AUTOMAÇÃO DE PONTE ROLANTE UTILIZANDO REDE INDUSTRIAL

Otoniel P. G. Junior, Raulino L. F. Cunha, José R. M. Cunha, André C. do Nascimento

IESAM - Instituto de Estudos Superiores da Amazônia
Curso de Engenharia de Controle e Automação
Belém – PA – Brasil

Resumo: Este trabalho tem como objetivo mostrar a automação Tais máquinas se dividem basicamente em quatro partes (ver
do sistema elétrico de uma ponte rolante existente. É proposta a figura 1):
utilização de equipamentos atuais na área de automação
industrial a fim de corrigir problemas no sistema elétrico
existente, melhorando o monitoramento das variáveis
controladas pelo operador assim como reduzindo o número de
defeitos do sistema existente.

Palavras-chave: Automação, Redes Industriais, CLP.

Abstract: This work aims to show the automation of electric

system of an existent overhead traveling crane. Its proposed the
utilization of equipments in the field of industrial automation to
correct problems in the existent electric system, bettering the
monitoring of the variable controled from the operator as
lowering the numbers of problems of the existing system.
Figura 1: ponte rolante.
Keywords: Automation, Industrial Networks, PLC
 Estrutura: vigas, cabeceiras;
1 INTRODUÇÃO
 Sistema de translação;
Este Em função dos avanços tecnológicos na área de sistemas
de controle e automação, é possível utilizar equipamentos para
 Guinchos principais e auxiliares;
melhorar a operação e manutenção de processo industrial.

A evolução tecnológica trouxe várias possibilidades e  Acessórios (cabine, passarela, etc.).

também novos recursos para melhorias operacionais, propondo
mais segurança e conforto aos operadores.
Sistemas elétricos de pontes rolantes existentes
utilizam painéis elétricos com diversas contactoras, relés, cabos
e conexões que freqüentemente apresentam problemas. Este
trabalho, utilizando recursos tecnológicos atuais na área da
automação industrial, busca reduzir o número de defeitos e a
melhoria na supervisão da operação da referida máquina.
Os seguintes tópicos serão desenvolvidos no trabalho: a
seção 2 mostra as características de uma ponte rolante no que
diz respeito as partes mecânicas e elétricas; na seção 3
apresenta-se a tecnologia de controle da ponte rolante focando
nos equipamentos utilizados, em seguida na parte 4 mostra-se a
automação do sistema de comando da ponte rolante proposto e
no final são apresantadas as conlusões do trabalho.
As estruturas são compostas de duas vigas paralelas
que recebem o carrinho e de dois motores com redutores que
constituem as cabeceiras. Nas cabeceiras as rodas são fixadas,
o que permite a translação de toda a ponte rolante no sentido
longitudinal.
Os sistemas de translação podem ser de acionamento
manual por polia de correntes ou motorizados. Quando é feita a
motorização utilizam-se pares opostos de rodas a fim de evitar
uma deformação na estrutura da ponte rolante.
Os Guinchos principais e auxiliares são montados no
carro que transporta os mesmos em cima das vigas da ponte,
realizando movimentos de translação horizontalmente e
elevação por meio de um bloco de gancho ou dispositivo de
içamento (Moitão).

Os acessórios comportam as cabines, que são estruturas

2 CARACTERÍSTICA DE UMA PONTE
ROLANTE
Das máquinas de levantamento é a de maior aplicação
nas indústrias, permitindo deslocamentos vertical e horizontal
independentes, proporcionando uma varredura tridimensional.
metálicas acopladas no carro , cilindros hidráulicos e
pneumáticos para acionamento da subida e descida das
ferramentas, acionamento dos motores de giro e translação do
carro e as passarelas onde estão localizados os painéis elétricos
e permite o acesso a manutenção mecânica e elétrica.

3 TECNOLOGIA DE CONTROLE DA
PONTE ROLANTE
O sistema proposto utilizará um CLP para gerenciamento de
todas as variáveis do processo, uma Interface Homem Máquina
(I.H.M) para monitoramento dos alarmes e falhas, e uma
unidade remota que se comunicará com o CLP a partir de uma
rede industrial. Os equipamentos anteriormente citados são
detalhados nos itens a seguir.
3.1 Controlador lógico programável
O CLP utilizado para controle da ponte rolante envia e recebe
informações do processo, através de sinais digitais.
Os sinais digitais de saída foram utilizadas para
acionamento dos motores de translação da ponte rolante, para
acionamento de válvulas eletro pneumáticas e válvulas eletro
hidráulicas.
Figura 4: CLP (Controlador Lógico Programável).
O módulo de comunicação dos dispositivos de campo
com o CLP utilizará rede DeviceNet. Este módulo inicia a rede
de comunicação para informações de dados, estados e
comandos entre o processador.
O módulo de varredura transmite a mensagem de pedido ao
dispositivo escravo sobre a rede DeviceNet. E o dispositivo
escravo transmite a resposta de mensagem pedida de volta para
o módulo de varredura. [1][5]
O dispositivo de rede remoto é um equipamento que é instalado
em painéis e permite a interligação do cabeamento diretamente
aos sensores, motores, botoeiras, acionadores, válvulas e
instrumentos de campo diretamente a seus módulos de I/O.
3.2 Interface homem-máquina (I.H.M. )
Com a grande difusão do CLP em sistema de automação
industrial, sugiram também novas necessidades dos usuários,
como exemplo, a possibilidade de modificar certos parâmetros
de um processo e a facilidade de interação entre o operador e a
planta.
Diante esta necessidade, surgiram as interfaces
homem-máquina, também conhecidas como IHMs. As IHMs
são classificadas em dois tipos: as de interfaces alfa numérica e
as de interfaces gráficas. Na interface alfa numérica a IHM é
ligada ao CLP através de sua porta de comunicação e sua tela é
de linha por coluna, já nas IHMs gráficas, o usuário pode, por
meio de um programa especifico, desenhar comandos em
forma de botões, bem como, lâmpadas para avisos ou alarmes,
escolhendo cores, formatos, tamanhos e definindo endereços
do CLP para cada elemento.
O principio de funcionamento consiste em pré-
programar mensagens, onde cada uma possui um número.
Quando se deseja acessar qualquer mensagem, basta fazer com
que o CLP coloque o número desta variável no registrador
designado para indicar qual mensagem será mostrada no
momento.
As teclas de função podem funcionar como botões de
comando para acionar qualquer elemento no CLP. Para cada
tecla é atribuído um endereço de memória no CLP.
Em arquiteturas mais modernas, a IHM tem
controlador programável incorporado, caracterizando uma IHM
inteligente. A IHM está normalmente próxima à linha de
produção instalada na estação de trabalho, recebendo os sinais
vindos do CLP para simples gráficos. Quem faz o controle da
planta é o CLP, baseado na programação existente em seu
interior, através do comando do operador. [3][4]
3.3 Redes de comunicação industrial
DeviceNet.
Em 1983 a International Standards Organization
(ISO) propôs o modelo de referência para a interconexão aberta
(universal) de equipamentos digitais, chamados OSI, Open
Systems Reference Model. Daí resultou um padrão de aceitação
geral, seus conceitos básicos são as camadas, as entidades e os
protocolos.
Com a utilização de redes industriais para interligação
de equipamentos de campo, tais como sensores, atuadores e
CLP’s, caiu em desuso a utilização do padrão 4 a 20 mA, para
a conexão de instrumentos ao CLP.
As redes industriais estão voltadas para dispositivos
que possuem um barramento principal de onde derivam
equipamentos interligados, permitindo conexões entre 32 e 75
nós. O mecanismo de comunicação é ponto a ponto com
prioridade.
As redes de conexão ponto a ponto consistem em uma
série de conexões entre pares individuais de máquinas. Para
sair da fonte e chegar ao destinatário, deve-se primeiramente
passar por uma ou mais máquinas intermediárias. Geralmente,
há múltiplos caminhos possíveis de diferentes comprimentos,
por isso os algoritmos de roteamento desempenham um
importante papel nas redes ponto a ponto [1][5][6].
4 AUTOMAÇÃO DO SISTEMA DE
COMANDO DA PONTE ROLANTE
Nos sistemas de comando antigo da ponte rolante que
se constituíam de vários painéis para controle e operação de
seus sistemas, existiam diversos problemas, como: queima de
contatora, quebra de fim de curso, queima de motor, falta de
fase e alto índice de manutenção corretiva que se agrava pela
falta de peças de reposição, o que vinha dificultando a sua
manutenção.
Visando a redução dos problemas acima citados, foi proposto a
instalação de um painel com CLP na passarela da ponte e uma
unidade remota na cabine de comando do operador sendo
gerenciada através de uma rede industrial DeviceNet, desta
forma tendo uma redução de 12 painéis de comando para
apenas um painel o do CLP, conforme figura 7.

Figura 7: Fluxograma atual.
A monitoração de falhas e sinalização de alarmes é
feita através de uma Interface Homem Máquina (I.H.M.),
conforme a topologia da figura 8.
Figura 8: Topologia da rede na ponte rolante.
Vários programas em ladder foram desenvolvidos para realizar
a automação da ponte rolante. A figura abaixo mostra uma
aplicação de comando da inclinação do martelete e
acionamento do sistema hidráulico.
Figura 9: Programação em ladder do sistema hidráulico do
martelete
O operador, situado na cabine, seleciona uma chave
para habilitar uma entrada digital com endereço (I: 1.3/10),para
o acionamento do motor da bomba hidráulica. Após a
energização do motor da bomba hidráulica, o operador aciona
através de uma manete a inclinação que representa o endereço
(I:1.2/13)ou o retorno com o endereço (I:1.2/14) que desta
forma energiza a saída do CLP no endereço ( O:9.0/13). Após a
energização do motor inicia-se um tempo para desligamento do
sistema hidráulico caso o operador não movimente com a
inclinação ou o retorno do martelete, a bomba hidráulica é
desligada. [7]
5 CONCLUSÃO
O Sistema de Controle e Supervisão é uma poderosa
ferramenta para a linha de produção de uma indústria.
Os avanços tecnológicos nas áreas de Hardware e
Software contribuíram para que o Sistema de Controle e
Supervisão deixasse de ser utilizado apenas por grandes
corporações, e atualmente estar sendo utilizados nos mais
variados processos industriais, no Brasil e em todo o mundo.
Com a instalação do sistema de automação proposto
na ponte rolante espera-se alcançar vários aspectos positivos
como:
1- Redução do tempo de manutenção devido à substituição dos
painéis de comando por CLP’s;
2- Otimização da manutenção e aumento na produção;
3- Redução do custo de manutenção;
4- Segurança na operação e confiabilidade do sistema
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
[1] ALDABO LOPEZ, R. Sistemas de redes para controle e
automação. Rio de Janeiro: Book Express, 2000. 276p.
[2] ALBUQUERQUE, R. O. Circuito em corrente alternada. 5.
ed. São Paulo: Érica, 2001. 265p.
[3] MORAES, C. C. Engenharia de automação industrial. Rio
de Janeiro: Ltc, 2001. 295p.
[4] NATALE, F. Automação industrial. São Paulo: Érica, 2000.
234p.
[5] ROCKWELL AUTOMATION User Manual SLC 500
DeviceNet Scanner Module, 2000, 59p.
[6] ROCKWELL AUTOMATION User Manual FlexLogix
Controller System, 2003, 222p.
[7] ROCKWELL AUTOMATION User Manual SLC Modular
Processors, 2004, 291p.
[8]MAUSA.PontesRolantes.Disponivel:<http:/www.mausa.co
m.br/potugues/mausa015.pdf