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COMERCIAL?
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Silvania Ribeiro Coutinho Carvalho
E-mail: skoutinholetras@gmail.com
Universidade do Estado de Minas Gerais – Brasil
Graduada no curso de Letras pela Universidade do Estado de Minas Gerais [UEMG]. –
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Fonte: http://portal.mec.gov.br/component/content/article?id=17240
Desta forma, as TIC’s que são acessíveis a grande parte da população brasileira,
não poderia ficar inerente ao sistema educacional, em especial ao ensino superior.
Principalmente dentro dessa perspectiva de desenvolvimento e construção do
indivíduo, em que a educação proporcione ao docente e ao discente um olhar
político e crítico do contexto em que está inserido, propiciando aos mesmos uma
autonomia do pensamento.
É importante ressaltar que essa situação reflete a realidade destes autores, por
serem de família pobre, negros que concluíram com muita dificuldade o ensino
superior (presencial) e almejam uma educação continuada (pós-graduação). Estes,
encontraram na EaD uma possibilidade de prosseguir nos estudos, porém, desejam
uma formação de qualidade e eficiente que possibilite competir de forma igualitária
com outros profissionais e não somente uma nova forma de comercio da educação.
A fim de possibilitar essa problematização, este artigo tem por objetivo fazer uma
breve reflexão a respeito do uso desses recursos no sistema educacional, por isso
torna-se necessário conjeturar e discutir sobre sua expansão, a “democratização”, a
qualidade dessa nova modalidade de ensino e, principalmente, as políticas públicas
educacionais.
Assim, de acordo com nossa Carta Magna (1988) que preconiza a educação como
direito adquirido, ganha uma nova visão dentro da economia. A educação passa a
ser vista como um serviço, ainda de acordo com Pereira (2009) “cujos objetivos
pautam-se na lógica mercantil e têm como finalidade última a obtenção do lucro.
Igualmente, a figura do cidadão reposiciona-se para a de “cidadão-consumidor””.
De 1995 até o inicio do século XXI o governo vem adotando várias medidas, com a
justificativa de ser uma “reforma emergencial do aparelho do Estado”, para transferir
a responsabilidade da gestão do Sistema Educacional e outros serviços sociais para
o setor privado ou publicas não estatais. Sendo assim, o conceito de público,
privado e estatal ganha novos significados e passa a corroborar com a ideia de
mercantilização da educação e na construção de uma nova pedagogia da
hegemonia. (Pereira, 2009).
Outro ponto que devemos destacar é que muitas instituições oferecem cursos
totalmente à distância. Assim, há uma grande economia em relação à infraestrutura
(local físico, energia, água, etc.), mão de obra (funcionários), entre outros; essas
“empresas” prestadoras de serviço da educação não necessitam investir em um
local físico, contratam poucos funcionários para se manter no mercado e os
professores ganharam nova ressignificação, esses profissionais da educação agora
trabalham como tutores, atendendo quase três vezes mais a quantidade de aluno
que a modalidade presencial e recebem um salario muito menor.
Outro fator é que as instituições EaD de ensino superior tem baixos investimentos,
as mensalidades são mais acessíveis, a facilidade para o aluno ingressar também
não é tão rígido, fazendo a massificação5 da educação.
5 Massificação: 1. ato ou efeito de massificar(-se). 2. processo pelo qual valores e produtos freq. restritos a grupos de elite
tornam-se consumíveis por toda a sociedade. "m. da alta literatura, da pintura moderna, da música de vanguarda". •tendência
apresentada pelas sociedades industriais modernas de padronizar gostos, hábitos, opiniões, valores etc., ger. por meio de
processos de simplificação que não raro representam empobrecimento cultural. Fonte:
https://www.infopedia.pt/dicionarios/lingua-portuguesa/massifica%C3%A7%C3%A3o.
MASSIFICAÇÃO DA EDUCAÇÃO
Com o crescente número de instituições de ensino à distância, acenderam também
os sistemas de avaliação, objetivando corroborar para seu desenvolvimento a fim de
apontar as dificuldades e qualidades deste modelo educacional.
Assim, a EaD apresenta diversos desafios que devem ser alcançados para melhor
eficácia. Sabemos que essas mudanças não ocorrem repentinamente, dependem de
novas políticas institucionais, do cumprimento das mesmas, e, como explorado
anteriormente, de avaliações apropriadas à realidade desta modalidade. Igualmente,
de modo repentino discutir as propostas de ensino ofertadas e de adaptarem ainda
mais às tecnologias para os eixos disponibilizados.
Sabemos que as condições dos professores no Brasil não são as ideais, e no ensino
EaD não é diferente. Fazendo uma análise rápida, um professor no ensino
convencional atua para um grupo médio de alunos em torno de 30/40 alunos, e já
para um professor do ensino EaD pode chegar a 150 alunos, dividido em polos por
região. Quando comparamos os salários destes dois profissionais que atuam na
mesma área, com o mesmo nível de formação, e somente o que difere é a
modalidade (presencial / EaD) e a quantidade de alunos, a diferença é gritante.
Logicamente, entende-se que um professor que leciona via EaD, necessita ter uma
disponibilidade muito maior que um professor essencialmente presencial. Pois sua
dedicação aos fóruns, aulas ao vivo ou chats demandam um tempo bem superior ao
planejamento inerente à profissão.
METODOLOGIA
A metodologia aqui apresentada, será baseada em pesquisas bibliográficas a
respeito do tema Educação a Distancia e qualidade no ensino EaD, além de
pesquisas e artigos que abordam esse tema, que servem de instrumento e base
teórica para a construção e desenvolvimento de nossa reflexão. Segundo Lakatos:
É sabido que a ascensão social dos mais desprovidos dá-se por meio dos estudos,
não somente por qualifica-los para o mercado de trabalho, mas, sobretudo, por seu
desenvolvimento intelectual, social e crítico. E essa constante tende a favorecer ao
crescimento das redes de ensino à distância.
O ensino em nosso país não deve ser visto com um leque de possibilidades
comerciais. Sabemos da necessidade e efervescência de oferta dos cursos
superiores, e a importância dos mesmos para o mercado de trabalho. Mas, essas
mesmas instituições precisam nortear seus objetivos e cumpri-los de maneira a
colaborar com as necessidades educacionais inerentes ao sistema educacional
brasileiro.
REFERÊNCIA