Você está na página 1de 5

Fertilização

Fertilização é a técnica que consiste na coleta dos gametas para que a fecundação seja feita em
laboratório e depois na transferência desses embriões de volta para o útero materno. Existem dois
tipos de FIV(Fertilização In Vitro) a homóloga que é aquela em que é usado somente o material
biológico dos pais e a heteróloga que se dá quando há a doação por terceiro anônimo de material
biológico ou há a doação de embrião por casal anônimo.

A FIV é recomendada em homens com alterações seminais, homens vasectomizados ou com


obstrução da saída dos espermatozoides por outras causas como ausência congênita dos ductos
deferentes, homens azoospérmicos (ausência de espermatozoides no ejaculado), mulheres com
tubas uterinas danificadas ou obstruídas, mulheres laqueadas, mulheres com baixa reserva ovariana
(pouca quantidade ou qualidade de óvulos).

A FIV ocorre em etapas, o primeiro passo é fazer a coleta dos gametas (Altos doses de hormônios
para adquirir maior número de óvulos). Os óvulos são obtidos através de um pequeno procedimento
cirúrgico. Segundo passo é obter os espermatozoides por meio de masturbação. Depois de
coletados, é feita uma seleção dos espermatozoides e depois eles e um óvulo são colocados em uma
cultura. Quando o embrião já está pronto ele é colocado no útero da mulher.

Na antiguidade, a humanidade não tinha um conhecimento sobre fertilidade, mas acreditavam que
os casais que podiam ter filhos eram abençoados pelos deuses por poder ter filhos, já os casais que
não tinham filhos eram dados como esquecidos e amaldiçoados pelos deuses. No Egito, no caso da
mulher ser infértil, ela era abandonada na sarjeta e na Grécia, quando o homem era infértil, a
mulher tinha o direito de ter um amante para engravidar e poder continuar a hereditariedade do
marido.

A primeira ideia de reprodução assistida foi falada na Idade Média, em meados de 1300, com uma
técnica imperfeita e primitiva, onde, o veterinário Ivanoff, propulsor da moderna técnica de
fecundação artificial, que consistia em retirar o sêmen do macho e introduzi-lo, ao mesmo instante,
na fêmea. Mas, somente no início do século XX que Pincus publica os primeiros relatos a respeito da
fertilização in vitro utilizando gametas de coelhos. Em 1978, através dos estudos mais aprofundados
do cientista Patrick Steptoe juntamente com Robert Edwards, conseguem, pela primeira vez com
sucesso uma gravidez concebida através da fertilização in vitro. A cobaia foi a mulher de Edward,
devido as dificuldades de engravidar que ela tinha.

Devido aos fatos decorrentes disso, o mundo e o Brasil já começaram a sentir a necessidade de se
criar códigos de ética para acompanhar o desenvolvimento da ciência no que diz respeito à
reprodução humana e manipulação genética. A fertilização in vitro teve fortes consequências sociais,
ao permitir às mulheres profissionais estender sua idade reprodutiva para além dos quarenta anos.
Entretanto desde que os primeiros testes foram realizados, as pessoas alertaram para um risco de
promover a escolha do sexo, da cor dos olhos, etc. Estes são riscos reais, o que significa que
precisamos intensificar o conhecimento científico de questões éticas a fim de determinar o que é
certo e o que é errado. Algumas questões éticas e legais são: riscos à saúde do embrião (porque
hormônios ingeridos pela doadora poderão promover alterações cromossômicas nos óvulos, serão a
causa de problemas congênitos ou de malformações), riscos à saúde da doadora do óvulo (por está
exposta a desgastantes técnicas para a obter o gameta feminino ou pelo forte tratamento hormonal
realizado), determinação da maternidade, conflito de maternidade e de paternidade (a criança
poderá ter: duas mães, uma institucional e outra genética; dois pais, o institucional que será o
marido, e o genético, que foi o doador), possibilidade de uma criança nascer de genitor morto,
anonimato do doador do material genético e da que cedeu o ventre( traz problemas como a violação
do direito de identidade da criança e possibilidade de incesto),questão da determinação do começo
da vida, problemática se houver futuramente a criação de bancos de óvulos juntamente com os de
esperma (o que permitiria a comercialização do material fertilizante e de embriões),
responsabilidade civil, penal médica e hospitalar por danos morais e patrimoniais na fertilização
assistida decorrentes de defeito apresentado pelo material fertilizante utilizado, destinação dos
embriões excedentes (pois entra um grande questionamento ao que se refere ao descarte,
comercialização, doação e doação para cientificidade) e a possibilidade do uso de técnicas para a
criação de homens programados ou obtenção de embrião geneticamente superior ou com
caracteres genéticos predeterminados.

​Clonagem

Clonagem é a produção de indivíduos geneticamente iguais. É um processo de reprodução


assexuada que resulta na obtenção de cópias geneticamente idênticas de um mesmo ser vivo –
micro-organismo, vegetal ou animal A Clonagem é um mecanismo comum de reprodução de
espécies de plantas ou bactérias. Um clone pode ser definido como uma população de moléculas,
células ou organismos que se originaram de uma única célula e que são idênticas à célula original.
Em humanos, os clones naturais são os gêmeos idênticos que se originam da divisão de um óvulo
fertilizado..

Existem vários tipos de clonagem, dentre eles a clonagem natural, ocorre espontaneamente na
Natureza, sendo comum a diversas espécies. Ocorre em espécies que têm capacidade de se
reproduzir assexuadamente, isto é, sem a união de gâmetas, e as crias são geneticamente iguais ao
progenitor, uma vez que possuem o mesmo património genético. Existem vários processos de
reprodução assexuada, sendo os mais conhecidos a fragmentação, a partenogénese, a bipartição, a
gemulação, a esporulação e a multiplicação vegetativa.

Na Fragmentação o organismo fragmenta-se espontaneamente ou por acidente e cada fragmento


desenvolve-se originando novos seres vivos, como é o caso das estrelas-do-mar e das algas.

Na Partenogénese o​ ​processo ocorre através de um óvulo que se desenvolve originando um novo


organismo, sem que tenha havido fecundação prévia. Este processo é comum na abelha, pulgão,
formiga, alguns répteis e anfíbios.

Na Bipartição um indivíduo divide-se em dois com dimensões sensivelmente iguais,


desenvolvendo-se a partir de cada fragmento dois seres, como é o caso da amiba, planaria e
paramécias.

No processo de gemulação num organismo formam-se uma ou mais dilatações, denominadas


gomos ou gemas, que crescem e desenvolvem originando novos organismos. É um processo comum
na hidra de água doce e na levedura.

Na Esporulação ocorre a formação de células reprodutoras denominadas esporos que, ao


germinarem, originam novos indivíduos, como acontece nos fungos.

Na Multiplicação vegetativa, as plantas, as estruturas vegetativas, raízes, caules ou folhas, por vezes
modificadas, originam, por diferenciação, novos indivíduos. É o processo utilizado pelas cenouras
(raízes) e batateira (tubérculo).

Além da Clonagem natural, existem as clonagens sintéticas, ou seja, feitas pelo homem, um
exemplo delas é a Clonagem Induzida Artificialmente que é uma técnica da engenharia genética
aplicada em vegetais e animais, ligada à investigação científica. O termo aplica-se a uma forma de
reprodução assexuada produzida em laboratório, de forma artificial, baseada num único património
genético. A partir de uma célula-mãe, ocorre a produção de uma ou mais células (idênticas entre si e
à original), os clones.

Uma das técnicas básicas usadas por ciêntistas é a Transferência Nuclear da Célula Somática (TNCS)
é a clonagem reprodutiva. Esta técnica foi usada por cientistas durante muitos anos, para clonar
animais através de células embrionárias. Como o nome da técnica indica, a transferência de uma
célula somática está envolvida no processo. Uma célula somática é introduzida, numa célula retirada
de um animal (ou humano), logo após a ovulação. Antes de introduzir a célula somática, o cientista
remove os cromossomas da célula recipiente. Após a introdução da célula somática, as células
fundem. Ocasionalmente, a célula fundida começará a tornar-se num embrião normal colocado-se
no útero de uma "mãe-de-aluguer" para um desenvolvimento mais propício.

Existe também a Clonagem Terapêutica, que é um procedimento cujos estágios iniciais são
idênticos à clonagem para fins reprodutivos mas que difere no fato do blastocisto não ser
introduzido no útero: é utilizado em laboratório para a produção de células a fim de produzir tecidos
ou órgão para transplante Esta técnica tem como objetivo produzir uma cópia saudável do tecido ou
do órgão de uma pessoa doente para posterior transplante. As células embrionárias são
particularmente importantes porque são multifuncionais, isto é, podem ser diferenciadas em
diferentes tipos de células. Podem ser utilizadas no intuito de restaurar a função dum orgão ou
tecido, transplantando novas células para substituir as células perdidas pela doença, ou substituir
células que não funcionam adequadamente devido a defeito genético (ex: doenças neurológicas,
diabetes, problemas cardíacos, derrames, lesões da coluna cervical e doenças sanguíneas etc.).
No que compete aos aspectos históricos da clonagem, seu marco inicial foi quando, em 1984, o
zoólogo alemão Hans Dreisch trabalhando com ouriços-do-mar pegou um embrião de duas células e
sacudindo dentro de um béquer cheio de água do mar fez com que as células se separassem, dando
origem a dois ouriços adultos. Após ele, inúmeras experiências surgiram, a mais famosa delas foi a
da ovelha Dolly: no dia 23 de fevereiro de 1997 o Instituto Roslin, na Escócia, revela ao mundo o
primeiro clone de um mamífero adulto. A ovelha Dolly tinha sete meses. A ovelha sofreu com
envelhecimento precoce, artrite e câncer pulmonar, vindo a falecer no dia 14 de fevereiro de 2003.
Já no Brasil, a EMBRAPA tornou-se referência ao realizar a primeira clonagem de um embrião, a
bezerra Vitória, em março de 2001. Logo após, o primeiro clone de um animal adulto e o clone de
um clone são realizados pela mesma instituição.

Sobre a clonagem humana todas as informações que se tem são incertas. No dia 6 de março de 2002
o "Wall Street Journal" publica uma reportagem em que uma pesquisadora chinesa respeitada, Lu
Guangxiu, da Escola de Medicina de Xiangya, diz ter produzido dezenas de embriões humanos por
clonagem desde 1999. A partir daí inúmeras notícias sobre o tema começam a surgir: veículos de
impressa anunciaram clones em vários países, mas nunca mostravam provas. Então, a comunidade
política internacional começou trabalhar em prol de legislações que barrassem essa prática.

Ao que cabe a problematização social da clonagem, são três as principais barreias: as morais,
religiosas e legais. Moralmente, argumentos como a clonagem ser contra o natural, a submissão dos
clones e a diminuição da biodiversidade são os mais preponderantes. Já os religiosos afirmam que A
vida humana e um dom de Deus, e que a criação não compete ao homem. E em relação a clonagem
terapêutica, defendem que não é correto criar um ser que será depois morto para salvar outro. E,
por último, A clonagem reprodutiva humana é expressamente vedada em nosso ordenamento, por
meio da Lei nº ​11.105​ de 24 de março de 2005.

Tendo em vista a definição de clonagem, seus tipos e sua historicidade, é importante salientar suas
vantagens e desvantagens. Dentre as suas vantagens pode-se citar o fim dos problemas pós cirurgias
estéticas, o rejuvenescimento de muitas pessoas, a possibilidade de inversão dos problemas
cardíacos por meio do uso da tecnologia da clonagem humana e a cura de cancros e da leucemia.
Também por ser algo bastante recente e ainda pouco feito com humanos e em humanos, muitas das
desvantagens vêm de impasses sociais como a provável discriminação dos clones na sociedade. Além
disso, pode-se considerar como desvantagens os riscos que essa medida pode ter. Dentre esses
riscos, está a incerteza e desconhecimento dos problemas psicológicos e das anomalias que esses
clones podem ter somado a perda da variabilidade genética e o aumento desproporcional da
população comparado a quantidade de recursos naturais que existem, de certa forma, proporcionais
às pessoas que não são clones.

No que se refere a legislação e penalidades direcionadas a clonagem, no Brasil, é imprescindível


salientar a lei de Biossegurança, que objetiva manter condutas de segurança e mecanismos de
fiscalização sobre o manejo (cultivo, produção, manipulação, transporte, transferência, importação,
exportação, armazenamento, pesquisa, comercialização, consumo, liberação no meio ambiente e o
descarte) de organismos geneticamente modificados. Por conseguinte, temos a total proibição da
clonagem reprodutiva humana em território nacional, respaldada na lei n°11.105 de março de 2005.
É interessante, também, comparamos a nossa atual legislação com a de outros países, como Estados
Unidos, Índia, África do Sul, e Dinamarca, todos analisados na presente apresentação.

Você também pode gostar