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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

Escola de Engenharia
HidroUFF – Laboratório de Hidráulica

Disciplina: HIDRÁULICA BÁSICA

Prof.: Gabriel Nascimento (TER – Depto. de Eng. Agrícola e Meio Ambiente)


Elson Nascimento (TEC – Depto. de Eng. Civil)

AULA PRÁTICA I:
Cálculo computacional de escoamento forçado - EPANET

Revisado em 23/11/2017
Sumário

1. Introdução:.................................................................................................................. 3
1.1. Objetivo:......................................................................... Erro! Indicador não definido.
2. Pré-processamento: ............................................................ Erro! Indicador não definido.
Processamento: ......................................................................... Erro! Indicador não definido.
3. Pós-Processamento: ........................................................... Erro! Indicador não definido.
4. Estudo dos dados obtidos ................................................... Erro! Indicador não definido.
5. Bibliografia ......................................................................... Erro! Indicador não definido.
1. INTRODUÇÃO

A utilização de métodos numéricos aplicados em ferramentas computacionais vem


transformando, nas últimas décadas, as práticas de cálculo de engenharia em, praticamente, todas as
áreas. No caso da Hidráulica, equações implícitas como a de Colebrooke-White e Manning
impossibilitam a solução analítica até de problemas mais simples, como a determinação da vazão de
equilíbrio na ligação entre dois reservatórios. Por isso, práticas tradicionais se baseavam em
soluções aproximadas, fórmulas empíricas restritas ou ábacos e tabelas.
Atualmente, através do uso de softwares, é possível calcular-se o escoamento forçado em
tubulações ou aberto em canais, tanto em regime permanente quanto transitório. Desta forma, os
cálculos se tornaram mais precisos e mais rápidos, viabilizando análises mais completas de sistemas
hidráulicos e permitindo o dimensionamento de projetos mais eficientes.
Neste contexto, a Agência de Proteção Ambiental dos EUA (EPA – Environmental
Protection Agency) desenvolveu softwares de domínio público, que podem ser utilizados,
livremente, tanto para fins acadêmicos quanto comerciais. Nesta prática, serão utilizados o
EPANET, para cálculo de escoamento forçado, e o SWMM, para cálculo de escoamento livre. Suas
versões originais (em inglês) podem ser baixadas no site da EPA (www.epa.gov). Ambos são
amplamente conhecidos e utilizados, tanto pela academia quanto pela indústria em todo mundo. O
Laboratório de Eficiência Energética e Hidráulica em Saneamento (ENHS) da Universidade Federal
da Paraíba (UFPB) desenvolveu uma versão em português de ambos os softwares, inclusive com
funções adicionais, que pode ser baixada no site do ENHS (www.lenhs.ct.ufpb.br).
Esta aula prática tem o objetivo de prover aos alunos da disciplina Hidráulica Básica um
primeiro contato com essas ferramentas computacionais, solucionando problemas relativamente
simples, mas que demandam considerado esforço e tempo, sem esse recurso.
2. ESCOAMENTO EM CONDUTOS FORÇADOS (EPANET)

2.1. 1ª Problema – Ligação entre dois reservatórios de nível constante

2.1.1. ENUNCIADO DO PROBLEMA


A ligação entre dois reservatórios abertos, cujos níveis d’água diferem em 10 m é feita através de uma
tubulação de 6” de diâmetro em aço soldado liso ( = 0,10 mm). O comprimento retilíneo da tubulação é
410 m, existindo as seguintes singularidades:

 entrada na tubulação em aresta viva Ke = 0,40


 dois cotovelos 90° raio curto, Kc = 0,80 (cada)
 entrada no reservatório inferior, Ks = 1,0

Determine a vazão transportada em regime permanente.

Em seguida, serão instruídos os passos necessários para inserir o modelo no programa EPANET.

2.1.2. INSERÇÃO DOS OBJETOS NECESSÁRIOS


Clique no botão RNF (Reservatório de Nível Fixo).
Em seguida, clique no mapa para inserir os dois reservatórios do problema.

Devido ao método de cálculo do programa, é necessário que haja, ao menos, um nó. Para isso, clique no
botão de adicionar nó (barra de ferramentas) e insira um nó próximo ao primeiro reservatório
Dos objetos necessários, resta apenas inserir os trechos de tubulação. Para isso, clique no botão “Adicionar
Trecho” (barra de ferramentas).

Então, de um clique no reservatório mais elevado e o


segundo clique no nó, inserindo assim o primeiro
trecho.

Repita o procedimento clicando no nó e, em seguida,


no reservatório inferior, para inserir o segundo
reservatório.
2.1.3. ENTRADA DE DADOS
No menu Projeto  Opções de simulação... e defina :

 Unidades de Vazão = LPS (L/s)


 Fórmula de Perda de Carga = D-W (Darcy-Weisbach)

A unidade de vazão pode ser verificada no canto inferior esquerdo da janela (figura abaixo).

Para unidade de vazão selecionada (L/s), as unidades das demais grandezas físicas mais relevantes serão:

Tabela 1 - Unidades

Grandeza Unidade
Carga hidráulica m
Pressão metro de coluna de fluido
Perda de carga unitária m/km
Rugosidade () mm
Comprimento m
Cota m
Diâmetro de tubulação mm
Diâmetro de reservatório cilíndrico m
Energia kWh
Potência kW
Velocidade m/s
Volume m³
Rendimento %
Clique no botão Selecionar Objeto (barra de ferramentas).

Depois, dê um duplo clique no reservatório inferior.

Certifique-se de que o Nível de Água definido é zero. Isso


significa que o referencial adotado para as cotas coincide
com o N.A. do reservatório inferior.

Repita o mesmo procedimento para o reservatório


superior, porém, definindo o Nível de Água como 10
(conforme o enunciado do problema).

Dê um duplo clique no primeiro trecho.

Esse trecho só se fez necessário porque o programa


exige que haja, ao menos, um nó. Portanto, será
definido um comprimento desprezível. Entre com os
seguintes dados:

 Comprimento (m) = 0.001 (valor desprezível)


 Diâmetro (mm) = 152.4 (6”)
 Rugosidade (mm) = 0.1 (enunciado)

Repita o procedimento anterior para o segundo trecho,


porém com os seguintes valores:

 Comprimento (m) = 410 (enunciado)


 Diâmetro (mm) = 152.4 (6”)
 Rugosidade (mm) = 0.1 (enunciado)
 Coef. Perda de Carga Singular = 3 (soma dos Ks fornecidos pelo enunciado)
2.1.4. PROCESSAMENTO

Clique no botão Executar Simulação.

Caso todos os passos tenham sido executados corretamente, a seguinte janela aparecerá. Clique em OK.
2.1.5. PÓS-PROCESSAMENTO (RESULTADOS)

Dê um duplo clique no segundo trecho.

Descendo a barra de rolagens da janela que aparecerá, é


possível analisar os resultados:

 Vazão: vazão calculada em L/s (unidade selecionada)


 Velocidade: velocidade calculada, em m/s
 Perda de Carga: perda de carga unitária (em m/km)
 Fator de Resistência: fator de atrito f

Compare com os resultados obtidos cálculo manual do


problema, feito na aula teórica.
2.2. 2ª Problema – Rede malhada

2.2.1. ENUNCIADO DO PROBLEMA

100m Bomba 400m 40L/s 700m 20L/s


R
10” 10” A 8” B
100 L/s
800m 800m
6” 6”

30L/s D 700m C 10L/s


6”

Dados:

– C = 130
– bomba = 72%
– pmín = 10,0 m.c.a.

Nó R A B C D
Cota (m) 415 400 405 420 410

Calcule:

a) Vazões nos trechos.


b) Potência da bomba.
2.2.2. INSERÇÃO DOS OBJETOS NECESSÁRIOS
Dessa vez, selecione a equação de Hazen-Williams (H-W), no menu Projeto  Opções de Simulação...

Clique no botão Adicionar Nó e insira os 4 nós da malha (A, B, C e D).

Clique no botão Selecionar Objeto e, depois, dê um duplo clique em cada nó, digitando os seguintes
parâmetros na janela de dados:

 Identificador = nome do nó (A, B, C ou D)


 Cota = cota, conforme tabela do enunciado
 Consumo-base = consumo informado na figura do enunciado

Clique no botão Adicionar Trecho e interligue os nós com as quatro tubulações necessárias.

Clique no botão Selecionar Objeto e, em seguida, de um duplo clique em cada um dos trechos, digitando os
seguintes parâmetros na janela de dados:

 Identificador = nome do trecho (AB, BC, CD e DA)


 Comprimento = conforme figura do enunciado
 Diâmetro = conforme figura do enunciado (em mm)
 Rugosidade = 130 (conforme enunciado)
Clique no botão Adicionar RNF (Reservatório de Nível Fixo) e clique no mapa para inserir o reservatório.

Clique no botão Selecionar Objeto e, em seguida, de um duplo clique no reservatório, definindo o NA como
415 m, conforme o enunciado.

Como a vazão já é conhecida (soma das demandas em todos os nós), não há necessidade de inserir um
objeto para bomba. Portanto, basta colocar um trecho correspondente à ligação entre o reservatório e o
ponto A.

Clique no botão Selecionar Objeto e, em seguida, de um duplo clique nesse trecho (RA), digitando os
seguintes parâmetros na janela de dados:

 Identificador = RA
 Comprimento (m) = 100 + 400 (conforme figura do enunciado)
 Diâmetro (mm) = 254 (conforme figura do enunciado)
 Rugosidade = 130 (conforme enunciado)
2.2.3. PROCESSAMENTO

Clique no botão Executar Simulação ( ).

Um aviso de advertência irá aparecer.

Clicando em OK, uma janela de relatório será exibida.

Isso significa que, de fato, há necessidade de uma bomba, para que a pressão mínima esteja dentro do
estabelecido por norma (>= 10 m.c.a.).

2.2.4. PÓS-PROCESSAMENTO (RESULTADOS)


Clique no menu Relatório  Tabela, selecione a opção Trechos da Rede e clique em OK.

Uma tabela será exibida com as vazões calculadas em cada trecho. Compare com aquelas obtidas pelo
método de Hardy Cross, feito na aula teórica.

Clique no menu Relatório  Tabela, selecione a opção Nós da Rede e clique em OK. Uma tabela será
exibida com resultados de pressão em cada nó. Identifique o nó de menor pressão e seu valor. O valor da
carga da bomba (hb) será aquele que elevará a pressão até o valor mínimo necessário. Compara com o valor
obtido na solução manual feita na aula terórica.
2.3. 3ª Problema – Linha de adução com bomba

2.3.1. ENUNCIADO DO PROBLEMA


O problema a ser resolvido nesse item equivale ao trabalho sobre dimensionamento de bombas.

Insira no mapa o reservatório inferior e superior, pelo procedimento simular ao fito no 1ª Problema (item
2.1). Inclua também um nó próximo ao primeiro reservatório.

Defina as cotas do reservatório, conforme dados do enunciado do trabalho.

Insira o trecho que liga o nó ao reservatório superior.

Defina seus parâmetros (diâmetro, comprimento e rugosidade), conforme o enunciado do problema.


Na janela Navegador, escolha a opção Curvas.

Clique no botão adicionar (canto inferior esquerdo da janela Navegador)

Entre com os pontos da curva da bomba e clique em ok.

Clique no botão Adicionar Bomba, na barra de ferramentas.

Dê um clique no reservatório inferior e outro no nó, inserindo assim o objeto bomba.


Clique no botão Selecionar Objeto e dê um duplo clique na bomba.

No item Curva da Bomba, digite o mesmo identificador utilizado quando os pontos da curva foram
digitados (ex.: 1).

2.3.2. PROCESSAMENTO
Clique no botão Executar Simulação.

2.3.3. PÓS-PROCESSAMENTO (RESULTADOS)


Dê um duplo clique no objeto da bomba, desça a barra de rolagem e verifique o resultado do ponto de
operação da bomba.

Compare com o resultado obtido manualmente (sem o uso de softwares).


3. ESCOAMENTO EM CONDUTOS ABERTOS (EPA SWMM)

Baixe o manual em português do SWMM:

http://www.lenhs.ct.ufpb.br/wp-content/uploads/arquivos/Manual_SWMM.pdf

Faça o tutorial do Capítulo 2, até o item 2.5.6 (até a página 37 do pdf)


4. BIBLIOGRAFIA

AZEVEDO NETTO, J. M. Fernandez y Fernandez, M. Araújo, R. de Ito, Acácio Eiji. Manual de


Hidráulica. SP: Ed. Edgard Blucher Ltda. 1998.

EPA. EPANET 2 User’s Manual. Setembro, 2000.

PORTO, Rodrigo de Melo. Hidráulica básica. 4ª ed. São Carlos: EESC-USP, 2006.

WHITE, Frank. M. Mecânica dos Fluidos. 6ª ed. McGraw-Hill, 2010.

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