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I - deve ser considerada uma sociedade, uma formação social na qual estão
definidas de maneira específica as relações entre as pessoas.
Monopólio fiscal: o rei pode retribuir em dinheiro, e não mais apenas em terras, a
seus servidores.
É preciso compreender que as relações sociais são elaboradas para e pelos homens, e
visam atender às demandas do momento histórico em que estão vivendo.
Para Elias, o processo civilizador constitui uma mudança a longo prazo na conduta e
sentimentos humanos rumo a uma direção muito especifica. No entanto, reconhece que
pessoas isoladas no passado não planejaram essa mudança, essa civilização,
pretendendo efetivá-la, gradualmente por meio de medidas conscientes, racionais,
deliberadas, ao longo de séculos. Segundo Elias a civilização não é racionalização, nem
um produto da raça humana nem mesmo o resultado de um planejamento a longo prazo.
Como seria possível que a racionalização gradual pudesse fundamentar-se num
comportamento e planejamento racionais que a ela preexistissem desde vários séculos?
O processo civilizatório educacional que Elias analisa vai em direção ao equilíbrio entre
os interesses individuais e os coletivos na sociedade, produto do autocontrole. Elias
afirma que para que o homem possa ser livre e feliz é preciso satisfazer as necessidades
e desejos pessoais, no entanto essa satisfação não pode destoar das regras da sociedade.
Se a estrutura das configurações humanas, de sua interdependência, tiver essas
características, se a coexistência delas, que afinal de contas é a condição da existência
individual de cada uma, funcionarem de tal maneira que seja possível a todos os assim
interligados alcançar tal equilíbrio, então, e só então, poderão os seres humanos dizer a
respeito de si mesmos, com alguma honestidade, que são civilizados. Até então estarão,
na melhor das hipóteses, em meio ao processo de se tornarem civilizados.
No reinado de Luís, tudo foi motivo de comemoração, desde seu nascimento até
sua morte, alias todos os seus feitos grandiosos e vitoriosos, claro, foram seladas
com inúmeras medalhas. Uma de suas maiores construções foram, sem dúvidas,
o Palácio de Versailles seguida da Grande Galerie, entre outras galerias
O valor que o toque do rei tinha para seu governo. O toque sagrado, para seus
súditos ele realmente curava, o rei era guiado por uma luz divina.
Em suma, todo ciclo da vida pessoal e social do rei foram marcadas por um
sistema da construção de representações. Em seu reinado ele brilhou como o sol,
mas também foi atacado por discordantes de seu governo, esses não tiveram
representações tão gloriosas, nem apagaram a magnificência de Luís XIV.
A tese de que a Reforma representou uma tentativa de revolução social de classes também é
desconsiderada pelo autor, pois existiram adeptos do protestantismo vindos de várias classes:
príncipes, burgueses, cavaleiros pobres, camponeses alemães ou artesãos das cidades. O autor
chega à conclusão de que a concepção marxista da Reforma pecou por anacronismo, ao
transferir para o século XVI realidades e conflitos do século XIX.
Tese tradicionalista:
A tese tradicional da reforma protestante são as ideias popularmente conhecidas que
fizeram com que Lutero ficasse chocado com os “abusos” da igreja. O escândalo da
indulgência, que é a compra de perdão, é o principal motivo que levaria Lutero a
escrever as 95 teses. Outros motivos tradicionalistas são o Index, que foi a censura de
livros pela igreja que iam contra a ideologia crista, a inquisição, julgamento dos
pecadores e o concilio de Trento, que foi a reunião da igreja para definirem a
profissionalização do clero.
Lutero:
Acreditava na sola scripitura, que acredita que a verdade está na bíblia e na sola fide,
que afirma que somente pela fé é que pode haver salvação.
Lutero não acreditava que o ser humano possa comportar-se como um cristão, pois
somos pecadores. Visão pessimista da natureza do homem. O homem por si só não
conseguia fazer as coisas corretas, não possuía os méritos necessários para a salvação.
Por isso Lutero não acreditava na salvação pelas atitudes.
Não são nossos méritos que permitem nossa salvação e sim a graça de Deus.
Implicações politicas:
Lutero abdica da ideia de igreja ser uma congregação de fieis devido ao medo de ideias
radicais como os anabatistas. (1524) Mudança na postura de Lutero.
Igreja Católica:
Acredita também na salvação pela fé, mas também nas obras (atitudes), como ajudar o
próximo, comportamento digno de um cristão, imitar cristo no dia a dia. Na vida
cotidiana era necessário externar um comportamento cristão.
Não havia salvação fora da igreja, somente a igreja pode intermediar esse processo. Pois
existe um corpo especializado em ministrar os sacramentos.
M. Mullett em "A Contrarreforma e a Reforma
Católica nos Princípios da Idade Moderna.”
Na introdução de seu livro, Mullett expõe que o objetivo do texto é apresentar uma nova
visão sobre a Contra- Reforma. Temos uma breve exposição do pensamento de alguns
estudiosos que pautaram seus trabalhos numa abordagem mais tradicional do assunto
Exemplos de pesquisadores dessa vertente são:
Reafirmando seu objetivo de apresentar uma visão diferente sobre a Contra- Reforma,
Mullet situa as origens do processo antes do século XVI e o apresenta numa perspectiva
de longa duração, tendo seu desenvolvimento completo só a partir de 1600 ou 1650.
Nesse sentido, o autor afirma que para que se compreenda adequadamente a Contra-
Reforma, é preciso adotar uma visão mais ampla do processo, isto é, deve-se dar
atenção a outros fatores influentes no processo, além daqueles enfatizados pela corrente
tradicional: o Index, a Inquisição e uma suposta curta duração.
Como ponto de partida para seu trabalho, Mullett destaca as contribuições de Jean
Delumeau – que enfatiza o longo tempo necessário para implementar de fato as
mudanças, uma vez que haviam diversos interesses investidos, corruptos e amovíveis e
rotinas administrativas que sofriam de subdesenvolvimento.
Dessa forma, Mullett propõe um trabalho que enfoca três períodos principais: a
preparação da Contrarreforma (entre o final da Idade Média e início do século XVI); o
trabalho da Reforma Católica aliado ao Concílio de Trento (entre 1545-1563); o longo
período de implementação das decisões (durante a segunda metade do século XVI).
Mullet, então, faz breves considerações acerca dos significados dos diferentes termos
usados para denominar o processo, enquanto “Contrarreforma” sugere um agressivo
ataque católico à Reforma Protestante, “Reforma Católica” supõe um genuíno e
espontâneo melhoramento no catolicismo, sendo frequentemente adotado por estudiosos
católicos. Partindo dessa reflexão, o autor defende que todas as reformas desse período
– Protestante, Radical e Católica – possuem uma origem comum situada numa realidade
de reanimação cristã no final da Idade Média, que englobava a consolação na religião
cristã no contexto de pestes do século XIV; o movimento de Contra-Renascença que se
opunha ao resgate de valores pagãos Greco- Romanos, presentes no Renascimento e o
saque de Roma (encarado, assim como as pestes, como um castigo e aviso divino).
Mullet também destaca a importância dos bispos como agentes indispensáveis da
Contrarreforma, uma vez que levaram a cabo as decisões do Concílio de Trento –
fazendo reformas sistemáticas de seus bispados, inspecionando padres, estabelecendo
escolas e seminários e cuidaram da pregação e administração dos sacramentos.
Afirmando que a Reforma Católica não foi um evento estimulado puramente contra a
Reforma Protestante - mas também proveniente da necessidade de uma extensa reforma,
já expressa nos concílios do século XV e princípio do XVI
Na conclusão de seu livro, Mullett volta a destacar que a Contrarreforma não era
primeiramente um movimento de oposição à Reforma Protestante, como mostrado pelo
autor no que tange às missões. Além disso, é preciso observar que a reforma Católica
emergiu no contexto de acentuação da autoridade dos estados nacionais e territoriais no
século XVI e XVII, no qual os governantes pretendiam aumentar sua autoridade sobre a
Igreja (tanto católica quanto protestante) a havia a diminuição do poder do papa sobre a
igreja católica internacional e sobre os estados da Europa. A partir de uma religião que
objetivava, mais do que anteriormente, ser sentida – fosse por meio da confissão, da
eucaristia ou da arte barroca -, a Contrarreforma foi um grande marco na história
cultural e política da Europa moderna e desempenhou importante papel na europeização
do mundo não europeu.