Explorar E-books
Categorias
Explorar Audiolivros
Categorias
Explorar Revistas
Categorias
Explorar Documentos
Categorias
com o uso do
Balanced Scorecard
2011
Saul Sastre – 1
Saul Sastre
ISBN 978-85-87658-71-5
Alternativa
Rua Passo da Pátria, 540/502 – CEP: 90460-060 – Porto Alegre – RS
Fones: (51) 3330.8818 / 9961.3526
www.alternativa-rs.com.br – miltonjp@terra.com.br
Saul Sastre – 3
4 – Planejamento Estratégico Pessoal com o uso do Balanced Scorecard
Prefácio
Saul Sastre – 5
De forma ampla, iremos ver ao longo de todo livro,
um paralelo entre os conceitos aplicados nas organizações
e o mesmo conceito aplicado para uma pessoa, construindo
assim, o BSCP passo a passo.
Como consultores prestando serviços em grandes
organizações, nossa preocupação não está somente na
construção dos elementos do BSC (mapa, indicadores, metas
e projetos), mas também na governança desses elementos
que é, na nossa visão, o que realmente irá garantir a
efetiva execução da estratégia. O mesmo vale para o nível
pessoal. Ao construir seu BSCP, é fundamental “governar”
os elementos do seu BSC para garantir que, nos casos
imprevistos ou novas estratégias, rotas alternativas sejam
traçadas e implementadas na velocidade suficiente para não
comprometer o seu futuro.
Boa leitura e sucesso no seu planejamento pessoal
para o longo prazo e na sua efetiva gestão
3GEN Consultoria
A História de Maria
Maria é apenas um nome, poderia ser Helena, Otávio,
Pedro, Valter, João, Mara, Manuel, ou tantos outros nomes
de amigos, pessoas conhecidas ou até mesmo você.
Maria nasceu em uma família humilde, morava em
uma casa simples e trabalhava como operária em uma
fábrica para sustentar seu pai que estava desempregado e
sua mãe enferma. Todo dia levantava muito cedo, pegava
dois ônibus lotados e quase sempre chegava no trabalho
atrasada e exausta. À noite, quando voltava, a ladainha era
a mesma e ainda tinha que lavar a louça que havia ficado
na pia a sua espera. Nos finais de semana, ainda cuidava da
roupa acumulada da família. Maria já estava com quase 40
anos e sua vida se resumia em uma rotina estressante, sem
amigos, com um salário parco e ainda poucas perspectivas
de mudanças.
Vivia sonhando. Sonhava em achar um príncipe
encantado, ter filhos, morar em uma casa bonita sem pagar
aluguel, ter um carro e ser reconhecida como uma profissional
de sucesso.
Como virar esse jogo diante de tantas dificuldades
que ela mesma havia criado? Quando mais nova havia tido
oportunidades de estudar, mas preferiu a comodidade e ao
invés de buscar crescimento, optou pela trama das novelas
e dos programas de televisão. No final, o caminho que ela
achava mais fácil e cômodo, a longo prazo mostrou-se o
mais difícil e as curvas sinuosas da vida a levaram para uma
armadilha cruel e um caminho aparentemente sem volta,
onde somente restava sonhar à noite e ter pesadelos durante
o dia.
Saul Sastre – 7
A sorte existe? Sim, mas acredito que existam duas
“sortes”, a primeira é aquela dos ganhadores de loteria.
Alguém já viu um de perto? São raros. E a segunda sorte é
onde a preparação se encontra com a oportunidade. É aquela
pessoa que consegue um emprego fenomenal com todas as
regalias e ainda um salário aditivado. Mas para isso teve que
ter um preparo prévio, estudou muito, adquiriu experiências
e teve muita disciplina para trabalhar e crescer. Ao contrário
de Maria, que se achava sem sorte, trocou as novelas e os
divertidos programas Reality Show, por intermináveis noites
de estudo. Arriscou, errou e aprendeu. Acordou cedo, dormiu
tarde e se esforçou ao máximo para superar os resultados
que as pessoas esperavam. No final, teve sorte? Sim, estava
preparado para “abraçar” uma excelente oportunidade.
Maria apenas sonhava e para quem apenas sonha,
a vida é dura, pois se esquece do presente e vive no
imaginário, sem ação de uma vida melhor. Prefere gastar seu
tempo esperando um grande golpe de sorte, do que buscar o
desenvolvimento pessoal, estudar e aprender habilidades.
Para fazer com que os sonhos aconteçam, é preciso
planejar e estabelecer datas, pois um verdadeiro objetivo é
um sonho com data para acontecer. Uma pessoa pode mudar
muito em dez anos, esqueça o sucesso no curto prazo,
legalmente ele não existe.
O presente livro surgiu da observação de que a maioria
das pessoas desconhece o ato de planejar a vida. É muito
importante ser o líder dos acontecimentos, tomar as rédeas
para onde se quer vencer e não ser apenas marionete do
destino. O futuro deve ser criado e o sucesso construído com
ações assertivas. Ninguém nasceu para perder e executar a
missão de que viemos imbuídos dos céus, é o grande objetivo
da existência.
O primeiro capítulo procura elucidar a contextualização
do mundo globalizado, as empresas modernas e o perfil
profissional de sucesso desta década. O segundo trabalha
o planejamento como teoria e importância para se obter
Saul Sastre
Saul Sastre – 9
10 – Planejamento Estratégico Pessoal com o uso do Balanced Scorecard
ÍNDICE
CAPÍTULO I
O NOVO MERCADO, OS PAÍSES, AS EMPRESAS E O PERFIL
DOS PROFISSIONAIS NO MUNDO GLOBALIZADO
O Efeito Globalização...................................................... 15
A Globalização e Suas Medidas........................................ 17
Consequências da Globalização...................................... 20
Pensar Globalmente, Atuar Localmente............................ 21
O Brasil e a Globalização................................................. 22
Empresa Global............................................................... 24
Oportunidades de Trabalho no Mundo Globalizado.......... 25
O Profissional do Mundo Globalizado............................... 29
Líder Empreendedor Global............................................. 33
Inteligência Espiritual...................................................... 39
CAPÍTULO II
PLANEJAMENTO, ESTRATÉGIA, PLANEJAMENTO
ESTRATÉGICO, AS ESCOLAS DO
PENSAMENTO ESTRATÉGICO
A Estratégia da Vida........................................................ 41
Por que Planejamos?....................................................... 43
Planejamento e o Efeito Borboleta................................... 45
A Estratégia a Favor do Planejamento.............................. 47
A Evolução do Planejamento Estratégico.......................... 48
O Planejamento Pessoal e a Evolução do
Planejamento Estratégico................................................ 55
Saul Sastre – 11
CAPÍTULO III
CONSTRUÇÃO DO PLANO ESTRATÉGICO PESSOAL
CAPÍTULO V
A HISTÓRIA DO JOÃO INÁCIO
Saul Sastre – 13
14 – Planejamento Estratégico Pessoal com o uso do Balanced Scorecard
CAPÍTULO I
O Efeito Globalização
Marshal McLuhan (1964), filósofo canadense, escreveu
o conceito de “Aldeia Global”, onde, segundo ele, o progresso
tecnológico estava reduzindo o planeta à mesma situação
que ocorre em uma aldeia com todas as pessoas falando da
vida dos outros. MacLuhan havia elegido a televisão como
veículo de massa responsável, que, na época, estava se
internacionalizando graças à integração via satélite.
Com o passar dos tempos, o conceito de aldeia global
tornou-se utópico, pois o mundo está longe de ser uma aldeia
e muito menos global, apesar do aparecimento do celular
e da Internet que propiciaram uma comunicação bilateral
típica de uma aldeia, a interconectividade entre pessoas
acabou trazendo um caráter excludente em algumas regiões
empobrecidas do mundo que não se globalizaram.
A Globalização iniciou no final da Segunda Guerra
Mundial, ganhando força na década de 80 após a derrocada do
regime comunista. Seu sustentáculo é a abertura de mercados,
o que os novos ideólogos da modernização apresentam-nos
a sociedade ocidental industrializada e tecnologicamente
avançada como modelo ideal a ser seguido. Portanto o
formato ideal de globalização é o modelo econômico norte
americano, não por acaso, maior negociante global e uma
das maiores riquezas mundiais.
McLuhan previu a aproximação das pessoas através da
tecnologia, mas esqueceu que essa tecnologia poderia não
estar disponível a todos. O nome correto não é globalização,
mas sim americanização.
Saul Sastre – 15
Segundo Cobra (2010), globalização é processo pro-
vocado que, por sua vez, causa um forte incremento do mo-
vimento através das fronteiras, de mercadorias, serviços,
dinheiro, informação, tecnologia, pessoas e elementos na-
turais.
Apesar de ser um processo mundial, se manifestou com
diferentes intensidades nos países, não homogeneizando o
comportamento dos consumidores, mas segmentando as
pessoas por estilo de vida e preferências. De certo modo,
os jovens norte americanos, brasileiros, europeus, com o
efeito da globalização, apresentam preferências similares de
consumo. Se observarmos, a estratégia de penetração em
novos mercados não é mais verticalizada por países, mas
sim, horizontalizada por mercados consumidores similares.
No atual jogo, os gestores mundiais têm que tomar a
seguinte decisão: ou aceitam o modelo de globalização norte
americano, provocando diversas mudanças em seu povo,
inclusive culturais, ou acabam empobrecidos. A prosperidade
de um país está na capacidade de se abrir para o mundo.
Sofrem hoje economias fechadas como Cuba e Coréia
do Norte, sob domínio de ditadores que se fecharam para a
globalização.
Saul Sastre – 17
The Global Competitiveness Report
The Global Competitiveness Report series has evolved
over the last three decades into the world’s most comprehensive
and respected assessment of countries’ competitiveness, offering
invaluable insights into the policies, institutions, and factors
driving productivity and, thus, enabling sustained economic
growth and long-term prosperity.
Saul Sastre – 19
Consequências da Globalização
Segundo Cobra (2010), o efeito globalização surtiu
uma série de efeitos no mundo, entre eles:
1. Internacionalização da Atividade Econômica: devido
à globalização, todas as empresas, micro, pequenas, médias
e grandes, estão envolvidas no mercado internacional,
quer seja pela importação, exportação direta ou indireta,
fornecedores ou clientes; todas as empresas têm sua atuação
condicionada aos acontecimentos mundiais.
2. Interação dos Sistemas Econômicos e Financeiros:
todos os sistemas financeiros e economia dos países estão
interligados, o que permite liberdade de movimentos,
podendo ser transferidos milhares de dólares de um país
para o outro em poucos segundos. A mesma interligação que
traz facilidades, consegue importar crises, e quando um país
desenvolvido acaba com problemas financeiros, resulta em
dificuldades globais, a exemplo do que aconteceu na crise
econômica mundial de 2009, iniciada em uma pequena
cidade da Califórnia, nos EUA. O líder de um país não manda
mais na sua economia, apenas a gerencia no contexto
global.
3. Consumidores Globalizados: com a globalização, no
ponto de vista dos consumidores, o mercado virou o mundo.
O consumidor da atualidade é altamente bem informado e
ainda tem acesso a qualquer produto do globo.
4. Globalização da Concorrência: não existe mais pro-
tecionismo. Todas as empresas estão expostas e sujeitas ao
mercado internacional.
5. Abreviação do Ciclo de Vida dos Produtos: a cons-
tante velocidade da inovação tecnológica abreviou o ciclo de
vida dos produtos, onde a cada dia são lançadas novidades
no mercado. Vários são os exemplos de equipamentos que
de tempos e tempos duplicam a sua capacidade tecnológica,
seguindo os preceitos da lei de Moore.
Lei de Moore
“Há mais de 40 anos, quando só se viam computadores
em universidades e grandes empresas, Gordon Moore,
Saul Sastre – 21
Na verdade, o recado é simples, o país deve se planejar
para atuar na economia globalizada.
Globalização para Kotler quer dizer pelo menos duas
coisas: no lado de quem consome, o aparecimento de um
maior número de estilos de vida e maiores expectativas
referente à qualidade, serviço e valor. E no lado de quem
oferta, uma maior concorrência em cada mercado.
Com base nisso, no mercado globalizado as empresas
inteligentes se concentrarão em produtos ou nichos de
mercado, contratarão com terceiros o fornecimento de
materiais que poderão ser obtidos em melhores condições
fora da empresa, formarão alianças para ultrapassarem
as fronteiras nacionais e devem perder gordura para se
manterem competitivas para não dependerem de medidas
protecionistas de qualquer governo.
Todos os mercados são locais e são conhecidos
pelas pessoas que o habitam. Somente o pensamento
deve ser global, para acompanhar o pensamento mundial
globalizado.
Segundo Kotler (2003), no mercado globalizado, ao
contrário do que se pensa, os consumidores não estão
sensíveis a preço, mas sim a valor e ganham as empresas
que conseguem criar e comunicar mais valor a seus produtos,
permitindo assim cobrar mais, daí a necessidade de uma
segmentação criteriosa e entendimento das mazelas do
mercado alvo.
O Brasil e a Globalização
A grande saída é o investimento em pesquisas para
otimizar recursos e talentos naturais, evitando exportar
matéria-prima no estado primário. É preciso estudar o mercado
globalizado e adequar produtos e serviços competitivos.
Juan Enriquez, fundador do Life Sciences Project da
Harvard Business School, em sua palestra na ExpoManagement
2007, incentivou o investimento em educação e o
empreendedorismo, com destaque para as iniciativas ligadas
Saul Sastre – 23
Dou crédito a Lula por ter conseguido
macroestabilidade. Estou otimista em relação ao Brasil.
Mas se quiser aumentar o potencial de crescimento, será
preciso reformar a microeconomia. Vamos ver quem será o
próximo presidente e se ele ou ela vai estar comprometido
em acelerar reformas”.
Nouriel Roubini
Empresa Global
Segundo Kotler (2003), as empresas de todo o mundo
vivem a era do downsizing, ou seja, a redução do quadro
de funcionários versus a exigência de melhor atendimento
ao cliente. Nesse impasse, as empresas precisam começar a
diferenciar seus clientes. Nem todos são lucrativos. É preciso
definir quais são os clientes mais importantes e assegurar-se
de que esses sejam mais bem servidos do que antes.
Neste cenário globalizado, como já foi dito, as
organizações devem manter-se enxutas, focadas em nichos
de mercado, buscar terceirização de produtos ou serviços
não essenciais e formar alianças para ganhar mercados pelo
mundo.
Uma das grandes fragilidades na atualidade é o custo
fixo, que deve ser pago todos os meses, independente
do faturamento. É o aluguel, o telefone, a energia, os
colaboradores e por aí segue, minimizando o resultado final
do negócio.
Oportunidades de Trabalho
no Mundo Globalizado
Se por um lado as empresas estão reduzindo seus qua-
dros para minimizar custos e se tornarem mais competitivas,
por outro lado começa a sobrar gente desempregada. Para
quem quer emprego, as oportunidades nas empresas estão
diminuindo ano a ano.
No mercado globalizado, existem muito poucas
oportunidades nas empresas, pois na verdade, as
oportunidades que continuam existindo ganharam uma nova
roupagem, onde ao invés de entregarmos nossas carreiras
nas mãos das organizações, nós mesmos é que temos
o dever de administrá-las, o que sob o ponto de vista do
empreendedorismo é excelente, pois na nossa mão temos
Saul Sastre – 25
o poder de acelerar o tempo, inclusive, formando renda e
adquirindo uma aposentadoria precoce.
As oportunidades do mundo globalizado surgem
através do empreendedorismo que segundo Dornelas (2005)
quer dizer pelo menos duas coisas:
1. A capacidade individual de empreender: isto é, a
capacidade de tomar a iniciativa, buscar soluções inovadoras
e agir no sentido de encontrar a solução para problemas
econômicos ou sociais, pessoais ou de outros, por meio de
empreendimentos públicos ou particulares.
2. O processo de iniciar e gerir empreendimentos: isto
é, o conjunto de conceitos, métodos, instrumentos e práticas
relacionadas com a criação, implantação e gestão de novas
empresas ou organizações.
Poderemos então optar por empreender nas empresas
das outras pessoas, ou então criar uma empresa particular.
A forma de trabalhar que deve ser organizada e racional
com obtenção de resultados positivos, quanto mais ações
acertadas, mais resultado positivo e mais perto do objetivo
a ser atingido.
As grandes oportunidades emergirão de ideias criativas,
aliado ao preparo profissional a ser adquirido por experiência
prática, treinamento e desenvolvimento pessoal.
Na indústria, ameaçada pela concorrência internacional,
as oportunidades de negócio estarão na produção de bens
que não tenham atrativos ao mercado externo, como por
exemplo, uma indústria de embalagens, focar em clientes
que necessitam de pequenas tiragens para colocar seus
produtos, ou então uma indústria de móveis de escritório para
clientes especiais, ou uma indústria de produtos químicos
que além da fabricação, ainda aplicam o produto na empresa
ou residência de seus clientes.
A cada dia, motivados pela ausência de empregos,
aparecerão mais e mais pequenos negócios, em busca
de trabalho. Tal fenômeno acarretará em aumento de
concorrência, resultando então em diminuição de preço.
Saul Sastre – 27
inúmeras chances de desenvolvimento, consequentemente
grandes empresas, com gigantescas estruturas físicas,
que até então dominavam o mercado, perderão espaço
para organizações virtuais, mais ágeis, mais enxutas e
consequentemente mais aptas a trabalhar com preços
menores.
O lixo será uma grande fonte de riqueza e oportunidades.
O consumidor está muito preocupado com o meio ambiente
e tudo o que venha a contribuir com o bem estar do planeta
Terra será muito bem aceito. Aparecerão alternativas de
reciclagem, fazendo com que as empresas economizem
matéria-prima. As consultorias terão muitas oportunidades
para tratar especificamente dos resíduos industriais. Haverá
demanda de trabalho para empresas especializadas em
adubo, alumínio, vidros, energia renovável, seguindo o limite
da criatividade do mercado.
Na saúde, uma grande preocupação, pois as pessoas
lutam para melhorar suas qualidades de vida, surgem então
academias de ginástica, de dança, a figura do professor
particular (personal trainer), a Ioga, o esoterismo e a religião,
na tentativa da sociedade em recuperar valores pessoais e
abrandar o consumismo.
Na agricultura, através do cultivo de alimentos com
vitaminas especiais, o nutricionista que aparece como um
consultor em alimentação (personal food), o comércio da
água, a dessalinização, o cardiologista com um serviço e
a missão de prolongar vidas e consequentemente aparece
o idoso, com suas necessidades de medicamentos, lazer e
valores.
O mercado homossexual, que está emergindo com
toda força, chamando atenção de construtoras, restaurantes
e agências de viagens especializadas.
Empresas de consultoria trabalharão no uso racional de
energia, inclusive visitando residências e ensinando práticas
de economia doméstica.
Joint Ventures, seguindo a visão de Kotler de pensar
globalmente e agir localmente, serão grandes oportunidades
de negócios com o mercado global.
Saul Sastre – 29
Muitas empresas já estabelecem metas de resultado
para seus colaboradores. Agora imaginem um funcionário
do RH ou do financeiro com meta de vendas? E por que
não funcionários públicos remunerados com salários fixos e
variáveis tudo avaliado pelo resultado de seus trabalhos?
O mercado busca pessoas que agem como dono do seu
negócio. Profissionais dispostos a correr riscos e que querem
ser bem remunerados por isso. O pessoal jovem não deve
apenas buscar conhecimento na escola, deve também buscar
melhorar atitudes. Há dez anos, pesquisadores acadêmicos
redescobriram a personalidade como fator determinante do
bom desempenho profissional.
Segundo Kotler em entrevista a HSM Management, os
profissionais que ocupam as funções mais elevadas precisam
tanto do lado direito do cérebro quando do lado esquerdo
altamente desenvolvidos. O lado esquerdo abriga o lado
intuitivo, que lhes permite compreender melhor os clientes e
as forças de mercado - eles pensam como um cliente. O lado
direito contém as funções lógicas que permitem transformar
dados em perspicácia.
Tom Coelho ressalta as 15 competências do século
XXI, deixando claro o que é necessário para um profissional
ter destaque no mercado de trabalho:
1. Iniciativa e “Acabativa”: Iniciativa é ter capacidade
para identificar e buscar oportunidades de negócios, antecipar-
se aos fatos, realizar atividades antes de ser solicitado. Deve
ser acompanhada com o seu par “Acabativa”, ou seja, finalizar
tarefas iniciadas.
2. Eficiência e Eficácia: eficiência para realizar
atividades com menor custo e maior rapidez e eficácia de
fazer com que as coisas aconteçam. Atingir resultados.
3. Comprometimento: de alto cunho moral, significa
honrar a palavra empenhada. Estar alinhado com a visão e
os valores da empresa.
4. Ousadia e correr riscos calculados: ou seja, coragem
com responsabilidade. Avaliar alternativas calculando os
riscos de cada uma delas. Não confundir ousadia e risco com
Saul Sastre – 31
samentos. É preciso fazer uma reengenharia em nossos con-
ceitos e preconceitos, mudando maneira de agir e conse-
quentemente atingindo novos resultados. O mercado não
está mais oferecendo emprego, somente trabalho e precisa
de pessoas empreendedoras com o perfil citado acima.
O conferencista Eduardo Tevah em seu livro “O poder
das atitudes (2007)”, escreveu que existe a sutil diferença
entre profissionais bem sucedidos e outros nem tanto.
Sempre depois de alguns anos de formatura, os colegas
se reencontram e naturalmente alguns estão em melhor
situação profissional que outros. O que diferencia pessoas
que aparentemente tiveram formações e experiências
profissionais semelhantes e resultados diferentes? A sorte?
Talvez, mas a grande diferença está nas atitudes. Tevah
explicou que o vencedor sempre tem um plano, o perdedor
sempre tem uma desculpa.
Nem sempre os mais inteligentes ou os mais estudiosos
tornam-se os profissionais mais bem sucedidos da classe.
É pobre o fato de ficar se comparando com os colegas,
pois cada ser humano é especial demais para ser comparado
com outro, mas vale o link para fazermos a reflexão de que
o mercado no Brasil e no resto do mundo está em falta de
gente com atitudes.
A maioria das pessoas são iguais e comuns. Não é
feio nem pecado ser igual ou comum, o errado é ser assim
e esperar resultados diferentes, o que na probabilidade é
quase impossível. As pessoas são iguais e comuns porque
fazem a mesma coisa que todo mundo faz e não buscam
uma diferenciação. Acordam cedo, vão trabalhar, passam o
dia fazendo seu feijão com arroz e no final do expediente
voltam para a casa e no outro dia a mesma coisa. Não são
pessoas ruins, apenas iguais.
A chave desta questão está em responder a pergunta:
O que eu faço diferente que me torna especial? Qual o meu
DNA? Se não faço nada, não mereço destaque e a realidade
Saul Sastre – 33
Giuliani é advogado e promotor de justiça. Como
prefeito investiu em acessibilidade, espaços para cultura,
desporto e lazer, fazendo de Nova Iorque um modelo
de qualidade de vida para os demais. Teve momentos de
extrema turbulência, ao qual foi testada sua habilidade como
gestor, no caso dos ataques de 11 de setembro de 2001 que
causaram centenas de vítimas no World Trade Center.
Suas decisões profícuas e capacidade de decidir
rapidamente se destacaram no mundo e divide opiniões
quando afirma que os líderes se formam e não nascem
feitos. Segundo o ex-prefeito, a formação de um líder está
diretamente relacionada com os fatores externos, como
sua formação escolar, o exemplo da família e experiência
profissional.
Rudy, como gosta de ser chamado, elenca SETE
princípios essenciais para a liderança:
1. Visão: inspiradora de longo prazo: É a partir da visão
do líder que os demais irão segui-lo ou não e através dessa
visão as metas e valores devem ser coerentes. Um líder deve
ser norteado pela moral e pela ética;
2. Otimismo: no sentido de encarar os problemas de
frente e apontar soluções para superá-los. O líder enxerga na
adversidade uma oportunidade;
3. Coragem: não como ausência de medo, mas no
sentido de assumir riscos calculados, inspirando pessoas a
seguirem seu exemplo;
4. Preparo: no treinamento e desenvolvimento para
administração da vida, de um negócio, cidade ou país;
5. Equipe: Ninguém consegue fazer nada sozinho, é
preciso saber formar uma equipe e trabalhar com ela;
6. Comunicação: capacidade de saber ouvir e
transmitir suas idéias atingindo o coração das pessoas;
7. Amor: um verdadeiro líder deve amar as pessoas
que fazem parte da sua equipe e sempre estar presente.
Rudy costuma sempre dizer em suas palestras que “ir a
casamentos é opcional, mas ir a funerais é obrigatório, pois
é lá que as pessoas precisam mais da nossa presença”.
Saul Sastre – 35
O professor Luiz Marins (www.luizmarins.com.br)
escreveu um artigo “Aqui só os melhores que eu” onde
afirma que um líder verdadeiro não tem medo de pessoas
competentes em sua equipe e não vê em seus subordinados
um concorrente, mas um aliado que o ajudará a levar a
empresa para o sucesso.
É muito comum vermos gestores contratando ou
mantendo pessoas medíocres em seu time, com medo de
perder o emprego. Existem chefes que pensam tão pequeno
que muitas vezes impedem a frequência de aulas ou
treinamentos para assim não ter ameaçada sua liderança.
Esse tipo de chefe não passa de uma pessoa pequena que
prefere manter a sua sombra gente submissa, obediente e
subserviente, ou seja, os verdadeiros “puxa-sacos”. De que
adianta ser líder de um grupo de baixo desempenho?
A verdadeira liderança está em formar um time de
sonhos e ter a habilidade de fazer com que os objetivos da
empresa sejam também das pessoas que trabalham nela, ou
seja, o verdadeiro líder é aquele que tem a competência de
atrair e gerenciar pessoas melhores que ele.
Muitas vezes confundimos competência de uma pessoa
com conhecimento ou com experiência, mas o principal valor
de um profissional está na capacidade de gerar resultados
positivos, o que podemos traduzir com atitudes. De que
adianta formação e tempo de cargo, sem comprometimento,
disciplina ou vontade de fazer as coisas, além disso, a pessoa
mais prejudicial para qualquer organização é aquela que
tem instrução e a usa para o mal, é aquele perfil de gente
que não gosta de dar resultado e ao invés de produzir fica
achando desculpas para não fazer, e o que fazer quando isso
acontece?
Como disse Martin Luther King, liderar é ajudar as
pessoas a crescer e alcançar o sucesso e quando essas
pessoas não têm atitude para tal, não devem pertencer à
equipe, além disso, na derrota não importa se o “fulano” ou
“cicrano” jogaram mal, o incompetente é sempre o técnico e
pouco serve um time que não ganha jogos.
Saul Sastre – 37
Um talento deve ser remunerado variavelmente por
seus resultados, afinal ele é um empreendedor trabalhando
para outro empreendedor e uma empresa de sucesso trabalha
com pessoas de sucesso. São os Ronaldinhos fazendo a
diferença na partida.
É sabido que nenhum talento nasce pronto. Todo
mundo nasce com dons divinos, mas como um diamante
bruto que precisa ser lapidado. Infelizmente, uma grande
maioria prefere não se aperfeiçoar e segue a vida, deixando
claro que isso não tem nada a ver com felicidade. É possível
ser feliz sem grandes ambições de desenvolvimento pessoal,
e essa decisão é prerrogativa de cada um. Mas também é
importante frisar que o mundo está sedento de pessoas que
fazem a diferença e para isso é necessário, além do estudo e
das experiências que a vida nos proporciona, principalmente
a atitude de querer fazer diferença.
Um talento tem algumas características básicas:
1. Capacidade de transformar experiências ruins em
aprendizado (resiliência), com capacidade de visu
alizar oportunidades nas adversidades;
2. Entender problemas como desafios e oportunida
des para desbastar sua pedra bruta;
3. Obsessão por aprendizado constante e crescimen
to contínuo;
4. Ser Franciscano, com humildade suficiente para re
conhecer seus erros e suas fraquezas e inclusive
rever posições;
5. Persistência com pensamento estratégico de longo
prazo;
6. Ter vontade de mudar o mundo, principalmente
no universo que faz parte;
7. Capacidade de identificar pessoas que sejam fon
tes de inspiração e iluminação;
8. Sentir prazer em ajudar e possuir capacidade de
motivar pessoas;
9. Ter um profundo amor por tudo o que faz;
Inteligência Espiritual
A nova inteligência do planejamento pessoal
As revistas Newsweek e Fortune publicaram matéria
sobre o livro QS - Inteligência Espiritual, já traduzido para
o Brasil e mais 26 idiomas, da física e filósofa americana
Dana Zohar. O livro aborda o tema polêmico da existência
de uma terceira inteligência que aumenta os horizontes das
pessoas, tornando-as mais criativas e se manifesta em sua
necessidade de encontrar um significado para a vida.
Até então, a partir do século XX, conhecíamos somente
o QI (Inteligência Intelectual), que mede nosso saber.
Na década de 90 a descoberta da segunda inteligência, a
inteligência emocional mostrou que não bastava ser um
gênio se não souber lidar com as emoções e agora aparece a
terceira inteligência, a inteligência espiritual, que mede nossa
alma, nos dando uma missão de vida e valores morais. É o
termômetro que nos mostra o caminho para uma vida mais
rica e mais cheia de sentido.
A inteligência espiritual anda em baixa na sociedade
moderna. Para uma significativa parcela de pessoas, a vida
espiritual perdeu o sentido e os deuses de hoje não ficam
mais em altares, mas em prateleiras e vitrines, são bolsas,
carros, motos, marcas de grife, sapatos, celulares e tudo o
que o desejo pode alcançar. Trabalhamos a mais e pensamos
nesses “deuses” o dia todo, mesmo que muitas vezes não
tenha sentido, deixando um imenso vazio no final.
Dana Zohar identificou dez qualidades comuns às
pessoas espiritualmente inteligentes. Segundo ela, essas
pessoas:
Saul Sastre – 39
1. Praticam e estimulam o autoconhecimento
profundo;
2. São levadas por valores. São idealistas;
3. Têm capacidade de encarar e utilizar a
adversidade;
4. São holísticas;
5. Celebram a diversidade;
6. Têm independência;
7. Perguntam sempre “por quê?”;
8. Têm capacidade de colocar as coisas num
contexto mais amplo;
9. Têm espontaneidade;
10. Têm compaixão
ANDA À TOA:
Toa é a corda com que uma embarcação reboca a outra.
Um navio que está à toa é o que não tem leme nem rumo,
indo pra onde o navio que o reboca determinar.
Ditado Popular
A Estratégia da Vida
Michael Porter é o grande guru da estratégia no
mundo contemporâneo. Ao reler um de seus artigos What is
strategy? (O que é estratégia?), publicado em 1996 na revista
Harvard Business Review, relembrei sobre sua teoria das
escolhas. Segundo o autor, um dos aspectos da estratégia
são as escolhas, ou seja, quando uma organização opta
por um caminho, ela também opta em não escolher outros
caminhos.
Traduzindo, significa que quando uma empresa, no seu
planejamento escolhe atender um determinado segmento de
clientes e se posiciona para isso, ela escolhe também não
atender outros tipos de clientes, sob pena de não sobreviver
a intempéries do mercado. Exemplificando, quando um
restaurante opta em trabalhar para a classe A, se prepara
para atender as exigências de seu público, que por obvio
são altas. Ao mesmo tempo, esse restaurante, abriu mão
dos outros clientes de classes menos abastadas. “Ninguém
consegue servir a dois senhores”.
Em uma empresa, o entendimento é fácil, porém se
projetarmos esse conceito para a vida, as coisas embaralham
Saul Sastre – 41
um pouco. Quando escolhemos um determinado caminho,
abrimos mão de outros, mas se essa escolha não é consciente,
sempre fica a dúvida se o caminho escolhido foi o melhor.
É preferível ser solteiro ou casado? Ter filhos ou não? Ser
médico, advogado ou não estudar? Fazer concurso? Ser
artista? Ter cachorro, gato ou peixe? Sair com os amigos ou
namorar? Comer carne de galinha ou gado? Ou não comer
carne e ser vegetariano?
Como podemos ver a vida é a arte da estratégia, que
significa que sempre estamos escolhendo um caminho e
abrindo mão de outros. A vida não perdoa nossas escolhas.
Se nos rebelarmos e não escolhermos nada, escolhemos
não escolher e ai seguimos sem direção e qualquer lugar é
lugar.
Lewis Caroll, no livro Alice no País da Maravilhas, relata
a história do encontro da menina Alice com o gato Cheshire,
enquanto fugia da Duquesa.
Alice, ao ver o gato, pergunta qual o caminho a tomar.
O gato responde prontamente de cima de um galho em
uma frondosa árvore: “Isso depende para aonde você quer
ir?” Alice diz que não importava muito para aonde e o gato
sabiamente responde: “Então não importa o caminho que
você escolher”.
Alice ainda diz: “Contando que dê em algum lugar,
parece bom”. E o gato sentencia: “Você pode ter certeza que
se caminhar bastante, chegará a algum lugar”.
A história ilustra o que acontece com a maioria das
pessoas, vivem à toa, como um navio sem leme e sem rumo
e escolhem não escolher caminhos. Suas estratégias é não
escolher, sendo o mesmo que entrar em um elevador e não
apertar botão algum e ficar parado esperando que alguém
aponte para qual andar deve-se ir.
Cuidado com as suas estratégias, infelizmente no
sistema da vida não existe a combinação das teclas “Control
+ Z”, aquela que faz o programa retroceder quando fazemos
algo errado. A vida não admite erros, admite apenas que
aprendamos com eles.
Saul Sastre – 43
É muito diferente o resultado de quem vive
animalescamente sem planejar nada, para quem constrói
os resultados que quer colher ao longo de um período ou
durante a vida.
Quem planeja faz menos força e não perde tempo,
vai direto aonde objetivou e se houver alguma mudança de
rumo, devido a algum acontecimento inesperado ou alguma
ameaça que acabou se concretizando, o problema torna-se
uma oportunidade e com isso consegue-se uma alavanca
para ir ainda mais longe.
Segundo Born (2007), o planejamento é um processo
contínuo, de análise, pensamentos e decisões das melhores
maneiras de se construir o futuro frente às constantes
mudanças de cenários que ocorrem no mercado. Logo,
planejar não é um processo estático e inflexível e as
decisões de hoje, podem ser totalmente alteradas amanhã,
acompanhando as nuances dos acontecimentos.
Gonçalves (2006) define planejamento como um
processo decisório realizado antes da ação, propriamente
dita.
O planejamento transforma ameaças em oportunidades
e pontos fortes em pontos fracos e do planejamento sai
o plano, que é o resultado em formado de documento. É
imprescindível registrar o que está sendo planejado para
depois acompanhar sua execução.
Saul Sastre – 45
No filme “O Efeito Borboleta”, Evan (Ashton Kutcher) é
um jovem que luta para esquecer fatos de sua infância. Para
tanto ele decide realizar uma regressão onde volta também
fisicamente ao seu corpo de criança, tendo condições de
alterar seu próprio passado. Porém ao tentar consertar seus
antigos problemas ele termina por criar novos, já que toda
mudança que realiza gera consequências em seu futuro.
Ah! Se pudéssemos voltar no tempo para consertar
erros grotescos do passado...
No meu livro EMPREENDEDORISMO, TEORIA x PRÁTICA
(2007), relato a experiência como gestor de uma indústria
gráfica, minhas vitórias e desilusões como empreendedor.
Em um momento da minha vida, depois de 11 anos à frente
da empresa, resolvi passar o bastão e buscar novos desafios.
Meu maior receio era cultivar pensamentos negativos de como
seria minha saída. Para evitar ressentimentos e problemas,
busquei o planejamento à exaustão, contatei profissionais
especializados em direito e em contabilidade e assim pude
antever e tomar as melhores decisões. Fiz o que era possível
e dei o melhor de mim e acabei tendo isso muito bem
resolvido.
Sem planejamento, provavelmente teria deixado
algumas questões para trás, que posteriormente voltariam.
Tudo o que fica mal resolvido durante o percurso da vida, acaba
retornando como uma oportunidade para consertarmos.
PLANEJAR SEM SE PREOCUPAR
“... Quando você não vivencia o presente, porque
fica absorvido pelo passado ou preocupado com o futuro,
você traz grande dor para o seu coração e
sofrimento para a sua vida.”
Brian Weis
Saul Sastre – 47
Ainda segundo Júlio (2005), o tripé que cria a verdadeira
magia dos negócios é formado por “objetivos, estratégia e
operação”, ou seja, é preciso saber aonde se quer ir, escolher
o caminho mais rápido e disciplina para operacionalizar o
plano.
1ª FASE:
A escola do pensamento financeiro (1950)
Os grandes gurus da estratégia limitavam-se a
criar e controlar o orçamento da empresa anualmente.
A administração utilizava o enfoque Top-Down (de cima
para baixo) onde o executivo do topo da hierarquia tinha a
responsabilidade única de, quase mecanicamente, cumprir o
2ª FASE:
A escola do pensamento a longo prazo (1960)
A segunda fase surgiu com o intuito de suprir a lacuna
do pensamento de curto prazo da primeira. Segundo Lobato
(2006) baseava-se na premissa de que o futuro seria estimado
a partir da projeção de indicadores passados e atuais, que
Saul Sastre – 49
poderiam ser melhorados a longo prazo por uma intervenção
ativa no presente.
Unindo a primeira e segunda fases, poderíamos chegar
à conclusão de que a teoria estaria perfeita e a grande obra
do planejamento finalizada.
O que não foi levado em conta é que essa escola não
previa as mudanças no cenário externo e interno. É como se
no nosso planejamento pessoal não levássemos em conta as
nuances que ocorrem no mercado e no nosso comportamento
com o passar dos tempos. Tal escola pecou quando antevia
previsibilidade e estabilidade, criando o futuro a partir do
passado.
3ª FASE:
A escola do planejamento estratégico (1970)
Segundo Lobato (2006), o pensamento estratégico
baseia-se no sistema de levantamento e avaliação das
situações com o objetivo de definir a estratégia da empresa
e ao qual devem subordinar-se todas as suas decisões e
operações.
A técnica clássica do pensamento estratégico é a análise
de SWOT, que é uma ferramenta utilizada para fazer análise
de cenário (ou análise de ambiente), sendo usado como base
para gestão e planejamento estratégico de uma corporação
ou empresa, mas podendo, devido a sua simplicidade, ser
utilizada para qualquer tipo de análise de cenário, inclusive
no planejamento pessoal.
4ª FASE:
A escola da administração estratégica (1980)
A quarta fase emerge da lacuna deixada pelo planejamento
estratégico devido à falta de foco na implementação. Um dos
grandes críticos desta tecnologia é Mintzberg (1994), que, em
sua opinião, ao invés de planejamento estratégico, deveria
se chamar programação estratégica.
Igor Ansoff surge como um dos grandes pensadores
desta escola, que se preocupava não só no planejar, mas
também na implementação do que estava sendo planejado.
Segundo Ansoff (1981), o planejamento da postura estratégica
defronta-se com dois desafios, o primeiro em decidir como a
empresa terá êxito em cada área estratégica do seu negócio e
o segundo na integração de todos os objetivos com a direção
global da empresa.
Saul Sastre – 51
Michael Porter (1980), também preocupado com
a execução do planejamento estratégico, desenvolveu
um modelo de análise estrutural focalizando cinco forças
competitivas que atuavam sobre a indústria:
1. Rivalidade entre os concorrentes existentes;
2. A entrada de novos concorrentes;
3. A ameaça de produtos substitutos;
4. O poder de negociação dos fornecedores;
5. O poder de negociação dos compradores;
Através deste modelo, procurou criar um sistema
que respondesse a questões de análise de mercado que
preocupavam os gestores na construção de cenários no
planejamento estratégico.
A escola de administração estratégica dedicou-se a
aperfeiçoar o estudo do mercado, buscando criar ferramentas
analíticas para customizar as estratégias que eram genéricas,
para as condições vigentes dos negócios.
5ª FASE:
A escola da gestão estratégica (1990)
Além de planejar estrategicamente, era preciso organizar,
dirigir, coordenar e controlar também estrategicamente.
Segundo os pensadores:
• Ralph S. Larsen, presidente do Conselho e CEO da
Johnson & Jonhson “Os planos mais bem elaborados não
valem o papel no qual foram escritos se você não conseguir
realizar nada”.
• Ram Charan, consultor de Empresas, “A diferença
entre uma empresa e sua concorrente é cada vez mais a
habilidade de executar.”
• Lawrence G. Hrebiniak, consultor e professor da
Wharton School, “Nossas escolas de negócios ensinam a
planejar, mas não ensinam a executar a estratégia”.
Saul Sastre – 53
Segundoaa 3Gen
Segundo 3Gen consultoria:
consultoria:
Publicação do Publicação do
Primeira Artigos publicados Publicação do Publicação do Publicação do
livro: terceiro livro:
abordagem do na Harvard segundo livro: quarto livro: quinto livro:
BSC publicada na “Balanced Business Review “Organizações “Mapas “A Execução
“Alinhamento”
Harvard Business Scorecard - A Orientadas para a Estratégicos” Premium”
Review estratégia em Estratégia”
ação”
Foco em formas de Foco em
Foco na Gestão Foco em
Foco em Foco na Tradução Foco na Tradução alinhamento para métodos de
da Estratégia estudos de caso
Indicadores da estratégia da estratégia garantir a gestão execução da
de Mapeamento
estratégica nas estratégia
da Estratégia
organizações planejada
Saul Sastre – 55
56 – Planejamento Estratégico Pessoal com o uso do Balanced Scorecard
CAPÍTULO III
Saul Sastre – 57
acontece. De que adianta método e conhecimento técnico
sem ninguém para fazer acontecer?
Empresas como a ABImbev já se dedicam a desenvolver
lideranças, trabalhando ferramentas como coaching na gestão
de pessoas e não é por acaso que é hoje a maior cervejaria
do mundo.
Do mesmo modo, organizações se dedicam a
elaborar mirabolantes planos estratégicos, com missões e
visões preciosamente confeccionadas, mas se esquecem
de se preocupar com o desenvolvimento individual de
seus colaboradores. Segundo Allevato (2008), o grau de
maturidade, o autoconhecimento e o equilíbrio pessoal de
cada líder, determinará fortemente o equilíbrio e o sucesso
organizacional.
As organizações têm por hábito preocupar-se com seus
ativos tangíveis, demonstrados em resultados financeiros e
se esquecem que as pessoas têm efetiva participação no
sucesso de um negócio. Nenhum planejamento será possível
sem as pessoas mobilizadas para atingi-lo.
Stephen Covey (2006) em seu livro “Os sete hábitos
das pessoas altamente eficazes” escreveu que primeiro
devemos obter a vitória interna, para depois atingirmos a
vitória em público. Logo inexiste planejamento estratégico
organizacional sem o correto desenvolvimento estratégico
pessoal, que tem o poder de conduzir a empresa a resultados
extraordinários.
Stakeholders
Os stakeholders representam todos os segmentos
que influenciam ou são influenciados pelas ações de uma
organização, fugindo do entendimento de que o público alvo
Saul Sastre – 59
Falconi (2009) recomenda que para uma empresa, o
seu principal foco deve ser o financeiro, depois o foco no
cliente, depois o foco no funcionário e por último, e não
menos importante, o foco na sociedade, através de um
comportamento ético generalizado na empresa.
Para um ser humano, não valem as mesmas regras e
quem deve estabelecer a ordem de prioridade de seus focos
é ele mesmo, como diretor e líder de sua vida.
Saul Sastre – 61
PREENCHA O QUADRO
RELACIONAMENTOS
PAPÉIS CHAVES SOCIAIS
ESPERADOS
1-
2-
3-
4-
5-
Fonte: autor
Saul Sastre – 63
Observe que em todos os exemplos, a missão de
forma simples se une ao conceito de negócio, assume um
papel divino e útil às pessoas e a sociedade e ainda tem a
capacidade de se perpetuar no tempo.
No planejamento pessoal, o grande desafio é criar
uma missão única que atenda a todos os papéis de vida, que
sirva de inspiradora e motivacional, que orgulhe sempre que
seja lida pelo seu autor, que provoque a imaginação e que
colabore para a construção de algo grande.
Na maçonaria, por exemplo, a grande missão repetida a
cada sessão pelo Chanceler é “Tornar mais feliz a humanidade”
e é levada a sério por seus seguidores e quem não a segue,
não deve pertencer à arte real.
Uma missão pessoal pode ser de um músico, para
embalar a vida das pessoas, de um médico com o propósito
de promover saúde, de um professor como inspirador e
propulsor de desenvolvimento das pessoas.
Projetos Especiais
A vida pode mudar a qualquer momento e consciente-
mente sabemos disso, são caminhos e descaminhos, alguns
planejados e outros não que aparecem em forma de desafios
para nos fazer crescer.
Muitas vezes surgem oportunidades na vida, regadas
de dificuldades, que não entendemos o porquê e acabam
nos trazendo dissabores. Nessa hora, a inteligência espiritual
mostra-se como o grande guia da vida. É importante se fazer
a pergunta: o que esse projeto, ou fase da minha vida tem a
ver com a minha missão divina? O que o mundo está tentando
me ensinar?
PREENCHA O QUADRO
Saul Sastre – 65
Segundo Lobato (2006), o conceito de visão é o ponto
de partida para a formulação de estratégias, pois só se deve
desenvolver uma estratégia quando se sabe aonde se quer
chegar.
Blanchard (1996) sentencia visão como a “capacidade
de enxergar além do que é e o que poderia ser; (também é
um) forte senso de determinação”.
Gonçalves (2006) afirma que a visão é um “simbólico
imaginário” que tem o poder de direcionar a longo prazo,
podendo ser comparada a uma âncora lançada no futuro.
Se a visão é o ponto de partida para uma empresa,
imagine para um ser humano? O impressionante é que a
maioria das pessoas não possui uma visão clara da vida e
como não “lança uma âncora para o futuro” não chega a
lugar nenhum e ai repetimos a história da Alice no País das
Maravilhas: “Se você não sabe para aonde ir? Então não
importa o caminho a escolher”.
Para se ter sucesso é imprescindível estabelecer uma
visão de futuro, aliás, só tem sucesso quando se atinge as
metas. Se não há metas? Não há sucesso.
Um exemplo de visão para uma pessoa pode ser:
“Ser reconhecido como um profissional destaque no
país, sendo motivo de orgulho para filhos, netos e bisnetos”
Fazendo uma análise da visão de vida acima, podemos
deduzir nas entrelinhas o foco em prosperidade, pois como
profissional destaque no país, está subentendido o sucesso
financeiro e quando se fala em motivo de orgulho para os
filhos, netos e bisnetos, fica explícito o sucesso na missão
da família e também na longevidade da vida, com o cuidado
da saúde. A visão completa a missão e a missão completa a
visão. Ambas convivem em simbiose.
Como já foi dito, a visão deve ser mutável e aperfeiçoada
ao longo dos tempos. Podemos colocar uma data para 10
anos, por exemplo: “Chegar em 2020 com saúde e com
economias suficientes para não mais me preocupar em
trabalhar para sobreviver”.
VISÃO
Valores
Os valores são os princípios, credos, filosofia e crença
de uma pessoa ou organização. É aquilo que se acredita,
que se tem fé, com retidão suficiente para não se declinar,
mesmo em momentos de pior crise.
Os valores compõem a tríade estratégica juntamente
com a missão e a visão. Empresas ou pessoas sem fortes
valores não vão a lugar nenhum.
Com relação aos valores do povo brasileiro, poderíamos
dizer que o Brasil é um país atípico no assunto ética e bons
costumes. Os exemplos estão diariamente expostos na mídia
e se analisarmos os detalhes em comparativo a outros países
e culturas, nos daremos conta do absurdo em que vivemos.
O que escrevo aqui não é novidade para muitos, a exemplo
de nosso escritor baiano João Ubaldo Ribeiro:
“Nós vivemos num ambiente de lassitude moral que se
estende a todas as camadas da sociedade e que esse negócio
de dizer que as elites são corruptas mas que o povo é honesto
é conversa fiada. Nós somos um povo de comportamento
desonesto de maneira geral, ou pelo menos um comportamento
pouco recomendável”.
João Ubaldo Ribeiro
Saul Sastre – 67
O que falta para o Brasil se desenvolver é uma forte
crença nos valores. Almeida (2007) no seu livro “A cabeça
do brasileiro” explica que ninguém é a favor da corrupção,
mas pelo menos uma vez já fez uso do “jeitinho brasileiro”.
É a cultura do “rebolation” arraigada nos costumes do Brasil
que deixa nebulosa a zona entre o certo e o errado, o bem e
o mal, o que é corrupção e o que é favor.
Nas organizações, representam os ideais do empreen-
dimento e o alicerce da visão e da missão. Sampaio (2004)
afirma que os valores, princípios, servem para balizar o com-
portamento da empresa. Isto é, eles indicam até que ponto
o empreendimento pode ir para alcançar um objetivo prede-
terminado.
Temos vários exemplos de valores nas organizações,
entre eles destacam-se:
*
VALORES
*
*
Saul Sastre – 69
Análise de Ambiente e Construção de Cenários
Segundo Júlio (2005), na análise de ambiente deve-
mos levar em conta as variáveis controláveis e as incontro-
láveis. As variáveis controláveis são aquelas que temos o
poder de controlar e estão diretamente relacionadas com a
nossa competência. As incontroláveis independem da nossa
vontade, mas podem ser monitoradas e trabalhadas a nosso
favor, o que também está relacionado diretamente com o
poder de gerar resultado de cada um.
A melhor fórmula para a análise de ambiente é a
análise de SWOT, inspirada no livro “A arte da guerra” de
Sun Tzu. Segundo HINDLE & LAWRENCE (1994) a análise
SWOT foi criada por dois professores da Harvard Business
School: Kenneth Andrews e Roland Christensen. TARAPANOFF
(2001:209) indica que a ideia da análise SWOT já era utilizada
há mais de três mil anos quando cita em uma epígrafe um
conselho de Sun Tzu:
“Concentre-se nos pontos fortes, reconheça as fraquezas,
agarre as oportunidades e proteja-se contra as ameaças”
(Sun Tzu, 500 a.C.)
O termo SWOT é uma sigla oriunda do idioma inglês, e é
um acrónimo de Forças (Strengths), Fraquezas (Weaknesses),
Oportunidades (Opportunities) e Ameaças (Threats).
Internamente, compondo nossas variáveis controláveis,
temos as forças e as fraquezas, que traduzindo representam
nossos pontos fortes e nossos pontos fracos. Ao registrá-los
e pontuá-los, temos precisamente qualidades que podem
devem ser divulgadas e aprimoradas e pontos de fragilidade
que devem ser melhorados.
No registro e pontuação dos pontos fortes e fracos,
devemos estabelecer uma hierarquia entre o que é o mais
forte dos pontos fortes e o mais fraco dos pontos fracos, para
isso atribui-se números, de acordo com a tabela abaixo:
Saul Sastre – 71
do corolário das futuras formações, mas o que mercado quer
mesmo são pessoas ótimas naquilo que fazem.
Entre um jogador de futebol médio e um craque, quem
é o melhor remunerado? Aquele que traz mais sucesso para
o seu time, lógico. O exemplo parece simplório, mas se
observarmos, quando um filho vai mal na escola, geralmente
procuramos resolver o problema, estudando determinada
matéria para obter aprovação no final. É importante passar
de ano, e com as matérias que ele nunca vai mal e sempre
tira dez, por que não buscamos ajuda de um profissional para
deixá-lo melhor ainda? É exatamente isso que o mercado
procura.
OPORTUNIDADES
PONTUAÇÃO
Pequena oportunidade 3
Média oportunidade 5
Grande oportunidade 9
Fonte: o autor
Sobre Criatividade
Segundo Margaret Boden* (1994), o cérebro humano é
naturalmente criativo e as crianças possuem um capacidade
criativa muito forte que é quebrada pelo uso de regras,
normas e procedimentos padrões utilizados pelos pais.
A criatividade serve para explorar o desconhecido e
para isto temos que ter em mente que frequentemente vamos
errar. Tentar e errar faz parte do processo criativo. (todos nós
temos medo errar...) Os erros enriquecem nossa percepção
e nos trazem melhores chances em futuras situações.
Uma das características mais marcantes dos
seres inteligentes é a habilidade de aprender e antever
consequências de atos imaginados.
Passamos nossa vida toda aprendendo a melhorar
nossa situação com o mundo exterior. Modelamos as
emoções das pessoas com quem convivemos, modelamos a
empresa que trabalhamos, o governo, nossos vizinhos. Boa
parte de nosso raciocínio é meramente uma simulação de
grandes cadeias causais, aos quais chamamos de regras, que
vão desde as mais simples como olhar para os dois lados
para atravessar a rua, o que se torna uma regra tão forte, que
se torna comportamento condicionado.
Tudo isso é muito útil, pois aumenta a margem de
acertos e evita erros fatais e o ruim é que evitamos de
procurar novas possibilidades.
Podemos deduzir então que para sermos mais criativos
devemos quebrar regras.
A criatividade é a ferramenta mais adequada para
encontrarmos maneiras de fazer mais com menos, de reduzir
Saul Sastre – 73
custos, de simplificar processos e sistemas, de aumentar a
lucratividade, de encontrar novos usos para produtos, de
encontrar novos segmentos de mercado, de desenvolver
novos produtos...
Criatividade é uma maneira de ser, de viver e o primeiro
passo é exercitar todo o potencial de gerar ideias. Acostumar-
se a criar a maior quantidade de ideias sem julgar nenhuma.
Segundo Walt Disney, criatividade é como ginástica, quanto
mais se exercita, mais fica forte.
Ameaças
As ameaças são aqueles fatores externos que podem
atrapalhar ou pôr fim nos nossos projetos. O que de ruim
pode nos acontecer? Acidentes, invalidez, morte, perda do
emprego?
Enumerar ameaças não significa amargar a vida,
apenas visualizar futuros problemas que podem ou poderiam
aparecer e pro-ativamente agir para que não aconteçam ou
sejam amenizados.
No caso da morte, não há o que fazer, mas ela pode
ser adiada, através de boas praticas de saúde, alimentação,
esporte, exames periódicos, alegria de viver. Sobre o emprego,
visualizando essa possibilidade, por que não um plano B, que
pode ser transcrito pelo aprendizado de uma nova profissão,
um curso técnico, ou um mestrado ou doutorado ou até
mesmo uma poupança para evitar problemas econômicos
futuros? Os seguros também podem ser apontados como
paliativos para casos de invalidez, problemas de saúde,
incêndio, roubo...
O importante é não deixar as coisas acontecerem, sem
que pelo menos não tenhamos uma visão do risco.
As ameaças também estão diretamente relacionadas
com a VISÃO e também devem seguir pontuação 3, 5 e 9.
A Matemática e a Estratégia
A matemática é sábia nas suas fórmulas, sendo uma
excelente ferramenta para construção e análise de cenários.
Como primeira fórmula, referindo-se ao paradigma de
que algumas pessoas possuem mais sorte do que outras, no
atual mercado, vale a fórmula:
Saul Sastre – 75
Outra fórmula diretamente relacionada com a sorte é o
mercado profissional:
Saul Sastre – 77
fazer valer os pontos fortes.
No quadrante ‘crescimento’, encontramos mais
pontos fracos do que fortes, porém mais oportunidades que
ameaças. Para continuar o desenvolvimento, é importante
cuidar dos pontos fracos para poder aproveitar ao máximo
as oportunidades vislumbradas.
No quadrante ‘desenvolvimento’, a pessoa está no
cenário ideal para crescer. Possui mais pontos fortes do que
fracos e consegue visualizar mais oportunidades do que
ameaças. O procedimento então deve centrar-se em tornar os
pontos fortes mais fortes ainda, amenizar os pontos fracos,
neutralizar ameaças e identificar as melhores oportunidades
a serem escolhidas. É importante lembrar que diante de uma
enorme quantidade de oportunidades, definir uma estratégia
não é somente escolher um caminho, mas também escolher
quais as oportunidades que não serão aproveitadas.
Gestão Estratégica
A ferramenta SWOT é a base para a formulação do des-
dobramento de tudo o que foi desenvolvido até aqui. Faça
a sua análise preenchendo o quadro abaixo e somente após
siga lendo o livro. É importante salientar que não existe nú-
mero limitado para os pontos fortes e fracos, oportunidades
e ameaças. A habilidade de enxergá-los está diretamente li-
gada ao desenvolvimento pessoal da pessoa. Quanto maior
desenvolvimento, maior a visão.
TOTAL
TOTAL
Oportunidades Pontuação 3, 5 ou 9
TOTAL
Ameaças Pontuação 3, 5 ou 9
TOTAL
Diagnóstico:
Saul Sastre – 79
Competências Básicas
As competências básicas é conjunto mínimo necessário
de atributos para que uma empresa possa executar sua
missão. Por exemplo, uma organização contábil que trabalha
com auditoria, para poder vender seu produto, deve contar
com a mão de obra de um contador com registro no conselho
de contabilidade. É o básico e não um diferencial. Concordo
que muitas empresas que conhecemos por aí não têm nem
o básico a oferecer a seus clientes, mas também sabemos
que sem competências básicas, como uma lancheria com
um ambiente higiênico, não dura pouco tempo no mercado.
Um outro exemplo seria o controle remoto de uma
TV. Ninguém compra televisão nos dias de hoje se não tiver
o aparelho para pelo menos trocar de canal ou aumentar
e diminuir o volume à distância. Controle remoto não é
diferencial, é competência básica, quem não tem, não se
estabelece.
As competências básicas de uma empresa de cópias
(xerox) são no mínimo cópias bem feitas, atendimento cordial
e preço de mercado. Ninguém consegue se diferenciar de
ninguém somente com competências básicas.
Na vida pessoal ocorre a mesma coisa. Se
profissionalmente escolhermos ser médico, existem fatores
básicos que todo o médico tem, como por exemplo, o
cuidado com a higiene. Imagine um profissional de saúde
fazendo propaganda de que em todas as suas cirurgias existe
a preocupação com o asseio. Todo mundo pressupõe que
sem isso não haja cirurgia. Isso não é diferencial.
É preciso listar quais as competências básicas que
a vida nos impõe nas nossas escolhas. Pessoalmente, se
escolhemos viver em sociedade, tomar banho diariamente
não é diferencial, é competência básica. Agora outras
habilidades ou vantagens oferecidas ao mercado como
diferencial, chamamos de DNA estratégico ou proposta de
valor.
Saul Sastre – 81
Podemos ilustrar contando a história de um advogado
com quem tive a oportunidade de trabalhar. Era uma pessoa
que havia passado o período universitário com louvor, tanto
que na formatura recebeu o troféu destaque melhor aluno. Ao
longo dos anos ganhou muita experiência na sua profissão,
onde passou anos fazendo a mesma coisa, porém nunca
conseguiu o sucesso que tanto almejara na vida. O problema
é que não tinha atitude, era um profissional sem DNA. Fazia
apenas o que qualquer pessoa comum no exercício da
função poderia fazer. Tinha disciplina, não perdia prazos,
boa vontade para ganhar suas causas e nada mais que isso.
O mercado quer mais. O mercado quer profissionais
além de excelentes em estudo e experiência, que produzam
resultados excelentes. Pessoas com a capacidade de fazer
diferença onde atue e que tenham histórias de sucesso para
mostrar e demonstrar.
O mercado do direito, citado no exemplo, é bastante
concorrido no Brasil, é preciso ser mais que um advogado
que se formou com boas notas e que adquiriu uma larga
experiência profissional, é preciso ter diferenciais, ter DNA,
atitudes como OUSADIA para escrever na área, DEDICAÇÃO
para fazer política participando de sindicatos ou associações,
ter CORAGEM para emitir opiniões públicas em assuntos
polêmicos e assim ter destaque na mídia e na sociedade.
Para as empresas, Norton e Kaplan (1996) pregam que
existem quatro tipos de estratégicas genéricas que podem
ser seguidas por uma organização:
• Menor custo total, onde a oferta do produto
apresenta um bom custo benefício percebido pelo cliente,
também conhecido como a compra justa.
• Liderança de produto, onde são oferecidos produtos
ou serviços inovadores ou de melhor qualidade. Nesse caso
a empresa líder tem o direito de cobrar a mais por isso.
• Soluções completas aos clientes, onde são
oferecidos portfólios de produtos completos para atender
todas as necessidades dos clientes.
Saul Sastre – 83
de construir um imóvel que irá lhe trazer satisfação quando
for morar.
Seguindo ainda o raciocínio de Porter no planejamento
pessoal, existem profissionais especializados em atender
segmentos (enfoque). Exemplos são comuns em todas as
profissões. Na odontologia, existem dentistas focados em
próteses dentárias que buscam praticar preços baixos e se
destacar por isso. No mesmo ramo também existem outros
dentistas que buscam se destacar no seu segmento por
outros fatores que não sejam o preço baixo.
Chan Kim e Renée Mauborgne, no livro “A estratégia
do oceano azul” (2005), colocaram a inovação como pedra
angular da estratégia. Dividem o mercado em duas partes, os
oceanos vermelhos e os oceanos azuis. A primeira (oceanos
vermelhos) representa todos os setores do mercado existentes
na atualidade, com suas regras pré-estabelecidas e espaços
já demarcados. A segunda (oceanos azuis) são os mercados
desconhecidos, ainda inexplorados com grande potencial
de crescimento e lucratividade. No oceano azul não existe
competição e as regras ainda não foram definidas, tornando
a concorrência irrelevante.
A estratégia do oceano azul tem como cerne a redução
de custos com a melhora de benefícios através de ideias
inovadoras, porém criar mercados com base na inovação
representa riscos, como por exemplo, a não aceitação das
pessoas pelo novo.
No DNA pessoal, é possível criar diferenciais inovadores.
Um contador, por exemplo, pode criar um oceano azul, através
de um serviço inovador para contabilização de empresas,
ou então um novo mercado na captação de recursos. Um
advogado pode se diferenciar na forma de atendimento,
sendo assim lembrado por isso e criando um mercado novo.
O mesmo pode ocorrer com um médico, um padre, um
político, um professor... A grande pergunta é:
Saul Sastre – 85
No mapa estratégico do Balanced Scorecard e no
Balanced Scorecard Pessoal, situa-se bem no centro, como
será demonstrado no próximo capítulo.
Fonte: o autor
Saul Sastre – 87
88 – Planejamento Estratégico Pessoal com o uso do Balanced Scorecard
CAPÍTULO IV
Na Jornada Evolutiva
“Dos quatro cantos da terra diariamente partem viajares
humanos aos milhares, demandando o país da morte. Vão-se
de ilustres centros da cultura europeia, de tumultuárias cidades
americanas, de velhos círculos asiáticos, de ásperos climas
africanos. Procedem das metrópoles, das vilas, dos campos...
Raros viveram nos montes da sublimação, vinculados aos
deveres nobilitantes. A maioria constitui-se de menores de espírito,
em luta pela outorga de títulos que exaltem a personalidade.
Não chegam a ser homens completos. Atravessaram a maré
magnum da humanidade em contínua experimentação. Muita vez,
acomodaram-se com os vícios e toda a sorte”.
Francisco Cândido Xavier (pelo espírito Emmanuel)
no livro “O Mundo Maior”
Saul Sastre – 89
a perspectiva final não é o financeiro, mas a sociedade, no
caso pessoal, são os objetivos de vida que devem constar
na perspectiva do topo, como veremos mais adiante neste
capítulo.
Segundo Rampersad (2006), o BSCP possibilita-lhe
visualizar objetiva e autenticamente sua vida na qualidade
de uma pessoa completa, e provê um guia orientador para
seus sonhos e aspirações traduzidos em marcos gerenciáveis
e mensuráveis.
O planejamento pessoal, com o monitoramento do
Balanced Scorecard, quando aplicado com propriedade e
disciplina, tem o poder de dar a plenitude da vida aos homens
e mulheres, construindo cenários de sucesso.
Saul Sastre – 93
VISÃO GERAL DO MAPA ESTRATÉGICO ORGANIZACIONAL
Saul Sastre – 95
O MAPA ESTRATÉGICO PESSOAL
Fonte: o autor
Objetivos Estratégicos
No planejamento organizacional ou pessoal, os
objetivos estratégicos definem o que se quer atingir em cada
uma das perspectivas da sua estratégia.
Saul Sastre – 97
Para conseguir implantar o planejamento e seu
conjunto distribuído pelas perspectivas do mapa, segue o
raciocínio lógico de ação e reação, construindo assim a visão
e a missão embasada em valores.
Deve sempre ter um sentido de continuidade e deve
ser descrito para que sua definição traga um sentido mais
claro de sua finalidade. Norton e Kaplan (1996) recomendam
que seja descritos de forma sintética contendo um verbo
de ação, um ou mais substantivos e sempre que possível
adjetivos, para facilitar o processo de comunicação.
A base para construção do mapa pessoal está nos
papéis sociais definidos no princípio do planejamento
estratégico. Quais os meus papéis? Pai, filho, amigo,
profissional, político?... Quais as expectativas que faço de
cada um?
A partir disso, são construídos os objetivos estratégicos,
procurando então buscar a plenitude da vida, construindo
saúde SOCIAL (estar de bem com a vida e com todos a sua
volta - amigos, relacionamentos…), FÍSICA (atenção para
com o corpo...), FINANCEIRA (inteligência financeira...),
PROFISSIONAL (satisfação profissional...), INTELECTUAL
(estudar e aplicar o conhecimento...), ESPIRITUAL (conhece-
te a ti mesmo, propósito de vida e objetivos...) e EMOCIONAL
(inteligência emocional, aprendizado com os erros…).
A análise de SWOT, definida na fase inicial do
planejamento estratégico, serve como base na definição
dos projetos e em alguns casos até mesmo na criação de
objetivos estratégicos, verificando então quais as forças e
as fraquezas, que traduzindo representam nossos pontos
fortes e nossos pontos fracos e quais as ameaças que devem
ser amenizadas ou evitadas e oportunidades que devem ser
priorizadas.
Indicadores de Desempenho
Os indicadores de desempenho servem para medir o
desempenho dos objetivos estratégicos. Segundo Rampersad
(2006), após a definição dos objetivos, deve-se identificar a
forma de acompanhar o resultado para alcançá-lo, assim ela
passa a acompanhar o desdobramento da estratégia geral.
Saul Sastre – 99
Exemplo:
Objetivo estratégico: comprar ativos
Perspectiva: Estrutura e crescimento
Descrição do objetivo: ativos são investimentos, traduzidos por
bens que aumentam os recebimentos mês. Ex.: ações, imóveis,
aplicações, poupança...
METAS
“Quem não tem metas não gerencia”
Vicente Falconi
Frequência: mês
Quando: Anual
Orçamento
Produtos: Orçamento anual, revisões e planos de investimentos
Execução da Estratégia
Fonte: 3Gen
Os Faróis
Os faróis têm como finalidade dar o score de cada
objetivo estratégico, mensurado pelos indicadores e metas.
A tecnologia do Balanced Scorecard está exatamente na
possibilidade de enxergar o caminho que foi planejado através
de um quadro com faróis, indicando sistematicamente o que
vai bem e o que vai mal.
RELACIONAMENTOS
PAPÉIS CHAVES SOCIAIS
ESPERADOS
SWOT
54
29
54
AMEAÇAS PONTUAÇÃO
TER FILHOS ANTES DA FORMATURA 9
FICAR DOENTE 9
NÃO CONSEGUIR PAGAR SEUS ESTUDOS 9
DROGAS 9
36
Fonte: o autor
Saul Sastre