Valor Agregado
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23/07/19
A Análise de Valor Agregado é um método de mensuração de desempenho em
projetos. Foi introduzido nos anos 60 pelo Departamento de Defesa dos Estados
Unidos com o objetivo de estabelecer critérios para análise e aceitabilidade de
contratos na área de defesa.
Hoje é utilizado em diversas áreas e por diversos organismos, como a NASA que
mantém um website específico sobre o assunto para apoiar seus subcontratados a
se capacitarem na técnica.
Informações disponíveis no site da NASA podem ser encontradas em:
http://evm.nasa.gov
As informações sobre o Gerenciamento de Projetos a partir do uso da Análise de
Valor Agregado podem ser encontradas com as seguintes denominações:
EVA – Earned Value Analysis (Análise de Valor Agregado)
EVM – Earned Value Management (Gerenciamento por Valor Agregado)
Em um breve histórico, temos:
1967 – Publicação do 1º documento formal sobre EVA, denominado
Cost/Schedule Control System Criteria, pelo Departamento de Defesa Americano
(DoD).
1985 – Criação da Performance Management Association (PMA), trabalhando
junto ao DoD na implantação de EVA.
1998 – Associação do PMA ao Project Management Institute, criando o College of
Performance Management (CPM).
2012 – O College of Performance Management (CPM) se desnvincula do PMI,
formando sua própria associação.
Conceitos Básicos
É um Método de Avaliação de Desempenho que compara o resultado obtido
(Valor Agregado) com o que você gastou para sua realização (Custo Atual),
examinando também a co-relação do que foi gasto e produzido com o tempo.
Por tratar três conjuntos de informações com unidades diferentes (TEMPO,
CUSTO e ESCOPO), a técnica estabelece uma proporção entre os distintos
elementos, normalmente sob a ótica de custo.
Exemplo: Um projeto tem como objetivo entregar três módulos de um sistema de
software em três meses. Cada módulo tem aproximadamente o mesmo tamanho e
deverá custar R$ 30.000,00 por unidade.
Ao transformarmos as unidades de ESCOPO e TEMPO em unidades monetárias,
estabelecemos um mecanismo de avaliação dos resultados entre elementos cujas
unidades originais não poderiam ser comparadas entre si.
Neste caso:
Em linhas gerais, realizando um comparativo entre o que deveria ter sido feito,
com o que realmente foi feito e o seu custo final, temos condições de antecipar a
saúde do projeto.
Estamos acostumados a associar a “Curva-S” a análise de valor agregado e isso é
compreensível. O fenômeno que transforma os gráficos de valor agregado em uma
curva é resultado do ciclo habitual de atividades em projetos, mas a técnica em si
tem como base uma análise linear das informações recebidas.
Para as atividades descritas abaixo, a linha diagonal é a “Curva-S” do projeto.
As duas principais fórmulas na Análise de Valor Agregado são:
CV = BCWP – ACWP
SV = BCWP – BCWS
Com o passar dos tempos, algumas destas siglas foram simplificadas, mas os
acrônimos originais são utilizados em diversas referências.
Acrônimos
As mesmas fórmulas poderiam então ser descritas como:
CV = EV – AC (o mesmo que CV = BCWP – ACWP)
SV = EV – PV (o mesmo que SV = BCWP – ACWS)
Em português, o equivalente seria:
VC = VA – CR (A variação de custo é igual ao valor agregado menos o custo
atual)
VPR = VA – VP (A variação de prazo é igual ao valor agregado menos o valor
planejado)
Cuidado: No Guia PMBOK®, edições 2000, 2004 e 2008, não existe distinção no
acrônimo para Variação de Prazo (VPR) e o Valor Planejado (VP), o que nos dá
uma fórmula sem nexo: VP = VA – VP.
Na sua 6ª edição, a fórmula foi corrigida, conforme trecho retirado do Guia a seguir
(pág.262).
Valor Planejado
Por uma regra de três simples, temos que:
PV (90 dias) ––––– R$ 90.000,00
PV (20 dias) ––––– X
logo: X = 90.000,00 * 20 / 90 = 20.000,00
Assim, PV: Valor Planejado para 20 dias = R$ 20.000,00
Valor Agregado
O “escopo” depende da medição real das entregas realizadas. Se eu realizei 50%
do primeiro módulo do sistema, minha regra de três é:
EV (100%) ––––– R$ 30.000,00
EV ( 50%) ––––– X
Logo: X = 30.000,00 * 50 / 100 = 15.000,00
Assim, EV: Valor Agregado para 50% do módulo 1 = R$ 15.000,00
Custo Real
O “custo atual” depende do registro econômico dos recursos necessários para a
realização das atividades até o momento. Isso quer dizer que se compramos 100
unidades do item ACME para desenvolver todo o módulo, mas utilizamos 40 até
aquele momento, é o custo das unidades de fato utilizadas que deve ser levado
em consideração e não o “dinheiro que saiu do caixa” no projeto.
Para este exemplo, vamos supor que foram gastos R$ 22.000,00 para a realização
do projeto até o momento.
Assim, temos: AC: Custo Atual (Real) para 20 dias = R$ 22.000,00
Variação do Prazo: SV = EV – PV
SV = EV – PV = 15.000 – 20.000 = -5.000,00
Coleta de dados
Com a aplicação de um software, o que vamos fazer é repassar os dados reais de
medição para o projeto. A ilustração a seguir traz um registro de avanço de projeto,
com o valor esperado, realizado e seus custos.
Avaliação de índices de
performance
Uma forma de percebermos o “peso” destas variações em relação ao projeto é
com o uso das fórmulas para o cálculo de índices de produtividade, tanto para
custo como para prazo.
Resultados
O CPI = Cost Performance Index, ou Índice de Performance em Custo significa
que para cada R$ 1,00 gasto, estou dando de retorno ao projeto somente R$ 0,68
em valor agregado (32% de diferença).
O SPI = Schedule Performance Index, ou Índice de Performance em Prazo
significa que para cada 1 dia de projeto, eu estou desenvolvendo somente o
trabalho equivalente a 0,75 dias (25% de diferença).
Conclusões
Embora a técnica de Análise de Valor Agregado seja simples, baseada em um
conjunto pequeno de equações lineares, sua aplicação em projetos reais necessita
do uso de ferramentas apropriadas, visto que a distribuição dos recursos humanos,
materiais e fluxo financeiro – além do ciclo de atividades próprias do projeto – é
que irão determinar exatamente que percentual de valor agregado para cada
entrega é esperada em um determinado momento no tempo.
Em todo o projeto, os índices de produtividade (CPI e SPI) são particulares de
cada atividade ou cada conjunto de atividades, fases, grupos de trabalho, etc. Isso
significa dizer que um mesmo projeto pode gerar diferentes curvas de valor
agregado.