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UNIDADE 1

A ENFERMAGEM, O CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA

O Crescimento ( C ) e o desenvolvimento ( D ) , são indicadores da saúde das crianças;


por essa razão o acompanhamento desses processos se constitui na ação –eixo da assistência à
saúde da criança.As equipes de enfermagem e de saúde devem estar alertas para intervir no
processo de CD, quando necessário, da maneira mais precoce possível. No Brasil, o MS
(1984) preconiza que a atenção à infância deve se estruturar a partir do acompanhamento do
CD.
O crescimento e desenvolvimento são o que caracteriza a criança, dessa forma , a
atenção a criança existe para promover o C e o D.

DEFINIÇÕES:

►CRESCIMENTO: Constitui as alterações biológicas que implicam em aumento


corporal da criança, manifestadas pelo aumento do tamanho das células (Hipertrofia), e
pelo aumento do número de células (Hiperplasia). É um quantitativo.

Referencia-se por:

 Peso
 Estatura
 Perímetro cefálico
 Perímetro torácico
 Alteração das fontanelas
 Dentição
 Alterações na proporção corporal e tecidos corporais

►DESENVOLVIMENTO: É o aumento da capacidade do indivíduo na realização de


funções cada vez mais complexas. A criança desenvolve controle neuro-muscular, destreza e
traços de caráter, funções que só podem ser medidas por meio de provas funcionais.

 Habilidades motoras grossas


 Habilidades motoras finas
 Desenvolvimento da linguagem
 Desenvolvimento congnitivo
 Desenvolvimento social e afetivo
 Alteração das fontanelas
 Dentição
 Alterações na proporção corporal e tecidos corporais

►DESENVOLVIMENTO: É o aumento da capacidade do indivíduo na realização de


funções cada vez mais complexas. A criança desenvolve controle neuro-muscular, destreza e
traços de caráter, funções que só podem ser medidas por meio de provas funcionais.

 Habilidades motoras grossas


 Habilidades motoras finas
 Desenvolvimento da linguagem
 Desenvolvimento congnitivo
 Desenvolvimento social e afetivo

FATORES QUE INFLUENCIAM O CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO:


O crescimento é um processo biológico, de multiplicação e aumento do tamanho
celular, expresso pelo aumento do tamanho corporal.Todo indivíduo nasce com um potencial
genético de crescimento, que poderá ou não ser atingido, dependendo das condições de vida a
que esteja submetido desde a concepção até a idade adulta. Portanto, pode-se dizer que o
crescimento sofre influências de fatores intrínsecos (genéticos, metabólicos e malformações,
muitas vezes correlacionados, ou seja, podem ser geneticamente determinadas) e de fatores
extrínsecos, dentre os quais destacam-se a alimentação, a saúde, a higiene, a habitação e os
cuidados gerais com a criança Como conseqüência, as condições em que ocorre o
crescimento, em cada momento da vida da criança, incluindo o período intra-uterino,
determinam as suas possibilidades de atingir ou não seu potencial máximo de crescimento,
dotado por sua carga genética.

1. – AVALIAÇÃO DO CRESCIMENTO :

O crescimento pode ser avaliado mediante o controle de peso, estatura e perímetro


cefálico, com auxílio de parâmetros de normalidade definidos através de fórmulas e das
curvas de peso. As medidas físicas refletem a taxa de crescimento da criança e qualquer
alteração no padrão das mesmas, pode indicar problemas sérios.A técnica deve ser rigorosa, os
dados corretos e o registro e interpretações exatos; mais importante que os valores deve ser a
observação das tendências, diferenças súbitas e os graves desvios do padrão normal.
.
1. – PESO ( P ):

O peso é um excelente indicador das condições de saúde e da nutrição da criança,suas


variações na infância são rápidas e importantes.As maiores informações não são obtidas,
porém, com o peso de um momento preciso, mas na sua evolução no tempo (curva de peso),
na variação entre duas pesagens sucessivas.O método de pesagem, por sua vez, deve ser
preciso para não oferecer dados incorretos.
A criança dobra de peso aos 5 meses e triplica aos 12 meses. No primeiro ano, a
criança cresce, em estatura, cerca de 50% da estatura do nascimento.

Ganho ponderal mensal nos dois


primeiros anos de vida
Até 3 meses 750 a 900 gramas
por mês
De 3 a 6 meses 600 gramas por
mês
De 5 meses a 1 300 a 400 gramas
ano por mês
De 1 a 2 anos 200 a 300 gramas
PESANDO A CRIANÇA por mês

1.2. ESTATURA :

A estatura é uma medida fiel do crescimento de uma criança.Sua curva espelha a vida
anterior e torna visível toda a história do crescimento.Com efeito, a desnutrição só se retrata
tardiamente sobre a altura do corpo da criança;uma lentidão no crescimento da estatura indica
o começo de uma desnutrição dois a três meses antes.Ao contrário do peso que pode variar
muito e rapidamente; a estatura é uma medida estável e regular.porém é mais difícil de medir
do que o peso.Até a idade de dois anos, a criança é medida deitada e são necessárias duas
pessoas para tomar essa medida. A criança deve ser medida uma vez ao mês ou a cada
consulta de puericultura.
MEDINDO A CRIANÇA

Parâmetros normais:
 Nascimento: +_ 50 cm;
 1º trimestre: 9 cm;
 2ª trimestre: 7 cm;
 3º trimestre: 5 cm;
 4º trimestre: 3 cm
 Aos 23 meses: +_ 74 cm.
Para crianças acima de dois anos, teremos a seguinte fórmula:

ESTATURA = IDADE X 5 + 80.


1.3. PERÍMETRO CEFÁLICO (PC):

É a circunferência do crânio. A circunferência da cabeça aumenta rapidamente no


primeiro ano de vida, a fim de adaptar-se ao crescimento do cérebro.
Essa medida permite identificar “alterações”.
Essa medida deverá ser verificada a cada consulta ambulatorial, mensalmente.Se há
indicações de anormalidades, deverá ser verificada diariamente.
Valores normais:

IDADE PC/ Cm
Nascimento 35,0
3 meses 40,4
6 meses 43,4
9 meses 45,5
1 ano 46,6
1 ano e 6 meses 47,9
2 anos 48,9
3 anos 49,2
4 anos 50,4
5 anos 50,8
1.4. PERÍMETRO TORÁCICO (PT):

Medida da circunferência do tórax, importante para detectar algumas doenças.


A característica dessa medida consiste na mudança de sua relação com o perímetro
craniano (PC).
A relação entre Pc e Pt

- Até 6 meses: Pc é superior a Pt


- Cerca de 6 meses: Pc é igual a Pt
- Cerca de 9 meses: Pc é inferior a PT

1.5 – DENTIÇÃO:
A idade média normal para o nascimento dos primeiros dentes de leite é por volta de 6
meses de idade. Um atraso pode ser considerado normal em torno de mais de 6 ou 8 meses.
Pode acontecer de dentes de leite que erupcionan (nascem) antes do prazo normal, ou seja,
logo após o nascimento, são chamados de "dente natal", ou por volta de 2 a 3 meses de idade,
"dente neonatal ". Se isso ocorrer, procure imediatamente um odontopediatra, pois isso
atrapalha a amamentação. A mãe é muito prejudicada durante o aleitamento materno, com
ferimentos no "bico do seio", induzindo a mãe a intervir com mamadeira, o que não é
adequado para um bom crescimento e desenvolvimento da criança. Durante o nascimento dos
dentes do bebê, poderão ocorrer alguns sintomas, como coceira e abaulamento da gengiva,
com aumento da salivação, estado febril, e até as fezes podem ficar mais
líquidas.

Para ajudar o rompimento dos dentinhos e melhorar esse desconforto, devemos oferecer ao
bebê, alimentos mais duros e mordedores de borracha para massagear a gengiva.

ERUPÇÃO(nascimento) DENTES SUPERIORES DENTES INFERIORES


Incisivos Centrais 8 meses 6 meses
Incisivos Laterais 10 meses 9 meses
Caninos 20 meses 18 meses
1º Molar 16 meses 16 meses
2º Molar 29 meses 27 meses

ESFOLIAÇÃO (queda) DENTES SUPERIORES DENTES INFERIORES


Incisivos Centrais 7 a 8 anos 6 a 7 anos
Incisivos Laterais 8 a 9 anos 7 a 8 anos
Caninos 11 a 12 anos 9 a 10 anos
1º Molar 10 a 11 anos 10 a 11 anos
2º Molar 11 a 12 anos 11 a 12 anos

Importância dos da dentição:

- Importante para a saúde geral, crescimento e desenvolvimento;

- Atuam na mastigação, facilitando a digestão;


- São elementos fundamentais para a pronúncia das palavras (fonação);

- Grande influência na estética.

2.0- AVALIAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO:

O desenvolvimento depende da maturação – mielinização – do sistema nervoso. A


seqüência de desenvolvimento é igual para todas as crianças, mas a velocidade varia de
criança para criança. A direção do desenvolvimento é céfalo- caudal e proximal distal ou seja
da cabeça para os pés e dos ombros para as mãos. O primeiro passo para a locomoção é a
aquisição do controle da cabeça, envolvendo a musculatura do pescoço. Mais tarde os
músculos espinhais desenvolvem coordenação permitindo que a criança fique apta para sentar
com as costas retas, engatinhar, ficar em pé e andar .O desenvolvimento integral da criança
pode representar uma oportunidade importante para aproximação de uma concepção positiva
da saúde, que se efetiva através do acompanhamento da criança sadia.Os profissionais de
saúde devem conversar com as mães sobre as aquisições da criança,valorizando suas
conquistas, potencializando sua capacidade em reconhecer o valor da relação com seus filhos.
Observar o comportamento espontâneo da criança, escutar as dúvidas e apreensões das mães,
procurar estabelecer uma relação de confiança com as mesmas e destas com seus filhos são
caminhos para aprofundar as relações, conhecê-las melhor e poder apoiar,orientar e intervir,
caso necessário.
Avalia-se o desenvolvimento, testando as aquisições neuro – psicomotoras e através de
testes ou provas, sob quatro aspectos interdependentes que se processam, normalmente, no
mesmo ritmo:

 Desenvolvimento motor: Para que um organismo se desenvolva, ele precisa


funcionar

A criança brinca de repetir sem cessar os mesmos gestos e ações que lhes
permitem as aquisições que as amadurecem progressivamente.

 No nascimento, os movimentos do bebê não são coordenados.

 Do nascimento aos dois anos a criança adquire duas possibilidades motoras


importantes: caminhar e pegar objetos entre o polegar e indicador e, o
controle neuro motor: coordenação da visão e da preensão.

 Linguagem: As crianças nascem com o mecanismo e a capacidade de desenvolver a


fala e as habilidades de linguagem. Entretanto elas falarão de forma expontânea.

 A fala requer a estrutura e a função fisiológica íntegras, incluindo a


respiratória, a auditiva e a cerebral, além da inteligência e da necessidade
de estimulação.
 O gesto procede a fala, e dessa maneira uma pequena criança comunica-se
de modo satisfatório.
 Em todos os estágios do desenvolvimento da linguagem, a compreensão do
vocabulário por parte das crianças é maior do que a expressão.

 Desenvolvimento cognitivo: A criança tem necessidade de agir para aprender, como


não possui experiência do adulto, para ela tudo está para descobrir.
 É brincando que a criança elabora os esquemas mentais, isto é, as imagens
mentais conduzirão aos conceitos.
 As imagens de objetos percebidas, muitas vezes se fixam na memória – é a
conceituação.
 A inteligência da criança é a primeira prática: a criança elabora esquemas
de ação, de espaço e de casualidade.
 O bebê é incapaz de representar mentalmente os objetos. É preciso que ele
os veja e os apalpe. Quando os objetos desaparecem do campo de visão, e
da preensão, eles deixam de existir para ele.
 O pensamento da criança se estrutura a partir de experiências que ela
interioriza, pela repetição frequente e por suas semelhanças. A criança
modifica seu comportamento face aos novos objetos e a novas situações

 Desenvolvimento social e afetivo:

 No começo da vida, a criança brinca com os MMSS e MMII, boca e com


todo o corpo.
 No decurso das experiências cotidianas, a criança descobre o prazer de se
comunicar com os outros.

Para o desenvolvimento adequado, é necessário que a criança tenha oportunidade de


fazer sozinha tudo que é capaz. E a cada idade, tem um comportamento esperado

Características das crianças em suas diferentes etapas de vida:

1. - Recém – nascido ( 0 a 28 dias) e lactente ( 29 dias a 2 anos):

 O RN não tem sua personalidade organizada e interage com o meio apenas em função
de suas necessidades fisiológicas como fome, sede, frio, etc.
 O id (inconsciente) refere-se às reações instintivas que podem ser percebidas por atos
reflexos diante das sensações de prazer ou de desprazer.
 As emoções da criança são expressas através do choro, grito ( desprazer) ou sono
tranqüilo e fácies de bem – estar ( prazer).
 No recém – nascido o reflexo de sucção, a sensibilidade para movimentos, para o som
e o tato são bem desenvolvidas.A sucção é basicamente a principal forma dele
relacionar-se com o meio que o cerca.
 A criança que não tem atendidas essas necessidades pode vir a desenvolver a chamada
Carência Afetiva. A criança com carência afetiva apresenta e agarra-se a quem cuida
dela.
# Inicialmente torna-se chorona, exigente e agarra-se a quem cuida dela;Mais tarde os
choros transformam-se em gritos, ela perde peso e seu desenvolvimento motor estaciona.
# A seguir, passa a maior parte do tempo deitada de bruços, tem insônia, continua a perda
de peso, tem facilidade para adoecer, a atraso do desenvolvimento motor se generaliza;
# se não for tratada, o choro transforma-se em gemidos, o retardo aumenta e se converte
em letargia.
 A idade em que a criança é mais sensível a separação da mãe é entre os 6 meses e
dois anos de vida.
1. – Pré – Escolar ( 2 a 7 anos):

 Desenvolve a linguagem, é observador e faz perguntas. Fica inseguro quando seus


hábitos e rotinas sofrem alguma modificação;
 Movimenta-se muito ( anda, corre, sobe, desce,pula). Seu pensamento orienta-se
pela imaginação e pela fantasia.
 Para o pré-escolar, a mãe é a fonte de segurança, proteção e ajuda, frente às
situações que possam causar angústia ou qualquer tipo de sofrimento.
1. – Escolar ( 7 a 10 anos) :

 Nesta etapa, a criança adquire grande independência física e psicológica. Criatividade


e aprendizagem são características marcantes.
 Tem noção de tempo e espaço.Gosta de correr, pular, perseguir, fugir, participar das
tarefas dos adultos.
 Embora apresente um grau avançado de independência em todos os aspectos, ainda
necessita de carícias físicas e afeto. Necessita de respeito à sua individualidade,
privacidade e sexualidade.
4.0- Adolescente ( de 12 anos completos a 18 ano imcompletos):

 Fase de autodefinição e identificação de seu papel.imita as pessoas ou ídolos que


admira;
 Embora esteja em fase de amadurecimento emocional, apresenta, muitas vezes, grande
instabilidade. É ansioso e deprime-se com facilidade;
 Gosta de quebrar regras sociais e de contrariara opiniões;
 Valoriza , de forma mais acentuada, a imagem corporal, a sexualidade, a privacidade e
a autonomia.

AS ETAPAS DO DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA DE UM MÊS A CINCO


ANOS

Quadro I – As etapas do desenvolvimento da criança de um mês a cinco anos:


Desenvolvimento Desenvolvimento Desenvolvimento
Idade
Motor Cognitivo Social
 Dorme quase todo o  Reflexo de sucção;  Cessa de chorar à
tempo. Aprende a  Chupa seu polegar ou chegada de sua mãe
levantar a cabeça e seus dedos; brinca ou ao escutá-lo;
depois a mantê-la com sua língua;  Pequenos ruídos
direita. Afina e  Reproduz sons por guturais;
adapta seus reflexos prazer;  Sorri ao ouvir a voz
primários, tais  Olha suas mãos; humana;
1 mês a como a preensão;  Segue com os olhos  Se imobiliza ao ouvir
3 guarda dentro da uma pessoa ou um uma voz
meses mão, objeto que se desloca; familiar que fala;
involuntariamente,  Leva objetos à boca  Reconhece sua mãe e
o objeto que ali se (A boca é um meio de seu pai, pela vista,
colocar. conhecimento mas, sobretudo, pelo
importante para a olfato, pelo ouvido e
criança lactente); talvez por suas
 Morde um pedaço de outras percepções
pão. difíceis de definir;
 Balbucia
espontaneamente e
como resposta.

 Procura alargar o  Sorri a toda pessoa


campo de sua visão, que se aproxime
apoiando-se, por ex. dela sorrindo;
sobre o antebraço se  Comunicação com a
estiver de bruços, mão baseada no
levantando a cabeça olhar;
e as espáduas se  Começa a
estiver de costas; diferenciar dia e
 Mantém a cabeça noite;
erguida e pode ficar  Canta com a ajuda
uns instantes de outra pessoa mais
sentado com apoio; fica passiva;
 Começa a pegar  Ri às gargalhadas;
voluntariamente um  Reage ao chamado
3a6 objeto ao alcance da  Ver itemanterior. por seu nome,
meses mão e estender a virando a cabeça.
mão para um objeto  Grande riqueza de
que se lhe oferce; emissões vocais
 Leva objetos à boca; (balbucios,
 Segura pequenos vocalizações
objetos com a prolongadas);
palma e os quatro  Ri e vocaliza
dedos. brincando;
 Começa a utilizar os
contatos físicos
(apalpar) para se
comunicar com as
outras.
 Deitado de costasse  Toca-se um espelho e  É capaz de rastejar
vira para se colocar sorri; para aproximar-se
sobre o ventre;  Age sobre objetos, bate de um objeto ou de
 Começa a ficar de sobre eles, contra a uma pessoa;
pé com apoio; borda de um leito;  Começo da
 Pega objetos entre o  Passa um objeto de socialização;
polegar e o uma a outra mão;  Vocaliza várias
indicador;  Segura um objeto sílabas que tendem a
6 a 9  Mantém-se dentro de cada mão; limitar-se aos sons
meses assentado só,  Descobre um objeto que ouve na língua
durante um escondido, se uma materna;
momento; parte dele fica visível;  Reconhece os rostos
 Começa a  Se diverte a lançar familiares e pode ter
engatinhar. objetos; medo de rostos
 Chama atençao sobre estranhos;
si, por exemplo:  Começa a participar
desperto só chra ou de jogos de relação
grita quando ouve à social (bater palmas,
sua mãe levantar-se. jogo de esconder);
 Gosta demorder;
 Reconhece quando
se dirigem a ela;
 Imita gestos e
brincadeiras;
 Faz gestos com a
mão e a cabeça
(tchau, não, bate
palmas).
 É capaz de pôr-se a  Age intencionalmente:  Repete o som que
de pé sozinha retira o cobertor para ouviu. Aprende a
apoiando-se em pegar o brinquedo que pronunciar duas ou
alguma coisa ou em se enfiou por baixo; três palavras;
alguém, e de Imita um ruído, por  Compreende uma
caminhar segurando exemplo: batendo um proibição ou ordem
com as duas mãos objeto contra o outro; simples;
ou apoiando-se em  Começo do jogo de  Manifesta grande
9 a 12 algum móvel; embutir. interesse em
meses  Rasteja-se ou explorar o mundo,
engatinha; ver tudo, tocar em
 Começo do andar; tudo e levar tudo à
 Sabe largar um boca;
objeto sob pedido;  Colabora em
 Consegue segurar brinquedos com
os objetos entre o adultos.
polegar e o
indicador.
 Caminha sozinha e  Empilha-se dois a três  Era de
explora casas e cubos; sociabilização;
arredores;  Enche umrecipiente;  Manifesta ciúme
 Ajoelha-se sozinho;  É capaz de amassar. (gestos de raiva e
12 a 18  Sobe as escadarias choro) reações de
meses usando as mãos. rivalidade nas
brincadeiras com os
irmãos maiores ou
pessoas de
convivência.
 Sobe e desce uma  Empilha cubos;  Associa duas
escada agarrando-se  Mostra seus olhos e palavras e enriquece
num corrimão; nariz; seu vocabulário;
 Aprende a comer  Imita um traço sobre o  Manifesta muito
18
sozinho; papel ou na areia; interesse por outras
meses  Começa a ter  Faz caretas de forma crianças e procura
a2
controle dos espontânea; brincar com elas,
anos esfíncteres durante  Coordenação mais mas de modo muito
o dia (fezes e complexa: pode agir a pessoal (pegando
depois urina); distância, ex: objetos, por
 Inicio do dançar ao utilizando um pau para exemplo).
som de música. aproximar um objeto
ou puxando o cobertor
sobre o qual está
brincando;
 Estuda os efeitos
produzidos ao longo
de sua atividade: varia
a maneira de deixar
cair os objetos “pra
ver”
 Aprende a pular  Amontoa objetos em  Desenvolve
sobre uma perna; equilíbrio; consideravelmente a
 Corre e chuta na  Pode reproduzir um línguagem, utiliza
bola sem perder o círculo sobre o papel “eu”, “mim”,
equilibrio; ou na areia; começa a perguntar,
 Pode levar um copo  Começa a brincar compreende a maior
cheio de água sem realmente com outras parte das palavras e
derramar; crianças e a frases que lhe são
 Começo do controle compreender que há dirigidas (cerca de
do esfincter vesical gente fora do meio 300 palavras);
noturno; familiar;  Participa na
 Participa ativamente  Se reconhece no arrumação de suas
no espelho. coisas;
vestir-se;  Começo da
 Dança ao som da utilização
2 a3 música. sistemática do não
anos (maneira de afirmar-
se, opondo-se ao
meio);
 Comunica-se com
gestos, posturas,
mímicas, sobretudo
com outras crianças
até cinco anos;
 Teatraliza rituais de
cozinha, de
arrumação de cama
e de banho
(brinquedos como a
boneca, com cozinha
em miniaturas, etc.).
 É capaz de andar  Imita uma cruz;  Passeia sozinha,
sobre a ponta dos  Desenha uma pessoa visita vizinhos;
pés; com cabeça, tronco e  Fala de modo
 Aprende a vestir-se às vezes com outras inteligível mas
3 a4 partes do corpo;
e despir-se sozinho; guarda um linguajar
anos  Adquire o controle  Reconhece trêscores; infantil;
do esfinceter  Reconhece o alto e o  Compreende cerca
vesical noturno; baixo, atrás e diante; de 1000 palavras;
 É capaz de realizar  Se interessa pelo  Diz seu nome, sexo,
tarefas simples; nome dos objetos. idade;
 Anda de bicicleta  Interessa-se por
de três rodas; atividades de casa;
 Agarra uma bola a  Perguntamuito;
um metro de  Escuta as histórias e
distância. pede para repetir as
que gosta;
 Brinca com outras
crianças e começa a
partilhar;
 Manifesta afeição
por seus irmãos e
irmãs;
 Crise de
personalidade: opõe-
se vigorosamente a
outrem para afirmar-
se;
 Pergunta pelo nome
dos objetos;
 Começo da
utilização do
pronome pessoal e
do advérbio de
lugar.
 Salta-se;  Desenha um homem  Fala de modo
 Balança-se; com os principais inteligível;
 Desce as escadarias, membros do corpo;  Escuta uma história e
pondo de um pé só  Copia um quadrado, pode repetir os
em cada degrau. um triângulo; fatos;
 Sabe contar nos  Protesta
dedos; energicamente
 Pode reconhecer quando impedido de
4 a5 quatro cores; fazer o que quer;
anos  Pode apreciar o  Mostra interesse
tamanho e a forma, pelas atividades dos
distinguir o grosso e o adultos;
fino;  Aparecem os medos
 Sabe dizer sua idade. infantis;
 Conhece uma
quinzena de verbos
de ação.

UNIDADE 2
ATENÇÃO INTEGRADA ÀS DOENÇAS
PREVALENTES NA INFÂNCIA - AIDPI

Objetivos:

 Contribuir para a redução da morbidade e mortalidade associada às principais causas de


doença na criança
 Introduzir medidas de promoção e prevenção na rotina de atendimento das crianças
 Acompanhar o crescimento e desenvolvimento da criança
Principais componentes:
 Acolhimento
 Melhoria no manejo e tratamento de casos
–Identificação de sinais clínicos que permitem a avaliação e classificação adequada do
quadro, triando rapidamente a situação de risco:

Manejo da criança doente:


Avaliar a criança
 Verificar sinais de perigo
 Tosse / dificuldade para respirar
 Diarréia
 Febre
 Problema de ouvido
 Anemia e desnutrição
 Estado de vacinação
Aconselhar a mãe ou acompanhante

 Alimentação da criança
 Administração de líquidos
 Cuidados gerais com acriança
 Quando retornar imediatamente
 Quando retornar para seguimento
 Cuidados sobre sua própriasaúde

UNIDADE 3

INFECÇÕES RESPIRATÓRIAS AGUDAS – IRA

As infecções respiratórias agudas são as infecções do aparelho respiratório que afetam


o nariz, a garganta, os ouvidos, a laringe, os brônquios e os pulmões, causando inflamação,
sinusite, bronquite, asma e pneumonia. A criança com infecção respiratória aguda pode ter
tosse, nariz escorrendo, dor de ouvido, dor de garganta, chiado no peito,
dificuldade para respirar, febre ou temperatura muito baixa. Além disso, a criança perde o
apetite, pode ficar muito irritada e chorosa. Algumas ficam com os olhos vermelhos e
lacrimejando. As crianças maiores reclamam de dor de cabeça e dores no corpo.
As infecções respiratórias agudas, principalmente a pneumonia, podem trazer risco de
vida quando não tratadas.

Toda a criança que apresenta um destes sinais, por até 7 dias sem melhorar, deve ser levada
ao serviço de saúde

Cuidados para crianças com IRA - Infecção Respiratória Aguda

NARIZ ENTUPIDO
• Lavar com soro fisiológico cada narina, sempre que
necessário. Este soro pode ser preparado em casa,
misturando 1 colher pequena de sal com um litro de água
fervida e deve ser preparado todos os dias.

TOSSE
• Dar bastante líquido (chás caseiros ou água).
Evitar dar xaropes contra a tosse. A tosse ajuda a
eliminar o catarro. Quando a criança está com
dificuldade de eliminar o catarro, fazer
tapotagem: deitar a criança de bruços, no colo, e
bater com as mãos em concha nas suas costas.

FEBRE
• Dar banho morno e aplicar compressas úmidas só com
água na testa, nuca e virilha.
• Na febre alta, usar anti-térmico e procurar atendimento
médico.

 Deitar a criança com a cabeça e os ombros mais altos do que o resto do corpo.
 Fazer vaporização na criança, usando um vaporizador ou uma chaleira ou bule com
água fervendo, apenas nos casos de tosse rouca.
 Onde o clima é seco, colocar uma vasilha com água e panos molhados perto da
criança.
 Mantenha a alimentação normal da criança, em pequenas quantidades e intervalos
menores – oferecendo várias vezes durante o dia, sem forçar, evitando assim que a
criança engasgue ou vomite.
 Lembrar que durante o período de doenças infecciosas a criança precisa de mais
calorias através dos alimentos
 As vacinas que protegem contra a coqueluche e a difteria (DPT), contra as
formas graves de tuberculose (BCG) e contra o sarampo, ajudam a prevenir as
doenças respiratórias. Por isso, todas as crianças da família precisam estar
vacinadas

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM À CRIANÇA COM DISTÚRBIOS


RESPIRATÓRIOS

1.OTITE MÉDIA: Classifica-se em Otite Média Aguda,Otite Média Supurativa,Otite Média


Supurativa Crônica
ETIOLOGIA: Streptococus pneumoniae; Haemophilus influenza.
Não infecciosa, em conseqüência do bloqueio por edema das trompas de Eustárquio.
Rinite alérgica.

MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: Otalgia, febre, secreção auditiva de característica purulenta.

TRATAMENTO: Antibioticoterapia, analgésico, antitérmico, cirúrgico (casos graves).

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM
OBJETIVO: Diminuir a dor e orientar para evitar recidivas

*Aplicar calor com compressa morna no local;


*Manter os cuidados com a higiene do ouvido;
*Orientar sobre perdas temporárias da audição;
*Cuidado com água no canal auditivo;
*Observar sinais de hipertermia

2.AMIGDALITE: É uma inflamação das amígdalas, que geralmente ocorre associada à


faringite.

ETIOLOGIA: Agentes virais;Agentes bacterinaos (Streptococus).


MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: Hipertermia, anorexia, halitose, respiração pela boca com
sensação de irritação da mucosa, orofaringe hiperemiada, exsudato.

TRATAMENTO: Analgésico, antitérmico, antibioticoterapia, cirurgias (amidalectomia)

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM

*Cuidados visam o conforto do paciente;


*Minimizar as manifestações clínicas;
*Administrar NBZ;
*Manutenção hídrica adequada;
*Uso de analgésicos e antitérmicos

3.FARINGITE:É a inflamação da faringe, e tem seu agente etiológico como um dos


causadores de seqüelas graves.

ETIOLOGIA: Espretococcus beta-hemolítico do grupo A e seqüelas; Febre reumática;


Glomerulonefrite aguda

MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: Cefaléia, mal-estar, anorexia, rouquidão, tosse, dor


abdominal, vômito, inflamação com exsudato.

TRATAMENTO: Antibioticoterapia (penicilina), analgésico, antitérmico.

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM

 Aliviar sintomas
 Aplicar compressas mornas
 Manter ingesta hídrica adequada
 Dieta branda e líquida

4.LARINGITE: Infecção da laringe causada por agentes virais.

MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: Odinofagia, indisposição, febre, congestão nasal, rouquidão,


cefaléia, coriza.

TRATAMENTO: Líquidos e ar umidificado

5.GRIPE: Infecção causada geralmente por vírus de diferentes tipos, que sofrem
alteraçõessignificativas no tempo.

MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: Mucosa e faringe seca, rouquidão, febre, mialgia, calafrios,


fotofobia, prstração.

TRATAMENTO: Sintomático

6.BRONQUITE: Inflamação das grandes vias aéreas, estando invariavelmente associado a


uma IRA.

ETIOLOGIA: Agentes virais, sendo muito comum o Mycoplasma pneumoniae.

MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS:Tosse seca, metálica e improdutiva, respiração ruidosa, dor


torácica, falta de ar, vômito e febre.

TRATAMENTO:Diminuir temperatura, dor e umidificar secreções.

7.BRONQUIOLITE: Infecção viral aguda dos bronquíolos, que ocorre principalmente no


inverno.

ETIOLOGIA: Adenovírus,Influenza

MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: Obstrução das VA, faringite, tosse, sibilância, febre,


taquipnéia, cianose, agitação, dispnéia, fome de ar intensa, batimento da aleta nasal.

TRATAMENTO:Tratar com ar umidificado,Aumentar a ingesta hídrica, Graves:


oxigenioterapia e terapia venosa

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM
 Observar oxigenioterapia e terapia endovenosa
 Verificar SSVV
 Elevar decúbito
 Observar permeabilidade das VA
 Estimular espirometria de incentivo

8. PNEUMONIA: É a inflamação do parênquima pulmonar, dificultando as trocas gasosas.


FATORES DE RISCO:

Idade < 6 anos


Estado imunológico
Situação econômica precária
Poluição ambiental
Pais fumantes
Baixo peso
Desmame

CLASSIFICAÇÃO CLÍNICA:

Pneumonia viral: tosse, febre, taquipnéia, cianose, fadiga, prostração, presença de ruídos
respiratórios e estridores.

TRATAMENTO: Sintomático, oxigênio, fisioterapia respiratória e líquidos

Pneumonia Bacteriana (pneumococos): tosse, indisposição, respiração rápida e superficial,


dor torácica, batimento da aleta nasal, cianose, palidez agitação e letargia.
CRIANÇAS MAIORES: antibióticos, antitérmicos, sedativos para tosse, repouso e líquidos.
CRIANÇAS MENORES: mesmo das crianças maiores, com líquido endovenoso e
oxigenioterapia.
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM
 Avaliar respiração
 Administar oxigenioterapia
 Controlar SSVV
 Elevar decúbito
 Estimular drenagem postural
 Aspirar secreções quando necessária
 Aliviar desconforto

Pneumonia Aspirativa: Aspiração de líquidos ou alimentos, provocado pela dificuldade de


deglutir em função de paralisias, debilidade, ausência do reflexo da tosse.

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM
Os mesmos da pneumonia bacteriana.
Orientação aos pais quanto a prevenção desse tipo de pneumonia

9. ASMA :Obstrução das VA por edema e/ou muco, desencadeada por diversos estímulos.

ETIOLOGIA: Duvidosa, pode ter relação com fatores bioquímicos, imunológicos, alérgicos,
climático, psicológico, físicos.

MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: Tosse, irritabilidade, falta de ar, sibilância audível, rubor,


lábios avermelhados escuro, progredindo para cianose, sudorese, diafragma deprimido.
TRATAMENTO: Uso de corticoesteróide, antiinflamatório, broncodilatores.Realização de
exercícios através da fisioterapia respiratória.
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM
 Identificar e eliminar fatores irritantes e alérgicos.
 Orientar os pais sobre a doença e no reconhecimento de sinais agudos.
 Controle rigoroso da terapia endovenosa.
 Administrar oxigenioterapia.
 Oferecer líquidos(controle).
 Elevar decúbito.
 Controlar SSVV
 Estimular participação dos pais nos cuidados.

UNIDADE 4

DIARRÉIA AGUDA

A diarréia aguda é uma doença caracterizada pela perda de água e outros componentes
químicos fundamentais para o bom funcionamento do organismo. Resulta do aumento do
volume e freqüência da evacuação e da diminuição da consistência das fezes, que podem se
apresentar líquidas e, algumas vezes, conter muco e sangue, como acontece nas disenterias.

A maioria das diarréias agudas é provocada por um agente infeccioso - vírus ou bactéria
, e geralmente dura menos de duas semanas. Mais de cinco evacuações diárias, líquidas ou
pastosas caracterizam esta doença, que na maior parte das vezes é causada pela contaminação
da água ou dos alimentos. Embora se possa ter diarréia em qualquer idade, as crianças são
suas maiores vítimas. Tanto é assim que a diarréia aguda é a maior causa da internação de
crianças de até cinco anos e a desidratação, sua pior conseqüência, é uma das principais
responsáveis pelas altas taxas de mortalidade infantil em nosso país.

Principais causas da diarréia aguda

1. Falta de higiene tanto pessoal como no ambiente domiciliar e sua proximidade;

2. Ingestão de alimentos contaminados: mal lavados, mal conservados ou lavados ou


cozidos em água contaminada;

3. Desmame precoce: pelo risco de a mamadeira ser mal lavada ou feita com água
contaminada;

4. Falta de saneamento básico: moradias sem rede de esgoto, com córregos ou rios
contaminados, próximas a esgotos correndo a céu aberto

1.0-Diagnóstico:

Nos serviços de saúde, os profissionais ficam atentos aos sintomas que se referem à
diarréia e à desidratação, preocupando-se igualmente com alguma outra doença que possa
estar associada.
Em geral, o quadro clínico de uma diarréia aguda, principalmente na infância, apresenta
maior ou menor importância dependendo da gravidade da perda de água e de outros
elementos químicos importantes, pelas fezes, vômito ou febre. Noutras palavras, uma diarréia
aguda é tão mais grave quanto maior a desidratação que vier a causar.

Por outro lado, nas diarréias crônicas predominam os sinais de desnutrição - cujo
sintoma mais evidente é o emagrecimento.A partir desses conhecimentos, pode-se concluir
que as diarréias podem vir a afetar o estado geral do paciente - principalmente se crianças - de
modo mais ou menos severo, dependendo da intensidade do quadro. Devemos, portanto, estar
atentos aos sinais e sintomas da desidratação:
1 – Depressão na fontanela ou moleira dos bebês

2 – Olhos encovados e sem brilho

3 – Expressão lânguida no rosto

4 – Lábios ressequidos

5 – Língua esbranquiçada e grossa

6 – Pulso fraco

7 – Pouca urina

8 – Prostração ou torpor

9 – Ocorrência ou não de febre

2.0 - Tratamento da diarréia aguda

O tratamento será determinado em função do quadro apresentado. Como as crianças são


os pacientes preferenciais dessa doença, veremos a seguir as possibilidades mais freqüentes:

I - A criança com diarréia, mas sem sinais de desidratação:Os familiares devem ser
orientados sobre a doença, o risco de complicações e a adotar seguinte conduta:

1. Procurar o serviço de saúde;

2.Dar mais líquidos à criança, preparados com ingredientes disponíveis em casa, como o soro
caseiro, chás, água de cozimento de cereais como o arroz e o milho, sopas e sucos;

3. Dar líquidos após cada evacuação;

4.Manter a alimentação habitual, em especial o leite materno, aumentando a freqüência das


mamadas;

5. Não mudar o tipo e quantidade dos alimentos que a criança come.

II - A criança com diarréia e sinais de desidratação (mesmo grave)


A reidratação oral com soro é o tratamento ideal. A quantidade de solução a ser ingerida
variará em função da perda de líquidos apresentada pela criança. Suas principais
recomendações são:

1.Continuar a oferecer o leite materno, junto com o soro, aos bebês. Com relação às crianças
maiores, enquanto mantiverem os sinais de desidratação deverão receber apenas o soro, com
freqüência.

2.Se o paciente vomitar, o volume administrado de soro deve ser reduzido; e a freqüência da
administração, aumentada (menos quantidade de soro, oferecido mais vexes durante o dia).

3.Na medida em que a criança se reidrata a febre causada pela desidratação geralmente cede.
O uso de antitérmicos, nesta fase, deve ser evitado.

4.A família deve estar atenta aos sinais de piora e, caso ocorram, proceder a administração do
soro de reidratação oral e levar a criança imediatamente ao serviço de saúde.

Principais sinais de piora: sede intensa, vômitos freqüentes,piora da diarréia , irritabilidade


, prostração , choque.

3.0 - Prevenção da diarréia aguda

As seguintes e simples medidas podem ser adotadas para evitar a ocorrência das diarréias
agudas:

1. Manter uma boa higiene pessoal, tanto corporal como da moradia;

2.Lavar as mãos com sabão após limpar uma criança que acaba de evacuar; após a própria
evacuação; antes de preparar a comida; antes de comer e antes de alimentar as crianças.

3.Na falta de água tratada, ferver a água e filtrar, tanto para o cozimento quanto para a
ingestão;

4. Lavar, com água fervida, os utensílios utilizados no preparo dos alimentos;

5.Não ingerir alimentos contaminados, mal conservados ou mal acondicionados; dar


preferência aos alimentos saudáveis e preparados na hora;

6.Guardar, limpas, secas e em sacos plásticos, as verduras, legumes e frutas na parte de baixo
da geladeira ou em local fresco, utilizando-as logo que possível;

7.Verificar o prazo de fabricação e validade dos produtos adquiridos em supermercados. Caso


estejam vencidos, pressionar para que sejam retirados das prateleiras;

8. Manter o aleitamento materno exclusivo recomendado para bebês até 6 meses de vida;

9.Seguir o esquema básico de vacinação preconizado pelo Ministério da Saúde, uma vez que
as doenças infecciosas agridem o organismo, diminuindo a resistência da criança e, assim,
tornando-a mais vulnerável à diarréia. A imunização contra o sarampo, por exemplo, reduz a
mortalidade por diarréia e deverá ser feita a partir dos 9 meses;

10.A disponibilidade de água encanada nas moradias é o fator mais eficaz para o controle das
diarréias infecciosas. Onde não houver saneamento básico, as pessoas devem acondicionar a
água - tanto para uso doméstico como para ingestão - em depósito limpo e tampado;

11.Dar destinação correta ao lixo doméstico e construir fossas domiciliares, evitando,


desse modo, a contaminação ambiental e alimentar pelo lixo e/ou fezes.

UNIDADE 5
DESNUTRIÇÃO

A alimentação constitui requisitos básicos para a promoção, proteção e recuperação da


saúde, e o controle das principais deficiências nutricionais.

A erradicação completa das defciências nutricionais depende da própria erradicação dos


contrastes econômicos e sociais, gerados e mantidos pelo processo de produção e distribuição
de bens e serviços.

Dentre os problemas inerentes à alimentação e a nutrição no nosso país em termos de


saúde coletiva, destaca-se a desnutrição energética –protéica (DEP) e as anemias. Releva-se
essas deficiências nutricionais por alcançar importância epidemiológica na infância, em
função da velocidade do processo de crescimento e desenvolvimento e na associação com o
processo saúde-doença.

2. Definição:

Trata-se de um grupo de condições patológicas, resultante da falta concomitante de


calorias e proteínas em proporções variáveis, que acomete, com maior freqüência os lactentes
e pré-escolares e, freqüentemente associada a carência de vitaminas e minerais.

3.Epidemiologia:

A DEP constitui um dos problemas que mais afetam a criança, seja de uma forma
aguda ou lenta e silenciosa, com efeitos negativos a longo prazo sobre o seu crescimento e
desenvolvimento neurológico.

Suas raízes se encontram na pobreza e tem como causa as condições sócio-econômicas


precárias.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que um terço das crianças do mundo
sofrem de desnutrição e que a metade de todas as mortes está relacionada à desnutrição.

A desigualdade social é o principal fator na diferença entre a mortalidade infantil em


países desenvolvidos e em desenvolvimento.
4.Etilogia: A desnutrição pode ser considerada primária ou secundária:

Primária (Nutricional): conseqüente à ingestão insuficiente, inadequada,


desequilibrada ou incompleta de nutrientes.

Secundária (Infecções repetidas): conseqüente de alterações fisiopatológicas


pré-existentes que interferem em qualquer ponto do processo de nutrição (anorexia,
aceleração o metabolismo e/ou aumento de perdas nutricionais).
A desnutrição pode ser classificada em LEVE, MODERADA E GRAVE. A classificação da
intensidade está baseada no déficit de peso em relação à idade, e a altura assim como na altura
em relação a idade – adotando-se como base uma curva do crescimento.

QUADRO I: Classificação da desnutrição segundo a tabela de crescimento do NCHS:

LEVE MODERADA GRAVE


Peso/Idade Déficit de 10 a 25% Déficit de 26 a 40% Déficit > 40%
Peso/Altura Déficit de 10 a 20% Déficit de 21 a 30% Déficit > 30%
Altura/Idade Déficit de 5 a 10% Déficit de 11 a 15% Déficit > 15%
OBS: É importante observar que toda criança desnutrida com edema, independentemente do
seu déficit de peso é considerada como desnutrido grave.

SINAIS CLÍNICOS DOS CASOS GRAVES DE DESNUTRIÇÃO


Trata-se de um grupo de condições patológicas, resultante da falta concomitante de
calorias e proteínas em proporções variáveis, que acomete, com maior freqüência os lactentes
e pré-escolares e, freqüentemente associada a carência de vitaminas e minerais.
As formas graves de desnutrição . o marasmo, o kwashiokor e as formas mistas . se
manifestam clinicamente de maneira típica, conforme relacionado abaixo, e devem ser
reconhecidas pelos profissionais de saúde para referência imediata a um serviço de maior
complexidade onde estejam disponíveis recursos e condutas adequadas para a recuperação
nutricional.

MARASMO
• Magreza extrema e atrofia muscular.
• Perda intensa de tecido subcutâneo.
• Abdômen proeminente devido à magreza.
• Aspecto simiesco.
• Pele frouxa, sobretudo nas nádegas.
• Peso para idade sempre inferior ao percentil 3.
• Irritabilidade.
• Apetite preservado na maioria dos casos.
KWASHIORKOR
• Edema geralmente generalizado.
• Perda moderada de tecido subcutâneo.
• Hepatomegalia.
• Cabelo fraco, seco e descolorido.
• Alterações cutâneas são freqüentes.
• Peso para idade muito abaixo do percentil 3.
• Apatia.
• Anorexia.
KWASHIORKOR MARASMÁTICO

•Características de marasmo com edema ou sinais de kwashiorkor em crianças com perda


intensa de tecido subcutâneo e peso para idade inferior ao percentil 3.
•Depois de curto período de tratamento, com o desaparecimento do edema, apresentam
características típicas de marasmo.

UNIDADE 6
DESIDRATAÇÃO

1.Definição: É a deficência de água e eletrólitos corpóreos por perdas superiores à ingesta


devido a anorexia, restrição hídrica, por perdas aumentadas gastrintestinais (vômito e
diarréia), perda urinária (diurese osmótica, administração de diuréticos, insuficiência renal
crônica), e perdas cutâneas e respiratórias (queimaduras e exposição ao calor).

2.Causas: A mais freqüente decorre de perdas gastrintestinais. A diarréia é portanto a causa


mais importante e responsável por óbitos em crianças menores que 5 anos, podendo evoluir de
modo mais prolongado e desfavorável em crianças sem aleitamento materno, desnutridas,
imunodeprimidas ou em doenças crônicas. Além do que a incidência é maior nas populações
de baixo nível socioeconômico.

3.Diagnóstico: Segundo a estratégia do AIDPI, as crianças precisam ser avaliadas até os 5


anos obedecendo o seguinte critério: Avaliação da sua condição geral, pesadas sem roupas
e verificar se há sinais de alerta.

PERGUNTAR OBSERVAR
1. A criança consegue beber ou
mamar no peito?
Verifica se a criança está letárgica ou
2. A criança vomita tudo o que
comatosa.
ingere?
3. A criança apresentou convulsão?

A perda de peso aguda é o melhor indicador de desidratação. A classificação pode ser basear
no quadro clínico dividido em três grupos:

Quadro I: Classificação da desidratação.

Dados clínicos Classificação


Sem desidratação Desidratação leve Desidratação grave
Letárgico
Aspecto* Alerta Irritado com sede inconsciente
(comatoso)
Circulação ou fluxo
periférico (rubor Menor que 3 seg. 3-8 seg. Mais de 8 seg.
palmar/palmar
Pulso Cheio Fino Muito fino ou
impalpável
Elasticidade da
pele* (sinal de Normal Diminuída Muito diminuída
prega)
Olhos* Normais Fundos Muito fundos
Fontanela Normal Funda ou deprimida Funda ou deprimida
Mucosas Úmidas Secas Secas
Bebe normalmente Bebe avidamente ou Não consegue beber
Sede*
ou sem sede com sede ou bebe muito mal

Os quatro sinais (*) são fundamentais, de acordo com a estratégia da Atenção Integrada às
doenças Prevalentes na Infância (AIDPI).

4.TRATAMENTO: DEPENDE DO GRAU DA DESIDRATAÇÃO

4.1.CRIANÇAS SEM DESIDRATAÇÃO:

Se aleitamento materno exclusivo, aumentar a frequencia e o tempo, e oferecer soro de


reidratação oral (SRO) com colher ou copo.
Se o aleitamento não for exclusivo – mantê-lo e oferecer a dieta habitual e líquido a
vontade (SRO, liquido caseiro do tipo: caldo, água de arroz, suco, chás).
Recomendar à mãe ou o cuidador das crianças a ofertar freqüentemente líquido com
colher toda vez que evacuar na seguinte quantidade:
Até 01 ano: 50 – 100ml depois de cada evacuação aquosa.
Um ano ou mais: 100 – 200ml após cada evacuação aquosa.
Caso ocorram vômitos, aguardar 10 minutos e depois continuar, porém mais
lentamente.
Continuar dando líquidos à vontade até a diarréia parar e não suspender a dieta
habitual.
Esclarecer quanto aos sinais de gravidade ou risco, procurar o serviço médico, quando
a criança não conseguir beber ou mamar no peito, quando houver piora do estado geral,
aparecimento ou piora da febre, aparecimento de sangue nas fezes.

2. CRIANÇA COM DESIDRATAÇÃO:

Considerar desidratada as crianças que apresentarem dois sinais que seguem:


Inquieta, irritada; Olhos fundos; bebe avidamente, com sede; Sinal de prega: a pele volta
lentamente ao estado anterior.
 Reiniciar a reidratação com SRO.
 Pesar a criança sem roupa no início da reidratação e a cada hora.
 Oferecer a criança o SRO toda vez que a criança deseja, no volume que aceitar de
preferência com uma colher para manter volume constante e evitar vômito, toda vez
que a criança evacuar.
 Em caso de vômitos aguardar 10 minutos e reinicar o mesmo procedimento porém
mais lentamente.
 Como orientação inicial, a criança poderá receber SRO no volume de 50 – 100 ml/.kg,
pelo período máximo de 4 a 6 horas, após esse período, iniciar terapêutica
endovenosa.
 Se a retenção de líquido for maior do que 20%, mantém-se essa terapia. Caso seja
menor na primeira hora observa-se mais uma hora e caso mantenha baixa optar pela
sonda nasogástrica, utilizando-se SRO, na quantidade e velocidade de 30 ml/kg/hora
nos primeiros 10 a 15 minutos, podendo aumentar para 60 ml/kg/hora, quando bem
tolerado.
 A reidratação oral deve ser suspensa quando houver vômitos persistentes, convulsão,
alteração do nível de consciência, íleo paralítico, ausência de ganho de peso após 2
horas da instalação da terapêutica.

O ganho de peso é um excelente critério de sucesso da reidratação

3. CRIANÇA COM DESIDRATAÇÃO GRAVE:

Considera-se quando: comatosa, pulso fino impalpável, sinal da prega muito


diminuído (mais de 2 seg) olhos muito fundos, fontanela funda ou deprimida, mucosa seca,
não consegue beber ou bebe muito mal.

Inicia-se terapia endovenosa em três fases: expansão, manutenção e reposição.

 Fase de expansão:
Pesar a criança sem roupa
Iniciar a infusão de: Soro a 5% e soro fisiológico a 0,9%, 1:1 com volume de 100ml/kg e
velocidade de 50ml/kg/hora.

Obs. Caso a criança se mantenha desidratada deve-se prescrever outra fase igual, modificando
apenas o volume: 50ml/kg, na velocidade de 25ml/kg/hora.
A fase da expansão termina quando a criança clinicamente estiver hidratada, com duas
micções claras, densidade urinária menor que 1010, associada ao bom ganho de peso sem
roupa.

 Fase de manutenção:
Visa repor perdas normais de água e eletrólitos que não proporcionais à atividade metabólica.
Inicia-se com Soro Glicosado 5% - 80% (80%) mais Soro Fisiológico 0,9% (20%)
Entre 10 a 20kg = 1.000ml+50ml/kg por cada quilo que passe, até (10 quilos).
Acima de 20kg = 1.500 = 20ml/kg que passe.

 Fase da reposição:
Visa repor as perdas anormais no caso de diarréia, a reposição deve cobrir perdas fecais de
água e eletrólitos.
Repor: 50ml/kg em partes iguais de Soro Glicosado 5% e Soro Fisiológico a 0,9%. Pode ser
aumentado para 100, 150 ou até 200ml/kg. Quando a criança necessitar de grandes volumes
de líquidos.

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NAS DOENÇAS PREVALENTES NA INFÂNCIA

1. ESCABIOSE (SARNA)

A escabiose ou sarna é uma doença parasitária, causada pelo ácaro Sarcoptes scabiei.
É uma doença contagiosa transmitida pelo contato direto interpessoal ou através do uso de
roupas contaminadas. O parasita escava túneis sob a pele onde a fêmea deposita seus ovos que
eclodirão em cerca de 7 a 10 dias dando origem a novos parasitas.

 Manifestações clínicas

A doença tem como característica principal o prurido intenso que, geralmente, piora
durante a noite. A lesão típica da sarna é um pequeno trajeto linear pouco elevado, da cor da
pele ou ligeiramente avermelhado e que corresponde aos túneis sob a pele. Esta lesão
dificilmente é encontrada, pois a escoriação causada pelo ato do prurido a torna
irreconhecível. O que se encontra, na maioria dos casos, são pequenos pontos escoriados ou
recobertos por crostas em conseqüência do prurido. É possível a infecção secundária destas
lesões com surgimento de pústulas e crostas amareladas.

As lesões atingem principalmente os seguintes locais: abdômen, flancos, baixo ventre,


umbigo, pregas das axilas, cotovelos, punhos, espaços entre os dedos das mãos e sulco entre
as nádegas.

A escabiose, raramente, atinge a pelo do pescoço e da face, exceto nas crianças, em


quem estas regiões podem também ser afetadas.
Tratamento

O tratamento da sarna consiste na aplicação de medicamentos sob a forma de loções


na pele do corpo todo, do pescoço para baixo, mesmo nos locais onde não aparecem lesões ou
coceira. Após terminada a primeira série do tratamento, este deve ser repetido uma semana
apóes, para atingir os parasitas que estarão deixando os ovos. Medicamentos para o alívio da
coceira devem ser utilizados, porém não são responsáveis pela cura.

O tratamento também pode ser realizado via oral, sob a forma de comprimidos
tomados em dose única. Pode ser necessária a repetição após 1 semana. Em casos resistentes
ao tratamento, pode-se associar os tratamentos oral e local.

As roupas de uso diário e as roupas de cama devem ser trocadas todos os dias,
colocadas para lavar e passar a ferro. Todas as pessoas da casa que tiverem qualquer tipo de
coceira devem se tratar ao mesmo tempo, para evitar a recontaminação. As unhas devem ser
escovadas com sabonetes apropriados para a retirada de parasitas ali depositados pelo ato de
coçar. Para evitar a doença não use roupas pessoais, roupas de cama ou toalhas emprestadas,
evite aglomerações ou contato íntimo com pessoas de hábitos higiênicos duvidosos.
Em pessoas com bons hábitos higiênicos, a sarna pode ser confundida com outras
doenças que causam coceira, devendo o diagnóstico correto ser realizado por um médico
dermatologista que indicará o tratamento ideal para cada caso.

2. PEDICULOSE DA CABEÇA (PIOLHOS)

A pediculose da cabeça é uma doença parasitária, causada pelo Pediculus humanus


varcapitis, vulgarmente chamdado de piolho. Atinge principalmente crianças em idade escolar
e mulheres e é transmitida pelo contato direto interpessoal ou pelo uso de utensílios como
bonés, escovas ou pentes de pessoas contaminadas.

 Manifestações clínicas

A doença tem como característica principal característica o prurido intenso no couro


cabeludo, principalmente na parte de trás da cabeça e que pode atingir também o pescoço e a
região superior do tronco, onde se observam pontos avermelhados semelhantes a picadas de
mosquitos. Com o prurido das lesões pode ocorrer a infecção secundária por bactérias,
levando inclusive ao surgimento de glânglios no pescoço.

Geralmente a doença é causada por poucos parasitas, o que torna difícil encontrá-los,
mas em alguns casos, principalmente em pessoas com maus hábitos higiênicos, a infestação
ocorre em grande quantidade. Achado comum que fecha o diagnóstico de pediculose são as
lêndeas, ovos de cor esbranquiçada depositados pelas fêmeas nos fios de cabelo.

 Tratamento

O tratamento da pediculose da cabeça consiste na aplicação nos cabelos de


medicamentos específicos para o extermínio dos parasitas e deve ser repetido após 7 dias.
Existe também um tratamento através de medicação via oral, sob a forma de comprimidos
tomados em dose única. Em casos de difícil tratamento, os melhores resultados são obtidos
com a associação dos tratamentos oral e local.

A lavagem da cabeça e utilização de pente fino ajuda na retirada dos piolhos. As


lêndeas devem ser retiradas uma a uma, já que os medicamentos muitas vezes não eliminam
os ovos. Para facilitar a retirada das lêndeas, pode ser usada uma mistura de vinagre e água
em partes iguais, embebendo os cabelos por meia hora antes de proceder a retirada.

Em crianças que freqüentemente aparecem com piolhos, recomenda-se manter os


cabelos curtos e examinar a cabeça em busca de parasitas, usando o pente fino sempre que
chegarem da escola que é, geralmente, o principal foco da infecção. As meninas de cabelos
compridos devem ir à aula com os cabelos presos. A escola deve ser comunicada quando a
criança apresentar a doença para que os outros pais verifiquem a cabeça de seus filhos, de
modo que todos sejam tratados ao mesmo tempo, interrompendo assim o ciclo de
recontaminação.

3. IMPETIGO
É uma infecção de pele e que também tem os nomes de piodermite, pereba ou broto. É
causada pela penetração de micróbios na pele aberta por machucados, feridas, coceiras ou
picadas de inseto.

Essas infecções podem começar como um pontinho de pus ou uma feridinha


avermelhada, que aumenta de tamanho, fica um pouco inchada e dolorosa e que tem a
tendência a formar crostas. Às vezes a infecção é bem superficial, deixando a pele descamada,
úmida e vermelha, parecendo que foi queimada com um toque de cigarro aceso ou fogo. Às
vezes a infecção é mais pronfunda, dolorosa e quente, como nos furúnculos.

O tratamento as infecções de pele é feita com a limpeza das feridas, remoção as cascas
e secreções com água fervida morna, na qual pode ser dissolvido um desinfetante, como o
permanganato de potássio (dissolve-se um pacotinho ou um comprimido em um litro de água
–água fica arroxeada). Pode ser usado depois um creme ou pomada de antibiótico – creme .
Quando as infecções são mais profundas, tipo furúnculo, a aplicação de compressas quentes e
úmidas facilita a cura.

Quando as infecções são muitas, quando continuam a aparecer apesar do tratamento ou


quando há ínguas, geralmente há necessidade de usar antibiótico por via oral ou injetável, que
será receitado no centro de saúde, geralmente um tipo de penicilina.

Um tipo especial de infecção de pele é a das pálpebras, chamada terçol ou hordéolo,


é conhecida popularmente com o nome de “bonitinha. Deve ser tratatada com um creme
especial que possa ser usado nos olhos, com orientação do Centro de Saúde. (Leia também
“terçol”).

4. DERMATITE SEBORRÉICA

Afecção crônica e recorrente não contagiosa comum nos dois ou três meses de vida,
caracterizando-se pelo acúmulo de escamas seborréicas e crostas amareladas descamativas e
oleosas no couro cabeludo. Pode afetar pálpebras, canal auditivo externo, pregas nasolabiais e
região inguinal.

 Etiologia

É obscura. Acredita-se que exista uma predisposição constitucional para a doença


(metabólica, nutricional e endócrinas).

 Medidas terapêuticas e conduta de enfermagem

 Remoção das crostas com óleo.


 Lavar a cabeça com mais freqüência a fim de evitar o acúmulo, repetir o
procedimento até resolver o problema.

5. CANDIDÍASE (MONILÍASE ORAL OU SAPINHO)

É uma infecção causada por fungo do gênero cândida, geralmente, Cândida albicans.
Se a pele do bebê ficar úmida por muito tempo, ela estará suscetível a assaduras causadas
por lêvedo, o tipo de assadura mais persistente. Grandes quantidades de antibiótico podem
causar diarréia, o que pode dar início às assaduras causadas por lêvedo. Este tipo de assadura
pode ser identificado pelas feridas intumescidas, rosadas ou com pus branco ao redor de uma
mancha vermelha na área coberta pela fralda. O bebê pode ter as manchas na boca também e
pode ser que seus seios fiquem sensíveis caso esteja amamentando. Se esta condição persistir,
consulte o pediatra assim que possível para começar um tratamento antigúngico.

 Etiologia

A contaminação pode ocorrer durante a passagem da criança pelo canal de parto.


Pelo contato direto com outras crianças contaminadas ou com pessoas que cuidam da criança.
Por má nutrição.
Durante o uso de corticóides
Antibióticos
Diabetes
Neoplasias

 Manifestações Clínicas

Placas brancas, semelhante a coágulo de leite na mucosa da boca, de gengivas e da língua.


Mucosa vermelha.

 Tratamento

Aplicar fungicida na cavidade oral, gerlamente Nistatina – 1 ml 4 x ao dia de 6/6 horas.


Pincelar a área com violeta de genciana.
Anfotericina B, clotrimazol, fluconazol ou Miconazol.

 Condutas de enfermagem
 Lavar as mãos ao manusear a criança.
 Higienizar chupetas, bicos de mamadeiras, seio materno.
 Realizar higiene oral (água boricada – 1 colher de sopa de bicarbonato/ 1 litro
de água)
 Remover as placas por meio da higiene oral.
 Alimentar adequadamente a criança.
 Administrar medicamentos conforme prescrição médica

6. GLOMERULONEFRITE DIFUSA AGUDA (GNDA)

Glomerulonefrites ou glomerulopatias são afecções que acometem o glomérulo,


estrutura microscópica formada por um emaranhado de capilares semelhantes a um novelo de
lã. É a principal estrutura renal responsável pela filtração do sangue.

Causas

As doenças glomerulares são conseqüência de uma ampla variedade de fatores:


distúrbios imunológicos, doenças vasculares, doenças metabólicas e algumas entidades
hereditárias. As glomerulopatias que aparecem isoladamente são classificadas como primárias,
e quando estão associadas a doenças sistêmicas (Lupus, diabetes, etc.) são classificadas como
secundárias.
Classificação

Histologicamente, classificamos em várias entidades, mas uma mesma


glomerulonefrite pode ter diversas apresentações clínicas. Raramente essas patologias
evoluem para insuficiência renal terminal em questão de semanas; geralmente sua evolução é
mais lenta. Quando ocorre piora rápida da função renal, elas são classificadas como
glomerulonefrites rapidamente progressivas, independentemente do tipo histológico

Quadro Clínico

As conseqüências da agressão glomerular são basicamente: proteinúria, hematúria,


queda da filtração glomerular, retenção de sódio e hipertensão. Dependendo da intensidade e
do tipo da agressão, pode haver predomínio de um sinal sobre outro, dando origem a
diferentes apresentações clínicas: síndrome nefrítica, síndrome nefrótica, não-nefrítica e não-
nefrótica. A síndrome nefrítica é definida como o aparecimento de edema, hipertensão arterial
e hematúria (geralmente macroscópica). Síndrome nefrótica é caracterizada por proteinúria de
24 horas maior que 3,5 gramas, edema, hipoalbuminemia e hipercolesterolemia.

A glomerulonefrite pós-estreptocócica é uma glomerulonefrite difusa aguda (GNDA)


que se desenvolve após uma infecção por Streptococcus.

Em geral, 1 a 3 semanas após uma infecção de garganta ou de pele, o indivíduo


começa a apresentar urina escura (cor de chá), inchaço e diminuição do volume urinário. Ao
ser examinado, é freqüente constatar-se hipertensão arterial sistêmica e os exames de
laboratório nessa ocasião revelam hematúria. Proteinúria é variável e déficit de função renal é
comum.

Quando constatadas as primeiras manifestações renais, comumente a infecção que a


antecedeu não mais está presente.

O tratamento desta glomerulonefrite é eminentemente sintomático, pois seu curso de


um modo geral é auto-limitado, e corresponde a cuidados com a retenção excessiva de
líquidos pelo corpo, que leva a inchaço, hipertensão arterial e eventuais outras complicações.

Esta glomerulonefrite usualmente tem boa evolução, em geral não evolui para
insuficiência

7. CRISE CONVULSIVA

Convulsão: Descarga bio-energética emitida pelo cérebro que provoca contracções


musculares gerais e generalizadas.»

Ataque episódico, que resulta da alteração fisiológica cerebral e que clinicamente se


manifesta por movimentos rítmicos involuntários e anormais, que são acompanhados de
alterações do tônus muscular, esfíncteres e comportamento.

Crise convulsiva:
«Termo usado para designar um episódio isolado.»

Crise convulsiva é um quadro caracterizado pela contratura involuntária da


musculatura com movimentos desordenados, generalizados ou localizados, acompanhada de
perda dos sentidos.

Distúrbio convulsivo:

É um distúrbio crônico e recorrente.(epilepsia).

 Fisiopatologia Das Convulsões


Seja qual for a causa, ou o tipo de crise convulsiva, o mecanismo básico é o mesmo.

Há descargas elétricas:

- De origem nas áreas centrais do cérebro (afetam imediatamente a consciência);


-De origem numa área do córtex cerebral (produzem características do foro anatômico
em particular);
-Com início numa área localizada do córtex cerebral e alastrando-se a outras porções
do cérebro.

 - Manifestações Clínicas

Estão relacionadas com o tipo de convulsão, e irão ser abordadas ao longo do trabalho.

 - Avaliação De Diagnóstico

O diagnóstico tem dois objetivos principais que são:

- Definir o tipo de crise convulsiva;


- Compreender a causa.

O diagnóstico das convulsões faz-se através de:


- História completa;
- Exame físico e neurológico completo;
-Exames laboratoriais ( hemograma completo, glicemia, cálcio, uréia, liquido cefalo-
raquidiano, etc.);
- E.E.G
- Cintigrafia cerebral;
- T.A.C.;
- Ressonância magnética;

1. Convulsões Neonatais

 INCIDÊNCIA

Existem numerosas manifestações clínicas, que podem ser equivalentes a convulsões, no


entanto, não são reconhecidas como tal. 0,2 a 0,8% das convulsões aparecem nos dez
primeiros dias de vida, sendo a sua maioria na primeira semana (29 e 32 dia de vida).
 SINTOMATOLOGIA

É de difícil observação, resumindo-se às vezes, a apenas um piscar de olhos, uma recusa


alimentar, alterações do tônus, apnéia ou espasmos dispnéicos. Assim, as crises tônico-
clônicas são raras no Recém Nascido, sendo mais frequentes as manifestações tônicas ou
clônicas isoladas.

Sinais de crise no Recém Nascido:

 Movimentos de rotação da cabeça, olhar fixo e respiração irregular;


 Espasmos tônicos das extremidades;
 Tremores, finos e prolongados das extremidades;
 Movimentos de pedalagem dos membros;
 Períodos de hipotonia acentuada em fase pós critica;
 Hiperatividade e alterações do sono;
 Reflexo de moro expontâneo;
 Alterações da respiração;
 Alterações da deglutição;

 ETIOLOGIA As

causas são múltiplas.

Cerca de 90% das convulsões no Recém Nascido são devidas a:

- Hipoglicemia - nas primeiras 48 horas de vida;

- Hipoxia - nas primeiras 48 horas de vida;

- Traumatismos de parto - nas primeiras 48 horas vida;

- Hipocaliemia ou hipomagnesemia - nas primeiras 72 horas de vida;

Depois da primeira semana de vida as infecções e problemas genéticos são as principais


causas de convulsão.

 TRATAMENTO

O tratamento, baseia-se essencialmente na correção da perturbação causal, e


secundariamente na administração de anticonvulsivantes.

 2.0 - Crises Não Epilétpicas

Estão relacionadas com certas situações - sindromes especiais.

2.1 - Convulsões febris

São distúrbios transitórios associados à febre.

- Afetam 3 a 5% das crianças;


- Afeta normalmente crianças entre os 6 meses e os 5 anos;
- Suposta predisposição familiar;
- Na maioria dos casos acontece quando há uma elevação rápida da temperatura acima
dos 38,9ºC;
- Apenas 25% das crianças voltam a ter uma futura convulsão febril;
- Normalmente não há compromisso neurológico. O tratamento faz-se através do
controle da febre (antipiréticos), da convulsão (diazepam ou fenobarbital), e
posteriormente faz-se o tratamento das infecções.
2.2 - Episódios de suspensão da respiração

É mais frequente em crianças com idades compreendidas entre os 6 e 18 meses.


Precipita-se por medo, frustração ou raiva, e caracteriza-se por choro violento e cessação da
respiração.

3.0. Convulsões Generalizadas

Estas convulsões ocorrem em qualquer idade, em qualquer momento. O intervalo entre


as crises varia bastante.

1 - Convulsões de grande mal (motoras principais) :


Caracterizam-se por duas fases completamente distintas.

Fase Clônica:

- Reviramento ocular;
- Perda imediata de consciência;
- Contração generalizada e simétrica de toda a musculatura corporal;
- Braços fletidos;
- Pernas, cabeça e pescoço estendidos;
- Poderá emitir um grito;
- Dura aproximadamente 10 a 20 segundos;
- A criança apneica pode tornar-se cianótica.

Fase Tônica:

- Movimentos violentos, rítmicos e involuntários;


- Pode espumar pela boca;
- Incontinência urinária.

À medida que a crise vai cedendo, os movimentos tornam-se menos intensos e com
intervalos maiores. Dá-se um relaxamento corporal e segue-se uma fase de sonolência.

3.2 - Pequeno mal:

Caracteriza-se por uma perda breve de consciência. Podem passar despercebidas, o


comportamento sofre poucas alterações. É frequente entre os 5 e os 9 anos de idade. Pode
haver alteração do tônus muscular, e a criança deixa cair pequenos objetos, no entanto
raramente cai. Não ha incontinência.

4 AÇÕES DE ENFERMAGEM :

A enfermagem tem que ser capaz de atuar rapidamente, no entanto, tem que ser um
bom observador. Pois esta observação poderá ser inicio de um diagnóstico correto. Há ações
que devem serem feitas imediatamente, tais como:

- Proteger a criança durante a convulsão:


- Deitar a criança (caso ela esteja de pé ou sentada);
- Afrouxar roupas apertadas;
- Remover objetos;
- Sustentar com delicadeza a criança.
- Manter vias aéreas desobstruídas:
- Aspirar secreções se necessário;
- Administrar terapêutica anti-convulsivante e chamar médico de serviço;
- Observar crise convulsiva;
- Descrever e registrar todas as observadas, tais como:
- Sequência dos acontecimentos;
- Início da crise;
- Duração da crise;
- Eventos significativos anteriores à crise;
- Verificar se há incontinência urinária ou fecal;
- Verificar se há fase clônica ou tônica.
- Observar após a crise,
- Descrever e registrar:
. Forma de cessação da crise;
- Nível de consciência;
- Orientação;
- Capacidade motora;
- Fala.
- Promover repouso;
- Deixar a criança confortável;
- Permitir que a criança repouse após a crise;
- Reduzir estimulação sensorial ( luzes, barulho, etc. );
- Reduzir ansiedade dos pais:
- Promover atmosfera calma;
- Explicar propósitos de enfermagem;
-Oferecer apoio emociona

8.SEPTICEMIA

Definição:

A septicemia é a presença de bactérias no sangue (bacteremia) e é associada a doença


grave.
Causas, incidência e fatores de risco:

A septicemia é uma infecção grave, com progressão rápida e de alto risco que pode
aparecer secundária a infecções localizadas do trato respiratório, genitourinário e
gastrointestinal ou da pele. Pode preceder ou coincidir com infecções do osso (osteomielite),
do sistema nervoso central (meningite) ou outros tecidos. A septicemia pode conduzir
rapidamente a um choque séptico e à morte. O início da septicemia é marcado por febre forte
e calafrios, respiração e freqüência cardíaca aceleradas, aparência externa de estar seriamente
doente (tóxico) e uma sensação eminente de morte. Estes sintomas progridem rapidamente
para choque com diminuição da temperatura corporal (hipotermia), queda na pressão
sangüínea, confusão ou outras alterações no estado mental e anormalidades na coagulação
evidenciadas por lesões hemorrágicas na pele (petéquia e equimose).

Sintomas:

 febre (início repentino, normalmente com picos)


 calafrios
 aparência tóxica (aparência de gravemente doente)
 alterações no estado mental
o irritável
o letárgico
o ansioso
o agitado
o indiferente
o comatoso
 choque
o frio
o viscoso
o pálido
o cianótico (azul)
o indiferente
 sinais na pele associados a anormalidades de coagulação
o petéquias
o equimose (normalmente lesões grandes, planas, de coloração roxa que não
clareiam quando pressionadas)
o gangrena (alterações iniciais nas extremidades que sugerem a diminuição ou
ausência de fluxo sangüíneo)
 redução ou ausência da produção de urina

Sinais e exames:

Um exame físico pode demonstrar:

 pressão sangüínea baixa (hipotensão)


 temperatura corporal baixa (hipotermia)
 sinais de doença associada (meningite, epiglotite, pneumonia, celulite ou outros)

Os exames que confirmam a infecção incluem:

 hemocultura
 cultura de urina
 cultura de LCR
 cultura de qualquer lesão cutânea suspeita
 hemograma completo
 contagem plaquetária
 estudos de coagulação
o TP
o TTP
o níveis de fibrinogênio
 gases sangüíneos

Tratamento:

Esta doença deve ser tratada em hospital, normalmente com admissão em uma unidade
de terapia intensiva.

São administrados líquidos intravenosos (IV) para manter a pressão sangüínea.


Medicamentos fortes via IV, denominados simpatomiméticos, normalmente são necessários
para manter a pressão sangüínea. Uma terapia com oxigênio é iniciada para manter a saturação
de oxigênio.

A infecção é tratada com antibióticos de amplo espectro (aqueles que são eficientes
contra uma grande quantidade de microorganismos) antes de o microoorganismo a ser
identificado. Uma vez que as culturas tenham identificado o microoorganismo específico
responsável pela infecção, inicia-se o tratamento com os antibióticos específicos para o
tratamento daquele organismo.

O plasma ou outro tratamento pode ser necessário para a correção das anormalidades
de coagulação.

Expectativas (prognóstico):

O choque séptico tem uma taxa de mortalidade alta dependendo do tipo de organismo,
chegando a ultrapassar os 50%. O organismo envolvido e a hospitalização imediata
determinarão a recuperação.

Complicações:

 choque irreversível
 síndrome de Waterhouse-Friderichsen
 síndrome da angústia respiratória adulta (SARA)

Solicitação de assistência médica:

A septicemia não é comum mas é devastadora, e o diagnóstico logo no início pode prevenir a
progressão para choque.

 uma criança com febre, calafrios com tremores e com uma aparência gravemente
doente deve ser imediatamente tratada como uma emergência
 uma criança com evidência de sangramento na pele deve ser imediatamente tratada
como uma emergência
 uma criança que esteja doente e tenha alterações no estado mental deve ser
imediatamente tratada como emergência

Solicite assistência médica se a criança não estiver em dia com a vacinação ou não tiver
sido imunizada contra a Haemophilus influenza B, normalmente chamada de vacina HIB. Se a
criança tiver um baço danificado devido a um processo de doença ou se o baço tiver sido
removido, marque uma consulta para imunização contra a doença pneumocócica.

Prevenção:

O tratamento apropriado das infecções localizadas pode prevenir a septicemia. A


vacina HIB em crianças já reduziu a incidência de septicemia por Haemophilus (e meningite
por Haemophilus, de epiglotite e celulite periorbital) e é uma parte da rotina do programa de
vacinação infantil recomendado. Crianças que têm os baços removidos ou que apresentem
doenças que danifiquem o baço (como anemia de células falciformes) devem receber a vacina
pneumocócica. A vacina pneumocócica não é parte do programa de vacinação infantil de
rotina.

Os contatos próximos (pais, irmãos, amigos) de crianças sépticas com determinados


organismos, como pneumococos, menigococos e Haemophilus, podem precisar de terapia
preventiva com antibióticos, que será prescrita pelo médico; o tipo de antibiótico será
determinado pelo organismo envolvido

UNIDADE 7

NECESSIDADES BÁSICAS DA CRIANÇA HOSPITALIZADA

Ao lidar com crianças é necessário considerar as necessidades biológicas


fundamentais: sede, desejo de urinar, respirar, evacuar, movimentar-se ou não, de sentir um
desconforto térmico, além de considerar também as necessidades afetivas.
Dentre as necessidades básicas da criança hospitalizada podemos encontrar: higiene;
sono e repouso; eliminações; hidratação;alimentação; medidas de segurança e proteção (física,
terapêutica e psicológica) e recreação.

1.0.HIGIENE:
Desde pequena, a criança sente conforto ao ter seu corpo limpo. De 2 a 6 anos a
criança desenvolve a capacidade de controlar os esfíncteres, o que deve ser ensinado com
carinho e sem castigo, além de ser estimulada a lavar as mãos antes e após as refeições e
escovar os dentes.
O banho é um procedimento exclusivo da enfermagem, devendo o enfermeiro
prescrevê-lo, indicando o tipo de banho e o melhor horário de acordo com o estado geral da
criança e , sempre que possível, respeitando os hábitos e costumes da mesma.
Na higienização da criança, o técnico de enfermagem deve seguir os seguintes
procedimentos:
1. Respeitar sua individualidade, procurando realizar a higiene da criança maior em
ambiente privado.
2. Cortar as unhas da criança sempre que necessário ( para evitar lesões de pele)
3. Lavar os cabelos da criança em dias alternados de acordo com as condições higiênicas
do couro cabeludo.
4. Fechar a porta ou as janelas durante o banho, evitando-se correntes de ar.
5. Sempre que possível deixar a mãe ou acompanhante participar dos cuidados de
higiene do seu filho.

Objetivo: promover e proteger a saúde da criança.

TIPOS DE HIGIENE:

Banho : È um procedimento de rotina no momento da admissão, diariamente e sempre que


necessário. O banho diário é indispensável a saúde, proporciona bem-estar, estimula a
circulação sanguínea e protege a pele contra diversas doenças.
O momento do banho deve ser aproveitado para estimular a criança com ( ou através
de ) estímulos psico-emocionais ( acariciar), auditivos ( conversar e cantar) e psicomotores (
inclusive movimentos ativos com os membros)
Tipos de Banho:

 Banho de chuveiro: Normalmente é indicado para crianças na faixa etária pré-


escolar, escolar e adolescente, que consigam deambular, sem exceder sua capacidade
em situação de dor.
-Incentivar a criança a banhar-se sob supervisão ou, em caso de adolescente, que queiram
privacidade, permitir que tome banho sozinho.
- Quando for possível, ao término, verificar a limpeza da região atrás do pavilhão
auditivo,mãos, pés e genitais.
 Banho de imersão ( banheira) : É indicado para lactentes e pré-escolares que estejam
impossibilitados de ir ao banheiro. Sua escolha dependerá do estado geral da criança.
- No caso de crianças em uso de oxigênio, verificar a possibilidade de outro
profissional para segurar a fonte de oxigênio durante o banho.
- Sempre que possível estimular a mãe ou acompanhante a participar do procedimento.
- É necessário que durante o procedimento se converse e explique para a criança,
independentemente da faixa etária, tudo o que está sendo feito, em tom de voz baixo e
tranqüilo.
 Banho no Leito: Refere-se ao banho da criança acamada( escolar e adolescente), sem
condições de receber o banho de imersão, seguindo todos os procedimentos anteriores.
-Deve-se lavar os cabelos antes de lavar o corpo ( evita que a criança fique com corpo
exposto durante muito tempo).
 Banho Medicamentoso: É usado para limpeza de pele, servindo também para alívio
do prurido que acompanha algumas dermatites ( banho com permanganato de
potássio, banho de luz, banho de sol etc.)
 Banho do Couro Cabeludo : Deve ser feita de preferência durante o banho, em dias
alternados, e de acordo com as condições de higiene da criança.
- Lavar o couro cabeludo com as pontas dos dedos e não com as unhas, para evitar
machucar a criança, massageando delicadamente.
- Além da lavagem do couro cabeludo com água e sabão, é importante pentear os
cabelos, o que dará melhor aspecto à criança, sendo também uma oportunidade para detectar
lesões ou presença de pediculose.
Higiene das mãos:
Muitas infecções e doenças são transmitidas através das mãos, mas o ciclo pode ser
facilmente interrompido pela higiene adequada tanto das pessoas que cuidam das crianças, quanto
delas próprias, além de lembrar o indispensável cuidado com as unhas que devem ser mantidas
curtas ( diminuem o risco de lesões de pele)
Higiene Oral:
É a limpeza adequada da boca da criança, tendo como objetivo obter uma dentição
permanente, equilibrada e intacta. É indicada nas crianças menores e/ou nas que apresentam
lesões da mucosa oral, após vômitos, crianças com sonda nasogástrica (SNG) ou em jejum.
-Nos lactentes sem dentes, deve ser realizada a limpeza da gengiva e da língua uma vez por
dia, com água filtrada e gaze.
-Nos lactentes com dentes, pré-escolares, escolares e adolescentes, deverá ser realizada com
auxílio de dentifrício ( preparado que serve para limpar os dentes) com flúor e escova com cerdas
macias, realizando movimentos circulares em todos os dentes, individualmente, e por último a
língua, em movimento único de dentro para fora.

Higiene do Coto Umbilical:


Tem como objetivo prevenir infecções e hemorragias, além de acelerar o processo de
cicatrização.
-Manter o coto posicionado para cima, evitando contato com fezes e urina; efetuar higiene na
inserção e em toda extensão do coto umbilical, evitando que o excesso de álcool escorra pelo
abdômen.
-Fazer curativo com álcool a 70% até a queda do coto umbilical ou de acordo coma rotina da
unidade.
-Observar e registrar as condições do coto ( presença de secreção ou sangramento) e região
periumbilical ( hiperemia e calor)

Higiene Perineal:
É um procedimento importante que permite observar o aspecto e a consistência das
eliminações da criança e as condições da pele da criança. A criança hospitalizada necessita, na
maioria das vezes, de controle de diurese, sendo assim, a fralda descartável tem maior utilidade,
pois além de oferecer menos riscos de assadura, é mais fidedigno, porque a urina fica
armazenada, ocorrendo menos vazamento.
- Para trocar a criança após evacuação, é necessário lavar a região glútea ( anal) com água e
sabonete com PH neutro.
Obs 1: nas meninas deve-se afastar os grandes lábios e limpar com movimentos longitudinais
únicos e sentido ântero-posterior.
Obs2: nos meninos, quando for possível, deve-se retrair a glande delicadamente.
Obs3: é importante que depois da limpeza a criança esteja com os glúteos, a virilha e os genitais
externos secos para colocação da fralda limpa.
- O uso de hidratante é aconselhado para manter a resistência da pele.
-Quando a criança pode deambular, supervisionar a higienização dos genitais e região anal
após micção e evacuação.
- A criança acamada com controle esficteriano deve ser orientada quanto ao uso de papagaio
e/ou comadre.
Higiene Nasal :
É a remoção de muco acumulado nas narinas com o objetivo de facilitar a respiração
da criança.
-Fazer higiene com cotonete embebido em SF 0,9% ou água destilada, observar e
registrar o aspecto de secreção retirada.
Higiene Auricular:
É a remoção de excesso de secreção (cerúmen) do conduto auditivo externo e a
remoção da sujeira do pavilhão auricular.
- Fazer higiene com cotonete embebido em SF 0,9% ou água destilada, observar e registrar o
aspecto da secreção retirada.
Higiene Ocular:
É a retirada de secreções localizadas na face interna do globo ocular.
-Fazer higiene ocular com SF 0,9 % ou água destilada, observar e registrar o aspecto da
secreção retirada.
-Proceder a limpeza do ângulo interno do olho ao externo, utilizando o lado do cotonete
somente uma vez.
Vestuário: Fazer uma seleção da roupa adequada à temperatura ambiente, evitando frio,
superaquecimento ou sudorese excessiva. A mesma não deve provocar irritações cutâneas.

2.0.SONO E REPOUSO:

O sono e repouso consiste no tempo de recuperação e de reconstrução necessários a


cada indivíduo, para que se sinta bem. Durante a hospitalização, é comum que a criança saia
da sua rotina de repouso devido a mudança de ambiente, agitação da unidade de internação ou
constantes manipulações. É importante que o enfermeiro pergunte a mãe e/ou responsável
todos os hábitos da criança, inclusive os de sono e repouso ( escrever na ficha de admissão
para que todos tenham acesso).
Durante o sono, ocorre aumento da secreção do hormônio de crescimento e por isso a
criança precisa dormir o necessário para ter um desenvolvimento adequado.

Ritmo e duração do sono: O sono se estrutura progressivamente de acordo com a


faixa etária. Os sinais de apelo do sono são: bocejos, queda das pálpebras, relaxamento do
pescoço, diminuição da vigilância e busca de posição confortável.
Para despertar uma criança, quando necessário, acaricia-la e/ou cantar para ela em tom
suave.
IDADE DURAÇÃO TOTAL NOTURNO DIURNO
Nascimento 15 a 19 horas 10 horas 6 a 7 horas
Um mês 15 a 17 horas 9 a 10 horas 3 horas
6 meses +/- 14 horas 10 horas 2 horas
1 ano +/- 13 horas 10 horas 1 hora
2 anos 12 a 13 horas 10 horas 1 hora
3 a 5 anos 12 horas 10 horas -
6 a 9 anos 11 a 13 horas 11 horas -
10 a 14 anos 9 a 10 horas 9 horas -
15 anos 8 a 9 horas 8 horas -

Assistência de Enfermagem;

 O sono não deve ser associado a idéias negativas como castigo;


 Promover a companhia do familiar, oferecendo apoio, carinho e calor humano, para
facilitar o adormecer;
 Procurar fazer com que a criança encontre a sua posição de nidação (posição
confortável para dormir)
 Respeitar o despertar natural e calmo da criança;
 Quando a necessidade de sono e repouso não for satisfeita, procurar investigar suas
causas para corrigi-las.
Os distúrbios mais freqüentes são: dificuldade de adormecer, sono agitado ou intranqüilo,
sono excessivo ou insuficiente, pesadelos, terror noturno, sonambulismo, bruxismo, falar
durante o sono ( siniloquia)

1. ALIMENTAÇÃO:
A alimentação consiste na ingestão de substâncias minerais e orgânicas destinadas à
formação e reparação dos tecidos do organismo. A alimentação é a condição essencial à saúde,
crescimento e desenvolvimento da criança.
A alimentação natural é de muita importância para a vida das crianças, pois além de
atender as necessidades nutritivas e energéticas, auxiliam no desenvolvimento sadio de uma
personalidade.

Alimentação natural:

O leite materno é o alimento mais perfeito e ideal para o RN, tanto do ponto de vista
nutritivo quanto afetivo e imunológico. Contém as quantidades suficientes de todos os
componentes essenciais para sua alimentação ( água, proteínas totais, caseína, aminoácidos,
lactoalbumina, gorduras, sais minerais e vitaminas).
O aleitamento materno previne o aparecimento de várias doenças na vida adulta.
 Vantagens da Amamentação:

- Mais cômodo - Menos trabalhosa;


-Mais econômico -Temperatura adequada;
-Fácil digestão; - Maior aproximação entre mãe e filho;
-Maior imunidade - Mais inteligência;
-Sem risco de infecção ou contaminação para criança;

Colostro: Leite materno que contém células linfóides vivas e funcionais, com capacidade
imunológica e de produção de anticorpos e de colonialização adequada, evitando invasão de
bactérias, como a Escherischia coli.

 Assistência de Enfermagem:

-Orientar a mãe a lavar as mãos antes de amamentar e lavar as mamas somente durante o
banho;
- Orientar a mãe a fazer uma dieta balanceada ( sobre a orientação do nutricionista) para evitar
que o bebê apresente cólicas;
- Amamentar em local calmo e agradável;
-A criança deve estar acordada, limpa e vestida de modo adequado, antes de iniciar a
amamentação;
- Deixar a criança mamar até sentir-se satisfeita;
- Orientar a mãe para fazer a criança eructar durante e após as mamadas;
Após a mamada deitar a criança em decúbito lateral direito e um pouco elevado ( facilitando o
esvaziamento do estômago e diminuindo o risco de regurgitação)
- Orientar a mãe a oferecer as duas mamas em cada mamada. Só passar para a seguinte
quando a primeira estiver vazia, e que sempre deve-se começar pela última mama que foi
oferecida na mamada anterior ( permite maior produção d leite e a criança recebe a quantidade
adequada de gorduras em todas as mamadas)

Alimentação Especial:

a)Nutrição enteral : Consiste na administração de vários tipos terapêuticos nutricional,


utilizando o trato gastrintestinal como via de entrada introduzindo-se uma sonda pela boca ou
narina da criança, passando pela faringe e pelo esôfago, até os estômago, duodeno ou jejuno,
através da própria locação da sonda ou por movimentos peristálticos.

Indicações: Insuficiência respiratória, prematuridade, desnutrição grave, diarréias crônicas,


doenças inflamatórias do trato gastrintestinal e comas.

Vias mais utilizadas: Oral, naso ou orogástrica, nasojejunal ou nasoduodenal e gastrostomia.

b)Nutrição Parenteral ( NP): Consiste na infusão endovenosa de nutrientes ( aminoácidos,


carboidratos, vitaminas, eletrólitos etc), necessários nos processos metabólicos que ocorrem
normalmente no organismo.

Indicações: Nos casos em que a via digestiva se encontra parcial ou totalmente interditada em
decorrência de doenças locais ou generalizadas ( diarréias prolongadas, f´stulas, peritonites,
desnutrição, neoplasias, coma e outras).

4.0.HIDRATAÇÃO
É o estado de se ter um conteúdo líquido adequado ao corpo. A água é o principal
componente do corpo humano, papel fundamental nos processos metabólicos por ser o
substrato de todas as soluções orgânicas.

Vias de eliminação da água: A eliminação da água no organismo humano se faz através dos
rins, pele, intestinos, secreção lacrimal e glândulas mamárias ( lactação)

Tipos de Hidratação:

a)Oral: ( boca, sonda nasogátrica (SNG), sonda orogástrica(SOG).É a via preferível nos casos
de desidratação leve.

TRO – ( terapia de reidratação oral)

Objetivos;
 Reduzir a morbidade e a mortalidade pela diarréia;
 Reduzir custos das hidratações em massa;
 Reduzir as internações;
 Corrigir as perdas de águas e eletrólitos.

b)Parenteral : Via utilizada nas doenças severas com vômitos graves, diarréia, desidratação
grave, perda de sangue e perda da consciência.
 Assistência de Enfermagem no controle da hidratação da criança:

* Certificar-se dos líquidos prescritos para serem administrados pelas vias oral e parenteral;
*Orientar a mãe ou acompanhante para oferecer líquidos prescritos ( água ou chá) a criança
nos intervalos da alimentação;
*Administrar os líquidos via parenteral no tempo prescrito;
* Controlar rigorosamente o gotejamento do soro;
* Anotar toda a administração de líquidos pelas vias parenteral e oral;
*Anotar as eliminações de urina, fezes, vômitos, drenagens etc, descrevendo a quantidade e o
aspecto.

5.0.ELIMINAÇÕES:
As eliminações são feitas através da pele( suor), pulmões (ar) e principalmente através
dos aparelhos urinários ( urina) e intestinal ( fezes). O controle das eliminações é um cuidado
importante de enfermagem – indica o funcionamento dos sistemas excretores da criança e
auxiliam no seu diagnóstico.

Objetivos: Livrar o organismo dos restos de materiais em excesso para as necessidades


orgânicas e eliminar os resíduos de substâncias tóxicas do corpo para manter seu
funcionamento normal

- Eliminação Urinária:

O sistema urinário desempenha papel importante na eliminação de resíduos e no


equilíbrio hidroeletrolítico do organismo. Algumas doenças de baixo volume urinário (
oligúria) deixam a urina mais concentrada e de cor mais escura.
Algumas medicações e o aumento da ingesta líquida provocam o maior volume de
urina tornando-a mais líquida e clara.
Alguns alimentos e drogas alteram o odor e o aspecto da urina.
- Eliminação Instestinal:

O aparelho intestinal elimina as substâncias , que não são mais aproveitadas pelo
organismo através das fezes que são compostas, principalmente, por resíduos alimentares e
água ( 60 a 80%).

- Características das fezes:


 Mecônio : Primeiras fezes ( produto da degradação do líquido aminiótico e bile); de
cor verde escuro, quase preto, pegajosa e inodoro ( desaparece aproximadamente no 3º
dia de vida)
 Fezes lácteas: são caracterizadas pelo tipo de leite que a criança ingere.

-Leite Materno : as fezes são líquido-pastosas, de cor amarelo-ouro ( eliminadas de 2 a 5


vezes por dia)
-Leite Artificial: são caracterizadas por fezes endurecidas, mais claras excretadas com menos
freqüência ( eliminadas entre 2 a 3 vezes ao dia)
A medida que a criança cresce as características das fezes são mais semelhantes as do
adulto, tornando-se de consistência pastosa e cor marrom ou castanho.
São esverdeadas quando o peristaltismo é ativo.
São amareladas quando o alimento permanece por mais tempo no intestino
- Vômitos:
É a eliminação do conteúdo gástrico pela boca. È muito freqüente em crianças,
podendo estar ou não associado a doenças.
- Características dos vômitos:
As características dos vômitos são importantes para definir sua causa e auxiliar no
diagnóstico da criança. Deve-se observar o volume, a freqüência e o tipo de material
eliminado.
 Vômitos com alimentos coagulados e acidificados, indicam que os alimentos
permanecem no estômago;
 Vômitos com alimentos quase ou totalmente inalterados indicam que o alimento não
alcançou o estômago e permaneceu pouco tempo no esôfago.
 Vômitos com sangue ( hematêmese) : é a eliminação de sangue vivo pela boca, que
não sofreu ação dos ácidos do estômago
 Vômitos de aspectos de borra de café: é a eliminação de sangue, pela boca, que já
sofreu ação dos sucos gástricos no estômago;
 Vômitos biliosos: é a presença de bile nos vômitos
 Vômitos de aspecto fecalóides: é a eliminação de fezes pela boca geralmente
ocasionada por obstruções intestinais.

 Assistência de Enfermagem:
*A equipe de enfermagem é responsável direta pela obtenção dos dados relacionados às
eliminações. A precisão e objetividade destas informações. Muitas vezes permitem identificar
a causa do choro e da inquietação da criança.
*A observação e o registro preciso do aspecto das eliminações urinárias e intestinais auxiliam
a enfermeira a avaliar o funcionamento do aparelho intestinal, assim como ao médico a
formular um diagnóstico.
*Caso não haja contra-indicações, o técnico de enfermagem deve estimular, fornecer e
administrar líquidos a criança.
* A cada eliminação deve ser feita à anotação sobre as características seja vômito, fezes ou
urina. Comunicando as anormalidades e observando as características.

6.0.MEDIDAS DE SEGURANÇA E PROTEÇÃO:


Todos os elementos das equipes de saúde e hospitalar ( desde o porteiro, funcionários
da limpeza, copeiros etc) são responsáveis pela segurança e bem-estar da criança
hospitalizada.
Os pequenos acidentes podem ser considerados, até certo ponto, como um
acontecimento normal dentro da evolução da criança. Eles auxiliam no desenvolvimento de
sua auto – segurança e auto- confiança. São pequenas experiências traumáticas que, de alguma
forma, tornam a pessoa mais capaz de enfrentar, evitar ou proteger-se dos riscos e
dificuldades da vida.
Nossa preocupação deve ser, portanto, a de evitar os acidentes maiores e trágicos que
colocam em risco a saúde e a vida da criança. No hospital, a equipe de enfermagem é a maior
responsável por prevenir acidentes à criança hospitalizada, pois permanece as 24 horas do dia
junto a ela. As repercussões da negligência na proteção e segurança física, terapêutica e
psicológica da criança hospitalizada, tem dimensões morais e sociais desastrosas.

- Medidas de proteção e segurança física:

 As grades do berço precisam ser mantidas suspensas e seguramente presas em todas as


ocasiões;
 O berço deve ficar afastado de unidades de aquecimento ou de cordões pendentes;
 Quando colocar a criança em cadeirinhas próprias para alimentação ou em assentos de
bebês, prender a criança para evitar queda ou deslizamento;
 Ao ser colocada em balança ou mesa para exames, deve ser constantemente protegida
de quedas
 Os armários de medicamentos precisam ser mantidos fechados e os remédios não
devem ser deixados sobre a mesinha de cabeceiras;
 As medicações ou alimentos oferecidos, não devem ser forçados quando a criança
recusa ( há perigo de aspiração)
 Os termostatos e interruptores devem permanecer cobertos e longe do alcance da
criança;
 Antes de iniciar o banho, testar a temperatura da água (evitar queimaduras ou
resfriados).

- Medidas de proteção e segurança terapêutica:

- Medicação:
 Observar e seguir rotinas de preparo, diluição e administração;
 Verificar rigorosamente o nome e a dose correta – antes de administrar a medicação;
 Evitar ultrapassar junto à criança enquanto ele ingere medicamentos orais;
 Controlar rigorosamente o gotejamento do soro ( volumes excessivos em curtos
períodos podem provocar sérios distúrbios circulatórios, hepáticos e renais)
- Procedimentos terapêuticos:
 Oxigênio com alta concentração ao recém-nascido na incubadora por longo tempo
pode ocorrer retrofibroplasialental( cegueira)
 Aspiração naso ou orotraqueal deve ser feita rapidamente e com intervalos ( se
demoram provocam obstrução das VVSS)
 Proteger os olhos da criança nas aplicações quentes e frias ( ( bolsa revestida com
toalha)
 Uma simples administração incorreta da mamadeira pode resultar em aspiração,
deixando a criança com broncopneumonia (BCP), pneumonia e parada –
cardiorespiratória.
- Exames:
 Exames em jejum ( choro e desespero) – dar cuidado especial como : higiene,
segurança, conforto e carinho.
- Cirurgias:
 Nas cirurgias os riscos maiores, podem ocorrer secção de órgão, queimaduras e
choques de origens diversas.

Medidas de proteção e segurança psicológica:


Várias situações ameaçam a segurança psicológica da criança durante a hospitalização:
- Internações sem acompanhantes;
- Horários rígidos e fixos de visitas;
- Sensações de dor, ansiedade e medo decorrentes da doença e dos procedimentos
terapêuticos;
-Indiferença dos profissionais de saúde na assistência, os quais afetam pais e filhos.
Recreação:
Recrear é utilizar o tempo disponível da maneira mais agradável : brincando, lendo,
jogando, bordando, ouvindo música, etc.
O brinquedo é uma necessidade inata da criança. Representa a oportunidade para o
aprendizado e desenvolvimento de suas habilidades. A recreação funciona para criança como
um apoio em suas novas relações humanas, além de ajudá-las a lidar com o medo e a
ansiedade causados pela hospitalização.

Brinquedos:
Os brinquedos não precisam ser caros, devem ser simples, inofensivos, atraentes e
duráveis;
O adulto precisa encarar o brinquedo com simpatia e seriedade
A brincadeira não deve ser interrompida até o desinteresse final da criança;
Ao término, a criança deverá ser convidada a ajudar a organizar o ambiente;

UNIDADE 12

O HOSPITAL PEDIÁTRICO

1.0-Definição: é o local destinado à internação de crianças, cuja idade pode variar de 0 a 15


ano, equipado para atender as necessidades globais do indivíduo nas diferentes faixas etárias
de crescimento, do nascimento até a adolescência.

2.0-Objetivos do Hospital Pediátrico:


 Assistir a criança doente, para diagnóstico e tratamento;
 Controlar situações já diagnosticadas;
 Fazer acompanhamento pós – alta;
 Servir de centro de pesquisa científica na área de saúde;
 Servir de centro de orientação sanitária;
 Servir de campo de ensino para diversos profissionais na área de pediatria.

3.0-Características do Hospital Pediátrico:

3.1-Unidade de Berçário:

Definição: Unidade destinada à internação de recém nascido de 0 a 28 dias de vida, durante


sua permanência no hospital.
Objetivo: Possibilitar a função respiratória, evitar infecções, ministrar alimentação adequada e
manter temperatura.
Organização: Deve ser subdividido em : sala normais , sala de prematuros, sala de infectados
e sala de observação ( RN suspeitos de infecção).
 Normas: Antes de entrar no recinto do berçário, é necessário retirar jóias, proceder à
escovação das mãos e vestir o avental de uso exclusivo no berçário. Na sala de
isolamento deverá ser usado um avental para cada recém-nascido.Essas normas
dependem da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) de cada
instituição.

3.2 – Unidade Pediátrica:

Definição: Local destinado à internação, diagnóstico e tratamento de crianças, com idade que
pode variar de 0 a 15 anos.
Estrutura Física: Sala de admissão; enfermarias conforme as patologias e idades; refeitório e
sala de recreação; banheiros com banheira, chuveiro, sanitários para crianças; posto de
enfermagem; isolamento; expurgo e ambiente para mães.
OBS: Em comparação com outras unidades, a unidade pediátrica possui setores especiais,
indispensáveis e deve ser equipada adequadamente para atender as diversas faixas etárias.

3. – Lactário:

Definição: Unidade do hospital destinada ao preparo e distribuição do leite ou qualquer


substituto do recém – nascido e/ou paciente da pediatria.
Localização: Varia em função do tipo e tamanho do hospital; evitar proximidade de áreas
infecto-contagiosas e de circulação de pessoal, pacientes e visitantes; ter maior proteção
contra a contaminação do ar; ser o mais próximo possível do serviço de nutrição e dietética,
para facilitar a supervisão e abastecimento.

REQUISITOS BÁSICOS PARA A ENFERMAGEM PEDIÁTRICA

 Ter saúde física e mental;


 Ter capacidade de observação e paciência;
 Saber manter um humor agradável;
 Ter noções de higiene para poder transmitir para as crianças;
 Gostar de crianças;
 Ter responsabilidade.

1. – Características do Hospital Amigo da Criança:

O hospital amigo da criança é a instituição que segue os dez passos determinados pela
UNICEF ( Fundo das Nações Unidas para Infância):
1) Ter uma norma escrita sobre o aleitamento, que deverá ser rotineiramente transmitida
a toda a equipe se cuidados de saúde.
2) Treinar toda a equipe de cuidados de saúde, capacitando-a para implementar esta
norma;
3) Informar todas as gestantes sobre as vantagens e o manejo do aleitamento;
4) Ajudar as mães a iniciar o aleitamento na primeira meia hora após o nascimento;
5) Mostrar às mães como amamentar e como manter a lactação, mesmo se forem
separadas dos filhos;
6) Evitar dar ao recém-nascido nenhum outro alimento o bebida além do leite materno, a
não ser que tal procedimento seja indicado pelo médico.
7) Praticar o alojamento conjunto – permitir que as mães e bebês permaneçam juntos 24
horas por dia;
8) Encorajar o aleitamento sob livre demanda;
9) Evitar dar bicos artificiais ou chupetas a crianças amamentadas ao seio;
10) Encorajar o estabelecimento de grupos de apoio ao aleitamento, para onde as mães
deverão ser encaminhadas, por ocasião da alta do hospital ou ambulatório.

1. – Vantagens para um Hospital Amigo da Criança

A otimização das condutas pró – aleitamento natural resultará em:


- Redução dos custos com internação, medicamentos, material de consumo hospitalar e
pessoal, aumento do espaço físico com a eliminação dos berçários, etc.
-Redução em até 90% das infecções clínicas do bebê e, consequentemente, dos custos dela
decorrentes.

A HOSPITALIZAÇÃO E SEUS EFEITOS SOBRE A CRIANÇA

Normalmente, os problemas que a criança terá de enfrentar ao adoecer e hospitalizar-se são:


 Perda relativa de autonomia e competência, percepção de fragilidade e de estar
vulnerável;
 Quanto maior o tempo de hospitalização, menores as oportunidades de
desenvolvimento normal para a criança.
 Se a hospitalização implica em separação total ou parcial do familiar significativo
para a criança acima de 3 meses, e esta não receber assistência psico-afetiva
adequada, os efeitos nocivos da hospitalização poderão ser severos, e acima de
cinco meses irreversíveis.

RECÉM NASCIDOS E LACTENTES:


Estes apresentam aparência geral de infelicidade, apetite indiferente e dificuldade de
ganhar peso, choro freqüente, apatia, respostas fracas aos estímulos, aceleração do trânsito
intestinal e sono agitado ( hospitalismo).

Assistência de enfermagem:
- Incluir e estimular a mãe nos cuidados com a criança;
-Evitar permitir que a criança chore por períodos prolongados sem providenciar conforto e
tentar satisfazer suas necessidades;
-Desenvolver relacionamento com a criança e com a mãe para evitar que a mesma não tenha
a sensação de abandono ou solidão;

OBS: a idade em que a hospitalização provoca maior sofrimento para criança é entre 18
meses e 5 anos
CRIANÇAS DE DOIS A CINCO ANOS:
Para criança separadas total ou parcialmente, do familiar significativo, é comum a
reação de separação constituída de três fases ( vivenciadas no todo ou em parte).
1) Angústia ou protesto: O sintoma dominante desta fase é a ansiedade aberta. A criança
se apresenta inquieta, recusa alimentação ou aceita com avidez e vomita, chora muito,
pede pela mãe, tem dificuldade de dormir, aponta para entradas e saídas dos
enfermeiros.
2) Resignação ou depressão: Se persistir a privação, a criança se torna mais tranqüila
aparentemente adaptada à situação. Ela já não acredita que possa mudar a situação.
Sente que seus esforços são inúteis. A expressão pode ser resignada, triste ou
indiferente. Não expressa medo e carece de vitalidade e energia. Pode demonstrar
desespero à presença da mãe ou quando é deixada por alguém com quem estabeleceu
vinculação.
3) Defesa: Não rejeita atenção; pode se apegar a alguém, mas se ocorre troca constante
de pessoal que a assiste, apega-se a brinquedos ou a comida; o desapego é reação à
perda. Aceita sem protesto alimentos e brinquedos. Pode sorrir e ser sociável.
Aparentemente vai tudo bem. Quando a mãe visita reage indiferença ou pode estar
apática, rancorosa e briguenta. Essa maneira de se desligar pode ser indicativo de
psicopatias.
Assistência de enfermagem:
- Realizar procedimentos terapêuticos em forma de brincadeira ( faz-de-conta)
- Incentivar a criança a brincar e expressar sua reação às experiências;
- Ordens e restrições podem precipitar raiva, rebeldia e agressão.

CRIANÇAS DE SEIS A DEZ ANOS:


Podem apresentar reações de ansiedade da separação, sem as manifestações de pânico
comuns a idade pré-escolar.
As fantasias de mutilação, ânsias de castração e preocupações exageradas com a
privacidade, moléstia e, com a escola são frequentemente detectadas.
Temor de perder habilidades já adquiridas, depressão, apatia e fobia ( medo do escuro,
de pessoas e procedimentos terapêuticos)
Assistência de enfermagem:
-Encorajar a criança a executar as atividades do dia-a-dia e a participar dos procedimentos
necessários ao seu tratamento.
-A criança deve ser adequadamente preparada para as experiências terapêuticas, de
maneira clara e honesta;
- De preferência, crianças do mesmo sexo devem ficar na mesma enfermaria.

ADOLESCENTES:
As reações apresentadas nesta faixa etária são ansiedade, insegurança, rejeição dos
procedimentos, inclusive os já aceitos, raiva, depressão, rejeição afetiva, inclusive dos pais,
masturbação etc.
Assistência de enfermagem:
- Proporcionar privacidade;
- Tentar desviar construtivamente as manifestações de rebeldia ou agressividade.
- Oferecer , se possível, alguma forma de terapia ocupacional.

ALGUMAS SEQUELAS DA HOSPITALIZAÇÃO ( Temporárias e/ou Permanentes)

o Detenção ou regressão do desenvolvimento emocional: retorno a dependência materna,


incapacidade de relacionamento;
o Distúrbios relativos de conduta: hostilidade, agressividade, destrutibilidade,
desonestidade, delinqüência, evasão da responsabilidade e passividade;
o Comportamentos regressivos: erros de linguagem, perda de controle esfincteriano,
principalmente vesical, masturbação, terror noturno, chupar dedo e roer unha.

Comportamentos apresentados pela criança internada sem a mãe:

1) Pertubações no relacionamento com a mãe:


 Exagerado apego à mãe;
 Agressiva com a mãe;
 Rejeita os cuidados com a mãe;
 Não atende ordens dos pais;
 Apresenta-se exigente e ressentida
2) Regressão
 Chupa o dedo;
 Alimenta-se com mamadeira ( quando antes já havia deixado)
 Enurese ( urina na cama)
 Perturbação da fala e da alimentação
3) Dependência
 Dorme com os pais
 Quer colo
 Quer ser vestida e higienizada

OS PAIS DA CRIANÇA HOSPITALIZADA

 Medo do realístico ou irrealístico da doença e do desconhecido;


 Sentimentos de culpa e/ou de ambivalência para com a criança.
 Insegurança e ausência de controle sobre o ambiente hospitalar, pessoas, rotinas,
procedimentos e equipamentos;
 Medo de perder o afeto do filho;
 Padrões comportamentais solicitados aos pais, diferentes dos habituais.
Desta forma, trabalhar com crianças implica em trabalhar com seus pais, especialmente com
sentimentos e atitudes.

A EQUIPE ASSISTENCIAL HOSPITALAR:

Trabalhar com a criança e seus pais não é uma tarefa fácil. Vários são os problemas
que a equipe tende a enfrentar;

-Ansiedade dos pais, que os torna inseguros, agressivos, exigentes, com dificuldades de
compreensão e memorização.
-Ansiedade da criança, que se mostra revoltada ou infeliz, tem dificuldade de cooperar com o
tratamento, responde mal à terapêutica.
-Atitudes dos familiares : desconfiança, agressividade direta, ameaças veladas, cobranças,
resoluções imediatas.
Estes problemas e reações são previsíveis. A equipe deve estar preparada e estruturada
para tratar com os pais e crianças, realizando um trabalho educativo, de apoio e curativo.

UNIDADE 13

HUMANIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA HOSPITALIZAÇÃO DA


CRIANÇA

O QUE É HUMANIZAÇÃO?

Humanizar não é técnica, nenhuma arte e muito menos um artifício, e sim um processo
vivencial que permeia toda a atividade do local e das pessoas que ali trabalham, procurando
realizá-lo e dando ao paciente o tratamento que merece como pessoa humana, dentro das
circunstâncias peculiares que se encontrarem cada momento do hospital.

Assistência De Enfermagem Humanizada:

-Quando separação dos pais for inevitável, procurar fazê-la de modo gradual para minimizar
suas conseqüências;
- Quando a criança estiver sem acompanhante, convidar e estimular as outras mães que estão
na enfermaria a dar carinho e atenção a esta criança;
-Dar carinho e atenção a todas as crianças, principalmente as que correm maior risco de
carência afetiva: as desacompanhadas, as com doença grave, as inconscientes, as que estão em
isolamento, etc.
-Quando se observar que a mãe ou pessoa significativa rejeita a criança, tentar ajuda-la
através de sugestões ou encaminhamentos.Nunca deve hospitalizar a mãe, pois geralmente ela
está emocionalmente sobrecarregada e as críticas e acusações só vão agravar ainda mais a
situação;
-Evitar que a criança ouça mensagens ou termos que, por sua imaturidade, é incapaz de
compreender o significado, podendo sentir medo ou angústia;
- Evitar restrições, proibições, padronização de cuidados;
-Evitar mentir para criança sobre a dor e o medo, nem pedir para que aceite passivamente
aquilo que teme. Ex : Não chore porque não vai doer nada .
- Criar oportunidades de brincadeiras e explorar a capacidade da criança. São
desaconselháveis atividades passivas, como assistir TV e o excesso de atividades.

Direitos da Criança e do Adolescente Hospitalizados

1) Direito à proteção, à vida e a saúde com absoluta prioridade e sem qualquer forma de
descriminação;
2) Direito a ser hospitalizado quando for necessário ao seu tratamento, sem distinção de
classe social, condição econômica, raça ou crença religiosa.
3) Direito de não ser ou permanecer hospitalizado desnecessariamente por qualquer razão
alheia ao melhor tratamento da sua enfermidade.
4) Direito a ser acompanhado por sua mãe, pais ou responsáveis, durante todo o período
de hospitalização, bem como receber visitar.
5) Direito de não ser separada de sua mãe ao nascer.
6) Direito de receber aleitamento materno sem restrições.
7) Direito de não sentir dor, quando exitiam meios para evitá-los.
8) Direito de ter conhecimento adequado de sua enfermidade, dos cuidados terapêuticos e
diagnósticos, a serem utilizados, do prognóstico, respeitando sua fase cognitiva, além
de receber amparo psicológico quando se fizer necessário..
9) Direito de desfrutar de alguma forma de recreação, programas de educação para a
saúde, acompanhamento do currículo escolar durante sua permanência hospitalar;
10) Direito a que seus pais ou responsáveis participem ativamente do seu diagnóstico,
tratamento e prognóstico, recebendo informações sobre os procedimentos a que será
submetido.
11) Direito de receber apoio espiritual/religioso, conforme a prática de sua família.
12) Direito de não ser objeto de ensaio clínico, provas diagnósticas e terapêuticas, sem o
consentimento informado de seus pais ou responsáveis e o seu próprio, quando tiver
discernimento para tal;
13) Direito de receber todos os recursos terapêuticos disponíveis para sua cura,
reabilitação e/ou prevenção secundária e terciária.
14) Direito à proteção contra qualquer forma de discriminação, negligência ou maus-
tratos;
15) Direito ao respeito à sua integridade física, psíquica e moral;
16) Direito à preservação de sua imagem, identidade, autonomia de valores, dos espaços e
objetos pessoais;
17) Direito de não ser utilizado pelos meios de comunicação de massa, sem expressa
vontade de seus pais ou responsáveis ou a sua própria vontade, resguardando-se a
ética.
18) Direito à confidência dos seus dados clínicos, bem como direito de tomar
conhecimentos dos mesmos, arquivados na instituição pelo prazo estipulado em lei.
19) Direito de ter seus direitos constitucionais e os contidos no Estatuto da Criança e do
Adolescente respeitados pelos hospitais integralmente.
20) Direito de ter morte digna, junto a seus familiares, quando esgotados todos os recursos
terapêuticos disponíveis.

UNIDADE 14

ADMISSÃO E ALTA DACRIANÇA

ADMISSÃO:

A admissão da criança na unidade de internação pediátrica é um dos momentos mais


críticos na hospitalização, pois, pode ser considerada como uma experiência traumática e
geralmente estressante para as crianças e seus pais, na maioria das vezes causando ruptura nos
vínculos afetivos entre crianças e pais, e até com o próprio meio em que vive.
A criança pode perceber a hospitalização como um abandono por parte dos pais ou
uma punição pelos seus erros , e também apresenta medos e fantasias relacionados ao
hospital, gerando ansiedade, e manifestando reações emocionais e comportamentais
regressivos.
Considerando a admissão uma atividade complexa que requer conhecimentos
científicos relativos às necessidades decorrentes do processo de crescimento e
desenvolvimento da criança, a dinâmica familiar e ao próprio processo da admissão,além de
capacitar para o processo do diagnóstico de enfermagem, a prática da admissão deve ser
realizado pelo enfermeiro.
O técnico de enfermagem entrevista a mãe ou a pessoa responsável pela criança,
procurando obter o maior número possível de informações que possam auxiliar na sua
adaptação e tratamento.
A criança e a mãe bem recebidos e orientados terão mais facilidade para aceitar e
colaborar com as condutas e procedimentos diagnósticos e terapêuticos.´É importante
salientar a necessidade de se ter para com a criança uma atitude maternal e gentil, sem,
entretanto, mima-la em excesso, assim como mentir para criança.

PROCEDIMENTOS:

1 RECEBER a criança e a mãe gentilmente, identificando-se e permitindo que elas se


identifiquem.
2 APRESENTAR os profissionais da equipe que estiverem presentes no momento;
aos companheiros da unidade; toda a área física, orientando quais os locais em que
poderão transitar e as áreas reservadas apenas para os profissionais; a unidade da
criança, inclusive banheiros e instalações sanitárias.
3 EXPLICAR a mãe e a criança sobre as rotinas da unidade; horários;
vestuário;ordem e higiene da unidade;higiene da criança;higiene do
acompanhante;proibição de fumar; alimentação;recreação;uso do telefone;visitas e
reuniões educativas.
4 ORIENTAR sobre a importância da presença da mãe ou pessoa significativa para a
criança durante a hospitalização.
5 ESTIMULAR a participação e colaboração da mãe na assistência à criança
6 IDENTIFICAR com o cartão no berço, nome e todos os dados da criança.
7 VERIFICAR e anotar no relatório de enfermagem o nome da criança, idade, sexo,
procedência, nome da mãe e endereço, queixa principal, peso, estatura, perímetro
cefálico (PC), perímetro torácico(PT) e perímetro abdominal( Pabd),hipótese
diagnóstica, outros dados que achar importante ( feridas, escabiose, pediculose,
sangramento, higiene, etc) e anotar os procedimentos realizados ( ex: coletor de
urina, coleta de exames, soro oral, medicação administrada, aspiração, higiene,
etc).
8 ENCAMINHAR a criança ao banho acompanhado da mãe.
9 ORIENTAR a mãe a quem deverá dirigir-se em caso de dúvidas ou outros
problemas de ordem social
É chocante para criança qualquer comentário sobre sua permanência no hospital após a
alta, pois ela passa a sentir-se abandonada pela família e isso causa insegurança e sofrimento.
Porém, há casos de crianças que ficam hospitalizados durante meses e nunca são visitadas
pelos familiares; acostumam-se ao hospital e não querem voltar para casa. No entanto, esses
devem ser avisadas com antecedência e preparadas para aceitarem alta e o retorno ao lar.
Na comunidade, de maneira geral, desconhece que a hospitalização devido à doença
constitui um dos perigos mais comuns e mais graves para a acriança pequena.
A criança sentindo-se abandonada pela mãe, manifesta grande ansiedade e apresenta
comportamentos estranhos, mesmo muitos anos após ter sido hospitalizada.

ALTA:
A alta da criança, devido a implicações legais, deve ser dada por escrito pelo médico.
Em geral a criança hospitalizada está sempre ansiosa para voltar para casa, e sua ansiedade
aumenta em saber que se aproxima o momento da alta. Daí a necessidade de evitar que ela
tome conhecimento desse fato, até que se tenha certeza de que a família está avisada e virá
buscá-la.

Assistência de enfermagem na alta hospitalar:

Procedimentos:
 Certificar-se da alta;
 Administrar medicamentos, se houver;
 Orientar a mãe a sobre a continuidade do tratamento e uso de medicamentos, se
houver;
 Registrar a saída da criança no relatório de enfermagem: horário, estado da criança,
tempo de permanência no hospital, hipóstese diagnóstica, pessoa que a acompanhou na
saída.
MODELO DA EVOLUÇÃO DE ADMISSÃO HOSPITALAR
Realizado pelo Técnico de Enfermagem na ausência do Enfermeiro

DATA HORA OBSERVAÇÃO/EVOLUÇÃO ASS


15/02/08 17:00 Idade : 5 meses
Lactente admitido na clínica pediátrica procedente
da cidade de Teixeira-PB,acompanhado de sua mãe
Maria Dioclécia dos Santos, residente a rua São
Domingos,nº 86, bairro das Malvinas, com história
de fezes líquidas verde com muco sanguinolento e
febre a mais ou menos 3 dias.
HD: Diarréia + desidratação
Conduta:
Verificado:
Peso: 8kg
Estatura: 56 cm
PC: 40.7cm PT: 40.6cm Pabd: 51 cm
SSVV-
FC: 96bpm FR: 30irpm T: 36ºC PA:
70x50mmHg
- Realizado higiene corporal e oral;
Instalado coletor de urina
Instalado venóclise periférica no couro cabeludo
Controlado gotejamento em 20 micgts/min.
Tec. Enf.
AretusaDelfino
MODELO DA EVOLUÇÃO DE ALTA HOSPITALAR
pelo Técnico de Enfermagem na ausência do Enfermeiro
DATA HORA OBSERVAÇÕES/EVOLUÇÃO ASS
19/02/08 08:00 Idade: 5 meses
Lactente em bom estado geral, recebeu alta hospitalar
após 3 dias de internação para tratamento de diarréia
+ desidratação. Saiu acompanhado por sua mãe Maria
Dioclécia dos Santos, a qual foi orientada quanto ao
tratamento e uso de medicação.
Peso de admissão: 8kg
Peso Atual: 7.480kg
Diferença:520g Tec. Enf.
SSVV: FR: FC: T: PA: AretusaDelfino

VALORES DE REFERÊNCIA PARA SSVV EM PEDIATRIA

FREQUÊNCIA RESPIRATÓRIA (FR)


Idade Freqüência Respiratória (irpm)
RN 30-60
Lactente 24-40
Pré-escolar 22-34
Escolar 18-30
Adolescente 12-16
FREQUÊNCIA CARDÍACA (FC)

Idade Freqüência Cardíaca (bpm)


RN 120-160
Lactente 90-140
Pré-escolar 80-110
Escolar 75-100
Adolescente 60-90

PRESSÃO ARTERIAL ( PA)


Idade Média valores – Sístole/Diástole
0-3 meses 75/50 mmHg
3 – 6 meses 85/65 mmHg
6 – 9 meses 85/65 mmHg
9 – 12 meses 90/70 mmHg
1 a 3 anos 90/65 mmHg
3 a 5 anos 95/60 mmHg
5 a 7 anos 95/60 mmHg
7 a 9 anos 95/60 mmHg
9 a 11 anos 100/60 mmHg
11 a 13 anos 105/65 mmHg
13 a 14 anos 110/70 mmHg

TEMPERATURA (T)
Oral 35,8º - 37,2º C

Retal 36,2º C – 38º C

Axilar 35,9º C – 36.7º C

UNIDADE 15

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM A FAMÍLIA E A CRIANÇA COM DOENÇA


TERMINAL

Definições:
Tanatologia: palavra que vem do grego ( Thanatos = morte e Logos = tratado ) e significa
estudo da morte.
Doente Terminal : é aquele paciente portador de uma doença incurável que o levará, num
prazo mais ou menos curto, à morte.
Morte: é o fim da vida animal ou vegetal . Cessação da função cerebral
Morrer: perder a vida. È o ato através do qual ocorre a morte.

Muitos são os fatores determinantes da falta de aceitação da morte, produzidos pela


nossa cultura, em especial se ocorrida na infância. Mas a criança, que representa a esperança,
o futuro, também sofre, adoece e morre.
Várias são as etapas que podem ser vivenciadas pelo indivíduo, frente à morte. São as
seguintes:

Negação e isolamento : Neste estágio frases como não, eu não, não pode ser verdade, deve ter
havido algum engano, caracterizam o processo vivenciado pelo indivíduo, família e também
pelos circundantes ( médicos, enfermeiros, teens). A negação é uma reação de defesa à
percepção do estado mórbido. Porém é temporária, sendo substituída por uma aceitação
parcial e isolamento.

Raiva ( raiva, revolta, inveja, ressentimento): Nesse período as frases características são :
por quê eu ? não poderia ser fulano ?. Nesta fase, médicos, enfermeiros e familiares são
tratados com agressividade, questionados quanto a sua competência e solidariedade; a
terapêutica empregada pode ser vista como incorreta e desagradável. Expressar a raiva
racional ou irracional é fundamental para uma posterior aceitação da morte

Barganha: Neste estágio o indivíduo almeja um prolongamento da vida ou dias sem dor ou
sem males físicos. É uma tentativa de adiantamento e inclui um prêmio e uma promessa de
que não se pedirá novo adiantamento caso o prêmio seja concedido. A maioria das barganhas é
feita com Deus.

Depressão: Ocorre quando o paciente percebe que não pode mais negar sua doença, devido à
debilitação de seu organismo e a necessidade contínua do tratamento. Nessa fase a raiva e a
revolta cessam, dando lugar a um grande sentimento de perda.

Aceitação: É o período em que a família necessita de mais ajuda que o próprio paciente.A
Aceitação não é um estágio de felicidade, mas a fuga de sentimentos.É um momento de paz
em que as notícias do meio exterior não tem mais importância, as conversas não são mais
desejáveis, o silêncio exprime os sentimentos de forma mais significativa. Há um momento
em que a morte nada mais é do que um grande alívio, sendo mais fácil morrer quando se é
ajudado a desapegar-se de todos os relacionamentos importantes da vida.
INTERPRETAÇÃO DA MORTE SEGUNDO AS FASES EVOLUTIVAS DA CRIANÇA

ATÉ TRÊS ANOS:


Neste período a criança não tem desenvolvida a definição de tempo e outros conceitos.
Por isso não compreende a relação vida e morte. A morte para ela é um fato reversível e com
significado nulo ou escasso. Não é conceituada nessa etapa, já que a criança se interessa
fundamentalmente pelo seu simbolismo verbal e não sobre as razões, causas, motivos,
conexões.
Nas brincadeiras as crianças representam morte como um sono, a imobilidade. Se
doente, a criança menos de três anos pode perceber a morte como separação iminente. Seu
medo é gerado pelo temor de ser separada dos adultos que a protegem e a confortam.

DE TRÊS A SEIS ANOS:


Nesta idade a criança possui uma compreensão limitada do significado de morte, pela
escassez de conceitos.Pode encará-la como um estágio em que se está menos vivo, ou que é
algo que acontece com os outros;pode ser temporária, reversível e o morto pode ter
sentimentos e funcionamento biológico similares aos vivos. Há tendência de personalizar a
morte, de que ela vem buscar alguém.Também pode estar ligada a velhice e ser resultado de
agressão, assassinato e doença.Interpreta sua doença como um tipo de punição por erros reais
ou imaginários;os procedimentos dolorosos reforçam essa idéia.

DE SETE A 12 ANOS
Compreende a permanência de morte como um adulto, embora possa não compreende-
la como um fato que ocorre com pessoas que lhe são queridas.Ela quer viver, encara a morte
como sendo um obstáculo para realização de seus objetivos, independência,
sucesso,aprimoramento físico e auto-imagem.Ela teme morrer antes da realização.Porém, a
morte é tida como distante, além do que o adolescente pode estar cético quanto a questões
como céu,Deus, imortalidade etc.
Expressões de medo e ansiedade são , irritação, hostilidade, a apatia, depressão,
afastamento de seus companheiros e dos adultos.A solidão pode provir do sentimento de não
ser compreendido, da rejeição ou fuga percebidos nos circundantes A ansiedade geral da
criança não é observada muitas vezes pelos circundantes, quando os mesmos estão imersos em
seu pesar, receios e conflitos.

OS PAIS E A CRIANÇA TERMINAL

A perda de um filhos pode ser uma das mais trágicas e aniquiladoras experiências do
ser humano.A maneira pela qual o diagnóstico é comunicado aos pais tem importância vital na
determinação de suas atitudes posteriores.se informados de forma abrupta ou de modo a
eliminar qualquer esperança, poderão reagir a várias situações com extrema hostilidade.Porém
a irritação deve ser sempre esperada, como resultado das defesas paternas.
Os sentimentos de culpa reais ou imaginários quase sempre estão presentes nos
pais.Censuram-se por desleixo, omissão ou impotência.a morte da criança pode ser também
encarada, pelos pais, como forma de castigo por erros cometidos.
Na esfera comportamental os sentimentos de culpa podem ser deslocados para a
equipe assistencial, sendo expressos pela irritação, rancor, revolta, etc.
A ansiedade e os sentimentos conflituosos dos pais seguramente têm repercussões
negativas sobre a criança. no momento em que as relações necessitam ser saneadas os pais
podem estar dominados por sentimentos de impotência, frustração, raiva e mágoa.Daí seu
afastamento, frieza para com a criança, incapacidade de se comunicar ou hipersolicitude.Esta
conduz à permissidade, gerando condutas inaceitáveis da criança e transmitindo-lhe
sentimentos de desesperança.

ASSSITÊNCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE PEDIÁTRICO TERMINAL

 Prestar atenção a linguagem verbal e não verbal do paciente.


 Aceitar a negação; atuar dentro de uma esfera realista;não destruir as deesas da
criança(nem da família)
 Aceitar a raiva e ajudar a criança a exprimi-la através de canais positivos.
 Encorajar a família a completar todos os assuntos inacabados com a criança.
 Ajudar a família a criar um contato humano, amoroso e significativo com a criança.
 Ajudar a família a aceitar a criança que não quer falar e que rejeita ajuda, enquanto
estiver vivenciando a desilusão, a raiva. Tranqüilizar a criança; demonstrar que suas
sensações são compreendidas.
 Aliviar a pressão inbuída nas observações você é corajoso, um homem não chora
etc.isto impede que a criança tenha oportunidade de queixar-se, demonstrar o seu
medo e desespero e receber a ajuda adequada.
 Permitir e orientar que os familiares se revezem e descansem pois a morte não tem
hora definida para ocorrer.
 Impedir o excesso de visitas quando a criança demonstrar sinais de necessidade de
isolamento.
 As necessidades biológicas devem ser amplamente satisfeitas. É necessário evitar o
sofrimento físico ( sede, frio,fome etc)
 Deve-se permitir que os irmãos da criança terminal o visitem.

UNIDADE 16

TÉCNICAS PEDIÁTRICAS

1.0-FOTOTERAPIA

A fototerapia é uma modalidade terapêutica empregada para tratamento de várias


dermatoses. O início de sua utilização data da Antigüidade, e sua classificação é feita segundo
o tipo de irradiação utilizada (UVA ou UVB), variável de acordo com os comprimentos de
onda.
Trata-se de opção terapêutica para várias dermatoses de evolução crônica, como a psoríase, o
vitiligo, o linfoma cutâneo de células T, a parapsoríase, os eczemas, entre outras, trazendo
resultados muito satisfatórios.
Além disso, a fototerapia pode ser utilizada associada a vários outros medicamentos
sistêmicos, como os retinóides, o metotrexate, a ciclosporina, visando à obtenção de rápido
controle das dermatoses com doses menores de medicamentos. Assim como qualquer outra
modalidade terapêutica a fototerapia apresenta limitações, como o equipamento necessário, a
disponibilidade do paciente em aderir ao tratamento e considerações clínicas como a dose
cumulativa total dos raios UV e suas conseqüências. A fototerapia demanda alguns cuidados e
acompanhamento criterioso para que se tenha a resposta terapêutica efetiva e não apresente
efeitos indesejados que eventualmente possam ocorrer.

2.0-AEROSOLTERAPIA OU NEBULIZAÇÃO

Conceito:
É a administração de pequenas partículas de água em oxigênio ou ar comprimido, com ou sem
medicação nas vias aéreas superiores.
Finalidade:
- Alívio de processos inflamatórios, congestivos e obstrutivos;
- Umidificação - para tratar ou evitar desidratação excessiva da mucosa das vias aéreas;
- Fluidificação - para facilitar a remoção das secreções viscosas e densas;
-Administração de mucolíticos - para obter a atenuação ou resolução de espasmos
brônquicos;
- Administração de corticosteróides - ação antiinflamatória e anti-exsudativa;
- Administração dos agentes anti-espumantes - nos casos de edema agudo de pulmão.

Indicações:
- Obstrução inflamatória aguda subglótica ou laríngea;
- Afecções inflamatórias agudas e crônicas das vias aéreas;
- Sinusites, bronquites, asma brônquica, pneumonias, edema agudo de pulmão e outros;
- Pós-operatório.

Cuidados na terapêutica de nebulização:


- Preparar o material necessário de forma asséptica;
- Anotar a freqüência cardíaca antes e após o tratamento (se uso de broncodilatador);
- Montar o aparelho regulando o fluxo de O2 ou ar comprimido com 4 a 5 litros por minuto.
-Colocar o paciente numa posição confortável, sentado ou semi - fowler (maior expansão
diafragmática);
- Orientar o paciente que inspire lenta e profundamente pela boca;
-Checar na papeleta e anotar o procedimento, reações do paciente e as características das
secreções eliminadas;
- Orientar o paciente para manter os olhos fechados durante a nebulização se em uso de
medicamentos;
- Orientar o paciente a lavar o rosto após a nebulização, SOS;
- Providenciar a limpeza e desinfecção dos materiais usados (aparelho);
- Usar solução nebulizadora ou umidificadora estéril.

Medicação:
1Berotec - Antiasmático e broncodilatador - age sobre os receptadores B-2 adrenergéticos da
musculatura brônquica promovendo efeito broncoespasmolítico rápido e de longa duração;
tem como efeitos colaterais tremores dos dedos, inquietação, palpitação.
2 Fluimucil - mucolítico - estimula a secreção de surfactante e transporte mucociliar; pode
causar broncoconstricção; as ampolas quebradas só podem ser guardadas no refrigerador por
um período de 24 horas.
3Muscosolvan - mucolítico e expectorante - corrige a produção de secreções
traqueobrônquicas, reduz sua viscosidade e reativa a função mucociliar; pode causar
broncoconstricção e transtornos gastrintestinais.

3.0-GAVAGEM

Conceito: Consistem na introdução de alimentos líquidos no estômago através de um tubo de


polivinil colocado pelo nariz ou boca;

Indicações:

 Idade gestacional < 34 semanas.


 RN com peso < 2000 g .
 RN com desconforto respiratório e FR entre 60 e 80 ipm com esforço respiratório
discreto ou ausente.
 RN pré-termo que se cansam muito com a sucção e requerem uma combinação de
sucção e gavagem.
 RN que não sugam devido a encefalopatia, hipotonia ou anormalidades maxilofaciais.
 Usar sonda naso ou orogástrica longa, fixa e aberta. Esta deve ser trocada a cada 3
dias.
 A via orogástrica é o método preferencial quando o RN apresentar desconforto
respiratório e nos RN < 2000g.
 A via nasogástrica pode ser utilizada em recém-nascidos sem desconforto respiratório,
quando os mesmos estiverem em fase de treinamento para sucção via oral

4.0-BALANÇO HIDRICO

Procedimento:

Todo o líquido deve ser medido antes de se oferecer ao paciente e o volume registrado no
impresso de controle hídrico, na coluna correspondente a líquidos ingeridos, com o
respectivo horário. As infusões parenterais recebidas pelo paciente devem ser anotadas na
coluna correspondente a infusões venosas.
Todo líquido eliminado pelo paciente deve ser medido e anotado na coluna correspondente.Os
líquidos eliminados correspondem a diurese,vômitos, líquidos de drenagem, diarréia.
Os fluidos que não puderem ser medidos poderão ser avaliados utilizando-se símbolos como:
Pequena quantidade + / regular quantidade ++ / grande quantidade +++

Procedimento:

O fechamento do BH pode ser parcial,ao final de cada turno de trabalho( 6/6 hs) ou total, ao
final de 24 horas.
Num primeiro momento deve-se somar todos os volumes administrados e ingeridos(+).
Após somam-se todos os líquidos eliminados(-).
Se o volume de líquidos ganhos for maior que as perdas o
BH é positivo.

5.0-OXIGENOTERAPIA

Conceito:
Consiste na administração de oxigênio numa concentração de pressão superior à encontrada
na atmosfera ambiental para corrigir e atenuar deficiência de oxigênio ou hipóxia.

Considerações Gerais:
- O oxigênio é um gás inodoro, insípido, transparente e ligeiramente mais pesado do que o ar;
- O oxigênio alimenta a combustão;
- O oxigênio necessita de um fluxômetro e um regulador de pressão para ser liberado;
-A determinação de gases arteriais é o melhor método para averiguar a necessidade e a
eficácia da oxigenoterapia;
- podem ou não existir outros sinais de hipóxia como a cianose.

Avaliação Clínica do Paciente:


Sinais de hipóxia são:
-Sinais respiratórios: Taquipnéia, respiração laboriosa (retração intercostal, batimento de asa
do nariz), cianose progressiva;
-Sinais cardíacos: Taquicardia (precoce), bradicardia, hipotensão e parada cardíaca
(subseqüentes ao 1°);
- Sinais neurológicos: Inquietação, confusão, prostração, convulsão e coma;
- Outros: Palidez.

Métodos de Administração de Oxigênio:


a) cânula nasal - é empregado quando o paciente requer uma concentração média ou baixa de
O2. É relativamente simples e permite que o paciente converse, alimente, sem interrupção de
O2.
1- Vantagens:
- Conforto maior que no uso do cateter;
- Economia, n~]ao necessita ser removida;
- Convivência - pode comer, falar, sem obstáculos;
- Facilidade de manter em posição.
2- Desvantagens:
- Não pode ser usada por pacientes com problemas nos condutos nasais;
- Concentração de O2 inspirada desconhecida;
- De pouca aceitação por crianças pequenas;
- Não permite nebulização.

b) Cateter Nasal - Visa administrar concentrações baixas a moderadas de O2. É de fácil


aplicação, mas nem sempre é bem tolerada principalmente por crianças.
1- Vantagens:
- Método econômico e que utiliza dispositivos simples;
- Facilidade de aplicação.
2- Desvantagens:
- Nem sempre é bem tolerado em função do desconforto produzido;
- A respiração bucal diminui a fração inspirada de O2;
- Irritabilidade tecidual da nasofaringe;
- Facilidade no deslocamento do cateter;
- Não permite nebulização;
- Necessidade de revezamento das narinas a cada 8 horas.

c)Máscara de Venturi - Constitui o método mais segurei e exato para liberar a concentração
necessária de oxigênio, sem considerar a profundidade ou freqüência da respiração.

d)Máscara de Aerosol, Tendas Faciais - São utilizadas com dispositivo de aerosol, que
podem ser ajustadas para concentrações que variam de 27% a 100%.

Efeitos Tóxicos e Colaterais na Administração de O2


-Em pacientes portadores de DPOC, a administração de altas concentrações de O2 eliminará
o estímulo respiratório - apnéia;
- Resseca a mucosa do sistema respiratório;
-Altas concentrações de O2 (acima de 50%) por tempo prolongado ocasionam alterações
pulmonares (atelectasias, hemorragia e outros);
- Altas concentrações de O2 (acima de 100%) há ação tóxica sobre os vasos da retina,
determinando a fibroplasia retrolenticular.

Cuidados com o O2 e com sua Administração


- Não administrá-lo sem o redutor de pressão e o fluxômetro;
- Colocar umidificador com água destilada ou esterilizada até o nível indicado;
- Colocar aviso de "Não Fumar" na porta do quarto do paciente;
- Controlar a quantidade de litros por minutos;
- Observar se a máscara ou cateter estão bem adaptados e em bom funcionamento;
- Dar apoio psicológico ao paciente;
-Trocar diariamente a cânula, os umidificadores, o tubo e outros equipamentos expostos à
umidade;
- Avaliar o funcionamento do aparelho constantemente observando o volume de água do
umidificador e a quantidade de litros por minuto;
-Explicar as condutas e as necessidades da oxigenoterapia ao paciente e acompanhantes e
pedir para não fumar;
- Observar e palpar o epigástrio para constatar o aparecimento de distensão;
- Fazer revezamento das narinas a cada 8 horas (cateter);
-Avaliar com freqüência as condições do paciente, sinais de hipóxia e anotar e dar assistência
adequada;
- Manter vias aéreas desobstruídas;
- Manter os torpedos de O2 na vertical, longe de aparelhos elétricos e de fontes de calor;
- Controlar sinais vitais.

6.0-RESTRIÇÃO DE MOVIMENTOS

Material (restrição mecânica)


atadura de crepe; algodão, gaze, compressas cirúrgicas; lençóis; tala; fita adesiva; braçadeiras
de contenção.

Procedimento
proceder a restrição no leito dos segmentos corporais na seguinte ordem: ombros, pulsos e
tornozelos, quadril e joelhos;
ombros: lencol em diagonal pelas costas, axilas e ombros, cruzando-as na região cervical;
tornozelos e pulsos: proteger com algodão ortopédico, com a atadura de crepe fazer
movimento circular, amarrar;
quadril: colocar um lençol dobrado sobre o quadril e outro sob a região lombar, torcer as
pontas, amarrar;
joelhos: com 02 lençóis. Passar a ponta D sobre o joelho D e sob o E e a ponta do lado E
sobre o joelho E e sob o D;

Observações

 não utilizar ataduras de crepe (faixas) menor do que 10 cm;


 evitar garroteamento dos membros;
 afrouxar a restrição em casos de edema, lesão e palidez;
 retirar a restrição uma vez ao dia (banho);
 proceder limpeza e massagem de conforto no local
7.0-ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS

Uma das principais dificuldades no tratamento da criança doente é administrar


medicações, principalmente no que se refere a recusa da criança. Assim, as orientações devem
também conter esse aspecto. Alertar que nunca se deve mentir,dizendo que a medicação é
gostosa.Isso fará com que a criança perca a confiança, pois em geral não é verdade.Nunca
chantageá-la nem ameaçá-la. O objetivo deve ser, construir uma situação favorável à
cooperação. Para tanto, dizer a ela que precisa tomar o medicamento, mesmo que sja um bebê.
Explicar segundo sua compreensão, como isso poderá ajudá-la, dizendo por exemplo: “ vai
diminuir a tosse ou a dor de ouvido” e como ela irá sentir, isto é, se o remédio é amargo ou
muito doce. Nunca comparar o medicamento a uma guloseima, mesmo que tenha um sabor
agradável, pois isso pode estimular a ingestão acidental do mesmo pela criança. Oferecer uma
escolha possível como “ você quer tomar sozinha ou a titia ajuda?”, “ depois do remédio,
você quer tomar água ou um pouco de suco?”
Para crianças pequenas, é mais fácil utilizar uma seringa do que um copo ou colher,
uma vez que permite uma administração lenta numa região lateral da boca, dificultando
perdas.
ANEXOS
Profa Aretusa Delfino de Medeiros
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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editores, 2000

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BRASIL .Manual de Assistência ao Recém-Nascido – Ministério da Saúde – 1994

BRASIL. Manual de Saúde da Criança – Acompanhamento do crescimento e


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LIMA, Idelmira Lopes de . Manual do Auxiliar e Técnico de Enfermagem – 7ª edição –


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SCHMITZ, Edilza Maria. A Enfermagem em Pediatria e Puericultura – 1ª edição – São


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Pará – 2004

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WONG, D.L. Enfermagem Pediátrica: elementos essenciais à intervenção efetiva. Rio de


Janeiro: Guanabara Koogan, 1997.

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