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O tecido muscular esquelético é composto por células altamente especializadas, longas, cilíndricas
e multinucleadas, as fibras musculares, que correspondem de 75 a 92% do volume total do tecido
muscular. O resto é constituído por sarcolema, sarcoplasma, núcleos, miofibrilas (formadas por
sarcômeros) e miofilamentos, retículo sarcoplasmático e túbulos T, lisossomos, mitocôndrias e Complexo
de Golgi.
5. Descreva com detalhes quais reações bioquímicas ocorrem no pré-rigor mortis, rigor mortis
e pós-rigor mortis, descrevendo sua importância na textura e aparência sensorial da carne.
Pré-rigor mortis: nesta fase, o tecido muscular é macio, flexível e caracterizado bioquimicamente
pela queda dos níveis de ATP e de creatina-fosfato e pela glicólise ativa. Em animais previamente
descansados e bem alimentados as reservas de glicogênio são maiores, resultando em uma carne com
pH menor devido a conversão desse glicogênio em ácido lático.
Rigor mortis: esta fase é caracterizada pelo enrijecimento e inflexibilidade muscular que ocorre
quando a concentração de ATP não é mais suficiente para manter as miofibrilas em estado de
relaxamento, portanto ocorre a formação do complexo actomiosina de maneira irreversível.
DFD (Dark, Firm, Dry): são carnes que apresentam pouco glicogênio no momento do abate, devido
a fatores estressantes ao animal, portanto o pH fica alto (em torno de 6,0 a 6,5) e a carne se torna escura,
firme e seca, proporcionando um intenso crescimento microbiano e baixa vida útil. Possui aplicações na
indústria em alimentos que retém água, como embutidos cozidos (salsicha e presunto, por exemplo).
PSE (Pale, Soft, Exudative): quando o pH da carne cai muito rapidamente (valores em torno de 5,8
logo na primeira hora), na carcaça ainda quente, acontece a perda de solubilidade e da capacidade de
retenção de água e das proteínas miofibrilares. Assim, a carne se mostra esbranquiçada, mole e
exsudativa. Na indústria de alimentos, possui aplicações em situações em que se pretende perder água,
como em salames e presunto cru.
Proteínas: cerca de 3,5% da composição, sendo 80% das proteínas das caseínas e o restante
albuminas e globulinas;
Propriedades físicas: poder edulcorante (sabor doce fraco) e cristalização (insuficiência de água
para manter a lactose em solução);
A gordura está presente no leite em forma de glóbulos esféricos rodeados por uma membrana que
atua como barreira protetora impedindo que os glóbulos floculem e se fundam, além de proteger contra
ações enzimáticas. Quando se rompe a membrana, os glóbulos se unem irreversivelmente e a emulsão
perde sua estabilidade.
11. Quais as principais alterações que podem ocorrer nos lipídeos presentes no leite e qual o
interesse tecnológico destas alterações?
Lipólise: a hidrólise dos triglicerídeos provoca o aumento de ácidos graxos livres, cujo interesse
tecnológico é dar sabor a alguns tipos de queijos como os azuis, cheddar e gouda;
Auto-oxidação: é uma reação que afeta os ácidos graxos insaturados livres ou esterificados. Os
principais produtos da reação, os hidroperóxidos, não possuem aroma, mas são instáveis e degradam-se
formando diversas substâncias como carbonilas instauradas de C-6 e C-11, alcoóis e ácidos, dando aroma
de ranço;
12. Descreva como ocorre o processo de rancidez oxidativa do leite e como ela pode ser
controlada.
I. Iniciação: formação de um radical livre pela retirada de um hidrogênio do ácido graxo insaturado.
II. Propagação: o radical livre reage com o oxigênio para formar um radical peróxido;
III. Terminação: ocorre quando dois radicais livres interagem entre si para formar diversas substâncias
(carbonilas, alcoóis, ácidos, aldeídos, etc).
É impossível evitar a rancidez oxidativa, mas é possível controlá-la através de métodos como:
exclusão do oxigênio no processo, transporte e armazenamento (embalagens com baixa permeabilidade,
a vácuo ou com atmosfera de nitrogênio), uso de sequestrantes (ácido ascórbico) e absorvedores de
oxigênio; remoção de traços de metais pela adição de complexantes de íons, como ácido cítrico e o EDTA;
utilização de antioxidantes.
Proteases: são enzimas proteolíticas que atuam sobre as ligações peptídicas das proteínas,
liberando aminoácidos. Dependendo da acidez, sua ação pode ser inibida a baixas
temperaturas; aquecimentos a 75°C por 10 minutos ou a 80°C durante 1 minuto destroem
essas enzimas.
Produtos para intolerantes à lactose (cápsulas de lactase), leites com baixo teor de lactose (tipo
UHT), diminuição da arenosidade causada pela lactose em doces de leite, sorvetes e leite
condensado, iogurtes (reduz o tempo de fermentação, melhora textura e aumenta doçura sem interferir
no valor calórico), queijo cheddar (reduz tempo de produção e maturação) e produção de
galactoligossacarídeos (pré-bióticos).