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FUNDAGAO EDITORA DA UNESP rsdn de Conch Carer Aron Mas ds Se Shek intr Pde ost Cato Maes Ne Aver dtr eo Heran Bon Care Cnc Eri cade ‘Aro Ck Wherein Asn de en yin "eros Aen ator Boar Fant Abel Mar Lert Up nt Yorn Trea Ma Sara de Ara a Borges Gamer "ober Keil a (Chine Rab Ebiorient Mae es Pde ANTHONY GIDDENS «| A TRANSFORMAGAO DA INTIMIDADE SEXUALIDADE, AMOR & EROTISMO_ NAS SOCIEDADES MODERNAS Traducio de Magda Lopes = 4 reimpressic Unies? = Cop 1992 by Anthony Cen “Teal rg en ings The Tejomaton of imac ‘Soni, Lae & Erc Moser Sse ‘opr © 1992 deat be 2. ‘inde Ede u UNESP ELD ¢ Ped S08 100950 Sh do = SP F Gasset ‘Te Gaal) 207171 ‘SUMARIO. _ Fee (ott) 2807172 2 6"0 Home page: wwedoranesp be ‘eal eedeore nee alo Inns Je Calo m bea (1) {Camas Hears So Lr, SB) 7 Preficio ‘ils, Atom A antrmate dene: el, mr & ets at op Ipsodon ‘ocedalesmoseru/ Antony Callens rads Se Mala Lape = is Eis da Univer xdalPl, 993 bee ny ei 13 Bxperiencas do cotidiano, relacionamentos, sexualidade LAmor 2. Erma 3 nid Plog) 4 Sem — Apes 27a Eccl a aldo tor ocar 1 Tia TL Telos Semhay sor 6 eo ne veces modem, IL See 47 O amor romintico e oueas ligasses 3016 conser 59 Amor, compromisso ¢ relacionaimento puro Indie psp emt 1, Inia senate Sop 506.7 77 Amor, sexo ¢ outras inelinagdes 2 Solan tuaie Solop 3062 ¢ 99 O significado sociologico da codependéncia 125. Distirbios pessoas, problemas sexu 149° Contradigbes do relacionamento puro ‘Senualdade, repressio, cviliagso 201 23 ‘A iximidade como democracia Indice remissivo PREFACIO ‘Vis pessoasleram ecomentaram 5 prineieos esbogos deste livzo. Tanto quanto permit a minha apacidade, ete levar em consideracto a maior pane das cicaslevantada. Sou especial ‘mente grato as seguntes pessoas: Gran: Barnes, Michele Barret, ‘Teresa Brennan, Monterat Guibernea, Rebecca Hatkin, David Held, Sam Hock, Graham McCann, Feather Warwick, Jey Weeks ¢ wim revisor andnimo da Sanford. Universy Pres GGostaria também de agradecer a Aval Symonds por seu tabalho na preparagio do manuscrto © » Helen Jelfey por sua muito conscinciosa revisio das prov. Pretend produ um livro que fose acessivel maioria das pessoas com interesse em sua leiura, Asim sendo, sempre que Possiveleviteialinguager tcnica, mesmo 20 me dsvia para reas ingelecruais de alguma complexidade,Uslize uma amplavariedade de fontes, mas visando fcitar a leiut,eedusi a um minimo as referéncias eas nots de rodape. Um recurso que ute extensa- mente talver necesite aqui de algum comentiio: a literatura de sutoajuda, Desprezada por muitor, para mim cla ofeece insights ‘de outro modo impossives, eeu me etloco deliberadamente tio roxio do géneve quanto possivel, no éesenvelvimento dos meus | préprios angumentos, INTRODUGAO Sentaldade: tema que poderia paccer uma itclevanciapubli- ‘a ~ questio absorvent, mas essencialrnente privada. Poderia ser também considerada um ftor permanente, pois se tata de um componente bildgico ¢ como tal necssria continuidade das expécies. Mas, na verdade, 0 texo hoje em dia aparece continua ‘mente no dominio pablico e,além disso, fala a linguagem da revolugio. O que se die ¢ que durante as timas décadas ocorrett ‘uma revolugfo sexual a esperangas evolucionarias ttm cone sido & rellexdo sobre a sexuaidade nmitos pensadores, para os ‘quais la representa un reno pocencial éa berdad, nfo maculado pelos limites da cvleagoatual. Como se podria interpreta tis firmagSes! Essa questo impelivane a escrever este livro, Comes a esrevcr sobre sexo. E me depare excrevendo quase outro tanto sobre o amor; e sobre os sgineros masculino e feminine. As proprias obras sobre sexo tendem a una separago por genero. Em alguns dos estos mais nnotives sobre a sentalidade, escrito por homens, noha virwal- mente nenima mencSo 30 amor, ¢ as géneros aparecem como ‘uma espécie de adendo. Arualmente, pda primera vez na historia, as mulheres reivindicam igualdade com os homens, No que st Segue, no tento analisar até que ponto persist as desigualdades| centre os sexos nos dominios econdmico ou politico. Em verdisso, ‘oncentrome em uma ordem emocional em que as mulheres = 26 mulheres comune, que tratam de suas vidoe cotdianas, e também ‘grupos conscenementefeministas ~ foram pionias em m- ddangas de grande ¢ ampla imporancia. Estas dizem respeto ‘essencialmente a uma exploragio das potencilidades do “relacior ‘namento puro”, um telacionamenco de gualdade sexual eerocio- nal, explosivo em suas conoragdes ei relag as formas preexs- tentes do poder do sexo, Aaascenso do amor roméntico proporciona um extudo de caso das origens do relacionamento puro. Durante muito tempo, 0s ‘ideas do amor romncico afesaram mais as aspeagbes das mulheres do que dos homens, embora, ¢ claro, ot homens também tenbam sido influenciados por elas. O ethos do amor romintico (eve um {impacto duplo sobrea stuagdo das mulheres. Por ur lado, ajudou scolocaras mulheres “em seu lugae”- ola. Por outro, entretanto, ‘amor roméntico pode sx encarado como um compromisso ative fe radical com o "machismo" da sociedade modema. O amor romantica pressupde a posibilidade de re extbelecer um vinculo ‘emocional durtvel como outto, tendo como base ae qualidades intrinsceas desse proprio vineulo. Eo precursor do relacionamento puro, embora também permanega em tensto em relaco ace. ‘Acemergtncia do que eu chamo de sexualidadeplistica& crucial paraa emancipacio implica no relacionamento puro, assim con para a reivindieaglo da mulher ao prazer sexual. A sexualidade plistica € sexualidade descentalizada iberta das necessidades de reproduglo. Tem as suas origens na tendéncia, iniciada no final do século XVII, 4 limitagdo rgorosa da dimensio da fal ‘mas tomnaae mais tarde mais deseavolida como resultado da difast da contracepyio moderna e das novastenologas ro dlutivas. A semulidade plistica pode ser caracterizada como urn teago da personalidad , dsse modo, etd intrnsceamente vine Tada ao eu. Ae mesmo tempo, em principio, liber a sexualidade da rege d fl, da importincajctanciosa da experizncia seal smasclina _araansromuagho DAREIMDADE uw ‘As sociedades modemas possuem uma histia emocional secreta, mas prestes a ser completamente revelada. E uma historia das buscas somiais dos homens, martidas separadas de suas identidades pablicas. O controle sexual dos homens sobre a5 mulheres € muito mais que ua caacterstica incidental da vida social moderna, A medida que esse controle comega a fala, ‘observamoe mais claramente revelado 0 cariter compulsivo da seualidade masculina ~« este controle em decliniogeratambem tum fluo crescente da violencia masculina sobre as mulheres. No ‘momento, abrivse um abiemo emocional entre os Sexos, eno se pode dizer com qualquer certera quan tempo ele levaré a ser transpost, ‘Mas as possibilidades radicalizadoras da transformacio da intimidade sio bastante reais, Alguns in declarado que aintimie dade pode ser oprestva ¢ iso pode remente ocorrer se els for tencarada como uma exigéncia de relagic emocionalconstante. No fentanto, se considerada como uma negociagio transacional de vinculos pessoas, estabelecida por iguss, ela surge sob uma luz ‘completamente diferente. A intimidade implica uma total demo- ‘ratizagio do dominio interpesoal, de ama maneia plenamente ‘compatvel com a democracia na esfera publica. 14 também Jimplieagesadicionas. A transformaghoda intimidade podria ser ‘uma influtncia subversiva sobre as insiuigbes modernas como tum todo, Um mundo social em que a realizaglo emocional substiulsse a maximizago do crescinento econbmico seria muito diferente daquele que conhecemos hoje. As mudaneas que atual- mente afew a sexualidade sio, na vegdade, revolucionirias © ‘muito profundas. ‘i EXPERIENCIAS DO COTIDIANO, RELACIONAMENTOS, SEXUALIDADE, in sua novela Before She Met Me Julian Barnes discute © destino de um certo Graham Hendrick, historiadoracadémico, que deixou sun mulher comegou um novo relacionamente com outa, [No inicio do romance, Graham ests com quase 40 ano, ficou 15 casado “na metade da vida", pode “sentir dectinio"- Em uma festa, que sera absolutamente comum, ele conhece Ann, que jt {foi uma ati de flmes mediocres, e depois tornouse compradora cde moda, Por alguma raz, o seu encontro com ela desperta nele ‘ensagdes quase esquecidas de esperanga e excitgto. Sentese “como se slguma linha de comunicagfe ha muito rompida, com alguém de vinte anos aris, de repente se resabelecesse” e ele senese “mals uma ver capaz de loucures.idalsno” ‘Apos uma série de encontros clandestinos, que s transforma ‘em um caso intenso, Graham deixa sua mulher efilho eval morar ‘com Ann, Apés o divério, of dois se asam. O aimago da novela di respeito 4 descoberta progressiva de Graham sobte os amantes| na vida de Ann antes de seu aparecimento. Ela esconde pouca coisa, mak ino fornece espontaneamente qualquer informaso, a menos que ele perguntasse dirtameste. Graham tomase 208 poucor obcecido por uma necessdade de descobrr os dealhes ‘ns do passado de Ann. Assist repetidas vere os pequenos pepéis que Ann desempenhou na tela, tentando surpreender wma troca de clhates ou outros sinais que poderiam indicar que ela © tum determinado homem com quem contracenou tvessem sido amantes, As vees ela admite que teve rlagdes sexuais, mas na ‘maioria nega insistentemente, (O desenvolvimento final da histéria¢selvagem e sua conclusio subverte quase completamente o estilo de humor impassivel em ‘que ¢ escrta a maior parte do livre, Através de uma pesquisa persistente, Graham descobre que seu melhor amigo, Jack = a {quem cle confiou seus problemas em relacio& vida de Ann “antes ‘de me concer” ~ teve um envolvimente sexual com Ann alguns anos antes. Graham combina encontrarse com sett amigo, a pretexto de continvar suas discussdes, mas leva consigo uma fica, tuma *Himina de 15 em, afinando de uma largura de 2,5 em até ‘uma pontaaflada’. A cert altura, quando Jack volta as costs para cle, para se ccupar de algo sem imporcincia, Graham o golpcia (Quando Jack se vita, deseoncertado, Graham the enterra a faca "epatdas vezes, "entre 0 coracio eo genitais”, Depoie de fazer um curatvo em seu dedo, ue cortara durante oassassinato,instal-se fem uma cadeira com os restos de una xicata de café que Jack havia feito para ele. [Nesse meio tempo, cada vez mais preocupaa com a auséncia de Graham, que se extendeu noite adeno, e tendo tlefonado para 1 polica e para os hospitais locas em um exforg infruier para Aescobrieo seu paradeiro, Ann far uma busca naescrvaninha de Graham. Ali encontea documentos qu atestamn as investigagscs ‘compulsivas de Graham sobre o seu passado ~e descobre que ele sabe de seu caso com Jack (0 nico encontio sextal que ela realmente escondeu de Graham). Dirigese 20 apartamento de Jack ¢liencontra Graham, juntamente com ocorpoensangtet Jack. Sem compreender por qu, cla deixa Graham 2 |amarrar seus bragos com um pedaco de io de eeticidade, Graham calcula que este procedimento darlhe tempo sufiente para realizar seu objetivo, antes que ela corr para telefon em busca de ajuda, "Nem cordées de cortna; nem melodrama": pegando a _ATRARSFORAACAO DAINTMIDADE 1s faca, Graham fer um corte profindo de ido a lado de sua propria ‘enganta, Em relagto a Ann - “eleamava Ann, nso havia qualquer clivida sobre iso” - ele calculou mal. Ann se langa sobre o video dde uma janels,gritando ato. Quando a policia chega, a poltrona cath totalmente ensopada de sangue © Graham esti mont. A ‘conclusto dos pardgraos finais do romarceéde que Ann tambén se matou - inadvertidamente ou por quilquer eutro motivo, nio sabemor. Before She Met Me no ¢essencialmente uma novela sobre 0 iame, Enquantoléo material que Graham reuniu sobre ela, Ann reconhece que ciumento “era uma palara que ela ndo tiara tem relagio cle". O importante éque "ele no conseguia lidar com © passado dela”. O final éviolento ~incongruentemente, devido 20 tom melo cbmico do resto do livo - mas fio. A violéncia de (Graham ¢ uma tentativa fustrda de dominagio. Suasorigens so deixadas completamente obscuras pelo novelist, algo que o poe prio Graham desconhece. Or segredos que Graham busca desco- bir na histra sexual de Ann esto ligados 20 inconformisno dela ‘quanto 20 que ele espera de uma mulher - 0 seu passado incompativel com seus ideais. O problema & emocional ele reco- tnhece como ¢ absurdo supor que Ann pudesse tee vida propria antes de to conhecido. Masa sua independéneia sexual, mesmo ‘quando cle ainda no “existi" para el, ¢inacetivel, a al porto {que o resultado final ¢ uma violenta desruigio. Para seu crédito, ‘Graham tenta proteger Ann da violénca que ela provecou nele; mar € daro que de algum modo ela também termina sendo eavolvida ‘ (Os acontecimentor descrtos na nevela sto defi contemporineos; como uma discussio das vidas comuns, anovela no poderia te sido stuada, digatnos assim, hit ‘um século ates. Ela presume um grau signifcativo de igualdade semua e,especifcamente, depende do fo de que hoje ¢comum Tr Tages hd ian Buns, fe Sh Met Me London Pr, 1986 | rants, asim como depois de erminae um envobimento seal “serio”. Flare que sempre houve uma minoria de mulheres para as quis (oi possivel a variedade sexual, e ambém uma cera proporso de igualdade. Mas, em sua maiora, as mulheres ttm sido divididas entre as vieuosas ¢ as perdias, ¢ as “mulheres perdidas" <6 existiram & margem da sociedade respeitivel. Ha ‘muito tempo a *virtude" tem sido definida em termos da recusa cde uma mulher em sucumbie & tentagio sexual, recusn esta mparada por vias protesSesinsitucionai, como o nainore com ‘acompanhante, casamentasforgadose asin por diante. (Os homens, no entant,tém sido tradcionalmente considera dos ~ nfo apenas por si proprios ~ como tendo necessidade de variedade sexual paras side fic Em ger tem sido aceitivel ‘envolvimento dos homens em encontros sexuais multiples antes do casamento, © 0 padeio duplo apse o cxsamento era um fendmeno muito real. Como dit Laweence Stone em seu estudo sobre a histéria do divércio na Inglaterra, até mito recentemente ‘existiu um padedo duplo rigido com respeito 8 experiéncia sexual dos homens ¢ das mulheres. Um tinieo ato de adultério por parte «le wma esposa era “uma violac imperdasvel da lel da propiedad eda ideia da descendenciahereditsvia" ea descoberca puna em glo medidas altamente punitvas. O adulério por parte dos maridos, a0 contritio, era amplamente " fraqucsa lamentivel, mas compreenstel”? "encarado como wma Ein um mundo de fgualdade sexual crescente~ ainda que tal {gualdadeesteja longe de ser complet ~ ambos os sexos so levados a realizar mudancas fandamentas em seus pontos de vista ¢ ein seu comportamento, em rlagfo um a0 outro. Os ajustesexigidos ddas mulheres sto consideriveis, mas no lio, alver pelo fato deo nnovelisa ser um homer, estes ajustes no so nem representados ‘nem retatados com muita simpatia. Barbara, primeira exposa de Graham, ¢ deserta como uina crstir istante, exigent, cujas 2. Lance St The Fale Den, nnd 15301987, ford Unter siren, 180; _ARANSFORDAGAO DA INTMIDADE " atitudes ele ache desconcertantes; embora sinta umn amor consis: tente por Ann, sua compreensia de seus pontos de vista eagoes ‘fo & nem um pouco mais profnda Saria até possvel dizer que, apesar do intensivo trabalho de pesquisa que realizou sobre o pasado de Ann, ele, na verdade, nfo chegou absolutamente a conhecéla Graham tende a tejeitar © comporumento de Barbara © de ‘Ani de uma maneiea tradicional: as mulheres sto sres emaxivos, ‘aprichosor, cis processos de pensarento nfo caminham por linhas raionais. Mas sentecompaixio poramnbas, partcularmeny te por Ann, na acasiso da historia. Sua nova esposa nfo ¢ uma “mulher petdida” e ele no tem qualquer direito de watila como tal, Quando ela val se encontrar com Jack, apds terse casado com Graharn, rej firmemente of avangos dele. Mas Graham no ‘onsegue trar de sua mente a ameaga cue sente do que ocorreu antes deca estar "sob seu controle (© novelistatransmite muito bem a nanuseza experimental & aberta do segunda casamenta de Gala, que difereconsideravel nte do primero, Fca claro que o sev primeiro casamento fo mais um fenémeno que “ocorten nanutalmente", boseado na divisio convencional entre a esposa coméstica e 0 gunhixpio ‘marculino, Coin Barbara, o casamnento era uma coisa convencior ‘al, wna pare da vide flo particularmente compensadora assim ‘como terse umn emprego que no se aprccia muito, mas suportase por dever. Em contrasts, © casamento com Ann ¢ uma série raranse através de todo passado documentado. Durante o doit “ilkimos culo, foram também influenclados peo desenvolvimen- to dos ideals do amor omAntico, mas de um modo diferente do cas mulheres, Aqueles homens que foram muito influenciados por tas ideas de amor foram isolados da maiovia como sendo "romniny ticos", em umm sentido peculiar desse termo. Eles sto, digamos assim, sonhadoresadaados que sueumbiram a0 poder feminino. Tais homens abandonaram a dvisio entre mulheres imaculadas¢ impuras, too central & sexualidade masculina, Apesar disso, @ romntntico nfo trata as mulheres como iguais. Ele 6 0 excravo de ima imulher particle (ou de vistas mulheres em seqdénca) “onatoi sua vida em torno dea, ma a sua submissto no € uma atimde de igialdade. Ele no € realmente um partcipante di txploracio emergente da intimidade, mas, mais que iso, de um regrsso a épocas anteriores. O romintico neste momento no & lquern que intuktivamentecompreendeu a natureza do amor como {um modo de organizar a vida pessoal em elagio colonizago do tempo fituro.e& construg da autoddentidade. Para a maior pare dot homens, 6 amor romintico entra em. conflto com as regras da seducio, Esta observagio evela que a retbrica do amor romntico nfo ¢apenas mais um recurs utlizado pela maioria dos Lotharios.® Desde o inicio das transformagées {ue afeam o casamento e a vida pessoal, os homens em geal fexcluramse do dererwolvimento do dominio da intimidade, As TigaSes entre amor romantico ea intimidade foram suprimidas eo apaixonarse permanecey intimamente vinculado a idéia de {ot Reena Let enone querer osx eT at Pete (i) de Nala ame OTD _ATRANSFORMAGAO.DAIETMIDADE » scr: aceto a mulheres cj video outa ea proteida a qv plo renos una unio forse sand plo comment. Os homens tender a ser “especilisas en amor” apenas oth spo tecnica de sou ou de conguit, Sempre houwe um abso ete os sos em temas da pein, da riago eda cca, "Ess mulheres inpossivs! {Coo crcl em torno den! O pcs extn cet: nao poe iver com elas ou ser els” (Ariston) neato, no stele XK, porate jaca, a muberestorraramse, uma non sexpieobucirtaos homens Tomaramac nisterosy, segundo Feral, devido sor prprioe dacs que bus Ia, que fieram da sexildade fininn um "problem tara a suns docnas como formas de dsalieagiosodal iain dof i Masi aoe ajudando a introduzi ren oe 1m conhect © quot homens dexsjam? Em con etd a epost ten tuo clr» par do slo XX, compre por ios os fe. Or homens sersm sat prante or cuter homens, Genero por compere matin ¢ seco tat de Sailer masculina. Mas, ago 2x0 nasi ere fal a erechne ne de oot sade. Or homens prcurnam otra aoe ne fale een gr cms snp ssa om Brenden qu o rojo eee do cae uma rons {do cncconal do pun pus rojen ina aa cone Ghee 0 fio, Sim confangaemcionl inconscete. as Bere no itera aj reponse busca as ro pens lres, abuse pla auto sdentdade cou disimulada esa no recone depen, O gue homens ques ‘eraalgo que a mulheres, de cera forma, ja havin lcangado; io surpreende que os autores homens, inclusive © narador de My Sect Loe, feassem obcecados plo segedo que somente at tnulheres poderiam revear,e que oacumulo de conquistas mo: tors nto consul, iwitamente, descr. ‘Amor romantico versus amor confluente [Na época atual, 08 ieais de amor romdntico tendem a fag entarae sob a pressio da emancipagio e da autonomia sexual feminina. O confit entre aida do amor romintico eo rlacio- hhamento puto assume vitae formas, cada uma defas tendendo a tornaese cada ver mais revelada A visio gral como um resultado Uda crescent rellexividade institucional. O amor romtatico depen de da identifeagio projtiva, da identifeagio projtva do mous passion, como o processo pelo qual os parceicos potenciais tornat Scattaose, enti, uneme. A projeso cra, aqui, uma sensagio ‘de totaidae com o out, sem davida intensifcada plas diferen {av ertabelecidas entrea masculinidade ea feminilidade, cada uma “clas definida em termos de wina anitese, Os tacos do out si sContecidos” em uma espécie de sentido intuiivo. Mas em outros aspects, a identifica projtiva vai contra 0 desenvolvimento de winidade. A tim icaionarento cot continaydo depend da ‘Revmn de um em eno a nto coo pao chs tenor dear cnn, ee aga modo o epost da de ‘Sik proj, anda que ol Meso, por ves, estab meant te de amor ene yn amor aro comings ots coves em coq com as categoria “pata empe” 00" Midis do amor tocvica- A "scedade sopra edvorcads” de op apuece ago nas como um eto da emergnca do oe err aba dog como sun caus, Quo also amor confer saaidise ns uns psstaliade el masts da bse azo caper cals ona €0"laconarent especial” im contrast com o amor cones, amor rominco tem sido ope equlbrado en eas peer, como reside de ‘Mhuencuss distdas © ano omen lt uo tempo te tnontado ute alice igi, snseca ida de que un ‘tonnes pce devar mito nats doenvelvimento emai {EM de pests do que de crits sodas xeroee. De fo -ATRANSFORUACADDA HITDAIDADE » ‘no entanto, o amor romdntico & completamente desvinculado do poder: Muito feqientemente, os sonhos de ator romnico dat ‘mulheres ttm condusido a urna severa sucio domestica. O amor confluente presume igualdade na doaclo e no reebimento emo clonals, e quanto mais for atsim, qualquer lago amoroso aprox ‘mae muito mais do prottipo do relacionamento puro. Neste momento, 0 amor s6 se desenvolve até o ponto em que se desenvolve a intimidade, att © ponto em que cada parceiro esti preparado para manifestar preoeupagies enecesidades em relagio a9 outro eesti vullnerivel a esse outro. A dependénciaemocional mmascarada dos homens tem inibido a sua propensio ¢ a sua ‘apacidade, para tornarenvse, assim, vulnerives,O ethos do amor romintico tem de certo modo sustenado est orientagio, no sentido de que © homem deseivel tom side com freqiéacia representado como fio ¢ inatingivel. Mas deude que tl amor dissolve estas caractersieas, que si exibcas como una miscaea, 0 reconhecimento da vulnersbilidade emocionsl masculina esta evidentemente presente © amor romantica éum amor sal, mas beta a as enti ‘A satisfagio a ficidade sexs, especialmente na forma fant sada do romance, sto supostamenteprantidae pa orga mii eréticaprovecaa plo anor romiatico. O amor coniuente pl princi ver intodur a a emten no cme d relaconamento conjugal ransfom a els do przer seal reiproo em un elementochave na manutengo ou dssoluo do raconamento. © culivo de hablidadee sexu, a capaciade de, proporcionar ¢ experiment sisi soa, pr pare deambos Ss ses, tran te organs rellexivamente Via tm mulplcidade de fonts de Informa, de aconslhamente de Weitament sex Nas culturas noocidentais, como ja foi mencionado, a ars erotica era em geral uma especilidade feminina, quase sempre limitada a grupos espectfios; as ares ertcas eran cultivadas por concubinas, prosiutas ou pelos membros de comunidades reli fosas minortrias. O amor confluente desenvalvese como um ‘eal em uma socledade onde quase todos tm aoportunidade de tormatemsesexualmente realizados; presume odesaparecimento dd diatinglo entre as mulheres "respeitiveis” e aquelas que de ‘lgum modo estio marginalzadas da vida social ortodoxa, Diferen {edo amor romAntico, «amor confluente no & necessariamente ‘monogimio, no sentido da excusividade sexual. O que mantén. fo relacionamento puto ¢ & aeitagio, por parte de cada un dot parectos, “até segunda ordem’, de que cada um obxena da eas ‘enefcio suficiente que justifique a continuidade. A excluividade sexual tem um papel no relacionamento até 0 ponto em que o: porceios a considerem desejvel ou essen Deveria ser observade mais um contaste multo important lente © amor romlntico € o amor confluente: assim como o| felacionamento pro em geal, amor conflvente no tem ligne specifica com a heterostenualidade. As ideias de romance ténvs testendido ao amor homorsexual, demonstrando, também, cea] infltncia sobre as distingdes de feminilidade © masculinidade desenwolvidas entre paceitos do mesino sexo. Ja observei que o| famor romintico apresentacaracteritcas que tendem a sobrepujt ‘ferenga sental. Apesar dist, ain do amor romantco tems ‘daramente orientado, sobretudo, pelo case heteossexual. © amor] tonflucnte,embora no necessariamente andrdgeno, e ainda tales tstrututada em torno da diferenea, presume um modelo de rer Conamento puro em que € fundamental o conbecimento das] peculiaridades do outro. E uma versio de amor em que a sexual ade de uma pessoa € wn ftor que tem de see negociado como parte de um relacionamento, Por enquanto, quero dear de lado até que ponto, na prea, ‘oamor confluent fa pate atulmente do relacionamento sexual ‘Antes de tudo, tin de ser digeutidos outros aspectose implicagBes {dorelacionamento pur ede sua asociago com a autoadentidade fe autonomia peseoal, Em ta discusso, muito freqdentemente fare so de obras terapéuticas ede manunis de autoejuda ~ embora dde uma manera critica ~ como minha orientaglo. Nao porque foferegam relatos exatos das aleragdes que afetam a vida pessoal tmaioria &constituldaestencialmente de livros ce cater pric € _ATIANSFORNUAGAODA ETDABADE * correspondem a expressées de processo: de reflexvidade que tsboram e ajudamn a conformar. Muito so ambém emancipatce tam para mudangas que poderian iberar os inividuos de influéncias que bloqueiam o seu desenvolvimento autdnomo. Sto textos da nossa época em certo sentido comparives aos ‘manuais medivais de conduta, analisados por Norbert Elias, ou As obras de xiquetautlizadas por Erving Goffinn em seus estudos sobre a norma da interagi. AMOR, SEXO E OUTROS VICIOS peda es ete ete coh ii te farsa ie he Tens emma ener Snel cierareeee scene em one oe See foram modelados diretamente a partir dos Alcodlicos AnSnimos.? Ep retteincemen en Oreo | Individuos concordam antes de tudo em aceitar que esto acome- doe de uma eompultto que so incaphees de controlar. © se es ete ae Pree Ate hr cee ea a Se 1 Seen Chale Dei Talo, Bering Deo, Nov Yr: Sie 199.35 2 He ous orn dar x Sohal Aono ot Sx and Love ‘Adis Asya ss plea heres mun enor BPE ‘mo. Sx Compu Anonymou Ho orniages po mene te _—_——— = _axTHoNY O1DOES dos SAA que comecem com a mesma admisso e dai em diante progeidam em dirego & superaio de sua sueiio As suas neces dades sexs. Ein uma inverso interessante ~e signfiatva~ das tendéncias ‘obsermadas pot Foucault, o¢ proponentes dos SAA, que em ss maior pare nto sio da Area médica tem buscado trata o viciados fem sexo através da medicina, A*condio", propiem cles, deveria ter rdaclonae em manus de dagnstzo como “urtio do {eso sexual hiperativo". idea pode parecer afl ainda mais (que tem decarado que uma proporgéo muito substancial da populace éacometida por ea, Mas pratcamente omesmoncontecs fom a ico do slcool, que segundo ans cileulosatinge cevea de Ygde todos os adultos nos Estados Unidos. Demorou muito tempo pam que alconlismo forse ofcalmente aceito nos cleus medios ‘Como um vio, ainda que ee tenha uma base stolen defini ‘A primeira vista, 0 vicio do sexo podria parecer apenas outra cexcentricidade ~ ou talver um novo modo de se explorar uma tmultidSo de crédulos, uma vee que wma categoria psiquidtrics econhecida pode sjudar as partes iteressadas na qualifiagto para Jnnvestimentos médicos, na eriago de apoto de pesquisa © na sa propria apresentagio como uina nova greta de especalistas. Mas [hs mats coisas em jogo do que poderiasugere tal visto, tanto 8 area espeifica da atividade sexual quanto em um nivel mas amp. ‘Osexo ¢ apenas um dentre um grande nimero de vicios econhe- ‘dos nos tlkimos anos. E possvel alguém se formar viiado, entre ‘Gates colas, em drogas, comida, wabalho, fumo, compras, exe ‘ior, jogo ~ ¢, além do componente especificamente sexi, {ambi em amor e em relacionamentos. Por que oviclo veto & tes tio extensamente comentado no pertodorelativamente recent? Para responder a esta pergunia, que esti relacionada aos meus angumentor na ttalidade do lvro, vamos examina a questio do Jonze ns Dl You Rly Lael Me Ha Sedo Adicio mL ter Moti 1900-agemr em scp do qe seo une Tier mt nen _Aansroniengdo.04 HeTMIDALE » todo sexo onside em qe set, ee qe alum ele um fender eal endo una nosed ae seria Sexo € desejo [Ascher pe tae eee ae spe Carano se verinis moans ae pctonucision cme: ere Senaculniii Odecdn nie ate ae Soe can asso passe ae ee ee srsnaions Armulers qn to! Sank ete mulheres cleaners no como expects nme ran So cae de boc presse emo um one 4 sms vi ede ones Os lance a Crane, psd apace on oti tae a rot i scr des ae ca isis. A pono dorheens ro domino iin aan ‘wurde aa cle de tana denaide Sendo sin, vamos veriiar onde se cog se a Fase for tnd. Comer segundo o destino de Ce jose mar a cna op dee SA tm rego & Mima tSmouse uma dss pripanes dum pros Je enquire vio semalfeminino ralzado por Chote Ris Antes de naira aot SAA deo ess etal - Care ta dat exquitann quanto quae homer qe pds terms prbidae em sun atic de bal conn Set pa ett Sepa errata Sina varetacteecsaiees ‘ert wuts em oe na an 3 ‘tem ann se todas aaa busca calculada de conquists senuais na sua vida privada, Durante o dis, era professoraassstente em uma escola. A noite, Ae vezes assstia outras classes, mas também frequentava bares para “sole: tos" © nos meses anteriores a sua fling aos SAA estvn sex: mente envolvda a0 mesmo tempo com quatro homens diferentes, cada um deles ignorando a existéncia dos outros. El atingiy wma crise em sua vida quando descobriu que, apesar de tomar mais precaugdes do que nunca, havia contraldo uma doenga venrea (pela décirma segunda ver em sua va), Pasa chega até outros que poderiam ter sido infectdes, teria de contatar nfo menos que ‘torze homens com quem esteve sexualmente envolvia em curto period. Fol incapar de fier isso, em parte porque no podia defion: ‘arse com a indignidade de realizar ae chamadas teelOnicas inecessris,e em parte porque estva preocupada que os homens, ‘com quem ela sala regularmente, pudessem descobrie a sua dup cidade em relagio a eles. Gerri descobru a teoria do vicio co sexo ‘quando se deparou com um artigo sobre 0 assunto no jornal local, que mencionava uma clinica de dependéneia sexual no hospital. A ida de ir até clinica passou por sua cabera, mas ‘em ver dso procurou um de sus amigos homens e pasou a noite fazenido sexo com ee, $6 contatou. clinica virios dias mais eae, depois de outro episdio sexual. Geri e sua ima foram a um bat cearranjaram dois homens. Voltando para o seu apartamento com tum dos homens, ela envolveuse em um acidente de auromével Relatou x stra em eado de choque quando chepamos em eat. Meso assim, queria fae seo. Em gr as do sexo ew pin me xq "leno, mas gue noe acon Durante vn, etme rea «dente do exrago. Fil alivaa quando rapae fol emborn de ‘oadrugads. No naires em lo moramente, mas me of ou fed quando cle nao me recto no da segue Eu me ona de Ser com que o homens aac de mi? corey |ATRANSFORNACKO DA RIMDDADE “ Gerri sentia que a sua vida estava fora de controle feqiente- ‘mente pensava em suicdio. Tentou manterse afastala de encon- ntevitios meses aps juntarse ao grupo dos SAA, encaminhou. Nesse meio tempo, fot press ‘a8 autoridades decararam que, antes de conseguir 0 seu emprego como profestora, obteve bene: ficios da Previdencia aos quais nio tinha dteto. A acusagio era dubia, la trnou-se uma espécie de cause tbe loci, reoebendo ‘polo de vias organizagdes dos diteitos dae mulheres, No tribunal, vias outras mulheres acusadas de deitos site lares apareceram antes dela no banca dos réus,e todas foram julgadas culpadas ela, entrctanto, declarou st inocentee finalmery te a acusagio contra ela foi relirada, Gers subseqdentemente {omotse membyro proeminente de um grupo que cotestava casos fem que mulheres que apelavarn para a Prevdéncia Social cram condenadas. Falava na necessdade de se averiguar “como as tmulheres so humilhadas e que daras sentengas reoebem por tentarem sobrevivee”. Nauta por sus dtetos, “pod perceber 0 ‘meu proprio objetivo na vida". “Anteriormente", din ela, "0 sexo ferauma maneia de eu conseguir poder..adinica maneira que ex conhecia" Comegou win nove relacionamento com umn homem, fo morar com ele esforgouse para ndo fear sexualmente envol vida com ninguém mas Seri que Ger estavaagindo da mesma forma que ums longa tsa de homens sedutores,tentandoexpeimentarunayida sexual to varada quanto pudesseconseguit evar? A respos, acho eu, um qualifcao sim. Ela esava envolila em im ero tipo de busca, atraves do uso da sexualidade, que 8 pode sr descr como uma procuafrustada por atoenidade xa tentatva no era a busca do romance convencionl. Bla procuraa aivamente 0s homens, e nem sequeresperacm casa qc ees achamassem, Sua auroestima exava limita @ sua pesca sonal, inchindo « sa reer capacidade para obter e também para proporcionar prazer sexual; «€ mantinha um registro dos homens que hava “conquistado". Mas ha uma tnica desesperada e tigica em sua histria, 6 que também ocorre em experinlas masculinas de um tipo semelhante, mas nesta em geal & menos evident, Hoje em dia pode muito bem existralgumas mulheres que, em muitos pro- ‘lemas psiquicos, adotam algo préximo A attude masculina trad ional em relagto a sexualidade como sendo uma dindmica orgie ninada da sua prépria conduta sexual. Mas se hi tas mulheres, Gert certamente nfo era uma delas, pois seu comportamento cnvolva em grande softimento. Soubese que tanto seu pa quan sua mi eram aleoatras,e seu pai combinava oaleooismo coin ‘uma tendéncia a iras viokentas, que com muita freqaénca cram irgklas contra seus filhos. Abusou sexualmente de todas as suas quatro filhas; Gerri aprendeu a ser “bon” com ele ~ em outras palavras,acetar seus avangos sexuais - para proteger asi mesma © as suas irmas de provaveis sutras, Cea ocasifo, denunciou o seu pai insttuigfo local de proto infincia. Quando wma assistente social visitou sua fanulia, sew pa consepuin convenctla dle que no havia nada erados mas seu pal mais tarde a espancou «cla nunca mais ousou fazer quaisquer outras quenas pablicas Gerri “queria sexo”: esta tentanda integrar uma abertra para novas experiéncas sexuais com as outrasexigtncias de sua Vida, Logo pereebeu que 0 sexo proporconavalhe umn certo controle em um mundo sobre o qual a sua verdadeia influgncia «ra limitada ¢ problematica. Gers consderavaa sua vida absolut ‘mente fsa, © que era realmente veedade: estavaefetivamente se comportando como um homem sewalmente aventurelro, sem o apoio material ou a acitao normativa generalzada, que a maior parte de tis homens tactamente possuet. Ela podia chamer os homens e procurarativamente novos patceros sexuais, mas nio Podiafaciimente buscar um contao sexual al de umn certo ponto, da forma que um homem podia faze. Muitos homens, talves & ‘maior part, ainda consideravam desapropriado eameasador, para as mulheres, comportaremyse em rlaglo a eles do mesmo modo |ATRANSFORUACAD DA RITMIDADE » ‘que cles rotineitamente se comportam em relagho a clas. A necessidade de constante aprovagio sexual tomouse pare do ‘carter de Gers ~ mas ela tinha de buscar tal endosso em ambientes ‘sociaisconttolados pelos homens. ‘A natureza do vicio ‘Annes de decidir se¢ ou nto razovel falar docomportamento ‘de Gerri como sendo um vicio sexual, devo volta» um plano mais ‘eral e considerar 0 que a idea de vcio poder significar. Orig nalmente, 0 conceito de vicio estva vinculade em sia quase totalidade a dependéncia qulinea, 90 sleaol ou a drogas de virios tipos. Uma ver incorporada pela medicina, a ida fi definida ‘como uma patologa sca: © vicio neste sentido referese a ui esto do organisme. Tal concito, no entanto, conde 0 fato de ue o vicio est expresso no comportamento compulsive, Meso no caso de dependéncia quimica,o vcio ¢ medido de facto em termos das conseqdéncias do habito para o controle de um individuo sobre a sua vida e mais as difculdades de se abundonat aquele vio. Toda via social € substancialmente transformada em rota temos modos de atvidade regulares, ate repetinos dia ap di «eque do forma is nossa vidas indviduais, assim como reprodu: em instimigdes maiores parade quae nossa conduta contribu Mas tis roinas no sto todas do mesmo tipo. Cig Nakken cra um conjunto ull dedistingbes entre or paddies de afio, os habitos, as compulsses eos vicios.’ Um padeto ¢ simplesmente ui roi ‘queajuda a organizara vida cotidiana, mas que um individu pode alterar quando necessirio. Assim, uma pessoa pode levar 0 co para passear na maioria das vecs pla manh, mas pode flo 8 noite, se necessério. Um habito € uma forma de comportamento repettivo psicologicamente mais obrigatéria que um padeion de 7. Gig Nabe The Alte Pay, as, Minn Hise 1588. esr Cavin Ci, conduty para alterHlo ou rompélo, & necessirio um esforgo dlistnto da vontade. As auvidades habituaissio com freqdéncia descrtas pela palavea "sempre" = “Eu sempre janto a oito da ‘A-compulsio ¢ uma forma de comportamento que um indiv- duo acha muito die, ou impossvel, paar apenas pelo poder da vontade, © cuja realizalo produ a liberagio de uma tensto. At ‘compuls6es em geralassumem a forma de res pessoas estereo- tipados, assim quando um individo tem de lavarse quarenta ou cinqdenta veres por dia para sentirzelimpo. O comportamento compulsivo est associado a uma sensagiode perda de controle sobre ‘©. pesson pode realizar as age ius em uma especie de estado de trnse, Nio conseguir realise provaca uma crise de ansiedade, (Os vcis sto compulsivos, mas ndo so rita sm importine la; tingem grandes areas da vida de um individu. Um vii incu cada um dos aspectos do comportamenta jd mencionado e mais sina, Pode ser definido como um habito padeonizado compulsi ‘vamente engajado, cuja retirada gera uma ansiedade incontrolvel © vicios proporcionam uma fonte de confort para 0 indivduo, atenuando a ansiedade, mas esta experitncia é sempre mais ou ‘menos tansitoria * Todos os viciossfoestencialmente narcotizane es, mas 0 efito quimico, se existir algum, no & um elemento essencial& experincia do viio. ‘Seguemse algunas caracteristicasexpecfcas dos vicios: 1, O “extase", Nas palavras de Erving Goffinan, © &xtase & aquilo que os individuos buseam quando procuram onde esti a ‘energi? ~ uma experigncaiolada da caractersticas habitus, das cancteristicas mundanas da vida cotdiana, E uma sensagio mo. 'mentinea de exakagio quea pestoa desta quando uma sensagto “especial” ¢ produida - um momento de iberagio. O éxtase ¢4¢ ‘eres, embora nei sempre, uma sensagio de triunfo tambem de | Somton PL ond Aden, New Yorks Now Aen Hay 1975 9 Eo Cofian eta ii, Ln Alen Le, 191 _ATASFOMMAGAO DA ETDAIDADE % relaxamento, Antes de um procesto de vicio, 0 &xtase € uma, ‘experitncia intinsecamente compensadors. Entetanto, uma ver ‘stabelecido 0 padeio,o elemento de libertacto gredomina sobre as caracteisticasinerentes 2 quaisquersensagSes savolvidas, 2. A“dependéncia". Quando uma pesson est vciada em ua ‘experiéncia ou em uma forma de comporumento especfcas, © cesforgo para atingic um éxtase tradurse na necesidade de uma dependéncia. A dependéncia abranda a ansiedade ¢ introdus © individuo na fase narcotzante do vii. A dependéncia¢ pscolo- ficamente necessria, mas mai cedo ou mais tarde ¢sucedida pela depress e plas sensagdes de vaio ciclo tecomesa. 3.0 axtase e a dependencia sto ambos formas de se “sit do 2. Os esforgos habituas do individvoestio temporariamente em ‘estasee parecem remotosa pessoa est, digamos assim, em “outeo mundo” pode encarar as suas atvidades neemais com ut divertimento cinico ou até com desprezo, Mas exes sentimentos ‘sth com freqdénciasjeitos a uma iverso abupta epoderse- iam tansformar em uma sversto eo pedro do vei. Tal design. mento em gel assume a forma de um desespero de que o vio lo poss ser contolado;€algo que oor pest das “melhores itenges" do indidvo. 4. A experitncia do vcio € um afastamento do eu, um abandono temporitio daquela preocupacio rellexiva com a prot ‘lo da autoidentidade,genérca 4 maior parc ds siuagbes da vida ‘otdiana, Algumas formas de ase ~aquelas asogiadas a dxtase teligioso, por exemplo ~relacionam expecificamente a experiénc ‘coma derrot ou com a perda do eu, Nos vciadosentretanto tas sensagies sio em geral uma parte secular do padrio de comport mento; a sensagdo de deslocamento do eu ¢ intaseea A sensagio de iberagto da ansiedade, 5. O sentido de perda do cu ¢ mais tarde seguido por sentimentos de vergonha ede remorso. Os viiosndo so normal- mente formas esiveis de comportamento, nas teedem a aumentar ‘em sua imporancia, Pode ecorter um procesto negativ de real rmentagio em que uma dependénca cadaver maior do comport ‘mento vicado gerando sentimentos crescents de bemestat, mas penicoe autodestuigho, 6. Aexperiéncia do viiad parece muito spec” ena verdade 04, no sentido de que no momen nada ma funciona. Mas, em termos da condiefo psiquiea do indivduo, os vicior so com ffeqinciafancionalmente equivalents. Una pessoa vai lua para Uiberarse de um vio apenas par sucumbiraouto, fe encermada ‘em um novo fadeio de comporaento compulsivo. El ou ele podria assocar duas formas de comporamento vido, asim como bebere fimar muito ou is vezes lla temporariamente um dels para compensa os estagos ausadr pelo outo.O comport mento vicado pode ser “disposto em caine” na composigio psicolgiea do indvidvo, de tl forma que outos tragos de viios ‘menores, ou compulsdes, encubram 0 vicio principal. © fato de os cis tenderem ase fcionalmenteintereambives proporiona ‘um fort apoio &conclusto de que assnalam para uma incapaidade subjacente para enentaecertos ips de sie, 7A perda doen ea autoaversto carncterisias dos vcios nto dvem necessariamente ser idenificadas com aindulgéncia, Todos £08 vicios so patologias da autocliscipina, mas ais desvis podem seguir em duas dregs ~ para a iberago ou pata a contengéo Podemos ver eada uma dessastendéncat express em vicis alimentares que podem assumie a forma de exceso de ingestio compulsima c/ou de fatto anoréxco. Embora a bulimia e a anorexia paegam oporas, 0 oF dois Iados de uma moeda ¢ freqdentementecoenstem como propensées do mesmo individu. Vicio, reflexividade, autonomia do eu [Nos paltes ocidentis, pessoas de diversas camadas soit hd muito tempo vm consuminde deel e também cutras drogs. Mas ‘nfo so chamadas de viiadas. Ato stculo XIX, ingesto regular _ATansFoRAGAO DA ETMIDADE ® do alcool, por exeinplo, #6 era considerada um "problema social” ‘se atingsse a um ponto de levar& desordem pablic. A iden de {que algucm pode ser um viciado data mais cu menos da meade cdo século XIX; 26 mais tarde o termoalcangou uso ger precede tum pouco a difundida aplicacio da express vciado em bebida. ‘A inwengio do viciado, segundo Foucault, éum mecanismo de controle, uma nova rede de "poder/conhecimento”. Mas também determina um patso frente na caminhada para a emergtncia do projetoreflexivo do eu, que ¢ 20 mesino tempo emancipatério © constrangedor. O viciado, antes de tudo, ¢alguém *imoderado", palavea que nfo est relacionada apenas & oxdem publi, mas @ luma recus, a uma aversio dscrta de se aceite 0 proprio destino, (© vicio aponta para um modo peculiar de controle sobre aspectos da vida cotidiana de alguém ~ e também sobre 0 eu. A importincin espectica do vio pode ser considerada do seguinte ‘modo. O vicio deve ser compreendido em termos de uina sociedad «em que a tradigio tem sido mais abandonads do que jamais oe fm que © projeto rellexivo do eu assume correspondentemente ‘uma importincia especial. Quando grandes ieas da via de uma ‘pesos nfo sho mals compostas por padréesc habits preexsten tes, o individuo ¢ continwamente obrigudo 4 negociar opges de cextil de vida. Além disso ~ «isto & crucial - tis escolhas no sto im outa: plavras, as escohas deentilo de vida constituem a narrativa reflesva do eu." 0 fato deo alcoolismo tr sido identificade como uma patolo sa fisica, durante algum tempo desviou a ateafio da relaglo entre ‘vkcio, a excalha do estilo de vida ea autoidentdade. A promessa cmancipatdria que cl carega foi bloqueada att ponto de ele ser percebido como uma doenga como outraquilquer. Maso progra- ‘a inicial dos Alcodlicos Annimos j reconhecia que a recuperae i do vicio signifcava profundas mudangas no esto de vida e tum reexame da autoidentidade, Assim como acontece com a 10, Ary Cin, May ad Sef, Cambie Pai, 191, psicoterapia € 0 aconselhamento, aqueles que feqentam suas reunides encontram uma atmosferaem que nfo existe critica julgamento. Os membros so estimulados a revelar suas preocupa- Bes. temores mais particulars de uma forma aber, sem medo de icarem embaracados ou de receberem uma respotaofensve, O ‘motivo condutordesses grupos @ uma reecrta da nara doe Em uma ordem poscradicional, seo individuo quiser combi nar autonomia pessoal com um sentido de seguranca ontelica, «8 narrativa do eu tem de ser, na verdade, continuamente eelabo- ‘ada, ea ela ainhiadas as priticas do extilo de vida. No entanto, os processos de autoealizacio so muito freqdentemente paris e ‘onfinades. Por iss, ndo surpreende que 0 vicios seam poten ialmente tio abrangentes em sun naturera, Uma ver que @ rellexvidade institucional atinge viewlmente todas as partes da vida social cotidiana, quase todo pedo ou habito pode tornare tum vieio. A idéia do vicio fr pouco sentido em uma cultura tradicional, onde & normal fzerse hoje © que se fet ontem. Quando hi continuidade da tadigio € © que fei ha muito ‘estabelecido, e mmbém sancionado como coretoe adequado, ¢0 sequimento de um determinado padtio social. Difdmente isto poder ser deserito como um vicio; nem exporia as aractersieat ‘specifics do eu. Os individuos no podiam pega escolher, mae ‘também nfo precsavam revelarse em suas ag6es ¢habitos. Por isso, na modernidade tarda, os vicios fo um indiador negativo do'grau de movimento do’ projeto reflexivo do eu em diteglo ao estigio central. S40 modos de comportamento que ppenetram & forge, talver de uma maneima muito importante, naquele projeto, mas recusam-sea sera ce atrelados. Neste sentido, todos sfo prejudiciais ao individuo e ¢ fil pereeber por que © problema de sua superagio ¢ agora to amplamente admitido na literatura terapéutica. O velo ¢ uma incapacidade de administrar © futuro, send assim, transride uma das princlpaisansiedades ‘que os individuos tim de enfrentarreflexivamente. Ted vicio € uma reago defensiva ewan fuga, um econheci- mento da falta de autonomia que lanca uma sombra sobre a ATIANSFORMACAODANTIMIDADE ° ‘compertncta do eu." No caso de compulsses pouco importantes, ‘or sentimentos de vergonha podem limitarse a uma autodepreci 0 branda a uma admissdoirdnica de que "eu parecia estar peso ‘esta droga”. Em formas mais pronunciadas de comportamento compulsivo, integridade do eu como um todo fica ameacada. [Norma socials mais amplas influenciam nuito profandamente ‘num sentido ou em outro. Os viios que sioenfocados de formas rocialmente aceitiveis s8o menos faclmente reconhecidos como tas, seja pelos individu interesados ou pelos outros ~ at, alex, surge algumas sinaagSes de crise. Como em seguida seri ostrado, isso freqentemvente ocorre com ¢ sexo e também com © trabalho, Um viciado em trabalho que ocupa um empeego de presigio pode atar durante muitos anos sem reconhece inti: mente o carder compulsivo de sua atvidace (mais comum nos homens que nas mulheres). Somente quando incervtin outros scontecimentos, a narureza defensiva de sua dedieagao toena-se parente- se, por exemplo, ele sofre una peturbaclo 20 perder (0 seu cargo ou se 0 seu casamento facassa,O trabalho, podese dlzer, tem sido tado para cle, mas em sido também umn “entorpe- ‘imento", uma experincia narcéica prolongada que embota ou- tens necesidads ou aspiragSes que ele no consegue administra ditetamente. Fle ja se acostmou, como se dis, a regularmente perderse em seu trabalho. Implicagdes para a sexualdade [Neste ponto podemos volta questio do ico do sexo. Alguns poderiam estar inclinados a diseuir se © sexo poderia tornarse compulsive no mesmo sentido que o trabalho. Alguém poderia cobjetar que a necessidade de atvidade sexual regular seja um impulse bisico que todos o& adultos possuem; por isso, de algum modo, quate todo mundo ¢ viciado em sexe. Mas a existencia de * -axTHowr cipess lama necessidade ndo governa os meios de sua saciedade. A necessidade de alimentago é amb um impulso element, mas (08 vcis alimentarestémse tornado muito presentes hoje em dia. O sexo & compulsvo, assim como outros padres de comporta: ‘mento, quando 0 comportamento sexual de uma pessoa ¢ govee- nado por uma busca constante de uma dependéncia que, no cenvanto, condus persistentemente a sentimentos de vergonha {nadequagio. No que dt respeito 20 projet rellexivo do eu, vicio € 0 comporamento contraposto a escola, esta obseraglo & tio vilida no caso do vicio do sexo quanto de outras formas de comportimento. ‘A sewuidade compulsiva tem de ser compreendida tendo como pano de fundo cicunssinciae em que a expetfncia sexual tense tornado mais livremente dspontve de que jamais o fo, © ‘em que a identidade sexual forma wina parte central da naretiva do eu, As mulheres querem sexo? E claro que sim, se ito for ‘ompreendido como wma reivindicago limitada &attonomia € & reallzagio sexais. Mas consideremos a enormnidade das mudangas que esta circunstincia presume. Qualqueruin que actdite ue a “hipotese repressiva" no contem verdade podetia refletir sobre © fio de que na Gri-Dretanha, apenas ha cetea de 75 anos, muitas moras solteiras que ficavam grividas eram enwviadas aos milhaes para reforimatsrios e hospitals mentais. O Ato de Deficitncia Mental, promulgado em 1913, permita que as autoridades locas, ‘utuassem, © mantivessem indefinidamente presas, as mulheres soltriras grvidas que fossem pobres, desampandas ou apenas “imoris". Visto que era amplamentesustentada a idia de que a ‘raves ilegtima era em sium sinal de subnormalidade os ermot do Ato poliam ser, eam, também muito amplamente aplcados, ‘As mulheres solteiras de origens mais abastadas que fewam srividas podiam, as vees,faer aborts lege ~ como tambtin ppoderiam farélo as mulheres mals pobres, mas com um tsco de vida considerivel- edo contririo tornavame efetivamente pias ‘A ignorincia sobre 0 sexo e a reprodugso era assumida como {mplicando subnormalidade, mas era amp, Uma mulher, naseida _AmaNsroRMAGAODA IETMIDADE * em 1918 em Londes,enzevistaa em un estido de histria oral realizado por Joy Mele, ecoda que su fe sussuravadhe toca noite quando ela ia dormir, que no devia face sexo antes do amen sno cara luca. lado questonava por qc as mies solr eram colocadas em alos; apenas pensva "Bem elas ‘mereeram; fzram seo e enlouqueceran"." De modo alqum surpreendeoquanta¢ if paraas mulheres cfrntar as rmudangas que elas jaa a prods. A comple vidade no comportmento sexual, assim como em outeas reas, ¢ © emboamento da auononmia. Dada a+ orenagSee sexta sents, este ato tem implcases diferentes para a maioia te mulheres, compart 8 aoria ds omnes: Annet para ambos os soto, 0 x0 carte com cle a promesta~ ou mea ~daiimidade, algo que em sata os principai aypectos do eu. preci sensaio de seguranga de Get esta profundar ‘mente relacionada ain necesidade de demonstrat epsidamente 41suaatragio pelos homens. Ela era caps de obter pase sexta em muitos deseusencontos, mas ~atéa subseqdentes danas em sua vida ~ se afastava de qusisquer lingées prolongads. Poderseia dizer que la inernalizou um modelo mascuino de sexuaidad, vinculandoa experignia sexta una "bus" erga sobre a varedade; mas, por uma combinagio de rads sca € Dicolgcas ester ua extra destuin, Como obaewa Ka: Muto poe multe decd pion ei quo ote As mere tale nar snes pvr enum loom {ue ann prin ote de per nconqef se pence a ‘cea de noe conto pl at ea Ps nr pte dr Illes jee so eomporament eanlent vay Bn ‘eco dum laonamene conta (© comportamento sexualmente compulsive das mulheres at- sume viias formas, reforgand a conclusio de que o importante 1 oy Mel “Baby on” New Seman nd Satay 3 mato de 199.2. 13. Kal, Wen Sand Alton 57 4 sindrome subjacent, mais que suas manifestagcesespecfcas. Em alguns casos, a masturbacio compulsva aves vias veses a0 €0 principal elemento; algumas dessas mulheres tem poucos parcerossexuss. Em outros momentos, caractetsticn dominante 4 uma preocupagio obsessiva com sendo ‘medo em relagdo a0 sexo". Para muitas, a atvidade sexual assemelha-se a0 ciclo comum nat perturbagées alimentares, Un petiodo de energia sexual frenetia alterna com fases em que © sexo parece repulsvo, como aquela em que o individvo mal pode [pensar em mais um encontro sexual. A maioria dessus mulheres parece estar sujeita a0 orgasmo, O éxtate do orgasmo & um ‘momento de triunfo e também de liberi fsica © emocionsh, ‘mas muita experimentam in éxtaze também a0 se prepararem para um encontro senial, quando se sentem partcularmente despertase att eufericas ‘A compulsto sextal masculina tende a sr diferente. No hi ‘cquivalente masculino paraa mulher “perdi”, eo homem dado a sventuras seis € com feqincia admiada, paticlatmente em ‘meio a outros homens. Kal observa que, quand mencionot para tum homem, em uma fist, que extva esrevendo un livre sobre eio sexual feminino, ele reagiu de uma forma que mais tarde tomouse muito familiar "Voo® quer daee que ht mulheres vidas ‘em sexo! Ei, quero conbecer uma dels” Mas hi muita evidéncia de que os homens sexualmente vorazes nfo procuram meres cujo ‘comportamento sea semelhante a0 seu, ena verdade sto frequen- femente muito repelides por elas. Como sempre, no que dit "espeito aos contatos sexuais com ts homens, as mulheres eso dliviidas em duas eategorias: aquelas que téo de ser “cagadas” € por iso podem ser conquistadas, e aquelas que estio de alguma forma além dos limites moras e portant “tanto fs". 16, Choplee Talos, Bam ee ATRaNsFORMUAGAOBA RIMBADADE o (vicio do sexo entre os homens no est totalmente vinculado 4 uma inclinagto obsessva para a variedade. Como no caso das mulheres, pode assumir a forma de masturbagio compulsiva, muito freqdentemente ligada& fantasia sexual que invade quase todas as outras atividades em que a pessoa se envolve. Ocasional- ‘mente, a “compulsto sexual” est focalizada apenas em uma pessoa. Charlie, descrto em um estudo realiado por Susan Forwatd, rlata ter de fazer sexo com sua parceir varias vere por dia, A caracteriacdo que ele fr do seu comportamento €reflexvar mente sofistcada, eautoconscientemente utiliza a linguagem do ‘ico: "Podlamos ter feito sexo der vezesaquela semana, masse na décima primeiea ca distsse no ea me sentra ejitado e aria furioto com ela. Agora sei que iso ndo era razaive, mas tudo © ‘ve conseguin enxengir maquele momento era que a minha ‘de- pendéncia estava me afastando de mimm”” Agueles que buscam variedade, em sua maictia "garanoes combinam wine dedicagio busca sexual a um desprezo mal dissimulado pelos proprios objetor do seu deseo. Segundo as palavras de um autor, “eles buscamas mulheres om uma urgéacia ‘euma objetividade que fazem com que a conte habitual parega casual desproposiada, e com um descuido que freqnentemente peer rsco os seus casamentos, suas carreras esua sade". AS mulheres que sio desejadas com uma intenséade esmagadora ‘wansformanese em nada, assim que um caso atingiuo seu objetivo = embora muitos desses homens busquem estabilidade fora de seus «casos evennais, mantendo ao mesmo tempo um elacionamento continuo. Assim fzendo, com freqaéncia tém de fifentar os mais terviveisenganos e disferces. ‘Accaca para a conquista sexual produs o mesmo ciclo destru- dor de desespero e desilusto observado em outros vicios. Bis 0 cescrtorcitdo acima, efrindose as suas proptias experincias, 17, San Fos Mes Wh Hat Women anh Wan Wha ine Thm, New Yor Bena 98 8 18, Pour Try, The Czas Calr, New Yo Pct Books, 1968 9.17 {que por fim © levaram a juntarse am grupo de autosjud pars © ko do sexo: Comprend qu at medias que sempre hai asamp afer ‘dor naraae inenturaelmentedlors ear una mar pn ‘ama nlo“fnelonaa mals para i, Prd maa coi aba dome vei en minha ena de vase peo agor meng into dept ds ink ina conqt, © sexo nome prperconna nada além da ro fis da aaa, mit eqensoet, ey sequet consis sing oorgsmo. At mutes no etm mai cj deamor ou meno ‘eds. Eas tingid o pono em que satin ep po mines pci mesmo quando st pnt,» coun dn min eso Principle fo dee aero quant preciana dl ‘Como ele ms tarde acrescenta, é dif aceltar tranatilamente as afemagSes de alguns garanhes de que suas atvidades i so ‘um problema para ele. A resposta de um homem 3s suas perguntas foi: “Ackaras mulheres um problema; mas levias para a cama, io." Mas a ansiedade em relagio ax mulheres, eo medo delas, aparecem rapidamente nas entrevista da autora com tis homens, a calma com que podiam falar de suas exploragbes sexuais ‘ontrasta com a natureza feenétca da busca, assemelhandose & caracterstica de negagto de outros vicios. Ax observacsies que utiliam para comentar as suas atividades so muito similares aqueas utlizadas pelos alcoslatras quando ustiicam a sua bebida: "“es0 este", "no vai fazer mal a inguem”, “minha muller nunca vi descob E importante eslarecer 0 curso desta diseussto, A galantria ‘no deveria ser contrapostaa um modelo impllio de monogamia, como sea “fidelidade" pudesse ser definida em termos de exlusk vidade sexual. A atvidade do garanho est ceramenteligada 20 «que mais tae chamarei de senualidade episodica, masas duas no so a mesina coisa. A conexdo entre elas ¢ a compulsvidade, 19. p20, 2, Td. 28, _ATRANSFORMAGAODAITMIDADE Sexualidade e sedusio Seria possivel suporsequea compulsividade sexual masculina {simplesmente a sexulidade masculina lberada de seus radicior ais conetrangimentos, Além dito, no existiam sempre muitas calturas em que os homens ricos acumularam 0 maximo possvel de esposas ou concubinat? Casanova nko € 0 arquetipo do herbi ‘maculino - admitado também por muitas mulheres ~ eo precur- sor dos James Bonds avai? Entretanto, no contesto das cultras prémodemnas,a posse de uss ou mais esporas em geral tinlba pouco ou nada aver com a ‘propria conquista sexual Viralimente todas associedades paige micas tém tido sistemas de casamento aranjado. A aquisicio de viris esposne engi, e expressava, riquera ou prestigio social, contecia 6 mesmo com 0 concubinato, que em uma instiuigfo aceita, Nas culuras prémodernas rio ha lugar para Casanova; ele ‘um perzonagem de uma sociedade no Nio sinha interesse em acumular espos poseivel. Para cle, © sexo era uma busca sem fim, conclu, nt 0 ae atingir a autorealizagio ov a sabedoria, mas apenas pela Aeerepinide da velhice. Os homens querem amor? Bem certamenr temo sentido exato do que significa a vida de Casanova. le fot o| primeiro "ladies man": uma expressio notvel porque, apesae de parecer o contriso, mostra quem pertence a quem. Tals homens amam as mulheres, embora fo possam amar spenas uina mulher em particula. Sem dvida é um amor que se ‘otigina em parte do medo, mas € interessante que, tanto quanto se sabe, Casanova nfo dediva ts mulheres aquele completo desprezo que parece tho aparente entre os garanies, como ocorte pelo menos entre alguns homens gays, analmente He ndo foi de ‘modo algum uma figura ipica: na velhice, ficou reduido violaio ‘como um meio de manteraiva a ua vida sexual. Em sua vente, no entanto, procurou cuidar das mulheres que mou eabandonou, muito freqdentemente, aranjandolhes maridos adequados. Se- fando Haydock Bis, Casanova “amou maitas mulheres mas Part poses corgi embera ese jg erat a Imutobenvlete- Deu doce cn sus mein, Cesena exceed modo encatade sobre meres com quem tere setlente muito dese comentario tem Posteo conc dos rane ramen su pra especie, gecrosoreelopoor em laos cls Cnaoraer un set Sus eons sont oar em uma eyes em que sipuse que av utr slat Seven antes vitor na malt prt dos grupo sei ‘eco rice 9 ado por jane das hee aden s decobeo, pea tr conseqiencne doses Sun seh ¢&cs nha deer conden om cdo, com muta fe Ss cram digi lta prlongnss pos mites pepe tntvs nha de ser tor O proceso nedestatamnee Ro termina ina ver rela a congas pte Casanova mul vers tie de cerfiase, depois do cor, de que ar comp ris os udis ox parents da mer nel ermane Ga Haha Hoje cmd, oprah pros das propias was magic david pessoal A qi sper ces pce Contaper mais ment. Sto sors em na pee ue 2 slo vrusmentetoroouse sac, ei exes ma coisa sobre nate de sn compu, A "sedi" pede trande pane do su sigiado em uma socicnde em Que at tulle omarmse muito mas seinen “spon” hx homens do que pais foam, cmbor o€ porate apenas ais como una gsi do pro elt ea tmudanafindamental a0 meso tempore conta la™ (s pranks sins pderiam parece xcs de ua epoca anterior aprximandose de sm presa com bv, aman ‘penar com pening, cin (eras) © pre pe 21. Held ts, Pleo Se London Henan, 196,189. 22, Teche, The Case Coin 2 _ATseroRMAGAODAINTIMIDADE ” cenfientar 0 ris da AIDS, Mas se os meus argumentos anteriores ‘esiverem corretos,o& garanhes compSem uma parte intrinseea do mundo atual da sesualidade. Flessio sedutores sim, e neste ‘scatido esto preocupadas acim de tudo com a conquista sexual ‘com o exercico do poder. Mas qual o prego da vitoria, quando festa € to facil? © que ha para saborear, quando o outro no est apenas disponvel, mas talve estjajgualmenteansioso pela expe ritncia sexual? ‘A asserco do poder na seducio, através da cual as mulheres sio dominadas ou simbolicamente “momas",podia na aparéncia| dara impressio de tornarse absolutamente desafadora quando 0 indlvidvo seve diane de alguém que estabelecea sua igualdade ‘Mas a igualdadesemil Feminina, como descobriu Graham Hendrick, dissolve avelhadivifo entre a mulher virwosa eamuther corrupta ‘on degradads. Visio que 0 "ato de mata” do seditor depende da estruigo da virtde, a busca perde a sua dinimica principal ‘Aquela “integrdade” que o sedutor buscava esplia, ou manter sob 0 seu poder, nfo ¢ mais mesma inoctncia exual,¢ no estt mais ligada a0 ginero. No contexto do relacionamento po, a integridade mantém um papel fundamental, ras toma-se un atributo veo que cada pareiro presume no outo. [Nas épocas mals tradicionais,o sedutor seguia 0 seu proprio ‘amino de genuine aventureito,langando um desafo nfospenas ‘a cada mulher, mas a todo um sistema de regulamentago sexual Em um subvertor da virtde e também lucva contra outros inimigos gins, pore es sein dear ua fordem masculina de proteyo e contol sexual. Ogaranfio aval Ino € alguem que culva o praze sensual, mas uma pessoa que ‘busca emogaes ern umm mundo de oportunidades sexunis aber. ‘Acemogio da busea proporciona oéstase ~ mas ofxtasetende mais tarde a se transformar em dependéncia. Os garanh6es no sh to libertinos quanto contrarevoluciondrios involanirios em um ambiente em que a sexualidade e a intimidade eso vinculadas ‘coina jamais o foram. O amor confluente presume a insiidade: fe tal amor nfo for alcangado, o individuo ests preparado para panir, Os guranhdes manttm aquele “espago potencial”necessiio por outros meios alm do respeit pelo parceir Sua capacidade ‘de “partie” € alcangada pela anteipacto do préximo encontro sexual potencal Freqdentemente, sfo meses da retérica do amor romintico, mat rio incapares de produsir a partic dele uma ‘arrativa emocionalmente coerente do eu. Em conseqlenca diss, tum homem que ¢ fuente e confiante quando segue a sua rtina de seducdo poderia prceberse desseitado, itubeantee desespers- do para ir embora, uma ver terminado o ato sexual. Ele est, na verdad, na posigi do fesihist de Kal Kraus, que aspitaapens spat de una mule, mae ve dio tem dela com st ‘Alguns desses homens fazem sexo com cem ou mais wnulheres por ano: em que sentido poderiam dee que “querem amor"? Em tum sentido especial ede urgtncia. Sua dependéncia das mulheres bastante obvia, na verdade Wo dbvia que chegn a ser uma influtncia contoladora em suae vides. Um dia a sedugto foi facilmente asinilada em um mundo masculine de realizagio ede superagio de obsticulos ~ 0 mundo maseulino da prépria moder nidade: Mas esta indicagio Rea varia quando a seduslo perde 0 seu antigo significado, O garanho nto pode ser “especial” para ‘ua parceiro sexual de mesmo modo como 0 conseguia Casanova = como o espoliador da virtade, mas também como o potencial salvador de uma via de isolamento sexual. O aventureto sexual :modemno tem rejeitade o amor roméntico, ou utile asa linguae sim apenas como retérica de persuasio,Porisso, a sua dependén- ‘a das mulheres 56 pode ser validada através dos mecanistnos da conquista sexual Seria possive argumentarse que, mais que 08 outros homens, o garanho dstingve a ligacio entre a senualdade, 2 intimidade ea construc reflexiva da autoidentidade; mas ele € mais escravo das mulheres do que competent para encartlas ‘como seres independentes capmes de dar © aceitar amor. O ‘garanhdo aparece como uma figura que “as ama eas deixa", Na verdade cle ¢absolutamente incapar de "debetlas' cada abandono ‘apenas um prelidio de outro encontro. OSIGNIFICADO SOCIOLOGICO DA CODEPENDENCIA (Os garanhsesfreqentemente apresentam qualidades intima mente relacionsdas com 08 tages comuns do amor romintico ~ ‘neste caso, so homens que vo arebatar as mulheres ou conteidas ‘com particular fervor, tendo talver se especalizado em fnblo. “Algumas mulheres ~ As quais todas essas coisas sto hoje em dia ‘muito familiares ~ poderiam muito bem opar por uma ligacio senual de curta duragio na busca de uma exci ou de um prazer transitrios. Para tis mulheres, o atrativo do gall rapidamente : Aon ies “Srucueon pxamcuntin ndihe poco fee”, ‘Aor Cle ab ae, Sil They Ty, Can ay, A ANSFORMUACAO DA INTIMIDADE u forem as suas outrasexticas de Lacan, no hé organisago repre ‘sentativa para 0 feminino: a feminilidade ¢ um *buraco” em um sentido duplo. Entretantg, esta posigio é um arteato que Lacan txtai da conexto entre 6 imbélico ¢a "li do pai", que, a0 que parece, no ha motivo para ser aceita. E mais plausivel a sugestio Be Chodorow, de que a “linguagem masculine’, na media em {que ela existe, tende a ser mais instrumental eterica que aquela clas mulheres; mas, em alguns aspectos importantes, a “lingungem ‘masclina” expressa tanto privagzo quant cominagfo. Por isso, fem minha discuss5o, aqui, vou utllzar mais a abonagem das telagbes objets do que as de Lacan. Nao obstante, nfo cleveros deixar de lado parte da énfase da teora feminist lacaniana ~ prtcularmente a sun insisténca no cariterfagmentiro e contr Uierioda dentidade sexual. Uma vez quea lente pos estraturalista {¢ posta de ldo, no hi motivo para que ex énfase no possn set rmantida no contesto de uma perspeciva das relapses objets Desenvolvimento psicossocial e sexualidade masculina, ‘Acompanhande Chodorow, podese afirmar que, nos primet ros anos de vida ~ pariculaemente e tlvr apenas na sociedade contemporinea -, a influéncia da mie supera aquela do pai e de outros guards A primeia experiéncia que a crianga tem ca mie € virtualmente o oposto da imagem de um individvo eastrado & {impotent em particular ao nivel do inconscente, o menininho € fa menininha enxergam a mie como todopodeross. Eno, um sentido nical cde auto ilentidade,juntamente com o porencal para ‘ intimidade, ¢ antes de tudo desenvolvido pea ientifiagto com ‘uma figura ferninina universalmenteimporeante. Para aleangar umn ‘senso consolidado de independénci, todas as crangas devern em 7 Rona Choon, Te Replaconof Mae Bele Unf Cai Pre 98 «algum momento libearse dainflutncia da mie assim, desliga- ‘edo seu amor. De onde se conclui que o desvio esti muito mais ‘no caminho para a masculinidade do que naquele para feminil- dade. origens da auroidentdade matculina esto ligadas a una rofunda sensagéo de inseguranca, uma seneasto de penta que dat fem diante assombra a memoria inconsciente do individuo. A conflanga bisica, a verdadelrafonte da seguranga ontogica, fica rinsecamente comprometida, pols © menino ¢ abandonado 20 ‘mundo dos homens pelasproprias pessous que eram os principals ‘adultos amados com quem ele poderia conta Partindo-se deste ponto de vista, para ambos os sex0s, 0 ilo, ‘ssn representagioimaginaeia do pis, deriva o seu significado da fantasia da deminagio feminina® Simboliza a separaglo, mas também a revolt ea liberdade, Na fae anterior a tansigioelipicn, ‘© poder falco provém mais da separa das esferas de autoridade ‘da mie ¢ do pai do que da simples supetioridede masculina em Si. O falo representa a liberdade da estnogadora dependéncia da inde, assim como a capacidade de se afstar do seu amore dasa tengo; ¢ um sinbolo-chave na busca inicial da erianga por uma autoidentidade independent. Segundo Jessica Benjamin, a inveja do penis, um fendmeno real, representa o desejo das cans PPequenas, meninos e meninas, dese dentfcarem com o pai, como © principal representante do mundo exterior A fase eipicn, quando cheg, confirma a separasio do menino de sua me, may ‘oferece em troca a recompensa de maior liberdade ~ ou melhor, dla determinagio, que nio ¢ eatamente mesma coisa. A mascu linidade ¢, portanto, energttica e combativa, mas a energia do -menino esconde uma perda fundamental. Do ponto de vista instiicional, quanto mais prossegue a transformagio da intimidade, mais a transigso edipicatende a fcat vinculada & “aproximacio": capacidade dos pais e dos flhos de 5: Jin Chesil, Fr wl nal sea, anal Jal f Pasa 51,197 6. Jets Benin, The Bod ny, Lan Viga 1980 _ATRANSFORAGADDAINTMMDADE ww interagirem tendo como base uma compreensfo dos dictos do joutto e das emogBes do outro. A questio do “pai ausente”, Tevantada pela primeira ver pela Escola de Frankf © mais recentemente por grupos masculinosavisias, pode ser vista aqui Sob uma luz mais positive que nega. Uma figura menos specifcamente disciplinadora, uma ver que grande parte da Aiscipina nical € de qualquer modo assunda pela mie, o pai ou ‘figura patrna delizads)tomourse, segundo Hans Leowald, mais Sgeneroso".? Encontramos aqui uma intusto da vergonha no desenvolvimento do psiqusmo masculine, embors, em compara clo com as meninas, a culpa ainda ocupe win lugar de destaque que esti em questi no ¢ tanto aidenticagio com uma figura Aistintamente puniiva, mas um epadio defensivo 20 processo da sducasio. 0 senso masculin de autoidentidade portant forjdo ein cinta om ue ong pan autos tt fssociada« una devantagem emoconalpotencalmente mai dora Tem de ser desenvolvida una naratva de autidentidade aque descreva em detalhes a dor da prvigio do amor materno rca, Sem dvi oelemenor demo soso mais 08 menos tuniversais, mas 0 qve € imporante no presente contexto € o resultado peculiarmente tens para a sexaidade mascalina em ‘uma sitvapio em que o amor materno - se € que na verdade cle foi reccbido ~€ a0 mesino tempo fundamental erenunciado. O nis €0 flo, certamente, mas hoje em dia em circunstincias em {pes menuengi do price rare Edexcel ada no pénis, ou melhor, na sexualidade genital, como sua principal expresso. Nas sociedades modernas, compreender desta form: linidade ajuda aesclaecee at formas tpcas da compulsvidade sexual masculina. Muitos homens so lerados, por meio de seu ‘ame minocioso das mulheres, a busear 0 sue et filtando nels = [Haw aa "Wasig hte Ont compe” Fen Poca Ne Haven Pes, LL «esta ¢ uma caréncia que pode se manifestar na raiva explcita€ ‘aviolénca. Tornous lugercomum na literatura terapeutica dizer «ques homens tendem a ser“incapazes de expressar sentiments" ou “no Em conto" com suas props emoges. Mas iso ¢ demain simpli Em ve dso, deveramos dee que muitos homens sio incapazes de construi uma narrativa do eu que thes Permitachegar a um acordo com uma esera da vida pessoa cada ver mais democratizada ereordenada, Sexualidade masculina, compulsividade, pornogeafia Anas el dase as ne cnc sci ecenan eat bn deere es cae ceptor conenportnne Hear Fentanl sbecacerone Sve fra msc eae mut prod os totes © mate de ete de eae que ce dass span ne Junta ala pans clnewatet Othmens adn set tciatnats mal gulaes ioe male ce, spars sla ema na sure dee os oe Shana emornr dom cies cater compu do mevinztn en dis ete cpt sina ihm imheresctabelcem,€ eee eee eee eee te implica um protsto em rela a esta cumplcdade cribs de Coromedosjuseamantla uate maar vale eens parsuta a do umorconfisnnmssdeponte seen Tmacaloators insu ur pun tat Keoenec as dial pode rar coms pobre mend que ingen Re Ponto tm qe oie wales vtanersa ne pene sonal 1 Hes Fermi, Me The ae Cane, Lndos Manat 9 5. CE Mid Rom The Mal Howe! ay and alg 188 _ATRANSFORUAGAO DA NTMIOADS » dade masculina est sueta a ser dilacerada ene, por um lado, a ddominancia sexual agressive, ineluindo o uso da violencia, e, or fatto, constantes ansiedades em relasio 8 potéacia (que provave: ‘mente vém & tona com mais feqiéncia em acionamentos de flguma duragio, em que © desempenho senual no pode ser isolado de vivencias emocionas de divers tipo) ‘A ansiedade masculina no que dit respeit & sexualidade foi ‘nlto encobert enquanto as vias condigies sociis que a prot iam, acima observa, estavam no devo lugar. Sea capacidade fea necessidade das malheres de expressar a sexualidade foram ‘sidadosamente mantidae ocultas a pleno siculo XX, mesmo Sconteceu com o concomitante trauma dos homens. A anise de Lesley Hall das carts excita por homens a Marie Stopes ilustra ‘esta vela de inguietude e desespero sexual ~ que esti to distante {a imagem do devasso deplicente ou da sexualidade imperuosac esenfeada quanto se pode imaginar.® Impottncia, polugBes noturnas,ejaculacio precoce, preocupagdes com o tamanho € 0 ddesempeno do penis ~ estas eoutras ansiedades aparecem repe- tidamente nas cars, Muitos homens que contataram Stopes tiveram cuidado de destacar que nfo eram fracos, mas “um Ihomem grande e forte”, “acima da média em termos de condicfo fisica,“bemconstitldo, alco fsiamente muito forte” assim pordiante ‘A ansiedade baseada na fla de conhecimento sobre sexo & tum tema persistent assim como os sentimentos cxbnicos de infetioridade e de perturbaggo pessoal. A incfpacidade de gerar resposta sexi no parceio € uma queixa cons, mas tambem & ‘comum a falta de prater por parte do homem. Como expressou tum individu: *Nenbum de nés jamais senteaquea satsfdo m0 abrago mais itimo, que o instinto ea ratio me dizem que deveria ‘ocorrer™" A maior parte das preocupagées dos correspondentes trey A Mal Hen Ani Mie Sali, 19001950, Cambie Po ‘sot 1 hp ST +S SE Seer de Stopes estvatm centralizadas no fracasso sexual ou em inquiee tagbes sobee a normalidad; os fraaseos da "vilidade”eram antes vivenciados como ameagas a um rlaconamentavalorizado do que como problemas expressadosteoricamente. Embora eu nfo tenha a pretensio de discuti pormenoriad ‘mete esas quesibes, a analise precedente ajuda a dar sentido 2 algunas caracersticas da pornografia em massa ea importantes sspectos da violencia sexual masculina. A pornografiapodia set erncarada como a transformagto do sexo em mercadoria, mas esta seria uma visio muito parcial. A atual explosio de material Pornogrifico, grande parte dele dirgido principalmente 40s hor fens, € em sua maioria exclusivamente consumido por eles, assemelhase muito na forma & prevalenteconcentragio no sexo dle aixa emocio e alta intensidade. A pornograia heterosexual cxibe una preocupacto obsessva com cenas eposiées padronias ddasem quea cumplicidade das mulheres, substancialmente disob vida no mundo social atal, ¢eeterada de modo explicit!” As ‘imagens das mulheres em revistas pornogrifcas loves ~ generale radas por sua insero em propaganda ortedoxas, historias mio sexuaise outros tens ~ sio objets de desejo, mas nunca de amor. las excitam e estimulam , ¢ claro, x80 quintessencalmente episodicas. A camps inna et reads na mance ested com que lets tio nent opens A “resp bide da porograf oe una prt mporant des pl, subertendenlo que ar mulheres soos cee, mas ho or ‘ojo, do dejo wel No contd vnal roa pors trey «seid femininn€ eu «'2amege de inimide, dived, O alae das mulheres ex normale diigo 0 leo ch 6 a verdad ua da conwendes mal ‘sts observa ra arse da iagen, O home sues fh net ala dee po dein deny ao pes ma un er afr l,l npeal qos omen 12, Andy Moe “oropy n Mele Homi, Th Say Man, ATRANSFORUACAODAINTIMDADE bs de cm incun einen, eras erie Soper cen ieee neta Cel nae oe ee ee es eer ee ase emir a ets Ae eae oe Nestes episédios, um motivo ¢ consunte. Eo prazer sexual; amram anaedma jie oem ap ns Pe an teen ice sae A a eT dee ee Stores Pe oe cea Top os, se também revelam. Os efitos normalizadores da pornografa eve provavelmenteexplicam mais 0 seu apelo de masts do que o fat ‘deo material pomogrifico mais explicit do estar io prontamente lispontvel eomercialmente. A pornografa psada, pelo menos eit algunas de suas muitas versSes, poderia ser mais ameagadora, ainda que a exit poss ee iment mai pln mente a "busea” masculina. Neste momento, o poder ja no esta mais limitado pelo “eonsentimenta do domin © olhar cimplice da mulher -, mas aparece muito mais aberto, direro © violentamente imposto. Para alguns, claro, ¢ precisamenteestaa sa atrago, Mas a pornograia pesada também opera no lie externo da sexuaidade filica,revelando as ameagadorasliberdades dda sexualidade plastica que esti do outro lado, Violéncia sexual masculina forge aviltca nem pate de todos spo de doin cio. No dominio otakoxo da pla, sug sao de que Powe 0 pert hegemfnco deal om av fcr olen quando ord lepine cee csp ou ae amet, ste poo a walla exresa ver ture db poder do Tao. Un debate smi srge de repent na Inert prescipada com pomogan cm vlc seu Algns tn agunentade qu increments da pornopefia pde parilamente ond vile ea deament expos pe ‘saver dealin come uma Fanbem suerese que a ncn conta as mulher, espe Ime ep, €0 pried cour dos homer sobre ln! © est mont ead dep do 1 ke Deon mans: Men og Woy, tnd: Wane es, 15, Sonn Gif, “ape, the Aner cine”, Rapa ¥ 10, 197%; Susan Bremer Ags Ot Wl, ds Pp OT _ATRANSFORMAGAOIDAITIMDADE m Parece claro que hi una continuidade, do uma interrupt ‘ltda,entrea violncia masculina em relacfo as mulheres € outros formas de intimidacto e prseguigio. © estupro, 0 spancamento cate assazsinato de mulheres freqdentemente contém os mesmos “lementos bisicos que os enconttos heterossexuais nioviclents, ‘Gua xj, adominaglo ea conqusta do objeto sexual" Sendo ‘im, ser que a pornografia a teora eo estuproa patca, como alguns tem declarado! Na resposta a esta pergunta, ¢ importante Seterinnar a viléncia sexual fz parte ds muito antiga pression asculina sobre as mulheres ou se est telaconada as madangas liscutidas neste lve. ‘Como indica diseussto precedente dasexulidade masculina, «inpalo para sbordinar chara a mulheres provaveiens ‘Cum aspecto genérico da pricologla masculina. Mas ¢ passvel de Srpummentag (emboracetaments tl visio sci polémica) que @ Controle das mulheres nas culturas prémadernas nio depende aviamente da pitica da violencia conta elas. Ele foi garanido, Bhima de tudo pelos “direitos de propriedade” sobre as mulheres {que of homens em particular detinham, associados 20 principio as efor separadas. As mulheres cram freqentementeexpostas fiolgneia,masculina, em panicular n> ambiente: domeético; ‘Catrtanto, er igualmente importante que clas fossem proteidas Tas arenas publica, onde os homens submetiaese uns a0s outtos ‘violencia Fo or iso que, no desenvoimento premodern da Enopa, oestpro lresceu “sobretudo asmargsns; nas frontiras, ns colOnas, nos Estados em gucta © nés estados da naturts; tentre of exérlios saqueadores ¢invasore ‘A lista € enorme, © por si 6 bastante aterrorizante, Mas @ violencia nesta crcunstineias raramente era dirigida em especial Je mulheres; estas “margens", a violencia em geal era pronune Goda eo estupro era uma abvidede entre outras formas de sy see Ve Cmte al 98, 1 eek tetas eign Ss Tema ot Pose fae xed ce, 1986 8 38 | LN brutalidade © moricinio, envolvendo primariamente os homens, «como destruidores e como destruldos. Caracersic de tas sia: 48s marginais era fato de as mulheres io estarem to isoladas dos dominios masculinos, como em geral aconteia; eos homens ‘nfo podiam garanti a sua seguranct [Nas sociedades moderna, as cosas so muito diferentes. AS ‘mutheres vivem © trabalham em ambientes pablicos andnitnos ‘com muito mais freqdéncia do que ants, eas divsbes “isoladas ¢ Aesiguais” que separavam os sexos foram substancialmente dese tas, Far mais sentido hoje em dia do que no passado a suposicso de que a violencia sexual masculina tornouse a base do controle sexual, Em outras palavras,atualmente, grande parte da vole sexual masculina provém mais da inseguranga edos desajstamen. tos, do que de uma continuagio ininteruptn do dominio patie ‘A violencia ¢ uma reaglo destruiva ao declinio da cumplicidade ferninina. Exceto em sitvagdes de guerra, hoje em dia os homens talve: Sam mais volentos com relaco 4s mulheres do que o sto entre sic Ha muitos tipos de violéncia sexual masculina conten as ‘mulheres, mas pelo menos alguns tm a conseqincia anterior _mente observada: les mantéma sexualidade episédica. Este pode tia sero trago principal - embora ceramente no o dnico ~ que liga tal violencia a pornografia. Se for este © caso, padese concli quea lieranra pornografica,ou boa porgio del, ¢ parte do ssten hhegem@nico de dominagio, com a vieléncla sexual atvando mais «como apoio secundirio do que como um exemplo do poder ico Evidentemente, seria absurdo afrmar que ha uma norma “unitiria de masculinidade, e seria flso supor que todos os homens esto relurantes em incorporara mudanga, Além disso, a violencia sexual no esta confinada is atividades dos homens. As mulheres So, com muita freqGnca,fscamenteviolentas em relagSo aot !homens nos ambientes doméstcos a violéncia nfo parece ser una ‘ancteristia rara dos relacionamentorlesbicos, pelo menos em «alguns contextos. Estudos de violencia sexual feminina nos Estados Unidos descrevem casos de estupr, expancamentofsco eataques arransromuacAODAINTMIDADE » com eer, fas «ot me yom lanamente biou!* A maior parte dos homens que escrevn para Ma Seon A meson en eckson sc sunt aig de ns parias maees, Moio nen Que eulrmente stm pros dj ssi um pape Dasv, nave ques vol fo prs masoiae feats Alguns homens gay encontram sed malor praer sen tution, mas muitos sto tambem capes de trocar os pape. ‘Tem sido mas beresucedidor que os heterossennsnoislamento do poder diferencia eem sa confnagio ea da senuaiade em si Camo se expressou um homem ay “TH fantasas qe nos Capturam e fantasas que nos libertam. As fantasias sex aan conscienemenempegday, pm ea ua ont den, uma especie desubversi, eum requonoespago plo qua posemos ear, especialmente quand mitra ods acs ElsngGes nia opens ete avo © pari, masclino¢ feminine, dominate esubmisso™. Sexualidade feminina: © problema da complementaridade Se acesemos prinipo de que da soo Eo que 0 oto io ¢, heveris um entelent sipls ere 2 senda Irvine nin sco st ois port ‘Serangscompartam snridads na clueo psoas, Farulsemente na primet fede suns, Sm quai fore wings de nts and ose pesca Sul re ftps oman dao Poors menos tim her eea sia dor menos ~ embor aa Frid “isc que aun emai nem us props alas oy ae Nang Vac, Sel Sl 986 ‘Gaal em Ln Sep Sn Maen, Landon: gs, 19909. “em um carter totalmente masculina”.® A diferenga se apresenta quando ambos os sexos percebem que fal algurna coisa na ™menininha: ambos acham que el foi castrada Naopinito de Freud, psicologiamente flan, hi apenas um go genial auc do homem, Embor os geiais de menina sejim de iio ua queso inifrente prs omenino =a nenee

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