23/03/2018

Universidade Federal do Espírito Santo

Centro Tecnológico – Dep. Engenharia Civil
Prof. Dr. Macksuel Soares de Azevedo

3.4. Verificação das soldas

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➢ Resistência mínima à tração do metal da solda, eletrodos e

compatibilidade

• O eletrodo deve ser escolhido de modo a garantir uma solda com

resistência pelo menos igual à do metal-base;
• Devem-se usar eletrodos que tenham composições químicas
compatíveis com os aços a serem soldados. Isso evita problemas
como a formação de pares galvânicos na união de aços resistentes à
corrosão atmosférica, que tornariam a região junto à solda
propensa à corrosão; UFES - Prof. Macksuel Soares de Azevedo 2

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• Peças galvanizadas podem ser soldadas normalmente com os

eletrodos indicados na Tabela, no entanto, a solda prejudica a
galvanização. Para resolver o problema, a região onde se
efetuou a solda deve ser protegida, por exemplo, por uma tinta
apropriada à base de zinco;

• Qualquer que seja o eletrodo utilizado, não se deve permitir o

resfriamento repentino da solda, com água ou outro meio
qualquer.

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3.4.1. Tensões solicitantes nas soldas

• Se os eixos x e y, além de centroidais, forem principais (centrais), o produto de
inércia do grupo de soldas é nulo:

• 𝐴𝑒𝑤 = σ 𝑙𝑤𝑖 𝑎𝑖 = área efetiva do metal do

grupo de soldas
• Ix = momentos de inércia à flexão em
relação ao eixo x

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• Caso o grupo de soldas esteja submetido a forças que agem no plano do grupo
de soldas, Fx,Sd e Fy,Sd, e ao momento perpendicular ao plano Mz,Sd, surgem
tensões de cisalhamento nas direções x e y. Essas tensões em um ponto (x, y)
do grupo de solda são dadas por:

Onde o momento de inércia polar é: 𝐼𝑧 = 𝐼𝑥 + 𝐼𝑦

A tensão de cisalhamento resultante das tensões:

2 2
𝜏𝑤,𝑆𝑑 = 𝜏𝑤,𝑥,𝑆𝑑 + 𝜏𝑤,𝑦,𝑆𝑑

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3.4.2. Soldas de Penetração Total

Áreas de trabalho das soldas de penetração total:

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Critério de verificação das soldas de penetração total:

• A área efetiva do metal-base, AMB, é igual nos dois elementos conectados, e

também é igual à área efetiva do metal da solda, Aew, que apresenta
resistência à ruptura bastante superior à resistência ao escoamento do metal-
base compatível.
• Basta verificar a resistência ao escoamento do metal-base por tensões normal
e de cisalhamento, caso essas tensões existam:

• σMB,Sd e τMB,Sd são, respectivamente, as tensões normal e de cisalhamento solicitantes

de cálculo no metal-base.
• σMB,Rd e τMB,Rd são as tensões normal e de cisalhamento resistentes de cálculo no
metal-base.

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• Essas tensões resistentes são:

• γa1 = coeficiente de ponderação da resistência para escoamento = 1,10

• Caso atuem tensões normais e de cisalhamento em um mesmo

ponto, deve-se verificar, adicionalmente, a condição derivada do
critério de von Mises:

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• Em emendas soldadas de perfis soldados com espessura de mesa ou alma

superior a 50 mm e de perfis laminados com mesas de espessura superior a
44 mm, antes de depositar o metal de solda, efetua-se preaquecimento,
usando maçarico.

• Esse procedimento reduz a taxa de resfriamento do aço e o risco de trincas,

as tensões de contração e a dureza da região da solda.

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3.4.3. Soldas de Filete

lw

aw
dw

Ruptura da seção efetiva 𝐴𝑤 = 𝑎𝑤 𝑙𝑤

da solda
Resistência
Escoamento do metal base 𝐴𝑀𝐵 = 𝑑𝑤 𝑙𝑤
na face de fusão
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➢ Tensão Solicitante:

Hipótese simplificadora: (favorável à segurança)

“Qualquer tensão que atue na área efetiva é de cisalhamento”.
Havendo tensões de diferentes direções, normais e cisalhantes,
obtém-se a resultante por soma vetorial.

2 2 2
𝜏𝑤,𝑆𝑑 = 𝜎𝑤,𝑆𝑑 + 𝜏𝑤1,𝑆𝑑 + 𝜏𝑤2,𝑆𝑑

Tensão cisalhante devida ao

momento de torção

Tensão cisalhante devida à

força cortante

Tensão normal considerando as forças

normais e os momentos fletores
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➢ Resistência da Solda de Filete

Verificação do Estado Limite Último:

a) Ruptura da solda na seção efetiva:

0,60 𝐴𝑤 𝑓𝑤 Limite de resistência ao

𝐹𝑤,𝑅𝑑 = cisalhamento
𝛾𝑤2
γw2 = coeficiente de ponderação da resistência para ruptura = 1,35.

b) Escoamento do Metal Base na face de fusão:

0,60 𝐴𝑀𝐵 𝑓𝑦 Limite de resistência ao

𝐹𝑀𝐵,𝑅𝑑 = escoamento por
𝛾𝑎1 cisalhamento

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3.5. Considerações sobre defeitos, controle e inspeção

das soldas
a) Fusão incompleta Consiste na falta de fusão conjunta entre o metal-base e
o metal de solda. Esse defeito pode ocorre quando as
superfícies do metal-base não se encontram limpas,
apresentando carepa, escória e outros materiais
estranhos. Pode ocorrer também quando o metal-base
não atinge seu ponto de fusão pelo fato de o
equipamento de soldagem não fornecer corrente
suficiente ou pelo fato de a soldagem ser efetuada com
rapidez exagerada.
Quando o metal de solda não penetra nas peças a
b) Falta de penetração serem unidas na profundidade especificada, se
manifesta em soldas de penetração total. Esse
defeito pode ser causado por: chanfro inadequado,
eletrodos muito largos para atingir a profundidade
necessária, corrente insuficiente e rapidez
exagerada da operação.
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c) Porosidade Caracterizada por vazios ou grande

quantidade de pequenas bolhas de gás que
surgem no interior da solda durante o
resfriamento. Defeito geralmente causado
por corrente muito elevada ou distância
excessiva entre o eletrodo e o metal-base.

d) Mordedura
Descontinuidade na forma de depressão
entre o metal-base e o cordão de solda.
Pode ser provocada por corrente muito
elevada, distância excessiva entre o eletrodo
e o metal-base e rapidez exagerada da
operação.

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e) Inclusão de escória

A escória na solda resulta de reações químicas do revestimento do

eletrodo derretido e é formada por óxidos de metal e outros
componentes.
Como tem densidade mais baixa que o metal de solda fundido, a
escória costuma flutuar na superfície e pode ser removida. Dessa
forma, a inclusão de escória na solda ocorre quando o soldador não
a remove adequadamente após cada passe.

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f) Fissuras

Se manifestam em qualquer direção e podem ocorrer apenas no

metal da solda, estender-se até o metal-base ou situar-se apenas
no metal-base junto à solda e decorrem de tensões internas.
Algumas fissuras se formam durante o resfriamento (fissuras a
quente), causada geralmente por impurezas, como fósforo e
enxofre, que se solidificam sob temperaturas inferiores à do aço.
Outras fissuras ocorrem logo após o resfriamento (fissuras a frio) e
estão associadas à absorção de hidrogênio existente no
revestimento dos eletrodos e a restrições de retração e distorção.

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Controle e inspeção das soldas

✓ As soldas devem ser executadas por soldadores qualificados ;

✓ Os inspetores de solda também devem ser devidamente qualificados, e devem

acompanhar o trabalho dos soldadores e avaliar a qualidade das soldas,
exigindo a correção ou substituição de sodas inadequadas;

✓ As dimensões da soldas podem ser feitas visualmente ou no caso específico de

soldas de filete com o auxílio de um gabarito ou de um paquímetro.

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Inspeção por líquido penetrante

✓ É simples e de pouco custo. Serve para detecção de fissuras superficiais,

mesmo com aberturas extremamente finas ( 0,001mm);

✓ Consiste na aplicação de um líquido (penetrante), geralmente de cor vermelha,

sobre a superfície a ser ensaiada, o qual penetra por capilaridade nas fissuras.
Em seguida, o excesso de penetrante é removido. Finalmente aplica-se um
revelador sobre a superfície, usualmente um pó fino branco, que age
absorvendo o penetrante das fissuras, que ficam claramente evidenciadas.

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Inspeção por partículas magnéticas

✓ Consegue detectar fissuras superficiais e vazios subsuperficiais (até
aproximadamente 2,5mm da superfície), bem como inclusões de escória.
✓ O processo consiste em submeter a solda a um campo magnético, que faz com que as
descontinuidades ou qualquer material com propriedades magnéticas diferentes
causem um campo de fuga do fluxo magnético.
✓ Partículas ferromagnéticas, que podem ser encontradas na forma de pó, em pasta ou
dispersas em líquido, são jogadas na solda e se aglomeram nos campos de fuga, uma
vez que são atraídas por eles devido ao surgimento de polos magnéticos. A
aglomeração indica o contorno do campo de fuga, fornecendo a visualização do
formato e da extensão do defeito.

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Inspeção por ultrassom

Neste processo um aparelho emite ondas ultrassônicas que refletem ao
incidirem em uma descontinuidade ou falha interna, caracterizando a existência
desses defeitos.

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Inspeção por raio X

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