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Análise do livro

O outro apaixonado por Marília de Dirceu

INTRODUÇÃO

Maria Dorotéia Joaquina de Seixas Brandão (musa da inconfidência mineira),


e seu noivo Tomás Antônio Gonzaga, foram imortalizados com os pseudônimos de
Marília e Dirceu. A história baseada em fatos reais tem a capacidade de tocar seus
leitores com um amor semelhante ao das obras de Shakespeare, principalmente no
que abrange à segunda parte da obra. Um fato muito importante é que durante o
exílio em Moçambique, Tomás Antônio Gonzaga se casou com dona Juliana de
Sousa, filha de um rico traficante de escravos, refazendo sua vida, enquanto que
Marília vagava pelas ruas de Vila Rica à sua espera, até morrer com 90 anos de
idade, situação que deu mais drama à tragédia amorosa.

A ANÁLISE

Em "O outro apaixonado", de Marília Dirceu, é uma história ambientada no


estado de Minas Gerais, em Vila Rica, durante a época da Inconfidência Mineira.
Tendo como personagens principais: Pedro Sião Alcantil (o Pedroco), era um rico
domador de cavalos, nutria um amor platônico ou não é correspondido por Maria
Doroteia e planejava se declarar.
Todavia, com a chegada de um poeta português o doutor Gonzaga, a moça
não resistiu aos seus encantos e se apaixonou por aquele que fazia versos, que em
sua poesia a chamava de Marília, enquanto ele era o seu Dirceu, ambos pastores de
ovelhas.
Desesperado, sem conseguir tirar Maria Doroteia da cabeça, o que era amor
virou obsessão. Isso fez com que Pedro desejasse apenas vingança por ter pedido a
sua tão amada e admirada Doroteia. Se tonaria um delator.
Por outro lado, Dirceu apresenta frequentemente seus planos em relação ao
futuro com Marília e desejava uma vida bucólica e serena, com filhos, em um
ambiente campestre fortemente marcado pela presença da natureza.
Contudo, devido a enorme diferença de idade (ela com 16 e ele com 40), e as
divergências políticas e ideológicas, a família da moça foi contra a relação. O poeta

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participou da Inconfidência Mineira e acabou sendo preso em 1792 e condenado. O
matrimônio anunciado, portanto, nunca chegou a acontecer.
Na prisão (ilhas das cobras), o cenário agora é outro, uma masmorra, fria,
fétida e úmida, longe do bucolismo campestre que vivia. O poeta passa a elaborar
os poemas em tom de solidão, angustia, melancolia e pessimismo. Não se
esquecendo do sentimento da injustiça, da saudade de Marília, o temor do futuro e a
perspectiva da morte. Todos os planos que havia idealizado com a jovem Marília
tornaram-se distantes.
Para piora veio o exilado na África (Moçambique), e Dirceu seguiu redigindo
sua tristeza e saudade pela bela amada, totalmente sem otimismo.

CONCLUSÃO

Por fim, o nosso poeta mesmo casado com dona Juliana de Sousa, com a
vida refeita, continuou a escrever inspirado em Marília, tendo a saudade da amada
como característica central, até sua morte em 11 de agosto de 1744, aos 66 anos,
em Moçambique, e nuca voltou ao braço de sua amada.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁICA

GONZAGA, Tomás Antônio. Marília de Dirceu. Rio de Janeiro: Ediouro, s/d.

Anexo

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