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O gênero Hibiscus pertence à família Malvaceae e compreendem mais de 300 espécies de

ervas anuais ou perenes, arbustos ou árvores. A espécie Hibiscus sabdariffa Linnaeus é uma
herbácea anual, podendo atingir 2,4 m de altura, de fácil cultivo sendo encontrada em regiões
tropicais e subtropicais, especialmente na Índia, Arábia Saudita, China, Malásia, Indonésia,
Filipinas, Vietnã, Sudão, Egito, Nigéria e México. É utilizada nas indústrias farmacêutica e
alimentícia e sua fibra pode ser utilizada em confecções de vestuários, redes de pesca e cordas
(BORRÁS-LINARES et al., 2015).

A planta pode ser cultivada tanto em solo rico, quanto pobre de drenagem, possui um período
de 4 a 8 meses de crescimento e, durante o cultivo, é ideal ter uma temperatura noturna em
torno de 20 ºC e 13 horas de sol diárias. H. sabdariffa L. é sensível ao frio (MOHAMED et al.,
2007) e muita chuva ou alta umidade pode comprometer a qualidade e rendimento da planta
(DA-COSTA-ROCHA et al., 2014).

H. sabdariffa L. é conhecida como rosélia, bissap, oseille de guinée, karkadeh, azedinha,


caruru-azedo, pampolha, papoula-de-duas-cores, quiabo-azedo, quiabo-roxo e vinagreira
(RAMOS et al., 2011), já seu chá é conhecido como chá de hibisco, zobo, roselle, azeda
vermelha, chá de leite, água de Jamaica e karkade (ZHEN et al., 2016; SINDI; MARSHALL;
MORGAN, 2014).

Essa planta é conhecida como uma erva aromática, refrescante, adstringente, diurética,
antiescorbútica, antisséptica, afrodisíaca, emoliente, digestiva e laxativa. Popularmente, é
usada no tratamento de abscessos, câncer, tosse, fraqueza, febre, ressaca e doenças cardíacas
(VILASINEE et al., 2005 apud OBOUAYEBA et al., 2014).

Flores de Hibiscus sabdariffa

As flores de H. sabdariffa L. (Figura 3) são amarelas com um círculo interno (“olho”) rosa ou
marrom, se tornam rosa durante a maturação (ESEZOBOR et al., 2016; MOHAMED et al., 2007)
e murcham no final do dia (MOHAMED et al., 2007). São consumidas cruas ou cozidas em
saladas, para tempero de molhos, sopas e como aromatizante em bolos (OBOUAYEBA et al.,
2014). Além disto, os cálices podem ser utilizados no preparo de bebidas à base de ervas,
vinhos, bebidas fermentadas, chocolate, sorvete corantes, aromatizante e como ingrediente
de rum (IMAIL, IKRAM, NAZRI, 2008 apud DA-COSTA-ROCHA et al., 2014). Os componentes
químicos das flores secas de H. sabdariffa descritos na literatura são: polissacarídeos
(mucilagem, pectina e carboidratos), arabinose, galactose, glucose, ramnose e, em menores
quantidades, o ácido galacturônico, ácido glucurônico, manose e xilose. Elas são ricas em
antocianinas (Figura 4), que compreendem o maior grupo de pigmentos naturais solúveis em
água e são responsáveis pela cor vermelha (ESEZOBOR et al., 2016; DA-COSTA-ROCHA et al.,
2014), além de possuírem ácido cítrico e pectina (Figura 5) (SINDI; MARSHALL; MORGAN, 2014;
LEPENGUE et al., 2009), por isso é útil na preparação de doces e geleias (LEPENGUE et al.,
2014). Nas pétalas são encontrados os polifenóis, que têm sido alvo de muitas pesquisas pelos
seus benefícios à saúde. Vários estudos demonstram atividades biológicas destes metabólitos
no tratamento de problemas renais, hipertensão e leucemia, além de ser excelente
antioxidante, anti-inflamatória, cardioprotetora, e antibacteriana (OBOUAYEBA et al., 2014).

Folhas de Hibiscus sabdariffa

As folhas são verdes com veias avermelhadas e pecíolos longos ou curtos de margens
dentadas e podem atingir de 7,5 a 12,5 cm de comprimento (MOHAMED et al., 2007).
São consumidas cruas ou cozidas em saladas e como tempero em vários países (OBOUAYEBA
et al., 2014; ZHEN et al., 2016). Algumas atividades biológicas são atribuídas a extratos deste
órgão da planta, tais como: atividade antioxidante moderada, anti-hiperlipidêmica,
antiaterosclerótica, antiproliferativa (ZHEN et al.,2016), antisséptico, digestiva, diurética,
refrigerante, sedativa e tônico (OLALEYE, 2007). Os principais constituintes químicos
presentes na folha de H. sabdariffa são os ácidos fenólicos e os flavonoides (RODRÍGUEZ-
MEDINA, et al., 2009), sendo três diferentes ácidos isômeros, ácido 3-cafeoilquínico (ácido
clorogênico), ácido 4cafeoilquínico (ácido criptoclorogênico) e ácido 5-cafeoilquínico (ácido
neoclorogênico) (Figura 6) e os flavonoides, quercetina (Figura 7) e kaempferol (Figura 9) que
possuem atividade anti-inflamatória (RODRÍGUEZ-MEDINA, et al., 2009).

OBJETIVOS

Elaborar um perfil fitoquímico qualitativos comparando as duas apresentações (folhas e


flores) da espécie vegetal Hibiscus sabdariffa.
MATERIAIS E MÉTODOS

INSTUMENTAÇÃO Reagentes
Funil Extrato do Hibisco Sabdariffa -Folhas
Bico de Bunsen Extrato do Hibisco Sabdariffa -Flores
Câmara de luz UV Ácido Clorídrico – HCl pH= 3
Tubo capilar Hidróxido de Sódio – NaOH pH= 8,5 e pH= 11,5
Papel filtro não fluorescente Ácido Sulfúrico – H2SO4 0,1 N
Tubos de ensaio Reativos Mayer e Hager
Algodão Clorofórmio
Estante de vidro Sulfato de Sódio Anidro
Espátula Anidrido Acético
Balança Analítica Cloreto Férrico
Pipeta Volumétrica Água Destilada
Pipeta de Pasteur Hidróxido de Potássio – KOH

Para extração dos metabólicos secundários, as folhas e das flores do Hibiscus


sabdariffa, foram separados, pesados, triturados, extraído cada parte vegetal por
maceração aquosa em temperatura ambiente (25º C) por 72 horas na relação hidromol
1:1. Após este período os extratos foram filtrados, e realizado os testes fitoquímicos,
descrito por Matos (2009) para identificação de saponinas, cumarinas. alcalóides,
flavonóides, triterpenos, fenóis e taninos.
IDENTIFICAÇÃO DE ALCALÓIDES

O extrato foi acidualizado com 20 ml de Ácido Sulfurico, aquecido por 2-3 com o auxilio do bico
de Bunsen. Após o aquecimento o extrato foi filtrado com o auxílio funil que continha algodão.
O extrato filtrado foi resfriado no banho de água gelada. Após o resfriamento o mesmo foi
distribuído 3 ml de cada extrato em 2 tubos de ensaios identificados e gotejado 4 gotas de
cada reativo Mayer e Hager. Nas flores não houve mudança de coloração na presença dos
reativos de Mayer e Hager conclui-se que não a presença de alcaloides, já nas folhas houve a
mudança de coloração com o reativo de Hager , conclui-se que há presença de alcalóide nas
folhas .
IDENTIFICAÇÃO DE FENÓIS E TANINOS

O extrato foi distribuído 4 ml em 1 tubo de ensaio identificado depois adicionado com a


pipeta de Pasteur 3 gotas de cloreto férrico, agitou-se bem. Nas Folhas não houve presença de
Fenóis e Taninos, já nas Flores verificou-se intensidade fraca (+) de Fenóis e Taninos.

IDENTIFICAÇÃO DOS TRITERPERNOS

Foi adicionado no extrato 10 ml de clorofórmio em um Béquer de 100 ml, depois filtrado com
funil contendo algodão e sulfato e sódio anidro, esperou-se o gotejamento do extrato em
outro béquer e adicionou-se 1 ml de anidrido acético , agitou-se suavemente por alguns
minutos. O extrato depois de agitado foi levado a a capela ou adicionou-se 3 gotas de ácido
Sulfurico concentrado e novamente foi agitado por um curto período de tempo. Observou-se
que não houve mudança na coloração de nenhum dos extratos, conclui-se que não há
presença de triterpenos.

IDENTIFICAÇÃO DA SAPONINAS

Foi utilizada a solução com clorofórmio que foi usada no teste de triterpenos, onde a solução
foi redissolvida em 10 ml de água destilada filtrou-se a solução e a mesma foi transferido 4 ml
da solução para um tubo de ensaio.Onde agitou-se por 3 minutos e deixou-se descansar as
amostras. No extrato das flores houve a produção de espuma assim havendo presença de
saponinas.Já no extrato das folhas não houve produção assim não tendo presença de
saponinas.

IDENTIFICAÇÃO DE FLAVANÓIDES

Identificou-se 3 tubos de ensaio nas numerações 1 a 3, adicionou-se 4 ml dos extratos em cada


um.O primeiro tubo foi acidulado com 4 gotas da solução de ácido clorídrico Ph=3 e depois
aquecido no Bico de Bunsen de 2-3 minutos. O segundo tubo foi alcalinizado com 20 gotas da
solução de hidróxido de sódio ph=8,5.E o terceiro tubo também foi alcalinizado com 24 da
solução de Hidroxido de Sódio e aquecido no Bico de Bunsen por 2-3 minutos. Nos 3 tubos do
extrato das flores deu positivo pra presença de Flavanoides so mudando a intensidade o
primeiro tubo teve a presença de antocianidas,chalconas e leucoantocianidas, o segundo tubo
teve presença de leucoantocianidinas e o terceiro presença de chalconas e auronas., nas folhas
só ocorreu a presença de Flavanóides (Flavonas,Xantonas e Flavonois) no tubo 2 e 3.

IDENTIFICAÇÃO DE CUMARINAS

Com um tubo capilar recolha amostras dos extratos e faça duas manchas fortes no papel filtro
não fluorescente, aplique-nas manchas uma gota de hidróxido de potássio espere secar e
depois leve para a câmade luz UV. Observou-se que houve fluorescência no extrato das flores
e assim presença de cumarinas, já no extrato das folhas não houve fluorescência não há
presença.

CONCLUSÃO

O Hibiscus sabdariffa é uma planta estratégica para usos medicinais, apresentando


inúmeras atividades terapêuticas. Nos testes fitoquímicos foram verificadas a presença
de taninos, alcaloides e flavonoides, explicando algumas atividades terapêuticas como
antibacteriana, diuréticas e outras, bem como a presença de flavonoides, estes sendo os
principais responsáveis pela atividade antioxidante. A espécie vegetal é bastante
promissora para utilização como fitoterápico. Com os resultados obtidos podemos
possibilitar perspectivas promissoras para uma gama de interesses e aplicações, bem
como potenciais alegações de saúde, incentivando estudos futuros.
Com relação aos testes fitoquímicos observou-se a presença moderada tanto para o caule
quanto para a folha do Hibiscus Sabdariffa L (vinagreira) para as saponinas (ação
antinflamatória e analgésica). Os taninos condensados e hidrolisáveis (antioxidantes) foram
encontrados fracamente no caule e folhas, os alcalóides e terpenos não foram detectados. A
resina (ação protetora) apresentou-se moderadamente no caule, enquanto para os
flavonóides (ação alopática e antioxidante) o caule apresentou-se fortemente e na folha
moderada

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