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UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS

CURSO DE GEOGRAFIA BACHARELADO

DISCIPLINA DE GEOMORFOLOGIA I

INTRODUÇÃO

Pretende-se, no presente trabalho falar resumidamente a geomorfologia de 3 maciços


residuais do estado do Ceará, os maciços da Meruoca, Baturité e Uruburetama,
descrevendo suas formações e estruturas geológicas, os processos de aculturação.

O semi-árido brasileiro envolve uma área de 788.064.km² equivalentes a 48% do


Nordeste e a 9,3% do Brasil (FUNCEME, 1993). Seu clima não permite o plantio
regular, tendo em conta a suas altas temperaturas e chuvas más distribuídas no tempo
e no espaço, em seus complexos biogeográficos se destaca a caantiga, planícies
fluviais, planícies litorâneas e os maciços residuais, que são como "ilhas de frio"
distribuídas na depressão sertaneja.

As chapadas encontradas no território do Ceará são de formação sedimentar, os


maciços residuais que estão distribuídos no interior da depressão sertaneja
contornando a faixa litorânea são de origem cristalina. Além dos maciços já
mencionados no estado do Ceará ainda encontramos a serra de Maranguape e a serra
do Machado.

MACIÇOS RESIDUAIS ÚMIDOS

Conhecidos como "Serras Úmidas e Subumidas" estão distribuídos nos sertões do


semi-áridos próximas do litoral, são relevos fortemente dissecados em feições de
colina, com altitudes que variam de 650-900m, a rede fluvial é muito densa,
apresentam vales profundos e baixo potencial de águas subterrâneas, exceto nas
áreas fortemente fraturadas.

O relevo apresenta um papel decisivo para as características do mesoclima da região,


através da sua interação com a natureza e altimetria, devido a isso as serras sempre
apresentam as melhores condições ambientais e recursos naturais nos planos
climáticos, pedológicos e hidrológicos. Comparando com a superfície sertaneja na
qual ela está inserida sempre sua economia e o uso de suas terras sempre será mais
produtivo.

Seu relevos colinosos apresenta uma predominância de Argissolos ( eutróficos ou


distróficos) e de Neossolos Litólicos eutróficos. As variações de solos vão depender
dos diferentes modos de relações entre os fatores de formação, particularmente em
relação ao clima, relevo e material de origem, seus revestimentos vegetais nas
encostas úmidas e no platô das serras é recoberto por remanescentes florestais ao
lado de lavouras, nas encostas secas as espécies de caantiga estão mais dispersas.

A SERRA DE URUBURETAMA

Situada na porção setentrional do Ceará é um maciço residual com cerca de 1000km²


de área, englobando parte dos municípios de Uruburetama, Irauçiba, Itapipoca, Itapajé
e Umirim. É um maciço fortemente tectonizado e intensamente fraturado, na qual a
rede de drenagem se adapta a alas.

De acordo com RADAMBRASIL(1981) a serra apresenta primazia de núcleos


granitoídes de variados tipos e migmaticos homogêneos do Pré-Cambriano inferior à
média do complexo nordestino. Seus níveis altimétricos médios ficam em torno de
750m, o seu relevo é dissecado em cristais, colinas e lombas alongadas, alternando
entre vales em formas de v e planícies alveolares, em áreas mais úmidas o que
prevalece são formas de topos convexos.

Suas condições climáticas são caracterizadas como clima quente e úmido com chuvas
de verão, o período chuvoso inicia-se em janeiro estendendo-se até junho-julho.

O maciço de Uruburetama contém três sistemas fluviais de caráter exorreio têm


origem na área serrana: os sistemas dos rios Curu, Aracatiaçu e Mundaú, seus
regimes fluviais são intermitentes sazonais e têm dependência direta da distrinuição
pluviométrica, suas águas subterrâneas de modo genérico apresentam baixas
condições potenciais e de utilização.

A área úmida e sub-umida da serra de Uruburetama era revestida pela a floresta sub-
perenifólia que são matas serranas plúvio- nebulares e pela floresta subcaducifólia
que são matas secas.
SERRA DE BATURITÉ

O maciço de Baturité está situado no sertão central cearense, abrangendo os


municípios de Pacoti, Palmácia, Guaramiranga, Mulungu, Aratuba, Capistrano,
Itapiúna, Baturité, Aracoiaba, Acarape, Redenção, Barreira e Ocara.

A área serrana foi submetida a um tectonismo intenso de que se configura através de


zonas fraturadas, dobradas e falhadas e por consequência desse fato suas feições
traduzem em morfológicas escarpadas.

Suas rochas são compostas por embasamento cristalino pré-cambriano, tendo muito
presente os granitos, gnaisses, pegmatitos, quartizitos, leptinitos, anfibolitos,
diabásios, calcários, entre outros.

Com níveis altimétricos que atingem cerca de 600 a 800m em média, alguns em
especifico atingem a cota de 900m. De acordo com (Souza, 1978) seu aspecto
geomorfológico integram um domínio dos escudos e maciços antigos, suas
características são vales em v ou de fundos planos semi-circulares, interflúvios
tabulares estreitos, colinas exibindo uma dissecação do relevo.

Seus sistemas fluviais é o maior dispersor de drenagem da porção norte-ocidental do


Ceará, suas condições hidrológicas são similares a dá serra da Uruburetama em
função dos terrenos de embasamento cristalino.

Os solos dominantes são distribuídos das seguintes formas, os Argissolos


predominam no platô, lombas alongadas e nos estreitos interflúvios tabulares, sendo
mediamente profundo e com fertilidade natural média e alta.

A vegetação primaria da serra era composta pela floresta subperenifólia, seu estado
de degradação está bastante avançado em função de uso agrícola intenso.

SERRA DA MERUOCA

A serra da Meruoca está localizada a oeste do Rio Acaraú, próxima a cidade de


Sobral, ela engloba parcelas de quatro municípios tais como: Alcântara, Massapé,
Meruoca e Sobral.

Sua área apresenta um formato grosseiramente retangular, correspondendo assim


um batólico cujo às fácies característica exibe um granito de coloração avermelhada
e uma granulação grosseira, uma de suas características são os sedimentos areno-
argilosos, de cores cinza claras variando para tonalidades escuras. Com
predominância de Argissolos Vermelhos Amarelos com características eutróficas,
também de Neossolos Litólicos e afloramentos rochosos.

Uma superfície cimeira da serra fica posicionada no nível médio de 750m, as encostas
leste e norte-oriental, além do topo da serra, são submetidas a um regime de
precipitações em que os totais pluviométricos são maiores e as chuvas são mais
regulares e distribuídas.

O seu tipo climático tem características quente e úmidas e chuvas de verão e


precipitações máximas no outono. Seus cursos d´água oriundos das vertentes norte
e leste demandam do Rio Acaraú e os riachos da vertente oeste confluem com o rio
Coreaú.

A serra da Meruoca apresenta-se fortemente degradada em função dos


desmatamentos realizados em qualquer critério conservacionista, hoje só resta
testemunhos das matas serranas Plúvio-nebulares (florestas subperenifólia),
constata-se também uma frequência muito significativa do babaçu, o seu uso atual é
definido com predomínio de fruticultura, cana de açúcar e entre outros.

REFERÊNCIAS

SOUZA, M. J. N.; OLIVEIRA, Vládia Pinto Vidal de . Os Enclaves úmidos e Sub-


úmidos do Semi-árido do Nordeste Brasileiro. Mercator, v. 09, p. 85-102, 2006.
Disponível em: <https://www.passeidireto.com/arquivo/2640195/os-enclaves-umidos-
e-subumidos-do-semi-arido-do-nordeste-brasileiro> Acessado em 10/03/2018.
JOSÉ, Kayo Geografia do Ceará, ebah, 2015. Disponível em:
<http://www.ebah.pt/content/ABAAAA1LYAJ/geografia-ceara> Acessado em
10/03/2018.

SOBRINHO, José Falcão; LIMA, Cleire da Costa Falcão Semi-Árido Diversidade,


Fragilidade e Potencialidades, Sobral: Sobral Gráfica, 2006.

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