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SCN, Quadra 01, Bloco F nº 79, Edifício America Office Tower, Salas 1217 a 1219 – Brasília DF - 70711-905 -
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vêm diante Vossa Excelência, por intermédio de seus advogados abaixo subscritos e
firmados, devidamente constituídos, perante esse Colendo Supremo Tribunal Federal,
com fundamento nos artigos 5º, LXIX e 102, I, ‘d’, ambos da Carta Magna/88, assim
como na Lei nº 12.016, de 2009, interpor
1. - OS FATOS
SIM: 131;
NÃO: 307.
2.– DO DIREITO
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MS 24.041-DF, rel. Min. Nelson Jobim, 29.8.2001.(MS-24041)
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OLIVEIRA, Marcelo Andrade Cattoni de. Devido Processo Legislativo: uma justificação democrática do
controle jurisdicional de constitucionalidade das leis e do processo legislativo. 3. ed. rev. ampl. e atual. Belo
Horizonte: Fórum, 2016, p. 131.
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J.J. Canotilho, José Afonso da Silva, Celso Ribeiro Bastos, Ives Gandra, Henrique Savonitti, Manoel
Gonçalves Ferreira, Alexandre de Moraes, Ivo Dantas, Uadi Lammêgo, dentre outros.
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BASTOS, Celso Ribeiro. Curso de Direito Constitucional. Saraiva. 23ª ed., p. 363.
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CANOTILHO, J.J. Gomes outros autores. Comentários à Constituição do Brasil. Saraiva Educação. 2018.
6 BULOS, Uadi Lammêgo. Constituição Federal Anotada. Saraiva, 12ª ed. 2017.
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7 Magalhães, Roberto Barcellos. Comentários à Constituição Federal de 1988. Vol. 1. Lumen Juris. 1997.
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No mesmo sentido, a melhor doutrina pátria entende que os direitos
ao devido processo legislativo e ao devido processo constitucional devem ser garantidos
pela Jurisdição Constitucional, como garantia dos direitos fundamentais como condições
jurídicas de institucionalização da democracia . 2
2.2. – Da Tempestividade
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OLIVEIRA, Marcelo Andrade Cattoni de. Devido Processo Legislativo: uma justificação democrática do
controle jurisdicional de constitucionalidade das leis e do processo legislativo. 3. ed. rev. ampl. e atual. Belo
Horizonte: Fórum, 2016, p. 131.
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Trata-se de ato complexo do Exmo. Presidente da Câmara que em
flagrante inconstitucionalidade, e agindo com abuso de direito - apesar dos apelos dos
autores -, negou provimento a recurso e deu inconstitucional trâmite na Câmara dos
Deputados ao PL 1.645, de 2019, não remetendo ao projeto para o constitucional
trâmite no foro constitucionalmente competente, o Plenário da Câmara dos Deputados.
Deste modo, cerceou o direito líquido e certo dos impetrantes de ver o projeto
apreciado, ao invés de cessar, como devia e imediatamente, o trâmite da referida
proposta de legislação perante as comissões.
2.4. – Da Competência
2.5. – DO MÉRITO
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deputados impetrantes é necessária a análise de constitucionalidade, ou da
conformidade da apreciação desse “recurso” através verificação das competências das
Casas do Congresso Nacional, especialmente em face das regras do art. 58, §2º, inc. I da
CF/88. Para a verificação da regularidade da competência conclusiva de comissão na
apreciação do PL 1645, exige-se, antes, a interpretação de regras constitucionais e não de
interpretação de normas regimentais. A ofensa direito líquido e certo é em face de
norma constitucional.
constitucional de legislar.
dizer, “uma divisão de trabalho para facilitar a tarefa da assembleia”. Pelo tanto
constitucionalizado as comissões legislativas brasileiras exercem excepcional poder
legiferante, conforme definido no art. 58, §2º, inciso I da Constituição Federal:
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J.J. Canotilho, José Afonso da Silva, Celso Ribeiro Bastos, Ives Gandra, Henrique Savonitti, Manoel
Gonçalves Ferreira, Alexandre de Moraes, Ivo Dantas, Uadi Lammêgo, dentre outros.
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BASTOS, Celso Ribeiro. Curso de Direito Constitucional. Saraiva. 23ª ed., p. 363.
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(…)
§ 2º Às comissões, em razão da matéria de sua competência, cabe:
I - discutir e votar projeto de lei que dispensar, na forma do regimento, a
competência do Plenário, salvo se houver recurso de um décimo dos
membros da Casa; (destacado)
apreciar projetos pelas comissões das Casas legislativas e da competência exclusiva dos
regimentos internos para disciplinar quais matérias e atribuições ficarão ao cargo das
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CANOTILHO, J.J. Gomes outros autores. Comentários à Constituição do Brasil. Saraiva Educação. 2018.
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comissões, conclui que a competência é do Plenário e que ela poderá ser retomada pelo
pedido do 10% dos membros, conforma consta do inciso I do §2º do art. 58.
delegação interna, uma vez que não necessita de ato concreto de delegação de poder,
promanando de norma constitucional que já tira do Plenário sua competência legislativa
ordinária, distribuindo-a às diversas comissões temáticas que o substituem em todo o
processo de elaboração legislativa”. Continua asseverando que é “exagerada a
6 BULOS, Uadi Lammêgo. Constituição Federal Anotada. Saraiva, 12ª ed. 2017.
7 Magalhães, Roberto Barcellos. Comentários à Constituição Federal de 1988. Vol. 1. Lumen Juris. 1997.
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SCN, Quadra 01, Bloco F nº 79, Edifício America Office Tower, Salas 1217 a 1219 – Brasília DF - 70711-905 -
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prerrogativa que se concede às comissões que, por definição jurídica, existem para
instruir e opinar e não para deliberar, que é função originária do Plenário e da qual só
ele poderia abrir mão através de delegações eventuais, expressas e específicas”. Como “a
atividade das comissões é meramente técnica e instrutória, nunca final ou decisória do
processo legislativo”, se poderia, quando muito, “impor sua audiência obrigatória como
condição de validade da fase deliberativa, mas nunca permitir-lhes que se substituam na
função soberana do Plenário”. E, ao fim de suas considerações, conclui que a
transferência da competência às comissões não é democrática: é “anti-democrática a
retirada do Plenário de um direito originário para atribuir-lhe mera faculdade de agir”.
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Segundo o dispositivo, não estará dispensada a competência do
Plenário da Câmara dos Deputados se 10% dos deputados federais solicitarem que o
Plenário aprecie o projeto. Ou, de outro modo, a competência da comissão estará
cessada se houver recurso de 10% dos membros da Câmara.
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SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. Malheiros. 23ª ed.
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decentrato), tendo sido introduzida originalmente no Brasil através do §5º do art. 67 da
Constituição de 1946, incluído pela Emenda à Constituição nº 17, de 1965.
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Teve a participação, dentre outros, de Orlando de Carvalho, Miguel Reale, Raul Machado Horta, Ernest
Griffith, Jean Lyon, Oswaldo Trigueiro e Giuseppe Bettiol.
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“ Ainda com o intuito de facilitar a elaboração legislativa, é facultado à Câmara e ao Senado deferir a
comissões especiais o preparo e a votação de projetos definitivos de lei. Ao contrário do regime italiano
(Const. Artigo 72), sómente se admite a delegação interna a comissões especiais e, como nêle previsto, se
resguarda o poder do Plenário de deliberação final sôbre o projeto. Além disso, excluem-se da concessão
autorizada aquelas matérias que, por sua relevância e gravidade, sómente devem ser decididas pela própria
corporação legislativa”. Reforma do Congresso Nacional. Estudo e sugestões do Grupo de Trabalho
designado pelo Presidente do Congresso Nacional. Relator: senador Josaphat Marinho. Diário do Congresso
Nacional (seção II), sexta-feira 5 de Novembro de 1965.pp. 3859/3860.
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Também no instituto original italiano há a possibilidade de devolução
da delegação por um décimo dos membros da Câmara.
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§ 2º Nenhum Deputado poderá fazer parte, como membro titular, de mais de uma Comissão
Permanente, ressalvadas as Comissões de Legislação Participativa, de Segurança Pública e Combate ao
Crime Organizado, de Cultura, de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência, de Direitos Humanos e
Minorias, do Esporte, de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, de Relações Exteriores e de
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pela redação Resolução 15, de 2016), o que, aliado à atual sistemática de negar a
apreciação de projetos de lei pelo conjunto da assembleia, diminui o caráter participativo
e democrático próprio dos Parlamentos. O risco é a centralização nas comissões,
exatamente o mesmo mal que procurou resolver a desconcentração para as comissões.
Necessário, pois, o equilíbrio.
Defesa Nacional, de Turismo, de Integração Nacional, Desenvolvimento Regional e da Amazônia, de Defesa
dos Direitos da Mulher e de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa.
§ 3º Ao Deputado, salvo se membro da Mesa, será sempre assegurado o direito de integrar, como titular,
pelo menos uma Comissão, ainda que sem legenda partidária ou quando esta não possa concorrer às vagas
existentes pelo cálculo da proporcionalidade.
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Na sessão de 06 de novembro o que foi discutido e votado é se a delegação deveria ser
devolvida, quando a Constituição fixa que, pela vontade de 10% dos membros da
Câmara, a delegação já estaria derrogada e o único que restaria a ser apreciado é o
próprio projeto. Ou seja: mesmo já tendo sido derrogada a delegação para a comissão,
tendo sido pautado o “recurso” para ser deliberado – e não, como deveria, o projeto de
lei - o Plenário acabou abrindo mão, abdicando de sua competência.
3. DOS PEDIDOS
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3.1 - DA TUTELA DE URGÊNCIA EM CARÁTER LIMINAR
O perigo de dano resta evidente do fato de que a proposição legislativa pode ter
encerrado seu trâmite a qualquer momento.
Por tais razões, requer-se, a concessão de medida liminar, inaudita altera pars,
para que se determine ao Presidente da Câmara dos Deputados que interrompa o atual
trâmite do Projeto de Lei 1.945, de 2019, enviando a proposição legislativa para a
apreciação perante o Plenário da Câmara dos Deputados. Caso encerrado o trâmite da
proposta na Câmara dos Deputados, seja anulados os atos legislativos, quaisquer deles,
adotados posteriormente à decisão da Sessão de 06 de novembro de 2019.
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comissão(ões), com a ordem de envio imediato ao Plenário da Câmara dos
Deputados do PL 1645, de 2019, para apreciação e votação;
c) No mérito, seja concedida a ordem para reconhecer a violação do direito dos
Autores ao Devido Processo Legislativo Constitucional, confirmando-se a
medida liminar;
d) Sejam anulados todos e quaisquer dos atos adotados pela Presidência da
Câmara dos Deputados, Comissões e qualquer outro órgão interno da
Câmara, tomados posteriormente à interposição do recurso/requerimento nº
55, de 2019, do art. 132, §2º do RICD, de modo que seja restabelecido o
trâmite constitucional do art. 58 da CF/88, com a apreciação do PL 1645 pelo
Plenário da Câmara dos Deputados.
e) Sejam notificadas as autoridades coatoras para prestarem informações no
prazo legal, nos termos do art. 7º, inc. I da Lei nº 12.016/2009;
f) Seja dada ciência do feito à Advocacia Geral da União, nos termos do art. 7º,
inc. II da Lei nº 12.016/2009;
g) Seja notificado o ilustre representante do Ministério Público, para, nos termos
do art. 12 da Lei nº 12.016/2009, opinar acerca da presente demanda;
h) Por fim, requer prazo para juntada das procurações de Marcelo Freixo,
Fernanda Melchiona e Silva e David Michael dos Santos Miranda.
ANDRÉ MAIMONI
OAB/DF 29.498
ALBERTO MAIMONI
OAB/DF 21.144
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