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Nas minhas andanças, principalmente após virar fabricante de equipamento DCC, tenho
respondido a muitas perguntas, dúvidas, indagações, em relação ao que significa ou porque adotar
o uso das novas tecnologias no controle dos trens em miniatura.
Antes de prosseguir em frente vamos entrar num acordo entre nos. Ao falar DCC nos estamos
referindo a o sistema adotado pela NMRA (associação dos ferreomodelistas dos Estados Unidos) e
que praticamente está sendo adotado no mundo todo (existem outros (na Europa, naturalmente))
e ao falar DC trata-se do sistema antigo de comando com corrente contínua.
Acredito que uma das formas mais didáticas de entender o porquê de aderir ao controle digital é,
simplesmente, dar uma olhada à história da tecnologia digital aplicada ao ferreomodelismo.
Nos Estados Unidos, que é provavelmente o país em que o ferreomodelismo é mais estendido,
sempre foi praticada uma modalidade operacional em que uma turma tenta realizar operações
ferroviárias o mais parecido possível à realidade.
Nesse país nasceram muitas pequenas companhias ferroviárias com serviços de curto percurso o
que inspirou e facilitou reproduzir, dentro das limitações de espaço físico de uma maquete, as
operações reais.
Muitos grupos dedicados a esse tipo de operação funcionaram por muitos anos usando DC e uma
reivindicação sempre presente era o fato de que todas as operações eram prejudicadas pelas
limitações do comando via DC que, como todos sabemos, não comanda diretamente as
locomotivas e sim os trilhos e por tabela as locomotivas. Num determinado trecho de trilhos todas
as locomotivas irão realizar os mesmos movimentos: todas para frente ou para trás e na mesma
velocidade. Para poder controlar satisfatoriamente as composições foi necessário isolar trechos
dos trilhos e a instalação de um enorme número de interruptores elétricos para obter um
resultado medíocre.
Assim a grita dos ferreomodelistas para que alguém, pelo amor de Deus, criasse algo para poder
controlar cada locomotiva em forma individual.
Muitas tentativas foram realizadas, lá nos anos 60 do século passado (tâmos velhos, não?) entre
acertos e desacertos na Alemanha, um tal de Lenz criou um sistema que foi a base do atual DCC.
Não é possível explicar sobre o sistema DCC sem entrar em alguns detalhes técnicos que podem
aparecer um pouco confusos para o leigo, porém vá em frente com a leitura que a coisa não tão
feia como pode parecer num primeiro momento. Isto é, me agüente um pouco
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O nome DCC significa controle digital de comando (do inglês Digital Command Control). DCC é o
padrão adotado e normatizado pela NMRA (National Model Railroad Association) e não o único
padrão que existe no mundo, porem é o mais aceito. Reiterando o dito ao começo.
Todos os equipamentos que controlam dentro desse padrão operam locomotivas equipadas com
decodificadores de qualquer marca sempre que usem o mesmo padrão.
Ele está baseado na possibilidade técnica de transmitir ordens de comando usando a eletricidade
que alimenta os motores dos trens em miniatura e os próprios trilhos para se comunicar com as
locomotivas. Em suma: força para "tocar" os motores e ordens combinadas configura um
"milagre" da tecnologia.
E esse milagre então permite que cada uma das nossas locomotivas possam ser controladas
individualmente como se o operador estivesse dentro da cabine de comando dela.
Falamos do controle dos motores porem o DCC vai muito mais longe:
A possibilidade de comandar um comboio com várias locomotivas com um único comando tal
como se for uma só (Ne que no mundo real)
Modelar o comportamento das locomotivas como ser: saída e paradas suaves e máximo da
velocidade programado e por ai muito mais... E tudo programável pelo usuário.
O efeito que os americanos chamam de BEMF (Back Electro-Motriz Force – em português: Força
contra eletro-motriz) que permite um controle automático em baixas velocidades ou ao enfrentar
ladeiras ou descidas.
Logo efeitos especiais nessas mesmas luzes (Gyrolight, Ditch, Mars, por exemplo)
Outro avanço foi comando dos acessórios de via como os AMVs, sinais, iluminação da maquete e
muito mais.
E finalmente aquilo que em particular no Brasil despertou o interesse pelo uso do sistema: o som.
Outro detalhe importante que é interessante destacar é a facilidade nas ligações elétricas (um dos
bichos papões para a maioria dos ferreomodelistas). Com o uso de DCC o painel de controle e tudo
aquilo a ser comandado pode-se reduzir a uma interligação de 2 fios só!
Para isto ser possível deve ser usado equipamentos especiais de comando e pequenos chips
instalados em cada locomotiva. Para o comando de acessórios de via outras dispositivos para
comandar de 4 até 6 desses acessórios. O controlador DCC vira um painel de controle sem a
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necessidade daquele tradicional cheio de chaves e botões.
Todavia dando um passo mais largo podemos construir painéis virtuais em poucos minutos e sem
fios com o uso de um computador pessoal e um programa para esse fim. Prometo que estaremos
ampliando estas informações e conceitos em outro trabalho específico desmitificando o assunto já
que existem muitas idéias errôneas ao seu respeito.
ARQUITETURA DO DCC
CONTROLADOR DCC
FORÇA E COMANDOS
LOCOMOTIVA EQUIPADA
COM DCC
EQUIPAMENTO DCC
PARA OPERAR
DESVIOS
.Uma central que combina comandos e força e coloca isso nos trilhos através de dois fios;
.Uma fonte de alimentação para adaptar a força disponível nas tomadas para aquilo que o
sistema requer;
NOTA. Em alguns modelos a central, comando e fonte podem aparecer numa única unidade.
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O sistema DCC permite a operação pessoal ou coletiva a partir de uma única central e um ou
vários controladores de mão (um para cada operador); os sistemas mais completos possibilitam o
compartilhamento para até 30 usuários (controladores).
Alguns sistemas pequenos podem, no máximo, aceitar dois controladores e um número limitado
de endereços (10).
Nos mais completos é possível o uso de 9999 endereços de locomotivas e 999 endereços de
acessórios.
Endereços é a identificação de cada receptor que deve ser instalado dentro da cada locomotiva ou
perto dos acessórios a serem controlados. Consiste num número entre 0001 e 9999. No caso de
acessórios de 001 e 999
Porque falamos em 9999 endereços aceitos pelo sistema e não 9999 locomotivas?
Toda central de DCC é capaz de subministrar energia para um número limitado de locomotivas
rodando simultaneamente. Na maior parte dos casos a capacidade, que é medida em ampér, está
por volta de 3 A até 8 A (“A” é a abreviatura da unidade da corrente elétrica – ampér-). Cada
máquina em média consome ½ A o que resulta numa capacidade máxima de 6 locomotivas para 3
A e 16 para 8 A. Caso seja necessária mais potência são oferecidos potencializadores conhecidos
como Booster que aumentam essa capacidade.
Essa necessidade é freqüente nos casos de clubes com vários usuários operando juntos.
Um detalhe muito importante e que responde a uma consulta constante: é totalmente impossível
usar duas centrais DCC nos mesmos trilhos.
Outro detalhe importante: a maioria dos sistemas produzidos por diferentes fabricantes não
permitem misturar controladores de marcas diferentes. Isto é: controladores de mão de marcas
diferentes com uma mesma central. Não da para usar um controlador LDH e um MRC ou de
qualquer outro fabricante numa mesma central. Porém, sempre tem um porém, alguns sim usam
o mesmo protocolo de comunicação. LDH trabalha junto com Lenz e todos os que usem o
protocolo Lenz (como saber isso? Bom, perguntando a outros que saibam do assunto).
Agora vamos falar um pouco sobre o outro lado, os receptores que tem como missão receber as
informações que o controlador manda e convertê-las em mandos para executar as ações
solicitadas.
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Estes receptores são conhecidos como decoders ou decodificadores. Essa denominação tem
origem na atividade que realizam; o controlador manda ordens em forma de códigos então ele
codifica essas ordens. Empacota as informações e as manda pelos trilhos. O receptor interpreta
essa ordem, ele decodifica e manda executar. Desembrulha o pacote e executa as ordens.
Os decodificadores guardam no seu interior o programa numa parte da sua memória para ele
funcionar e noutra parte da memória uma série de outras informações que podem ser
modificadas pelo usuário.
Elas estão guardadas nas famosas CVs. Nessas CVs são guardadas informações como o endereço,
tempo para acelerar/desacelerar e um bocado de outras coisas. Essas CVs são a abreviatura em
inglês de configuration variables (essa até é fácil de traduzir: variáveis de configuração).
O decodificador passa o tempo todo lendo as informações que pintam nos trilhos é quando
entendem que é para ele (informação endereçada para ele, para seu endereço particular)
interpreta e manda executar o que for solicitado.
Pare
Ligue os faróis
Desengate
Solte fumaça
Caso para operar acessórios executa as ordens solicitadas que podem ser:
Acione o desvio Número tal (pode ser programado para solenóides (aqueles atuadores de
desvios com bobinas –tac-tac- ou motores de acionamento) (tudo isso é programável).
Ligue iluminação.
Decodificadores de motor/funções.
Motor/luz frente/atrás/luzes/som.
Outra variedade são decodificadores de som somente. Eles podem ser instalados junto ao
de motor com o mesmo endereço (neste caso deve se tomar cuidado já que normalmente
conflita o uso de funções de luz).
Decoders que tem a habilidade de transmitir para o sistema uma identificação o que
permite chegar a conhecer que locomotiva está onde na maquete.
O uso de DCC para comando das locomotivas só traz vantagens principalmente na individualização
da operação máquina-a-máquina. A operação de várias pessoas num mesmo sistema. A "limpeza"
da parte elétrica. E algumas coisas que pegam carona no sistema como o som, de grande atração
para os modelistas como já destacado antes.
Com a instalação: pode deixar como está e deixar ligadas todas suas chavinhas (interruptores) e
esquecê-las ou arrancar tudo e ligar uns poucos fios.
Também a passagem de um sistema para outro pode ser feita aos poucos já que pode ficar um
pouco caro equipar de uma vez todas as locomotivas analógicas. É possível criar facilmente um
sistema com interruptores (bom, devemos admitir alguns) para trabalhar ora em DC ora em DCC.
Isto pode ser implementado parcial ou na totalidade da maquete.
Muita gente fica achando que 9999 endereços é um exagero. Isso foi uma solicitação dos usuários.
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No começo o máximo era 99. Agora com 4 casas é possível adotar o número da própria locomotiva
facilitando lembrar o endereço dela. É só olhar. E se tenho duas com mesmo No? Nesse caso...
Em clubes é possível "lotear" as numerações para cada sócio ter a sua disposição uma série de
endereços exclusivos e não provocar conflitos com endereços no momento de operar em
conjunto. Lembre que só pode ser usado um único sistema DCC em cada maquete.
EQUIPAMENTO NACIONAL
CONTROLADORES E
DECODERS LDH
EQUIPAMENTOS IMPORTADOS
Até
Sebastian Burone