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4 – DO DIREITO
4.1 – DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA
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CAVALIERI FILHO, Sergio. Programa de Responsabilidade Civil. 8. ed. rev. e atual.– São
Paulo: Ed. Atlas, 2008. p. 98.
Segundo o Código Civil, em seus artigos 186,
927, caput e parágrafo único, fica obrigado a reparar o dano, ainda que
exclusivamente moral, aquele que comete ato ilícito.
Conforme explicação do próprio artigo supra
citado, a obrigação de reparar o dano será independente de culpa, nos
casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida
pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem,
destarte, respaldo jurídico ao pedido de indenização.
Mister se faz esclarecer que o Requerente tem
sofrido reflexos negativos com a aquisição do veículo, por uma conduta que
jamais deu causa, ou seja teve sua moral ofendida, por adquirir um veículo,
como novo, sendo que é impróprio para uso, trazendo risco à vida de seu
sócio-administrador e funcionários que utilizem automóvel, que perdura pelo
tempo sem a devida solução que deveria ser tomada pelas Requeridas, tão
logo tivessem ciência do erro injustificável que cometeram.
No presente caso, o dano moral é vislumbrado
por ter tido a Requerente seu direito lesado enquanto consumidor, causando-
lhe constrangimentos, angústias e dissabores provocados pela Requerida.
Assim, pelo evidente dano moral que
provocaram as Requeridas, é de impor-se a devida e necessária condenação,
com arbitramento de indenização em favor do Requerente que experimentou
o amargo sabor do descaso por parte das Requeridas.
Nesse sentido, aduz com clareza singular
CLAYTON REIS em Avaliação do Dano Moral, 1998, ed. Forense, que trata-se de
uma:
"lesão que atinge valores físicos e espirituais, a
honra, nossas ideologias, a paz íntima, a vida
nos seus múltiplos aspectos, a personalidade
da pessoa, enfim, aquela que afeta de forma
profunda não os bens patrimoniais, mas que
causa fissuras no âmago do ser, perturbando-
lhe a paz de que todos nós necessitamos para
nos conduzir de forma equilibrada nos
tortuosos caminhos da existência."
6 – DOS PEDIDOS
Ante ao exposto, requer à Vossa Excelência:
d.1) Seja concedida a tutela antecipada, initio litis e inaudita altera pars, a
fim de que seja determinada a suspensão da cobrança do pagamento
das mensalidades vincendas, a partir do mês de junho de 2014,
decorrentes do financiamento do veículo, expedindo-se ofício ao
Banco do Brasil, devendo a primeira Requerida arcar com tal
adimplemento, sob pena de multa diária de R$ 5.000,00 (cinco mil reais)
pelo descumprimento do decisum (arts. 84, caput e §§ 3º e 4º, do CDC
e 461, caput e §§ 3º e 4º, do CPC). Para tanto, o Requerente
compromete-se em depositar em Juízo, no prazo conferido por V.Exa., o
carnê com os boletos de pagamento restantes;
Nestes termos,
P. Deferimento.
São Luís, 22 de maio de 2014.