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Instituto de História

Curso de Graduação em História


Disciplina: História Oral, Corpo e Resistência.
Horário: 18h-20h (segundas e quartas) Período: 2/2018

Professores:
Juniele Rabêlo de Almeida
João da Mata

Ementa: Práticas/ações de pesquisa e ensino em projetos que utilizam a história oral (história oral de vida,
história oral temática, história oral testemunhal e tradição oral) a partir das reflexões sobre “corpo e
resistência”. Entrecruzamento dos conceitos de “memória, tempo, experiência e narrativa” para uma
ação/investigação que circunscreva e implique o corpo como questão de estudo da história oral – narrativas
contadas e sentidas (“história corporal”). O trabalho corporal desenvolvido nas diversas ações sociais e sua
capacidade de incidir sobre as práticas de liberdade no tempo presente. A relação corpo-política e as possíveis
práticas de resistência; observação dos mecanismos de disciplina e controle que operam nos trabalhos de
memória. Narrativas autobiográficas, resistência e cultura libertária a partir da observação dos movimentos e
sentidos da Capoeira Angola: musicalidade e teatralidade; práticas de cuidado e narrativas de si.

Sobre os encontros e avaliações:


 Discussões teórico-metodológicas e historiográficas
 Práticas corporais experimentadas em sala de aula
 Movimentos, jogos e rodas de Capoeira Angola com capoeiristas convidados
 Realização de entrevistas públicas (contadas, jogadas, cantadas, performatizadas...)
 Construção de narrativas autobiográficas - escrita de si em movimento.

Oficinas com o professor João da Mata


- Corpo e as histórias inscritas em gestos, posturas e atitudes
- Risco é sinônimo de liberdade. O máximo de segurança é servidão: medos e limites de nossos corpos
- Corpo e espontaneidade: entre a auto-regulação e a hetero-regulação
- Capoeira Angola e as práticas de cuidado de si
- Capoeira Angola: movimentos e a “roda da vida”
- Capoeira Angola, musicalidade e teatralidade

Objetivos: O curso tem por objetivo debater, a partir das reflexões sobre “corpo e resistência”, as questões
teórico-metodológicas da história oral. Discutir as práticas/ações de pesquisa e ensino em projetos que
utilizam a história oral (história oral de vida, história oral temática, história oral testemunhal e tradição oral) a
partir do entrecruzamento dos conceitos de “memória, tempo, experiência e narrativa”. Para tanto, abordará
as interpretações dialógicas sobre os “passados presentes” por meio do trabalho de memória construído
pelos próprios sujeitos históricos/sujeitos coletivos (narrativas autobiográficas). Estabelecer diálogos entre os
saberes (acadêmicos, escolares e das comunidades de sentido) na história do tempo presente. Promover a
construção de um acervos de história oral que contemple ações narrativas (autobiográficas). Buscar uma
ação/investigação que circunscreva e implique o corpo como questão de estudo da história oral – narrativas
contadas e sentidas (uma “história corporal”). Investigar o trabalho corporal desenvolvido nas diversas ações
sociais e sua capacidade de incidir sobre as práticas de liberdade no tempo presente (cultura libertária).
Problematizar as narrativas autobiográficas, referentes à resistência, a partir da observação dos movimentos e
sentidos da Capoeira Angola: musicalidade e teatralidade; práticas de cuidado e narrativas de si. Na interface
entre “corpo e história”, discutir a relação corpo-política, ao observar as possíveis práticas de resistência nos
trabalhos de memória – atentos aos mecanismos de disciplina e controle que operam nos trabalhos de
memória.
Bibliografia Geral sobre História Oral

ALBERTI, Verena. Ouvir contar: Textos em história oral. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2004.
ALMEIDA, Juniele Rabêlo; ANDRADE, Everardo. Trajetórias Docentes e História Pública: A construção de um
acervo com narrativas de professores. In: ALMEIDA. Juniele Rabêlo; MENESES, Sônia (Orgs.). História Pública
em debate: Patrimônio, educação e mediações do passado. São Paulo: Letra e Voz, 2018.
ALMEIDA. Juniele Rabêlo. História Oral e Movimento Social: Narrativas Públicas. Coleção História Oral e
Dimensões do público. São Paulo: Letra e Voz, 2016.
FERREIRA, Marieta de Morais. Demandas sociais e História do Tempo Presente. In: VARELLA, Flávia Florentino
et al (orgs.). Tempo presente & usos do passado. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2012.
FERREIRA, Marieta Morais, AMADO, Janaina (Orgs.). Usos e abusos da História Oral. Rio de Janeiro: Fundação
Getúlio Vargas, 1996.
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digital, e vice‐versa. In: MAUAD, Ana Maria; ALMEIDA, Juniele Rabêlo de; SANTHIAGO, Ricardo. História
pública no Brasil: Sentidos e itinerários. São Paulo: Letra e Voz, 2016.
HALBAWCS, Maurice. A memória coletiva. São Paulo: Vértice, 1990.
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MATTOS, Hebe (Org.). História Oral e Comunidade. Reparações e culturas negras. Coleção História Oral e
Dimensões do público. São Paulo: Letra e Voz, 2016.
MATTOS, Hebe; ABREU, Martha; GURAN, Milton. Por uma história pública dos africanos escravizados no
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MAUAD, Ana Maria (Org.). História Oral e Mídia. Coleção História Oral e Dimensões do público. São Paulo:
Letra e Voz, 2016.
MAUAD, Ana Maria. Usos do passado e história pública: a trajetória do Laboratório de História Oral e Imagem
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MEIHY, José Carlos Sebe Bom; HOLANDA, Fabíola. História oral: como fazer, como pensar. 2. ed. São Paulo:
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PORTELLI, Alessandro. Ensaios de história oral. São Paulo: Letra e Voz, 2010.
PORTELLI, Alessandro. História Oral como arte da escuta. São Paulo: Letra e Voz, 2016.
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RICOEUR, Paul. Tempo e narrativa. Campinas: Papirus, 1994.
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Bibliografia Geral sobre Corpo e Resistência

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DUMOULIÉ, C. A capoeira, uma filosofia do corpo. Disponível em http://www.revue-
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FREIRE, Roberto. Soma: uma terapia anarquista – a alma é o corpo - Vol. 1. Rio de Janeiro: Guanabara, 1988.
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FREIRE, Roberto & MATA, João da. Soma: uma terapia anarquista – corpo a corpo – Vol. 3. São Paulo: Sol e
Chuva, 1996.
FRIGERIO, Alejandro. Capoeira: de arte negra a esporte branco. In Revista Brasileira de Ciências Sociais, nº 10,
Vol. 4. ANPOCS, 1989.
LA BOÉTIE, Étienne de. Discurso da Servidão Voluntária. São Paulo: Editora Martin Claret, 2011.
MACHADO, Roberto. In Introdução ao livro Microfísica do Poder de Michel Foucault. São Paulo: Graal, 2010.
ONFRAY, Michel. A Arte de ter prazer: por um materialismo hedonista. São Paulo: Martins Fontes, 1999.
_____.A Escultura de Si: a moral estética. Rio de Janeiro: Rocco, 1995.
_____.A Política do Rebelde: tratado de resistência e insubmissão. Rio de Janeiro: Rocco, 2001.
PASSETTI, Edson. Éticas dos Amigos – Invenções libertárias da vida. São Paulo: Imaginário, Capes, 2003.
_____.Anarquismos e Sociedade de Controle. São Paulo: Cortez Editora, 2003.
PELBART, Peter P. Vida Capital – Ensaios de Biopolítica. São Paulo: Iluminuras, 2003.
REICH, Wilhelm. A função do orgasmo. São Paulo: Brasiliense, 1984.
_____.A Revolução Sexual. Rio de Janeiro: Zahar, 1976.
_____.Análise do caráter. São Paulo: Martins Fontes, 1998.
_____.Escute, Zé Ninguém! São Paulo: Martins Fontes, 2010.
_____.Origens da Moral Sexual. Lisboa: Dom Quixote, 1988.
_____.Psicologia de Massa do Fascismo. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
SALETE, Oliveira. Política e peste: Crueldade, Plano Beveridge e abolicionismo penal. Tese de Doutorado em
Ciências Sociais, no Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da PUC-SP, Pontifícia Universidade
Católica de São Paulo. 2002.
SANTOS, Rosa Cruz. Heterotopias menores: delirando a vida como obra de arte. In Revista Mnemosine, Vol. 7,
Nº 01. Rio de Janeiro, 2011.
SIMÕES, Gustavo Ferreira. Roberto Freire: Tesão e Anarquia. Dissertação de Mestrado em Ciências Sociais pelo
Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC/SP,
2011.
SOARES, Carlos Eugênio Líbano. A capoeira escrava e outras tradições rebeldes no Rio de Janeiro (1808-1850).
Campinas: Editora da Unicamp, 2004.
VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. A escravidão venceu no Brasil. Nunca foi abolida. Entrevista para O Público.
Disponível em http://www.publico.pt/mundo/noticia/a-escravidao-venceu-no-brasil-nunca-foi-abolida-
1628151. Acesso em: 22 março 2014.

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