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Objetivo
- questão ética está necessariamente presente no nível dito “propriamente teórico” (na
escolha no objeto de estudo, no ato inaugural de definir o objeto de estudo).
- a aceitação desta hipótese tem um preço alto: revisão radical de uma série de coisas se
acredita acerca da lingüística, a “ciência” da linguagem.
Concepção: Tarzan: individuo que nada sofre por falta de convivência social. O fato de
pertencerem a raça humana garante-lhes plenas condições de se integrarem a sociedade
humana.
Homem como ser social: o social é visto como atributo essencial do homem, à sua
própria natureza. Por esta via, a linguagem torna-se algo pertencente á comunidade, e
não a indivíduos concebidos isolada e independentemente. Em vez de o conceito de
linguagem entrar como um primitivo na teoria da comunicação, esta sim é que serve de
base para pensar a própria linguagem. A linguagem não é vista como instrumento de
comunicação mas sim, mais que isso, a função comunicativa passa a ser encarada como
a razão de ser da linguagem (p. 51)
pq a questão ética não tem sido devidamente enfocada na literatura pertinente. Algumas
das principais tendências da ciência desautorizam essa hipótese.
Constatação: toda postura cientifica pode ter conseqüências éticas. Uma teoria
cientifica bem concebida e elaborada poderá provocar certos efeitos concretos,
porem, esses efeitos vão ser benéficos ou maléficos dependendo não da teoria em si,
mas do USO que dela se faz. A teoria em si é neutra e indiferente em relação a suas
aplicações. Ou seja, “não há ética em nível teórico, só na hora de aplicar a teoria é que
se pode levantar a questão ética”.
Cientistas Los Alamos, projeto Manhattan: tendo comprovado a possibilidade de fissão
nuclear(liberação repentina de uma quantidade enorme de energia), nada teriam a ver
com o uso militar que se fez dela.
Uma teoria lingüística e suas concepções não podem ser responsáveis pelas
conseqüências desastrosas de um plano de ação pratico (um programa de ensino, por
exemplo). O físico nuclear e o linguista teórico estariam isentos de qualquer obrigação
moral no uso efetivo que porventura possa vir a ser feito de suas descobertas
cientificas; descobertas essas que tem o intuito de desvendar as verdades e não de
transformar o mundo (p. 53).
2. A resposta pragmatista
Como, então, pela perspectiva pragmatista é possível dizer que uma teoria cientifica
não tem conseqüências sendo que ela é tão utilizada e enviezada para o viés prático.
Obra de Marx ‘A miséria da filosofia’ (1847) revela que Marx se identifica contra a
corrente ‘racionalista’. Para Marx, a razão se constitui através da história (isso vai
contra a ideia de que a razão é atemporal, supra-histórico e da ordem de um
pensamento incorpóreo).
Marx foi insistente na ideia de que uma teoria não voltada para a práxis, que não se
interessava em transformar o mundo não teria nenhuma serventia.
Eu gostaria que, marxistas ou não, sejamos capazes de frustrar, em nosso domínio de
investigação e de reflexão, a irresistível tendência ao narcisismo teórico que pode tomar
diversas formas integrativas, entre a a-historicidade antropológica e a historicidade
homogênea de um simbolismo coletivo que parece ter dificuldades em suportar a categoria da
contradição (PÊCHEUX, ―Metáfora e Interdiscurso‖ ([1984] 2011)).
Assim: “é possível que exista uma teoria lingüística que seja eticamente neutra e
torná-la eticamente sensível seria uma questão de opção metateórica”.
Sobre o tempo
Sobre a dimensão ética das teorias Linguísticas (Kanavillil
Rajagopalan)
Questões Iniciais
- a questão ética está necessariamente presente no nível dito “propriamente teórico”
(na escolha no objeto de estudo, no ato inaugural de definir o objeto de estudo).
Eu não sei se é implicância boba minha, mas me incomoda bastante quando chega
época de festa junina por conta do retrato que a gente faz do caipira. Eu pensava mais
nisso linguísticamente mesmo: “entonce”, “ocê”, “sô”, o R retroflexo, etc. só pode
nesse contexto, num tom quase sempre jocoso, como se fosse o erro, o risível, o
inadequado. Além de preconceito lingüístico, parece recuperar uma imagem
esteriotipada desse homem do campo, estagnada no Jeca Tatu.
O modo “típico” de se vestir também