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Material Teórico
Período Pós-Industrial e Arte Moderna
Revisão Textual:
Prof. Esp. Claudio Pereira do Nascimento
Período Pós-Industrial
e Arte Moderna
• Introdução;
• Fotografia;
• Arts and Crafts;
• Arte Moderna e Design.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
• Estudar a relação e a influência que as evoluções pós-industriais e os movimentos
artísticos da Arte Moderna tiveram para o Design Contemporâneo e têm para a função e a
atuação do designer nos dias atuais.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.
Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.
Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.
Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de
aprendizagem.
UNIDADE Período Pós-Industrial e Arte Moderna
Introdução
Finalizamos a unidade anterior falando que a evolução, fruto da Revolução In-
dustrial, não aconteceu somente na imprensa. A industrialização também impactou
diretamente a fotografia na época, como veremos a seguir.
Fotografia
A palavra fotografia vem do grego fós, que significa luz e graphein, significa es-
crita, ou seja, fotografia significa “escrever (desenhar) com a luz (contraste de tons)”.
É importante ressaltar que a fotografia não surgiu nesse período, contudo, foi
no século 19, após a Revolução Industrial, que temos o advento da máquina foto-
gráfica, que recebeu o nome de “Arte na era da máquina”. Além disso, também
teve impacto muito grande nas formas de comunicação e no Design e na própria
imprensa que falamos anteriormente, já que os jornais puderam receber as imagens
produzidas pelas máquinas fotográficas.
O que antes era uma Arte que precisava ser produzida manualmente, um pro-
cesso artesanal usando um aparato de grandes dimensões, passou a ser feito de
maneira automatizada em um aparelho que poderia ser transportado facilmente,
em comparação com os anteriores.
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Ainda com a técnica de captar a imagem em negativo, porém, somente em
1826, já depois da Revolução Industrial, que Niépce desenvolveu o processo de
heliogravura, quando a luminosidade do Sol contribuía com o processo.
Para essa técnica de Daguerre, era necessário um alto tempo de exposição para
a captação da imagem, portanto, para captura de imagens de pessoas, era utilizado
um outro aparelho para deixar a pessoa retratada imóvel.
A imagem era fixada com sal de cozinha ainda na placa de cobre e invertida ao
ser colocada em contato com um papel sensível ao cobre. Essa técnica começa a
aproximar a fotografia com o processo de fotografia.
Em 1865, a empresa Canson desenvolveu uma invenção que teve especial re-
percussão no universo fotográfico. Solicitou a patente pelo aperfeiçoamento do
procedimento de transferência da imagem para um papel que simplificava as ope-
rações de revelação, por um custo inferior aos outros procedimentos. Com esse
papel, não era necessário o uso de cloreto de ouro ou de platina que serviam à
inversão da imagem negativa para positiva.
Até que, em 1888, George Eastman uniu várias das invenções anteriores em
uma só. Ele produziu uma película emulsionada em rolo, feita com nitrato de celu-
lose, muito mais fina e transparente, que ainda reproduzia a imagem em negativo.
É o rolo de filme fotográfico portátil que era inserido dentro da máquina. Ele foi o
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UNIDADE Período Pós-Industrial e Arte Moderna
criador da máquina Kodak que tinha o slogan: “Kodak nº 1. Você aperta o botão
e nós fazemos o resto.”
Nesta técnica, uma pedra lisa era umedecida e podia ser desenhada com um
lápis oleoso. Após o desenho, a própria pedra se tornava uma lâmina/prancha de
impressão. Para isso, bastava encostar o papel nessa lâmina/prancha de pedra que
o desenho a óleo que estava na pedra passava para o papel.
Cromo é um prefixo usado para significar a palavra cor, ou seja, com isso, foi
possível imprimir cores, logo, imagens. O impressor separava uma série de lâmi-
nas/pranchas de pedra e desenhava cada cor em uma lâmina/prancha. Essas cores
eram transferidas para o papel, uma por uma.
No final do século 19, surge uma evidente concorrência que foi chamada de
“batalha dos cartazes”. Na metade final do século 19, o cartaz, usando a fotogra-
fia e a tipografia, concorria com um cartaz mais figurativo e sedutor, impresso em
litografia, com texto e imagem, praticamente desenhado à mão.
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Trocando ideias... Importante!
Essa “batalha dos cartazes” foi extremamente importante para o Design e para a comu-
nicação da época, pois possibilitaram uma melhora em ambas as técnicas e deixaram
uma herança para nós designers atualmente. Hoje, temos a oportunidade de escolher
qual a melhor técnica para um trabalho específico, de acordo com as nossas possibili-
dades. Podemos usar a tipografia de uma maneira rápida e simples, escolhendo uma
fonte instalada no computador e compor nosso trabalho com uma fotografia feita em
nosso celular; podemos criar um trabalho usando ilustração, não necessariamente como
na técnica da litografia que falamos, mas deixar um trabalho mais personalizado atra-
vés do traçado da mão humana; ou mesmo usando todas essas técnicas em um mesmo
trabalho. O importante é que hoje temos possibilidades graças aos avanços que vieram
após a Revolução Industrial.
O movimento nasceu como reação à uma ideia de confusão social moral e artís-
tica que a revolução Industrial trouxe. Os designers do movimento Arts and Crafts
abominavam bens baratos e vis, advogavam pelo Design e um retorno aos ofícios
manuais. Para os artistas do Arts and Crafts, com a Revolução Industrial, os pro-
dutos se tornaram piores.
A industrialização, para eles, fez com que os produtos, feitos em grande escala,
passassem a sem produtos de um enfraquecimento da qualidade, o que eles cha-
mam de “produtividade anônima”. Por esse motivo criaram um movimento de
reação. Isso impactou no Design Gráfico, no Design de Produtos, na arquitetura e
em qualquer outra vertente relacionada ao Design em geral.
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UNIDADE Período Pós-Industrial e Arte Moderna
O auge do movimento Arts and Crafts se estendeu até o ano de 1900, mas ele
nunca teve fim, uma vez que é considerado até hoje um dos mais importantes movi-
mentos do Design e serve como referência e influência para um profissional realizar
um trabalho com aparência vitoriana ou antiga. Essa tendência rebuscada do Arts
and Crafts se conectou com outro movimento artístico relacionado ao Design, a
Art Nouveau, como falaremos mais adiante nesta disciplina.
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o resultado de um trabalho é fruto do que pensamos, ou seja, é resultado do que está
em nossa mente; devemos sempre pensar em facilitar a vida de um indivíduo por
meio de nosso trabalho, ou seja, resolver o “problema” ou preencher a “necessidade”
de uma pessoa com o que oferecemos.
Além dos movimentos que citamos acima, que derivaram da Arte e se associa-
ram ao Design, outros movimentos particularmente relacionados à Arte também ti-
veram influência no Design. Podemos citar o Cubismo, o Futurismo, o Dadaísmo
e o Surrealismo. Podemos destacar também a relação de todos estes movimentos
artísticos com o Design.
A Arte é uma referência para designers, ou seja, até hoje, profissionais do Design
podem e devem se inspirar em movimentos artísticos para realizar seus trabalhos.
Nos primeiros anos após a Revolução Industrial, isso já acontecia com os primeiros
designers. Outros movimentos e estilos artísticos que marcaram a Arte, mais precisa-
mente a Arte Moderna, já influenciavam seu modo de pensar e de trabalhar.
O Cubismo foi um movimento que tratava as formas da natureza por meio de fi-
guras geométricas, sendo que a representação das imagens não tem nenhum com-
promisso com a aparência real das coisas. Teve como fundadores Georges Braque
e Pablo Picasso, sendo que o quadro “As garotas de Avignon”, 1907, de Picasso, é
conhecido como marco inicial do Cubismo.
A obra “As garotas de Avignon”, de Picasso, que citamos acima, usa a técnica da
assamblage, ou seja, uma reunião de elementos e objetos sem se preocupar com a
coerência, assim como os egípcios faziam.
O Cubismo tem influência dos egípcios antigos, porém, tem origem nas másca-
ras tribais africanas e nas obras do pintor impressionista Paul Cézanne. Do ponto
de vista da influência das máscaras africanas, podemos destacar que os artistas
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UNIDADE Período Pós-Industrial e Arte Moderna
europeus sempre tiveram curiosidade e interesse pelas Artes dos povos nativos da
África, Ilhas do Pacífico e da América do Norte. O próprio artista cubista Pablo
Picasso e outros artistas de movimentos além do Cubismo, como o pós-impressio-
nista Paul Gauguin e o fauvista Henri Matisse, são alguns dos nomes que se inspi-
ravam na simplicidade e expressividade destas Artes.
Por outro lado, a inspiração em Cézanne vem do estilo próprio que distorce e
altera as perspectivas, ressaltando o volume e o peso dos objetos, ou seja, as obras
de Cézanne buscavam as formas fundamentais da natureza: a esfera, o cilindro e
o cone, isso passou para o Cubismo. Além disso, também retratavam paisagens
de maneira sutilmente geométricas. Em naturezas mortas, Cézanne trabalhou com
diferentes pontos de vista, produzindo vários planos e uma angulação de visão di-
versificada, também como os egípcios antigos.
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• Picasso e Braque recolocaram na pintura o plano bidimensional e estabelece-
ram o Design como o principal elemento do processo criativo;
• o uso de letras estampadas ou gravadas nas pinturas deu novas possibilidades
à tipografia;
• influenciou movimentos posteriores e grandes artistas como: Piet Mondrian,
Kasimir Malevich e Marcel Duchamp.
Um trecho do Manifesto Futurista diz que: “deve ser feita uma limpeza radical
em todos os temas gastos e mofados a fim de se expressar o vórtice da vida moder-
na – uma vida de aço, febre, orgulho e velocidade vertiginosa.”
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UNIDADE Período Pós-Industrial e Arte Moderna
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• tem origem, espontaneamente, de lugares onde a razão não tinha afetado: a
infância, a loucura, a insônia, a alucinação, sociedades primitivas e sonhos;
• se trata de um movimento artístico que tem uma comunicação com o irra-
cional e o ilógico;
• busca desorientar e reorientar a consciência por meio do inconsciente;
• tem auxílio do fluxo de consciência e escrita automática.
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Além dos mais conhecidos Dalí e Miró, podemos mencionar também Ernst,
Magritte e Masson, entre outros, espalhados pelo mundo, sempre com pinturas
automáticas, com justaposições inesperadas. São as pinturas dos sonhos, uma fo-
tografia da “irracionalidade concreta”.
Nas pinturas de Frida Kahlo, podemos perceber, em muitos casos, a sua própria
imagem representada na obra. Ela nunca se considerou uma artista surrealista, mas
tem uma explicação para isso: “Pensaram que eu era surrealista, mas nunca fui.
Nunca pintei sonhos, só pintei a minha própria realidade.”
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O Surrealismo também influenciou o Design:
• reforçou a técnica da colagem e do decalque na ilustração e na pintura;
• inseriu profundidade à página impressa chapada;
• uso de fantasia e intuição em termos visuais;
• elementos surreais na fotografia e na criação publicitária;
• imprevisíveis justaposições do inconsciente;
• associação de ideias para revelar o subconsciente dos seus personagens.
Como vimos, desde o final do século 19 até o meio do século 20, os movimen-
tos artísticos deixaram herança para o Design da época e mesmo para o Design
atual. A influência da Arte foi importante para fornecer referências para designers
da época, mas ainda fornecem referências para designers atuais.
Na próxima unidade veremos que os assuntos que estudamos nesta unidade são
importantes para os próximos movimentos relacionados ao Design. A tendência re-
buscada do movimento Arts and Crafts se conectou com outro movimento artístico
associado ao Design, a Art Nouveau. Além disso, alguns movimentos da Arte Mo-
derna que vimos aqui, como o Dadaísmo e o Surrealismo, foram importantes para
o surgimento do movimento De Stijl, mais um movimento relacionado ao Design.
Veja exemplos de tudo o que falamos nesta unidade e aprimore seus estudos. Assista à vi-
Explor
Em Síntese Importante!
O conteúdo desta unidade menciona algumas referências que datam de muitos anos ante-
riores, porém, levando em consideração os avanços da Revolução Industrial e a contribui-
ção que eles tiveram para o Design Contemporâneo, o que estudamos aqui se concentra
no século 19, a partir de 1820. A fotografia, a litografia e o movimento Arts and Crafts se
desenvolveram durante esse período. A Arte Moderna, como vimos, é um termo que se
refere às expressões artísticas surgidas no final do século 19, até o meio do século 20. Para
ressaltar a proximidade que alguns movimentos da Arte Moderna tiveram para o Design,
estudamos movimentos desse período, últimas décadas do século 19 e primeira metade
do século 20.
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UNIDADE Período Pós-Industrial e Arte Moderna
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Livros
Arte Moderna: do Iluminismo aos movimentos contemporâneos
ARGAN, G. C. Arte Moderna: do Iluminismo aos movimentos contemporâneos. São
Paulo: Companhia das Letras, 1992.
Para entender a arte: história, linguagem, época, estilo
PRETTE, M. C. Para entender a arte: história, linguagem, época, estilo. São Paulo:
Editora Globo, 2008.
História do Design Gráfico
PURVIS, A. W.; MEGGS, P. B. História do Design Gráfico. São Paulo: Cosac
Naify, 2009.
Conceitos da Arte Moderna
STANGOS, N. Conceitos da Arte Moderna. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor,
1994. 306p.
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Referências
BONSIEPE, G. Design: do material ao digital. Trad. Cláudio Dutra. Florianópolis:
FIESC/IEL, 1997.
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