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APONTAMENTOS DE FINANÇAS PÚBLICAS & DIREITO FISCAL 2019/2020
Nas finanças públicas as taxas não se confundem com os impostos, Em princípio as taxas
pressupõe uma contrapartida.
Finanças privadas são aspetos puramente monetários, em fim é o que fazemos no nosso
dia-a-dia arrecadando receitas para a satisfação dos nossos interesses particulares.
O FENÓMENO FINANCEIRO
NOÇÕES GERAIS
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duplo:
1º sentido- da produção de perceitos sociais obrigatórios (leis) que impendem sobre todos,
meesmo para quem não participou na respectiva elaboração.
Ordenação económica: Cabe aos poderes públicos estabelecer quadro geral que toda a
atividade económica deve obedecer (contendo a filosofia traçada pelo próprio Estado). A
máquina política e administrativa, em larga parte procede assim a definição do
enquadramento da vida económica, designadamente de natureza jurídica e social bem
como a estrutura da atividade económica e condiciona a atuação dos agentes económicos.
No fundo consiste no estabelecimento das regras para condicionar os sujeitos económicos.
Obs: Se a filosofia do quadro jurídico for liberal veremos uma pouca intervenção do Estado
na economia.
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económicas.
INTERVENÇÃO ECONÓMICA
A intervenção económica é o modelo que visa alterar concretamente o que seria a atividade
livre e normal dos sujeitos económicos. Portanto, a intervenção económica pressupõe
antes a liberdade de atuação económica. O Estado procura apenas modificar a atuação
normal ou comportamento dos sujeitos económicos por via de política económica.
Obs: a intervenção do Estado acontece de diversas formas...
Atuação económica: Aqui o Estado ele próprio desenvolve política de sociedade - uma
atividade enquanto sujeito económico e social.
Em todos os tempos na história da humanidade encontramos zonas de atividade
económica, ligadas com os fins e funções do Estado é que foram exercidas pelo próprio.
Exemplo: áreas como de segurança, justiça e bem-estar implicam e termos efetivos a
administração de diversos bens raros a qual de “per si" é a atividade económica.
NB: a questão ligada a segurança conclui-se que é uma atividade económica porque na
verdade o Estado cobra os impostos e depois canaliza-os para as áreas ligadas a
segurança do Estado.
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O Estado ou outra entidade pública pode porque tem meios coercivos a seu favor, e pode
direta ou indiretamente recuperar os custos daquele investimento por meio dos impostos.
Isso em primeira linha pressupõe que temos que estar numa sociedade politicamente
organizada (Estado). Esta é uma das condições essenciais para a teoria que defende a
otimização social;
Competição entre os diferentes atores que intervêm no mercado. (No fundo os atores são
rivais entre si); mais ou menos é o que acontece nas sociedades capitalistas onde em
primeira linha preocupa-se com a satisfação dos interesses individuais afastando-se o
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princípio da solidariedade.
Obs: quando os vendedores competem entre si isso poderá provocar a produção de bens
em melhores qualidades.
Obs: Essa teoria de bem-estar é uma teoria que aposta firmemente no individualismo,
racionalismo (razão) e no hedonismo (filosofia que surgiu na Grécia antiga e significa
hedona, prazer ou vontade) e o bem supremo para eles deve ser a satisfação da nossa
vontade.
Para estes autores o Estado tem que fazer as pessoas perceberem as suas decisões sem
que no entanto tenha que usar mecanismos extras de intimidação ou condicionamento
para impor as pessoas por exemplo a pagarem impostos. Qualquer coisa que vai contra
a vontade das pessoas estaria-se a violar o direito dessas pessoas. Portanto, segundo
eles, o Estado tem que pautar pelo equilíbrio reflexivo.
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aplicado a todos os indivíduos, regerá a afetação ótima dos recursos individuais entre bens
privados e bens públicos.
No fundo quer mostrar que deve existir um ponto de equilíbrio entre aquilo que pagamos
e o serviço público prestado pelo Estado. Caso contrário estaríamos em desutilidade.
2ª admite que as apreciações subjetivas são comparáveis; * (não levou em conta que a
apreciação que as pessoas fazem do serviço público que o Estado presta são
incomparáveis porque a apreciação é subjetiva, varia de indivíduo para indivíduo);
IIª A distribuição de carga fiscal deve basear-se nos princípios de que todos os indivíduos
devem ser tratados da mesma forma.
Tanto a primeira ideia como a segunda não são exequíveis numa sociedade. A primeira
ideia poderia colocar em risco a liberdade e tornaria impossível a manutenção de níveis
elevados de poupança.
A segunda ideia ao concretizar-se obrigaria a que as situações desiguais fossem
comparáveis e é sobejamente defendido que o sacrifício fiscal deve ser repartido de acordo
com a capacidade contributiva de cada cidadão.
Portanto deve-se tratar as situações iguais de forma igual e as situações diferentes de
forma diferente.
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Este autor, na sua pesquisa, deu apenas uma explicação para a mera definição de critérios
de melhoria do bem-estar («eficiencia económica») em relação às situações anteriores,
como efeito de decisões económicas pontuais (ótimo relativo ou ótimo de PARETO).
Para os clássicos, o bem-estar comum era a mera soma de utilidades individuais:
Quanto maiores estas fosses (utilidades individuais) maior ele seria (neste caso, o bem-
estar).
PARETO e BARONE formularam uma concepção do bem-estar relativo segundo a qual
numa situação dada, a determinação do bem-estar assentaria nos seguintes pressupostos:
*Se as situações dos demais não é pior, para o PARETO o bem-estar é eficiente.
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todos ou na sua plenitude mas de certa forma as pessoas sentem o reflexo disso, porque
as pessoas em certa medida não se sacrificam para obtenção de determinados serviços
prestados pelo Estado. Por exemplo o caso da Segurança.
Aula do dia
Sumário:
CARACTERÍSTICAS TÍPICAS DOS BENS COLETIVOS
2ª em regra, são bens não exclusivos; (pode haver maior ou menor exclusão ainda que
artificial).
3ª são bens não emulativos que significa que os seus utilizadores não entram em
concorrência para conseguir a sua utilização; Ex: Segurança por parte da força de defesa
e segurança.
Essas características mostram claramente que esses bens não podem ser produzidos por
particulares porque esses tendem a procurar lucros enquanto que o Estado preocuparia
em satisfazer os interesses públicos.
*Se os custos de produção estiverem a descrever, quem produz melhor e tem mais
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condições para a produção faz com que este permaneça no mercado obrigando deste
modo o afastamento dos outros. Desde logo quem controla o mercado vai começar
Sumário:
PROVISÃO (distribuição) PÚBLICA DE BENS (Como forma de suprir a incapacidade do
mercado).
*Quer dizer que determinadas entidades públicas (po exemplo o ESTADO) é uma entidade
que não atua em funções das regras do mercado porque aqui os sujeitos económicos
privados quando atuam é para obterem lucros, mas o Estado visa outros fins (por exemplo
a satisfação dos interesses da coletividade) apesar de em algumas situações ele atua
como um ente privado. O Estado enquanto entidade que interpreta as necessidades da
coletividade atua por forma a corrigir as falhas do mercado.
*Ao fazer a provisão dos bens o Estado tem que pensar nos domínios da segurança,*
saúde, justiça, segurança social etc...porque o Estado não pode abdicar dessas
responsabilidades com o fundamento na lógica do mercado.
A provisão pública de bens tem que ver com a atividade que o Estado faz com vista a
garantir necessariamente que as pessoas em situações precárias tenham acesso à esses
bens e serviços públicos essenciais para a vida dos cidadãos. *
A questão de segurança deve ser deixado integralmente ao critério do Estado.
SISTEMAS E ESTRUTURA
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Sistemas abstractos: por um sistema abstrato nós podemos entender como um tipo ideal
de organização e funcionamento de uma sociedade centrada em duas ideias fundamentais:
a primeira ideia fundamental é a ideia da economia livre ou descentralizada, a segunda
ideia é da economia de direção central total.
*Durante a revolução industrial passamos a ter dois grandes sistemas em afronta que são:
sistema capitalista (aqui é presente a ideia da economia livre) e coletivista (em que está
presente as ideias da direção central).
*Ou seja quando estamos a falar de capitalismo por exemplo, estamos a falar de um
sistema em concreto, porque é aplicável em qualquer latitude e poder ter sucesso se for
aplicado de forma conviniente em qualquer estrutura de um país.
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Como ficou assente na aula passada, as estruturas em que os sistemas são aplicados,
são bastante diferentes entre si por um lado, por outro lado, a articulação entre o poder
político e a atividade económica pode fazer-se também de maneiras diferentes. O que
pode originar diferenças a nível do funcionamento do sistema, que podem ser designados
de regimes económicos.
*Regime económico pode ser também definido como sendo a forma como o poder político
se relaciona diretamente com a economia.
O professor Felipe Falcão entende que é difícil emplementar o capitalismo na Guiné
Bissau...
DOUTRINAS
A partir do século XIX, surgiram muitas doutrinas que passamos a citar:
Individualismo; (enquadra-se e muito no capitalismo, tem assento tônico na
proteção do indivíduo)
Concepções solidaristas; (doutrina que influencia o sistema socialista)
Doutrinas organizacionistas; (encontramos os seus traços nos sistemas socialistas,
a sociedade deve ser organizada com base nas ideias defendidas pelo Estado a
ideia base aqui é de mostrar que tem uns existir uma organização ou entidade
suprema que vai organizar o resto das estruturas não sendo o mercado a
organizar).
Doutrina do transpersonalismo social (mostra que o estado está acima de qualquer
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indivíduo ou instituição social, esta ideia pode ser encontrada muito presente no
marxismo ou comunismo).
*Isto é, em termos da riqueza produzida o Estado não pode ir além dos 15%, por outras
palavras quer dizer que 85% fica nas mãos dos particulares.
Esta ideia está relacionada à primeira perspetiva.
Hoje em dia, os países Europeus que foram muito influenciados pela doutrina liberal os
seus cidadãos são muito sufocados com as cargas fiscais (impostos). Ex: Reino Unido,
Inglaterra, França etc...
Há quem diga que os impostos elevados não ajudam crescimento económico apesar de
outros entenderem o contrário.
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*Ou seja temos aqui uma característica essencial do pensamento liberal em que se
defendem que as finanças públicas têm que ser bem simples. Por causa dessa ideia de
simplicidade o Estado não podia ter empresas públicas (que depois não saberá gerir
conviniente) e nem criar estruturas autónomas porque estes comportam regimes jurídicos
complexos, muito menos entrar em engenharias financeiras complicadas segundo esta
perspectiva.
De acordo com essas perpetiva, o Estado tinha que ser neutro ou seja abster-se das
atividades económicas, deixando essas atividades aos privados. Portanto as finanças
tinham que ser neutras, permitindo que o Estado atue apenas como um mero espectador.
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de produção.
Segunda GM com o reforço de blocos socialistas e a necessidade de maior intervenção
do Estado para garantir a reconstrução da Europa.
*No fundo é o que temos no intervencionismo. O Estado tem um papel muito mais ativo
condicionando a atuação dos sujeitos económicos.
No dirigismo económico, o estado propõe determinados objetivos globais que hão de guiar
a atuação de todos os sujeitos económicos.
* Temos aqui uma diferença qualitativa entre o intervencionismo o dirigismo. No
INTERVENCIONISMO temos apenas a ideia de correção que o Estado é chamado a
efetuar mas quando se fala do dirigismo o Estado tem um papel muito mais ativo, porque
fixa metas ou objetivos que todos devem seguir (privados) incluindo ele próprio - Estado.
Mas tudo isto é no âmbito de um sistema capitalista não coletivista.
Nesta fase, as finanças públicas passam a ter uma função mais ativa diferentemente do
princípio da privatização da economia que inculca a ideia de subordinação do setor público
ao privado. Em síntese pode dizer-se que as finanças públicas ganham autonomia e o
Estado passa a satisfazer mais as necssidades coletivas fora das necessidades
tradicionais.
* Nas finanças Ativas O Estado passa a ter uma posição preponderante por causa das
necessidades que visa satisfazer passando a assumir outras missões que não limitam
apenas na satisfação das necessidades que são tradicionais.
b) Equilíbrio entre a economia pública e privada;
*O Extado deixa de ser aquele mínimo tal como defendiam os liberais.
c) regra do ótimo;
Ao contrário da regra do mínimo, o critério definidor do setor público estabelece-se em
obediência à regra do ótimo no sentido de que o Estado tenta satisfazer mais
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