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Revisão Linguística
Maria Divanira de Lima Arcoverde (UEPB)
Diagramação
Arão de Azevêdo Souza
Gabriel Granja
150
T185p Targino, Magnólia de Lima Sousa.
Psicologia da Aprendizagem - Licenciatura em letras – Português./ Magnólia
de Lima Sousa Targino./ Pró-Reitoria de Ensino Médio, Técnico e Educação a
Distância.- Campina Grande: EDUEPB, 2013.
176 p.: il.: Color.
ISBN 978-85-7879-162-9
Psicologia da Aprendizagem
Campina Grande-PB
2013
Sumário
I Unidade
O contexto histórico da psicologia e a sua importância
para a formação de professores.........................................................7
II Unidade
Aprendizagem por Condicionamento Clássico..................................29
III Unidade
Aprendizagem por Condicionamento Operante.
Aprendizagem por Observação.......................................................49
IV Unidade
Teoria da Aprendizagem Significativa de Ausubel...............................69
V Unidade
Bruner : Teoria da Instrução................................................................91
VI Unidade
A Teoria Genética da Aprendizagem de Piaget............................111
VII Unidade
A Teoria Histórico Cultural de Vygotsky.............................................133
VIII Unidade
As Inteligências Múltiplas de Howard Gardner..............................155
I UNIDADE
O contexto histórico da
psicologia e a sua importância
para a formação de professores
Coração de Estudante
Milton Nascimento e Wagner Tiso
Pense nisso...
3
Religião - crenças, tradições e modelos de
condutas.
Atividade I
1) Cotidianamente, você se depara com situações que mostram
conhecimentos da psicologia apropriados pelo senso comum. Cite exemplos:
O que é ciência?
Atividade II
1) Para adquirir o status de ciência a psicologia teria que atender alguns
critérios. Quais foram esses?
dica. utilize o bloco
de anotações para
responder as atividades! 2) Caracterize os movimentos funcionalista, associacionista e estruturalista.
As principais teorias da
Psicologia a partir do
século XX
Já vimos que a psicologia iniciou como um ramo da filosofia e tinha
como objeto de estudo a alma. No século XX, a psicologia científica
surgiu com Wundt que defende a psicologia sem alma de acordo com
os padrões de ciência do século XIX. A psicologia fica ligada a medici-
na, assumindo o método de investigação das ciências naturais com o
critério rigoroso da construção do conhecimento.
Segundo Bock (2009) as três escolas da psicologia científica – fun-
cionalismo, estruturalismo e associacionismo – foram substituídas, no
século XX, por novas teorias. Neste período as três mais importantes
tendências teóricas consideradas por inúmeros autores (como Politzer
e Japiassú, apud: Bock, 2009) são: Behaviorismo ou Teoria Estímulo-
-Resposta, Gestalt e Psicanálise.
O Behaviorismo
John Watson fez doutorado no campo da psicologia animal na Uni-
versidade de Chicago sob a orientação de um professor funcionalis-
ta. Entretanto, passou a criticar o funcionalismo e o estruturalismo por
considerar que a introspecção consistia em um sério obstáculo ao pro-
gresso da psicologia, pois dependia das impressões e idiossincrasias de
cada pessoa treinada para desenvolvê-la.
A Gestalt
A psicologia da Gestalt teve seu berço na Europa. Gestalt é a pa-
lavra alemã que se refere a forma, padrão ou estrutura. Assim, os psi-
cólogos da Gestalt defendem que as experiências trazem consigo uma
característica de totalidade ou de estrutura. Essa Teoria surgiu, em parte
como um protesto contra o estruturalismo, contrapondo-se a prática de
se reduzir experiências complexas a elementos simples.
Alguns defensores da Gestalt foram: Wolfgang Kohler, Kurt Koffka
e Max Wertheimer, sendo o último considerado o precursor da Teoria,
quando publicou pela Universidade de Frankfurt um relatório sobre os
estudos de “movimento operante”, um movimento percebido, quando
na realidade nada esta acontecendo. O slogan adotado foi que “o
todo era claramente diferente da soma de suas partes”.
Essa filosofia direcionou a psicologia na Alemanha e também in-
fluenciou a psicologia Norteamericana. A psicologia da Gestalt tem a
sua marca em dois enfoques contemporâneos da psicologia, o huma-
nismo e o cognitivismo.
3)Imagine que você tenha que optar por qualquer uma das tendências
teóricas da psicologia. Qual você escolheria? Por quê?
A contribuição da psicologia
da aprendizagem para a
educação
Através do conhecimento inicialmente apresentado sobre a origem
e contextualização histórica da Psicologia, você pode perceber que
desde a antinguidade, filósofos, psicólogos e demais pensadores já se
preocupavam com a aprendizagem verbal e ideativa.
É especificamente sobre a aprendizagem e questões específicas a
ela, que convido você a se dedicar a partir de agora nos nossos estu-
dos.
Para facilitar a compreensão dos importantes conceitos que serão
estudados a partir de agora, elaborei para você algumas questões que
apresento a seguir em termos de perguntas e respostas e lhe convido
para refletir um pouco sobre elas:
Situação 1:
“Esse aluno não tem jeito. Como diz o ditado popular: ‘pau que
nasce torto, morre torto`, não vou mais perder tempo, ele já está re-
provado mesmo.”
Situação 2:
“ Me dê um aluno que não passe fome, nem sede e com condições
ambientais favoráveis, que eu farei ele aprender tudo rapidinho, inde-
pendente de qualquer outra coisa.”
Atividade IV
Resumo
Nesta unidade vimos que a construção da Psicologia como ciência
tem seu marco original, a partir da instalação do primeiro laboratório
formal para pesquisas em Psicologia na Universidade de Leipzig, na
Alemanha, em 1879. Com mais de um século de estudos, a história
desta ciência é marcada por diferentes concepções que estão direta-
mente relacionadas com o contexto sócio-histórico e a concepção de
homem que o(a) pesquisador(a) possui. Estudamos também a contri-
buição da psicologia da aprendizagem para a educação, através de
questionamentos chaves sobre o conceito de aprendizagem e suas
características; a influência dos professores sobre os alunos; a impor-
tância da aprendizagem para o ser humano; o motivo do estudo das te-
orias da aprendizagem e fechamos o módulo, classificando as teorias
da aprendizagem que iremos nos dedicar a partir de então.
Referências
Aprendizagem por
Condicionamento Clássico
Aprendizagem:
Questões preliminares
Agora vamos retomar algumas questões que já foram exploradas
na aula anterior, mas devido a importância que tem para o atual assun-
to, proponho a você revisá-las:
Atividade I
dica. utilize o bloco 2) Quando se afirma que ocorreu uma aprendizagem o que foi constatado?
de anotações para
responder as atividades!
3) Cite uma reação humana que seja um “padrão fixo de atuação”:
Principais termos e
conceitos chave
Os respondentes (Reflexos)
Contracondicionamento
Alguns anos depois, outro psicólogo, chamado Jones deparou-se
com Pedro, uma criança de três anos, que apresentava violento medo
de coelho. Jones então, se propôs a extinguir o medo de Pedro. Então,
planejou associar o coelho a algo que desse satisfação ao menino e
para isso, escolheu a hora da alimentação.
A proposta era de tornar o coelho um sinal para a chegada da
comida para que provocasse satisfação ao invés de medo. Entretanto,
Atividade II
Sugestões de filme
http://www.youtube.com/watch?v=C40cXKi4c3Y&feature=related
O Cão de Pavlov (legendado) tempo: 3:35
Autoavaliação
Aprendizagem por
Condicionamento Operante
Aprendizagem por
Observação
Psicologia da Aprendizagem I SEAD/UEPB 49
Apresentação
Para os comportamentalistas a aprendizagem ocor-
re tanto por Condicionamento Respondente, visto na aula
passada, como também por Condicionamento Operante, e
ainda, por meio da Observação ou Aprendizagem Social.
O condicionamento operante, ocorre quando a resposta do
organismo se torna freqüente por ser seguida de um estímu-
lo reforçador. A outra modalidade de aprendizagem men-
cionada ocorre quando as respostas dos animais, inclusive
o homem, são influenciadas pela observação de outros, que
fazem o papel de modelos.
1
Condicionamento operante- já é chamado
assim porque o comportamento opera no
ambiente para produzir estímulos de recom-
pensa ou punição. Você já sabe que quando se quer ensinar um animal a salivar ao
som de uma campainha, um organismo associa diferentes estímulos
que não controla, através do condicionamento clássico. Agora vamos
conhecer o condicionamento operante, no qual o organismo associa
seus comportamentos com as consequências. Se um operante for re-
petidas vezes acompanhado de resultados agradáveis para o sujeito,
terá mais probabilidade de ser realizado mais vezes em condições se-
melhantes. Se, por outro lado, for geralmente acompanhado de con-
sequências desagradáveis, o comportamento tem probabilidade de
ser repetido menos frequentemente em circunstâncias semelhantes. O
princípio central desta concepção é que os comportamentos seguidos
por reforços aumentam; os que são seguidos por punição diminuem.
Desta forma, através do condicionamento operante a associação é en-
tre comportamentos e conseqüências. De forma prática, digamos que
uma nova técnica de estudo provoque um melhor aproveitamento nos
seus estudos; através dela você passe a aprender mais. Evidentemente,
você irá utilizá-la toda vez que for estudar.
Assim, o condicionamento operante, como o clássico, envolve: a
aquisição; a extinção; a recuperação espontânea, a generalização
e a discriminação. Mas, há distinções evidentes: enquanto o condi-
cionamento clássico, forma associações entre estímulos (um Estímulo
Condicionado- EC- e o Estímulo Incondicionado -EI- que sinaliza) e o
comportamento respondente ( ex. salivar em reação a comida e depois
a campainha), o condicionamento operante envolve o comportamento
operante, que já é chamado assim, porque o ato opera no ambiente
para produzir estímulos de recompensa ou punição.
Myers (1999, p.180) propõe uma questão para se fazer a distinção
do condicionamento simples para o condicionamento operante: o or-
ganismo está aprendendo associações entre eventos que não controla
( condicionamento clássico)? Ou está aprendendo associações entre
seu comportamento e eventos resultantes (condicionamento operante)?
Ilustração 4 reforço
A Máquina de Ensinar
O Legado de Skinner
Quem é o Modelo?
Há um caso clássico relatado pelo jornal americano, Washington
Post, em 1962, no qual um menino de onze anos, que se juntou a um
bando de cães, andava de quatro e ladrava todas as noites com os
seus companheiros. Casos como esse tem muita repercussão porque
geralmente as pessoas são mais exigentes do que o citado na escolha
de modelos.
Há algumas características que os modelos frequentemente pos-
suem que foram identificados em estudos experimentais como: Gla-
mour ou status, poderosos, os indivíduos do mesmo sexo e idade e an-
tecedentes econômicos, temperamento educação e valores parecidos.
Outros determinantes são o estado emocional e o estilo de vida do
educando aumentam a suscetibilidade à aprendizagem por observa-
ção. (Davidoff, 2001 )
Atividade II
1. Em que consiste a aprendizagem por observação?
Indicação de Filmes
O Show de Truman, O Show da Vida
É um filme que traz uma discussão profunda
sobre a vida das pessoas, sobre o fenômeno da
mídia e sobre o que consideramos real. Ele faz o
expectador pensar.Truman Burbank vive na peque-
na cidade litorânea de SeaHeaven ; trabalha em
uma empresa de seguros; e ,é aparentemente bem
casado com a enfermeira Meryl ; também vive bem com amigos e vizi-
nhos que gostam muito dele. Mas, tem uma coisa que difere Truman
dos outros milhões de norte-americanos classe média : só a existência
dele é real em SeaHeaven. Ele é o primeiro homem que, há 30 anos,
tem sua vida completamente controlada pelos outros: a vida dele é te-
levisionada 24 horas por dia . Truman não pode sair da cidade e toda
a produção se esforça para mantê-lo lá, como um prisioneiro. O filme
começa exatamente no momento em que Truman passa a desconfiar
Laranja Mecanica
Num possível futuro, jovens são influenciados e criados por uma
cultura desregrada de uma sociedade sem valores e hipócrita. Forma-
-se então, uma gangue de delinquentes que matam, roubam e es-
tupram gratuitamente. As absurdas ações dos adolescentes causam
sentimentos de estranhamento e repulsa nas pessoas. O líder da turma
acaba preso e é usado em experimento destinado a refrear os impulsos
destrutivos, num lançamento de um programa do governo para rea-
bilitação de criminosos, no qual ele se vê impotente para lidar com a
violência que o cerca. O filme é uma critica não revelada ao modo de
vida sempre mais egoísta do ser humano.
Indicações de vídeos
1. Operant Conditioning [03:58] [YouTube.com]
O vídeo inicia começa apresentando um pombo
já com o comportamento já condicionado. Ao apa-
recer a palavra escrita “peck” [bique] ele bica o
quadro e quando a palavra no quadro é “turn”
[vire] ele gira em torno de si. Depois mostra o me-
canismo da caixa operante e o registrador cumula-
tivo em funcionamento e Skinner falando sobre os programas de refor-
ço e como eles controlam o comportamento. Skinner finaliza falando
sobre liberdade, escolha e as causas do comportamento.
Video: Comportamentalismo
• Skinner - Modelagem (legendado) 4:46
• O Pequeno Albert de Watson (legendado) 4:05
• Modelagem 5:34
Resumo
O condicionamento operante envolve o comportamento que con-
siste no ato que opera no ambiente para produzir estímulos de recom-
pensa ou punição. A aprendizagem por observação sempre implica
atividades cognitivas e, por outro lado, geralmente é mais demorada.
Destaca-se que, a aprendizagem por observação pode ser usada pro-
positalmente na modificação do comportamento assim como, o condi-
cionamento operante e respondente. Nesta unidade estudamos o arca-
bouço teórico da Aprendizagem por Condicionamento Operante e da
Aprendizagem por Observação, as suas contribuições para a educa-
ção e aplicações práticas que são determinantes para que o professor
fundamente a sua atuação.
1) condicionamento operante;
Referências
COLL,C., PALACIOS, J. & MARCHESI, A. Desenvolvimento Psicológico
e Educação: Psicologia da Educação. trad. Angélica Mello Alves. Porto
Alegre: Artes Médicas, 1996.460p.
http://www.youtube.com/watch?v=m2mCRFHFUR0&feature=results_video
&playnext=1&list=PLC40EB23434765750
Teoria da Aprendizagem
Significativa de Ausubel
Bons estudos!
Cognitismo Moderno
Estudo Errado
Pra eu comprar mais revistinha (do
Autor: Gabriel o Pensador Cascão?)
Álbum: As Melhores Não. De mulher pelada
Estilo: Música Brasileira, Pop, Rap/Hip- A diversão é limitada e o meu pai não
Hop tem tempo pra nada
Gravadora: SONY E a entrada no cinema é censurada (vai
Selo: Chaos pra casa pirralhada!)
Ano: 1999 A rua é perigosa então eu vejo televisão
(Tá lá mais um corpo estendido no
Eu tô aqui Pra quê? chão)
Será que é pra aprender? Na hora do jornal eu desligo porque eu
Ou será que é pra sentar, me nem sei nem o que é inflação
acomodar e obedecer? - Ué não te ensinaram
Tô tentando passar de ano pro meu pai - Não. A maioria das matérias que eles
não me bater dão eu acho inútil
Sem recreio de saco cheio porque eu Em vão, pouco interessantes, eu fico
não fiz o dever pu.
A professora já tá de marcação porque Tô cansado de estudar, de madrugar,
sempre me pega que sacrilégio
Disfarçando, espiando, colando toda (Vai pro colégio!!)
prova dos colegas Então eu fui relendo tudo até a prova
E ela esfrega na minha cara um zero começar
bem redondo Voltei louco pra contar:
E quando chega o boletim lá em casa Manhê! Tirei um dez na prova
eu me escondo Me dei bem tirei um cem e eu quero ver
Eu quero jogar botão, vídeo-game, quem me reprova
bola de gude Decorei toda lição
Mas meus pais só querem que eu “vá Não errei nenhuma questão
pra aula!” e “estude!” Não aprendi nada de bom
Então dessa vez eu vou estudar até Mas tirei dez (boa filhão!)
decorar cumpádi Quase tudo que aprendi, amanhã eu
Pra me dar bem e minha mãe deixar já esqueci
ficar acordado até mais tarde Decorei, copiei, memorizei, mas não
Ou quem sabe aumentar minha entendi
mesada
Tipos de aprendizagem
De acordo com Ausubel a produção da aprendizagem escolar se
dá por meio de dois eixos distintos ou dimensões diferentes:
Atividade I
Após analisar o trecho da música selecionado abaixo, comente sobre o tipo de
aprendizagem apresentada e identifique as diferenças entre a aprendizagem
significativa e a aprendizagem repetitiva ou mecânica.
A importância da
aprendizagem significativa
A grande contribuição da teoria de Ausubel foi de fato, a propos-
ta da aprendizagem significativa. Entendida como o significado dado
à aprendizagem pelo aprendiz, a partir da incorporação de um novo
material às estruturas cognitivas já existentes nele. Desta forma, há,
através da elaboração da compreensão do novo, todo um processo de
atribuição pessoal.
De acordo com Salvador (2000), a aprendizagem significativa é
a “tradução própria do que se aprende” pelo aluno, distinguindo-se
da aprendizagem mecânica ou repetitiva, na qual o que se aprende é
Atividade II
Vimos que quanto mais condições efetivas de utilização prática dos
conhecimentos aprendidos, maior a significatividade da aprendizagem.
Explique a afirmação, utilizando a caracterização dos processos sugeridos na
aprendizagem significativa. dica. utilize o bloco
de anotações para
responder as atividades!
Atividade III
Analise o trecho abaixo da música de Gabriel “O Pensador’ fazendo uma
relação entre as condições para a aprendizagem significativa propostas por
Ausubel e a importância dos conhecimentos prévios para a aprendizagem
significativa:
Os Mapas Conceituais
Figura 3
O "V" Epistemológico
Figura 4
Indicações de filme
O Segredo de Betoven
Duração: 104 minutos
Ano: 2006
Gênero: Drama
Referências
BOCK, A. M. B., TEIXEIRA, M.de L. T., FURTADO, O. Psicologias: uma
introdução ao estudo de psicologia. 14ª ed. São Paulo: Saraiva, 2009.
O desenvolvimento Cognitivo
Bruner considera que a evolução da mente é marcada por três on-
das de invenções notáveis, cada uma com três funções diferentes: Pri-
meiro, os inventos que ampliaram a capacidade motora (alavancas,
roldanas, planos inclinados e a legendária roda) e combinações de
máquinas para fabricar armas (fracas, arcos, lanças e machadinha); a
criação de objetos que ampliaram os sentidos (objetos como o telescó-
pio, o rádio, a televisão); O último grupo de invenções humanas (são
os sistemas simbólicos humanos e as teorias que incluem as linguagens
e os sistemas de computadores).
Os primeiros inventos proporcionaram aos humanos ficarem mais
fortes e rápidos, em melhor condição para construir abrigos e mais se-
guros em relação aos predadores e às catástrofes naturais.
Posteriormente, surgiu um segundo grupo de invenções e de novo o
padrão de evolução humano foi marcadamente alterado. Com a criação
desses objetos, houve a ampliação dos sentidos. O terceiro grupo de
invenções amplia o que Bruner chamou de capacidades de raciocínio.
Figura 21
Atividade I
Através da concepção sobre o desenvolvimento cognitivo do ser humano,
Bruner procura explicar como a criança, em diferentes etapas de sua dica. utilize o bloco
existência, tende a representar o ambiente com o qual interage. Dê exemplos de anotações para
das representações enativa, icônica e simbólica: responder as atividades!
A Representação
através da Categorização
Entender como as pessoas constroem e usam as representações é
uma das principais preocupações de Bruner. Ele inventou como base
para sua teoria da representação, a metáfora da categorização. De
acordo com Bruner, toda atividade cognitiva humana envolve catego-
rias. Portanto, a partir de agora, vamos entender o que é uma cate-
goria, como ela se forma e qual é o seu valor.
Tomada de Decisão
De acordo com a teoria de
Bruner, a tomada de decisões
é apenas um outro aspecto
do processamento de infor-
mação que envolve a catego-
rização. Ao ser identificado
numa determinada categoria,
ocorre um processo que su-
gere a possibilidade de se fa-
zer previsões sobre eventos
ou objetos com base na inser- Figura 5 Disponível em: http://www.google.
Figura 5 ção na categoria. Noutras com.br/search?q=foto+jerome+bruner&
hl=pt-BR&prmd=imvnso&tbm=isch&tbo=
palavras,ao identificar um u&source=univ&sa=X&ei=3JcRUK6pKYic
objeto, você toma uma decisão sobre se ele pertence ou não a uma 9gTn_ID4DA&ved=0CFgQsAQ&biw=15
determinada categoria. Logo que o objeto é colocado numa categoria 37&bih=980
Sistemas de Codificação
As categorias autorizam a classificação e,por conseguinte, o reco-
nhecimento, do input sensorial. Porém, ir além da informação sensorial
imediata requer mais do que fazer inferência tendo por base a catego-
ria na qual o input foi classificado. Destaque-se, como mais importante
ainda fazer inferências baseado em categorias relacionadas. Por exem-
plo, a inferência de que um objeto novo “X”é comestível pode ser feita
não apenas porque “X” tem formato de maçã, e maçã é comestível,
mas também porque “X’ parece uma banana, e banana é comestível.
Desta forma, o “X” é identificado e previsões hipotéticas sobre ele são
feitas tendo por base as relações das categorias entre si.
Bruner nomeou de sistema de codificação, as combinações hierar-
quizadas de categorias relacionadas entre si, de forma que a categoria
que fica no topo do sistema é mais genérica do que as características
que estão abaixo. Noutras palavras, os sistemas de codificação são dis-
posições hierárquicas de categorias interligadas; quanto mais localiza-
das na parte superior, as categorias estão mais livres de especificidades
e são mais abrangentes.
Aquisição de Conceito
Bruner, ao empregar uma abordagem experimental sobre formação
de conceitos, deu uma contribuição significativa a essa importante área
da psicologia cognitiva. Isso foi fundamental para tornar o cognitivis-
mo mais aceitável para uma psicologia hegemônica de tradição expe-
rimental – e geralmente behaviorista.
Foi dele que partiu a primeira tentativa sistemática de examinar a
crença de que as pessoas formam conceitos gerando e testando hipóte-
ses sobre os atributos dos conceitos em questão. Bruner faz a distinção
entre aquisição de conceito e a formação de conceito.
A aquisição de conceito diz respeito à descoberta dos atributos que
podem ser úteis para distinguir membros de não-membros de uma clas-
se. Já a formação de conceitos é, um pouco diferente, compreende
aprender que existem diferentes classes especificas. Por exemplo, quan-
do Luciana aprendeu que há folhas comestíveis e outras não comestí-
veis. No entanto, o fato de Luciana ter formado esses conceitos. Não
Tipos de Conceito
A teoria da Instrução distingue três tipos de conceitos com base nos
atributos que são criteriais para eles. Conceitos conjuntivos requerem
a presença conjunta de dois ou mais valores do atributo. Por exemplo,
um lápis é um instrumento que pode ser segurado na mão e usado
para escrever, desenhar ou riscar. É necessário que ambas as condições
estejam presentes para que os instrumentos possam ser classificados
como um lápis; dessa forma, o conceito lápis é conjuntivo.
Um conceito disjuntivo é definido tanto pela presença conjunta de
dois ou mais atributos como pela presença de um dos principais atri-
butos . Por exemplo, uma pessoa com dengue pode apresentar todos
os sintomas ou só uns dois ou três. Esse é um conceito disjuntivo.
O terceiro conceito é o relacional. É definido por uma relação es-
pecificada entre valores dos atributos. Por exemplo, um paralelogramo
é um polígono de quatro lados cujos lados opostos são iguais e parale-
los, por isso tem ângulos opostos iguais. Paralelogramo é um conceito
relacioanal.
Para se relacionar com o ambiente as pessoas formam conceitos e
adotam certas estratégias cognitivas para diminuir o esforço cognitivo
e garantir que os conceitos sejam adquiridos da maneira mais eficiente
possível. Para Bruner, as estratégias cognitivas tomam a forma de regu- 3
Para conhecer os experimentos realiza-
laridades ou padrões, na sequência de decisões que são adotadas na dos por Bruner e colaboradores ver Lefran-
determinação de quais objetos cabem em determinada classe3. cois(2000, p.233)
Como se desenvolve a
Aprendizagem de Conceitos?
No nosso dia a dia, para definir conceitos usamos substantivos e
verbos. Substantivos, como cadeira, casa, comida, cachorro por exem-
plo representam categorias de características relacionadas entre si, que
são percebidas por nós quando interagimos com elas.
Segundo os lingüistas, há uma certa generalização nas línguas de
todo o mundo ao fazerem uma distinção entre substantivo e verbo, e
que os substantivos são mais simples do que os verbos.
Abstração
Atividade II
Quais as vantagens da capacidade para classificar os acontecimentos em
dica. utilize o bloco termos de categorias conceituais?
de anotações para
responder as atividades!
Uma Avaliação da
Posição de Bruner
Há uma certa dificuldade em se fazer uma avaliação da teoria de
Bruner. Por se tratar de uma posição cognitiva faz parte de uma visão
abstrata e, portanto, não pode ser julgada pelos critérios da prescrição
da descrição e precisão dos resultados da concepção behaviorista ou
comportamentalista. Desta forma, o que está sendo julgado é uma me-
táfora, algo que se supõe existir, mas, não passa de uma abstração que
representa os eventos ou coisas.
Porém, em se tratando de metáfora, as idéias de Bruner explicam
bem o que as pessoas intuitivamente suspeitam ser o funcionamento
humano.com clareza e consistência interna; atributos essenciais para
uma teoria científica; Elas podem ser úteis para esclarecer processos
mentais mais complexos, tais como: as tomadas de decisão e o uso das
estratégias cognitivas.
Como diz Lefrançois (2008) uma das maiores contribuições de Bru-
ner diz respeito assim chamada revolução cognitiva – a revolução pela
qual o ‘partido cognitivo’ tomou o lugar do ‘partido behaviorista’.
Mas, o que foi essa revolução? De acordo com Bruner foi um es-
forço total para implantar o significado como o conceito central da
psicologia, deixando de focar apenas os estímulos e respostas, o com-
portamento observável, os impulsos biológicos e sua transformação.
Implicações Educacionais
da Teoria de Bruner
Duelo de Titãs
Resumo: Nos anos 70, numa cidade da Virgínia, a justiça determi-
nou que as escolas deveriam promover a integração entre brancos e
negros. Cumprindo a norma, a escola T.C. Williams substituiu o treina-
dor de futebol americano Bill Yoast, branco, por Herman Boone, negro.
Além de não ser bem recebido, o novo treinador tem que lidar com
jovens que estão juntos pela primeira vez e que, por preconceito racial,
não se dão bem. Mais do que o esporte, o racismo é o maior desafio
que Boone enfrenta para levar o time adiante.
http://www.lendo.org/21-filmes-em-que-a-educacao-e-um-tema-criativo/
A Voz do coração
Resumo: Ao receber a notícia do falecimento da mãe, o reconhecido
maestro Pierre Morhange volta para casa. Lá, ele recorda sua infância
por meio da leitura das páginas de um diário mantido por seu antigo
professor de música, Clément Mathieu. Na década de 40, o pequeno
Pierre é um menino rebelde, filho da mãe solteira Violette. Ele freqüenta
um internato dirigido pelo inflexível Rachin, que enfrenta dificuldades
para manter a disciplina dos alunos difíceis. Mas a chegada do profes-
sor Mathieu traz nova vida ao lugar: ele organiza um coro que promove
a descoberta do talento musical de Pierre.
http://www.lendo.org/21-filmes-em-que-a-educacao-e-um-tema-criativo/
Descrição
A PH Editora traz a obra sobre a teoria da Instrução, de Jerome
S. Bruner, elaborada com base em inúmeras pesquisas e experiências
junto a professores e alunos da rede pública de ensino, ao longo de 5
anos. Indica pontos e atitudes que o educador pode tomar, como meios
para melhorar o desempenho de aprendizagem de seus alunos, ten-
do em vista sua teoria cognitiva, que mostra a aprendizagem humana
Indicações de Livros
BRUNER j. Sobre a Teoria da Instrução - Editora PH Editora 2006.174 p.
Autoavaliação
Faça um comentário crítico: Bruner é um teórico conhecido como enérgico
defensor dos métodos de ensino pela descoberta orientada. (min. 10, max.12
linhas)
A Teoria Genética da
Aprendizagem de Piaget
Orientações Teóricas
Pela influência de seu trabalho inicial com a biologia, Piaget teve
originalmente dos zoólogos duas questões básicas: (a) quais proprie-
dades dos organismos permitem-lhes sobreviver e (b) como as espécies
podem ser classificadas? Essas duas questões foram reelaboradas e
aplicadas ao desenvolvimento infantil: quais características das crian-
ças permitem que elas se adaptem ao seu ambiente? Qual a maneira
mais elementar de classificar o desenvolvimento infantil?
Confirma-se desta forma, que a orientação teórica de Piaget é
claramente biológica e evolucionária, bem como cognitiva, pois ele
estuda o desenvolvimento da mente (cognitivamente) no contexto da
adaptação biológica.
A base de todas as idéias de Piaget é: o desenvolvimento humano
é um processo de adaptação. E a mais alta forma de adaptação é a
cognição. (VON GLASERSFELD ,1997 apud LEFRANÇOIS, 2008).
A Investigação da Pesquisa:
O Método Clínico
Para desenvolver sua teoria, Piaget utilizou- se de uma técnica es-
pecial que ele tomou emprestado da psicologia clínica, especialmente
da psicanálise: o método clínico. Trata-se de uma técnica de entrevista
semi-estruturada, que toma por base as respostas dos sujeitos às per-
guntas para formulação da pergunta seguinte. Isso faz a diferença da
abordagem mais convencional, que formula previamente as perguntas
numa ordem também predeterminada. Esse método requer que o pes-
quisador ouça enquanto a criança fala e também que se deixe conduzir
pelas explicações e perguntas formadas pela criança. A flexibilidade do
método clínico é a grande vantagem que a técnica oferece.
-epistemologia
-genética
-assimilação
-acomodação
dica. utilize o bloco
-equilibração de anotações para
responder as atividades!
Estrutura Cognitiva
A descrição que Piaget faz de estrutura é essencialmente das ca-
racterísticas de crianças em diferentes idades. Veja você, aqui está a
resposta ao segundo dos questionamentos que ele fez por influência
da biologia: qual é o modo mais simples, mais exato e mais útil para
classificar ou ordenar o desenvolvimento infantil?
Para responder a essa questão, Piaget formulou a descrição dos está-
gios do desenvolvimento cognitivo humano, conforme veremos a seguir:
Os Estágios do Desenvolvimento
Piaget defendia que o desenvolvimento infantil evolui ao longo de
uma série de estágios, cada um com características de desenvolvimento
de novas capacidades. De forma mais precisa, cada estágio consiste
em um nível mais avançado de adaptação. Ele descreveu quatro está-
gios e vários subestágios no decorrer dos quais as crianças progridem
no seu desenvolvimento.
• Sensório-motor (do nascimento aos 2 anos)
• Pré-operacional (dos2 anos aos 7 anos)
Preconceitual (2anos aos 4 anos)
Intuitivo (dos 4 anos aos 7 anos)
• Operações concretas (dos 7 anos aos 11 ou 12 anos)
• Operações formais (dos 11 aos 12 anos ou dos 14 aos 15
anos)
Desenvolvimento Sensório-Motor
Do nascimento aos 2 anos
Operação Concretas:
Dos 7 aos 11 ou 12 Anos
Por volta dos sete anos a criança atinge o processamento opera-
cional. O termo “operação” é central para o sistema de Piaget. Pode-
-se defini-lo como uma atividade interiorizada (ou pensamento) mais
regulado por certas regras da lógica como: reversibilidade, identidade
e compensação.Talvez em nenhuma atividade isso seja mais notável do
que na aquisição do conceito de conservação que veremos a seguir:
As Conservações
Figura 4
Atividade II
Realize um experimento de conservação como os citados no texto
considerando o estágio da criança. Descreva a sua atividade: (mínimo 10
linhas e máximo 12). dica. utilize o bloco
de anotações para
responder as atividades!
Seriação
Figura 5
Atividade III
Assuma o lugar de professor, escolha um determinado tema para um dos
componentes curriculares: Língua Portuguesa, Matemática, Geografia ou
História e dê um exemplo de como poderia desenvolvê-lo para alunos em um
dos estágios do desenvolvimento cognitivo proposto por Piaget
Leituras Recomendadas
FURTH, HANS. Piaget na Sala de Aula. 6ª Ed. Rio de Janeiro, Forense,
2007
Trata-se de um estudo das descobertas e métodos psicológicos e
sua aplicação à Pedagogia, sintetizando o que Jean PIAGET con-
sidera como objetivos da educação. A obra responde de maneira
direta a uma pergunta fundamental, da qual dependerá grande
parte da orientação e dos métodos educacionais: a capacidade de
pensamento e de aprendizado da criança é passível de desenvol-
vimento? Nenhum outro educador contribuiu com melhores escla-
recimentos para o assunto do que Jean PIAGET, cujo trabalho de
toda uma vida estudando o comportamento da criança nos pro-
porcionou uma nova concepção a respeito do desenvolvimento do
pensamento e da linguagem.
http://www.ciadoslivros.com.br/piaget-na-sala-de-aula-2007-edicao-6-p1
25505/?afiliadoid=10&cupomcode=5V2I4R5T3E&origem=buscape&utm_
source=buscape&utm_medium=buscape&utm_campaign=buscape
GOULART Iris B.
A obra apresenta as EXPERIÊNCIAS realizadas por PIAGET, e obje-
tiva analisar aspectos do desenvolvimento lógico da criança e do
adolescente. A introdução tece considerações sobre o construtivis-
mo e as diretrizes da educação fundamentada nesta teoria. Depois
são analisados os estágios de desenvolvimento do aluno, distin-
guindo-se a evolução do pensamento lógico e da afetividade.
http://www.ciadoslivros.com.br/piaget-experiencias-basicas-para-
utilizacao-pelo-professor-2009-edicao-25-p189820/?afiliadoid=10&cu
pomcode=5V2I4R5T3E&origem=buscape&utm_source=buscape&utm_
medium=buscape&utm_campaign=buscape
Resumo
A teoria de Piaget persegue investigar como se dá o processo de
evolução do conhecimento ao longo da vida. Ele observou que as
crianças exploram ativamente o mundo ao seu redor e concluiu que a
interação com o ambiente e a maturação do organismo modificam o
modo como as crianças pensam. De acordo com a teoria de desenvol-
vimento cognitivo de Piaget há quatro estágios principais distintos pelo
modo de pensamento das crianças: sensório motor, pré-operacional,
operações concretas e operações formais. A inteligência é dinâmica e
evolui através dos processos de assimilação e acomodação, os quais
tornam possível a adaptação. Ambos os processos provocam dese-
quilíbrios, que demandam mudanças no decorrer do desenvolvimento,
acarretando uma sucessão de desequilíbrios/ajustes/ novos equilíbrios/
desequilíbrios e assim, sucessivamente.
Referências
BEE, H. A Criança em Desenvolvimento. 3ª Ed. – São Paulo: Editora
Harbra LTDA 1986
A Teoria Histórico
Cultural de Vygotsky
A Proposta da Pesquisa
Vygotsky, na obra A Formação Social da Mente (1984, p.21) enfatiza
que o seu propósito era “caracterizar os aspectos tipicamente humanos
do comportamento e elaborar hipóteses de como essas características
se formaram ao longo da história humana e de como se desenvolvem
durante a vida de um indivíduo”.
Ele perseguira três questões fundamentais que de acordo com o seu
ponto de vista , não vinham sendo tratadas de forma adequada pe-
los estudiosos interessados na psicologia humana e animal. A primeira
questão dizia respeito a investigar a relação entre os seres humanos e
o seu ambiente físico e social. A questão seguinte era conhecer as no-
vas formas de atividades que fizeram com que o trabalho fosse o meio
fundamental entre o homem e a natureza e como examinar as conse-
qüências psicológicas dessas formas de atividade.E, por último, fazer
uma análise da natureza das relações entre o uso de instrumentos e o
desenvolvimento da linguagem.( VYGOTSKY,1984,p.21)
O eminente teórico propôs o estudo das chamadas funções psico-
lógicas superiores, que são no modo de funcionamento psicológico
tipicamente humano, a capacidade de resolver problemas, o armaze-
namento e o uso adequado da memória, a formação de novos con-
O Desenvolvimento Humano
e a Mediação Simbólica
A mediação simbólica é caracterizada pela relação do homem com
o mundo e com os outros, e, é através deste processo, que as funções
psicológicas superiores se desenvolvem. Para Vygotsky há dois elemen-
tos básicos responsáveis por essa mediação: o instrumento - que tem
a função de regular as ações sobre os objetos e o signo - que rege as
ações sobre o psiquismo das pessoas.
Segundo Vygotsky, o uso de instrumentos e de signos são distintos,
mas, estão intimamente imbricados ao longo da evolução da espécie
humana e do desenvolvimento de cada indivíduo.O instrumento pro-
voca mudanças externas, pois alarga a possibilidade de intervenção
na natureza, por exemplo, para cortar uma carne o uso de um objeto
cortante é mais eficiente do que as mãos. A distinção dos homens em
relação a outros animais, é que os homens não só produzem seus ins-
trumentos para efetuar as tarefas, mas são capazes de conservá-los
para utilizar posteriormente.e de transmitir sua função aos seus seme-
lhantes, como também, aprimora os instrumentos e inventa novos.
Enquanto os instrumentos são auxiliares nas ações concretas, os sig-
nos são ‘instrumentos psicológicos’, com a função de auxiliar o homem
nas suas atividades psíquicas, internas ao indivíduo. Vygotsky (1984)
afirma: “ A invenção e o uso de signos como meios auxiliares para
solucionar um dado problema psicológico (lembrar, comparar coisa,
relatar, escolher, etc.) é análoga à invenção e uso de instrumentos, só
que agora no campo psicológico. O signo age como um instrumento
da atividade psicológica de maneira análoga ao papel de um instru-
mento de trabalho.(P.59-60)
A Linguagem
“a capacitação especificamente humana para a lin-
guagem habilita as crianças a providenciarem ins-
trumentos auxiliares na solução de tarefas difíceis,
a superarem a ação impulsiva, a planejarem a so-
lução para um problema antes de sua execução e
a controlarem seu próprio comportamento. Signos e
palavras constituem para as crianças, primeiro e aci-
ma de tudo, um meio de contato social com outras
pessoas. As funções cognitivas e comunicativas da
linguagem tornam-se então, a base de uma forma
nova e superior de atividade nas crianças distinguin-
do-as dos animais” (VYGOTSKY, 1984, p.31).
Relação Pensamento
e Linguagem
A relação entre o pensamento e a fala para Vygotsky passa por vá-
rias mudanças ao longo da vida do ser humano. Eles possuem origens
diferentes e se desenvolvem de modo independente, mas num dado mo-
mento, quando a criança se insere num grupo cultural, o pensamento
e a linguagem se encontram e dão origem ao modo de funcionamento
psicológico tipicamente humano.
Vygotsky considera que há diferentes estágios no desenvolvimento da
fala. O primeiro deles é o estágio pré intelectual, no qual as expressões
de choro, riso, balbucio, as primeiras palavras da criança tem a função
de alívio emocional, como por exemplo manifestação de conforto ou
incômodo, e também são meios de contato com as outras pessoas.
Linguagem Escrita
Figura 2
A Zona de Desenvolvimento
Proximal
Já vimos que ao abordar o processo de aprendizagem, Vygotsky
tanto considera os aspectos biológicos da espécie humana, como dá
uma ênfase especial à dimensão social, que através da interação entre
as pessoas oferece instrumentos, signos e outros elementos presentes
na cultura, e, também, fornece seus mecanismos psicológicos e formas
de agir.Desta forma, o aprendizado é um aspecto essencial no proces-
so de desenvolvimento das funções psicológicas superiores.
Destarte, na perspectiva vigotskiana, é o aprendizado que provoca
o processo de desenvolvimento: Nesse ponto de vista, o aprendizado é
como um tipo de garantia do desenvolvimento das características psi-
cológicas especialmente humanas e culturalmente organizadas.
Por esse motivo, as relações entre desenvolvimento e aprendizagem
são destaque na teoria de Vygotsky. Ele faz uma análise dessa questão
sob dois ângulos: o primeiro refere-se à compreensão da relação geral
entre o aprendizado e o desenvolvimento; o outro, diz respeito às espe-
Figura 3
Atividade I
Observe a figura nº 5 apresentada e com base no conceito de Vygotsky,
explique a função do professor na zona de desenvolvimento proximal: (min. 10
e max. 12 linhas).
Atividade II
A música “Pensamento” apresentada no início desta unidade, destaca a
importância da cognição. Faça uma reflexão sobre o seguinte trecho: “E o
pensamento é o fundamento. Eu ganho o mundo sem sair do lugar”. (min.05 e
max. 8 linhas).
O Papel da Escola
Vygotsky dá uma atenção especial a educação escolar, e, por coe-
rência com a perspectiva histórica, considera muito importante a análi-
se das condições concretas para o desenvolvimento de um determina-
do tipo de cognição.
A escola possui algumas características que favorecem a aprendi-
zagem: as atividades educativas na escola são sistemáticas; há uma
intencionalidade definida e compromisso assumido, que é legitimado
historicamente, em tornar acessível o conhecimento formal. É nesse
contexto que as crianças são provocadas a conhecer a base do saber
científico e a tomar consciência da evolução dos seus processos men-
tais. Desta forma, a falta de acesso a escola significa maiores impe-
dimentos a apropriação do saber sistematizado, do refinamento das
funções psicológicas superiores, de acesso a instrumentos de atuação
em seu meio social e de condições para aquisição de novos conheci-
mentos. Evidentemente, a porta de entrada a esse saber depende de
outros fatores de ordem social, política e econômica,bem como, das
condições do ensino oferecido.
Desta forma, a perspectiva Vygotskyana aponta para a necessidade
de uma rigorosa avaliação de como a instituição escolar atua no de-
sempenho dessa função.
Figura 4
Imitação e Aprendizagem
(..)se uma criança tem dificuldade com um proble-
ma de aritmética e o professor o resolve no quadro
negro, a criança pode captar solução num ins-
tante. Se, no entanto, o professor solucionasse o
problema usando a matemática superior, a criança
seria incapaz de compreender a solução não im-
portando quantas vezes a copiasse” (VYGOTSKY,
1984, p. 99).
Figura 5
Leituras Recomendadas
Psicologia e Pedagogia
VYGOTSKY, L. S.
Leitura clara destinada a formação de professores com uma grande
abrangência de temas abordados como: atenção, pensamento, memó-
ria, emoção, aprendizagem, sociabilidade etc. Um verdadeiro presente
do reconhecido especialista internacional na vida e obra de Vygotsky,
que organizou, prefaciou e fez comentários ricos sobre a proposta do
eminente psicólogo russo.
Indicações de filmes
Coleção Grandes Educadores Lev Vygotsky. Apresentação
Marta Kohl de Oliveira
Sinopse
“Lev Vygotsky se preocupa em entender o funcionamento psicoló-
gico do ser humano integrando aspectos biológicos e culturais. Como
relação à educação, a teoria de Vygotsky enfatiza o papel da aprendi-
zagem no desenvolvimento humano, valorizando a escola, o professor
e a intervenção pedagógica. Talvez por isso, suas ideias têm tido tanta
repercussão entre os educadores do ocidente, apesar de sua distância
no tempo e espaço (viveu na antiga União Sovietica e morreu há mais
de 60 anos). A produção de Vygotsky foi vasta: escreveu cerca de 200
trabalhos científicos que foram pontos de partida para inúmeros pro-
Resumo
As Inteligências Múltiplas
de Howard Gardner
Biografia
Disponível em: http://www.google.com.br/search?q=f
otos+de+experimentos+de+Howard+Gardner:&hl
=pt-BR&prmd=imvnso&tbm=isch&tbo=u&source=
univ&sa=X&ei=eRk9UL_kIYiOrAHX_IGoAQ&sqi=2
&ved=0CCEQsAQ&biw=1137&bih=725
Figura 1
As Inteligências Múltiplas
O eminente pesquisador utilizou o mapeamento encefálico de téc-
nicas surgidas nas décadas recentes e suas conclusões, como a maioria
das que se referem ao funcionamento do cérebro, são eminentemente
empíricas. O próprio Gardner identificou, a princípio, sete inteligências:
Figura 3
Figura 5
Disponível em: http://www.google.com.br/search?q=fotos+de+oscar+niemeyer&hl=pt-BR&prmd=i
mvnso&tbm=isch&tbo=u&source=univ&sa=X&ei=oB09ULSNCMOrqQGOsYGwDA&sqi=2&ved=
0CCEQsAQ&biw=1137&bih=725#hl=pt-BR&tbm=isch&sa=1&q=f
Figura 7
Figura 8
Disponível em: http://www.google.com.br/search?q=fotos+de+experi
mentos+de+Howard+Gardner:&hl=pt-BR&prmd=imvnso&tbm=isc
h&tbo=u&source=univ&sa=X&ei=eRk9UL_kIYiOrAHX_IGoAQ&sqi=
2&ved=0CCEQsAQ&biw=1137&bih=725
O Desenvolvimento Natural
das Inteligências
Segundo Gardner todas as inteligências são herdadas genetica-
mente, e cada inteligência se manifesta universalmente num certo ní-
vel básico independentemente da educação. Assim, todas as pessoas
“normais” tem algumas capacidades básicas em todas as inteligências.
Para ele, as inteligências possuem uma trajetória desenvolvimental
que se inicia no primeiro ano de vida quando, com a capacidade pura
de padronizar. Por exemplo, o bebê é capaz de identificar as diferenças
nos tons musicais. Na fase posterior, a inteligência é marcada pelo sis-
tema simbólico como a linguagem que é encontrada através das frases
e histórias. Posteriormente, cada inteligência e seu sistema simbólico
correspondente são representados num sistema notacional: na leitura
e na notação musical os traçados no papel representam os símbolos.
Os sistemas notacionais imperam num ambiente formal de educação.
Na adolescência e na vida adulta, as expressões das inteligências
se dão através das atividades informais e de passatempo. Exemplifican-
do: a inteligência espacial progride dos mapas mentais do bebê para
as operações simbólicas dos desenhos e nos sistemas notacionais dos
mapas e para o papel adulto de jogador de xadrez.
Atividade I
Qual a definição de Inteligência (s) de acordo com a Teoria de Inteligência dica. utilize o bloco
Múltiplas? de anotações para
responder as atividades!
Atividade III
O que o professor deve fazer para evitar a esteriotipação do aluno como, por
exemplo, enfatizar o aluno que tem uma inteligência lógico matemática mais
desenvolvida?
Atividade IV
dica. utilize o bloco
de anotações para
De que forma a Teoria de Inteligência Múltiplas favorece para que o aluno com responder as atividades!
dificuldades não se sinta um “estranho no ninho”
http://www.youtube.com/watch?v=-tTD8XU2s2I
É um desenho animado que traz um dos contos do livro “O Homem
que Calculava: aventuras de um singular calculista persa. Trata-se de
um material adequado para a primeira fase do Ensino Fundamental
com uma boa qualidade.
Billy Elliot
Billy Elliot (Jamie Bell) é um garoto de 11 anos que vive numa pe-
quena cidade da Inglaterra, onde o principal meio de sustento são as
minas da cidade.Ao ver no filho uma perspectiva diferente para sua
vida , o pai dele o obriga a treinar boxe. Mas Billy ,na mesma academia
Resumo
Iniciamos a unidade com a apresentação de um caso que evidencia
as falhas na visão de uma única inteligência e a conveniência de se re-
conhecer as múltiplas inteligências utilizadas pelos seres humanos para
resolverem seus problemas no dia a dia. Vimos que a partir de tal cons-
tatação a Teoria das Inteligências Múltiplas foi desenvolvida e Gardner
considera a existência de, no mínimo, oito inteligências e que esse nú-
mero ainda não está fechado devido ao estado de ebulição pesquisas
e estudos em que a teoria se encontra. Vimos também que segundo
Gardner(1995) reconhecer e estimular todas as variadas inteligências
humanas e as possíveis combinações entre elas, é primordial e de uma
necessidade urgente. o reconhecimento disso, traz, no mínimo, uma
chance de lidar melhor com os muitos problemas deste mundo e fará
com que as pessoas se sintam melhor e mais competentes em relação
a si mesmas, como também, mais comprometidas e mais capazes para
trabalhar pelo bem comum.Ele ressalta que a mobilização de todas
as variedades de inteligências humanas e a conciliação a um sentido
ético, possivelmente maximizará a potencialidade da sobrevivência e a
prosperidade humana. Concluimos nossos estudos com as contribui-
ções específicas desta teoria para a educação.
Referências
ANTUNES, C. Na Sala de Aula. Rio de Janeiro: 2012. 725p.