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Corporativa
MERCADO DE CAPITAIS
E
GOVERNANÇA CORPORATIVA
Educação a Distância
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 3
1 O MERCADO FINANCEIRO 4
1.1 OS MERCADOS E INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA 5
1.2 OS RISCOS DA INTERMEDIAÇÃO 8
1.3 SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL 10
2 MERCADO DE CAPITAIS 16
2.1 O HISTÓRICO DO MERCADO DE CAPITAIS BRASILEIRO 16
2.2 O FUNCIONAMENTO DO MERCADO DE CAPITAIS 22
2.3 OPERAÇÕES DO MERCADO DE CAPITAIS 25
3 GOVERNANÇA CORPORATIVA 35
3.1 GOVERNANÇA CORPORATIVA NO MUNDO 40
3.2 GOVERNANÇA CORPORATIVA NO BRASIL 44
3.3 GOVERNANÇA CORPORATIVA E DESEMPENHO DAS 50
ORGANIZAÇÕES
3.4 APLICAÇÕES DA GOVERNANÇA CORPORATIVA 52
CONSIDERAÇÕES FINAIS 62
REFERÊNCIAS 64
3
INTRODUÇÃO
1 O MERCADO FINANCEIRO
Por sua vez, os investidores que aplicam seus recursos em ativos financeiros,
os recebem de volta remunerados por taxas de juros vinculadas ao risco e tempo em
que seus recursos estiveram empenhados.
O Mercado Financeiro tem o objetivo de aproximar estes dois públicos,
poupadores e tomadores de recursos financeiros, regulando e precificando essas
operações de venda e compra de ativos financeiros.
precisam de dinheiro e os que desejam investir seu dinheiro com objetivo de ganhos
futuros. Para cobrir os custos deste serviço, os intermediários financeiros cobram taxas
de juros maiores do que pagam aos seus depositantes, conforme ilustrado na figura 1.
MERCADO FINANCEIRO
Poupadores Intermediários Financeiros Tomadores
Caixas Econômicas
Seguradoras
Fonte: o autor.
• Risco de Crédito;
• Risco de Mercado;
• Risco Operacional;
• Risco de Câmbio ;
• Risco Soberano;
• Risco de Liquidez;
• Risco Legal.
de capitais, que são identificados por meio da poupança disponível em poder dos
agentes econômicos e direcionados para os setores produtivos carentes, mediante
intermediários e instrumentos financeiros. O autor registra que o Sistema Financeiro
Nacional foi estruturado e regulado pela Lei de Reforma Bancária (1964), Lei do
Mercado de Capitais (1965) e, mais recentemente, pela Lei que cria os Bancos
Múltiplos (1988). Nesse contexto, para Assaf Neto, uma possível estrutura do Sistema
Financeiro Nacional envolve dois grandes subsistemas:
• Normativo:
• Operativo ou de intermediação:
• Autônomos de Investimento;
A estrutura do Sistema Financeiro Nacional - SFN ainda pode ser descrita por
seus órgãos normativos, entidades supervisoras e operadores, como ilustra o Banco
Central do Brasil – Bacen, através da figura 2.
Sua sede fica em Brasília, capital do país, e tem representações nas capitais
dos Estados do Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais,
Bahia, Pernambuco, Ceará e Pará.
A Comissão de Valores Mobiliários - CVM também é uma autarquia
vinculada ao Ministério da Fazenda, instituída pela Lei 6.385, de 7 de dezembro de
1976. É responsável por regulamentar, desenvolver, controlar e fiscalizar o mercado de
valores mobiliários do país. Para esse fim, exerce as funções de:
2 MERCADO DE CAPITAIS
• a Lei nº 6.404/76 - Lei das Sociedades Anônimas – trata das regras que
regem as sociedades anônimas, até então reguladas por um antigo
Decreto-Lei de 1940;
emprestadas por uma corretora, ou tomar dinheiro emprestado numa corretora para a
compra de ações.
As operações com o Banco de Títulos são serviços de empréstimo de títulos,
disponível por meio do sistema eletrônico, no qual os participantes da Custódia
Fungível, atuando como doadores e tomadores, podem registrar suas ofertas, bem
como efetuar o fechamento de operações de empréstimo.
A BOVESPA instituiu o Clube de Investimento, que é um instrumento de
participação dos pequenos e médios investidores no mercado de ações, que pode ser
administrado por uma sociedade corretora, distribuidora, banco de investimento ou
banco múltiplo com carteira de investimento. A participação é feita pela aquisição de
quotas iguais, representativas de uma parcela do patrimônio do clube e sua
rentabilidade depende do desempenho dos títulos componentes de sua carteira. Difere-
se dos fundos mútuos pelo limite de participantes (máximo de 150), sendo que é
assegurado a cada membro o direito de aumentar o número de suas quotas, por novos
investimentos, até o limite máximo de 40% das quotas existentes e pela possibilidade
de participação na gestão dos recursos da carteira do clube.
A BOVESPA também criou o Clube de Investimento – FGTS, que caracteriza-
se pelo condomínio constituído exclusivamente por pessoas físicas, que o utilizem para
aplicar parcela de seu Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS, na aquisição
de cotas de Fundos Mútuos de Privatização - FGTS. As cotas do Clube de Investimento
- FGTS correspondem a frações ideais em que se divide o seu patrimônio, assumindo a
forma escritural e assegurando a seus detentores direitos iguais.
Entre outras operações do Mercado de Capitais, existem os Fundos de
Investimento. Entre os tipos de fundos negociados em Bolsa de Valores, estão:
mercado. A principal característica do RCSA é que ele permite que o investidor compre
ou venda um conjunto de ações por meio de uma única operação.
As operações com Ativos Privados de Renda Fixa estão representadas
pelas Debêntures, conversíveis em Ações, ou seja, títulos emitidos por sociedades
anônimas, representativos de parcela de empréstimo contraído pela emitente com o
investidor, a médio e/ou longo prazos, garantidos pelo ativo da empresa. No caso de
debêntures não conversíveis, o empréstimo é liquidado normalmente no prazo previsto.
Quanto às debêntures conversíveis em ações, o investidor poderá, em prazos
determinados e sob condições previamente definidas, optar pela conversão de seu
valor em ações, incorporando-o ao capital da sociedade emitente. As condições
pertinentes à emissão, prazos, resgates, rendimentos, conversão em ações e
vencimento de debêntures são obrigatoriamente fixados em assembléia geral de
acionistas.
Ainda existem as operações de “Commercial Papers”, títulos de emissão de
sociedades anônimas abertas, representativos de dívida de curto prazo (mínimo de 30
e máximo de 360 dias).
As Letras de Câmbio são emitidas por sociedades de crédito, financiamento
e investimento, para captação de recursos para financiamento da compra de bens de
consumo durável ou do capital de giro das empresas, são lançadas na forma
nominativa, têm renda fixa e prazo certo de vencimento.
Os Bônus são títulos emitidos por uma sociedade anônima de capital aberto,
dentro do limite do capital autorizado, que confere a seu titular, nas condições
constantes do certificado, direito de subscrever ações, que será exercido contra
apresentação do bônus à companhia e pagamento do preço de emissão.
As Letras Imobiliárias são títulos emitidos por sociedade de crédito
imobiliário, com garantia da Caixa Econômica Federal, para a captação de poupança
destinada ao Sistema Financeiro da Habitação.
Ainda temos as Cadernetas de Poupança, emitidas nominativamente por
sociedade de crédito imobiliário, associações de poupança e empréstimos e caixas
econômicas estaduais e federal, com o objetivo de captar recursos para o
financiamento de construtores e adquirentes de imóveis. As aplicações são corrigidas a
32
cada período de 30 dias pela Taxa Referencial (TR) do período e remuneradas com
uma taxa de juros de 0,5% ao mês. Podem ser resgatadas sem perda da remuneração
a cada “aniversário” de 30 dias, a partir da data da aplicação.
Os Certificados de Depósito Bancário – CDB são títulos representativos de
depósitos a prazo determinado, emitidos por bancos de investimentos e comerciais,
negociáveis antes de seu vencimento, por meio de endosso. Segundo a remuneração
oferecida, podem ser pós ou pré-fixados. Os CDBs prefixados estabelecem a priori a
taxa de remuneração pelo período do investimento. Os CDBs pós-fixados são
remunerados por uma taxa de juros aplicada sobre o valor do investimento corrigido
pela TR ou IGP-M do período da aplicação.
Os Recibos de Depósito Bancário – RDB têm as mesmas características
do CDB, com a diferença de não serem negociados em mercado.
o órgão onde são realizadas a compra e venda de mercadorias como boi, ouro, soja,
café e outros contratos futuros.
O Mercado spot ou futuro negocia operações de termos para compra ou
venda de ativos para entrega futura ou a vista, que podem ser negociados nas bolsas
de valores ou mesmo na BM&F. Um exemplo são as operações com Derivativos,
instrumentos financeiros originados de um outro ativo para liquidação em uma data
futura. Seus valores e características de negociação estão relacionados a um ativo
predeterminado (dólar, ações). Essas operações não exigem liquidação financeira no
momento do fechamento. A liquidação é feita por diferença de preços em uma data
futura. Exemplos de derivativos: Swap, Opções, Futuro e Termo.
O termo "swap", que em inglês significa troca, é usado para definir uma
operação de mudança de indexadores financeiros. Essa estratégia visa a uma proteção
que pode ser usada por detentores de ativos (créditos a receber, títulos financeiros,
etc.) ou passivos (dívidas) que estejam atrelados a um determinado indexador (IGPM,
TR, CDI, dólar, entre outros) contra o comportamento desfavorável desse indexador
original em relação a qualquer outro. Essas operações não envolvem movimentação de
dinheiro quando de sua contratação. Os ajustes, quando necessários, são realizados na
data de seu vencimento. Dessa forma, imagine um investidor que tenha em sua carteira
um título de renda fixa, cuja remuneração esteja vinculada ao comportamento futuro do
IGPM e este aplicador sinta-se desconfortável quanto ao comportamento provável
desse título, se comparado ao que poderia ser observado, caso o balizador fosse, por
exemplo, o CDI. O investidor poderá fazer uma operação de "swap" de modo a
"transformar" a operação, que inicialmente havia sido indexada ao IGPM, para uma
nova, de mesmo prazo, só que agora atrelada ao CDI. O mesmo exemplo poderia ser
dado, envolvendo trocas de indexadores como TR por dólar, dólar por IGPM e assim
por diante.
As operações denominadas como Hedge são aquelas que se realizam
visando proteger (a palavra hedge, em inglês, na linguagem de mercado financeiro,
significa proteção) uma determinada posição, ativo ou investimento, contra os efeitos de
uma possível mudança nas condições de mercado. As operações de hedge podem ser
feitas em vários mercados: futuro de juros, dólar, de índice de ações. Podem ser
34
3 GOVERNANÇA CORPORATIVA
a) Transparência;
c) Equidade.
acionistas. Isso não quer dizer que os conselheiros devem dirigir a companhia
exclusivamente pelos interesses de curto prazo dos acionistas atuais, mas do atuais e
futuros, mantendo a properidade sustentada da empresa (LODI, 2000, p. 64).
Ainda segundo Lodi (2000, p. 63 e 64), o Comitê Cadbury, uma iniciativa do
sertor privado, foi um marcador e um pioneiro importante sobre a Governança
Corporativa para a implementação de recomendações feitas pelos Relatórios Cadbury e
Greenbury. Foi designado como seu chaiman Sir Ronald Hampel, presidente do
Conselho da ICI – Imperial Chemical Industries e, por isso, ficou conhecido como a
Comissão e o Relatório Hampel. Esse relatório foi divulgado em janeiro de 1998. O
Relatório Hampel ampliou as recomendações dos trabalhos anteriores em alguns
aspectos:
capital internacional e desejam estar listadas nas bolsas de valores de Nova Iorque e
Londres, devem adequar-se rapidamente aos princípios de governança corporativa e,
com esse intuito, os relatórios Vienot, ligados à atuação do Banco Societé Gerenale,
emitiram recomendações para as melhores práticas de governança corporativa.
Entre os sistemas de governança corporativa, os mais desenvolvidos são os
modelos dos Estados Unidos, Reino Unido e Alemanha. Os Estados Unidos e o Reino
Unido focam a proteção dos acionistas ou investidores institucionais, pois nesses
países o mercado de capitais é significativamente desenvolvido. O modelo alemão está
focado no equilíbrio dos interesses dos stakeholders, o mercado de crédito alemão é
muito superior ao desenvolvimento do mercado de capitais e, por esse motivo, os
credores têm maiores direitos que os acionistas, além dos valores sociais e a gestão
participativa serem exigidos pela estrutura organizacional das empresas. O Japão está
em nível intermediário, onde credores e acionistas devem ser protegidos, no entanto, as
medidas para adoção de princípios de governança corporativa são mais amenas face
os códigos elaborados nos Estados Unidos e Reino Unido.
Os demais países, a exemplo do Brasil, onde a maior parte dos investimentos
são internos e/ou de origem estatal, apresentam grande concentração da propriedade e
seus mercados, tanto de crédito quanto de capitais. Esses ainda não desenvolvidos
plenamente caminham com maior lentidão na adoção de princípios formais nas práticas
de governança corporativa.
a) As privatizações;
46
c) O impacto da globalização;
A criação do Novo Mercado brasileiro tem sido recebida com entusiasmo por
investidores, empresas, órgãos reguladores e governo. O autor afirma que é importante
notar que essa iniciativa marca uma mudança na postura da parte da Bovespa – Bolsa
de Valores de São Paulo. Como o contrato de adesão ao Novo Mercado é administrado
pela Bovespa, essa instituição passa a ser guardiã das práticas de Governança
Corporativa, logo, o Novo Mercado funciona como um selo de qualidade, cujo valor
reside nas obrigações contratuais assumidas pela empresa e na maneira como a
Bovespa administra tais contratos.
Diante dos incentivos mencionados nos parágrafos anteriores, cria-se espaço
para as chamadas práticas de Governança Corporativa, o que está levando as
companhias brasileiras a reverem seu estágio nesse aspecto. Profissionais e o próprio
mercado se imbuíram dessa cruzada.
Segundo Drucker (2001, p. 17-24), o século XXI será a era das alianças.
Nessa era, a cooperação entre organizações sem fins lucrativos e empresas comerciais
crescerá com frequência e importância estratégica.
53
Para Magalhães e Aguiar (2004, p. 4), o espaço criado pelo Terceiro Setor
configura-se, então, como aquele de iniciativas de participação cidadã. As ações que se
constituem nesse espaço são tipicamente extensões da esfera pública, não executadas
pelo Estado e caras demais para serem geridas pelos mercados. Para os autores, é
importante explicar que “benefícios coletivos”, que compõem a caracterização do Setor,
não correspondem necessariamente a “benefícios públicos”.
Muitas organizações do Terceiro Setor visam promover benefícios coletivos
privados. Esse caso corresponde ao de organizações visando à ajuda mútua e que
pretendem defender interesses de um grupo restrito de pessoas, sem considerável
alcance social.
As organizações de caráter público, de outro lado, estão voltadas para o
atendimento de interesses mais gerais da sociedade, produzindo bens ou serviços que
tragam benefícios para a sociedade como um todo. (MAGALHÃES E AGUIAR, 2005, p.
5).
Os autores acrescentam ainda que as organizações que atuam efetivamente
em ações sociais, na busca de benefícios coletivos públicos, e que podem ser
consideradas como de utilidade pública são capazes de auxiliar o Estado no
cumprimento de seus deveres, atentando para as desigualdades vigentes no país e
incapacidade do Estado de desempenhar com eficiência as atividades que lhe são
atribuídas. Por outro lado, é difícil definir em que medida as organizações de benefícios
mútuos ou privados não exercem uma ação relevante à sociedade, pois os grupos que
as compõem e a maneira como atuam podem ser de significativo destaque social.
Nesse contexto é que inserimos o conceito das organizações sociais de
saúde. O texto produzido pelo Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado de
1995, a organização social foi caracterizada no Brasil, como entidade de interesse
social e de utilidade pública, associação civil sem fins lucrativos.
De acordo com Ibanez et al (2001, p. 3), essas organizações surgiriam
qualificadas de pessoas jurídicas de direito privado nas atividades de: ensino, pesquisa
58
Dowbor (2002, p. 56) defende que o terceiro setor aponta para a necessidade
de uma revisão dos paradigmas segundo os quais a sociedade se gere, pois eles
estariam ainda impregnados pela visão de que organizar a participação da sociedade
civil representa apenas uma forma de desresponsabilizar o Estado:
CONSIDERAÇÕES FINAIS
primeiro, segundo ou terceiro setor. Não existem restrições nas aplicações dos
fundamentos das boas práticas de Governança Corporativa, logo, os gestores podem
ser fomentadores e replicadores desses princípios que mitigam os conflitos de interesse
e promovem a perenidade das organizações.
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REFERÊNCIAS