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Conforme podemos observar na figura acima, a presença de um intérprete se faz necessária sempre que
alguém não souber se comunicar na língua da pessoa que possui autoridade oficial (juiz, delegado, etc.).
Mas, podemos perguntar, quando surgiu a Interpretação de Tribunal? Embora haja relatos sobre a presença
de intérpretes em tribunais anteriores à colonização das Américas e também na África do Sul antes do
século XVII, costuma-se considerar como marco da Interpretação de Tribunal os seguintes eventos: o
Julgamento de Nuremberg, entre novembro de 1945 e outubro de 1946, na Alemanha, para julgamento dos
nazistas e entre junho de 1946 e novembro 1948 em Tóquio, no Japão, para julgamento de nazistas e
japoneses que cometeram crimes durante a Segunda Guerra Mundial (Novais Néto, 2009).
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No início, o trabalho de interpretação de tribunal era realizado de maneira precária, pois os intérpretes não
tinham naquela ocasião treinamento específico para tal tarefa. Para exemplificar citemos o Julgamento de
Nuremberg que, na ocasião, contou com os “intérpretes” que foram recrutados por sua competência
linguística, mas não tinham experiências de como exercer a interpretação nesse espaço social. Para saber
mais sobre como foi o Julgamento de Nuremberg, clique aqui (http://www.youtube.com/watch?
maneira mais profissional. Nos Estados Unidos, por exemplo, a demanda por intérpretes aumentou por
volta dos anos 60 devido aos movimentos sociais e direitos civis. Com isso, indivíduos que pertenciam a
outras nacionalidades e necessitavam de ajuda para se comunicar em inglês puderam ser assistidos por
intérpretes nos tribunais. Tal contexto fez com que a profissão de intérprete fosse regulamentada e
promulgada em 1978 no Direito Público n. 95-539 da Lei Federal dos Intérprtetes de Tribunais dos Estados
Unidos. Por estar ligada ao direito à justiça e à relevância social, a interpretação de tribunal passou a
ocupar uma posição de maior prestígio comparada com as outras formas de interpretação (Novais Néto,
2009).
Nos Estados Unidos, em 1978 o Federal Court Interpreters Act regulamentou que os intérpretes deviam
passar por um exame de certificação para realizar a interpretação de tribunal. Aos poucos, diversas cidades
estadunidenses seguiram essa recomendação, e, assim, os exames começaram a ser aplicados na Califórnia
em 1979, seguido de Nova Iorque em 1980, Novo México em 1985, e Nova Jersey em 1987.
Assim como nos Estados Unidos, com o passar do tempo, também em diversos países, vários mecanismos
foram criados para que os serviços de interpretação de tribunal prestados atingissem uma boa qualidade.
Dentre esses mecanismos, podemos citar as seguintes medidas: a obrigatoriedade do exame de proficiência
para atuar como intérprete de tribunal em 1978 na Austrália e em 1980 no Canadá.
Concomitantemente, surgiram associações profissionais de intérpretes que visavam garantir o
reconhecimento do profissional. Esse fato aconteceu com maior intensidade nos Estados Unidos devido ao
grande contigente de estrangeiros que lá viviam e, por conseguinte, a grande demanda de serviços de
interpretação. Dentre as associações criadas, podemos citar: “California Court Interpreters Association”
criada em Los Angeles em 1971; Court Interpreters and Translators Association (CITA), fundada em Nova
Iorque em 1978 que, posteriormente, mudou seu nome para National Association of Judiciary Interpreters
and Translators em 1988. Além dessas, em muitos outros estados estadunidenses, há associações formadas
por intérpretes de tribunal, como por exemplo, The Arizona Interpreters Association (AIA) e The Court
Interpreting).
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A interpretação jurídica
Vamos recorrer aos estudos da linguística forense que é definida como o campo teórico que tem como
objeto de estudo a interação verbal ou escrita entre os integrantes da esfera jurídica e também entre os
leigos. A linguística forense lida com textos de leis, textos de decisões judiciais e administrativas, entre
outros. Consequentemente, pode-se afirmar que reuniões com advogados e representantes de empresas
discutindo contratos e questões legais configurariam uma situação de interpretação jurídica.
Já para Novais Neto (2009), o termo Interpretação de Tribunal deve ser empregado para se referir a
qualquer tipo de interpretação que envolva julgamentos ou outras situações que requerem a presença de
jurídica quando esta ocorrer em outros espaços sociais, como por exemplo, nos escritórios de advogados,
ATIVIDADE FINAL
REFERÊNCIA
GONZALEZ, ROSEANN et alli (1991). Fundamentals of Court Interpretation: theory, policy and practice.
North Carolina Academic Press.
NOVAIS NÉTO (2009). O Intérprete de Tribunal no Brasil: peritus peritorum? (Tese de Doutorado PUC/SP).
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