrontante com a TO-050Erro! Indicador não
definido.
Figura 26 - Vegetação local............................................... Erro! Indicador não definido.
Figura 27 - Vegetação local............................................... Erro! Indicador não definido.
Figura 28 - Representação de insolação e ventilação incidente no terreno .......... Erro!
Indicador não definido.
Figura 29 - Lixo nas proxim idades do terreno ................ Erro! Indicador não definido.
Figura 30 - Distância da área de preservação perm anente até o terreno .............. Erro!
Indicador não definido.
Figura 31 - Integração do m eio interno e externo com a nature zaErro! Indicador
não definido.
Figura 32 - Com posição do projeto .................................. Erro! Indicador não definido.
Figura 33 - Ideia de volumetria do projeto ...................... Erro! Indicador não definido.
Figura 34 - Funcionogram a previsto ................................ Erro! Indicador não definido.
Figura 35 - Program a de necessidades cinema ............ Erro! Indicador não definido.
Figura 36 - Program a de necessidades setor serviço... Erro! Indicador não definido.
Figura 37 - Program a de necessidades setor administrativo Erro! Indicador não
definido.
Figura 38 - Program a de necessidades setor social ..... Erro! Indicador não definido.
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Quantitativo de shoppings no Brasil por estado ........................................... 12


Tabela 2 - Tipos de shoppings no Brasil ........................................................................... 13
Tabela 3 – Estratégias para conforto térm ico .................................................................. 17
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 10
1.1 Objetivos ....................................................................................................................... 11
1.1.1 Objetivo geral ............................................................................................................... 11
1.1.2 Objetivos específicos.................................................................................................. 11
2 REFERENCIAL TEÓRICO .............................................................................................. 12
2.1 Evolução histórica e shoppings atuais .................................................................. 12
2.2 Tipos de shopping no Brasil ..................................................................................... 13
2.3 Shoppings nas reestruturações urbanas .............................................................. 14
2.4 Shoppings a céu aberto ............................................................................................. 15
2.5 Bioclimatologia de espaços públicos .................................................................... 16
2.6 Área de estudo: Palmas Sul ...................................................................................... 18
3 METODOLOGIA ................................................................................................................ 24
4 ESTUDOS DE CASO ....................................................................................................... 25
4.1 Lincoln Road - Miami .................................................................................................. 25
4.2 Shopping Downtown - Rio de Janeiro .................................................................... 27
4.3 Capim Dourado Shopping ......................................................................................... 29
5 ESTUDO DA ÁREA .......................................................................................................... 34
5.1 Fatores físicos .............................................................................................................. 36
5.1.1 Equipam entos urbanos .............................................................................................. 37
5.1.2 Infraestrutura urbana .................................................................................................. 37
5.1.3 Legislação vigente ...................................................................................................... 38
5.1.4 Topografia .................................................................................................................... 38
5.2 Fatores Ambientais...................................................................................................... 40
5.3 Aspectos plásticos ...................................................................................................... 43
6 PARTIDO ARQUITETÔNICO ......................................................................................... 44
6.1 Estratégia compositiva ............................................................................................... 44
6.2 Modulação estrutural .................................................................................................. 45
6.3 Articulações funcionais.............................................................................................. 46
6.4 Programa de necessidades ....................................................................................... 46
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................ 48
REFERÊNCIAS..................................................................................................................... 49
ANEXOS .............................................................................. Erro! Indicador não definido.52
ANEXO 01 - Mapa Lincoln Road Mall .......................... Erro! Indicador não definido.53
APÊNDICES ...................................................................................................................... 5254
APÊNDICE A - Densidade Demográfica.................................................................... 5355
APÊNDICE B - Mapa Declividade.................................. Erro! Indicador não definido.56
APÊNDICE C - Mapa de Elevação................................. Erro! Indicador não definido.57
APÊNDICE D - Acessos................................................... Erro! Indicador não definido.58
APÊNDICE E - Mapa Entorno......................................... Erro! Indicador não definido.59
APÊNDICE F - Mapa Vegetação Existente ................. Erro! Indicador não definido.60
10

1 INTRODUÇÃO

O ato de “fazer com pras” tem se renovado com o tem po, lojas de
franquias, de departam entos, superm ercado em shoppings, áreas de lazer, todavia,
a “renovação” se estagnou e há anos é notório a repetição dos m esm os padrões de
estabelecim entos em lugares diferentes, os locais de com pras passaram a ser
réplicas um do outro, m odificando apenas o tam anho do espaço.
Rodrigues (2012) revela que um a m udança no jeito de com prar, se faz
necessária, pois, o consum o do cidadão está sem pre em m etam orfose, um a vez,
m unido desse conhecim ento o em presário precisa sem pre estar se reinventando e
se adequando ao gosto do consum idor. Esse consum ism o m uda a sociedade e até
m esmo pode se penetrar e m udar a cultura local.
A inovação tam bém deve estar presente na estrutura física dos
equipam entos de com pras, de form a a m elhorar a experiência de com pra dos
consum idores de determ inado local, e esta inovação tem ocorrido pela criação de
open mall ou shopping a céu aberto (Abrasel, 2014), que são espaços am plos e
convidativos.
O shopping a céu aberto já é um a realidade em vários lugares do país e
do m undo, no Brasil eles com eçaram a ser im plantados a partir de 1990, e
atualm ente existem diversos locais em várias cidades. Eles trazem consigo um a
reurbanização do espaço para adequação e im plantação do m esmo.
A proposta do shopping surgiu devido à falta de equipam entos sim ilares
na região, a sua execução pode proporcionar aos m oradores da com unidade
pertencente à área sul de Palm as - TO um centro com ercial diferenciado dos já
existentes no local, os atendendo de form a flexível, sem serem necessários grandes
deslocam entos para com pras e alim entação aos shoppings existentes na cidade.
A proposta a ser elaborada contará com um a análise e im plantação
voltada para sustentabilidade, criação do m icroclim a local, além da utilização dos
princípios de sustentabilidade am biental para reforçar o conceito de um espaço que
possa ser utilizado por todos.
Desta form a, a referida pesquisa visa propor um shopping a céu aberto
que, além de quebrar preconceitos existentes com m oradores e usuários da região
Palm as Sul, proporcione lazer de qualidade sem serem necessários grandes
deslocam entos até o centro da cidade.
11

1.1 Objetivos

1.1.1 Objetivo geral

Propor um projeto de um shopping a céu aberto localizado na região sul


de Palm as - TO, utilizando os preceitos e funções sociais, econôm icas, culturais e
am bientais.

1.1.2 Objetivos específicos

 Avaliar os aspectos dos centros com erciais populares e dos consum idores da
região sul de Palm as - TO.
 Analisar o terreno e entorno para im plantação do projeto.
 Analisar as propostas bioclimáticas adequadas para a clim atologia de Palm as –
TO a serem utilizadas na referida proposta.
12

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Evolução histórica e shoppings atuais

O prim eiro shopping center se instalou no Brasil no ano de 1966 em São


Paulo, sendo que som ente entre os anos de 1975 e 1979 foram abertos m ais 2
espaços de consum o, e posteriorm ente m ais 4 locais e, desta form a até o início da
década de 80, havia a existência de 7 locais desse tipo de com ércio (PINTAUDI;
FROGOLI JUNIOR, 1992).
Apenas na década de 80, os shoppings centers com eçaram a se expandir
nas grandes cidades do Brasil, sendo que na m esma época o com ércio de varejo s e
encontrava em queda de vendas, enquanto os recém -chegados shoppings tinham
um aum ento em seu faturam ento m esm o em época de crise, a cham ada “década
perdida” (PINTAUDI; FROGOLI JUNIOR, 1992).
A instalação dos shoppings centers não se dá de acordo com a
quantidade de habitantes em um a determ inada região, com o outros segm entos do
com ércio, m as sim devido à concentração do poder aquisitivo local. A região
Sudeste do Brasil possui um a alta densidade dem ográfica e a m aior concentração
de renda e, sendo assim , a m aior quantidade de shoppings (PINTAUDI; FROGOLI
JUNIOR, 1992).
Os dados de 2017 da ABRASCE (Associação Brasileira dos Shoppings
Centers) contabilizam atualm ente 559 shoppings no Brasil, sendo que 22 estão com
previsão de inauguração para 2017, conform a tabela 1.

Tabela 1 - Quantitativo de shoppings no Brasil por estado


ESTADO Nº DE SHOPPINGS EM Nº PREVISTO PARA O FINAL
REGIÃO
OPERAÇÃO DE 2017
SP 179 182
RJ 67 67
SUDESTE
MG 46 47
ES 9 9
RS 37 39
SUL PR 33 34
SC 23 24
GO 24 27
MT 5 5
CENTRO OESTE
DF 20 21
MS 5 5
CE 18 18
NORDESTE PE 15 15
AL 4 4
13

BA 22 23
SE 3 4
RN 7 7
PI 4 5
MA 7 9
PB 5 5
PA 8 10
AM 11 11
TO 2 2
NORTE RR 2 2
AP 2 2
RO 1 1
AC 1 1
TOTAL 559 578
Fonte: Adaptado de Abrasce (2017).

2.2 Tipos de shopping no Brasil

Segundo Santos et. al (1996) os shoppings são divididos em 8 tipos com


suas características peculiares, conform e tabela 2.

Tabela 2 - Tipos de shoppings no Brasil


Shopping centers Conceito Tamanho (m²) Loja âncora
Vizinhança Conveniência 3 mil a 15 mil Supermercado
Lojas de departamento
completas; lojas de
departamentos juniores;
Comunitário Mercadorias em geral 10 mil a 35 mil
lojas de departamentos ou
de descontos e
hipermercados.
Especializado em um ramo
Especializado/ Em geral, não possui loja
como moda, decoração e 8 mil a 25 mil
Temático âncora.
material esportivo
Lojas de fábricas e off-price,
preços baixos, lojas mais
simples com alugueis
Outlet Center 5 mil a 40 mil Grandes lojas de fábricas.
menores, usto de construção
reduzido, diferenças de
acabamento.
Category k iller, lojas de
Conjunto de lojas âncoras departameno ou de
Power Center 8 mil a 25 mil
com poucas lojas satélites. desconto; clubes de
compras; off-price
Lojas que trabalham com
Discount Center grandes volumes de 8 mil a 25 mil
produtos a baixos preços
Festival mall Restaurante; lazer; cultura 8 mil a 25 mil
Fonte: Adaptado de Santos et. al (1996).

Santos et. al (1996) destaca que dentre os tipologias apresentadas é


possível evidenciar algum as diferenças. No “regional”, por exem plo, tem -se um a
variedade de produtos m uito m aior que o “vizinhança”, incentiva o lazer, sendo viável
14

nas grandes cidades. No “especializado”, por sua vez, a com pra ocorre por
planejam ento e não, prim eiram ente, por im pulso, este tipo atende a um segm ento
econôm ico específico, m óveis, m aterial de construção, têxtil e autom otivo. Já o
“festival mall” tem grande espaço de desenvolvim ento nas grandes cidades , pois
visa o entretenim ento. O “outlet center”, diferente dos tipos anteriores é voltado para
as classes B e C, possuindo custos e m argens m ais baixos, com potencial para
cidades com m ais de 300 m il habitantes.

2.3 Shoppings nas reestruturações urbanas

Segundo Benévolo (história das cidades 1983) um a cidade deve ter com o
base quatro elem entos fundam entais intrínsecos, sendo eles : a com plexidade;
continuidade; concentração; e capacidade de se renovar am iudadam ente. Este
últim o elem ento faz referência a capacidade que as cidades têm para centralizarem -
se e descentralizarem -se em novas áreas e é atribuída as atividades com erciais e
industriais, incluindo os shoppings.
O setor com erciário é responsável pelo fortalecim ento e criação de novas
centralidades na cidade, em cidades próxim as e em áreas adjacentes, m odificando
as áreas com erciais já existentes (Maraschin, 2008). Os shoppings fazem parte da
com posição deste setor e são im portantes agentes no processo de reurbanização,
prom ovendo grandes concentrações de pessoas, veículos, m udanças no tráfego.
No entorno dos em preendim entos nota-se o desenvolvim ento de
acessibilidade até o shopping e no local da im plantação. Outra particularidade dos
shoppings é o poder de conceber atratividade ao local, onde são gerados em pregos
de m odo direto e indireto, progresso, consum o e lazer (MARASCHIN, 2008).
O m elhoram ento do espaço urbano causado pelos shoppings, causam
m odificações na geografia da cidade, costum eiram ente provocando um a m igração
de um centro com ercial para outro setor, ou im pulsionando a criação de um novo
com igual ou superior im portância. Os já citados em preendim entos com erciais não
são, em sua totalidade, os agentes determ inantes da nova concepção geográfica
com ercial, m as estão integrados e são im portantes condutores da expansão urbana,
atentando ao fato que, tais m elhoram entos estão associados ao porte e atividades
ofertadas no em preendimento (GAETA, 1992).
15

Gaeta (1992) destaca 5 aspectos transform adores do espaço urbano, os


quais, são viáveis com a im plantação dos shoppings.
O prim eiro aspecto é a “am plitude de program ação” que trata da definição
de localização, estudos de m ercado, organização interna do em preendimento, sendo
todos os passos analisados para a produção do local.
A “[...] com patibilidade de porte” que exige que o porte do
em preendim ento seja com patível com o terreno e entorno escolhido, sendo
necessários estudos locacionais e a existência ou possibilidade de vias propícias
para atender a dem anda, expressam o segundo aspecto.
O terceiro aspecto é a “transform ação do espaço pré-existente”, pois, os
shoppings center são grandes indutores de transform ações socioeconôm icas
através da valorização im obiliária da área.
Já o quarto aspecto transform ador que um shopping propicia tem a ver
com as “bases de apoio funcionais”, isso porque utilizam os antigos espaços de
form a inteligente considerando as valorizações im obiliárias.
E o quinto aspecto apontado por Gaeta (1992) é a “anulação do antigo
espaço”, o novo shopping transform a as características da vizinhança aum entando o
fluxo de veículos e pessoas, dessa form a o local em tem po algum retornará ao
estado inicial. Todos esses aspectos evidenciam as mudanças e vantagens que um
shopping traz a um a localidade.

2.4 Shoppings a céu aberto

Os shoppings a céu aberto são consolidados nos Estados Unidos da


Am érica desde 2006, e em diversos países europeus e am ericanos, esses
em preendim entos, cham ados de open mall, proliferam -se por várias partes do solo
am ericano. A tendência dos open mall am ericanos forçaram um processo de
renovação sobre antigos edifícios com fins com erciais , no qual os m esm os eram
subm etidos a reform as e adaptações para se transform ar em um shopping a céu
aberto.
Segundo arquiteto Norberto Sganzerla em entrevista a ABRASCE, os
grandes diferencias dos shoppings a céu aberto para os shoppings tradicionais são
as integrações dos projetos com a natureza, econom ia de energia e a oferta ao
16

público da sensação de estar em um a rua organizada com vários tipos de serviços


sendo possível despertar o interesse de perm anência no local.

Aproxima-se muito do conceito de praça pública, onde as pessoas


costumam ir para se encontrar e desfrutar do verde. Como as cidades
brasileiras, em geral, são carentes desses espaços, o empreendimento
comercial acaba cumprindo essa missão também (SGANZERLA,
NORBERTO - ABRASCE).

Segundo a Arquiteta Vera Zaffari em entrevista à ABRASCE esse tipo de


em preendim ento vem se tornando m ais atrativo devido à qualidade de vida que
esses espaços proporcionam , é preferível para um a parcela da população estar em
shoppings a céu aberto do que em shoppings tradicionais por perm anecerem a
m aior parte do tem po em am bientes fechados, escritórios ou engarrafam entos. A
arquiteta reitera que, a procura de interação com o m eio am biente é crescente por
esse m otivo os consum idores buscam a m esma interação aliada a segurança que os
shoppings tradicionais oferecem .
O m aior diferencial que o shopping a céu aberto oferece é o projeto
paisagístico, sendo através do m esm o possível reduzir custos com m anutenção,
reduzir o consum o de energia com o aproveitam ento da luz e ventilação natural, a
criação de espaços verdes que propiciam a criação de m icroclimas locais.

2.5 Bioclimatologia de espaços públicos

Um estudo realizado por Nogueira e Scherer (2012) relata que as


condições de conforto térm ico nos trabalhadores de um shopping center estão
subm etidos são de difícil perm anência, sendo que devido ao projeto arquitetônico
inadequado, em dias quentes a sensação térm ica é de abafam ento, m esm o o
sistem a de um idificação não se fazendo suficiente para sanar o desconforto, e nos
períodos de inverno há queixa de m uito frio e ausência do sistem a de calefação.
Segundo Barbirato et. al. (2007) o hom em vem se beneficiando do clim a
desde os prim órdios da hum anidade, sendo ele um dos principais coeficientes para
m udanças de paisagens, diversidades biológicas e hábitos hum anos. A arquitetura
bioclim ática é o elem ento m ais significativo para um funcionam ento térm ico e
energético de um edifício.
17

A bioclimatologia trata da relação entre o usuário e as condições climáticas,


de modo que a arquitetura torne-se um “filtro” das condições exteriores,
com a adequação envoltória. O temo “projeto bioclimático” foi utilizado para
designar a arquitetura em harmonia com o meio natural (BARBIRATO et. al.
2007, grifo nosso).

Nessa ótica os autores fundam entam que, para se construir um projeto


conjunto com o clim a é preciso considerar os aspectos clim áticos, viabilizando
am bientes saudáveis e com eficiência energética que acarretam em espaços
confortáveis e, desta form a, adequando os am bientes as atividades desejadas pelos
usuários.
Rom ero (2007) relata que “a sensação sonora é a consequência da
transm issão dos m ovimentos vibratórios ao nosso ouvido”. Alguns fatores am bientais
são considerados im portantes para a propagação do som , são eles: um idade,
velocidade do vento, tem peratura, inversão, vegetação e topografia. A autora
discorre ainda que “isolam ento e absorção o m eio que transporta o ruído está
geralm ente delim itado e perm eado de obstáculos. A propagação de ondas sonoras
depende do volum e e das superfícies que form am o espaço”.
Ao se construir um a nova superfície em um espaço aberto,
consequentem ente, são produzidas reflexões das ondas sonoras que se propagam
até alcançar os ouvidos, a diferença entre se produzir um som agradável ou
desagradável está nos m ateriais utilizados (Rom ero, 2007). Materiais rígidos e não
porosos, utilizados em larga escala nos espaços públicos são refletores quase
perfeitos sendo que o em prego correto dos m ateriais dita a acústica excelente ou o
fracasso em inente da propagação do som no espaço.
Para o clim a da cidade de Palm as - TO se fazem necessárias diversas
técnicas para m elhoria das condições de conforto am biental dos edifícios. Barbosa e
Lim a (2010) discorrem sobre estas estratégias, a sintetização pode ser vista na
tabela 3.

Tabela 3 – Estratégias para conforto térmico


 Maior espessura
Paredes
 Brises
 Paredes vazadas

 Proteger as aberturas
Aberturas  Maior número de aberturas
 Localizar as aberturas de modo que os elementos externos direcionem a
ventilação para as mesmas
18

 Materiais leves
Materiais
 Materiais isolantes

Faces da  Dimensionar as maiores faces da construção no sentido Norte-Sul devido à


construção pouca incidência direta

 Deve ser alta e de copa densa para proporcionar proteção contra os raios
Vegetação
solares dando preferência às direções leste e oeste

Elementos
 Resfriamento evaporativo por fontes, espelhos d’agua e vegetação.
aquosos
Fonte: Adaptado de Barbosa e Lima (2010).

2.6 Área de estudo: Palmas Sul

Bazolli (2007) afirm a que, desde a criação da cidade de Palm as, é


possível notar um a nítida segregação sócio-espacial entre as classes m ais e m enos
favorecidas financeiram ente.
No ano de 1991 houve várias doações de lotes na capital, entretanto,
essas doações eram destinadas a lotes localizados em um a recém expansão urbana
na cidade, fora do plano diretor original, sendo essas ocorridas devido ao interesse
público em reservar a região central da capital para em presários e pessoas com
grande capital de investim ento (BAZOLLI, 2007).
O autor destaca ainda que a área expandida (Palm as Sul) foi doada para
pessoas carentes justam ente por sua distância do centro e falta de infraestrutura
urbana. Isso porque, as pessoas com m ais condições não tinham interesse em
residir ou investir nas citadas áreas. Elas com pravam ou construíam em lotes
próxim os ao centro, na m aioria das vezes os lotes eram adquiridos e depois,
abandonados, gerando a especulação im obiliária, onerando custos para todos os
contribuintes.
Ainda nesse pensam ento, Bazolli (2007) expõe que com a construção do
reservatório da Usina Hidroelétrica Luiz Eduardo Magalhães, que circunda a região
norte e tem certa proxim idade com a região central, essas áreas foram se
valorizando cada vez m ais. Alguns agraciados com a inform ação privilegiada da
construção do lago, fizeram investim entos em áreas próxim as que se tornaram
condom ínios de luxo, prédios e terrenos de alto valor disponíveis para um a parcela
m uito pequena da população, sendo que m uitos desses investidores não residem na
capital e novam ente se form aram vazios urbanos nas áreas nobres.
19

Um grande problem a que o autor traz à tona são as áreas nobres centrais
com baixa densidade dem ográfica e área sul ficando abarrotada de m oradores em
condições precárias de m oradia e infraestrutura urbana, um a vez que a população
de baixa renda se instala na região predestinada a elas, elas são esquecidas pelo
Estado. Na figura 1 tem -se um a dem onstração das condições de m oradia da região
sul da capital.

Figura 1 - Vista do Jardim Morada do Sol 3 com condições precárias


Fonte: Google Maps 2012.

Esse processo de segregação evoluiu de form a exponencial, dando


origem a um a com unidade semelhante a um a segunda cidade dentro da cidade nos
quais fazem parte os bairros: Jardins Aurenys; Aeroporto; Janaína; Taquari; Santa
Fé entre outros, em sua m aior parte não regularizados, nem contabilizados pela
prefeitura, com o é possível ver apêndice A.
Desta form a, o crescim ento das periferias conta com densidade
dem ográfica m aior do que o plano diretor original da cidade, e tal densidade tem
cham ado atenção de com erciantes e lojistas que estão com eçando a fazer
investim entos nessas áreas com a população que cresce a cada dia. Diversas lojas
abriram filiais no setor Taquaralto, que se destaca das localizadas no plano diretor
original por sua rotatividade, devido à grande concentração populacional.

Observa-se que na região Sul a densidade está relacionada ao gradiente da


distância centro-periferia, quanto mais longe o bairro estiver da região
central da cidade maior será a sua densidade, denunciando a ocupação
pela população da periferia [...] a diferença entre as quadras centrais
urbanizadas e as quadras distantes do centro, sem ou com a urbanização
20

precária; que estabeleçam a diferença entre as quadras centrais, com


habitações boas, e as quadras periféricas, com habitações precárias
(BAZOLLI, 2007).

Reis (2011) com para a cidade de Palm as com Brasília, afirm ando que,
seu surgim ento trouxe as cham adas cidades -satélites, denom inadas aqui de
Palm as-Sul. Essas ocupações na periferia incom odavam fortem ente os políticos em
exercício na época, conform e figura 2. O então prefeito da cidade, Eduardo Siqueira
Cam pos se declarou fortem ente preocupado e descontente com os cham ados
“im igrantes”. Em outubro de 1994, ele se posicionou da seguinte form a no Jornal do
Brasil.

Essa leva de migrantes, analisa o prefeito, só fez piorar uma situação cada
vez mais perigosa. “Antes esse pessoal ia para o Rio e São Paulo”, lembra
Eduardo Siqueira Campos. “Agora estão vindo para Palmas”, conclui.
(JORNAL DO BRASIL, 1994 citado por REIS 2011).

Figura 2 Reportagem do Jornal do Tocantins sobre as invasões.


Fonte: Reis (2011).

Esses imigrantes que, um a vez se dirigiam aos grandes centros em busca


de m elhorias de vida, se deslocavam em m assa para a capital se instalando nos
arredores e trabalhando, a m aioria, nas obras em andam ento, que geraram m ão de
obra necessária para a construção da cidade. Im igrantes oriundos de diversas
partes eram m al vistos e m al vindos, pois, retratam os problem as socioeconôm icos.
21

Paz (2010)1, relata que os novos m oradores de Palm as irritaram tanto as


autoridades que jornais da época relatavam barreiras policias para tentar evitar a
invasão na área central. Segundo Jonathas Silva em entrevista para Reis (2010)2.

Existem matérias, em jornais da época, que descrevem os bloqueios feitos


pela polícia nas estradas a fim de redirecionar a população “sem terra” para
loteamentos improvisados ao sul da área do plano, que viriam a formar os
bairros Aurenys, Jardim Taquari entre outros.

A autora ainda afirm a que, um a vez que os im igrantes com eçaram a se


instalar nos arredores da cidade, o bairro de Taquaralto cresceu organicam ente se
adaptando as necessidades dos m oradores, de form a oposta ao centro da cidade
planejada. Em 1980, Taquaralto se configurava com um pequeno povoado, onde os
habitantes construíram pequenas fazendas se isolando do centro próxim o da cidade,
a figura 3 expõe um a das prim eiras construções de Taquaralto.

Muitos desses personagens não usufruem do espaço ‘planejado’ porque


passaram a habitar de qualquer jeito os bairros periféricos e segregados do
denominado Setor Sul da cidade, onde basicamente se concentrava a mão
de obra utilizada no início da construção de Palmas, basicamente migrantes
atraídos pela promessa do El Dourado Tocantins, mas que deveriam se
contentar em permanecer fora dos limites da monumental cidade oficial.
(REIS, 2011).

Figura 3 Primeiras construções de Taquaralto


Fonte: álbum de família (REIS, 2011).

1
PAZ, Luiz Hildebrando. Depoimento concedido à Patrícia Orfila Barros dos Reis .
Palmas: 05 de
Agosto de 2010.
2 Jonathas Magalhães Pereira Silva op. cit; p. 130.
22

Nas proxim idades de Taquaralto, foram criados os bairros Aurenys (I, II,
III, IV), estes surgiram após doações de lotes populares para alojar os novos
m oradores da cidade, com a intenção de “lim par” o centro planejado, sendo que o
governo da época disponibilizou essas a esses moradores segundo análise feita por
Lira (1995) devido à concentração da m ão de obra barata.

Quando solicitamos à moradora do Jardim Aureny I, Luciana Silva3, que


relatasse a respeito da longa distância de onde ela mora até o centro da
cidade, ela nos revela com naturalidade a sua condição social: Eles dizem
que pobre tem que ficar lá no “nem”, nem no centro nem em Porto Nacional.
Eles dizem que o pobre não vai dar conta de pagar o IPTU. Me diz: um
assalariado tem condições de fazer o projeto de uma casa? Porque lá no
centro só se constrói com projeto, não é? Por isso é que os pobres vêm pra
cá, eles vêm sem projeto. Por isso que eles jogam a gente pra cá, os
pobres. 4

Na entrevista concedida a Reis (2011), é possível identificar um


acontecim ento com um na época da criação de Palm as: os m oradores invadiam lotes
e depois, os vendiam para garantir a com pra de m ais lotes em áreas não
valorizadas, assim com um pouco de dinheiro extra era possível à aquisição de m ais
bens ou construção da casa própria.

Pobre que tinha lote lá na época vendeu, porque ganhava mais e depois,
mudou pra cá, investiram em lote. Eu conheço gente que morava ali mesmo
na JK, ali na 111, na 101, eles valorizaram o dinheiro deles, depois, eles
vieram pra cá e compram dois lotes, dá pra comprar dois lotes, dá pra
fazem uma casinha, comprar um carro pra melhorar ... Aqui tá bem melhor
do que quando a gente morava no Goiás, nós morávamos de aluguel, pra
nós aqui tá bom.5

Em outra entrevista concedida a autora, o arquiteto Cesar Am aral com


experiência em adequações da legislação urbanística faz a seguinte declaração6.

Palmas é uma cidade polarizada, onde nós temos uma cidade que foi
concebida dentro de um conceito de uma nova capital de um Est ado e nós
temos então uma outra parcela da cidade, exatamente 50% da população,
está estabelecida naquela área chamada de Palmas Sul, área sul, que pra
mim é Palmas também, mas que urbanisticamente falando elas tem que ser

3 SILVA, Luciana. Depoimento concedido à Patrícia Orfila Barros dos Reis. Palmas,
12 de setembro de 2010. Perfil: Luciana veio de Goiânia acompanhar a família nos primeiros anos de
construção de Palmas e sua família foi contemplada com um lote a baixo custo no bairro Aureny I.
4 Idem
5 Idem
6 AMARAL, Cesar Augustus de Santis. Depoimento concedido à Patrícia Orfila Barros

dos Reis.
Palmas, 05 de setembro de 2010.
23

tratadas distintamente porque uma tem estruturações diferenciadas da


outra, você tem realidades e histórias diferenciadas entre uma e outra,
então, não desmerecendo, o objetivos do Plano Diretor é fazer com que
essa Palmas Sul ela receba os mesmos benefícios da Palmas, chamada
Centro (...) E quando você chega mais a fundo, nessa população, você vê
que essa população é a que mais necessita de políticas públicas, que mais
necessita de áreas para o lazer delas, que mais necessita de ações que
permita que ela tenha direito à cidade, então, a função social da cidade tem
que obedecer pra todos esses lados então quando você faz essa análise,
você começa a perceber isso. Por outro lado, você quando você começa a
percorrer esses locais você começa a perceber que lá você tem as vezes
mais vida do que aqui, na Palmas Centro, lá você as vezes percebe mais
vigor, a cidade com mais vigor do que a cidade aqui.
24

3 METODOLOGIA

Com o procedim ento m etodológico a pesquisa foi pautada pelo m étodo


dedutivo, que segundo Lakatos e Marconi (1991) explica o conteúdo das prem issas
e ainda afirm a que, se todas as prem issas são verdadeiras, a conclusão é
igualm ente verdadeira.
Quanto à abordagem foi utilizada a pesquisa qualitativa, que consistiu no
levantam ento de dados, sobre m otivações, hábitos de consum o, gostos,
preferências, cultura, observações e conversas para verificação da real situação da
parcela populacional escolhida. Sendo os objetivos da pesquisa exploratórios, em
razão dos dados alcançados não configurarem núm eros para estatísticas ou
estudos, os m esm os têm a função de nortear o trabalho para as m elhores decisões
a serem tom adas (INSTITUTO PHD 2015).
Os procedim entos da pesquisa foram realizados por estudos de caso e
em contatos diretos com a população e, além disso, foi utilizado as pesquisas
bibliográficas, que são coletas de estudos sem elhantes em artigos, dissertações e
teses já realizados que contém grande núm ero de inform ações relacionados com o
tem a (LAKATOS; MARCONI,1991).
Quanto aos estudos de caso, para Goode e Hatt (1979, citado por
VENTURA, 2007) destaca que “por m eio do estudo do caso o que se pretende é
investigar, com o um a unidade, as características im portantes para o objeto de
estudo da pesquisa”. Desta form a, apresentam -se os estudos abaixo para subsidiar
a proposta dessa pesquisa.
25

4 ESTUDOS DE CASO

4.1 Lincoln Road - Miami

O Lincoln Road Mall, está localizado entre a 16th e 17th Streets em South
Beach, Miam i, Flórida, USA. O local é um centro com ercial no qual o acesso de
veículos é vetado, sendo o trânsito exclusivo para pedestres, e o horário de
funcionam ento vai das 10 horas da m anhã às 23 horas (horário local).
As atrações são diversificadas para atender todos os públicos sendo
com posto de espaços com o galerias de arte, restaurantes, bares, hotel, cinem a,
casas de show, teatro e principalm ente lojas, de grandes grifes a preços acessíveis,
conform e dispostos no anexo 01. O espaço possui 7 quadras de extensão com o é
possível ver na figura 04.

Figura 4 Extensão e locação do Lincoln Road Mall


Fonte: http://lincolnroadmall.com
26

O local é com posto de 03 estacionam entos para subsidiar a dem anda dos
clientes, os m esmos subsidiam estabelecimentos que ficam nas redondezas , s endo
todos pagos. O projeto paisagístico das ruas é basicamente com posto por palm eiras,
jardins, arbustos e elem entos aquosos como fontes, entre esses elementos exis tem
diversos níveis de piso para favorecer um a identidade e plástica esteticam ente
agradável, as figuras 5, 6, 7, 8, 9 e 10 apresentam com o é visualm ente o Lincoln
Road Mall.

Figura 5 - Fachada do Lincoln Road Figura 6 – Circulação no Lincoln Road

Fonte: http://lincolnroadmall.com/about-lincoln-
Fonte:
http://www.dicasdaflorida.com.br/2012/10/lincoln road/
-road-miami-beach.html#

Figura 7 - Área de convivência Lincoln Figura 8 - Área de convivência e


Road passeio

Fonte: http://lincolnroadmall.com/about-lincoln- Fonte:


road/ https://www.flickr.com/photos/edge_and_corner_
wear/579173238

Figura 9 - Restaurantes Figura 10 - Níveis de piso e paisagismo

Fonte: Fonte: http://casasemmiami.com.br/lincoln-road/


http://www.lincolnroadmall.info/restaurants/
27

O projeto arquitetônico tem assinatura de Morris Lapidus, que


revolucionou a arquitetura de lojas e m arketing, seu sucesso foi tão grande que deu
origem a um m ovim ento conhecido com o Miam i Modern, e tam bém foi denom inado
com o arquiteto do sonho am ericano, segundo Düttm ann e Schneider (1992).

4.2 Shopping Downtown - Rio de Janeiro

Eppinghaus e Tângari (2003) afirm am que o shopping Downtown, situado


na Barra da Tijuca – RJ, está localizado em um a “área a ser estudada”7 do plano
piloto original, conform e figura 11. Tem proxim idade com a lagoa da Tijuca e o
acesso pela Avenida das Am éricas, um as das m ais m ovim entadas do Rio de
Janeiro, sua estrutura interna é de uso exclusivo de pedestres e as construções são
blocos com 3 pavim entos.

O destaque para a via principal comercial se deu com objetivo de analisar


as relações que são estabelecidas entre usuário e espaço no local de
utilização mais pública dentro do complexo, de propriedade privada com fins
lucrativos que dependem de público (EPPINGHAUS et. al, 2003).

Figura 11 Plano piloto original Barra da Tijuca e Jacarepaguá


Fonte: Adaptado Eppinghaus e Tângari (2003).

O em preendim ento tem diversas opções de lazer: cinem as, bares,


restaurantes, casas de chopp, escritórios e diversos bancos, os estabelecim entos
com erciais são ao todo 155, conform e dispostos na planta esquem ática da figura 12.

7 O autor, Eppinghaus e Tângari. (2003), não explica o que seria essa área a ser

estudada, contudo destaca-se que pela localidade do shopping, esta designação deve-se em virtude
da localização quase central do espaço no centro do Bairro.
28

Figura 12 Planta esquemática do shopping Downtown


Fonte: http://wikimapia.org/30428/pt/Shopping-Downtown

Acesso de veículos entre os prédios é vetado, sendo exclusivo para


pedestres. Para otim ização de espaço, os estacionam entos são alocados no
subterrâneo. O paisagismo do em preendimento m escla elemento com água, gram a,
arbustos e árvores, conform e figura 13 (Downtown, 2017).

Sua área total é de 219 mil m², com 194 mil m² de área construída, 30 mil
m² de jardins, possuindo 1307 unidades de comércio e serviços, sendo 520
lojas, 539 salas e 248 coberturas destinadas a espaços empresariais, tudo
distribuído em 23 edifícios. Conta com 12 salas de cinema e um campus
universitário (DONWTOWN, 2016).

Figura 13 Vista lojas e paisagismo do shopping Downtown


Fonte: http://www.Downtown.com.br/ Downtown
29

4.3 Capim Dourado Shopping

Devido à falta de algum em preendim ento que se aproxim e de um


shopping a céu aberto foi utilizado o equipam ento m ais utilizado de lazer da cidade,
o Capim Dourado Shopping.
Segundo Bezerra (2017) o Capim Dourado Shopping está Localizado na
cidade de Palm as - TO na quadra ACSU NO-13, vide figura 14, com um terreno de
98.340,95 m ², área central, porém com baixa densidade populacional em seu
entorno im ediato, tem proxim idade com diversos pontos de centralidades sendo
situado a 2km de distância da praça dos girassóis, bancos, órgãos públicos,
hospitais e universidades, além de proxim idade com a Usina Hidroelétrica Luiz
Eduardo Magalhães.
O entorno possui quadras residenciais com o a 105 Norte e 107 Norte que
é habitado, em sua m aioria pela classe m édia e m édia alta com predom ínio de
residenciais unifamiliares e m ultifamiliares, respectivam ente.

Figura 14 Localização do Capim Dourado Shopping


Fonte: Dados da pesquisa 2017.

A área em que está localizado o em preendim ento até m eados de 2008,


era denom inada Área de Equipam entos Noroeste (AENO) e devido a ações entre os
poderes m unicipais e estaduais, seu uso foi m odificado, sendo assim possível a
30

instalação do shopping, vale ainda ressaltar que, parte dessa área está contida na
Unidade Am biental do Córrego Brejo Com prido (BEZERRA, 2017).
A Construção do referido shopping só foi possível devido às alterações e
im plem entações de leis que ocorreram em 2007 com o intuído de valorizar áreas
centrais desocupadas (Bezerra, 2017), visando atrair investim entos com erciais no
estado, sendo assim o prim eiro em preendimento a s er beneficiar com as leis:
 Lei Estadual n. 1799, de 21 de junho de 2007 – prevê criação de distritos
industriais e áreas em presariais no Tocantins.
 Lei n. 155, de 28 de dezem bro de 2007 - Plano diretor participativo de Palm as -
TO.
Em relação ao urbanism o, foi criada, no ano de 2007 um a lei para
beneficiar especificamente o Capim Dourado Shopping:
 Lei n. 146/2007 – Alteração do uso do solo da AV NO 13, AE NO 13 e AE SO 1.
 Decreto n. 26, de fevereiro de 2008 – Alteração de uso e m em orial descritivo da
AENO 13.
Após alterações e criações de novas leis, foi possível a im plantação do
Capim Dourado Shopping. A partir do lançam ento do referido em preendim ento, é
explicito a presença de propulsores do m eio econôm ico e urbano com o outros
em preendimentos comerciais, im obiliários, edifícios verticalizados e aprim oramentos
nos quesitos de acessibilidade e m alha urbana do entorno. É válido m ensurar que a
área do entorno foi beneficiada pela valorização, geração de em prego e
m ovim entação de pessoas (Bezerra, 2017). Com o m ostram as figuras 15 e 16.

Figura 15 Área de estudo antes da implantação do Capim Dourado Shopping


Fonte: Adaptado de Google Earth.
31

Figura 16 Área de estudo depois, da implantação do Capim Dourado Shopping


Fonte: Adaptado de Google Earth (2017).

A m elhoria da m alha viária e acessibilidade no entorno im ediato e


adjacentes do Capim Dourado Shopping foram as principais m odificações da
instalação do em preendim ento, com o aum ento do fluxo do trânsito na região foram
necessárias alterações com o im plantação de ponto de ônibus, construções de
calçadas, duplicação e pavim entação de vias, arborização e construção de praças.
Os shoppings desem penham papéis de sum a im portância para o
desenvolvim ento, reestruturação, e rem odelam ento para um a cidade, devido aos
grandes investim entos para a concretização do m esm o, investim entos em áreas
circunvizinhas, acessibilidade, m elhoria da m alha urbana e interesse geral da
população que o m esm o atrai. No caso estudado do Capim Dourado Shopping, é
notória as m udanças ocorridas em razão do m esmo.
Após o lançam ento do Capim Dourado Shopping (2007), o com ércio de
Palm as - TO foi im pulsionado por um a onda de investim entos nos segm entos de
lojas de departam entos, hiperm ercados e shopping centers, são eles: Atacadão,
Extra, Havan, Makro, e SuperBig (Capim Dourado Shopping) (Bezerra, 2017). Esses
novos investim entos proporcionaram um a nova era com ercial em Palm as, onde
antes, com significativa atratividade havia apenas o Palm as Shopping.
O projeto inicial do Capim Dourado Shopping visava a construções de
outros edifícios sendo eles: O shopping Center, hotel, centro de convenções e torres
com erciais de acordo com a figura 17.
32

Figura 17 Zoneamento e projeto inicial do Capim Dourado Shopping


Fonte: Bezerra (2017).

Toda via o projeto não foi executado em sua totalidade, apenas o shopping
center foi executado.

No ano de 2015 o Capim Dourado Shopping passou por uma ampliação.


Em sua primeira fase o shopping contava com 31.964,04m² de ABL,
42.700m² de área construída, 84 lojas-satélites 8, três lojas âncoras 9
(Riachuelo, Renner e Marisa), cinco megalojas 10 (Siberian, Rihappy,
Polishop, Lojas Avenida, Centauro), seis salas de cinema, praça de
alimentação com 14 operações, além de área externa com dois
restaurantes, um supermercado, e estacionamento com 1.013 vagas,
recebendo um público anual de 4.800.000 visitantes (BRMALLS, 2016;
BEZERRA, 2017).

As im plantações explanadas por Barros (2014), Brm alls (2016), Bezerra


(2017) são visíveis na im agem 18.

8 Pequenas lojas, sem características estruturais mercadológicas especiais, localizadas


no entorno das Lojas âncoras e destinadas ao comércio em geral. (MULTIPLAN, 2017) ;(BEZERRA,
2017)
9 O enquadramento de uma operação nessa categoria se deve à área locada

(normalmente mais de 1.000 m²). (ABRASCE, 2016) “São grandes lojas conhecidas pelo público, com
características estruturais e mercadológicas especais, que funcionam como força de atração de
consumidores, assegurando permanente afluência e trânsito uniforme em todas as áreas do shopping
center. “ (MULTIPLAN, 2017); (BEZZERA, 2017)
10 “Podem ser consideradas lojas deste gênero aquelas especializadas em determinada

linha de mercadoria, em grande escala, com ampla variedade de produtos, usando superfície de loja
entre 500 a 999 m². ” (ABRASCE, 2016); (BEZERRA, 2017)
33

Figura 18 Etapas de implantações do Capim Dourado Shopping


Fonte: Bezerra 2017

O empreendimento passou pela sua primeira grande ampliação em 2015,


em que foram adicionados 17.186,60 m² de ABL, 130 lojas-satélites, 4 lojas
âncoras (C&A, Casas Bahia, Lojas Americanas, Leitura), 3 megalojas
(Studio Z, Polo Wear, Brooksfield) e um acréscimo de 217 vagas de
estacionamento, totalizando 1.330 vagas (BARROS, 2014; BEZERRA,
2017).
34

5 ESTUDO DA ÁREA

Com o já discutido anteriorm ente a área Palm as-Sul é carente em diversos


aspectos e por isso recebe a atenção deste projeto. Após visitas ao local e
observação in loco do com ércio com frequentadores da região, ficou registrado que
existe um a grande e real exclusão social, além do preconceito com os m oradores e
com pradores da Avenida Tocantins.
Na figura 19 é apresentado de m odo nítido a falta de infraestrutura urbana
na Avenida Tocantins em no setor Taquaralto, com calçadas quebradas, com ércio
inform al e m obiliário urbano precário, que é um a realidade encontrada facilm ente ao
decorrer do percurso da avenida em toda sua extensão.

Figura 19 Comércio informal de alimentos na Avenida Tocantins


Fonte: Dados da pesquisa (2017).

Os pedestres e ciclistas ficam à m ercê dos carros, disputando espaço


para transitar nas vias, devido às calçadas, na m aioria dos trechos, estarem
ocupadas por com erciantes com m esas, m anequins de lojas entre outros, conform e
exibido nas figuras 20 e 21.
35

Figura 20 Parte da Avenida Tocantins


Fonte: Dados da pesquisa (2017).

Figura 21 Avenida Tocantins


Fonte: Dados da pesquisa (2017).

Foram realizadas conversas inform ais com os transeuntes e usuários do


local, para identificar as características e necessidades da população. Dentre
conversas inform ais com os m oradores do local 11, um a senhora relata quando
questionada sobre os m otivos da m esm a escolher a Avenida Tocantins e arredores
com o local para fazer suas com pras, sobre os shoppings centers e sobre um novo
centro com ercial e cultural nas redondezas.

11 Identidade da pessoa não revelada devido à resolução Nº 510 de 07 de abril de 2016.


36

Uai, minha filha.... É o mais perto que a gente tem pra ir, aqui tem muita
coisa que a gente precisa e não é bom ir lá em Palmas, ônibus é muito
lotado, muito peso pra gente que tem problema, as coisas lá em Palmas são
muito caras. Daí a gente fica por aqui que é onde a gente mora, as lojas
grandes de Palmas estão vindo também, e é so aqui mesmo, mais pra lá
(apontou para as laterais da Avenida Tocantins) não tem mais nada. [...]
Isso não é pra nós não, eles não gostam de pobre lá, cheio de gente
luxenta (SIC), às vezes olha até feio que sabe que a gente não vai comprar
naquelas lojas, só passear mesmo [...] Bom demais podia ter cinema, um
dia ainda vou, mas o lá de palmas é longe, caro e as vezes, não tem nem
mais ônibus. Era bom ter um cantinho arrumado pra gente passear no
domingo.

5.1 Fatores físicos

O terreno escolhido se situa na gleba Taquaruçu grande, possui 190


m etros de frente e 200 m etros nas laterais, totalizando 38.000m ², com coordenadas
geográficas: Latitude -10.294771, Longitude -48.298162, a 19 km da área central de
Palm as e 4,5 km da Avenida Tocantins. Conform e figura 22, o terreno se encontra
próxim o ao bairro Taquaralto e não possui parcelam ento, porém , possui edificações
em seu entorno. A área em questão será estabelecida para fins com erciais devido à
proxim idade com a TO-050.

Figura 22 Localização do terreno


Fonte: Dados da pesquisa (2017).
37

A área conta com parcelam ento do solo em estudo e será destinada a


área de interesse social com densidade dem ográfica alta, sendo este de grande
visibilidade local devido a sua localização na região sul conform e expansão
crescente na região.

5.1.1 Equipam entos urbanos

O conhecim ento dos equipam entos urbanos pré-existentes é de sum a


im portância para a proposta de um novo em preendim ento, tal conhecim ento é
fundam ental para atender as dem andas populacionais e para que os equipam entos
não caiam em desuso ou sejam utilizados de form a incorreta futuram ente. No
presente estudo foram considerados os equipam entos no raio de 5 (cinco)
quilôm etros do terreno em estudo, conform e apêndice.

5.1.2 Infraestrutura urbana

Depois, de realizada a análise das benfeitorias públicas nas proxim idades


do terreno é possível perceber que, as únicas benfeitorias até o m om ento são: a
existência de pavim entação asfáltica e ilum inação pública na TO-050 e parcialm ente
no interior da gleba, as proxim idades não possuem rede de esgoto e pavim entação
asfáltica no interior da gleba.
As linhas de ônibus que atendem o terreno pertencem a em presa
Miracem a, são elas:
 021
 020
 250
 260
 410
 450
As referidas linhas têm seu trajeto a TO-050 com frequência m édia de
15m inutos e passam nos limites do terreno confrontantes com a TO-050, e segundo
o padrão de qualidade para os transportes públicos urbanos por ônibus são
considerados bons e satisfatórios.
38

5.1.3 Legislação vigente

Com o se trata de um terreno em um a área ainda não parcelada, não


existe uso pré-definido para a região. Todavia, para fins legais o projeto se fará de
acordo com as seguintes norm as:
 Norm as pertinentes do Código de Obras de Palm as - TO.
 Uso e ocupação do solo da cidade de Palm as - TO.
 NBR 9050/2015 - Acessibilidade.
 ABNT NBR 15220:2003- Desempenho térm ico em edificações.

5.1.4 Topografia

A topografia é alinhada com a TO-050, em sua frente com 07 cotas no


decorrer do terreno, sendo que variam de 235 a 228 m etros em ordem decrescente.
Com o é possível analisar nos perfis transversais e longitudinais, conform e figura 23
e 24, m apas de declividade e elevações estão disponíveis nos apêndices B e C.

Figura 23 Perfil topográfico longitudinal


Fonte: Adaptado de Google Earth (2017).
39

Figura 24 Perfil topográfico transversal


Fonte: Adaptado de Google Earth (2017).

O acesso principal do terreno se dá pela TO-050 e o acesso secundário


se dá pela rua 09, que é oriunda do bairro Bertaville. Há 6,2 km tam bém está
localizada a Avenida Teotônio Segurado com o é possível ver no apêndice D, na
figura 25 é possível visualizar a parte da TO-050.

Figura 25 Frente do terreno confrontante com a TO-050


Fonte: Dados da pesquisa.
40

5.2 Fatores Ambientais

Segundo Silva (2007) a cobertura vegetal nativa do Tocantins tem com o


características a presença de dois biom as, a Floresta Am azônica de terra firm e, ou
Floresta Om brófila, e a Savana. A vegetação nativa pode ser observada nas figuras
26 e 27.

Figura 26 Vegetação local


Fonte: Dados da pesquisa.

Figura 27 Vegetação local


Fonte: Dados da pesquisa.
41

A distribuição da vegetação nativa pode ser m elhor observada no m apa


da vegetação nativa no apêndice F.
A orientação solar do terreno tem seu m om ento m ais am eno na frente
no terreno (lado leste) e seu m om ento m ais crítico na parte posterior (lado oeste),
com o pode ser visto na figura 28.

Figura 28 Representação de insolação e ventilação incidente no terreno


Fonte: Dados da pesquisa.

O m icroclim a no entorno do terreno, é quente devido à falta de


arborização no local, e segundo Silva e Souza (2016) os ventos predom inantes para
a cidade de Palm as - TO são provenientes da direção leste. Desta form a cabe
ressaltar que em virtude da não existência de construções no entorno não haverá
barreiras, sendo assim o terreno possui bom fluxo de ventos predom inantes.
Dentro do raio de 5 km , escolhido para estudo, é possível observar que
não há fontes de ruídos e vibrações relevantes de incôm odo com exceção da
Avenida TO-050 que passa na frente do terreno. Entretanto, a proposta buscará
realizar o bloqueio de possíveis vibrações do ruído urbano sobre o local de com ércio
e serviço.
Em virtude da não ocupação do terreno percebe-se que o m esm o
apresenta em suas adjacências descarte de lixo dom éstico, com o sacolas plás ticas
e restos de cortes de vegetação com o dem onstrado na figura 29.
42

Figura 29 Lixo nas proximidades do terreno


Fonte: Google Maps (2017).

Há que se destacar que nas proxim idades do lote encontra-se um a área


de preservação perm anente (APP), o Ribeirão Taquaruçu Grande, e m ais próxim o
ao terreno, na distância de 350 m etros existe o alagado da região, onde nos m eses
de m aior incidência de chuvas se transform a no percurso do Ribeirão. O ribeirão
Taquaruçu Grande que tem seu curso próxim o à gleba é de sum a im portância, tanto
devido à diversificação da vegetação tanto para o abastecim ento do reservatório da
usina hidroelétrica Luiz Eduardo Magalhães segundo Marques (2011), conform e
figura 30.

Figura 30 Distância da área de preservação permanente até o terreno


Fonte: Adaptado de Google Maps (2017).
43

5.3 Aspectos plásticos

O contexto do entorno próxim o é configurado com o uso m isto dos lotes,


entre com erciais e residenciais. Na parte com ercial, a m aioria das residências são
casas térreas caracterizadas de baixa renda oriundas de ocupações irregulares. No
setor Bertaville a realidade é contrária, onde a m aioria das residências são casas
térreas ou com dois pavim entos que pertencem às pessoas de poder aquisitivo m ais
elevado. No bairro Aureny IV e Taquaralto as classes sociais se m isturam , sendo
possível observar tanto casas pertencentes à baixa renda com o casas de classes
m ais altas.
44

6 PARTIDO ARQUITETÔNICO

Após estudos envolvendo um a gam a de opções para a escolha do partido


arquitetônico, foi decidido que o m esm o terá com o centralidade a integração da
edificação com a natureza, tanto viva, devido ao conforto térm ico e acústico, com o
pré-requisito para a criação de m obiliários harmônicos com o m eio.
A natureza viva se fará presente através de praças, bosques e áreas de
convivência. Todos os elem entos verdes e elem entos de água na edificação serão
responsáveis para a criação de um m icroclim a agradável e darão uso as áreas de
convivência. E igualm ente se fazem im prescindíveis devido ao clim a da nossa
região ser quente e seco, conform e figura 31.

Figura 31 Integração do meio interno e externo com a natureza


Fonte: Google.

6.1 Estratégia compositiva

A ideia da possível im plantação do projeto foi concebida através de vários


blocos de lojas paralelos entre si, com form a fluida e curva, rodeados por cam inhos
e os m esm os am parados de diversas espécies de árvores, um a praça com fontes,
árvores e bancos criando aspectos para a m icroclim atologia local e rem etendo a
ideia orgânica da natureza. A figura 32 apresenta a com posição do projeto.
45

Figura 32 Composição do projeto


Fonte: Dados da pesquisa.

A volum etria do projeto foi adotada com volum es longilíneas sendo dois
blocos de lojas retangulares interligadas entre si e m ais dois blocos retangulares
independentes paralelos um ao outro. Conform e apresentado na 33.

Figura 33 Ideia de volumetria do projeto


Fonte: Dados da pesquisa.

6.2 Modulação estrutural

Para a m odulação estrutural da proposta foi pensado em pilares de aço


locados de 7 m em 10 m de distância, m edindo 15 cm por 30 cm , com vigas
estruturais de 80 cm cada. A estrutura em aço foi escolhida devido sua execução
proporcionar organização no canteiro de obra, possibilidade de m aiores vãos,
facilidade na m ontagem e desm ontagem e m enor prazo na execução.
46

6.3 Articulações funcionais

O funcionogram a do em preendimento será locado de acordo com a figura


34, onde o acesso pela TO-050 será para pedestres e veículos e o acesso pela rua
09 será destinado à carga e descarga e serviço.

Figura 34 Funcionograma previsto


Fonte: Elaborado pela autora.

6.4 Programa de necessidades

O program a de necessidades foi dividido em 4 setores: Social, Lazer,


Adm inistrativo, Serviço e Áreas verdes e suas respectivas áreas são descritas nas
im agens 35, 36, 37 e 38.

Figura 35 Programa de necessidades cinema


Fonte: Elaborado pela autora.
47

Figura 36 Programa de necessidades setor serviço


Fonte: Elaborado pela autora.

Figura 37 Programa de necessidades setor administrativo


Fonte: Elaborado pela autora.

Figura 38 Programa de necessidades setor social


Fonte: Elaborado pela autora.
48

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A construção de shoppings a céu aberto traz m elhorias significativas para


a sociedade, isso porque, dependendo do local em que são im plantados, vão além
de equipam entos de consum o e com pra, influenciam no cotidiana da região, fazendo
um a inserção do com ércio local, trazendo qualidade de vida.
Dessa form a, esse trabalho se fez necessário devido à evidente
necessidade de espaços de qualidade para consum o, cultura e lazer na região sul
de Palm as - TO, no decorrer da pesquisa a m esm a se reafirm a através a
segregação social que a parcela m ais carente da população sofre devido à falta de
interesse dos adm inistradores de shoppings centers com a localização em que
estão.
A criação de espaços voltados para esse público é de im prescindível
im portância para a erradicação do preconceito presente na cultura dos
consum idores, preconceito esse que atinge a parcela dos cidadãos que residem em
locais m ais distantes dos centros com erciais m ais frequentados, consequentem ente
as áreas m ais pobres.
Todas as inform ações aqui coletadas servirão de em basam ento teórico
para a elaboração do projeto arquitetônico do em preendimento Nature Open Mall.
49

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52

APÊNDICES
53

APÊNDICE A - Densidade Demográfica


APÊNDICE B - Mapa Declividade
APÊNDICE C - Mapa de Elevação
APÊNDICE D - Acessos
APÊNDICE E - Mapa Entorno
APÊNDICE F - Mapa Vegetação Existente

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