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Prof: Márcio Mendes
Nascimento:
Fernando António Nogueira Pessoa nasceu no nº4 do 4º andar esq. do largo de São Carlos,
Lisboa, pelas 15:30 do dia 13/06/1888.
Relações Familiares:
-conheceu Ophélia Queiroz no escritório (Félix, Freitas e Valladas);
-começa a escrever cartas a Ophélia e começam a namorar;
-morte do irmão em 1894;
-teve 5 meios-irmãos.
Atividades Profissionais:
-trabalhou como tradutor técnico;
-ensaísta e critico literário na revista “Águia”;
-passa a colaborar com a revista “Presença”.
Formação/Educação:
-curso de letras (abandonou o curso)
Áreas de interesse:
-poesia;
-ocultismo;
-astronomia.
Morte:
-morre em Lisboa no dia 30/11/1935 vitima de cirrose épatica.
Obra de Fernando Pessoa
O fingimento artístico;
Crendo na afirmação de que o significado das palavras está em quem as lê e não em quem
as escreve, Fernando Pessoa aborda a temática do “fingimento”; o poeta baseia--se em
experiências vividas, mas transcreve apenas o que lhe vai na imaginação e não o real, não
está a sentir o que não é real. O leitor é que ao ler, vai sentir o poema.
A dor de pensar;
O poeta não quer intelectualizar as emoções, quer permanecer ao nível do sensível para
poder desfrutar dos momentos, a constante intelectualização não o permite. Sente-se como
enclausurado numa cela pois sabe que não consegue deixar de raciocinar. Sente-se mal
porque, assim que sente, automaticamente intelectualiza essa emoção e, através disso, tudo
fica distante, confuso e negro. Ele nunca teve prazer na realidade porque para ele tudo é
perda, quando ele observa a realidade parece que tudo se evaporou.
Pseudónimos/Heterónimos:
Os heterónimos são concebidos como individualidades distintas da do autor, este criou-lhes
uma biografia e até um horóscopo próprios. Encontram-se ligados a alguns dos problemas
centrais da sua obra: a unidade ou a pluralidade do eu, a sinceridade, a noção de realidade
e a estranheza da existência. Traduzem a consciência da fragmentação do eu, reduzindo o
eu “real” de Pessoa a um papel que não é maior que o de qualquer um dos seus heterónimos
na existência literária do poeta. São a mentalização de certas emoções e perspectivas, a sua
representação irónica. De entre os vários heterónimos de Pessoa destacam-se: Alberto Caeiro,
Ricardo Reis e Álvaro de Campos.
Segundo a carta de Fernando Pessoa sobre a génese dos seus heterónimos, Caeiro (1885-
1915) é o Mestre, inclusive do próprio Pessoa ortónimo. Nasceu em Lisboa e aí morreu,
tuberculoso, embora a maior parte da sua vida tenha decorrido numa quinta no Ribatejo,
onde foram escritos quase todos os seus poemas, sendo os do último período da sua vida
escritos em Lisboa, quando se encontrava já gravemente doente (daí, segundo Pessoa, a
“novidade um pouco estranha ao carácter geral da obra”).
Não desempenhava qualquer profissão e era pouco instruído (teria apenas a instrução
primária) e, por isso, “escrevendo mal o português”. Era órfão desde muito cedo e vivia de
pequenos rendimentos, com uma tia-avó.
Caeiro era, segundo ele próprio, «o único poeta da natureza», procurando viver a
exterioridade das sensações e recusando a metafísica, isto é, recusando saber como eram as
coisas na realidade, conhecendo-as apenas pelas sensações, pelo que pareciam ser. Era assim
caracterizado pelo seu panteísmo, ou seja, adoração pela natureza e sensacionismo. Era
mestre de Ricardo Reis e Álvaro de Campos, tendo-lhes ensinado esta “filosofia do não
filosofar, a aprendizagem do desaprender”.
Ricardo Reis nasceu no Porto, em 1887. Foi educado num colégio de jesuítas, tendo recebido,
por isso, uma educação clássica (latina). Estudou (por vontade própria) o helenismo, isto é,
o conjunto das ideias e costumes da Grécia antiga (sendo Horácio o seu modelo literário). A
referida formação clássica reflete-se, quer a nível formal, quer a nível dos temas por si
tratados e da própria linguagem utilizada, com um purismo que Pessoa considerava
exagerado.
Álvaro de Campos, nasceu em Tavira em 1890. Era um homem viajado. Depois de uma
educação vulgar de liceu formou-se em engenharia mecânica e naval na Escócia e, numas
férias, fez uma viagem ao Oriente (de que resultou o poema “Opiário”). Viveu depois em
Lisboa, sem exercer a sua profissão. Dedicou-se à literatura, intervindo em polémicas
literárias e políticas. É da sua autoria o “Ultimatum”, manifesto contra os literatos instalados
da época. Apesar dos pontos de contacto entre ambos, travou com Pessoa ortónimo uma
polémica aberta. Protótipo da defesa do modernismo, era um cultivador da energia bruta e
da velocidade, da vertigem agressiva do progresso, de que a Ode Triunfal é um dos melhores
exemplos, evoluindo depois no sentido de um tédio, de um desencanto e de um cansaço da
vida, progressivos e Auto irónicos.
Representa a parte mais audaciosa a que Pessoa se permitiu, através das experiências mais
“barulhentas” do futurismo português, inclusive com algumas investidas no campo da ação
político-social.
Destaca-se ainda o semi-heterónimo Bernardo Soares (semi "porque - como afirma o seu
próprio criador - não sendo a personalidade a minha, é, não diferente da minha, mas uma
simples mutilação dela. Sou eu menos o raciocínio e afetividade."), ajudante de guarda-
livros que sempre viveu sozinho em Lisboa. Desde 1914 que Pessoa ia escrevendo fragmentos
de cariz confessional, diarístico e memorialista aos quais, já a partir dessa data, deu o título
de Livro do Desassossego - obra que o ocupou até ao fim. É neste livro que revela uma lucidez
extrema na análise e na capacidade de exploração da alma humana.
Está dividido em três partes, com uma nota preliminar antecedendo-as. Todas elas, incluindo
a nota preliminar, possuem epígrafes em latim. A primeira, Brasão, utiliza os diversos
componentes das armas de Portugal para revisitar algumas personagens da história do país.
A segunda, Mar Português, debruça-se sobre a época das grandes navegações, batendo à
porta de figuras como o Infante D. Henrique, Vasco da Gama e Fernão de Magalhães, mas
não se limitando a elas. A terceira, O Encoberto, é a parte mais marcadamente simbólica e
sebastianista, voltando ainda a falar de outras figuras da história de Portugal. O termo "O
Encoberto" é uma designação ao antigo rei de Portugal D. Sebastião, o que demonstra
sebastianismo. Sendo também uma desintegração, mas também toda ela cheia de avisos,
fortes pressentimentos, de forças latentes prestes a virem à luz: depois da noite e tormenta,
vem a calma e a antemanhã (estes são os tempos).
Estes 44 poemas agrupados em 3 partes, representam as três etapas do Império Português:
Nascimento, Realização e Morte, seguida de um renascimento.
Brasão – informações sobre a formação da nacionalidade, heróis lendários e históricos.
Mar Português – descobertas, aventura marítima, conquista do império, (Deus quer, o
Homem sonha, a Obra nasce: Tudo vale a pena se a alma não é pequena) ânsia do
desconhecido e esforço heróico da luta com o mar.
O Encoberto – morte das energias de Portugal simbolizada pelo nevoeiro. Afirmação do
Sebastianismo. País na estagnação à espera do ressurgir, do aparecer da Nova Luz (Quinto
Império).