Você está na página 1de 13

Centro Universitário de Brasília – UniCEUB Faculdade de

Tecnologia e Ciências Sociais Aplicadas

TRABALHO DE HIDROLOGIA

Roney Lopes Lima


RA: 21453922
Centro Universitário de Brasília – UniCEUB Faculdade de
Tecnologia e Ciências Sociais Aplicadas

Introdução
Bacia Hidrográfica é a área ou região de drenagem de um rio principal e seus
afluentes. É a porção do espaço em que as águas das chuvas, das montanhas, subterrâneas
ou de outros rios escoam em direção a um determinado curso d’água, abastecendo-o.
É importante, portanto, ter consciência de que, ao andarmos pelas ruas ou em uma
mata, por exemplo, estamos andando necessariamente sobre a área de uma bacia
hidrográfica, pois as águas que eventualmente escoam nesses locais tendem a se direcionar
para um rio.
O que separa uma bacia hidrográfica de outra são os divisores de água. Eles são
como uma espécie de fronteira em que, de um lado, escoa a água em direção a um rio e, de
outro, escoa a água em direção a outro rio.
Em razão da força da gravidade, as águas correm sempre do ponto mais alto da
superfície em direção aos pontos com menores altitudes. Assim, podemos dizer que as
localidades mais elevadas são os divisores de água e os pontos menos elevados costumam
abrigar o leito dos rios.
As bacias hidrográficas podem ser classificadas conforme a sua grandeza. Isso porque
todo o rio possui a sua bacia, mas alguns deles desaguam em outros rios, formando uma
bacia hidrográfica maior, ou seja, as bacias de maior grandeza englobam as áreas de outras
bacias menores. Veja o esquema abaixo, nele temos a situação de uma bacia hidrográfica
hipotética, formada por um rio principal e seus afluentes.
Centro Universitário de Brasília – UniCEUB Faculdade de
Tecnologia e Ciências Sociais Aplicadas

O trabalho consiste em fazer uma análise da bacia hidrográfica que delimita um


ponto exutório determinado. O arquivo do AutoCad com a morfologia da Região em estudo
e a topografia contendo as linhas de cota foi fornecida. A partir da delimitação da bacia
foram pedidos diversos itens para serem analisados, citados abaixo:
1) Delimitação da bacia hidrográfica do Córrego Três Barras a partir do ponto
exutório (coordenadas 182912.74 e 8266141.13)e trace seu perfil longitudinal, do
exutório atésua nascente;;
2) Calculado o tempo de concentração da bacia delimitada, utilizando o método
adequado;
3) Elaborado, com base na curva IDF de Brasília, o hietograma de projeto para 50
anos de tempo de retorno. Utilizado o método dos blocos alternados do SCS;
4) Estimada a precipitação efetiva, com base no método CN do SCS.
5) Elaborado o hidrograma unitário sintético triangular, utilizando a metodologia
proposta pelo SCS;
6) Feita a convolução do HU, calculado no item 3, utilizando a precipitação efetiva
calculada no item 2 e determinada a vazão de pico e o hidrograma de projeto.
Centro Universitário de Brasília – UniCEUB Faculdade de
Tecnologia e Ciências Sociais Aplicadas

1 – Delimitação da Bacia
A linha de delimitação de uma bacia foi definida a partir de um mapa cartográfico em
arquivo no AutoCad já fornecido obedecendo a declividade do solo e suas cotas
topográficas.Então obteve-se a bacia, como mostra a figura a seguir:

Delimitação da bacia pelo AutoCAD


Centro Universitário de Brasília – UniCEUB Faculdade de
Tecnologia e Ciências Sociais Aplicadas

1.2- Perfil Longitudinal do Curso Principal de Água


Primeiramente foi escolhido o curso principal de agua, para isso foi adotado o curso
com o maior comprimento. Visando conseguir traçar o perfil foi necessário obter os
comprimentos ao longo do curso de agua que interceptava cada linha de cota, gerando
uma tabela para cada valor de altitude (Isoietas).
Distância Distância
COTAS Distância (m) Acumulada (m) Acumulada (Km)
1229 0 0 0
1225 26,4604 26,4604 0,0264604
1220 87,9037 114,3641 0,1143641
1215 69,9135 184,2776 0,1842776
1210 78,79 263,0676 0,2630676
1205 59,411 322,4786 0,3224786
1200 41,5399 364,0185 0,3640185
1195 165,0545 529,0730 0,529073
1190 118,7546 647,8276 0,6478276
1185 430,838 1078,6656 1,0786656
1180 257,3514 1336,0170 1,336017
1175 418,4405 1754,4575 1,7544575
1170 534,5362 2288,9937 2,2889937
1165 293,3588 2582,3525 2,5823525
1160 311,3548 2893,7073 2,8937073
1155 266,7452 3160,4525 3,1604525
1150 781,0239 3941,4764 3,9414764
1145 364,4516 4305,9280 4,305928
1140 297,4618 4603,3898 4,6033898
1135 267,7563 4871,1461 4,8711461
1130 233,8812 5105,0273 5,1050273
1125 75,2777 5180,3050 5,180305
1120 1,6993 5182,0043 5,1820043
1115 81,5119 5263,5162 5,2635162
1110 182,9309 5446,4471 5,4464471
1105 209,7938 5656,2409 5,6562409
1100 673,1418 6329,3827 6,3293827
1095 661,4862 6990,8689 6,9908689
1090 129,1625 7120,0314 7,1200314
1085 724,2449 7844,2763 7,8442763
1080 471,0156 8315,2919 8,3152919
1075 508,0343 8823,3262 8,8233262
1070 513,6015 9336,9277 9,3369277
1065 455,2092 9792,1369 9,7921369
1060 592,2614 10384,3983 10,3843983
1055 637,3667 11021,7650 11,021765
1050 603,6555 11625,4205 11,6254205
1045 250,692 11876,1125 11,8761125
Centro Universitário de Brasília – UniCEUB Faculdade de
Tecnologia e Ciências Sociais Aplicadas

Perfil longitudinal
1250

1200

1150
Cotas (m)

1100

1050

1000
0 2 4 6 8 10 12 14
Distâcia acumulada (km)

2- Tempo de Concentração da Bacia Delimitada


Foi utilizado o método do Corpo de Engenheiros do Exército dos EUA, pois é o
método mais adequado ao caso. Segundo o método, devemos adotar a seguinte fórmula:
𝐿0,76
𝑡𝑐 = 11,46
𝑆 0,19

E então obtivemos os seguintes resultados:


TEMPO DE CONCENTRAÇÃO
Kirpich (min) CEE EUA (min) Watt e Chow (min) Carter (min) Dooge (min)
134,07 166,30 282,42 92,20 193,09

O valor encontrado foi de aproximadamente 166,30 minutos.


Centro Universitário de Brasília – UniCEUB Faculdade de
Tecnologia e Ciências Sociais Aplicadas

3- Hietograma de Projeto

Para se construir o hietograma de projeto para 50 anos de tempo de retorno, utilizou-se a


curva IDF como parâmetro para se estimar a capacidade de precipitação:

𝑎. 𝑇𝑅 𝑏
𝐼=
(𝑡𝑑 + 𝑐)𝑑

Onde a, b, c e d são coeficientes tabelados característicos de cada cidade. Disponível


no Plano Diretor de Drenagem Urbana do Distrito Federal, os valores dos parâmetros são:

IDF
Tempo de Retorno - TR (anos) 50
a 1574,7
b 0,207
c 11
d 0,884

Em relação à precipitação, a intensidade x duração x frequência para Brasília é dada


pela seguinte fórmula:
1574,70. 𝑇 0,207
𝐼=
(𝑡 + 11)0,884
Centro Universitário de Brasília – UniCEUB Faculdade de
Tecnologia e Ciências Sociais Aplicadas

Onde I é a intensidade em mm/h, T é o tempo de retorno em anos, que no caso do


estudo é igual a 50 anos e t é o tempo de duração em minutos, variando de 23 a 180 em
subintervalos de tempo de 30 minutos. Agora, utilizando o Método dos Blocos Alternados:

MÉTODO BLOCOS ALTERNADOS

Duração I (mm/h) Pacum (mm) ∆P (mm) ∆Pord (mm)


(min)

30
132,80 66,40 66,40 23,82
60
81,73 81,73 15,33 20,67
90
59,85 89,78 74,44 74,44
120
47,56 95,11 20,67 66,40
150
39,63 99,08 78,41 15,33
180
34,08 102,23 23,82 78,41

Hietograma de Projeto
90.00

80.00

70.00
Precipitação (mm)

60.00

50.00

40.00

30.00

20.00

10.00

0.00
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200
Duração (min)
Centro Universitário de Brasília – UniCEUB Faculdade de
Tecnologia e Ciências Sociais Aplicadas

4- Precipitação Efetiva
Usando o método SCS, para o método para de obter o CN é preciso obter o valor de
CN a partir de tabelas de classificação de uso e ocupação do solo. No caso em estudo o
valor de CN adotado é de 75 para solos de media capacidade de absorção em campos.

MÉTODO SCS

∆t (min) P (mm) PAcum. (mm) PEf. Acum. (mm) PEf. (mm)

30 23,82 23,82 0 0

60 20,67 44,49 6,77 6,77

90 74,44 118,93 55,73 48,97

120 66,40 185,33 112,06 56,32

150 15,33 200,66 125,77 13,71

180 78,41 279,07 198,14 72,37

Para cálculo, utilizou-se a fórmula e tabela abaixo:


25400
𝑆= − 254 𝑒 𝐼𝑎 = 0,2𝑆
𝐶𝑁
MÉTODO SCS
CN 75
S (mm) 84,67
Ia (mm) 16,93

Se o valor de precipitação for superior ao valor de I, calcula-se o valor da precipitação


efetiva pela seguinte equação, visto na tabela acima:
(𝑃 − 𝐼)2
𝑃𝑒𝑓 =
𝑃−𝐼+𝑆
Centro Universitário de Brasília – UniCEUB Faculdade de
Tecnologia e Ciências Sociais Aplicadas

5- Hidrograma Unitário Sintético Triangular


Considerando as informações e cálculos, o valor de precipitação efetiva para uma
precipitação com 300mins de duração e tempo de retorno de 50 anos é de 50,03mm.

(𝑃 − 𝐼𝑎)2
𝑄=
(𝑃 − 𝐼𝑎 + 𝑆)

Para intervalos de 30 minutos, o tempo de pico (Tp), que também representa o tempo
entre a metade da precipitação e o tempo de pico, vale 60% do tempo de concentração (tc)
da bacia que vale 166,3 minutos. Dado pela expressão e obtenção da seguinte tabela:
𝑡𝑝 = 0,6 ∗ 𝑡𝑐 → 𝑡𝑝 = 0,6 ∗ 166,3 → 99,78 𝑚𝑖𝑛
30
𝑇𝑝 = 99,78 + = 114,78 ≅ 120 min → 2ℎ
2
𝑡𝑏 = 114,78 + 1,67 ∗ 114,78 = 306,46 ≅ 300

0,208. 𝐴
𝑞𝑝 = = 3,64
𝑇𝑝

HU

Tp (min) 120

tb (min) 310

A (km²) 35,8

qp (m³/s) 3,72

td (min) 30

tc (min) 166,3

tp (min) 99,78

Com os dados determinados acima, foi possível calcular o Hidrograma Unitário


Sintético triangular, pelo Método SCS, conforme gráfico a seguir:
Centro Universitário de Brasília – UniCEUB Faculdade de
Tecnologia e Ciências Sociais Aplicadas

Duração (min) Vazão (m³/s min)

30 0,93
60 1,86
90 2,79
120 3,72
150 3,1
180 2,48
210 1,86
240 1,24
270 0,62
300 0

HU Sintético triangular
4
3.5
3
Vazão (m³/s min

2.5
2
1.5
1
0.5
0
0 50 100 150 200 250 300 350
Duração (min)
Centro Universitário de Brasília – UniCEUB Faculdade de
Tecnologia e Ciências Sociais Aplicadas

6- Vazão de Pico
VAZÃO DE PICO INCREMENTAL POR PRECIPITAÇÃO EFETIVA
Q total
(m³/s)

Q1 0,00 0,00
Q2 0,00 0,00 0,00
Q3 0,00 0,00 0,00 0,00
Q4 0,00 0,00 0,00 77,54 77,54
Q5 0,00 0,00 0,00 155,08 27,67 182,75
Q6 0,00 0,00 0,00 232,63 55,34 7,51 295,48
Q7 0,00 0,00 0,00 310,17 83,01 15,03 5,03 413,24
Q8 0,00 0,00 0,00 387,71 110,68 22,54 10,06 4,34 535,34
Q9 0,00 0,00 0,00 357,96 138,35 30,05 15,10 8,69 3,83 553,98
Q10 0,00 0,00 0,00 311,53 127,74 37,57 20,13 13,03 7,65 3,42 521,08
Q11 0,00 0,00 0,00 265,10 111,17 34,69 25,16 17,38 11,48 6,85 3,10 474,92
Q12 0,00 0,00 218,67 94,60 30,19 23,23 21,72 15,31 10,27 6,20 2,83 423,01
Q13 0,00 172,23 78,03 25,69 20,22 20,05 19,13 13,69 9,30 5,67 364,02
Q14 0,00 61,46 21,19 17,20 17,45 17,66 17,12 12,40 8,50 172,99
Q15 0,00 16,69 14,19 14,85 15,37 15,80 15,50 11,34 103,75
Q16 0,00 11,18 12,25 13,08 13,75 14,31 14,17 78,75
Q17 0,00 9,65 10,79 11,70 12,45 13,09 57,68
Q18 0,00 8,50 9,65 10,60 11,39 40,14
Q19 0,00 7,60 8,74 9,69 26,04
Q20 0,00 6,89 7,99 14,88
Q21 0,00 6,30 6,30
Q22 0,00 0,00

A vazão de pico de projeto é a maior vazão por incremental obtida aos 200 minutos
de precipitação e valor igual a 591,89m³/s.

Para determinar a vazão de pico utilizando o método racional, adotou-se um


coeficiente de escoamento C de acordo com a cobertura da área da bacia e no caso foi
adotado C = 20, a área de 125,38 km² e a intensidade de precipitação dada pela curva IDF
de Brasília com tempo de retorno de 50 anos e tempo de duração igual ao tempo de
concentração de 146,99 obtendo um valor de I = 40,99mm/h.
𝑄 = 0,27 𝐶𝑖𝐴
A vazão de pico obtida pelo método da convolução (Q=159,89m²/s) foi
significativamente maior do que pelo método racional (Q=277,51m³/s). Para assumir como
Centro Universitário de Brasília – UniCEUB Faculdade de
Tecnologia e Ciências Sociais Aplicadas

parâmetro de projeto, o melhor a ser escolhido seria a vazão do método da convolução,


pois trata-se da pior situação.

C 0,20
A (km²) 142,80
I (mm/h) 32,56
Q pico 251,05

Você também pode gostar