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Biografia de Amadeo Souza-Cardoso

Amadeo de Souza-Cardoso nasceu a 14 de


novembro de 1887, em Manhufe, no concelho de
Amarante, e faleceu precocemente a 25 de outubro de
1918, com apenas 30 anos.
Nasceu no seio de uma família burguesa
formada mas rural. Contando com nove irmãos, este
artista frequentou o Liceu Nacional de Amarante e o de
Coimbra. Ingressou em 1905 no curso preparatório de
desenho, na Academia Real de Belas-Artes em Lisboa. É
na Capital que desenvolve a atividade de desenhador e sobretudo de caricaturista,
desde logo apoiada e apreciada pelo seu amigo Manuel Laranjeira.
No ano seguinte, em 1906, emigrou para o famoso bairro de Montparnasse, em
Paris.
O ambiente artístico desta cidade influenciou muito o seu destino, abrindo-lhe
o caminho da pintura.
A 6 de Janeiro de 1907, Amadeo desenha a ementa de um jantar importante
em Paris e nela coloca a caricatura de todos os comensais. No dia 13 de Janeiro este
desenho é publicado no jornal portuense “O Primeiro de Janeiro”. Desiste, assim, da
Arquitetura para se dedicar inteiramente à pintura.
Ainda nesse ano conhece Lúcia Pecetto, com quem viria a casar em Portugal, no
ano de 1914.
Em 1912 Amadeo de Souza-Cardoso publica o álbum “XX Dessins” com prefácio
de Jerôme Doucet. Desenha e ilustra o manuscrito de “La Légende de Saint Julien
L’Hospitalier” de Flambert. Expõe no XVIII Salon des Indépendants (Paris) e no Salon
d’Automme (Paris).
No ano seguinte, participa no Armory Show, em Nova Iorque, com oito
trabalhos, exposição essa repetida em Chicago e Boston.
Apesar de ser uma figura importante do modernismo em Portugal, nem sempre
este artista foi compreendido pelos portugueses. De facto, na sua primeira exposição,
em 1916, as pinturas causaram escândalo entre os portugueses, chegando mesmo a
ser agredido.
Contemporâneo de pintores como Apollinaire, Picasso e Modigliani, com quem
estabeleceu uma relação de amizade, Amadeo
revelou-se o vanguardista, o experimentalista, o
pintor inquieto que procurava o que era novo.
Durante 10 anos produziu intensamente
como se, no seu íntimo, soubesse que a sua vida
seria curta demais para o seu talento.
Só em 1983, com a abertura do Centro de
Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian, se
tornou possível um acesso permanente e se
divulgou convenientemente a sua obra.

Beatriz Azevedo Costa, n.º3, 6.º 31

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