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Zenaide Auxiliadora Pachegas Branco, Ana Maria B.

Quiqueto, Bruno Chieregatti e Joao de Sá Brasil,


Silvana Guimarães, Ovidio Lopes da Cruz Netto

Banco do Brasil S.A.

BANCO DO BRASIL
Escriturário
A apostila preparatória é elaborada antes da publicação do Edital Oficial com base no edital anterior,
para que o aluno antecipe seus estudos.

FV004-19
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OBRA

BANCO DO BRASIL S.A.

ESCRITURÁRIO

EDITAL Nº 01 - 2018/001 BB, DE 06 DE MARÇO DE 2018

AUTORES
Língua Portuguesa - Profª Zenaide Auxiliadora Pachegas Branco
Língua Inglesa - Profª Ana Maria B. Quiqueto
Matemática - Profº Bruno Chieregatti e Joao de Sá Brasil
Atualidades do Mercado Financeiro - Profª Silvana Guimarães
Probabilidade e Estatística - Profª Silvana Guimarães
Conhecimentos Bancários - Profª Silvana Guimarães
Conhecimentos de Informática - Profº Ovidio Lopes da Cruz Netto

PRODUÇÃO EDITORIAL/REVISÃO
Elaine Cristina
Erica Duarte
Leandro Filho

DIAGRAMAÇÃO
Elaine Cristina
Thais Regis
Danna Silva

CAPA
Joel Ferreira dos Santos

www.novaconcursos.com.br

sac@novaconcursos.com.br
SUMÁRIO

LÍNGUA PORTUGUESA
Emprego do acento indicativo de crase........................................................................................................................................................................ 01
Concordância verbal e nominal.........................................................................................................................................................................................03
Regência verbal e nominal...................................................................................................................................................................................................08
Colocação pronominal dos pronomes oblíquos átonos (próclise, mesóclise e ênclise).............................................................................14
Emprego dos sinais indicativos de pontuação: vírgula, ponto, ponto e vírgula, dois-pontos, reticências, aspas, travessão e pa-
rênteses.......................................................................................................................................................................................................................................16

LÍNGUA INGLESA
Conhecimento de um vocabulário fundamental e dos aspectos gramaticais básicos para a interpretação de textos técni-
cos................................................................................................................................................................................................................................. 01

MATEMÁTICA
Lógica proposicional..............................................................................................................................................................................................................01
Noções de conjuntos.............................................................................................................................................................................................................16
Relações e funções..................................................................................................................................................................................................................20
Funções polinomiais...............................................................................................................................................................................................................29
Funções exponenciais e logarítmicas..............................................................................................................................................................................38
Matrizes; Determinantes.......................................................................................................................................................................................................41
Sistemas lineares......................................................................................................................................................................................................................47
Sequências.................................................................................................................................................................................................................................50
Progressões aritméticas e progressões geométricas................................................................................................................................................51
Matemática financeira...........................................................................................................................................................................................................56

PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
Estatística e Probabilidade: Análise combinatória; Noções de probabilidade; Probabilidade condicional; Noções de
estatística; População e amostra; Análise e interpretação de tabelas e gráficos; Regressão, tendências, extrapolações e
interpolações; Tabelas de distribuição empírica de variáveis e histogramas; Estatística descritiva (média, mediana, variância,
desvio padrão, percentis, quartis, outliers, covariância)..................................................................................................................................01

CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Estrutura do Sistema Financeiro Nacional: Conselho Monetário Nacional. Banco Central do Brasil. Bancos Múltiplos. Bancos
Comerciais. Caixas Econômicas. Bancos de Câmbio. BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social. Bancos
de Desenvolvimento. Bancos de Investimento. Cooperativas de Crédito. Bancos Comerciais Cooperativos. Administradoras de
Consórcios. Corretoras de Câmbio. Sociedade Corretora de Títulos e Valores Mobiliários. Sociedade Distribuidora de Títulos e
Valores Mobiliários. Companhias Hipotecárias. Agências de Fomento. Sociedades de Crédito, Financiamento e Investimento.
Sociedades de Arrendamento Mercantil. Sociedades de Crédito Imobiliário. Sociedades de Crédito ao Microempreendedor.
Associações de Poupança e Empréstimo. Instituições de Pagamento. Sociedades Administradoras de Cartões de Crédito.
COPOM – Comitê de Política Monetária. Comissão de Valores Mobiliários. Bolsas de Valores. Bolsas de Mercadorias e de Futuros.
SUMÁRIO
Sistema Especial de Liquidação e Custódia (SELIC). Central de Liquidação Financeira e de Custódia de Títulos (CETIP). Conselho
de Recursos do Sistema Financeiro Nacional....................................................................................................................................................................01
Produtos e serviços financeiros: depósitos à vista. Depósitos a prazo (CDB e RDB). Letras de câmbio. Cobrança e pagamento
de títulos e carnês. Transferências bancárias automáticas. Arrecadação de tributos e tarifas públicas. Internet banking. CCB –
Cédula de Crédito Bancário. Hot money. Contas garantidas. Crédito rotativo. Descontos de títulos. Financiamento de capital
de giro. Vendor finance/compror finance. Leasing (tipos, funcionamento, bens). Financiamento de capital fixo. Crédito direto
ao consumidor. Crédito rural. Cadernetas de poupança. Financiamento à importação e à exportação. Repasses de recursos do
BNDES. Fomento Mercantil (factoring). Cartões de Crédito. Títulos de Capitalização. Planos de aposentadoria e pensão privados.
Seguros, Previdência Complementar e Capitalização...................................................................................................................................................25
Mercado de capitais: Ações – características e direitos. Debêntures. Notas Promissórias Comerciais (“comercial papers”).
Diferenças entre companhias abertas e companhias fechadas. Operações de distribuição de valores mobiliários de renda
variável e de títulos de dívida (“underwriting”). Funcionamento do mercado à vista de ações. Mercado de balcão. Fundos de
Investimento. Conceitos e operações de “corporate finance”...................................................................................................................................54
Mercado de câmbio: Operações básicas............................................................................................................................................................................65
Operações com derivativos: características básicas do funcionamento do mercado a termo, do mercado de opções, do mercado
futuro e das operações de swap.............................................................................................................................................................................................69
Garantias no Sistema Financeiro Nacional: Aval Fiança. Penhor mercantil. Alienação fiduciária. Hipoteca. Fianças bancárias. Fundo
Garantidor de Créditos (FGC)...................................................................................................................................................................................................72
Crime de lavagem de dinheiro: conceito e etapas. Prevenção e combate ao crime de lavagem de dinheiro: Lei nº 9.613/1998
e suas alterações, Circular Bacen nº 3.461/2009 e suas alterações e Carta-Circular Bacen nº3.542/2012. COAF – Conselho de
Controle de Atividades Financeiras.......................................................................................................................................................................................76
Autorregulação Bancária............................................................................................................................................................................................................81

CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
Linguagens de programação: Java (SE 8 e EE 7), Phyton 3.6, JavaScript/EcmaScript 6, Scala 2.12 e Pig 0.16; ..................................01
Estruturas de dados e algoritmos: busca sequencial e busca binária sobre arrays, ordenação (métodos da bolha, ordenação por
seleção, ordenação por inserção, lista encadeada, pilha, fila, noções sobre árvore binária), noções de algoritmos de aprendiza-
do supervisionados e não supervisionados;.................................................................................................................................................................16
Banco de dados: conceitos de banco de dados e sistemas gerenciadores de bancos de dados (SGBD), modelagem conceitual
de dados (a abordagem entidaderelacionamento), modelo relacional de dados (conceitos básicos, normalização), banco de
dados SQL (linguagem SQL SQL2008), linguagem HiveQL (Hive 2.2.0)), banco de dados NoSQL (conceitos básicos, bancos
orientados a grafos, colunas, chave/valor e documentos), data Warehouse (modelagem conceitual para data warehouses, da-
dos multidimensionais);........................................................................................................................................................................................................18
Tecnologias web: HTML 5, CSS 3, XML 1.1, Json (ECMA-404), Angular.js 1.6.x, Node.js 6.11.3, REST; ..................................................24
Manipulação e visualização de dados: linguagem R 3.4.2 e R Studio 5.1, OLAP ..........................................................................................33
MS Excel 2013 ..........................................................................................................................................................................................................................36
Sistema de arquivos e ingestão de dados: conceitos de MapReduce, HDFS/Hadoop/YARN 2.7.4, Ferramentas de ingestão de
dados (Sqoop 1.4.6, Flume 1.7.0, NiFi 1.3.0 e Kafka 0.11.0)....................................................................................................................................54
ÍNDICE

LÍNGUA PORTUGUESA

Emprego do acento indicativo de crase........................................................................................................................................................................ 01


Concordância verbal e nominal.........................................................................................................................................................................................03
Regência verbal e nominal...................................................................................................................................................................................................08
Colocação pronominal dos pronomes oblíquos átonos (próclise, mesóclise e ênclise).............................................................................14
Emprego dos sinais indicativos de pontuação: vírgula, ponto, ponto e vírgula, dois-pontos, reticências, aspas, travessão e pa-
rênteses.......................................................................................................................................................................................................................................16
EMPREGO DO ACENTO INDICATIVO DE
#FicaDica
CRASE Use a regrinha “Vou A volto DA, crase HÁ; vou
A volto DE, crase PRA QUÊ?” Exemplo: Vou a
Campinas. = Volto de Campinas. (crase pra
quê?)
A crase se caracteriza como a fusão de duas vogais
Vou à praia. = Volto da praia. (crase há!)
idênticas, relacionadas ao emprego da preposição “a” com
o artigo feminino a(s), com o “a” inicial referente aos pro-
nomes demonstrativos – aquela(s), aquele(s), aquilo e com
o “a” pertencente ao pronome relativo a qual (as quais). Quando o nome de lugar estiver especificado, ocorrerá
Casos estes em que tal fusão encontra-se demarcada pelo crase. Veja:
acento grave ( ` ): à(s), àquela, àquele, àquilo, à qual, às Retornarei à São Paulo dos bandeirantes. = mesmo que,
quais. pela regrinha acima, seja a do “VOLTO DE”
O uso do acento indicativo de crase está condicionado Irei à Salvador de Jorge Amado.
aos nossos conhecimentos acerca da regência verbal e no-
A letra “a” dos pronomes demonstrativos aquele(s),
minal, mais precisamente ao termo regente e termo regido.
aquela(s) e aquilo receberão o acento grave se o termo re-
Ou seja, o termo regente é o verbo - ou nome - que exige
gente exigir complemento regido da preposição “a”.
complemento regido pela preposição “a”, e o termo regido
Entregamos a encomenda àquela menina.
é aquele que completa o sentido do termo regente, admi-
(preposição + pronome demonstrativo)
tindo a anteposição do artigo a(s).
Refiro-me a (a) funcionária antiga, e não a (a)quela con- Iremos àquela reunião.
tratada recentemente. (preposição + pronome demonstrativo)
Após a junção da preposição com o artigo (destacados
entre parênteses), temos: Sua história é semelhante às que eu ouvia quando crian-
Refiro-me à funcionária antiga, e não àquela contratada ça. (àquelas que eu ouvia quando criança)
recentemente. (preposição + pronome demonstrativo)
O verbo referir, de acordo com sua transitividade, classi- A letra “a” que acompanha locuções femininas (adver-
fica-se como transitivo indireto, pois sempre nos referimos biais, prepositivas e conjuntivas) recebem o acento grave:
a alguém ou a algo. Houve a fusão da preposição a + o  locuções adverbiais: às vezes, à tarde, à noite, às
artigo feminino (à) e com o artigo feminino a + o pronome pressas, à vontade...
demonstrativo aquela (àquela).  locuções prepositivas: à frente, à espera de, à pro-
cura de...
Observações importantes:  locuções conjuntivas: à proporção que, à medida que.
Alguns recursos servem de ajuda para que possamos
confirmar a ocorrência ou não da crase. Eis alguns: Cuidado: quando as expressões acima não exercerem a
 Substitui-se a palavra feminina por uma masculina função de locuções não ocorrerá crase. Repare:
equivalente. Caso ocorra a combinação a + o(s), a Eu adoro a noite!
crase está confirmada. Adoro o quê? Adoro quem? O verbo “adoro” requer
Os dados foram solicitados à diretora. objeto direto, no caso, a noite. Aqui, o “a” é artigo, não
Os dados foram solicitados ao diretor. preposição.
 No caso de nomes próprios geográficos, substitui-se
o verbo da frase pelo verbo voltar. Caso resulte na Casos passíveis de nota:
expressão “voltar da”, há a confirmação da crase.
Faremos uma visita à Bahia.  A crase é facultativa diante de nomes próprios femi-
Faz dois dias que voltamos da Bahia. (crase confirmada) ninos: Entreguei o caderno a (à) Eliza.
 Também é facultativa diante de pronomes possessi-
Não me esqueço da viagem a Roma. vos femininos: O diretor fez referência a (à) sua em-
Ao voltar de Roma, relembrarei os belos momentos ja- presa.
mais vividos.  Facultativa em locução prepositiva “até a”: A loja fi-
LÍNGUA PORTUGUESA

cará aberta até as (às) dezoito horas.


Nas situações em que o nome geográfico se apresentar  Constata-se o uso da crase se as locuções prepositivas
modificado por um adjunto adnominal, a crase está con- à moda de, à maneira de apresentarem-se implícitas,
firmada. mesmo diante de nomes masculinos: Tenho compulsão
Atendo-me à bela Fortaleza, senti saudades de suas por comprar sapatos à Luis XV. (à moda de Luís XV)
praias.  Não se efetiva o uso da crase diante da locução ad-
verbial “a distância”: Na praia de Copacabana, obser-
vamos a queima de fogos a distância.

1
Entretanto, se o termo vier determinado, teremos uma  Não ocorre crase antes de nome feminino utilizado
locução prepositiva, aí sim, ocorrerá crase: O pedestre foi em sentido genérico ou indeterminado:
arremessado à distância de cem metros. Estamos sujeitos a críticas.
Refiro-me a conversas paralelas.
 De modo a evitar o duplo sentido – a ambiguidade
-, faz-se necessário o emprego da crase. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Ensino à distância. SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
Ensino a distância. coni. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
 Em locuções adverbiais formadas por palavras repe- Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Cereja,
tidas, não há ocorrência da crase. Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São Paulo:
Ela ficou frente a frente com o agressor. Saraiva, 2010.
Eu o seguirei passo a passo.
SITE
Casos em que não se admite o emprego da crase: http://www.portugues.com.br/gramatica/o-uso-crase-.
html
Antes de vocábulos masculinos.
As produções escritas a lápis não serão corrigidas.
Esta caneta pertence a Pedro. EXERCÍCIOS COMENTADOS
Antes de verbos no infinitivo.
Ele estava a cantar. 1. (Polícia Federal – Agente de Polícia Federal – Ces-
Começou a chover. pe – 2014 – adaptada) O acento indicativo de crase em
“à humanidade e à estabilidade” é de uso facultativo, razão
Antes de numeral. por que sua supressão não prejudicaria a correção grama-
tical do texto.
O número de aprovados chegou a cem.
Faremos uma visita a dez países.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Observações:
Resposta: Errado. Retomemos o contexto: (...) O uso in-
 Nos casos em que o numeral indicar horas – funcio-
nando como uma locução adverbial feminina – ocor- devido de drogas constitui, na atualidade, séria e persis-
rerá crase: Os passageiros partirão às dezenove horas. tente ameaça à humanidade e à estabilidade das estrutu-
 Diante de numerais ordinais femininos a crase está ras e valores políticos (...).
confirmada, visto que estes não podem ser emprega- O uso do acento indicativo de crase é obrigatório, já que
dos sem o artigo: As saudações foram direcionadas à os termos “humanidade” e “estabilidade” complemen-
primeira aluna da classe. tam o nome “ameaça” – “ameaça a quê? a quem?” = a
 Não ocorrerá crase antes da palavra casa, quando regência nominal pede preposição.
essa não se apresentar determinada: Chegamos todos
exaustos a casa. 2. (TCE-PA – Conhecimentos Básicos – AUDITOR DE
Entretanto, se vier acompanhada de um adjunto adno- CONTROLE EXTERNO – EDUCACIONAL – Cespe –
minal, a crase estará confirmada: Chegamos todos exaustos 2016)
à casa de Marcela.
Texto CB1A1BBB
 Não há crase antes da palavra “terra”, quando essa
indicar chão firme: Quando os navegantes regressa- Estranhamente, governos estaduais cujas despesas com o
ram a terra, já era noite. funcionalismo já alcançaram nível preocupante ou que es-
Contudo, se o termo estiver precedido por um determi- touraram o limite de gastos com pessoal fixado pela Lei
nante ou referir-se ao planeta Terra, ocorrerá crase. Complementar n.º 101/2000, denominada Lei de Respon-
Paulo viajou rumo à sua terra natal. sabilidade Fiscal (LRF), estão elaborando sua própria legis-
O astronauta voltou à Terra. lação destinada a assegurar, como alegam, maior rigor na
 Não ocorre crase antes de pronomes que requerem gestão de suas finanças. Querem uma nova lei de respon-
o uso do artigo. sabilidade fiscal para, segundo argumentam, fortalecer a
Os livros foram entregues a mim. estrutura legal que protege o dinheiro público do mau uso
Dei a ela a merecida recompensa.
LÍNGUA PORTUGUESA

por gestores irresponsáveis.


Examinando-se a situação financeira dos estados que pre-
 Pelo fato de os pronomes de tratamento relativos à
param sua versão da lei de responsabilidade fiscal, fica difícil
senhora, senhorita e madame admitirem artigo, o uso
aceitar a argumentação. Desde maio de 2000, quando entrou
da crase está confirmado no “a” que os antecede, no
caso de o termo regente exigir a preposição. em vigor a LRF, esses estados, como os demais, estão sujei-
Todos os méritos foram conferidos à senhorita Patrícia. tos a regras precisas para a gestão do dinheiro público, para
a criação de despesas e, em particular, para os gastos com

2
pessoal. Por que, tendo descumprido algumas dessas regras,
estariam interessados em torná-las ainda mais rigorosas? CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL
Não foi a lei que não funcionou, mas os responsáveis pelo
dinheiro público que, por alguma razão, não a cumpriram.
De que adiantaria, então, tornar a lei mais rigorosa, se nem Os concurseiros estão apreensivos.
nas condições atuais esses responsáveis estão sendo capa- Concurseiros apreensivos.
zes de cumpri-la? O problema não está na lei. Mudá-la pode
ser o pretexto não para torná-la mais rigorosa, mas para atri- No primeiro exemplo, o verbo estar se encontra na ter-
buir-lhe alguma flexibilidade que a desfigure. O verdadeiro ceira pessoa do plural, concordando com o seu sujeito, os
problema é a dificuldade do setor público de adaptar suas concurseiros. No segundo exemplo, o adjetivo “apreensivos”
despesas às receitas em queda por causa da crise. está concordando em gênero (masculino) e número (plural)
com o substantivo a que se refere: concurseiros. Nesses dois
Internet: <http://opiniao.estadao.com.br> (com adapta- exemplos, as flexões de pessoa, número e gênero se corres-
ções). pondem. A correspondência de flexão entre dois termos é a
O emprego do acento grave em “às receitas” decorre da re- concordância, que pode ser verbal ou nominal.
gência do verbo “adaptar” e da presença do artigo definido
feminino determinando o substantivo “receitas”. 1. Concordância Verbal

É a flexão que se faz para que o verbo concorde com


( ) CERTO ( ) ERRADO
seu sujeito.
Resposta: Certo. Texto: O verdadeiro problema é a di- 1.1. Sujeito Simples - Regra Geral
ficuldade do setor público de adaptar suas despesas às O sujeito, sendo simples, com ele concordará o verbo
receitas em queda por causa da crise = quem adapta, em número e pessoa. Veja os exemplos:
adapta algo/alguém A algo/alguém. A prova para ambos os cargos será aplicada
às 13h.
3. (Fnde – Técnico em Financiamento e Execução de 3.ª p. Singular 3.ª p. Singular
Programas e Projetos Educacionais – cespe – 2012) O
emprego do sinal indicativo de crase em “adequando os ob- Os candidatos à vaga chegarão às 12h.
jetivos às necessidades” justifica-se pela regência do verbo 3.ª p. Plural 3.ª p. Plural
adequar, que exige complemento regido pela preposição
“a”, e pela presença de artigo definido feminino antes de 1.1.1. Casos Particulares
“necessidades”.
A) Quando o sujeito é formado por uma expressão par-
( ) CERTO ( ) ERRADO titiva (parte de, uma porção de, o grosso de, metade
de, a maioria de, a maior parte de, grande parte de...)
Resposta: Certo. Adequar o quê? – os objetivos (objeto seguida de um substantivo ou pronome no plural, o
direto) – adequar o quê a quê? – a + as (=às) necessida- verbo pode ficar no singular ou no plural.
des – objeto indireto. A explicação do enunciado está A maioria dos jornalistas aprovou / aprovaram a ideia.
correta. Metade dos candidatos não apresentou / apresentaram
proposta.
4. (Tribunal de Justiça-se – Técnico Judiciário – cespe
– 2014 – adaptada) No trecho “deu início à sua cami- Esse mesmo procedimento pode se aplicar aos casos
nhada cósmica”, o emprego do acento grave indicativo de dos coletivos, quando especificados: Um bando de vânda-
crase é obrigatório. los destruiu / destruíram o monumento.

( ) CERTO ( ) ERRADO Observação:


Nesses casos, o uso do verbo no singular enfatiza a uni-
Resposta: Errado. “deu início à sua caminhada cósmi- dade do conjunto; já a forma plural confere destaque aos
ca” – o uso do acento indicativo de crase, neste caso, é elementos que formam esse conjunto.
facultativo (antes de pronome possessivo).
B) Quando o sujeito é formado por expressão que indi-
LÍNGUA PORTUGUESA

ca quantidade aproximada (cerca de, mais de, menos


de, perto de...) seguida de numeral e substantivo, o
verbo concorda com o substantivo.
Cerca de mil pessoas participaram do concurso.

Perto de quinhentos alunos compareceram à solenidade.


Mais de um atleta estabeleceu novo recorde nas últimas
Olimpíadas.

3
Observação: Os 30% da produção de soja serão exportados.
Quando a expressão “mais de um” se associar a verbos Esses 2% da prova serão questionados.
que exprimem reciprocidade, o plural é obrigatório: Mais F) O pronome “que” não interfere na concordância; já
de um colega se ofenderam na discussão. (ofenderam um o “quem” exige que o verbo fique na 3.ª pessoa do
ao outro) singular.
Fui eu que paguei a conta.
C) Quando se trata de nomes que só existem no plu- Fomos nós que pintamos o muro.
ral, a concordância deve ser feita levando-se em És tu que me fazes ver o sentido da vida.
conta a ausência ou presença de artigo. Sem ar- Sou eu quem faz a prova.
tigo, o verbo deve ficar no singular; com artigo no Não serão eles quem será aprovado.
plural, o verbo deve ficar o plural.
Os Estados Unidos possuem grandes universidades. G) Com a expressão “um dos que”, o verbo deve assu-
Estados Unidos possui grandes universidades. mir a forma plural.
Alagoas impressiona pela beleza das praias. Ademir da Guia foi um dos jogadores que mais encanta-
As Minas Gerais são inesquecíveis. ram os poetas.
Minas Gerais produz queijo e poesia de primeira. Este candidato é um dos que mais estudaram!

D) Quando o sujeito é um pronome interrogativo ou  Se a expressão for de sentido contrário – nenhum


indefinido plural (quais, quantos, alguns, poucos, dos que, nem um dos que -, não aceita o verbo no
muitos, quaisquer, vários) seguido por “de nós” ou “de singular:
vós”, o verbo pode concordar com o primeiro prono- Nenhum dos que foram aprovados assumirá a vaga.
me (na terceira pessoa do plural) ou com o pronome Nem uma das que me escreveram mora aqui.
pessoal.
Quais de nós são / somos capazes?  Quando “um dos que” vem entremeada de substan-
Alguns de vós sabiam / sabíeis do caso? tivo, o verbo pode:
Vários de nós propuseram / propusemos sugestões ino-
vadoras. 1. ficar no singular – O Tietê é um dos rios que atravessa
o Estado de São Paulo. (já que não há outro rio que
Observação: faça o mesmo).
Veja que a opção por uma ou outra forma indica a in- 2. ir para o plural – O Tietê é um dos rios que estão po-
clusão ou a exclusão do emissor. Quando alguém diz ou luídos (noção de que existem outros rios na mesma
escreve “Alguns de nós sabíamos de tudo e nada fizemos”, condição).
ele está se incluindo no grupo dos omissos. Isso não ocorre
ao dizer ou escrever “Alguns de nós sabiam de tudo e nada H) Quando o sujeito é um pronome de tratamento, o
fizeram”, frase que soa como uma denúncia. verbo fica na 3ª pessoa do singular ou plural.
Nos casos em que o interrogativo ou indefinido estiver Vossa Excelência está cansado?
no singular, o verbo ficará no singular. Vossas Excelências renunciarão?
Qual de nós é capaz?
Algum de vós fez isso. I) A concordância dos verbos bater, dar e soar faz-se de
acordo com o numeral.
E) Quando o sujeito é formado por uma expressão que Deu uma hora no relógio da sala.
indica porcentagem seguida de substantivo, o verbo Deram cinco horas no relógio da sala.
deve concordar com o substantivo. Soam dezenove horas no relógio da praça.
25% do orçamento do país será destinado à Educação. Baterão doze horas daqui a pouco.
85% dos entrevistados não aprovam a administração do
prefeito. Observação:
1% do eleitorado aceita a mudança. Caso o sujeito da oração seja a palavra relógio, sino, tor-
1% dos alunos faltaram à prova. re, etc., o verbo concordará com esse sujeito.
O tradicional relógio da praça matriz dá nove horas.
 Quando a expressão que indica porcentagem não é Soa quinze horas o relógio da matriz.
seguida de substantivo, o verbo deve concordar com
LÍNGUA PORTUGUESA

o número. J) Verbos Impessoais: por não se referirem a nenhum


25% querem a mudança. sujeito, são usados sempre na 3.ª pessoa do singular.
1% conhece o assunto. São verbos impessoais: Haver no sentido de existir;
Fazer indicando tempo; Aqueles que indicam fenô-
 Se o número percentual estiver determinado por ar- menos da natureza. Exemplos:
tigo ou pronome adjetivo, a concordância far-se-á Havia muitas garotas na festa.
com eles: Faz dois meses que não vejo meu pai.
Chovia ontem à tarde.

4
1.2. Sujeito Composto Drummond ou Bandeira representam a essência da poe-
sia brasileira.
A) Quando o sujeito é composto e anteposto ao verbo, Nem o professor nem o aluno acertaram a resposta.
a concordância se faz no plural:
Pai e filho conversavam longamente. Em ambas as orações, as conjunções dão ideia de “adi-
Sujeito ção”. Já em:
Juca ou Pedro será contratado.
Pais e filhos devem conversar com frequência. Roma ou Buenos Aires será a sede da próxima Olimpíada.
Sujeito
Temos ideia de exclusão, por isso os verbos ficam no
B) Nos sujeitos compostos formados por pessoas gra- singular.
maticais diferentes, a concordância ocorre da se-
guinte maneira: a primeira pessoa do plural (nós)  Com as expressões “um ou outro” e “nem um nem
prevalece sobre a segunda pessoa (vós) que, por sua outro”, a concordância costuma ser feita no singular.
vez, prevalece sobre a terceira (eles). Veja: Um ou outro compareceu à festa.
Teus irmãos, tu e eu tomaremos a decisão. Nem um nem outro saiu do colégio.
Primeira Pessoa do Plural (Nós)
Tu e teus irmãos tomareis a decisão.  Com “um e outro”, o verbo pode ficar no plural ou
Segunda Pessoa do Plural (Vós) no singular: Um e outro farão/fará a prova.

Pais e filhos precisam respeitar-se.  Quando os núcleos do sujeito são unidos por “com”,
Terceira Pessoa do Plural (Eles) o verbo fica no plural. Nesse caso, os núcleos recebem
um mesmo grau de importância e a palavra “com” tem
Observação: sentido muito próximo ao de “e”.
Quando o sujeito é composto, formado por um elemen- O pai com o filho montaram o brinquedo.
to da segunda pessoa (tu) e um da terceira (ele), é possível O governador com o secretariado traçaram os planos para o
empregar o verbo na terceira pessoa do plural (eles): “Tu e próximo semestre.
teus irmãos tomarão a decisão.” – no lugar de “tomaríeis”. O professor com o aluno questionaram as regras.
C) No caso do sujeito composto posposto ao verbo,
passa a existir uma nova possibilidade de concordân- Nesse mesmo caso, o verbo pode ficar no singular, se a
cia: em vez de concordar no plural com a totalidade ideia é enfatizar o primeiro elemento.
do sujeito, o verbo pode estabelecer concordância O pai com o filho montou o brinquedo.
com o núcleo do sujeito mais próximo. O governador com o secretariado traçou os planos para o
Faltaram coragem e competência. próximo semestre.
Faltou coragem e competência. O professor com o aluno questionou as regras.
Compareceram todos os candidatos e o banca.
Compareceu o banca e todos os candidatos. Com o verbo no singular, não se pode falar em sujeito
composto. O sujeito é simples, uma vez que as expressões
D) Quando ocorre ideia de reciprocidade, a concordân- “com o filho” e “com o secretariado” são adjuntos adver-
cia é feita no plural. Observe: biais de companhia. Na verdade, é como se houvesse uma
Abraçaram-se vencedor e vencido. inversão da ordem. Veja:
Ofenderam-se o jogador e o árbitro. “O pai montou o brinquedo com o filho.”
“O governador traçou os planos para o próximo semestre
1.2.1. Casos Particulares com o secretariado.”
“O professor questionou as regras com o aluno.”
 Quando o sujeito composto é formado por núcleos
sinônimos ou quase sinônimos, o verbo fica no sin- Casos em que se usa o verbo no singular:
gular.
Descaso e desprezo marca seu comportamento. Café com leite é uma delícia!
A coragem e o destemor fez dele um herói. O frango com quiabo foi receita da vovó.
LÍNGUA PORTUGUESA

 Quando o sujeito composto é formado por núcleos Quando os núcleos do sujeito são unidos por expressões
dispostos em gradação, verbo no singular: correlativas como: “não só... mas ainda”, “não somente”..., “não
Com você, meu amor, uma hora, um minuto, um segundo apenas... mas também”, “tanto...quanto”, o verbo ficará no plural.
me satisfaz. Não só a seca, mas também o pouco caso castigam o Nor-
 Quando os núcleos do sujeito composto são unidos deste.
por “ou” ou “nem”, o verbo deverá ficar no plural, de
acordo com o valor semântico das conjunções: Tanto a mãe quanto o filho ficaram surpresos com a notícia.

5
Quando os elementos de um sujeito composto são resumi- Quando o sujeito ou o predicativo for:
dos por um aposto recapitulativo, a concordância é feita com
esse termo resumidor. A) Nome de pessoa ou pronome pessoal – o verbo SER
Filmes, novelas, boas conversas, nada o tirava da apatia. concorda com a pessoa gramatical:
Trabalho, diversão, descanso, tudo é muito importante na Ele é forte, mas não é dois.
vida das pessoas. Fernando Pessoa era vários poetas.
A esperança dos pais são eles, os filhos.
1.2.2 Outros Casos
B) nome de coisa e um estiver no singular e o outro no
O Verbo e a Palavra “SE” plural, o verbo SER concordará, preferencialmente,
Dentre as diversas funções exercidas pelo “se”, há duas de com o que estiver no plural:
particular interesse para a concordância verbal: Os livros são minha paixão!
A) quando é índice de indeterminação do sujeito; Minha paixão são os livros!
B) quando é partícula apassivadora.
Quando índice de indeterminação do sujeito, o “se” acompa- Quando o verbo SER indicar
nha os verbos intransitivos, transitivos indiretos e de ligação, que
obrigatoriamente são conjugados na terceira pessoa do singular:  horas e distâncias, concordará com a expressão nu-
Precisa-se de funcionários. mérica:
Confia-se em teses absurdas. É uma hora.
Quando pronome apassivador, o “se” acompanha ver- São quatro horas.
bos transitivos diretos (VTD) e transitivos diretos e indire- Daqui até a escola é um quilômetro / são dois quilômetros.
tos (VTDI) na formação da voz passiva sintética. Nesse caso,
o verbo deve concordar com o sujeito da oração. Exemplos:  datas, concordará com a palavra dia(s), que pode
Construiu-se um posto de saúde. estar expressa ou subentendida:
Construíram-se novos postos de saúde. Hoje é dia 26 de agosto.
Aqui não se cometem equívocos Hoje são 26 de agosto.
Alugam-se casas.
 Quando o sujeito indicar peso, medida, quantidade
e for seguido de palavras ou expressões como pouco,
#FicaDica muito, menos de, mais de, etc., o verbo SER fica no
singular:
Para saber se o “se” é partícula apassivadora
Cinco quilos de açúcar é mais do que preciso.
ou índice de indeterminação do sujeito, tente
Três metros de tecido é pouco para fazer seu vestido.
transformar a frase para a voz passiva. Se a fra-
Duas semanas de férias é muito para mim.
se construída for “compreensível”, estaremos
diante de uma partícula apassivadora; se não,
 Quando um dos elementos (sujeito ou predicativo)
o “se” será índice de indeterminação. Veja:
for pronome pessoal do caso reto, com este concor-
Precisa-se de funcionários qualificados.
dará o verbo.
Tentemos a voz passiva:
No meu setor, eu sou a única mulher.
Funcionários qualificados são precisados (ou
Aqui os adultos somos nós.
precisos)? Não há lógica. Portanto, o “se” des-
tacado é índice de indeterminação do sujeito.
Observação:
Agora:
Sendo ambos os termos (sujeito e predicativo) repre-
Vendem-se casas.
sentados por pronomes pessoais, o verbo concorda com o
Voz passiva: Casas são vendidas. Construção
pronome sujeito.
correta! Então, aqui, o “se” é partícula apassi-
Eu não sou ela.
vadora. (Dá para eu passar para a voz passiva.
Ela não é eu.
Repare em meu destaque. Percebeu semelhan-
ça? Agora é só memorizar!)
 Quando o sujeito for uma expressão de sentido par-
titivo ou coletivo e o predicativo estiver no plural, o
verbo SER concordará com o predicativo.
LÍNGUA PORTUGUESA

O Verbo “Ser” A grande maioria no protesto eram jovens.


O resto foram atitudes imaturas.
A concordância verbal dá-se sempre entre o verbo e o
sujeito da oração. No caso do verbo ser, essa concordân- O Verbo “Parecer”
cia pode ocorrer também entre o verbo e o predicativo do O verbo parecer, quando é auxiliar em uma locução ver-
sujeito. bal (é seguido de infinitivo), admite duas concordâncias:

6
 Ocorre variação do verbo PARECER e não se flexiona Observação:
o infinitivo: As crianças parecem gostar do desenho. Os dois últimos exemplos apresentam maior clareza,
pois indicam que o adjetivo efetivamente se refere aos dois
 A variação do verbo parecer não ocorre e o infinitivo substantivos. Nesses casos, o adjetivo foi flexionado no
sofre flexão: plural masculino, que é o gênero predominante quando há
As crianças parece gostarem do desenho. substantivos de gêneros diferentes.
(essa frase equivale a: Parece gostarem do desenho aas Se os substantivos possuírem o mesmo gênero, o adje-
crianças) tivo fica no singular ou plural.
A beleza e a inteligência feminina(s).
O carro e o iate novo(s).
FIQUE ATENTO! C) Expressões formadas pelo verbo SER + adjetivo:
Com orações desenvolvidas, o verbo PARECER O adjetivo fica no masculino singular, se o substanti-
fica no singular. Por exemplo: As paredes pa- vo não for acompanhado de nenhum modificador:
rece que têm ouvidos. (Parece que as paredes Água é bom para saúde.
têm ouvidos = oração subordinada substantiva O adjetivo concorda com o substantivo, se este for mo-
subjetiva). dificado por um artigo ou qualquer outro determinativo:
Esta água é boa para saúde.

D) O adjetivo concorda em gênero e número com os


CONCORDÂNCIA NOMINAL pronomes pessoais a que se refere: Juliana encon-
trou-as muito felizes.
A concordância nominal se baseia na relação entre E) Nas expressões formadas por pronome indefinido
nomes (substantivo, pronome) e as palavras que a eles se neutro (nada, algo, muito, tanto, etc.) + preposição DE
ligam para caracterizá-los (artigos, adjetivos, pronomes + adjetivo, este último geralmente é usado no mascu-
adjetivos, numerais adjetivos e particípios). Lembre-se: lino singular: Os jovens tinham algo de misterioso.
normalmente, o substantivo funciona como núcleo de um
termo da oração, e o adjetivo, como adjunto adnominal. F) A palavra “só”, quando equivale a “sozinho”, tem fun-
A concordância do adjetivo ocorre de acordo com as ção adjetiva e concorda normalmente com o nome a
seguintes regras gerais: que se refere:
A) O adjetivo concorda em gênero e número quando Cristina saiu só.
se refere a um único substantivo: As mãos trêmulas Cristina e Débora saíram sós.
denunciavam o que sentia.
B) Quando o adjetivo refere-se a vários substantivos, a Observação:
concordância pode variar. Podemos sistematizar essa Quando a palavra “só” equivale a “somente” ou “ape-
flexão nos seguintes casos: nas”, tem função adverbial, ficando, portanto, invariável:
Eles só desejam ganhar presentes.
 Adjetivo anteposto aos substantivos:
O adjetivo concorda em gênero e número com o subs-
tantivo mais próximo. #FicaDica
Encontramos caídas as roupas e os prendedores.
Encontramos caída a roupa e os prendedores. Substitua o “só” por “apenas” ou “sozinho”. Se
Encontramos caído o prendedor e a roupa. a frase ficar coerente com o primeiro, trata-se
de advérbio, portanto, invariável; se houver
Caso os substantivos sejam nomes próprios ou de pa- coerência com o segundo, função de adjetivo,
rentesco, o adjetivo deve sempre concordar no plural. então varia:
As adoráveis Fernanda e Cláudia vieram me visitar. Ela está só. (ela está sozinha) – adjetivo
Encontrei os divertidos primos e primas na festa. Ele está só descansando. (apenas descansando)
- advérbio
 Adjetivo posposto aos substantivos:
O adjetivo concorda com o substantivo mais próximo Mas cuidado! Se colocarmos uma vírgula de-
ou com todos eles (assumindo a forma masculina pois de “só”, haverá, novamente, um adjetivo:
LÍNGUA PORTUGUESA

plural se houver substantivo feminino e masculino). Ele está só, descansando. (ele está sozinho e des-
A indústria oferece localização e atendimento perfeito. cansando)
A indústria oferece atendimento e localização perfeita.
A indústria oferece localização e atendimento perfeitos.
A indústria oferece atendimento e localização perfeitos. G) Quando um único substantivo é modificado por dois
ou mais adjetivos no singular, podem ser usadas as
construções:

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 O substantivo permanece no singular e coloca-se Chegar, Ir
o artigo antes do último adjetivo: Admiro a cultura Normalmente vêm acompanhados de adjuntos adver-
espanhola e a portuguesa. biais de lugar. Na língua culta, as preposições usadas para
 O substantivo vai para o plural e omite-se o arti- indicar destino ou direção são: a, para.
go antes do adjetivo: Admiro as culturas espanhola
e portuguesa. Fui ao teatro.
Adjunto Adverbial de Lugar

Ricardo foi para a Espanha.


REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL Adjunto Adverbial de Lugar

Comparecer
Dá-se o nome de regência à relação de subordinação O adjunto adverbial de lugar pode ser introduzido por
que ocorre entre um verbo (regência verbal) ou um nome em ou a.
(regência nominal) e seus complementos. Comparecemos ao estádio (ou no estádio) para ver o úl-
timo jogo.
1. Regência Verbal = Termo Regente: VERBO
B) Verbos Transitivos Diretos
A regência verbal estuda a relação que se estabelece en-
tre os verbos e os termos que os complementam (objetos
Os verbos transitivos diretos são complementados por
diretos e objetos indiretos) ou caracterizam (adjuntos adver-
objetos diretos. Isso significa que não exigem preposição
biais). Há verbos que admitem mais de uma regência, o que
para o estabelecimento da relação de regência. Ao empre-
corresponde à diversidade de significados que estes verbos
gar esses verbos, lembre-se de que os pronomes oblíquos
podem adquirir dependendo do contexto em que forem
empregados. o, a, os, as atuam como objetos diretos. Esses pronomes
A mãe agrada o filho = agradar significa acariciar, con- podem assumir as formas lo, los, la, las (após formas ver-
tentar. bais terminadas em -r, -s ou -z) ou no, na, nos, nas (após
A mãe agrada ao filho = agradar significa “causar agrado formas verbais terminadas em sons nasais), enquanto lhe e
ou prazer”, satisfazer. lhes são, quando complementos verbais, objetos indiretos.
Conclui-se que “agradar alguém” é diferente de “agradar São verbos transitivos diretos, dentre outros: aban-
a alguém”. donar, abençoar, aborrecer, abraçar, acompanhar, acusar,
admirar, adorar, alegrar, ameaçar, amolar, amparar, auxi-
O conhecimento do uso adequado das preposições é um liar, castigar, condenar, conhecer, conservar, convidar, de-
dos aspectos fundamentais do estudo da regência verbal (e fender, eleger, estimar, humilhar, namorar, ouvir, prejudicar,
também nominal). As preposições são capazes de modificar prezar, proteger, respeitar, socorrer, suportar, ver, visitar.
completamente o sentido daquilo que está sendo dito. Na língua culta, esses verbos funcionam exatamente
Cheguei ao metrô. como o verbo amar:
Cheguei no metrô. Amo aquele rapaz. / Amo-o.
No primeiro caso, o metrô é o lugar a que vou; no segun- Amo aquela moça. / Amo-a.
do caso, é o meio de transporte por mim utilizado. Amam aquele rapaz. / Amam-no.
Ele deve amar aquela mulher. / Ele deve amá-la.
A voluntária distribuía leite às crianças.
A voluntária distribuía leite com as crianças. Observação:
Na primeira frase, o verbo “distribuir” foi empregado Os pronomes lhe, lhes só acompanham esses verbos
como transitivo direto (objeto direto: leite) e indireto (obje- para indicar posse (caso em que atuam como adjuntos ad-
to indireto: às crianças); na segunda, como transitivo direto nominais):
(objeto direto: crianças; com as crianças: adjunto adverbial). Quero beijar-lhe o rosto. (= beijar seu rosto)
Para estudar a regência verbal, agruparemos os verbos
Prejudicaram-lhe a carreira. (= prejudicaram sua car-
de acordo com sua transitividade. Esta, porém, não é um
reira)
fato absoluto: um mesmo verbo pode atuar de diferentes
Conheço-lhe o mau humor! (= conheço seu mau hu-
formas em frases distintas.
mor)
LÍNGUA PORTUGUESA

A) Verbos Intransitivos
C) Verbos Transitivos Indiretos
Os verbos intransitivos não possuem complemento. É
importante, no entanto, destacar alguns detalhes relativos Os verbos transitivos indiretos são complementados
aos adjuntos adverbiais que costumam acompanhá-los. por objetos indiretos. Isso significa que esses verbos exi-
gem uma preposição para o estabelecimento da relação
de regência. Os pronomes pessoais do caso oblíquo de
terceira pessoa que podem atuar como objetos indiretos

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são o “lhe”, o “lhes”, para substituir pessoas. Não se utilizam os pronomes o, os, a, as como complementos de verbos tran-
sitivos indiretos. Com os objetos indiretos que não representam pessoas, usam-se pronomes oblíquos tônicos de terceira
pessoa (ele, ela) em lugar dos pronomes átonos lhe, lhes.

Os verbos transitivos indiretos são os seguintes:


Consistir - Tem complemento introduzido pela preposição “em”: A modernidade verdadeira consiste em direitos iguais
para todos.

Obedecer e Desobedecer - Possuem seus complementos introduzidos pela preposição “a”:


Devemos obedecer aos nossos princípios e ideais.
Eles desobedeceram às leis do trânsito.

Responder - Tem complemento introduzido pela preposição “a”. Esse verbo pede objeto indireto para indicar “a quem”
ou “ao que” se responde.
Respondi ao meu patrão.
Respondemos às perguntas.
Respondeu-lhe à altura.

Observação:
O verbo responder, apesar de transitivo indireto quando exprime aquilo a que se responde, admite voz passiva analítica:
O questionário foi respondido corretamente.
Todas as perguntas foram respondidas satisfatoriamente.

Simpatizar e Antipatizar - Possuem seus complementos introduzidos pela preposição “com”.


Antipatizo com aquela apresentadora.
Simpatizo com os que condenam os políticos que governam para uma minoria privilegiada.

D) Verbos Transitivos Diretos e Indiretos

Os verbos transitivos diretos e indiretos são acompanhados de um objeto direto e um indireto. Merecem destaque,
nesse grupo: agradecer, perdoar e pagar. São verbos que apresentam objeto direto relacionado a coisas e objeto indireto
relacionado a pessoas.

Agradeço aos ouvintes a audiência.


Objeto Indireto Objeto Direto

Paguei o débito ao cobrador.


Objeto Direto Objeto Indireto

O uso dos pronomes oblíquos átonos deve ser feito com particular cuidado:
Agradeci o presente. / Agradeci-o.
Agradeço a você. / Agradeço-lhe.
Perdoei a ofensa. / Perdoei-a.
Perdoei ao agressor. / Perdoei-lhe.
Paguei minhas contas. / Paguei-as.
Paguei aos meus credores. / Paguei-lhes.

Informar
Apresenta objeto direto ao se referir a coisas e objeto indireto ao se referir a pessoas, ou vice-versa.
Informe os novos preços aos clientes.
Informe os clientes dos novos preços. (ou sobre os novos preços)
LÍNGUA PORTUGUESA

Na utilização de pronomes como complementos, veja as construções:


Informei-os aos clientes. / Informei-lhes os novos preços.
Informe-os dos novos preços. / Informe-os deles. (ou sobre eles)

Observação:
A mesma regência do verbo informar é usada para os seguintes: avisar, certificar, notificar, cientificar, prevenir.

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Comparar
Quando seguido de dois objetos, esse verbo admite as preposições “a” ou “com” para introduzir o complemento indi-
reto: Comparei seu comportamento ao (ou com o) de uma criança.

Pedir
Esse verbo pede objeto direto de coisa (geralmente na forma de oração subordinada substantiva) e indireto de pessoa.

Pedi-lhe favores.
Objeto Indireto Objeto Direto

Pedi-lhe que se mantivesse em silêncio.


Objeto Indireto Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta

A construção “pedir para”, muito comum na linguagem cotidiana, deve ter emprego muito limitado na língua culta. No
entanto, é considerada correta quando a palavra licença estiver subentendida.
Peço (licença) para ir entregar-lhe os catálogos em casa.

Observe que, nesse caso, a preposição “para” introduz uma oração subordinada adverbial final reduzida de infinitivo
(para ir entregar-lhe os catálogos em casa).

Preferir
Na língua culta, esse verbo deve apresentar objeto indireto introduzido pela preposição “a”:
Prefiro qualquer coisa a abrir mão de meus ideais.
Prefiro trem a ônibus.

Observação:
Na língua culta, o verbo “preferir” deve ser usado sem termos intensificadores, tais como: muito, antes, mil vezes, um
milhão de vezes, mais. A ênfase já é dada pelo prefixo existente no próprio verbo (pre).

Mudança de Transitividade - Mudança de Significado

Há verbos que, de acordo com a mudança de transitividade, apresentam mudança de significado. O conhecimento das
diferentes regências desses verbos é um recurso linguístico muito importante, pois além de permitir a correta interpretação de
passagens escritas, oferece possibilidades expressivas a quem fala ou escreve. Dentre os principais, estão:

Agradar
Agradar é transitivo direto no sentido de fazer carinhos, acariciar, fazer as vontades de.
Sempre agrada o filho quando.
Aquele comerciante agrada os clientes.

Agradar é transitivo indireto no sentido de causar agrado a, satisfazer, ser agradável a. Rege complemento introduzido
pela preposição “a”.
O cantor não agradou aos presentes.
O cantor não lhes agradou.

O antônimo “desagradar” é sempre transitivo indireto: O cantor desagradou à plateia.

Aspirar
Aspirar é transitivo direto no sentido de sorver, inspirar (o ar), inalar: Aspirava o suave aroma. (Aspirava-o)

Aspirar é transitivo indireto no sentido de desejar, ter como ambição: Aspirávamos a um emprego melhor. (Aspirávamos a
LÍNGUA PORTUGUESA

ele)
Como o objeto direto do verbo “aspirar” não é pessoa, as formas pronominais átonas “lhe” e “lhes” não são utilizadas, mas,
sim, as formas tônicas “a ele(s)”, “a ela(s)”. Veja o exemplo: Aspiravam a uma existência melhor. (= Aspiravam a ela)

Assistir
Assistir é transitivo direto no sentido de ajudar, prestar assistência a, auxiliar.
As empresas de saúde negam-se a assistir os idosos.
As empresas de saúde negam-se a assisti-los.

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Assistir é transitivo indireto no sentido de ver, presenciar, estar presente, caber, pertencer.
Assistimos ao documentário.
Não assisti às últimas sessões.
Essa lei assiste ao inquilino.

No sentido de morar, residir, o verbo “assistir” é intransitivo, sendo acompanhado de adjunto adverbial de lugar intro-
duzido pela preposição “em”: Assistimos numa conturbada cidade.

Chamar
Chamar é transitivo direto no sentido de convocar, solicitar a atenção ou a presença de.
Por gentileza, vá chamar a polícia. / Por favor, vá chamá-la.
Chamei você várias vezes. / Chamei-o várias vezes.

Chamar no sentido de denominar, apelidar pode apresentar objeto direto e indireto, ao qual se refere predicativo pre-
posicionado ou não.
A torcida chamou o jogador mercenário.
A torcida chamou ao jogador mercenário.
A torcida chamou o jogador de mercenário.
A torcida chamou ao jogador de mercenário.
Chamar com o sentido de ter por nome é pronominal: Como você se chama? Eu me chamo Zenaide.

Custar
Custar é intransitivo no sentido de ter determinado valor ou preço, sendo acompanhado de adjunto adverbial: Frutas e
verduras não deveriam custar muito.
No sentido de ser difícil, penoso, pode ser intransitivo ou transitivo indireto, tendo como sujeito uma oração reduzida
de infinitivo.

Muito custa viver tão longe da família.


Verbo Intransitivo Oração Subordinada Substantiva Subjetiva Reduzida de Infinitivo

Custou-me (a mim) crer nisso.


Objeto Indireto Oração Subordinada Substantiva Subjetiva Reduzida de Infinitivo

A Gramática Normativa condena as construções que atribuem ao verbo “custar” um sujeito representado por pessoa:
Custei para entender o problema.
= Forma correta: Custou-me entender o problema.

Implicar
Como transitivo direto, esse verbo tem dois sentidos:
A) dar a entender, fazer supor, pressupor: Suas atitudes implicavam um firme propósito.
B) ter como consequência, trazer como consequência, acarretar, provocar: Uma ação implica reação.

Como transitivo direto e indireto, significa comprometer, envolver: Implicaram aquele jornalista em questões econômicas.
No sentido de antipatizar, ter implicância, é transitivo indireto e rege com preposição “com”: Implicava com quem não
trabalhasse arduamente.

Namorar
Sempre tansitivo direto: Luísa namora Carlos há dois anos.

Obedecer - Desobedecer
Sempre transitivo indireto:
LÍNGUA PORTUGUESA

Todos obedeceram às regras.


Ninguém desobedece às leis.

Quando o objeto é “coisa”, não se utiliza “lhe” nem “lhes”: As leis são essas, mas todos desobedecem a elas.

Proceder
Proceder é intransitivo no sentido de ser decisivo, ter cabimento, ter fundamento ou comportar-se, agir. Nessa segunda
acepção, vem sempre acompanhado de adjunto adverbial de modo.

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As afirmações da testemunha procediam, não havia como refutá-las.
Você procede muito mal.

Nos sentidos de ter origem, derivar-se (rege a preposição “de”) e fazer, executar (rege complemento introduzido pela
preposição “a”) é transitivo indireto.
O avião procede de Maceió.
Procedeu-se aos exames.
O delegado procederá ao inquérito.
Querer
Querer é transitivo direto no sentido de desejar, ter vontade de, cobiçar.
Querem melhor atendimento.
Queremos um país melhor.

Querer é transitivo indireto no sentido de ter afeição, estimar, amar: Quero muito aos meus amigos.

Visar
Como transitivo direto, apresenta os sentidos de mirar, fazer pontaria e de pôr visto, rubricar.
O homem visou o alvo.
O gerente não quis visar o cheque.

No sentido de ter em vista, ter como meta, ter como objetivo é transitivo indireto e rege a preposição “a”.
O ensino deve sempre visar ao progresso social.
Prometeram tomar medidas que visassem ao bem-estar público.

Esquecer – Lembrar
Lembrar algo – esquecer algo
Lembrar-se de algo – esquecer-se de algo (pronominal)

No 1.º caso, os verbos são transitivos diretos, ou seja, exigem complemento sem preposição: Ele esqueceu o livro.

No 2.º caso, os verbos são pronominais (-se, -me, etc) e exigem complemento com a preposição “de”. São, portanto,
transitivos indiretos:
Ele se esqueceu do caderno.
Eu me esqueci da chave.
Eles se esqueceram da prova.
Nós nos lembramos de tudo o que aconteceu.

Há uma construção em que a coisa esquecida ou lembrada passa a funcionar como sujeito e o verbo sofre leve alteração
de sentido. É uma construção muito rara na língua contemporânea, porém, é fácil encontrá-la em textos clássicos tanto
brasileiros como portugueses. Machado de Assis, por exemplo, fez uso dessa construção várias vezes.
Esqueceu-me a tragédia. (cair no esquecimento)
Lembrou-me a festa. (vir à lembrança)
Não lhe lembram os bons momentos da infância? (= momentos é sujeito)

Simpatizar - Antipatizar
São transitivos indiretos e exigem a preposição “com”:
Não simpatizei com os jurados.
Simpatizei com os alunos.

A norma culta exige que os verbos e expressões que dão ideia de movimento sejam usados com a preposição “a”:
Chegamos a São Paulo e fomos direto ao hotel.
LÍNGUA PORTUGUESA

Cláudia desceu ao segundo andar.


Hoje, com esta chuva, ninguém sairá à rua.

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2 Regência Nominal

É o nome da relação existente entre um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) e os termos regidos por esse nome.
Essa relação é sempre intermediada por uma preposição. No estudo da regência nominal, é preciso levar em conta que vá-
rios nomes apresentam exatamente o mesmo regime dos verbos de que derivam. Conhecer o regime de um verbo significa,
nesses casos, conhecer o regime dos nomes cognatos. Observe o exemplo: Verbo obedecer e os nomes correspondentes:
todos regem complementos introduzidos pela preposição a. Veja:
Obedecer a algo/ a alguém.
Obediente a algo/ a alguém.

Se uma oração completar o sentido de um nome, ou seja, exercer a função de complemento nominal, ela será comple-
tiva nominal (subordinada substantiva).

Regência de Alguns Nomes

Substantivos
Admiração a, por Devoção a, para, com, por Medo a, de
Aversão a, para, por Doutor em Obediência a
Atentado a, contra Dúvida acerca de, em, sobre Ojeriza a, por
Bacharel em Horror a Proeminência sobre
Capacidade de, para Impaciência com Respeito a, com, para com, por

Adjetivos
Acessível a Diferente de Necessário a
Acostumado a, com Entendido em Nocivo a
Afável com, para com Equivalente a Paralelo a
Agradável a Escasso de Parco em, de
Alheio a, de Essencial a, para Passível de
Análogo a Fácil de Preferível a
Ansioso de, para, por Fanático por Prejudicial a
Apto a, para Favorável a Prestes a
Ávido de Generoso com Propício a
Benéfico a Grato a, por Próximo a
Capaz de, para Hábil em Relacionado com
Compatível com Habituado a Relativo a
Contemporâneo a, de Idêntico a Satisfeito com, de, em, por
Contíguo a Impróprio para Semelhante a
Contrário a Indeciso em Sensível a
Curioso de, por Insensível a Sito em
Descontente com Liberal com Suspeito de
Desejoso de Natural de Vazio de
LÍNGUA PORTUGUESA

Advérbios
Longe de Perto de

Observação:
Os advérbios terminados em -mente tendem a seguir o regime dos adjetivos de que são formados: paralela a; parale-
lamente a; relativa a; relativamente a.

13
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Ce- COLOCAÇÃO PRONOMINAL DOS
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São PRONOMES OBLÍQUOS ÁTONOS
Paulo: Saraiva, 2010. (PRÓCLISE, MESÓCLISE E ÊNCLISE)
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
coni. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português: novas palavras: literatura, gramática, redação 1. Casos Particulares
/ Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
É proibido - É necessário - É bom - É preciso - É per-
SITE mitido
http://www.soportugues.com.br/secoes/sint/sint61.php
 Estas expressões, formadas por um verbo mais um
adjetivo, ficam invariáveis se o substantivo a que se
referem possuir sentido genérico (não vier precedido
de artigo).
EXERCÍCIO COMENTADO É proibido entrada de crianças.
Em certos momentos, é necessário atenção.
1. (Polícia Federal – Agente de Polícia Federal – Cespe No verão, melancia é bom.
– 2014 – adaptada) É preciso cidadania.
O uso indevido de drogas constitui, na atualidade, séria Não é permitido saída pelas portas laterais.
e persistente ameaça à humanidade e à estabilidade das
estruturas e valores políticos, econômicos, sociais e cultu-  Quando o sujeito destas expressões estiver deter-
rais de todos os Estados e sociedades. Suas consequências minado por artigos, pronomes ou adjetivos, tanto o
infligem considerável prejuízo às nações do mundo intei- verbo como o adjetivo concordam com ele.
ro, e não são detidas por fronteiras: avançam por todos os É proibida a entrada de crianças.
cantos da sociedade e por todos os espaços geográficos, Esta salada é ótima.
afetando homens e mulheres de diferentes grupos étni- A educação é necessária.
cos, independentemente de classe social e econômica ou São precisas várias medidas na educação.
mesmo de idade. Questão de relevância na discussão dos
efeitos adversos do uso indevido de drogas é a associação Anexo - Obrigado - Mesmo - Próprio - Incluso - Quite
do tráfico de drogas ilícitas e dos crimes conexos — geral-
mente de caráter transnacional — com a criminalidade e Estas palavras adjetivas concordam em gênero e núme-
a violência. Esses fatores ameaçam a soberania nacional e ro com o substantivo ou pronome a que se referem.
afetam a estrutura social e econômica interna, devendo o Seguem anexas as documentações requeridas.
governo adotar uma postura firme de combate ao tráfico A menina agradeceu: - Muito obrigada.
de drogas, articulando-se internamente e com a socieda- Muito obrigadas, disseram as senhoras.
de, de forma a aperfeiçoar e otimizar seus mecanismos de Seguem inclusos os papéis solicitados.
prevenção e repressão e garantir o envolvimento e a apro- Estamos quites com nossos credores.
vação dos cidadãos.
Internet: <www.direitoshumanos.usp.br>. Bastante - Caro - Barato - Longe

Nas linhas 12 e 13, o emprego da preposição “com”, em Estas palavras são invariáveis quando funcionam como
“com a criminalidade e a violência”, deve-se à regência do advérbios. Concordam com o nome a que se referem
vocábulo “conexos”. quando funcionam como adjetivos, pronomes adjetivos,
ou numerais.
( ) CERTO ( ) ERRADO As jogadoras estavam bastante cansadas. (advérbio)
Há bastantes pessoas insatisfeitas com o trabalho. (pro-
Resposta: Errado. Ao texto: (...) Questão de relevância na nome adjetivo)
discussão dos efeitos adversos do uso indevido de drogas Nunca pensei que o estudo fosse tão caro. (advérbio)
é a associação do tráfico de drogas ilícitas e dos crimes As casas estão caras. (adjetivo)
conexos — geralmente de caráter transnacional — com a Achei barato este casaco. (advérbio)
LÍNGUA PORTUGUESA

criminalidade e a violência. Hoje as frutas estão baratas. (adjetivo)


O termo está se referindo à associação – associação do
tráfico de drogas e crimes conexos (1) com a criminalida- Meio - Meia
de (2) (associação daquilo [1] com isso [2])
A palavra “meio”, quando empregada como adjetivo,
concorda normalmente com o nome a que se refere: Pedi
meia porção de polentas.

14
Quando empregada como advérbio permanece invariá- 2. (Prefeitura de São Luís-MA – Conhecimentos Bási-
vel: A candidata está meio nervosa. cos Cargos de Técnico Municipal – Nível Médio – Ces-
pe – 2017)

#FicaDica Texto CB3A2BBB

Dá para eu substituir por “um pouco”, assim O reconhecimento e a proteção dos direitos humanos estão
saberei que se trata de um advérbio, não de na base das Constituições democráticas modernas. A paz,
adjetivo: “A candidata está um pouco nervosa”. por sua vez, é o pressuposto necessário para o reconheci-
mento e a efetiva proteção dos direitos humanos em cada
Estado e no sistema internacional. Ao mesmo tempo, o pro-
Alerta - Menos cesso de democratização do sistema internacional, que é o
caminho obrigatório para a busca do ideal da paz perpétua,
Essas palavras são advérbios, portanto, permanecem não pode avançar sem uma gradativa ampliação do reco-
sempre invariáveis. nhecimento e da proteção dos direitos humanos, acima de
Os concurseiros estão sempre alerta. cada Estado. Direitos humanos, democracia e paz são três
Não queira menos matéria! elementos fundamentais do mesmo movimento histórico:
sem direitos humanos reconhecidos e protegidos, não há
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS democracia; sem democracia, não existem as condições mí-
Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Ce- nimas para a solução pacífica dos conflitos. Em outras pala-
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São vras, a democracia é a sociedade dos cidadãos, e os súditos
Paulo: Saraiva, 2010. se tornam cidadãos quando lhes são reconhecidos alguns
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac- direitos fundamentais; haverá paz estável, uma paz que não
coni. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. tenha a guerra como alternativa, somente quando existirem
Português: novas palavras: literatura, gramática, redação cidadãos não mais apenas deste ou daquele Estado, mas
/ Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000. do mundo.
Norberto Bobbio. A era dos direitos. Trad. Carlos Nelson Cou-
SITE tinho. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004, p. 1 (com adaptações).
http://www.soportugues.com.br/secoes/sint/sint49.php Preservando-se a correção gramatical do texto CB3A2BBB,
os termos “não há” e “não existem” poderiam ser substituí-
dos, respectivamente, por
EXERCÍCIOS COMENTADOS a) não existe e não têm.
b) não existe e inexiste.
1. (Polícia Federal – Escrivão de Polícia Federal – Ces- c) inexiste e não há.
pe – 2013) Formas de tratamento como Vossa Excelência e d) inexiste e não acontece.
Vossa Senhoria, ainda que sejam empregadas sempre na se- e) não tem e não têm.
gunda pessoa do plural e no feminino, exigem flexão verbal
de terceira pessoa; além disso, o pronome possessivo que Resposta: Letra C.
faz referência ao pronome de tratamento também deve ser Busquemos o contexto:
o de terceira pessoa, e o adjetivo que remete ao pronome - sem direitos humanos reconhecidos e protegidos, não
de tratamento deve concordar em gênero e número com a há democracia = poderíamos substituir por “não exis-
pessoa — e não com o pronome — a que se refere. te”, inexiste (verbo “haver” empregado com o sentido
de “existir”)
( ) CERTO ( ) ERRADO - sem democracia, não existem as condições mínimas
para a solução pacífica dos conflitos = sentido de “exis-
Resposta: Certo. Afirmações corretas. As concordâncias tir”. Poderíamos substituir por inexiste, mas no plural, já
verbal e nominal ao se utilizar pronome de tratamento que devemos concordar com “as condições mínimas”. A
devem ser na terceira pessoa e concordar em gênero única “troca” adequada seria o verbo “haver” – que pode
(masculino ou feminino) com a pessoa a quem se dirige: ser utilizado com o sentido de “existir”. Teríamos: sem
“Vossa Excelência está cansada(o)?” – concordará com direitos humanos reconhecidos e protegidos, inexiste de-
LÍNGUA PORTUGUESA

quem está se falando: uma mulher ou um homem / “Vos- mocracia; sem democracia, não há as condições mínimas
sa Santidade trouxe seus pertences?” / “Vossas Senhorias para a solução pacífica dos conflitos.
gostariam de um café?”.

15
3. (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comér-
cio Exterior – Analista Técnico Administrativo – cespe EMPREGO DOS SINAIS INDICATIVOS DE
– 2014) Em “Vossa Excelência deve estar satisfeita com os PONTUAÇÃO: VÍRGULA, PONTO, PONTO
resultados das negociações”, o adjetivo estará corretamente E VÍRGULA, DOIS-PONTOS, RETICÊNCIAS,
empregado se dirigido a ministro de Estado do sexo mascu- ASPAS, TRAVESSÃO E PARÊNTESES.
lino, pois o termo “satisfeita” deve concordar com a locução
pronominal de tratamento “Vossa Excelência”.
Os sinais de pontuação são marcações gráficas que
( ) CERTO ( ) ERRADO servem para compor a coesão e a coerência textual, além
de ressaltar especificidades semânticas e pragmáticas.
Resposta: Errado. Se a pessoa, no caso o ministro, for Um texto escrito adquire diferentes significados quando
do sexo feminino (ministra), o adjetivo está correto; mas, pontuado de formas diversificadas. O uso da pontuação
se for do sexo masculino, o adjetivo sofrerá flexão de depende, em certos momentos, da intenção do autor do
gênero: satisfeito. O pronome de tratamento é apenas a discurso. Assim, os sinais de pontuação estão diretamente
maneira como tratar a autoridade, não regendo as de- relacionados ao contexto e ao interlocutor.
mais concordâncias.
1. Principais funções dos sinais de pontuação
4. (Abin – Agente Técnico de Inteligência – cespe –
2010 – adaptada) (...) Da combinação entre velocidade, A) Ponto (.)
persistência, relevância, precisão e flexibilidade surge a no-  Indica o término do discurso ou de parte dele, en-
ção contemporânea de agilidade, transformada em principal cerrando o período.
característica de nosso tempo.  Usa-se nas abreviaturas: pág. (página), Cia. (Com-
A forma verbal “surge” poderia, sem prejuízo gramatical panhia). Se a palavra abreviada aparecer em final de
para o texto, ser flexionada no plural, para concordar com período, este não receberá outro ponto; neste caso,
“velocidade, persistência, relevância, precisão e flexibilidade” o ponto de abreviatura marca, também, o fim de pe-
ríodo. Exemplo: Estudei português, matemárica, cons-
( ) CERTO ( ) ERRADO titucional, etc. (e não “etc..”)
 Nos títulos e cabeçalhos é opcional o emprego do
Resposta: Errado. O verbo está concordando com o ponto, assim como após o nome do autor de uma
termo “combinação”, por isso deve ficar no singular. citação:
Haverá eleições em outubro
5. (Tribunal de Contas do Distrito Federal-df – Co- O culto do vernáculo faz parte do brio cívico. (Napoleão
nhecimentos BÁSICOS – ANALISTA DE ADMINIS- Mendes de Almeida) (ou: Almeida.)
TRAÇÃO PÚBLICA – ARQUIVOLOGIA – cespe – 2014  Os números que identificam o ano não utilizam pon-
– adaptada) (...) Há décadas, países como China e Índia têm to nem devem ter espaço a separá-los, bem como os
enviado estudantes para países centrais, com resultados mui- números de CEP: 1975, 2014, 2006, 17600-250.
to positivos.(...)
A forma verbal “Há” poderia ser corretamente substituída B) Ponto e Vírgula (;)
por Fazem.  Separa várias partes do discurso, que têm a mesma
importância: “Os pobres dão pelo pão o trabalho; os
( ) CERTO ( ) ERRADO ricos dão pelo pão a fazenda; os de espíritos generosos
dão pelo pão a vida; os de nenhum espírito dão pelo
Resposta: Errado. O verbo “fazer”, quando empregado pão a alma...” (VIEIRA)
no sentido de tempo passado, não sofre flexão. Portanto,  Separa partes de frases que já estão separadas por
sua forma correta seria: “faz décadas”. vírgulas: Alguns quiseram verão, praia e calor; outros,
montanhas, frio e cobertor.
 Separa itens de uma enumeração, exposição de mo-
tivos, decreto de lei, etc.
Ir ao supermercado;
Pegar as crianças na escola;
Caminhada na praia;
LÍNGUA PORTUGUESA

Reunião com amigos.

C) Dois pontos (:)


 Antes de uma citação = Vejamos como Afrânio Cou-
tinho trata este assunto:
 Antes de um aposto = Três coisas não me agradam:
chuva pela manhã, frio à tarde e calor à noite.

16
 Antes de uma explicação ou esclarecimento: Lá estava a deplorável família: triste, cabisbaixa, vivendo a rotina de
sempre.
 Em frases de estilo direto
Maria perguntou:
- Por que você não toma uma decisão?

D) Ponto de Exclamação (!)


 Usa-se para indicar entonação de surpresa, cólera, susto, súplica, etc.: Sim! Claro que eu quero me casar com você!
 Depois de interjeições ou vocativos
Ai! Que susto!
João! Há quanto tempo!

E) Ponto de Interrogação (?)


 Usa-se nas interrogações diretas e indiretas livres.
“- Então? Que é isso? Desertaram ambos?” (Artur Azevedo)

F) Reticências (...)
 Indica que palavras foram suprimidas: Comprei lápis, canetas, cadernos...
 Indica interrupção violenta da frase: “- Não... quero dizer... é verdad... Ah!”
 Indica interrupções de hesitação ou dúvida: Este mal... pega doutor?
 Indica que o sentido vai além do que foi dito: Deixa, depois, o coração falar...

G) Vírgula (,)
Não se usa vírgula
Separando termos que, do ponto de vista sintático, ligam-se diretamente entre si:
1. Entre sujeito e predicado:
Todos os alunos da sala foram advertidos.
Sujeito predicado

2. Entre o verbo e seus objetos:


O trabalho custou sacrifício aos realizadores.
V.T.D.I. O.D. O.I.

Usa-se a vírgula:

1. Para marcar intercalação:


A) do adjunto adverbial: O café, em razão da sua abundância, vem caindo de preço.
B) da conjunção: Os cerrados são secos e áridos. Estão produzindo, todavia, altas quantidades de alimentos.
C) das expressões explicativas ou corretivas: As indústrias não querem abrir mão de suas vantagens, isto é, não querem
abrir mão dos lucros altos.

2. Para marcar inversão:


A) do adjunto adverbial (colocado no início da oração): Depois das sete horas, todo o comércio está de portas fechadas.
B) dos objetos pleonásticos antepostos ao verbo: Aos pesquisadores, não lhes destinaram verba alguma.
C) do nome de lugar anteposto às datas: Recife, 15 de maio de 1982.

3. Para separar entre si elementos coordenados (dispostos em enumeração):


Era um garoto de 15 anos, alto, magro.
A ventania levou árvores, e telhados, e pontes, e animais.
LÍNGUA PORTUGUESA

4. Para marcar elipse (omissão) do verbo: Nós queremos comer pizza; e vocês, churrasco.

5. Para isolar:
A) o aposto: São Paulo, considerada a metrópole brasileira, possui um trânsito caótico.
B) o vocativo: Ora, Thiago, não diga bobagem.

17
Observações: Foram horas, dias, meses, anos de oitivas de mães, filhas,
Considerando-se que “etc.” é abreviatura da expressão esposas, namoradas, companheiras, todas tendo em co-
latina et coetera, que significa “e outras coisas”, seria dis- mum a violência no corpo e na alma sofrida dentro de casa.
pensável o emprego da vírgula antes dele. Porém, o acor- O lar, que deveria ser o lugar mais seguro para essas mu-
do ortográfico em vigor no Brasil exige que empreguemos lheres, havia se transformado no pior dos mundos.
etc. predecido de vírgula: Falamos de política, futebol, la- Quando finalmente chegavam ao Judiciário e se sentavam
zer, etc. à minha frente, os relatos se transformavam em desabafos
de uma vida inteira. Era preciso explicar, justificar e muitas
As perguntas que denotam surpresa podem ter com- vezes se culpar por terem sido agredidas. A culpa por ter
binados o ponto de interrogação e o de exclamação: Você sido vítima, a culpa por ter permitido, a culpa por não ter
falou isso para ela?! sido boa o suficiente, a culpa por não ter conseguido man-
ter a família. Sempre a culpa.
Aquelas mulheres chegavam à Justiça buscando uma for-
Temos, ainda, sinais distintivos:
ça externa como se somente nós, juízes, promotores e ad-
 a barra ( / ) = usada em datas (25/12/2014), sepa-
vogados, pudéssemos não apenas cessar aquele ciclo de
ração de siglas (IOF/UPC);
violência, mas também lhes dar voz para reagir àquela vio-
 os colchetes ([ ]) = usados em transcrições feitas
lência invisível.
pelo narrador ([vide pág. 5]), usado como primeira Rejane Jungbluth Suxberger. Invisíveis Marias: histórias
opção aos parênteses, principalmente na matemá- além das quatro paredes. Brasília: Trampolim, 2018 (com
tica; adaptações).
 o asterisco (*) = usado para remeter o leitor a uma
nota de rodapé ou no fim do livro, para substituir O trecho “juízes, promotores e advogados” explica o sen-
um nome que não se quer mencionar. tido de “nós”.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ( ) CERTO ( ) ERRADO


Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Ce-
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São Resposta: Certo. Ao trecho: (...) Aquelas mulheres che-
Paulo: Saraiva, 2010. gavam à Justiça buscando uma força externa como se so-
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa mente nós, juízes, promotores e advogados, pudéssemos
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. não apenas cessar aquele ciclo de violência (...). Os ter-
mos entre vírgulas servem para exemplificar quem são
SITE os “nós” citados pela autora (juízes, promotores, advo-
http://www.infoescola.com/portugues/pontuacao/ gados).
http://www.brasilescola.com/gramatica/uso-da-virgu-
la.htm 2. (SERES-PE – Agente de Segurança Penitenciária –
Cespe – 2017 – adaptada)

Texto 1A1AAA
EXERCÍCIOS COMENTADOS
Após o processo de redemocratização, com o fim da dita-
dura militar, em meados da década de 80 do século passa-
1. (STJ – Conhecimentos Básicos para o Cargo 1 – do, era de se esperar que a democratização das instituições
Cespe – 2018 – adaptada) tivesse como resultado direto a consolidação da cidadania
— compreendida de modo amplo, abrangendo as três ca-
Texto CB1A1CCC tegorias de direitos: civis, políticos e sociais. Sobressaem,
porém, problemas que configuram mais desafios para a ci-
As audiências de segunda a sexta-feira muitas vezes reve- dadania brasileira, como a violência urbana — que ameaça
laram o lado mais sórdido da natureza humana. Eram rela- os direitos individuais — e o desemprego — que ameaça
tos de sofrimento, dor, angústia que se transportavam da os direitos sociais.
cadeira das vítimas, testemunhas e réus para minha cadeira No Brasil, o crime aumentou significantemente a partir de
de juíza. A toga não me blindou daqueles relatos sofridos, 1980, impacto do processo de modernização pelo qual o
aflitos. As angústias dos que se sentavam à minha frente, país passou. Isso sugere que o boom do consumo colocou
LÍNGUA PORTUGUESA

por diversas vezes, me escoltaram até minha casa e pas- em circulação bens de alto valor e, consequentemente, au-
saram a ser companheiras de noites de insônia. Não havia mentou as oportunidades para o crime, inclusive porque a
outra solução a não ser escrever. Era preciso colocar no maior mobilidade de pessoas torna o espaço social mais
papel e compartilhar a dor daquelas pessoas que, mesmo anônimo, menos supervisionado.
ao fim do processo e com a sentença prolatada, não me Nesse contexto, justiça criminal passa a ser cada vez mais
deixavam esquecê-las. dissociada de justiça social e reconstrução da sociedade. O
objetivo em relação à criminalidade torna-se bem menos

18
ambicioso: o controle. A prisão ganha mais importância na para evocar, chamar o interlocutor do diálogo. Sua fun-
modernidade tardia, porque satisfaz uma dupla necessida- ção é de aposto – explicar quem é o gerente executivo
de dessa nova cultura: castigo e controle do risco. Essa pos- da CNI.
tura às vezes proporciona controle, porém não segurança,
pois o Estado tem o poder limitado de manter a ordem por 4. (Caixa Econômica Federal – Médico do Trabalho
meio da polícia, sendo necessário dividir as tarefas de con- – cespe – 2014 – adaptada) A correção gramatical do
trole com organizações locais e com a comunidade. trecho “Entre as bebidas alcoólicas, cervejas e vinhos são as
Jacqueline Carvalho da Silva. Manutenção da ordem públi- mais comuns em todo o mundo” seria prejudicada, caso se
ca e garantia dos direitos individuais: os desafios da polícia inserisse uma vírgula logo após a palavra “vinhos”.
em sociedades democráticas. In: Revista Brasileira de Segu-
rança Pública. São Paulo, ano 5, 8.ª ed., fev. – mar./2011, p. ( ) CERTO ( ) ERRADO
84-5 (com adaptações).
Resposta: Certo. Não se deve colocar vírgula entre su-
No primeiro parágrafo do texto 1A1AAA, os dois-pontos jeito e predicado, a não ser que se trate de um apos-
introduzem to (1), predicativo do sujeito (2), ou algum termo que
requeira estar separado entre pontuações. Exemplo: O
a) uma enumeração das “categorias de direitos”. Rio de Janeiro, cidade maravilhosa (1), está em festa! Os
b) resultados da “consolidação da cidadania”. meninos, ansiosos (2), chegaram!
c) um contra-argumento para a ideia de cidadania como
algo “amplo”.
d) uma generalização do termo “direitos”.
e) objetivos do “processo de redemocratização”.

Resposta: Letra A. Recorramos ao texto (faça isso SEM-


PRE durante seu concurso. O texto é a base para en-
contrar as respostas para as questões!): (...) abrangendo
as três categorias de direitos: civis, políticos e sociais. Os
dois-pontos introduzem a enumeração dos direitos; apre-
senta-os.

3. (Aneel – Técnico Administrativo – cespe – 2010)


Vão surgindo novos sinais do crescente otimismo da in-
dústria com relação ao futuro próximo. Um deles refere-se
às exportações. “O comércio mundial já está voltando a se
abrir para as empresas”, diz o gerente executivo de pesqui-
sas da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Renato
da Fonseca, para explicar a melhora das expectativas dos
industriais com relação ao mercado externo.
Quanto ao mercado interno, as expectativas da indústria
não se modificaram. Mas isso não é um mau sinal, pois elas
já eram francamente otimistas. Há algum tempo, a pesqui-
sa da CNI, realizada mensalmente a partir de 2010, registra
grande otimismo da indústria com relação à demanda in-
terna. Trata-se de um sentimento generalizado. Em todos
os setores industriais, a expressiva maioria dos entrevista-
dos acredita no aumento das vendas internas.
O Estado de S.Paulo, Editorial, 30/3/2010 (com adaptações).

O nome próprio “Renato da Fonseca” está entre vírgulas


por tratar-se de um vocativo.
LÍNGUA PORTUGUESA

( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: Errado. Recorramos ao texto (lembre-se de


fazer a mesma coisa no dia do seu concurso!): (...) diz o
gerente executivo de pesquisas da Confederação Nacio-
nal da Indústria (CNI), Renato da Fonseca, para explicar a
melhora das expectativas. O termo em destaque não está
exercendo a função de vocativo, já que não é utilizado

19
HORA DE PRATICAR!

1. (MAPA – Auditor Fiscal Federal Agropecuário – Médico Veterinário – Superior – ESAF – 2017) Assinale a opção
que apresenta desvio de grafia da palavra.
A acupuntura é uma terapia da medicina tradicional chinesa que favorece a regularização dos processos fisiológicos do corpo,
no sentido de promover ou recuperar o estado natural de saúde e equilíbrio. Pode ser usada preventivamente (1) para evitar
o desenvolvimento de doenças, como terapia curativa no caso de a doença estar instalada ou como método paliativo (2) em
casos de doenças crônicas de difícil tratamento. Tem também uma ação importante na medicina rejenerativa (3) e na reabili-
tação. O tratamento de acupuntura consiste na introdução de agulhas filiformes no corpo dos animais. Em geral são deixadas
cerca de 15 a 20 minutos. A colocação das agulhas não é dolorosa para os animais e é possível observar durante os tratamen-
tos diferentes reações fisiológicas (4), indicadoras de que o tratamento está atingindo o efeito terapêutico (5) desejado.
Disponível: <http://www.veterinariaholistica.net/acupuntura-fitoterapia-e-homeopatia.html/>. Acesso em 28/11/2017. (Com adaptações)

a) (1)
b) (2)
c) (3)
d) (4)
e) (5)

2. (TRT – 21.ª Região-RN – Técnico Judiciário – Área Administrativa – Médio – FCC – 2017) Respeitando-se as
normas de redação do Manual da Presidência da República, a frase correta é:

a) Solicito a Vossa Senhoria que verifique a possibilidade de implementação de projeto de treinamento de pessoal para
operar os novos equipamentos gráficos a serem instalados em seu setor.
b) Venho perguntar-lhe, por meio desta, sobre a data em que Vossa Excelência pretende nomear vosso representante na
Comissão Organizadora.
c) Digníssimo Senhor: eu venho por esse comunicado, informar, que será organizado seminário, sobre o uso eficiente de
recursos hídricos, em data ainda a ser definida.
d) Haja visto que o projeto anexo contribue para o desenvolvimento do setor em questão, informamos, por meio deste
Ofício, que será amplamente analisado por especialistas.
e) Neste momento, conforme solicitação enviada à Vossa Senhoria anexo, não se deve adotar medidas que possam com-
prometer vossa realização do projeto mencionado.

3. (TRE-MS – Estágio – Jornalismo – TRE-MS – 2014) Analise as assertivas abaixo:

I. O ladrão era de menor.


II. Não há regra sem exceção.
III. É mais saudável usar menas roupa no calor.
IV. O policial foi à delegacia em compania do meliante.
V. Entre eu e você não existe mais nada.

A opção que apresenta vícios de linguagem é:

a) I e III.
b) I, II e IV.
c) II e IV.
d) I, III, IV e V.
e) III, IV e V.
LÍNGUA PORTUGUESA

4. (TRE-MS – Estágio – Jornalismo – TRE-MS – 2014) De acordo com a nova ortografia, assinale o item em que todas
as palavras estão corretas:

a) autoajuda – anti-inflamatório – extrajudicial.


b) supracitado – semi-novo – telesserviço.
c) ultrassofisticado – hidro-elétrica – ultra-som.
d) contrarregra – autopista – semi-aberto.
e) contrarrazão – infra-estrutura – coprodutor.

20
5. (TRE-MS – Estágio – Jornalismo – TRE-MS – 2014) O uso correto do porquê está na opção:

a) Por quê o homem destrói a natureza?


b) Ela chorou por que a humilharam.
c) Você continua implicando comigo porque sou pobre?
d) Ninguém sabe o por quê daquele gesto.
e) Ela me fez isso, porquê?

6. (TJ-PA – Médico Psiquiatra – Superior – VUNESP – 2014)

Assinale a alternativa que completa, correta e respectivamente, as lacunas, de acordo com a norma-padrão da língua por-
tuguesa, considerando que o termo que preenche a terceira lacuna é empregado para indicar que um evento está prestes
a acontecer

a) anúncio ... A ... Iminente.


b) anuncio ... À ... Iminente.
c) anúncio ... À ... Iminente.
d) anúncio ... A ... Eminente.
e) anuncio ... À ... Eminente.

7. (CEFET-RJ – REVISOR DE TEXTOS – CESGRANRIO – 2014) Observe a grafia das palavras do trecho a seguir.
A macro-história da humanidade mostra que todos encaram os relatos pessoais como uma forma de se manterem vivos. Desde
a idade do domínio do fogo até a era das multicomunicações, os homens tem demonstrado que querem pôr sua marca no
mundo porque se sentem superiores.
A palavra que NÃO está grafada corretamente é

a) macro-história.
b) multicomunicações.
c) tem.
d) pôr.
e) porque.

8. (Liquigás – Profissional Júnior – Ciências Contábeis – cegranrio – 2014) O grupo em que todas as palavras estão
grafadas de acordo com a norma-padrão da Língua Portuguesa é

a) gorjeta, ogeriza, lojista, ferrujem


b) pedágio, ultrage, pagem, angina
LÍNGUA PORTUGUESA

c) refújio, agiota, rigidez, rabujento


d) vigência, jenipapo, fuligem, cafajeste
e) sargeta, jengiva, jiló, lambujem

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9. (SIMAE – Agente Administrativo – ASSCON-PP – 12. (TRT-2ª REGIÃO-SP – Técnico Judiciário - Área
2014) Assinale a alternativa que apresenta apenas palavras Administrativa – Médio – FCC – 2014) Está redigida
escritas de forma incorreta. com clareza e em consonância com as regras da gramática
normativa a seguinte frase:
a) Cremoso, coragem, cafajeste, realizar;
b) Caixote, encher, análise, poetisa; a) Queremos, ou não, ele será designado para dar a palavra
c) Traje, tanger, portuguesa, sacerdotisa; final sobre a polêmica questão, que, diga-se de passa-
d) Pagem, mujir, vaidozo, enchergar; gem, tem feito muitos exitarem em se pronunciar.
b) Consultaram o juíz acerca da possibilidade de voltar
10. (Receita Federal – Auditor Fiscal – ESAF – 2014) atraz na suspensão do jogador, mas ele foi categórico
Assinale a opção que corresponde a erro gramatical ou de quanto a impossibilidade de rever sua posição.
grafia de palavra inserido na transcrição do texto. c) Vossa Excelência leu o documento que será apresentado
em rede nacional daqui a pouco, pela voz de Sua Exce-
A Receita Federal nem sempre teve esse (1) nome. Secretaria lência, o Senhor Ministro da Educação?
da Receita Federal é apenas a mais recente denominação da d) A reportagem sobre fascínoras famosos não foi nada
Administração Tributária Brasileira nestes cinco séculos de positiva para o público jovem que estava presente, de
existência. Sua criação tornou-se (2) necessária para moder- que se desculparam os idealizadores do programa.
nizar a máquina arrecadadora e fiscalizadora, bem como para e) Estudantes e professores são entusiastas de oferecer aos
promover uma maior integração entre o Fisco e os Contribuin- jovens ingressantes no curso o compartilhamento de
tes, facilitando o cumprimento expontâneo (3) das obrigações projetos, com que serão também autores.
tributárias e a solução dos eventuais problemas, bem como o
acesso às (4) informações pessoais privativas de interesse de 13. (TRE-MS – Estágio – Jornalismo – TRE-MS – 2014)
cada cidadão. O surgimento da Secretaria da Receita Federal A acentuação correta está na alternativa:
representou um significativo avanço na facilitação do cumpri-
mento das obrigações tributárias, contribuindo para o aumen-
a) eu abençôo – eles crêem – ele argúi.
to da arrecadação a partir (5) do final dos anos 60.
b) platéia – tuiuiu – instrui-los.
(Adaptado de <http://www.receita.fazenda.gov.br/srf/his-
c) ponei – geléia – heroico.
torico.htm>. Acesso em: 17 mar. 2014.)
d) eles têm – ele intervém – ele constrói.
e) lingüiça – feiúra – idéia.
a) (1).
b) (2).
c) (3).
14. (EBSERH – HUCAM-UFES – Advogado – AOCP –
d) (4). 2014) A palavra que está acentuada corretamente é:
e) (5).
a) Históriar.
b) Memórial.
11. (Estrada de Ferro Campos do Jordão-SP – Ana-
c) Métodico.
lista Ferroviário – Oficinas – Elétrica – IDERH – 2014)
d) Própriedade.
Leia as orações a seguir:
e) Artifício.
Minha mãe sempre me aconselha a evitar as _____ compa-
nhias. (mas/más)
15. (prodam-am – assistente – funcab – 2014 – adap-
A cauda do vestido da noiva tinha um _________ enorme.
tada) Assinale a opção em que o par de palavras foi acen-
(cumprimento/comprimento) tuado segundo a mesma regra.
Precisamos fazer as compras do mês, pois a _________ está
vazia. (despensa/dispensa). a) saúde-países
b) Etíope-juízes
Completam, correta e respectivamente, as lacunas acima os c) olímpicas-automóvel
expostos na alternativa: d) vocês-público
e) espetáculo-mensurável
a) mas – cumprimento – despensa.
b) más – comprimento – despensa. 16. (Advocacia Geral da União – Técnico em Contabi-
c) más – cumprimento – dispensa. lidade – idecan – 2014) Os vocábulos “cinquentenário” e
LÍNGUA PORTUGUESA

d) mas – comprimento – dispensa. “império” são acentuados devido à mesma justificativa. O


e) más – comprimento – dispensa. mesmo ocorre com o par de palavras apresentado em

a) prêmio e órbita.
b) rápida e tráfego
c) satélite e ministério.
d) pública e experiência.
e) sexagenário e próximo.

22
17. (Rioprevidência – Especialista em Previdência So- 23. (prodam-am – Assistente de Hardware – funcab –
cial – ceperj – 2014) A palavra “conteúdo” recebe acen- 2014) Assinale a alternativa em que todas as palavras foram
tuação pela mesma razão de: acentuadas segundo a mesma regra.

a) juízo a) indivíduos - atraí(-las) - período


b) espírito b) saíram – veículo - construído
c) jornalístico c) análise – saudável - diálogo
d) mínimo d) hotéis – critérios - através
e) disponíveis e) econômica – após – propósitos

18. (Ministério do Meio Ambiente – icmbio – cespe – 24. (Corpo de Bombeiros Militar-pi – Curso de Forma-
2014) A mesma regra de acentuação gráfica se aplica aos ção de Soldados – uespi – 2014) “O evento promove a
vocábulos “Brasília”, “cenário” e “próprio”. saúde de modo integral.” A regra que justifica o acento gráfi-
co no termo destacado é a mesma que justifica o acento em:
( ) CERTO ( ) ERRADO
a) “remédio”.
19. (Prefeitura de Balneário Camboriú-sc – Guarda b) “cajú”.
Municipal – fepese – 2014 – adaptada) Assinale a alter- c) “rúbrica”.
nativa em que todas as palavras são oxítonas. d) “fráude”.
e) “baú”.
a) pé, lá, pasta
b) mesa, tábua, régua 25. (TJ-BA – Técnico Judiciário – Área Administrativa –
c) livro, prova, caderno Médio – FGV – 2015)
d) parabéns, até, televisão Texto 3 – “A Lua Cheia entra em sua fase Crescente no signo
e) óculos, parâmetros, título de Gêmeos e vai movimentar tudo o que diz respeito à sua
vida profissional e projetos de carreira. Os próximos dias serão
20. (Advocacia Geral da União – Técnico em Comu- ótimos para dar andamento a projetos que começaram há al-
nicação Social – idecan – 2014) Assinale a alternativa guns dias ou semanas. Os resultados chegarão rapidamente”.
em que a acentuação de todas as palavras está de acordo
com a mesma regra da palavra destacada: “Procuradorias O texto 3 mostra exemplos de emprego correto do “a” com
comprovam necessidade de rendimento satisfatório para re- acento grave indicativo da crase – “diz respeito à sua vida
novação do FIES”. profissional”. A frase abaixo em que o emprego do acento
grave da crase é corretamente empregado é:
a) após / pó / paletó
b) moído / juízes / caído a) o texto do horóscopo veio escrito à lápis;
c) história / cárie / tênue b) começaram à chorar assim que leram as previsões;
d) álibi / ínterim / político c) o horóscopo dizia à cada leitora o que devia fazer;
e) êxito / protótipo / ávido d) o leitor estava à procura de seu destino;
e) o astrólogo previa o futuro passo à passo
21. (Prefeitura de Brusque-sc – Educador Social – fe-
pese – 2014) Assinale a alternativa em que só palavras pa- 26. (Prefeitura de Sertãozinho-SP – Farmacêutico –
roxítonas estão apresentadas. Superior – VUNESP – 2017) O sinal indicativo de crase
está empregado corretamente nas duas ocorrências na al-
a) facilitada, minha, canta, palmeiras ternativa:
b) maná, papá, sinhá, canção
c) cá, pé, a, exílio a) Muitos indivíduos são propensos à associar, inadvertida-
d) terra, pontapé, murmúrio, aves mente, tristeza à depressão.
e) saúde, primogênito, computador, devêssemos b) As pessoas não querem estar à mercê do sofrimento, por
isso almejam à pílula da felicidade.
22. (Ministério do Desenvolvimento Agrário – Técni- c) À proporção que a tristeza se intensifica e se prolonga,
co em Agrimensura – funcab – 2014) A alternativa que pode-se, à primeira vista, pensar em depressão.
LÍNGUA PORTUGUESA

apresenta palavra acentuada por regra diferente das demais d) À rigor, os especialistas não devem receitar remédios às
é: pessoas antes da realização de exames acurados.
e) Em relação à informação da OMS, conclui-se que existem
a) dúvidas. 121 milhões de pessoas à serem tratadas de depressão.
b) muitíssimos.
c) fábrica.
d) mínimo.
e) impossível.

23
27. (TRT – 21.ª Região-RN – Técnico Judiciário – Área 31. (CONAB – Contabilidade – Superior – IADES –
Administrativa – Médio – FCC – 2017) É difícil planejar 2014 – adaptada) Considerando o trecho “atualizou os
uma cidade e resistir à tentação de formular um projeto de dados relativos à produção de grãos no Brasil.” e conforme
sociedade. a norma-padrão, assinale a alternativa correta.
O sinal indicativo de crase deverá ser mantido caso o verbo
sublinhado acima seja substituído por: a) a crase foi empregada indevidamente no trecho.
b) o autor poderia não ter empregado o sinal indicativo de
a) não acatar. crase.
b) driblar. c) se “produção” estivesse antecedida por essa, o uso do
c) controlar. sinal indicativo de crase continuaria obrigatório.
d) superar. d) se, no lugar de “relativos”, fosse empregado referentes, o
e) não sucumbir. uso do sinal indicativo de crase passaria a ser facultativo.
e) caso o vocábulo minha fosse empregado imediatamente
28. (TRT – 21.ª Região-RN – Técnico Judiciário – Área antes de “produção”, o uso do sinal indicativo de crase
Administrativa – Médio – FCC – 2017) A frase em que seria facultativo.
há uso adequado do sinal indicativo de crase encontra-se
em: 32. (Sabesp-SP – atendente a clientes – Médio – fcc
– 2014 – adaptada) No trecho Refiro-me aos livros que
a) A tendência de recorrer à adaptações aparece com maior foram escritos e publicados, mas estão – talvez para sempre
força na Hollywood do século 21. – à espera de serem lidos, o uso do acento de crase obedece
b) É curioso constatar a rapidez com que o cinema agregou à mesma regra seguida em:
à máxima.
c) A busca pela segurança leva os estúdios à apostarem em a) Acostumou-se àquela situação, já que não sabia como
histórias já testadas e aprovadas. evitá-la.
d) Tal máxima aplica-se perfeitamente à criação de peças b) Informou à paciente que os remédios haviam surtido
de teatro. efeito.
e) Há uma massa de escritores presos à contratos fixos em c) Vou ficar irritada se você não me deixar assistir à novela.
alguns estúdios. d) Acabou se confundindo, após usar à exaustão a velha
fórmula.
29. (Prefeitura de Marília-SP – Auxiliar de Escrita – e) Comunique às minhas alunas que as provas estão cor-
Médio – VUNESP – 2017) Assinale a alternativa em que rigidas.
o sinal indicativo de crase está empregado corretamente.
33. (TRT-AL – Analista Judiciário – Superior – FCC–
a) A voluntária aconselhou a remetente à esquecer o amor 2014) ... que acompanham as fronteiras ocidentais chine-
de infância. sas...
b) O carteiro entregou às voluntárias do Clube de Julieta O verbo que, no contexto, exige o mesmo tipo de comple-
uma nova remessa de cartas. mento que o da frase acima está em:
c) O médico ofereceu à um dos remetentes apoio psico-
lógico. a) A Rota da Seda nunca foi uma rota única...
d) As integrantes do Clube levaram horas respondendo à b) Esses caminhos floresceram durante os primórdios da
diversas cartas. Idade Média.
e) O Clube sugeriu à algumas consulentes que fizessem no- c) ... viajavam por cordilheiras...
vas amizades. d) ... até cair em desuso, seis séculos atrás.
e) O maquinista empurra a manopla do acelerador.
30. (prefeitura de são Paulo-sp – técnico em saúde
– laboratório – médio – vunesp – 2014) Reescrevendo- 34. (CASAL-AL – Administrador De Rede – COPEVE –
-se o segmento frasal – ... incitá-los a reagir e a enfrentar UFAL – 2014) Na afirmação abaixo, de Padre Vieira,
o desconforto, ... –, de acordo com a regência e o acento “O trigo não picou os espinhos, antes os espinhos o picaram
indicativo da crase, tem-se: a ele... Cuidais que o sermão vos picou a vós” o substantivo
“espinhos” tem, respectivamente, função sintática de,
a) ... incitá-los à reação e ao enfrentamento do desconforto, ...
LÍNGUA PORTUGUESA

b) ... incitá-los a reação e o enfrentamento do desconforto, ... a) objeto direto/objeto direto.


c) ... incitá-los à reação e à enfrentamento do desconforto, ... b) sujeito/objeto direto.
d) ... incitá-los à reação e o enfrentamento do desconforto, ... c) objeto direto/sujeito.
e) ... incitá-los a reação e à enfrentamento do desconforto, .. d) objeto direto/objeto indireto.
e) sujeito/objeto indireto.

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35. (CASAL-AL – Administrador De Rede – COPEVE – 39. (trt-13ª região-pb – Técnico Judiciário – Tecnolo-
UFAL – 2014) No texto, “Arranca o estatuário uma pedra gia da Informação – Médio – fcc – 2014) Ao mesmo
dessas montanhas, tosca, bruta, dura, informe; e, depois que tempo, as elites renunciaram às ambições passadas...
desbastou o mais grosso, toma o maço e cinzel na mão para O verbo que, no contexto, exige o mesmo tipo de comple-
começar a formar um homem, primeiro membro a membro mento que o grifado acima está empregado em:
e depois feição por feição.”
VIEIRA, P. A. In Sermão do Espírito Santo. Acervo da Acade- a) Faltam-nos precedentes históricos para...
mia Brasileira de Letras b) Nossos contemporâneos vivem sem esse futuro...
A oração sublinhada exerce uma função de c) Esse novo espectro comprova a novidade de nossa si-
tuação...
a) causalidade. d) As redes sociais eram atividades de difícil implementação...
b) conclusão. e) ... como se imitássemos o padrão de conforto...
c) oposição.
d) concessão. 40. (Cia de Serviços de Urbanização de Guarapuava-
e) finalidade. -pr – Agente de Trânsito – consulplam – 2014) Quanto
à função que desempenha na sintaxe da oração, o trecho
em destaque “Tenho uma dor que passa daqui pra lá e de lá
36. (EBSERH – HUCAM-UFES – Advogado – Superior pra cá” corresponde a:
– AOCP – 2014) Em “Se a ‘cura’ fosse cara, apenas uma pe-
quena fração da sociedade teria acesso a ela.”, a expressão a) Oração subordinada adjetiva restritiva.
em destaque funciona como: b) Oração subordinada adjetiva explicativa.
c) Adjunto adnominal.
a) objeto direto. d) Oração subordinada adverbial espacial.
b) adjunto adnominal.
c) complemento nominal. 41. (Advocacia-Geral da União – Técnico em Comuni-
d) sujeito paciente. cação Social – idecan – 2014) Acerca das relações sintá-
e) objeto indireto. ticas que ocorrem no interior do período a seguir “Policiais
de Los Angeles tomam facas de criminosos, perseguem bê-
37. (EBSERH – HUSM-UFSM-RS – Analista Adminis- bados na estrada e terminam o dia na delegacia fazendo seu
trativo – Jornalismo – Superior – AOCP – 2014) relatório.”, é correto afirmar que
“Sinta-se ungido pela sorte de recomeçar. Quando seu filho
crescer, ele irá entender - mais cedo ou mais tarde -...” a) “o dia” é sujeito do verbo “terminar”.
No período acima, a oração destacada: b) o sujeito do período, Policiais de Los Angeles, é com-
posto.
a) estabelece uma relação temporal com a oração que lhe c) “bêbados” e “criminosos” apresentam-se na função de
é subsequente. sujeito.
b) estabelece uma relação temporal com a oração que a d) “facas” possui a mesma função sintática que “bêbados”
antecede. e “relatório”.
c) estabelece uma relação condicional com a oração que e) “de criminosos”, “na estrada”, “na delegacia” são termos
lhe é subsequente. que indicam circunstâncias que caracterizam a ação verbal.
d) estabelece uma relação condicional com a oração que
a antecede. 42. (TJ-SP – Escrevente Técnico Judiciário – Médio –
e) estabelece uma relação de finalidade com a oração que VUNESP – 2015) Leia o texto, para responder às questões.
lhe é subsequente. O fim do direito é a paz, o meio de que se serve para
consegui-lo é a luta. Enquanto o direito estiver sujeito às
38. (prodam-am – Assistente de Hardware – funcab ameaças da injustiça – e isso perdurará enquanto o mundo
– 2014) O termo destacado em: “As pessoas estão sempre for mundo –, ele não poderá prescindir da luta. A vida do
muito ATAREFADAS.” exerce a seguinte função sintática: direito é a luta: luta dos povos, dos governos, das classes
sociais, dos indivíduos.
a) objeto direto. Todos os direitos da humanidade foram conquistados pela
b) objeto indireto. luta; seus princípios mais importantes tiveram de enfrentar
LÍNGUA PORTUGUESA

c) adjunto adverbial. os ataques daqueles que a ele se opunham; todo e qual-


d) predicativo. quer direito, seja o direito de um povo, seja o direito do in-
e) adjunto adnominal. divíduo, só se afirma por uma disposição ininterrupta para
a luta. O direito não é uma simples ideia, é uma força viva.
Por isso a justiça sustenta numa das mãos a balança com
que pesa o direito, enquanto na outra segura a espada por
meio da qual o defende.

25
A espada sem a balança é a força bruta, a balança sem a a) em Brasília, Distrito Federal, na região Centro-Oeste;
espada, a impotência do direito. Uma completa a outra, e b) em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, região Sul;
o verdadeiro estado de direito só pode existir quando a c) em Pedrinhas, São Luís, Maranhão;
justiça sabe brandir a espada com a mesma habilidade com d) em São Paulo, São Paulo, Brasil;
que manipula a balança. e) em Goiânia, região Centro-Oeste, Brasil.
O direito é um trabalho sem tréguas, não só do Poder Pú-
blico, mas de toda a população. A vida do direito nos ofe- 44. (TRT – 21.ª Região-RN – Técnico Judiciário – Área
rece, num simples relance de olhos, o espetáculo de um Administrativa – Médio – FCC – 2017) Está plenamente
esforço e de uma luta incessante, como o despendido na adequada a pontuação do seguinte período:
produção econômica e espiritual. Qualquer pessoa que se
veja na contingência de ter de sustentar seu direito par- a) A produção cinematográfica como é sabido, sempre be-
ticipa dessa tarefa de âmbito nacional e contribui para a beu na fonte da literatura, mas o cinema declarou-se,
realização da ideia do direito. É verdade que nem todos independente das outras artes há mais de meio século.
enfrentam o mesmo desafio. b) Sabe-se que, a produção cinematográfica sempre consi-
A vida de milhares de indivíduos desenvolve-se tranqui- derou a literatura como fonte de inspiração, mas o cine-
lamente e sem obstáculos dentro dos limites fixados pelo ma declarou-se independente das outras artes, há mais
direito. Se lhes disséssemos que o direito é a luta, não nos de meio século.
compreenderiam, pois só veem nele um estado de paz e c) Há mais de meio século, o cinema declarou-se indepen-
de ordem. dente das outras artes, embora a produção cinemato-
(Rudolf von Ihering, A luta pelo direito) gráfica tenha sempre considerado a literatura como fon-
te de inspiração.
Assinale a alternativa em que uma das vírgulas foi empre- d) O cinema declarou-se independente, das outras artes,
gada para sinalizar a omissão de um verbo, tal como ocorre há mais de meio século; porém, sabe-se, que a produção
na passagem – A espada sem a balança é a força bruta, a cinematográfica sempre bebeu na fonte da literatura.
balança sem a espada, a impotência do direito.
e) A literatura, sempre serviu de fonte inspiradora do ci-
nema, mas este, declarou-se independente das outras
a) O direito, no sentido objetivo, compreende os princípios
artes há mais de meio século − como é sabido.
jurídicos manipulados pelo Estado.
b) Todavia, não pretendo entrar em minúcias, pois nunca
45. (Correios – Técnico em Segurança do Trabalho
chegaria ao fim.
Júnior – Médio – IADES – 2017 – adaptada) Quanto
c) Do autor exige-se que prove, até o último centavo, o
às regras de ortografia e de pontuação vigentes, considere
interesse pecuniário.
d) É que, conforme já ressaltei várias vezes, a essência do o período “Enquanto lia a carta, as lágrimas rolavam em
direito está na ação. seu rosto numa mistura de amor e saudade.” e assinale a
e) A cabeça de Jano tem face dupla: a uns volta uma das alternativa correta.
faces, aos demais, a outra.
a) O uso da vírgula entre as orações é opcional.
43. TJ-BA – Técnico Judiciário – Área Administrativa b) A redação “Enquanto lia a carta, as lágrimas rolavam em
– Médio – FGV – 2015 seu rosto por que sentia um misto de amor e saudade.”
poderia substituir a original.
Texto 2 - “A primeira missão tripulada ao espaço profundo c) O uso do hífen seria obrigatório, caso o prefixo re fosse
desde o programa Apollo, da década 1970, com o objetivo de acrescentado ao vocábulo “lia”.
enviar astronautas a Marte até 2030 está sendo preparada d) Caso a ordem das orações fosse invertida, o uso da vír-
pela Nasa (agência espacial norte-americana). O primeiro gula entre elas poderia ser dispensado.
passo para a concretização desse desafio será dado nesta e) Assim como o vocábulo “lágrimas”, devem ser acentua-
sexta-feira (5), com o lançamento da cápsula Orion, da base dos graficamente rúbrica, filântropo e lúcida.
da agência em Cabo Canaveral, na Flórida, nos Estados Uni-
dos. O lançamento estava previsto originalmente para esta 46. (TRE-MS – Estágio – Jornalismo – TRE-MS – 2014)
quinta-feira (4), mas devido a problemas técnicos foi rea- Verifique a pontuação nas frases abaixo e marque a asser-
gendado para as 7h05 (10h05 no horário de Brasília).” tiva correta:
(Ciência, Internet Explorer).
“com o lançamento da cápsula Orion, da base da agência a) Céus: Que injustiça.
LÍNGUA PORTUGUESA

em Cabo Canaveral, na Flórida, nos Estados Unidos.” b) O resultado do placar, não o abateu.
Os termos sublinhados se encarregam da localização do c) O comércio estava fechado; porém, a farmácia estava em
lançamento da cápsula referida; o critério para essa locali- pleno atendimento.
zação também foi seguido no seguinte caso: Os protestos d) Comam bastantes frutas crianças!
contra as cotas raciais ocorreram: e) Comprei abacate, e mamão maduro.

26
47. (SAAE-SP – Fiscal Leiturista – VUNESP – 2014) 49. (Prefeitura de Paulista-PE – Recepcionista – UPE-
NET – 2014 – adaptada)
“Já vi gente cansada de amor, de trabalho, de política, de
ideais. Jamais conheci alguém sinceramente cansado de di-
nheiro.”
(Millôr Fernandes)

Sobre as vírgulas existentes no texto, é CORRETO afirmar


que:

a) são facultativas.
b) isolam apostos.
c) separam elementos de mesma função sintática.
d) a terceira é facultativa.
e) separam orações coordenadas assindéticas.

50. (Polícia Militar-SP – Oficial Administrativo – Mé-


dio – vunesp – 2014) A reescrita da frase – Como sempre,
a resposta depende de como definimos os termos da pergun-
ta. – está correta, quanto à pontuação, em:

a) A resposta como sempre, depende de, como definimos


os termos da pergunta.
Segundo a norma-padrão da língua portuguesa, a pontua- b) A resposta, como sempre, depende de como definimos
os termos da pergunta.
ção está correta em:
c) A resposta como, sempre, depende de como definimos
os termos da pergunta.
a) Hagar disse, que não iria.
d) A resposta, como, sempre depende de como definimos
b) Naquela noite os Stevensens prometeram servir, bifes e
os termos da pergunta.
lagostas, aos vizinhos.
e) A resposta como sempre, depende de como, definimos
c) Chegou, o convite dos Stevensens, bife e lagostas: para
os termos da pergunta.
Hagar e Helga
d) “Eles são chatos e, nunca param de falar”, disse, Hagar 51. (Emplasa-Sp – Analista Jurídico – Direito – vu-
à Helga. nesp – 2014) Segundo a norma-padrão da língua portu-
e) Helga chegou com o recado: fomos convidados, pelos guesa, a pontuação está correta em:
Stevensens, para jantar bifes e lagostas.
a) Como há suspeita, por parte da família de que João Gou-
48. (Prefeitura de Paulista-PE – Recepcionista – UPE- lart tenha sido assassinado; a Comissão da Verdade de-
NET – 2014) Sobre os SINAIS DE PONTUAÇÃO, observe cidiu reabrir a investigação de sua morte, em maio deste
os itens abaixo: ano, a pedido da viúva e dos filhos.
b) Em maio deste ano, a Comissão da Verdade acatou o pe-
I. “Calma, gente”. dido da família do ex-presidente João Goulart e reabriu
II. “Que mundo é este que chorar não é “normal”? a investigação da morte deste, visto que, para a viúva e
III. “Sustentabilidade, paradigma de vida” para os filhos, Jango pode ter sido assassinado.
IV. “Será que precisa de mais licitações? Haja licitações!” c) A investigação da morte de João Goulart, foi reaberta,
V. “E, de repente, aquela rua se tornou um grande lago...” em maio deste ano pela Comissão da Verdade, para
apuração da causa da morte do ex-presidente uma vez
Sobre eles, assinale a alternativa CORRETA. que, para a família, Jango pode ter sido assassinado.
d) A Comissão da Verdade, a pedido da família de João
a) No item I, a vírgula isola um aposto. Goulart, reabriu em maio deste ano a investigação de
b) No item II, a interrogação indica uma mensagem inter- sua morte, porque, a hipótese de assassinato não é des-
rompida. cartada, pela viúva e filhos.
LÍNGUA PORTUGUESA

c) No item III, a vírgula isola termos que explicam o seu e) Como a viúva e os filhos do ex-presidente João Goulart,
antecedente. suspeitando que ele possa ter sido assassinado pediram
d) No item IV, os dois sinais de pontuação, a interrogação a reabertura da investigação de sua morte, à Comissão
e a exclamação, indicam surpresa. da Verdade, esta, atendeu o pedido em maio deste ano.
e) No item V, as vírgulas poderiam ser substituídas, apenas,
por um ponto e vírgula após o termo “repente”.

27
52. (Caixa Econômica Federal – Médico do Trabalho Há uma boa razão que explica por que todos adoram um
– cespe – 2014 – adaptada) A correção gramatical do espaço com quatro paredes e uma porta: foco. A verdade
trecho “Entre as bebidas alcoólicas, cervejas e vinhos são as é que não conseguimos cumprir várias tarefas ao mesmo
mais comuns em todo o mundo” seria prejudicada, caso se tempo, e pequenas distrações podem desviar nosso foco
inserisse uma vírgula logo após a palavra “vinhos”. por até 20 minutos.
Retemos mais informações quando nos sentamos em um
( ) CERTO ( ) ERRADO local fixo, afirma Sally Augustin, psicóloga ambiental e de-
sign de interiores.
53. (Prefeitura de Arcoverde-PE – Administrador de (Bryan Borzykowski, “Por que escritórios abertos podem
Recursos Humanos – CONPASS – 2014) Leia o texto a ser ruins para funcionários.” Disponível em:<www1.folha.
seguir: uol.com.br>. Acesso em: 04.04.2017. Adaptado)
“Pagar por esse software não é um luxo, mas uma necessida-
de”. O uso da vírgula justifica-se porque: Iniciando-se a frase – Retemos mais informações quando
nos sentamos em um local fixo... (último parágrafo) – com o
a) estabelece a relação entre uma coordenada assindética termo Talvez, indicando condição, a sequência que apre-
e uma conclusiva. senta correlação dos verbos destacados de acordo com a
b) separar a oração coordenada “não é um luxo” da ad- norma-padrão será:
versativa “mas uma necessidade”, em que o verbo está
subentendido. a) reteríamos ... sentarmos
c) liga a oração principal “Pagar” à coordenada “não é um b) retínhamos ... sentássemos
luxo, mas uma necessidade”. c) reteremos ... sentávamos
d) indica que dois termos da mesma função estão ligados d) retivemos ... sentaríamos
e) retivéssemos ... sentássemos
por uma conjunção aditiva.
e) isola o aposto na segunda oração.
55. (TJ-SP – Escrevente Técnico Judiciário – Médio –
VUNESP – 2017) Leia o texto para responder às questões.
54. (TJ-SP – Escrevente Técnico Judiciário – Médio –
O problema de São Paulo, dizia o Vinicius, “é que você
VUNESP – 2017)
anda, anda, anda e nunca chega a Ipanema”. Se tomarmos
Há quatro anos, Chris Nagele fez o que muitos executivos
“Ipanema” ao pé da letra, a frase é absurda e cômica. To-
no setor de tecnologia já tinham feito – ele transferiu sua
mando “Ipanema” como um símbolo, no entanto, como
equipe para um chamado escritório aberto, sem paredes e um exemplo de alívio, promessa de alegria em meio à vida
divisórias. dura da cidade, a frase passa a ser de um triste realismo: o
Os funcionários, até então, trabalhavam de casa, mas ele problema de São Paulo é que você anda, anda, anda e nun-
queria que todos estivessem juntos, para se conectarem e ca chega a alívio algum. O Ibirapuera, o parque do Estado,
colaborarem mais facilmente. Mas em pouco tempo ficou o Jardim da Luz são uns raros respiros perdidos entre o mar
claro que Nagele tinha cometido um grande erro. Todos de asfalto, a floresta de lajes batidas e os Corcovados de
estavam distraídos, a produtividade caiu, e os nove em- concreto armado.
pregados estavam insatisfeitos, sem falar do próprio chefe. O paulistano, contudo, não é de jogar a toalha – prefere
Em abril de 2015, quase três anos após a mudança para estendê-la e se deitar em cima, caso lhe concedam dois
o escritório aberto, Nagele transferiu a empresa para um metros quadrados de chão. É o que vemos nas avenidas
espaço de 900 m² onde hoje todos têm seu próprio espaço, abertas aos pedestres, nos fins de semana: basta liberarem
com portas e tudo. um pedacinho do cinza e surgem revoadas de patinado-
Inúmeras empresas adotaram o conceito de escritório res, maracatus, big bands, corredores evangélicos, góticos
aberto – cerca de 70% dos escritórios nos Estados Unidos satanistas, praticantes de ioga, dançarinos de tango, barra-
são assim – e até onde se sabe poucos retornaram ao mo- quinhas de yakissoba e barris de cerveja artesanal.
delo de espaços tradicionais com salas e portas. Tenho estado atento às agruras e oportunidades da cidade
Pesquisas, contudo, mostram que podemos perder até porque, depois de cinco anos vivendo na Granja Viana, vim
15% da produtividade, desenvolver problemas graves de morar em Higienópolis. Lá em Cotia, no fim da tarde, eu cor-
concentração e até ter o dobro de chances de ficar doentes ria em volta de um lago, desviando de patos e assustando
em espaços de trabalho abertos – fatores que estão contri- jacus. Agora, aos domingos, corro pela Paulista ou Minhocão
buindo para uma reação contra esse tipo de organização. e, durante a semana, venho testando diferentes percursos.
Desde que se mudou para o formato tradicional, Nagele já Corri em volta do parque Buenos Aires e do cemitério da
LÍNGUA PORTUGUESA

ouviu colegas do setor de tecnologia dizerem sentir falta Consolação, ziguezagueei por Santa Cecília e pelas encos-
do estilo de trabalho do escritório fechado. “Muita gente tas do Sumaré, até que, na última terça, sem querer, des-
concorda – simplesmente não aguentam o escritório aber- cobri um insuspeito parque noturno com bastante gente,
to. Nunca se consegue terminar as coisas e é preciso levar quase nenhum carro e propício a todo tipo de atividades: o
mais trabalho para casa”, diz ele. estacionamento do estádio do Pacaembu.
É improvável que o conceito de escritório aberto caia em
desuso, mas algumas firmas estão seguindo o exemplo de
Nagele e voltando aos espaços privados.

28
(Antonio Prata. “O paulistano não é de jogar a toa- 19 D
lha. Prefere estendê-la e deitar em cima.” Disponível
em:<http://www1.folha.uol.com.br/colunas>. Acesso em: 20 C
13.04.2017. Adaptado) 21 A

Assinale a alternativa que dá nova redação à passagem – O 22 E


paulistano, contudo, não é de jogar a toalha – prefere esten- 23 E
dê-la e se deitar em cima, caso lhe concedam dois metros 24 E
quadrados de chão. – atendendo à norma-padrão de con-
cordância. 25 C
26 C
a) Cem por cento dos paulistanos não joga a toalha – acha
preferível estendê-la para que se deite sobre elas, caso 27 E
seja dado a eles dois metros quadrados de chão. 28 D
b) Os paulistanos não jogam a toalha – acham preferíveis 29 B
estendê-la e se deitar em cima, caso lhes deem dois me-
tros quadrados de chão. 30 A
c) Mais de um paulistano não são de jogar a toalha – acham 31 E
preferíveis estendê-la e se deitarem em cima, caso se dê
a eles dois metros de chão. 32 D
d) Para os paulistanos, não se joga a toalha – é preferível 33 E
que seja estendida, para que possam deitar-se sobre ela,
34 C
caso lhes sejam dados dois metros quadrados de chão.
e) A maior parte dos paulistanos, contudo, não são de jo- 35 E
garem a toalha – acha preferível elas serem estendidas 36 C
e deitar-se em cima, caso lhe seja dado dois metros de
chão. 37 A
38 D
39 A
40 A
GABARITO
41 D
42 E
1 C
43 A
2 A
44 C
3 D
45 D
4 A
46 C
5 C
47 E
6 A
48 C
7 C
49 C
8 D
50 B
9 D
51 B
10 C
52 CERTO
11 B
53 C
12 C
54 E
13 D
LÍNGUA PORTUGUESA

55 D
14 E
15 A
16 B
17 A
18 CERTO

29
ANOTAÇÕES

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LÍNGUA PORTUGUESA

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30
ÍNDICE

LÍNGUA INGLESA

Conhecimento de um vocabulário fundamental e dos aspectos gramaticais básicos para a interpretação de textos técni-
cos................................................................................................................................................................................................................................. 01
incumbindo ao professor, neste caso, a tarefa de transmiti-
los aos alunos, para que estes trabalhem disciplinadamente
CONHECIMENTO DE UM VOCABULÁRIO
a relação de atividades proposta. Com essa metodologia de
FUNDAMENTAL E DOS ASPECTOS GRAMA- ensino, conforme Aiub (2010), em uma de suas pesquisas
TICAIS BÁSICOS PARA A INTERPRETAÇÃO relacionadas ao ensino de LI, afirma que a escola cria o
DE TEXTOS TÉCNICOS. imaginário:

[...] de que para aprender uma língua estrangeira é


O ensino de língua, na escola, seja Língua Portuguesa, ou indispensável não sair do roteiro, isto é, torna-se obrigatório
seguir as etapas – as fases –, não se pode ir além do que
Língua Estrangeira, apresenta semelhanças, pois acontece
foi solicitado em um dado exercício, muito menos escrever
a partir do estudo de aspectos estruturais da língua. Essa
palavras não (pre)vistas com estruturas linguísticas ainda
concepção de ensino, portanto, remete aos pressupostos não trabalhadas em sala de aula. (2010, p. 82).
teóricos da Linguística Textual, que aparece, neste caso,
como disciplina balizadora das práticas de ensino de língua Nesta perspectiva, entendemos que o roteiro de ensino
no âmbito escolar. Indursky (2006), pesquisadora na área estabelecido na escola determina quais conteúdos devemos
da AD, buscou, em uma de suas pesquisas, refletir sobre a ou não ensinar naquele dado ano letivo. Esse roteiro, no
categoria texto. Para a autora, “O sentido do texto muda de entanto, limita as construções dos alunos, pois os impede
acordo com o aparato teórico de que nos cercamos para de utilizar palavras e/ou estruturas linguísticas que já têm
concebê-lo” (2006, p. 35). Assim, ao tomar o texto a partir conhecimento em detrimento do nível de ensino em que se
dos fundamentos da LT, Indursky (2006) afirma que ele “é encontram. Melhor dizendo, roteiros de conteúdos isolam
concebido como uma unidade pragmático-comunicativa, o que o aluno aprendeu do que ele ainda não aprendeu e
isto é, o autor tem certas intenções comunicativas que não permitem que ele vá além daquilo que está previsto.
se fazem presentes no texto sob a forma de instruções Assim, os sentidos também são contidos à medida que os
[...]” (2006, p. 49) e, assim, cabe ao leitoraluno decifrá-las, exercícios administram até onde o aluno pode ir.
pois, segundo Indursky, nesta concepção teórica, estamos Podemos dizer que os roteiros direcionam o processo
lidando com “uma língua transparente, sem opacidades. de ensino e de aprendizagem de LI a um único modo de
Em suma, a língua é um código” (2006, p. 49). conceber a língua, por meio de atividades de tradução e
produção textual, exercícios de gramática e interpretação,
É possível afirmar, com isso, que essa proposta teórica
em tese, regidos por regras específicas de construção.
redunda em exercícios de repetição, pois se a língua é Nessa perspectiva, quando um texto é traduzido, por
considerada um código, entendemos, conforme Pfeiffer exemplo, o professor geralmente questiona, de forma
(2003), que “[...] o aluno é apenas um observador da breve, o que os alunos entenderam, porém não estende a
linguagem, não lhe cabe interferir nela, ele só deve organizá- discussão, de modo a fazê-los realmente argumentar sobre
la de acordo com uma organização a priori e externa a ele” o tema tratado no texto. Assim, ele se fixa exclusivamente
(2003, p. 97). Assim, em atividades de leitura e produção na superfície textual, perdendo a oportunidade de convocar
textual, por exemplo, o aluno interpreta e/ou constrói o os alunos para um trabalho de interpretação, para explorar
seu texto regido por esse processo de decodificação. Nesse a trama de sentidos que se forma em sala de aula quando
âmbito, cabe ressaltar que quanto mais próximo o aluno eles são convidados a dialogar, compartilhar ideias e expor
chegar da interpretação desejada pelo professor, melhor, pontos de vista.
pois assim estará reproduzindo fielmente o modelo Assim também acontece quando as aulas de LI focam
proposto, que atende ao que o professor prescreve como apenas em exercícios gramaticais, pois, embora sejam
certo. Pfeiffer (2003), nesse entendimento, destaca que “[...] importantes para compreendermos a estrutura da língua,
o bom-leitor é aquele que sabe encontrar a verdade o mais quando desvinculados de práticas mais significativas e fora
rápido possível” (2003, p. 97), ou seja, aquele que entra de um contexto, ou retirados de um texto apenas para
nesse jogo de decifração e assume prontamente o sentido serem classificados, eles representam apenas modelos
prontos que devem ser copiados/reproduzidos.
que se busca apreender no texto. Nesse intuito, conforme
Com base nisso, a autoria, algo tão reclamado em sala
afirma Pfeiffer, “[...] a imagem do aluno, por parte do livro
de aula, acaba se resumindo a atividades de repetição,
(da escola, do professor e – por que não (?) – da sociedade), memorização, tradução e reprodução de conteúdo. Ser
[é] de que este é incapaz de e não deve interpretar por autor, nesse sentido, significa traduzir eficazmente um
si só os enunciados dos exercícios, necessitando assim de texto, passar corretamente as frases para os tempos verbais
modelo [...]” (2003, p. 93). Ou seja, nesse meio, o aluno é indicados, memorizar uma sequência de palavras de um
direcionado a um sentido ideal perante o texto, pois não se determinado vocabulário e/ou entender um diálogo entre
quer que ele, na escola, trabalhe na possibilidade de outras personagens presente no livro didático.
construções na língua. Nesse sentido, ao discutir o movimento de autoria
LÍNGUA INGLESA

Ao abordar essas questões, que remetem à nas aulas de LI na escola, percebendo como acontece a
decodificação do texto, como centrais ao ensino, a produção do aluno, nos propomos, aqui, a pensar novas
escola adota um esquema programático para atuar bem possibilidades de ensino que propiciem ao aluno ser autor
neste processo. Assim, organiza um roteiro de ensino, de suas produções pedagógicas.
distribuindo os conteúdos que cada série deve dominar, Entendemos que o ensino de língua, seja materna ou
geralmente compatíveis com os do livro didático, estrangeira, como é de nosso interesse discutir, não deve

1
acontecer mecanicamente, de modo que os professores Neste entendimento, segundo Orlandi, a linguagem
leiam as verdades do livro didático e os alunos as venerem é incompleta ou inacabada, ou seja, os sentidos e os
em sala de aula, quando interpretam ou produzem um texto, sujeitos não são definitivos, concluídos, compostos
por exemplo. São em atividades assim que se resumem as terminantemente, o que faz com que, conforme a autora,
aulas de LI na escola, cópia, repetição, entretanto, esse um dizer esteja/seja sempre “aberto”, mas que também
tipo de exercício ocasiona alguns problemas no contexto nunca se fecha, pois:
escolar, pois muitos alunos deixam a escola dizendo
que não sabem nada de Inglês, que não conseguem [...] há uma relação importante entre a incompletude
construir um texto no idioma, que não compreendem uma e a interpretação. Devo aqui realçar o fato de que esta
conversação ou não conseguem expressar-se na língua. incompletude não deve ser pensada em relação a algo que
A maneira como o ensino de LI está sendo conduzido, seria (ou não) inteiro, mas antes em relação a algo que não
se fecha. (1996, p. 11).
nesse sentido, deve ser repensada, pois, assim como afirma
Pfeiffer (2003), “[...] para nós a interpretação não pode ser
Nesta perspectiva, para Orlandi (1996, p. 13), a
vista como mera decodificação [...]. Deste modo, não há incompletude é atingida pela condição infindável da
como entender que ao aluno – ao leitor – basta ir à palavra linguagem, um sistema de significação aberto. E este
capturar o sentido que lá está” (2003. p. 102). Pfeiffer, em processo é gerenciado por dois eixos que organizam o
sua fala, alude a uma prática discursiva da língua, que vai movimento de “significação entre repetição e a diferença”,
de encontro, mais uma vez, aos pressupostos da LT, pois considerados pela autora como polissemia e paráfrase
estudar a língua no nível do discurso não permite que (1996, p. 13).
visualizemos um aluno “acomodado”, “preso”, “fechado” Orlandi (2001, p. 20), tratando do modo como a língua
para outros dizeres e outros sentidos possíveis, mas um produz sentido, define o processo parafrástico como
ser pensante, que lê, interpreta e produz sentidos, frente à aquele que permite a produção do mesmo sentido sob
variedade de usos que a língua pode proporcionar. várias de suas formas (matriz de linguagem); e o processo
polissêmico como o responsável pelo fato de que são
1. A Língua Inglesa pensada a partir da AD: sempre possíveis sentidos diferentes, múltiplos (fonte de
movimentos de autoria linguagem).
Trazendo essa discussão para a sala de aula, verificamos
Conforme temos observado, o ensino de LI, na escola, que o aluno, neste caso, ao interpretar um texto, retorna
tem se estruturado na perspectiva teórica da LT, que aos mesmos dizeres, geralmente fazendo uso da paráfrase,
ou seja, numa troca de palavras, ele retoma um mesmo
trabalha com o objeto texto entendido como um produto
sentido, podendo ser este sentido aquele que a escola, o LD,
da língua, dotado de intenções que, em sala de aula, devem
o professor pressupõe como verdadeiro e único ou, ainda,
ser assimiladas pelo aluno, para que o ato da comunicação um sentido atribuído com base em seu conhecimento de
não seja falho, ou seja, para que o aluno consiga captar mundo. Para Lima (2009), “Nesse caso, existe o risco de que
eficazmente a mensagem do autor, sem qualquer problema a leitura seja apenas uma decodificação e não o descortinar
de interlocução. do mundo que se abre a partir do texto” (2009, p. 51).
Verificamos, no entanto, que num trabalho como Isso não significa, no entanto, que a paráfrase não seja
esse, concentrado na decifração do código linguístico, a significativa para o processo de ensino e de aprendizagem
escola ensaia movimentos de decodificação das ideias que de LI, afinal o aluno não estará, em sala de aula, sempre
um texto pode conter. O aluno não estaria, neste caso, fundando sentidos novos, diferentes e originais, ou seja,
interpretando, pois na base teórica da AD, a interpretação produzindo no eixo polissêmico da língua. O aluno,
vai muito mais além que a decifração do que já está dito, enquanto sujeito, teoricamente concebido pela AD como
pois submete o trabalho dos sentidos às determinações da aquele que existe socialmente, interpelado pela ideologia,
exterioridade. Sendo assim, não buscamos, do ponto de encontra-se em meio a essas duas formas distintas de
vista da interpretação discursiva, o que o texto quer dizer, produção de sentidos e é dessa forma que se constitui
mas como ele significa nas condições em que aparece. autor.
Neste entendimento, para Orlandi (2001), Na perspectiva da AD, a noção de sujeito deixa de ser
Os dizeres não são, como dissemos, apenas mensagem uma noção idealista, imanente; o sujeito da linguagem
não é o sujeito em si, ou seja, conforme ressalta Brandão
a ser decodificadas. São efeitos de sentidos que são
(1994), o sujeito não é a origem, a fonte absoluta do
produzidos em condições determinadas e que estão de
sentido, porque na sua fala outras falas se dizem (1994,
alguma forma presente no modo como se diz, deixando p. 92). Pensando nisso, acreditamos que a autoria envolve
vestígio que o analista de discurso tem de apreender. esses dois processos – paráfrase e polissemia –, nos quais o
(2001, p. 30). aluno não só reformula dizeres legitimados, mas também
LÍNGUA INGLESA

A interpretação, para a AD, está na própria base da constrói possibilidades outras de se dizer. Neste momento,
constituição do sentido. Para Orlandi (2003, p. 51), não podemos entender autoria conforme Gallo (1995), a qual
há sentidos dados: estes são construídos por/através de afirma que esta “[...] tem relação com a produção do
sujeitos inscritos numa história, num processo simbólico e “novo” sentido, e ao mesmo tempo, é a condição de maior
pela ideologia. responsabilidade do sujeito em relação ao sentido que o
produz e, por essa razão, de maior unidade” (1995, p. 29).

2
Cabe explicitar que, entre a paráfrase e a polissemia, entre o mesmo e o diferente,
pelo já dito e pelo não dito é que os sujeitos e os sentidos se significam, abrindo caminho para a interpretação. Assim,
retomando ou originando novos dizeres, o aluno, na escola, precisa ser oportunizado, nas aulas de LI, a avistar outras
maneiras de proferir sua fala, pois entendemos que cada um possui uma opinião que, embora mais alguém a compartilhe,
o modo de se expressar, o sentido que se atribui, o tom que se imprime na voz, dentre outros aspectos, contribuem para
que cada um produza seu dizer de forma distinta. Nesse entendimento, Littlewood (1984), professor e pesquisador na área
de LEs, expõe que

[...] nós temos nos tornado cada vez mais conscientes de que indivíduos aprendizes são diferentes uns dos outros.
Eles não são simplesmente uma argila macia, esperando para ser modelada pelo professor, mas eles têm suas próprias
personalidades, motivações e estilos de aprender. Todas estas características afetam como os aprendizes atuam em sala
de aula. (1984, p. 1, tradução nossa).

Partindo desse pressuposto, consideramos, assim como afirma o autor, que os alunos, metaforicamente falando, não
são argila, prestes a serem moldados pelo sistema escolar. Essa matéria-prima, entretanto, pode ser pensada em relação à
língua, conforme nos apresenta Daltoé (2011, p. 93) ao figurar uma substância que melhor representasse a língua política
do ex-presidente da república Luiz Inácio Lula da Silva, aos modos do que fez Pêcheux para representar as línguas de
madeira, ferro, vento, etc.Naquele contexto, Daltoé (2011) julga “ser possível desfazer a ideia de que a única matéria-prima
possível para a língua política seria a madeira, ou o ferro, para pensá-la a partir de uma outra substância, o barro, que
possibilitasse transformá-la, revirá-la, torcê-la, distorcê-la (2011, p. 193). Assim, trazendo essa discussão para o âmbito
escolar, poderíamos também pensar a LI a partir do barro, nome popular atribuído à argila, pois entendemos que a língua,
assim como o barro, permite essa torção dos sentidos, desestabilizando o que é tomado como evidente no contexto da
sala de aula.
Deste modo, a língua de madeira (dura, fechada) ou vento (volátil, fluida) mencionadas pela autora, referentes à língua
política designada por Pêcheux, representam a língua trabalhada na escola, enquanto código, portadora de instruções,
normas e regras, pois, assim como esses materiais, que para Daltoé (2011) “implicam a ideia de dureza, impermeabilidade,
resistência” (2011, p. 193), o ensino de língua também apresenta tais características no âmbito da sala de aula. Isto, porque,
conforme discutimos anteriormente, a escola encena práticas de ensino que consistem em cópia, repetição, reprodução,
impedindo e resistindo veemente ao processo de formulação de novos sentidos. Partindo desse pressuposto, a língua
de barro vem desarrumar essas práticas, pois se na língua de madeira e de ferro os sentidos se encontram estagnados,
estanques, aqui se torna possível mexer em sua construção. Com isso, ao interpretar ou produzir um texto na LI, por
exemplo, o aluno é convidado a moldar os sentidos, num processo de ressignificação, num movimento polissêmico de
produção do novo, dando abertura, assim, para a constituição do sujeito autor.
A língua de barro, nessa perspectiva, permite ao sujeito aluno, em sua relação com a segunda língua, produzir efeitos
de sentido que constroem o novo à medida que trabalham a polissemia, mas que também retoma e retorce os sentidos no
eixo da paráfrase. Entendemos que a língua é o material em que acontecem os efeitos de sentidos, portanto, ela não pode
ser tomada como um todo fechado, cujos sentidos já sejam dados de antemão.
É dessa forma, conforme afirma Daltoé (2011, p. 208), “abrindo espaço para a rachadura, para a fissura, para a quebra,
para a permeabilidade dos sentidos”, defendido em seu trabalho em relação à língua de Lula, que se faz possível visualizar,
neste caso, no ambiente escolar, um ensino de LI que, ao levar em conta esses elementos, trabalhe na possibilidade de
proporcionar ao aluno um lugar de autoria. Orlandi (2005, p. 76) salienta que o sujeito/aluno deve assumir a função de
autor e, assim, produzir o efeito de autoria (gestos de interpretação), pois, o autor é o lugar em que se constrói a unidade
do sujeito.

2. Atividades de Língua Inglesa: da reprodução à formulação de sentidos

Vimos, até então, que o processo de ensino e de aprendizagem de LI é embasado nos fundamentos da LT, entretanto,
a língua de barro, descontruindo esse perfil artificial e tradicional do ensino, sugere novas possibilidades de produção de
sentidos, oportunizando o sujeito a falar diferente, a mexer em seu próprio dizer, tendo aí uma certa margem de manejo
da língua.
Assim, para ilustrar o que temos discutido sobre o modo como o ensino de LI é conduzido na escola, e a forma como
estamos propondo que ele aconteça, trazemos a seguir uma figura extraída do livro “Ensino de Língua Inglesa”, que
apresenta uma situação comum em família: pai, mãe e filho num cômodo da casa e cada um executando uma tarefa.
LÍNGUA INGLESA

Essa imagem ajuda a pensar o ensino de LI por meio do caráter pedagógico da escola e, a partir daí, possibilita também
introduzir um funcionamento discursivo nas práticas de sala de aula.

3
Fonte: DONNINI, Lívia et al. (2010, p.37)

João está na sala de estar. Ele está assistindo televisão. A mãe dele está na cozinha. Ela está preparando o jantar. O pai
dele está na sala de estar. Ele está lendo o jornal.
A partir da figura, verificamos que o texto ao lado da imagem trabalha com construções estruturais da língua, ao
abordar o tempo verbal present continuous e o vocabulário de família, no entanto, Doninni (2010), docente na área de
metodologias do ensino de LI, afirma que “[...] cabe indagar em que contexto de uso alguém diria ou escreveria uma
sequência de frases assim organizada” (2010, p. 38). Isto, porque o ato da comunicação não obedece a um critério metódico
de disposição de frases, acontece no dia a dia, involuntariamente, sem submeter-se às regras da língua.
Isso nos faz pensar, portanto, no perfil dos textos que estamos trabalhando no ensino de segunda língua, pois,
conquanto que o texto pedagógico ainda atenda finalidades específicas na língua – pronomes, verbos, vocabulário –,
para Doninni (2010) “O ensino baseado exclusivamente em textos desse tipo desvincula a língua de seus usos e de seus
usuários, e contribui para a separação entre o inglês “da escola” e o inglês “do mundo”” (2010, p. 38). Ou seja, conforme as
discussões anteriores, referentes à autoria, textos como esse da atividade servem como exemplo de práticas de ensino que
dizem respeito apenas à cópia/reprodução de conteúdos na escola e não, neste caso, à vivência do inglês no mundo, pois
dispensam a abordagem de aspectos significativos que poderiam alçar outros sentidos possíveis no trabalho com a língua.
Atividades como essa, neste entendimento, representam o lugar ocupado pela língua de madeira, impermeável aos
sentidos, conforme discutimos, que veda a produção do novo e, consequentemente, também o espaço de autoria na sala
de aula. Assim, para que haja possibilidade de o aluno constituir-se como autor, é necessário que mais que explorar os
aspectos estruturais de sua organização, ele seja convidado a mexer na língua de barro, inaugurando e resgatando outros
sentidos nessa relação que estabelece com a língua.
Dessa forma, para que essa atividade não se resuma à ordem da repetição, estampando o modo como a autoria
acontece na escola ao modo da LT, faz-se necessário que a apresentemos de outra maneira em sala de aula, abrindo espaço
para a construção de sentidos, pelo viés da AD. Doninni (2010) afirma que é possível, neste caso, “[...] propor uma discussão
a respeito dos papéis desempenhados pelos personagens ilustrados [...] e a própria imagem da família mononuclear (com
pai, mãe e filho)” (2010, p. 38). Essa reflexão sobre a atividade, portanto, retomando o que vimos sobre a língua de barro,
permite ao aluno ‘brincar’ com essa substância, num movimento de significação e ressignificação de sentidos e, assim,
fazendo valer seu lugar de autor.
Trazendo a metáfora do barro para dentro da sala de aula, aqui especificamente para tratar dessa atividade, o professor
poderia instigar os alunos, a partir dos papéis desempenhados pelos personagens dessa atividade, a pensar sobre como
a sociedade estabelece as funções de homem e mulher, como essas atribuições foram se consolidando ao longo dos
anos, e de que forma a mulher foi conquistando sua independência, sua autonomia, seu espaço. Além disso, conforme a
abordagem de Doninni, também é possível, a partir da imagem, trabalhar a questão do ideal de família, questionando quem
faz parte da família dos alunos, como eles vivem, assim dando oportunidade para que falem de sua família, o que gostam
nela e o que poderiam fazer para melhorar a convivência entre as pessoas.
Esse modo de trabalhar com a LI autoriza o aluno a atribuir um novo sentido à imagem, pois não estaria cingido por
regras de bem dizer e condenado a uma construção simbólica de texto, conforme apresentamos, pois ao estar isento de
atividades automáticas, ele consegue atribuir sentido à atividade. E, conforme vimos, como o aluno não é argila, pronto
para ser moldado, consequentemente, ao levantar essas questões em sala de aula, cada um terá uma imagem de família
diferente, uma visão de sociedade diferente e, desta forma, os sentidos vão sendo constituídos de modo a possibilitar ao
LÍNGUA INGLESA

aluno a inscrição no espaço de autoria.


São propostas de atividades desse tipo que devem ser exploradas no campo da LI, pois o aluno terá abertura para falar
sobre o texto em questão. Assim, mesmo que ele se recuse a falar o que pensa sobre essas questões na língua-alvo, ele
pode fazer suas contribuições na língua materna e, assim, o professor, num trabalho de mediação, pode também contribuir
com vocabulários específicos, frases e conceitos-chave, de modo que o aluno se habitue a trabalhar com o idioma.

4
Essa integração com a segunda língua é necessária 10. Dominar a letra em inglês para cantá-la com a turma
para que o aluno se sinta à vontade ao praticá-la, sem que, no dia da apresentação.
para isso, ele precise decorar regras. Assim, de maneira
espontânea, é possível desenvolver um trabalho que, ao Os vídeos têm basicamente feito parte da vida das
mesmo tempo em que se concentra na aprendizagem de pessoas, que buscam registrar momentos, guardar
uma segunda língua na escola, também abra possibilidade memórias, bem como exibi-los em programas de TV,
para que o sujeito origine uma fala e, a partir dela, constitua- internet ou até mesmo tentar ganhar dinheiro com isso.
se autor. Não se quer, nesse sentido, dizer que as regras A música, da mesma forma, desempenha um papel
não devam ser ensinadas, mas suprimir, conforme Doninni importante na vida das pessoas, pois tem o poder de mudar
(2010), “a noção de que primeiro é preciso aprender a sua maneira de pensar, fazê-las chorar ou sorrir, resgatar
língua para depois aprender a usar a língua” (2010, p. 37). lembranças, recordações, lugares, sentimentos e, por isso,
Entendemos que o processo de ensino e de aprendizagem elas se identificam com a letra ou a melodia, capaz de
de LI deva acontecer por meio da vivência do idioma, sem elevar sua autoestima e/ou causar desconforto, angústia,
obedecer a uma cronologia que dita o que vem primeiro melancolia. A imagem – fotos, retratos, pinturas – também
e o que vem depois, neste caso, inicialmente as regras e, esboça emoções únicas, seja de pessoas, paisagens, etc.
consecutivamente, a prática da língua-alvo. A proposta em questão remete a uma aprendizagem
É preciso, pois, que pensemos outra posição do de língua que, a partir das filiações do aluno, faça-o pensar
aluno em relação à língua e, com isso, partamos para sobre a música, compreendendo por que gosta da letra,
uma aprendizagem de LI que não segregue o que é da por que se identifica com a melodia, e de que forma isso
fala, o que é da escrita e o que é da comunicação, como interfere na posição que ocupa em sala de aula. Nesse
se a vivência da língua acontecesse separadamente, sentido, essa proposta, a partir da música que os próprios
desassociada, isolada dos elementos que são próprios de alunos selecionaram, convida-os a produzir um vídeo
sua organização. reunindo imagens que desenham a parte acústica, de
Nesse sentido, ao elencarmos tais elementos – fala, modo que eles possam expressar os versos da letra por
escrita, comunicação, etc. –, podemos harmonizar práticas
meio de representações que, aos olhos do aluno, referem-
que deem conta de trabalhá-los simultaneamente no
se ao que a música supõe, presume, exprime e/ou significa.
contexto da sala de aula. Assim, torna-se possível visualizar
Esse trabalho é bastante significativo, pois o aluno
um ensino de segunda língua que não aconteça de modo
envolve-se com a música e atribui a ela significados
ramificado, fragmentado, estanque, conforme pressupõe a
distintos, sentidos que, por sua vez, são construídos nesta
escola, mas que, a partir de práticas de atividades como a
interação existente entre o sujeito e a linguagem. Pode-
que aqui construímos, possa autorizar o aluno a fabricar
se dizer, assim, que por meio da letra da música, o aluno
ou restaurar sentidos e reconhecer-se, identificar-se como
autor de suas produções. constrói e direciona os sentidos que busca alcançar a partir
das imagens (textos), estabelecendo um diálogo entre a
Proposta de ensino de Língua Inglesa num viés discursivo representação visual e a parte escrita do texto.
A partir das discussões realizadas, ousamos, aqui, Entendemos, desta forma, que há um leque de
apresentar uma proposta para o ensino de LI nas escolas, interpretações possíveis, que vêm à tona mobilizando
descritas a partir de experiências da autora, e que apontam diferentes opiniões, pois no ponto de vista de um aluno,
para a formação do aluno-autor. por exemplo, “Don’t you worry, don’t you worry child, see
heaven’s got a plan for you” (Não se preocupe, não se
Proposta: Vídeos – Música e Imagem preocupe criança, os céus têm um plano pra você) pode
significar que alguém está passando por alguma dificuldade
Procedimentos: de cunho social, econômico, já outro aluno pode interpretar
que alguém sofreu uma desilusão amorosa ou foi vítima de
1. Escolher uma letra de música em inglês; acidente, etc.
2. Entregar a letra (inglês e português) até o dia esta- Sob essa perspectiva de diferentes interpretações,
belecido; é possível, ainda, que um aluno, ao ouvir a música pela
3. Não escolher músicas com temas inapropriados; primeira vez, faça uma leitura distinta da segunda ou
4. Para cada verso da música, escolher uma imagem que terceira vez que escutá-la. Essa interpretação, no caso, pode
o represente; ser determinada pelo lugar em que ele está, o momento
5. As imagens podem ser retiradas da internet, filmes que está vivendo, as pessoas que estão ao seu redor,
em geral; enfim, há inúmeras possibilidades que podem determinar
6. Juntamente com as imagens, a música deverá ter le- que o sentido pode ser um ou outro, pois os sentidos são
genda (Ing/Port); constituídos nesse processo parafrástico e polissêmico da
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7. O trabalho deverá ser entregue em CD ou DVD devi- língua, que temos tratado na AD.
damente identificado; Ainda, essa proposta de ensino inclui cinco questões
8. Entregar uma cópia da música para a turma, apenas de interpretação e cinco questões de gramática, porque
com a versão em inglês; quando os alunos, em grupo, elaborarem as questões de
9. A cópia deverá conter 5 questões de interpretação e interpretação terão que visualizar na música personagens,
5 de gramática; momentos, história, enfim fazer uma leitura e, então,

5
organizar perguntas que possibilitem aos seus colegas de
classe trabalhar a segunda língua. E, quanto às questões
de gramática, trata-se de uma forma de estudar a língua
sem “fatiá-la” e, posteriormente, classificá-la. Com isso,
as categorias gramaticais são abordadas num cenário
linguístico, no qual o sujeito apropria-se do contexto
da música e pode perceber o uso dos verbos regulares,
irregulares, a utilização de pronomes, conjunções, tempos
verbais diversos, enfim, há uma série de elementos
estruturais da língua que podem ser analisados na própria
composição musical, sem a necessidade de desvinculá-los Figura 1 – Exemplo de imagem e legenda de vídeo
da língua para compreendê-los.
Para dar continuidade à proposta, sugerimos que os
alunos dominem a letra da música e a cantem para a turma.
Isto, porque é importante o uso da oralidade em sala de Fonte: Print Screen de um vídeo de autoria dos alunos.
aula, pois dentre todos os elementos que estão dispostos
na estrutura da língua, a fala é crucial para o ato de Figura 2 – Exemplo de imagem e legenda de vídeo
comunicação. Além disso, na LI, a escrita das palavras difere
da pronúncia, o que torna ainda mais proeminente que os
alunos utilizem o oral para se expressarem na língua alvo.
É importante salientar que essa proposta de ensino ainda
conta com o alicerce cultural, pois a música, dentre outras
características, aborda questões/temas culturais que são
de grande valia para o aprimoramento e enriquecimento
no idioma em questão.
Neste caminho, entendendo cultura conforme
Lima D.C (2009), “como padrões compartilhados de
comportamentos e interações, construtos cognitivos, e
compreensão afetiva que são adquiridos por meio de um
processo de socialização” (2009, p. 182), é possível arraigar
o ensino do idioma a partir das músicas, que abrigam
todos esses aspectos delimitados pelo autor. As músicas
socializam ideias e, conforme Gobbi (2001), especializada
em LI, com ênfase em estratégias musicais, elas “fornecem
textos autênticos que estimulam a compreensão auditiva e Fonte: Print Screen de um vídeo de autoria dos alunos.
o debate” (2001, p. 29), além disso, ainda segundo a autora,
também “representa[m] um grande elo comunicativo. 3. Abordagem e metodologia de Língua Inglesa no
É a linguagem do som e letra que chegam ao ouvinte Ensino Fundamental na escola
em forma de comunicação” (2001, p. 40). Desta forma, é
possível afirmar que a música amplia o universo cultural O ensino de línguas estrangeiras pode ter por base
do aluno, ao apresentar ritmo e letra, que dialogam com diferentes concepções acerca da linguagem, bem como, de
a posição social que ele ocupa e, com isso, constitui-se que modo essas línguas podem ser aprendidas e ensinadas,
em uma estratégia de ensino, capaz de treinar a oralidade, estando o ensino vinculado a decisões sobre o conteúdo
a pronúncia, ampliar seu vocabulário na língua-alvo e, programático e sua sequência.
principalmente, atender ao que temos proposto nesse Em função disso, o ensino de línguas estrangeiras
trabalho: produzir sentido a partir dos movimentos de enfrenta inúmeras críticas e questionamentos, tendo em
autoria no idioma. vista a priorização da necessidade de se avaliar e pensar
o ensino de maneira mais condizente com a realidade do
aluno, do professor e da escola.
Diferentes metodologias de ensino de línguas, ao
longo do tempo, têm evidenciado diferentes concepções
sobre linguagem e como esta é aprendida e ensinada. No
contexto do ensino de línguas estrangeiras em sala de aula,
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este processo está vinculado a decisões sobre o conteúdo


programático e sua sequência. Coexistem visões de língua
como fenômeno a ser cuidadosamente selecionado e
segmentado, e como fenômeno a ser apresentado em seu
contexto natural ou genuíno.

6
Nos últimos tempos, as tendências no ensino de línguas 4. O problema
estrangeiras têm sido caracterizadas por influências teóricas
que destacam a comunicação, introduzindo-a como um O problema que envolve o tema está expresso em
dos pontos centrais do processo de ensino-aprendizagem. forma de algumas perguntas relevantes do ponto de vista
Como podemos observar nos PCNs-LE que diz: teórico e prático, assim formuladas:
Como os professores têm feito uso das metodologias e
[...] utilizar as diferentes linguagens. Verbal, musical, técnicas descritas para o ensino de língua inglesa?
matemática, gráfica, plástica e corporal como meio para
produzir, expressar e comunicar suas ideias, interpretar e
5. Metodologia
usufruir das produções culturais, em contextos públicos e
privados, atendendo a diferentes intenções e situações de
A realização de um trabalho com estas características
comunicação; (PCN–LE, 1998: 08.)
e objetivos requer o desenho preciso do horizonte
Uma das principais inovações da abordagem metodológico onde ele será inserido. A princípio, busca-
comunicativa no ensino de línguas estrangeiras diz respeito se orientação através dos conceitos acerca do tema
ao fato da mesma substituir o modelo de ensino centrado em questão, objetivando facilitar sua compreensão e
em formas gramaticais, passando a englobar, além da desenvolvimento.
competência linguística, outros tipos de competências Os meios pelos quais se pretende buscar a
necessárias ao falante da língua (CANALE e SWAIN: 1980). fundamentação necessária para discorrer a respeito deste
Parte-se da idéia da língua como um instrumento de tema, bem como, encontrar as respostas para as questões
interação humana. A cultura subjetiva, isto é, os valores norteadoras que motivaram a pesquisa, consistirão no
e as normas culturais, determinam os diversos modos desenvolvimento de uma análise através da matriz teórica:
de interação entre um falante e um ouvinte. Tais valores a analítica. O método de trabalho compreende a utilização
e normas encontram-se presentes na competência do método histórico-comparativo na busca dos subsídios
comunicativa dos participantes, ao fazerem determinadas necessários para o seu desenvolvimento.
escolhas durante a interação social. Para tanto, as questões norteadoras que motivaram a
A língua é um instrumento vivo e constantemente pesquisa consistirão em um levantamento bibliográfico,
em desenvolvimento. Diariamente, ela sofre influência da
baseado em material publicado em livros, periódicos,
cultura, seja na escrita ou na fala, “[...] dificilmente língua
Internet, e também no relatório obtido na escola escolhida
e cultura podem ser separadas. Consideramos que a
para a observação, entre outros.
língua é um dos sistemas de expressão de uma cultura e
que diferentes línguas apresentam preferências que são
influenciadas pela cultura” (GRABE & KAPLAN, 1989 apud AQUISIÇÃO DE LINGUAGEM
OLIVEIRA, 2000: 50).
Neste sentido, a mudança de abordagem implica No Brasil, a mudança na educação vem sendo cada vez
também na necessidade de se criar as condições necessárias mais discutida. Esta reorganização do ensino Fundamental
para a aplicação do método de ensino-aprendizagem em é devido ao processo de universalização da educação
sala de aula tendo em vista as diferentes formas de pensar básica que começou a partir do século XX.
do falante. O mundo vem evoluindo a cada dia e a escola não
Assim sendo, a presente monografia tem por finalidade pode ficar estagnada no tempo com o desenvolvimento
estudar as metodologias e técnicas para aquisição da da indústria, a expansão dos meios de comunicação e da
linguagem no processo de aprendizagem de língua tecnologia, os métodos e conteúdos da escola tornaram-se
estrangeira. um fator a ser questionado e discutido.
Para tanto, faz-se inicialmente um breve comentário A proposta de reformulação do ensino de Língua
sobre aquisição de una língua estrangeira e em seguida Estrangeira é de longas datas. Desde épocas anteriores a
um breve estudo sobre os diferentes métodos de ensino, nossa, já se percebia a necessidade de mudanças, pois o
destacando: método de gramática-tradução, método maior fator de reprovação escolar em todos os âmbitos era
direto, método oral e ensino de línguas situacional, método a deficiência na leitura e na escrita.
áudio-lingual e, por fim, a abordagem comunicativa. Segundo Ubiratan D’Ambrósio: “a educação prepara os
Em seguida, conforme mencionado descrever-se-á indivíduos para o exercício da cidadania plena, ajudando-
o estudo das metodologias e técnicas para aquisição os a exercer seus direitos associados as responsabilidade e
da linguagem no processo de aprendizagem de língua deveres de todo o cidadão consciente e critico” (P.E.P. EMT.
1995, p. 10)
estrangeira na escola Rainha da Paz no município de Vale
Alguns tempos atrás, uma nova proposta de ensino
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de São Domingos. Finalizando, será estudado o contexto, o


de Língua Estrangeira vem consolidar o pensamento de
objeto do trabalho, o qual diz respeito ao ensino da língua Ubiratam D’ Ambrósio, pois, para que o homem exerça sua
estrangeira, para então se fazer algumas considerações cidadania é preciso que ele domine a linguagem.
finais acerca do tema estudado.

7
O mundo contemporâneo, em constantes mudanças, De acordo com Paiva:
exige cada vez mais da sociedade um preparo educacional Nos dias de hoje, entender ensino de língua como
maior e de melhor qualidade. Estima-se que, atualmente, restrito à aprendizagem de gramática e vocabulário
mais de milhões de pessoas falam o inglês em todo o pouco ajuda o aluno a lidar com a realidade em que nos
mundo. Isso ocorre devido ao grande poderio político e encontramos, onde o inglês cada vez mais nos cerca.
econômico do império britânico, associado ao crescimento (V.L.M. Paiva, 2007, p.32)
dos meios de comunicações e, hoje, principalmente, à Neste sentido, a gramática não pode ser ensinada
globalização. desvinculada das práticas de linguagem, a gramática
Disse Schütz (2003) numa Palestra apresentada no III trabalhada de maneira desarticulada da linguagem serve
Seminário Internacional em Letras da UNIFRA / Santa apenas como mais um conteúdo que precisa ser decorado
Maria-RS, que: para tirar notas na prova.
A atual revolução das telecomunicações proporcionada
pela informática, pela fibra ótica, e por satélites, despejando MÉTODOS DE ENSINO
informações via TV ou colocando o conhecimento da
humanidade ao alcance de todos via INTERNET, cria o No decorrer do processo de evolução do ensino
conceito de autoestrada de informações. Estes dois fatores de línguas estrangeiras, foram desenvolvidas diversas
bem demonstram como o mundo evoluiu a ponto de abordagens ensino, cada qual apresentando uma visão
tornar-se uma vila global, e o quanto necessário é que se particular acerca do que é língua, e qual o melhor modo de
estabeleça uma linguagem comum. (SCHÜTZ, 2003) ser ensinada e aprendida (LEFFA, 2003).
Tendo em vista às rápidas mudanças na sociedade De acordo com Anthony, quando se fala em
atual, cabe ao professor, além do ensino de língua inglesa, metodologia, fala-se no nível nos quais suposições e
promover o desenvolvimento de habilidades que permitam crenças acerca da língua e da aprendizagem de língua são
ao aluno ser o precursor de seu processo de aprendizado, especificadas (apud RICHARDS e RODGERS, 1986).
ou seja, um aluno autônomo sabe que tem um papel Para Franzoni (1992) os métodos e técnicas de ensino
ativo a cumprir em seu processo de aprendizagem, pois
se modificam na medida em que variam seus pressupostos,
o que vai diferenciá-lo das outras pessoas é o domínio da
dentre os principais métodos, pode-se destacar:
linguagem, tanto a materna quanto a língua inglesa, que
cada vez mais é utilizada na comunicação mundial.
1. Método de gramática-tradução
Na mesma direção afirma Bourdieu, na sociedade,
além dos bens materiais - força de trabalho, mercadorias,
Neste tipo de metodologia, o processo de ensino –
serviços circulam também bens simbólicos - informações,
aprendizagem não tem como objetivo o foco no significado
conhecimentos, livros, obras de arte, entre outros. A
linguagem é um bem simbólico; se podemos dizer que na das expressões dos alunos, porém e apenas na forma da
estrutura social capitalista existe a troca de bens materiais e língua.
simbólicos, que cria relações de força materiais e simbólicas, Neste tipo de abordagem, a finalidade de se estudar
podemos entender que na comunicação existe também uma língua estrangeira consiste em prender a língua
uma relação de força simbólica, onde podemos identificar intelectualmente, possibilitando com isso o acesso a textos
“possuidores” e “possuídos”, “dominantes” e “dominados” literários, bem como um domínio da gramática normativa.
(BOURDIEU, 1975). Apesar de ser amplamente criticada como ultrapassada
e normativa devemos à tradição gramatical que remonta à
De acordo com os PCNs: antiguidade greco-romana boa parte de nossa informação
o domínio da linguagem oral e escrita é fundamental gramatical. A classificação das palavras e suas variações
para a participação social efetiva, pois é por meio dela que tal qual são ensinadas hoje em dia, é uma herança que
o homem se comunica, tem acesso à informação, expressa recebemos da análise gramatical proposta pelos gregos.
e defende pontos de vista, partilha ou constrói visões do Pitágoras, no século V a.C., estabeleceu para a língua
mundo, produz conhecimento. (P.C.N, 1997, p. 13) grega os três gêneros e Platão distinguiu os nomes
Neste sentido, para que isso aconteça é preciso que a dos verbos. Aristóteles, no séc. IV a.C., denominou de
escola leve a todos os seus alunos os saberes linguísticos. intermediário o gênero que hoje intitulamos de neutro
Esta é uma das responsabilidades da escola: tornar acessível e identificou variações temporais no verbo grego. Os
aos alunos conhecimentos que os possibilitem exercer a estóicos distinguiam quatro partes do discurso: nome,
cidadania. verbo, conjunção e artigo, sendo que o adjetivo integrava
Por isso, o ensino da Língua Estrangeira não pode ser a classe do nome.
apenas o ensino da gramática, com exercícios contínuos Os alexandrinos estabeleceram paradigmas flexionais
de descrição gramatical, estudos de regras e hipóteses de e acrescentaram às categorias do nome, verbo, conjunção
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problemas, usando frases e termos descontextualizados. e artigos, as classes do pronome, advérbio, preposição
e particípio. A disciplina gramática, tal qual conhecemos
hoje, aparece na época helenística (NEVES, 2002, p.50).
Outro gramático de extrema importância à história da
gramática ocidental foi Apolônio Díscolo, do II século d.C.
A sua importância deve-se ao fato de ele ter inaugurado os

8
estudos da análise sintática. Além disso, a sua obra é muito língua – receber o conhecimento ou o material, fixá-lo na
extensa, os assuntos tratados cobrem quase todo o campo memória por repetição e usá-lo numa prática real até ele se
da análise linguística e o peso das suas conceituações é tornar uma habilidade pessoal”.
bastante forte na história das ideias gramaticais (NEVES, Desse modo, frases já prontas são apresentadas aos
2002, p.52). alunos, sendo relacionadas a diferentes situações ou
No século XX inauguram-se duas grandes correntes contextos para que os alunos as memorizem e repitam.
que influenciaram sobremaneira as gramáticas científicas: Esses exercícios de repetição são referidos como ‘drills’.
o estruturalismo e o funcionalismo. Na história da
gramática tradicional, nos impressiona o fato de que todos 4. Método áudio-lingual
estes estudiosos mencionados, cada um em seu tempo,
com as suas ideologias vigorantes, trataram a língua As atividades da metodologia áudio-lingual consistem
como uma matéria que não se esgota em si mesma em em diálogos e ‘drills’. Os alunos não utilizam a sua
termos de conhecimento. Dos estudiosos clássicos aos criatividade nem suas experiências prévias, tendo em vista o
contemporâneos, todos de alguma forma influenciaram as fato de utilizarem diálogos previamente criados no sentido
gramáticas tais quais conhecemos hoje. Uns menos, outros de fornecer os meios para contextualizar as estruturas
mais. Uns de forma mais contributiva, outros menos. principais da língua, bem como, ilustrar as situações em
Assim, no caso da língua estrangeira, a maioria dos que as mesmas podem ser aplicadas, como alguns aspectos
livros didáticos são construídos por regras gramaticais, culturais da língua-alvo (RICHARDS e RODGERS, 1986).
listas de vocabulário e frases para tradução.
Desta forma, falar a língua estrangeira não representa 5. Abordagem comunicativa
o objetivo, sendo que a prática oral consiste no fato dos
alunos lerem em voz alta as frases que eles traduzem, as Uma das principais inovações da abordagem
quais, por sua vez, são construídas para ilustrar o sistema comunicativo em relação às demais anteriormente citadas
gramatical da língua. diz respeito ao fato desta preocupar-se em levar para a
sala de aula materiais e tarefas que têm como preocupação
Dentro desse contexto, a língua é então concebida
central o significado ao invés da forma da língua.
como uma estrutura, na qual o importante é aprender as
De acordo com Richards e Rodgers (1986), o ensino
suas regras e formas.
comunicativo de línguas encontra as suas origens no
processo de mudanças da tradição de ensino na década
2. Método direto
de1960. A abordagem comunicativa do ensino de línguas
parte de uma teoria de língua como comunicação.
O método direto tem por princípio fundamental o fato
Assim sendo, a finalidade central do ensino de línguas
de que o aprendizado de uma língua estrangeira deve consiste no desenvolvimento da chamada “competência
ocorrer por meio do contato direto com esta. A língua comunicativa” (RICHARDS e RODGERS, 1986).
materna, portanto, deve ser excluída da sala de aula.
No que se refere às atividades propostas aos alunos, 6. A competência comunicativa
Cestaro (2002) afirma serem as mesmas diversificadas,
tais como: a) compreensão do texto e dos exercícios de O termo competência comunicativa foi proposto
gramática, b) transformação a partir de textos de base, por Dell Hymes (1979), sócio-linguista norte-americano,
c) substituições, d) reemprego de formas gramaticais, e) para definir os aspectos envolvidos na aprendizagem
correção fonética e; f) conversação. de língua materna sob um enfoque funcional da língua.
Ainda segundo Cestaro (2002), os exercícios de Dell Hymes analisa a organização dos recursos de fala
conversação têm por base perguntas / respostas, perguntas e dos repertórios que os falantes utilizam em diferentes
essas fechadas, nas quais se realiza uma preparação oral contextos e nas diversas interações humanas, a fim de
dos exercícios os quais, por sua vez, devem seguir um descobrir as competências e habilidades dos indivíduos
modelo anteriormente proposto. para se comunicarem, sem dissociá-los da comunidade
linguística a que pertencem.
3. Método oral e ensino de línguas situacional O sentido de competência comunicativa conceitua
a língua, não como um comportamento individual,
De acordo com o ensino de línguas situacional, a porém, como um comportamento de muitos sistemas
língua é concebida como sendo um conjunto de estruturas simbólicos que membros de uma sociedade usam para se
relacionadas a situações. comunicarem.
A teoria de aprendizagem desta abordagem consiste Dell Hymes (1979) menciona vários fatores que interagem
no tipo de hábito de aprendizagem. Para tanto, utiliza-se para determinar a competência comunicativa, entre eles, a
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de frases previamente prontas, que são apresentadas aos capacidade gramatical e a aceitação. Esta última originada
alunos e relacionadas a diferentes situações ou contextos em parâmetros básicos expostos em quatro fatores para
para que esses as memorizem e repitam. garantir a comunicação: ser formalmente possível; ser
Frisby (1957 apud RICHARDS e RODGERS, 1986, p.36), possível em relação ao significado comunicativo disponível;
cita o ponto de vista de Palmer como autoritário: “Como ser adequado ao contexto no qual é usado e avaliado; ser
Palmer apontou, há três processos na aprendizagem de desempenhado de fato.

9
Em suma, a competência comunicativa, para Dell Hymes, hipertexto a partir de um texto), etc; c) Capacidade
pode ser definida como a capacidade do indivíduo de qualitativa: perceber e classificar tipos de textos (gê-
conhecer o sistema linguístico (incluindo os conhecimentos neros) diferentes.
psicolinguísticos, sociolinguísticos e pragmáticos) e a
habilidade de saber o quê, para quem e como produzir Para isso, vê como necessário promover o contato do
enunciados adequados a qualquer situação. aluno com a maior variedade possível de situações de
Esse enfoque de Dell Hymes gerou a abordagem interação, por meio de um trabalho de análise e produção
comunicativa no ensino de línguas, influenciando de enunciados ligados aos vários tipos de situações de
principalmente o ensino de língua estrangeira. Essa enunciação. Além de promover também o conhecimento
abordagem considera necessárias no ensino tanto a da instituição linguística, “da instituição social que a
competência linguística, como o uso dessa competência língua é, de como está constituída e de como funciona” e
em situações concretas de comunicação. as habilidades de observação e de argumentação acerca
Canale (1984), baseado nas idéias de Dell Hymes, da linguagem, a partir do modo de pensar científico, do
desenvolveu um modelo de competência comunicativa raciocínio lógico, da abstração.
que envolvia a competência gramatical, a competência
sociolinguística, a competência discursiva e a competência 7. Principais características da abordagem
estratégica. comunicativa
A competência gramatical diz respeito ao domínio
da língua, entendida como um sistema, englobando os Dentre as principais características da abordagem
conhecimentos fonológicos, morfológicos, sintáticos e comunicativa pode-se destacar: a) enfatizar a produção
semânticos, além de pronúncia e ortografia. A competência de significado, de sentido em detrimento das formas do
sociolinguística compreende os fatores de uso da língua em sistema gramatical e; b) ensinar a língua estrangeira de
diferentes contextos, depende de fatores contextuais como modo que a mesma se aproxime das situações exteriores
o status dos participantes, o propósito da interação, além à da sala de aula, denominadas por alguns autores de
‘mundo real’.
das normas e convenções dos grupos sociais e do repertório
De acordo com Littlewood (1981), a abordagem
do indivíduo. A competência discursiva diz respeito à
comunicativa abre uma ampla perspectiva na língua, uma
conexão de uma série de orações e frases com a finalidade
vez que, considera a língua não apenas em termos de suas
de formar um todo significativo. Este conhecimento tem de
estruturas (gramática e vocabulário), mas também em
ser compartilhado pelo falante/escritor e ouvinte/leitor. A
termos de funções comunicativas que ela representa.
competência estratégica é entendida como a competência
Desta forma, passa-se então a observar não somente
para compensar a falta de conhecimento das regras de uso
as formas da língua, contudo, também o que as pessoas
da língua. fazem com estas formas no momento em que elas desejam
se comunicar (LITTLEWOOD, 1981).
Travaglia (2000, p.19) também insere a questão ao Na mesma direção, afirma Almeida Filho (1993), que
contexto sócio-cultural do falante. Considera a competência o ensino comunicativo consiste naquele que organiza
comunicativa como uma: as experiências de aprender em termos de atividades
relevantes, tarefas de real interesse, bem como as
[...] capacidade dos usuários de empregar necessidades a fim de que o mesmo possa adquirir a
adequadamente a língua nas diversas situações de capacidade de utilizar a língua-alvo para realizar ações reais
comunicação e progressivamente desenvolver a capacidade na interação com outros falantes-usuários dessa língua.
de realizar a adequação do ato verbal às situações de Segundo Thompson (1996), são várias as concepções
comunicação. equivocadas que alguns professores de língua estrangeira
possuem acerca da abordagem comunicativa, sendo que
O autor entende que essa capacidade se desenvolve uma delas diz respeito ao ensino da gramática, tendo em
a partir das competências textuais e gramaticais ou vista o fato de muitos professores afirmarem que o ensino
linguísticas, definidas como: da gramática não ocorre na abordagem comunicativa.
- competência gramatical: no mesmo sentido de Dell Para Thompson (1996), tal afirmação é incorreta, pois
Hymes e Canale, é definida como a capacidade de o que se tem é uma nova concepção em substituição ao
gerar sequências reconhecidas por todos os usuários tratamento tradicional das regras gramaticais. Para o autor,
da língua como gramaticais; na medida do possível, os alunos são inicialmente expostos
- competência textual: capacidade de produzir e com- à nova língua num contexto compreensível, assim, eles são
preender textos considerados bem formados em capazes de entender a sua função e o seu significado e
situações de interação comunicativa. Dela derivam então depois é que a atenção deles é voltada para examinar
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algumas capacidades: a) Capacidade formativa: de as formas gramaticais que foram aplicadas para expressar
reconhecer, produzir, compreender e avaliar textos; aquele significado.
b) Capacidade transformativa: de transformar um Neste sentido, a abordagem comunicativa inova em
texto a partir de outro (s). Por exemplo, parafrasear, relação às demais abordagens, tendo em vista se preocupar
resumir, resenhar, escrever uma crônica a partir de primeiramente com o domínio dos significados da língua
um relato, uma crítica sobre uma peça de teatro (um ao invés da forma.

10
A segunda característica da abordagem comunicativa iguais, e conhecimento de mundo variados. Na sala de
consiste no fato de que o ensino de línguas deve se aula, esse resultado envolverá, portanto, as contribuições,
aproximar das situações exteriores à sala de aula – o as divergências, crenças e valores dos participantes desse
“mundo real”. Assim sendo, a sala de aula deve fornecer contexto na construção social do significado.
oportunidades para o ensaio de situações e comunicações Percebe-se, portanto, a complexidade do processo de
da vida real, por meio de simulações, debates, diálogos, etc. compreensão com o qual o aluno de Língua Estrangeira
Para Leffa (2003) os diálogos utilizados no processo de se depara. Contudo, deve-se ressaltar que esse processo
ensino-aprendizagem devem apresentar personagens e já foi vivenciado pelo aluno na aprendizagem de sua
situações reais de uso da língua, incluindo os ruídos que língua materna, o que deve facilitar a aprendizagem da
normalmente interferem no enunciado, tais como conversas compreensão escrita e oral em Língua Estrangeira.
de fundo, vozes distorcidas no telefone, sotaques, etc.
No caso dos textos escritos, não se deve restringi-lo
1.1. Compreensão escrita
aos livros ou artigos de revistas, porém abranger todas as
modalidades de impresso como jornais, cartas, formulários,
Provavelmente, o fator mais característico da
catálogos, cardápios, mapas, bilhetes, cartões, etc. A
utilização de textos simplificados deve ser evitada, uma vez compreensão escrita seja a ausência do interlocutor. Ao
que prejudica a autenticidade do material (LEFFA, 2003, p. contrário do que ocorre, em geral, na compreensão oral,
14-15). normalmente o interlocutor não está presente face a face,
mas os vestígios de sua presença restam nas marcas que o
Fonte: escritor escolheu deixar no texto. Cabe ao leitor, com base
http://linguagem.unisul.br/paginas/ensino/pos/ nessas marcas, se envolver na “conversa” com o escritor.
linguagem/eventos/simfop/artigos_VI%20sfp/Camila%20 Há evidências dessa conversa entre o leitor e o escritor
dos%20Anjos_Ingl%C3%AAs.pdf em certas marcas do discurso escrito (por exemplo, “em
https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/ resumo”, “como já apontei acima” etc.) em que fica clara a
direito/abordagem-e-metodologia-de-lingua-inglesa-no- natureza interacional do discurso escrito.
ensino-fundamental-na-escola/56678 No que se refere ao ensino da compreensão escrita
em Língua Estrangeira, para facilitar o engajamento
discursivo do leitor-aluno, cabe privilegiar o conhecimento
LEITURA DE TEXTOS. INTERPRETAÇÃO DE TEX- de mundo e textual que ele tem como usuário de sua
TOS. língua materna, para se ir pouco a pouco introduzindo o
conhecimento sistêmico. Desse modo, o foco no terceiro
1. COMPREENSÃO ciclo é em compreensão geral, enquanto no quarto ciclo é
em compreensão geral e detalhada.
O processo da compreensão escrita e oral envolve Um aspecto importante relacionado ao ensino da leitura
fatores relativos ao processamento da informação, é que ensinar a ler não envolve necessariamente fazer ler em
cognitivos e sociais. Os fatores relativos ao processamento voz alta. A leitura em voz alta abarca o conhecimento sobre
da informação têm a ver com a atenção, a percepção a estrutura sonora da língua e pode atrasar o engajamento
e decodificação dos sons e letras, a segmentação do aluno na construção do significado. O que é crucial no
morfológica e sintática, a atribuição do significado ao ensino de leitura é a ativação do conhecimento prévio do
nível léxico-semântico, e a integração de uma informação
leitor, o ensino de conhecimento sistêmico previamente
a outra. Os fatores cognitivos envolvem a contribuição do
definidos para níveis de compreensão específicos e a
leitor/ouvinte, a construção do significado (a formulação
realização pedagógica da noção de que o significado é uma
de hipóteses sobre os significados possíveis com base no
construção social. Além disso, a leitura abarca elementos
seu pré-conhecimento de mundo) e de organização textual
e os fatores sociais, que englobam a interação/falante e outros que o próprio texto escrito, tais como as ilustrações,
escritor/ouvinte localizada na história, na instituição e gráficos, tabelas etc., que colaboram na construção do
na cultura. Isso significa dizer que compreender envolve significado, ao indicar o que o escritor considera esclarecedor
crucialmente a percepção da relação interacional entre ou principal na estrutura semântica do texto.
quem fala, o que, para quem, por que, quando e onde. Segue-se a explicitação de cada um desses
Deve-se dizer, ainda, que a compreensão é uma atividade conhecimentos em relação ao papel que desempenham na
com propósito definido, pois aqueles envolvidos nesse aprendizagem da leitura.
processo estabelecem objetivos quanto à finalidade do ato O conhecimento de mundo tem um papel primordial,
de compreender em que estão engajados (por exemplo, pois, ao ler, o aluno cria hipóteses sobre o significado que
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ler um jornal, ouvir uma notícia no rádio, compreender um está construindo com base em seu pré-conhecimento. Por
texto escrito sobre as regras de um jogo, ler uma bula etc., exemplo, ao encontrar a palavra “cinema” em um texto,
definem objetivos de compreensão específicos). o leitor aciona o seu conhecimento sobre cinema. Assim,
Outro aspecto importante é que o resultado do processo caminha pelo texto projetando coerência por meio da
de compreensão é variado por estarem envolvidas pessoas representação do mundo textual que vai elaborando com
diferentes, com propósitos interacionais nem sempre base do que se sabe sobre cinema.

11
O conhecimento de organização textual também Pré-leitura
facilita a leitura ao indicar para o aluno como a informação Esta fase é caracterizada pela sensibilização do aluno
está organizada no texto. Por exemplo, ao ler uma em relação aos possíveis significados a serem construídos
história, o leitor-aluno, confiando em seu conhecimento na leitura com base na elaboração de hipóteses. Engloba:
da organização de histórias, sabe que sua compreensão - ativar o conhecimento prévio dos alunos em relação
será balizada pelo modo como as histórias se organizam. ao conhecimento de mundo: explorar o título, subtí-
Assim, após encontrar a situação da história em que estão tulos, figuras, gráficos, desenhos, autor, fonte;
apresentados os personagens e o contexto em que atuam, - ativar o pré-conhecimento do aluno em relação à or-
o aluno se prepara para encontrar o problema, em seguida ganização textual: explorar itens lexicais (“era uma
a solução e a avaliação. vez”), cabeçalhos (de
O conhecimento sistêmico contribui para a ativação e - carta), a distribuição gráfica do texto (listagem de in-
a confirmação das hipóteses que o aluno está elaborando. gredientes) etc., reveladores da organização textual;
Nos estágios iniciais de aprendizagem, o conhecimento - situar o texto, identificando quem é o autor, o leitor
referente aos itens lexicais é crucial, já que facilita a ativação virtual, quando e onde publicado e com que propó-
de conhecimento do mundo do aluno. O conhecimento sito (a quais interesses serve), de modo a evidenciar a
da morfologia da Língua Estrangeira, ao indicar o papel leitura como uma prática sociointeracional.
gramatical do item, colabora para a compreensão. Por
exemplo, a marca de advérbio – “-mente”, em espanhol Leitura
e português; “-ment”, em francês; e “-ly”, em inglês - É nesta fase que o aluno tem de projetar o seu
indica para o leitor o modo como a ação verbal está se conhecimento de mundo e a organização textual nos
desenvolvendo. Parte desse tipo de conhecimento também elementos sistêmicos do texto. Com base no nível de
engloba os elos coesivos que o leitor tem de reconhecer compreensão previamente estabelecido, o professor
no estabelecimento da referência pronominal, lexical etc., capitaliza nas estratégias de leitura que o aluno tem
como também os conectores das partes do discurso. como leitor em sua língua materna e nos itens lexicais
Por exemplo, ao identificar que os conectores “parce e gramaticais semelhantes aos da língua materna e em
que”, em francês, “because”, em inglês e “porque”, em outros itens sistêmicos diferentes, na dependência do nível
espanhol, indicam uma relação semântica de causa entre de compreensão. É claro que para níveis de compreensão
duas partes do discurso, o leitor tem sua compreensão mais detalhada a familiarização com elementos sistêmicos
facilitada por entender a relação semântica, ainda que diferentes da língua materna será necessária. É importante
tenha dificuldades com outros elementos sistêmicos. Em também que o aluno aprenda a adivinhar o significado de
relação a esse conhecimento é preciso não esquecer que palavras que não conhece, por meio de pistas contextuais, da
o tipo de conhecimento requerido do aluno é em nível de mesma forma que é essencial que aprenda a desconsiderar
reconhecimento apenas, não de produção. a necessidade de conhecer todos os itens lexicais para
Ao ensinar os tipos de conhecimento mencionados, o ler. São importantes as estratégias de integração de uma
professor deve se balizar pelos conhecimentos que o aluno informação a outra, o estabelecimento dos elos coesivos
tem de sua língua materna e do mundo. Por exemplo, e a utilização de estratégias de inferência. É crucial que o
numa atividade de leitura, o professor deve fazer com que aluno aprenda a distinguir entre informações centrais na
o aluno tome consciência do que já sabe ao explorar itens estrutura semântica do texto e os detalhes.
lexicais cognatos.
O estabelecimento de metas realistas faz parte de Pós-leitura
qualquer processo de ensino e aprendizagem. No caso da Ao final da leitura, o professor poderá planejar
leitura, metas realistas estão intrinsecamente vinculadas à atividades destinadas a levar os alunos a pensar sobre o
definição do nível de compreensão que se deseja alcançar. texto, emitir suas reações e avaliar, criticamente, as ideias
Esse fator, por sua vez, relaciona-se com a autoestima do do autor. O foco essencial é no relacionamento do mundo
aluno, pois o desafio encontrado é enfrentado com sucesso. do aluno com as ideias do autor. Esses aspectos mais
críticos evidenciados nesta fase devem perpassar toda a
1.2. Orientações didáticas para o ensino da atividade de leitura, embora pedagogicamente estejam
compreensão escrita concentrados aqui.
Para o desenvolvimento da habilidade de compreensão
Primeiramente, é necessário que o professor escolha o escrita é necessário poder dispor de uma grande variedade
texto a ser usado para, a seguir, estabelecer um propósito de textos de diversos tipos, provenientes de jornais,
para a leitura (o que pode ser feito em conjunto com a revistas, instruções de jogos e de funcionamento de
classe). Esse propósito definirá o nível de compreensão a aparelhos, livros, da Internet etc. Será importante envolver
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ser alcançado, o que pode abarcar desde uma compreensão os alunos nesse processo de coleta de textos para se
geral em relação ao que é tratado no texto, até a procura assegurar, por um lado, o interesse dos alunos, e por
de uma informação específica, por exemplo, uma data, outro lado, a conexão entre o que se faz na sala de aula de
um nome etc. É útil pensar sobre o trabalho em fases que Língua Estrangeira e o mundo fora da escola onde a língua
podem ser chamadas de pré-leitura, leitura e pós-leitura. estrangeira é usada. Neste particular, os livros didáticos,
em geral, não cumprem esse objetivo, pois os textos que

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neles se encontram são, na maioria das vezes, elaborados 1.3. Compreensão oral
e/ou selecionados tendo em vista o ensino do componente
sistêmico, que na proposta destes parâmetros não é fim, O processo envolvido na compreensão oral assemelha-
mas sim um dos tipos de conhecimento que possibilitam se ao da compreensão escrita. Inclui, contudo, dois aspectos
a aprendizagem de Língua Estrangeira pelo envolvimento principais que o distinguem. A necessidade de utilizar
no discurso. A visão de leitura adotada difere daquela conhecimento sistêmico ao nível fonético-fonológico e o
tradicionalmente seguida em sala de aula e em material fato de ser caracterizado por uma realização interacional
didático, centrada em aspectos de decodificação da palavra imediata, que pode desaparecer sem deixar vestígios se não
escrita, em que o único conhecimento utilizado pelo leitor- for gravada. Além dos tipos de conhecimento mencionados
aluno é o sistêmico, baseando-se numa concepção de em relação à compreensão escrita (conhecimento de
leitura em que o significado é inerente ao texto e não uma mundo, do conhecimento sistêmico e do conhecimento
construção social. da organização textual), a compreensão de textos orais
Exemplos de tarefas de compreensão escrita: requer o conhecimento dos padrões de interação social (os
direitos e deveres interacionais, isto é, quem pode tomar o
- Exemplo 1 turno, por exemplo).
Meta: distinguir as ideias principais dos detalhes com Com base nesses conhecimentos, os usuários-ouvintes
base na organização textual. criam expectativas sobre o que os seus interlocutores vão
Fase: leitura. dizer. Assim, os falantes esperam atingir suas propostas
Atividade: identificar as ideias centrais em cada pará-
comunicativas, apoiando-se nas expectativas dos ouvintes
grafo de uma história de modo a produzir um resu-
em relação ao que devem esperar do discurso. Os
mo.
ouvintes, por sua vez, projetam seus conhecimentos nas
- Exemplo 2 contribuições dos falantes na negociação e construção de
Meta: formular hipóteses sobre o conteúdo de textos, significados.
usando-se o conhecimento prévio, de mundo dos Isso não quer dizer, no entanto, que toda comunicação
alunos. oral seja sempre recíproca, pois há casos, como em uma
Fase: pré-leitura. conferência ou em uma aula expositiva, em que não há
Atividade: responder perguntas, participar de discussão uma interação recíproca nem uma troca de turnos. O que
sobre determinado assunto, que será posteriormen- existe é a preocupação do falante com aquilo que vai ser
te encontrado em um texto. dito, com a organização do texto, com os vários níveis de
organização linguística e com as expectativas dos ouvintes
- Exemplo 3 para facilitar a compreensão da informação. Assim, embora
Meta: desenvolver atitude crítica. os participantes estejam engajados com o que está
Fase: pós-leitura. ocorrendo, não há uma participação ativa no processo
Atividade: identificar alguns sinais de preconceitos na interacional, uma vez que não podem intervir diretamente
maneira como pessoas ou lugares são tratados no na situação comunicativa. Já na comunicação recíproca,
texto. que oferece a possibilidade do outro se manifestar, há,
além do engajamento, a participação dos interlocutores
- Exemplo 4
(falantes e ouvintes) no ato comunicativo.
Meta: localizar e levantar informações em um texto.
Embora as dificuldades típicas da compreensão escrita
Fase: leitura.
Atividade: encontrar nomes de pessoas ou de lugares, ocorram igualmente na compreensão oral, nesta o ouvinte
datas. pode solicitar que o seu interlocutor esclareça suas
dificuldades de compreensão. É claro que na compreensão
- Comentários: de textos orais do rádio e da TV, por exemplo, a possibilidade
- o exemplo 1 chama a atenção para como a organiza- de interromper o interlocutor não se configura.
ção textual reflete a organização da informação no Do ponto de vista do processo de ensinar e aprender,
texto, o que possibilita distinguir as ideias centrais de além das questões relativas ao ensino da compreensão
ideias secundárias; escrita, convém considerar os tipos de conhecimento
- o exemplo 2 indica que a construção do significado específicos da compreensão oral já discutidos:
depende da contribuição dos leitores, ao mesmo conhecimento ao nível fonético-fonológico e as regras da
tempo que mostra que a leitura é um ato social; interação oral.
- o exemplo 3 desenvolve a consciência no leitor de que Esse processo de construção do significado é, portanto,
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as pessoas quando usam a linguagem fazem esco- determinado pelo modo como os interlocutores agem pelo
lhas que refletem suas visões de mundo, preconcei- discurso realizado num determinado momento (a história)
tos etc. e espaço (contextos culturais e institucionais).
- o exemplo 4 indica que leitores têm propósitos espe-
cíficos, ou seja, nem sempre é necessário ler o texto
todo, dependendo do objetivo da leitura.

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1.4. Orientações didáticas para o ensino da - o exemplo 3 indica como a entonação contribui para a
compreensão oral construção do significado, além de chamar a atenção
Tendo em vista as semelhanças entre os processos para a natureza sociointeracional da linguagem;
de compreensão oral e escrita, guardando-se as - o exemplo 4 novamente chama a atenção para a na-
diferenças já apontadas, pode-se sugerir o mesmo tureza sociointeracional da linguagem ao focalizar
tratamento pedagógico para o ensino da compreensão como os participantes usam a linguagem, dependen-
oral, organizando-o em fases, conforme sugerido para a do de como estão posicionados no mundo social.
compreensão escrita.
Exemplos de tarefas de compreensão oral:
PRODUÇÃO

Se de um lado do jogo interacional de construir


- Exemplo 1
significados estão as habilidades comunicativas de
Meta: ativar o vocabulário que será encontrado no texto
compreensão escrita e oral, do outro estão as habilidades
a ser compreendido para trazer à tona o conheci-
de produção escrita e oral. As pessoas se envolvem nesse
mento de mundo facilitador da compreensão oral do
jogo, tendo em mente que querem agir no mundo social
texto.
em relação a seus interlocutores. É por isso que ao produzir
Fase: pré-compreensão oral.
um texto escrito ou oral, da mesma forma que no ato da
Atividade: listar itens lexicais relativos à temática do tex-
compreensão, as pessoas, além de considerarem sobre
to que será ouvido.
o que estão escrevendo ou falando, levam em conta
para quem, por que, onde e quando estão escrevendo
- Exemplo 2
ou falando. Essas considerações se refletem, nos textos
Meta: captar informações específicas.
produzidos, nas expectativas que o escritor ou falante têm
Fase: compreensão oral.
em relação aos leitores e ouvintes, que estão situados na
Atividade: a partir de uma gravação, preencher, por
cultura, na instituição e na história.
exemplo, uma ficha de informações sobre determi-
Contudo, é preciso considerar duas diferenças básicas
nado assunto.
entre a produção escrita e a oral em razão da presença
ou ausência do interlocutor: o nível de planejamento e de
- Atividade: após ouvir uma mensagem em uma secre-
envolvimento com o interlocutor que a tarefa de produzir
tária eletrônica, preencher uma folha de um bloco de
acarreta. A escrita tende a exigir mais planejamento
recados para que um amigo receba as informações
(incluindo, portanto, a necessidade de revisar o texto) do
de que necessita.
que a produção oral. Em virtude da não simultaneidade do
ato interacional típica da fala, o escritor tem de planejar mais
- Exemplo 3
seu texto, antevendo as dificuldades possíveis na construção
Meta: desenvolver condições para que os alunos perce-
do significado que o leitor enfrentará, já que este não pode
bam as possibilidades diferentes de padrões entona-
interromper o escritor e pedir esclarecimentos sobre seu
cionais: pergunta, afirmação e exclamação.
texto. Deve-se, porém, levar em conta que certos tipos de
Fase: compreensão oral.
textos orais, aulas expositivas, por exemplo, acarretam um
Atividade: preencher um quadro indicando quais falas
alto nível de planejamento da parte do falante e que em
de um diálogo gravado são perguntas, afirmativas
algumas culturas (por exemplo, na Inglaterra) não é comum
ou exclamações.
que um expositor ser interrompido para esclarecimentos.
A outra diferença diz respeito ao maior ou menor nível
- Exemplo 4
de envolvimento com o interlocutor. A produção oral,
Meta: desenvolver consciência crítica de que os inter-
em virtude da presença do interlocutor, tende a acarretar
locutores ocupam posições diferentes na instituição.
maior envolvimento com ele. À luz do olhar do interlocutor,
Fase: pós-compreensão oral.
dos seus gestos e de traços de sua identidade social (classe
Atividade: com base em uma gravação de um diálogo já
social, etnia, opção sexual etc.), pode-se moldar o que se
trabalhado, identificar marcas da posição hierárquica
fala de modo a envolvê-lo mais diretamente na construção
na instituição, de formalidade ou informalidade etc.,
do significado. Todavia, há textos escritos, como cartas
no modo como os participantes se referem uns aos
pessoais, por exemplo, contendo marcas da oralidade,
outros.
o que se nota, entre outras formas, pelo uso de frases
questionadoras que envolvem diretamente a opinião do
Comentários:
leitor em relação ao que foi dito: “concorda?”, “não é?”.
- no exemplo 1, a primeira tarefa se baseia na relevân-
A produção de textos orais e escritos envolve uma série
LÍNGUA INGLESA

cia da ativação do conhecimento lexical que o aluno


de diferenças marcantes relacionadas às modalidades oral
já tenha para ter acesso à temática do texto a ser
e escrita, determinadas, em última análise, por um lado,
ouvido;
pelo uso da estrutura sonora das línguas, e, por outro, pela
- no exemplo 2, está sendo focalizada a habilidade de
representação escrita (escrita alfabética, ideográfica etc.)
selecionar informação, com base no propósito do
do que se tem a dizer. Todavia, a produção de textos orais
ouvinte;
e escritos igualmente acarreta o uso de conhecimento de

14
mundo (refletido naquilo sobre o que se fala ou escreve), Uma forma de tentar ultrapassar as dificuldades que
da organização da informação em tipos de texto (alguns a escrita apresenta para esse momento da aprendizagem
sendo típicos da fala - por exemplo, uma entrevista - e seria utilizar, como base de todo o planejamento, as
outros da escrita - por exemplo, um ensaio acadêmico) relações que se podem estabelecer entre o conhecimento
e de elementos sistêmicos (alguns também sendo mais de mundo e as diferentes formas de organizá-lo em textos
recorrentes na fala - por exemplo, contrações - e outros na por meio da escrita. Essa aprendizagem requer que se
escrita - por exemplo, termos técnicos). tenha uma compreensão clara da relação entre o processo
As diferenças na organização textual têm papel de escrita e um determinado produto (o seu produto
fundamental em relação à produção de textos em Língua específico), considerado(s) seu(s) objetivo(s) e possíveis
Estrangeira, além das diferenças no nível sistêmico entre utilizações sociointeracionais.
as línguas. As pesquisas no campo de estudos contrastivos A questão da metacognição do processo da escrita põe
em relação aos sistemas e à organização textual de línguas em evidência a relação entre o que se está aprendendo,
diferentes têm chamado a atenção para a importância o como e qual o propósito da aprendizagem. Importa
de que o professor tenha acesso a esses contrastes para ter clareza do que se espera que o aluno produza na
colaborar na aprendizagem das habilidades comunicativas modalidade escrita: é preciso que haja uma relação de
de produção. Muitas dificuldades na produção de textos possibilidade real de existência da tarefa e o seu resultado,
orais e escritos são causadas pelas diferenças entre a língua isto é, que a solicitação de produção escrita ao aluno deixe
estrangeira e a língua materna no que se refere, por exemplo, clara a situação de comunicação: quem escreve, com que
às diferenças entre os sistemas fonológicos e sintáticos, e finalidade, para quem, de modo que necessidades e desejos
em relação a como as línguas organizam a informação em possam vir a ser expressos, já que o uso da linguagem só
textos. Um exemplo são os modos diferentes de organizar se concretiza a partir de um lugar de produção histórico,
uma conversa informal ou um texto escrito expositivo em cultural e institucionalmente determinado.
línguas diferentes. Outros elementos dizem respeito a:
A seguir, são focalizadas as especificidades das - motivações - extremamente ligadas aos interesses da
habilidades comunicativas de produção escrita e de faixa etária e ao grupo social no qual se inserem os
produção oral. alunos;
- incentivo à criatividade - resultante da possibilidade
1. Produção escrita de se atenuarem as relações de poder na sala de
aula, permitindo situações de produção nas quais o
Um dos primeiros aspectos a considerar em relação aluno possa contribuir de forma mais atuante;
ao processo de produção da escrita é o próprio desafio - trabalho em grupo - forma que permite mais facil-
que ela representa: é uma interação que se estabelece em mente a concretização da ideia de que os sentidos se
ausência do interlocutor, diferençando-se da interação produzem na interação;
oral, na qual os parceiros encontram-se em presença na - o papel do professor na visão sociointeracionista - o
simultaneidade da fala. Logo, o interlocutor do texto de responsável pela organização das interações na
escrito - a razão mesma da existência do texto - vem a ser sala de aula, bem como o de buscar o equilíbrio das
um projeto do escritor que utilizará estratégias da língua relações nesse contexto.
escrita para suprir essa não-presença. Assim, quem escreve
se vê obrigado a expor informações/ideias de maneira mais A ativação desses metaconhecimentos adquiridos ao
clara, planejada e detalhada que na situação de interação longo da seriação escolar é instrumento importante na
face a face, caracterizando tal processo como aquele que construção do texto escrito, tanto do ponto de vista da
precisa evitar a ambiguidade e perseguir a clareza. Além relação entre leitura e escrita como da possibilidade de
disso, há a questão de que o conhecimento exigido do transposições do oral para o escrito.
código linguístico é de natureza diversa na situação Outra questão é traçar metas realistas para a produção
de interação escrita - se comparada com a oral - e que, escrita. Isso é possível a partir da observação das condições
ainda, os possíveis contextos socioculturais, relevantes na em que se desenvolve a aprendizagem, da definição das
constituição dos diferentes sentidos, na escrita precisam ser etapas didáticas e da escolha de ferramentas apropriadas.
recuperados por quem escreve, enquanto na oral ambos os Entre as etapas que podem caracterizar as tarefas de
participantes podem estabelecer as referências necessárias. produção escrita (planejamento, produção e revisão)
No contexto social brasileiro, no qual a circulação do mereceria especial atenção a de revisão do texto produzido.
escrito é de acesso desigual, é possível que o jovem aluno Esta pode ser realizada com a cooperação de um colega
dos terceiro e quarto ciclos não tenha tido oportunidade de modo a colaborar na construção da aprendizagem; na
de conviver com a importância e com o papel social percepção de que o significado é uma construção social,
LÍNGUA INGLESA

dessa forma de manifestação discursiva. Não por viabilizada na própria tarefa de produzir um texto em
desconhecimento da modalidade, pois ele se encontra em conjunto; e na compreensão de que a tarefa de produção
processo de construção de sua expressão escrita em língua escrita requer aprimoramento do texto produzido em
materna, o problema se constitui no conhecimento prévio razão da necessidade de perseguir a clareza e de se antever
que esse aluno detém em relação aos espaços sociais que
as dificuldades que o leitor possa ter.
requerem o seu uso.

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Uma das ferramentas essenciais para a produção como fonte primária de informações. A articulação desses
escrita diz respeito ao uso de materiais que devem estar diferentes conhecimentos é relevante para a organização
disponíveis como apoio para consulta, inclusive em de todo o planejamento e permite iluminar os caminhos a
momentos de avaliações formais. Porque encontrar saídas serem percorridos pelo aluno.
e soluções para impasses da escrita como tarefa do próprio
1.1. Produção oral
aluno corrobora a busca da autonomia na construção do
conhecimento. A proposta de desenvolver a produção oral em sala
Os materiais a serem utilizados como apoio tanto de aula de Língua Estrangeira remete a algumas reflexões,
podem ser adquiridos dentre publicações disponíveis tanto no que concerne aos objetivos dessa aprendizagem
como ser elaborados pelo grupo de aprendizes e/ou pelo quanto à possibilidade de que se possa vir a concretizá-
professor. A opção pelo material dependerá das atividades la de uma forma significativa. Trata-se de buscar que os
a serem desenvolvidas, de modo que a cada grupo pode alunos percebam o papel que a produção oral em língua
corresponder um conjunto não exatamente igual ao de estrangeira tem no exercício das interações sociais.
outro de mesmo nível, no que diz respeito aos conteúdos Uma reflexão importante diz respeito ao entendimento
sobre o que se escreve e não propriamente a conhecimento da produção oral como decorrente de situações de
sistêmico e organizações textuais. A relação material de interação, cujas macropossibilidades se dividem entre:
- mais centradas no que se diz - por contar com apoio
apoio/tarefa se estabelece a partir das necessidades e
no escrito - , já que não se prevê a intervenção direta do
desejos detectados pelo professor em relação ao grupo. ouvinte na interação (por exemplo, uma apresentação em
Seguem alguns recursos que podem ser utilizados como sala de aula);
apoio nas aulas de produção escrita em Língua Estrangeira: - mais centradas no ouvinte, já que implica a presença de
- dicionário, mono ou bilíngue; ambos os interlocutores na situação de interação próxima
- glossário construído em sala de aula, constituído à ou distante no espaço (por exemplo, uma conversa face a
medida que avancem os temas; uma possibilidade é face ou por telefone).
haver um rodízio da responsabilidade das anotações Toda situação de interação comporta a existência do
entre os grupos de aprendizes, os quais estarão res- interlocutor, porém as formas de introduzir este outro e
ponsáveis por transmitir aos demais o registro feito de ele atuar sobre quem fala são de natureza diferente. A
em sala; partir disso, pode-se afirmar que referências culturais na
- guias de apoio, que contenham: língua estrangeira serão fundamentais para que o aluno
- conjugações: em que constem não só paradigmas, possa ter acesso às regras interacionais aceitas nessa língua
mas também explicações sobre o uso de modos e (por exemplo, o direito de se interromper alguém, mesmo
tempos verbais predominantes nos tipos de textos em uma conversa informal em línguas diferentes).
em estudo e os efeitos de sentido que criam esses Outra reflexão diz respeito aos espaços sociais
usos; que requerem o seu uso. O contexto externo à sala de
- elementos gramaticais: considerados fundamentais aula oferece estímulo, estabelece influências, desperta
para a compreensão dos tipos de textos que estejam motivações. Contudo, esse quadro não deve se transformar
sendo produzidos; em imposição, cabendo ao professor buscar relevância
- características dos tipos de textos em estudo: informa- desse mundo externo em relação às circunstâncias de sala
ções sobre quem produziu, para quem, sobre o que, de aula que se apresentam. A sala de aula é um espaço
quando, porque e onde; o texto de suporte escrito no qual a produção oral será estabelecida como atividade,
ou oral, e ainda, o tipo de veículo no qual se insere o mais ou menos formalizada, de acordo com o que o grupo
texto (revista, jornal etc.). definir como necessidades e desejos.
Duas perguntas se impõem ao se refletir sobre como
Como forma de estruturar a aprendizagem da produção o professor pode desenvolver a produção oral de Língua
escrita em Língua Estrangeira, alguns elementos precisam
Estrangeira em sala de aula: que papel atribuir à pronúncia?
ser observados. O estímulo escrito e/ou oral deverá ser
Com quem os aprendizes terão oportunidade de falar na língua
analisado quanto às suas regras de organização textual,
estrangeira? As respostas a essas perguntas não são iguais para
de modo que o processo de estruturação da escrita tenha
fundamentos e referências bem explicitados. Outra questão todos os contextos de ensino e aprendizagem: a diversidade
importante diz respeito ao aproveitamento da Língua social, política e geográfica do Brasil terá papel fundamental no
Estrangeira escrita que existe no contexto sociocultural direcionamento da resolução dessas questões.
da situação escolar: é uma experiência adquirida numa No que se refere ao ensino de pronúncia, embora o
situação concreta de comunicação, facilitadora da sua professor não tenha de ser um especialista em fonética/
fonologia, precisará conhecer alguns elementos que podem
LÍNGUA INGLESA

utilização em outros contextos.


Consideradas essas observações, não convém solicitar vir a atuar sobre o processo de aprendizagem, tais como:
que um aluno produza um texto escrito em Língua - a interferência - uso do sistema fonético/fonológico
Estrangeira sem o prévio conhecimento do seu processo da língua materna que não corresponde ao da língua
de produção/circulação. O professor pode considerar a estrangeira, gerando incompreensões. São fontes de
análise de um tipo de texto e/ou conhecimento de mundo problemas:

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- fonemas existentes na língua estrangeira e não exis- No ensino da produção escrita e oral é particularmente
tentes na língua materna (e vice-versa); importante fazer com que o aluno se dê conta de como
- fonemas que apresentam diferente distribuição na lín- os três tipos de conhecimento — de mundo, sistêmico e
gua estrangeira e na língua materna; da organização textual — estão articulados na construção
- fonemas que apresentam diferentes realizações foné- do significado. Além disso, ao escrever e ao falar, o aluno
ticas; precisa perceber o ato interacional envolvido na escrita e na
- a relação entre ortografia e pronúncia, que não é a fala, pois quem usa a linguagem o faz em relação a alguém,
mesma nas diferentes línguas. com um propósito determinado etc., ou seja, para agir no
mundo social. Em suma, não escreve ou fala simplesmente
Esses conhecimentos oferecem ao professor a para cumprir uma tarefa escolar, sem se dar conta de quem
oportunidade de transformar o processo de aprendizagem são os participantes envolvidos, seus propósitos etc.
da produção oral em alguma coisa que não uma mera Para melhor esclarecer a articulação desses
repetição mecânica. conhecimentos no ensino de produção escrita e oral,
Recuperar conhecimentos do aluno em relação aos apresentam-se dois quadros. O Quadro I refere-se à
mecanismos da fala em língua materna é uma forma de produção escrita e o Quadro II à oral. Nesses quadros
trazer à consciência recursos constitutivos da oralidade: são expostas algumas possibilidades de articulação dos
um falante estabelece uma produção oral a partir do conhecimentos no uso da linguagem e um conjunto de
momento em que emite uma cadeia de sons significativos, tratamentos metodológicos, facilitadores da aprendizagem
cuja estruturação mental se dá num espaço de tempo dessas habilidades comunicativas.
reduzido, sujeito a hesitações e adequações para garantir São apresentados, no Quadro I, o tema – Esportes -, e
a comunicação. Logo, o aluno de Língua Estrangeira deve no Quadro II, o tema -Eu e o Outro-, a título de ilustração,
ser incentivado a perceber que a situação de interação oral, a serem desenvolvidos na produção escrita e na produção
em especial a face a face, não é um contínuo homogêneo oral dos alunos, respectivamente. Algumas indicações
e linear. em relação ao conhecimento sistêmico e de organização
Desse modo, aprender a expressar-se oralmente em
textual são oferecidas para que possam servir de apoio
língua estrangeira implica utilizar processos metacognitivos,
para o desenvolvimento de outras propostas.
tais como:
As indicações em relação ao conhecimento sistêmico
- reconhecer traços suprassegmentais (entonação e va-
são apresentadas em (a), (b), (c) e (d), de modo a oferecer
riações da tonicidade que implicam significado);
um conjunto de elementos que possibilitem a abordagem
- identificar níveis de formalidade da fala e suas ade-
de um determinado tema a partir da produção de um tipo
quações a contextos específicos;
específico de texto.
- perceber marcadores de coesão e facilitadores da co-
Os quadros, portanto, respondem as seguintes
erência típicos da linguagem oral (por exemplo, o
perguntas:
uso de determinadas palavras, em geral curtas, que
- Sobre o que se vai escrever ou falar? Qual é o tema?
funcionam como apoio para o processo de organiza-
- Que tipo de texto será produzido na escrita e na fala?
ção do pensamento a ser expresso oralmente);
- Que elementos sistêmicos serão usados para tal?
- observar procedimentos de iniciar, manter e finalizar a
- Qual o tratamento metodológico?
fala, bem como as formas de tomada de turno acei-
tas em contextos interacionais específicos.
ADEQUAÇÃO VOCABULAR.
A relação entre os contextos de uso e o que se espera que A adequação vocabular e a ordem que as palavras
o aluno produza oralmente na Língua Estrangeira remete a assumem dentro de estruturas linguísticas mais extensas
duas questões: uma diz respeito à clareza do objetivo da (sentença, oração, frase) são de importância crucial na
produção solicitada e a outra à contextualização da tarefa produção da linguagem, uma vez que estas estruturas
que deverá buscar contextos situacionais em sala de aula funcionam como verdadeiras expressões idiomáticas.
semelhantes a contextos fora da sala de aula. Ambas estão Algumas combinações são possíveis em uma determinada
intimamente conectadas à definição de metas realistas língua, mas não em outra. Em inglês, por exemplo,
para produção oral, suas condições de exequibilidade, podemos falar em a burning desire (desejo ardente), mas
necessidades, objetivos e características pessoais dos não podemos dizer a blazing desire (desejo incandescente).
aprendizes. Dentro desta mesma ordem de ideias, é possível dizer em
inglês a heavy smoker (fumante inveterado) ou a devoted
1.2. Orientações didáticas para o ensino da produção friend, (amigo fiel), mas nunca a devoted smoker ou a heavy
escrita e da produção oral
LÍNGUA INGLESA

friend. Da mesma forma, é possível dizer em português


tiro fulminante, mas, geralmente, não se diz resposta
Tendo em vista a semelhança entre esses dois processos, fulminante (resposta adequada, precisa, etc.).
serão tratados em conjunto, ressalvando-se, é claro, as A adequação vocabular é um dos aspectos mais
peculiaridades referentes a cada modalidade. difíceis no transcorrer do processo de aprendizagem do
inglês como LE (ou de qualquer outra língua estrangeira).

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O aprendiz procura no dicionário o significado de uma determinada palavra e o dicionário propicia-lhe uma série de
opções como sinônimos da palavra pretendida. É precisamente aqui que surge o problema. Embora as diversas palavras
fornecidas pelo dicionário sejam sinônimas, buscar a palavra adequada para aquele contexto específico é, sem dúvida, uma
tarefa muito difícil. A escolha correta vai depender, acima de tudo, da familiaridade do aprendiz com a LE que está sendo
aprendida e do contexto em questão. Por outro lado, quando o aprendiz escolhe palavras para expressar as suas ideias, é
importante pensar não apenas naquilo que faz sentido e soa melhor para esse aprendiz, mas pensar também naquilo que
faz sentido e soa melhor aos ouvidos do seu leitor. Segundo James (2002, pág. 57), “pensar nos leitores e suas expectativas
irá ajudar o aprendiz a tomar decisões mais acertadas no que concerne à escolha das palavras adequadas”.
Algumas vezes, não é muito difícil descobrir o significado de certas expressões idiomáticas. Contudo, o grande problema
para os aprendizes é produzi-las corretamente. É possível pensar numa série de adjetivos que podem ser utilizados com
a palavra fumante para expressar que determinada pessoa fuma bastante – por exemplo, big, strong, hard, fierce, mad,
devoted. Acontece, contudo, que foi convencionado pelos falantes nativos do inglês usar a palavra heavy para esse
contexto específico. Portanto, para ter um desempenho adequado em inglês, o aprendiz tem de saber este detalhe a fim
de expressar-se corretamente. É claro que o aprendiz que usar palavras erradas para essa ideia pode ser entendido, mas ele
ou ela vai soar extremamente artificial. Estas combinações convencionais são chamadas de ‘colocações’ e todas as línguas
se utilizam deste recurso. Mais alguns exemplos em inglês:

Quadro 5 – O uso adequado de expressões idiomáticas em inglês


Com a ajuda de um dicionário e de uma gramática, o aprendiz, normalmente, tem condições de inventar diferentes
formas de expressar uma determinada ideia. Porém, normalmente, só existe uma ou duas formas que são utilizadas pelos
falantes nativos do inglês. Mais uma vez, o aprendiz tem de estar atento para este detalhe a fim de falar e escrever com
mais naturalidade na língua inglesa. Alguns exemplos:

Quadro 6 – Adequação vocabular ou lexical

Colocando as expressões idiomáticas em prática


Via de regra, apenas as pessoas que têm um domínio razoável da língua inglesa conseguem utilizar adequadamente
as expressões idiomáticas para significarem o que efetivamente se pretende. A aprendizagem das expressões idiomáticas
apresenta grandes dificuldades para os aprendizes do inglês. Isto porque a maioria dos indivíduos não conhece a cultura
e a história que as subjazem. Não é por nada que, frequentemente, esses aprendizes utilizam expressões idiomáticas
incompatíveis com a situação e, por essa razão, os aprendizes as consideram não apenas problemáticas, mas também
difíceis de serem entendidas e memorizadas. A maioria dos falantes nativos da língua inglesa nem sempre conhece as
origens das expressões idiomáticas, mas, devido ao uso diário da língua em suas comunicações, eles conhecem os seus
significados e sabem onde e quando usarem essas expressões de forma adequada. É o seu uso correto que torna a língua
mais vívida e interessante.
Os aprendizes de inglês, contudo, não precisam preocupar-se exageradamente pelo fato de não saberem utilizar as
expressões idiomáticas mais comumente utilizadas pelos falantes nativos do inglês. Essas expressões mais comuns serão
internalizadas, naturalmente, ao longo do próprio processo de aprendizagem do inglês como um todo. Se eles forçarem
LÍNGUA INGLESA

o uso das expressões idiomáticas na fala ou na escrita, isso, muito provavelmente, redundará na produção de estruturas
‘estranhas’ aos ouvidos dos falantes nativos.

Fonte:
https://periodicos.ifrs.edu.br/index.php/tear/article/viewFile/1877/1452

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LINGUAGEM FORMAL/INFORMAL E EXPRESSÕES – Enfim, o que é difícil para elas (as palavras latinas) é
COTIDIANAS. fácil para nós. O que é fácil para elas (as frases prontas) é
difícil para nós.
Tudo que você diz em inglês tem duas formas: formal
e informal. Conversas formais e informais
Vejamos: Tão importante quanto conhecer a gramática e ter um
Informal. Do you want some coffee? (Você quer café?) amplo vocabulário de inglês é saber que tipo de linguagem
Formal. Would you care for some coffee? (Você está usar em cada situação. Existem termos que são mais
servido tomar café?) adequados para conversas íntimas, entre amigos e pessoas
Informal. I’m going to bed now (Vou para cama agora) próximas, enquanto outros dão um tom mais respeitoso a
Formal. I’m going to retire now (Vou me recolher agora). conversas profissionais ou em ambientes formais.

O ambiente impõe a linguagem. CONVERSAS FORMAIS


No filme “Um sonho possível” são duas pessoas de
ambientes opostos. Sandra Bullock ( Oscar nesse filme) Durante uma conversa com o seu chefe no trabalho,
culta e determinada, adota o jovem sem teto “Big Mike” com um professor na universidade ou mesmo com pessoas
(Quinton Aaron). que você acaba de conhecer e não tem muita intimidade, é
Ele diz “I got clothes” (tenho roupas), frase popular. adequado o uso da linguagem formal. O mesmo vale para
Ela quer frase padrão, formal e corrige “I have clothes”. quando você for escrever e-mails, cartas ou comunicados
Você vive em dois ambientes: oficiais. Para diálogos desse tipo é importante lembrar de
A mesma pessoa que diz entre amigos Free beer, guys não usar gírias ou contração de palavras.
(cerveja de graça, pessoal) vai dizer em ambientes formais Assim como no português, é importante ser sempre
Complimentary beer, gentlemen (cerveja de cortesia, educado e demonstrar respeito em conversas formais.
senhores). A mesma pessoa! Seja pessoalmente ou por e-mail, carta ou ligação, nunca
A mesma pessoa que diz Let me show you this (deixe- use gírias e evite contrações. Passa a ideia de respeito,
me mostrar isso) entre amigos, vai dizer Allow me to show educação e objetividade.
you this (permita-me mostrar isso) em ambientes formais. A estrutura do inglês formal é mais extensa e trabalhada.
A mesma pessoa! Não à toa, ele está muito ligado à tradição literária. Além
disso, é possível perceber que muitas palavras no inglês
O inglês informal prefere as “frases prontas”. formal remetem a expressões latinas.
Elas dão calor humano e aproximam pessoas. Por exemplo: o verbo “to murder” significa assassinar.
Exemplo. Filme “No calor da noite” (In the heat of the No entanto, em um contexto mais formal, em que o
night). O detetive Sidney Poitier trabalha alguns dias com crime envolve figuras proeminentes, como autoridades,
o delegado Rod Steiger (Oscar neste filme). Os dois não se recomenda-se usar “to assassinate”, uma variante do verbo
dão bem, mas na última cena, Sidney Poitier, ao ir embora, com origem no latim. Então, podemos dizer formalmente:
ouve de Rod Steiger “take care”. Uma frase carinhosa. “Martin Luther King Jr. was assassinated”.
Direto no coração!
At the office:
O inglês formal prefere as palavras latinas, a maioria CLAUDIA: Excuse me, Mr. Silva, I would like to talk to
do francês. you for a minute, if you don’t mind.
Elas dão sofisticação ao inglês. BOSS: Not at all, Claudia. Please, come in.
Vamos ver? CLAUDIA: Thank you. I wanted to talk to you about the
– O porco. O animal é “pig”. Agora, a carne de porco printer, it hasn’t been working since Monday.
é “pork”. É que no passado para vender a carne de porco BOSS: Hmm. Could you call the technician? He can fix it
usaram a palavra francesa para “sofisticar” o produto. by the end of the day. Here’s his number.
– Assim, também com “vaca” (cow). Carne de vaca é CLAUDIA: Sure, I’ll do it right now.
“beef”. BOSS: Alright. Thank you, Claudia.
– Assassinar é “to murder”. Agora assassinar pessoas CLAUDIA: Thank you, sir. Have a good day.
importantes por motivos políticos é “to assassinate” . Por BOSS: You too.
isso, você ouve “John Kennedy was assassinated”.
– Você pensa “Vou recusar este convite” (“I’m turning No escritório:
down this invitation”). Mas, ao informar é “I’m terribly sorry CLAUDIA: Com licença, Sr. Silva, eu gostaria de falar um
to decline the invitation” (Sinto muito ter que recusar o minuto com o senhor, se o senhor não se importar.
LÍNGUA INGLESA

convite) . CHEFE: Claro, Claudia. Entre, por favor.


CLAUDIA: Obrigada. Eu queria falar com o senhor sobre
Por isso, a impressora, ela não está funcionando desde segunda-feira.
– Crianças de lingua inglesa têm dificuldade em CHEFE: Hmm. Você poderia ligar para o técnico? Ele
entender palavras como “manually”. Entender “pulmonary pode consertar até o fim do dia. Aqui está o número dele.
capacity”. Entender “political propaganda”. CLAUDIA: Claro, farei isso agora.

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CHEFE: Tudo bem. Obrigado, Claudia. FRIEND 2: Not really. Is she okay?
CLAUDIA: Eu que agradeço, senhor. Tenha um bom dia. FRIEND 1: Yeah, I just haven’t seen that one in ages.
CHEFE: Você também. Shall we get drinks?
Perceba o uso das expressões excuse me, if you don’t FRIEND 2: Sure. Beer?
mind, please e thank you. Todas marcam cordialidade e FRIEND 1: Definetly. Hey, can we get two beers over
respeito na conversa, que ocorre em um contexto de local here?
de trabalho entre uma funcionária e o seu chefe. WAITER: You got it! I’ll be right over.
FRIEND 1: Thanks!
In a job interview
Employer: Good Morning, Ms. Phill. I am Jorge Litt, No bar:
director in Px Company. AMIGA 1: Oi menina! Como está tudo?
Candidate: Good Morning, Mr. Litt. Nice to meet you. AMIGA 2: Nada demais, querida. E você, bem?
Employer: Please, come with me. You can sit here. AMIGA 1: Sim. Você tem visto a Martha?
Candidate: Thank you. AMIGA 2: Não, está tudo bem com ela?
Employer: Before we start the interview, would you like AMIGA 1: Está sim, só não vejo aquela lá há séculos.
some water or coffee? Vamos pegar bebidas?
Candidate: I would like some water, please. AMIGA 2: Claro. Cerveja?
Employer: Let’s start. I would like to ask some questions AMIGA 1: Definitivamente. Ei, pode trazer duas cervejas
about your experience as an accountant. aqui?
Candidate: Of course, I am at your disposal. GARÇOM: Pode deixar! Já vou aí.
Em uma entrevista de emprego AMIGA 1: Valeu!
Empregador: Bom dia, Sra. Phill. Eu sou Jorge Litt, Essa conversa está lotada de gírias, não é? Os vocativos
diretor da Px Company. girl e boo são maneiras bastante informais de se referir
Candidato: Bom dia, Sr. Litt. Prazer em conhecê-lo. a alguém em inglês, reservado a conversas com pessoas
Empregador: Por favor, venha comigo. Você pode se próximas. Frases curtas e gramaticalmente questionáveis
sentar aqui. como You good? ou Sure, beer?, marcam também a
Candidato: Obrigada. informalidade e a praticidade de se dizer o que quer com
Empregador: Antes de começarmos a entrevista, você poucas palavras.
gostaria de tomar água ou café?
Candidato: Eu gostaria de tomar água, por favor. In a party with friends
Empregador: Vamos começar. Eu gostaria de fazer Anton: Hey, man! What’s up?
algumas perguntas sobre sua experiência como contadora. Louis: Hi, dude! I’m good. And you?
Candidato: Claro, estou à disposição.
Anton: I’m fine too. Where’s everyone?
Louis: I’m looking for them. I came with a buddy.
CONVERSAS INFORMAIS
Anton: Nice! I’m looking for my friend. Talk to you later.
Louis: Sure! See ya.
Nas conversas informais em inglês, o uso de expressões,
gírias e contrações é livre. Normalmente são usadas frases
curtas, não necessariamente gramaticalmente corretas. Em uma festa com amigos
Esse tipo de diálogo acontece entre amigos, família ou Anton: Ei, cara. E aí?
durante conversas em redes sociais, por exemplo. Louis: Oi, cara. Tudo bem. E com você?
Na linguagem informal, são aceitas gírias e formas de Anton: Estou bem também. Cadê todo mundo?
tratamento mais descontraídas. Nesse caso, as contrações Louis: Estou procurando por eles. Eu vim com um
podem ser usadas tranquilamente. parceiro.
As situações nas quais ele é usado são muito Anton: Beleza! Eu vou ver se encontro um amigo. A
instantâneas, como, por exemplo, durante conversas, nas gente se fala.
quais os interlocutores têm menos tempo para criar frases Louis: Vai lá! A gente se vê.
mais elaboradas. Por isso, termos mais simples e curtos são O destaque também vai para outras expressões típicas
utilizados nessa variante. da linguagem informal, como What’s up?, Haven’t seen
Quando oferecemos um café a alguém, podemos dizer, that one in ages, You got it e Thanks.
na linguagem formal: “Would you like some coffee?”
Já na linguagem informal, o mais adequado seria: “Do Principais diferenças.
you want coffee?”. Assim, a comunicação fica mais ágil e
LÍNGUA INGLESA

aproxima os interlocutores. Escrita Formal


- As frases são mais longas – “Thank you for your letter
At the bar: of 17 October concerning…”
FRIEND 1: Hey, girl! What’s up? - O tom do texto é impessoal – “Certainly, there are
FRIEND 2: Not much, boo. You good? advantages to…”
FRIEND 1: Yeah. Have you seen Martha lately?

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- Os verbos são escritos por extenso – “The director has Essas são apenas algumas diferenças entre o inglês
not approved….” formal e informal. Quem domina pelo menos um pouco
- Existe o uso de frases mais refinadas, educadas – “I dessas variações consegue ter melhor desempenho, por
would very much like…” exemplo, em uma experiência no exterior.
- Usa-se a voz passiva – “The terms were approved by Quem já chega a um país de língua inglesa falando
the board…” a variante adequada para cada situação será mais bem
- Os pronomes são sempre incluídos – “I hope to hear recebido pelos nativos e abrirá um leque maior de
from you…” oportunidades.
- Não se usa linguagem coloquial – “Please give my
regards to …” http://www.fiskscs.com.br/orientacoes/o-ingles-para-
- Usa-se inversions – “Rarely has the team given a worse voce-falar-em-particular-e-em-publico-pre-avancado/
performance…” http://www.yazigi.com.br/noticias/ingles/conversas-
em-ingles-linguagem-formal-e-informal
- Inicia-se o texto com “Dear Sir or Madam” e finaliza-se
https://www.microlins.com.br/noticias/ingles/como-
com “Yours faithfully” (quando não se sabe a quem o texto
usar-a-linguagem-informal-e-a-formal-em-ingles
será endereçado)
https://euvouaprenderingles.com.br/escrita-formal-e-
- Inicia-se o texto com “Dear Mr/Ms/Mrs/Miss
informal-em-ingles/
(sobrenome)” e finaliza-se com “Yours sincerely” ou “Yours
truly” (quando se sabe a quem o texto será endereçado)
- Usa-se connecting words mais formais – Hence,
Although, Furthermore, etc. EXERCÍCIO COMENTADO

Escrita Informal 1. (CRM-PR - Analista de Tecnologia da Informação –


- Caracteriza-se pelo uso de frases curtas – “Thank you Superior - Quadrix – 2018)
for your letter about…”
- O tom do texto é pessoal – “I think that’s an
advantage…”
- Abrevia-se os verbos quando possível – “The director
hasn’t approved…”
- Utiliza-se a voz ativa – “The board approved the
terms…”
- Algumas vezes os pronomes são omitidos – “Hope to
hear from you…”
- Utiliza-se phrasal verbs, gírias, linguagem coloquial –
“Remember me to…”
- Inicia-se o texto com “Dear (primeiro nome)” e finaliza-
se com “Best wishes” ou “Regards”
- Usa-se connecting words menos formais – Therefore,
Though, Moreover, etc.

Inglês formal e informal: é possível usar os dois?


Resposta para essa pergunta é: sim! No entanto,
depende do ambiente ou interlocutor. No dia a dia,
lidamos com situações mais descontraídas, e outras, mais
sérias. Cada uma vai exigir uma linguagem mais adequada,
mesmo nos casos em que estamos oferecendo a mesma
coisa, porém a pessoas diferentes.
Quando estamos em um bar com amigos e decidimos
pagar a rodada da mesa, podemos dizer: “Free drinks!”. No
entanto, se estivermos em um ambiente mais formal, como
um almoço de negócios, é recomendável dizer: “Please
enjoy your complimentary drinks”. Ambas as frases têm o
mesmo significado.
LÍNGUA INGLESA

É interessante observar que devemos aprender as duas


variantes. Utilizar o inglês formal em situações corriqueiras
pode passar uma imagem esnobe. Por outro lado, pode
ser muito constrangedor usar o inglês informal com uma
pessoa que você ainda não conhece. Isso é especialmente
importante se o seu objetivo é trabalhar em outro país.

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Based on the text, judge the following item. Existem casos em que a concordância verbal na língua
Smart TVs have been popular for many decades. inglesa não é usada da mesma forma que em português.
Às vezes, mudam algumas coisas, geralmente é um verbo
ou um substantivo que faz toda a diferença em como nos
( ) CERTO ( ) ERRADO expressamos em inglês.
Por isso precisamos prestar um pouco mais de atenção
Resposta: Errado quando estivermos lendo ou escutando algo em inglês.
O texto frisa muito CabeTV e não SmartTV, especifica- Para você começar a entender como a concordância
mente verbal funciona em inglês veja estes exemplos que coloquei
abaixo. Assim você irá começar a ter uma noção do que irei
2. (CRM-PR - Analista de Tecnologia da Informação – explicar durante a dica de inglês de hoje:
Superior - Quadrix – 2018)
EXEMPLO
Nobody was waiting for me at the airport. – Ninguém
estava me esperando no aeroporto.
No exemplo que dei acima, inglês e português se
correspondem muito bem. O pronome “ninguém” (que
em inglês é nobody) sempre é seguido de um verbo no
singular.
Nobody (singular) + was (verbo to be singular)
Até ai tudo bem. Agora veja este exemplo abaixo onde
a concordância verbal não corresponde em inglês:

EXEMPLO
Everybody is here. – Todos estão aqui.
Everybody + is (verbo to be singular)
Como todos nós sabemos, “todos” (everybody) é plural,
se refere a um grupo determinado de pessoas ou coisas,
então a palavra que possivelmente deveria está depois de
everybody seria “are” e não “is” que foi usada.

Talvez essa explicação se aplicasse bem em nosso


idioma. Porém, em inglês a concordância verbal é usada de
uma maneira diferente.

É difícil estabelecer uma regra geral que você possa


seguir. Por isso o melhor conselho que lhe posso dar
é observar a frase e tentar assimilar em qual contexto a
palavra (neste caso aqui foi o pronome em inglês) está
sendo utilizado.

Mais Alguns Exemplos


Para deixar mais claro e para que você possa assimilar
melhor, cito mais alguns exemplos abaixo.

EXEMPLO
Most of the children were playing in the garden. – A
maioria das crianças estava brincando no jardim.
In big cities, there are many people working. – Em
grandes cidades, há muitas pessoas trabalhando.
Based on the text, judge the following item. There are 10 bottles on the table; half of them are empty.
The popularity of Superman and Batman began when they
– Há dez garrafas sobre a mesa; Metade delas está vazia.
appeared in Hollywood movies.
Estes são só alguns exemplos de como a concordância
LÍNGUA INGLESA

( ) CERTO ( ) ERRADO verbal funciona em inglês. Se você prestar um pouco mais


de atenção em textos em revistas, jornais e mesmo em um
Resposta:: Errado diálogo em inglês verá que nem sempre a concordância
“were popular in comic magazines before hollywood verbal é feita da mesma forma que no português.
discovered them.”

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Quanto mais você ler e praticar melhor. Chegará um momento que você nem sentirá essa diferença, será algo natural
como o nosso português.

Verbal Agreement: os 10 casos de concordância verbal da língua inglesa


Em inglês,  Verbal Agreement  (Concordância Verbal) ocorre quando o verbo se flexiona para concordar com o seu
sujeito. Existem 10 casos de concordância verbal na língua inglesa que você precisa conhecer.

Concordância Verbal: 
Dois Verbos no Predicado

Se o predicado contém dois verbos, somente o primeiro concorda com o sujeito. O segundo verbo fica invariável.

Complemento e Adjunto
Quando o sujeito for seguido de complemento ou adjunto, o verbo concorda somente com o sujeito.

Conjunção Aditiva “And”

1º caso: Quando os núcleos do sujeito composto são unidos por AND e constituiem coisas diferentes, o verbo fica no
plural.

2º Caso: Quando os núcleos do sujeito composto são unidos por AND e exprimem uma única ideia, o verbo fica no
singular.
LÍNGUA INGLESA

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Conjunções Alternativas

1º Caso: O verbo fica no singular se as duas partes do sujeito composto estiverem no singular e ligadas pelas conjunções
alternativas or, nor, either ou neither.

2º Caso: Quando os dois núcleos do sujeito composto são diferentes em número ou pessoa, o verbo concorda com o
núcleo mais próximo.

3º Caso: Quando os dois núcleos do sujeito composto estão no plural, o verbo deve ir para o plural.

Pronomes Indefinidos
1º Caso: Os pronomes indefinidos everybody, everyone, nobody, no one, someonee each one pedem verbo no singular.

2º Caso: Os pronomes indefinidos both, few, many ou several pedem verbo no plural.


LÍNGUA INGLESA

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Pronomes “All” e “Some” e seus Partitivos
Com os pronomes indefinidos all e some, o verbo deve ficar no singular se o partitivo estiver no singular. Se o partitivo
estiver no plural, o verbo deve ficar no plural.

- palavras variáveis: substantivo, adjetivo, pronome, numeral, artigo e verbo. Elas podem variar em gênero (masculino e
feminino), número (singular e plural) e grau (aumentativo e diminutivo)
- palavras invariáveis: preposição, conjunção, interjeição e advérbio.

Substantivos: nomeiam os seres em geral sendo classificados em substantivos: simples, composto, concreto, abstrato,
primitivo, derivado, coletivo, comum e próprio.
Adjetivos: atribuem qualidades e estados aos seres sendo classificados em adjetivos: simples, composto, primitivo e
derivado.
Pronomes: acompanham os substantivos de maneira que podem substituí-los; são classificados em pronomes: pessoais
(caso reto e caso oblíquo), possessivos, demonstrativos, tratamento, indefinidos, relativos, interrogativos.
Numerais: determinam a quantidade de tudo que existe sendo classificados em: cardinais, ordinais, fracionários, coletivos
e multiplicativos.
Artigos: determinam o número e o gênero das palavras sendo classificados em artigo definido e indefinido.
Verbos: indicam ações, estado ou fenômeno sendo classificados em verbos regulares e irregulares.
Preposições: conectam dois termos da oração por meio de uma relação de subordinação. Dessa maneira, conforme a
circunstância estabelecida, são classificadas em preposição: lugar, modo, tempo, distância, causa, instrumento e finalidade.
Conjunções: conectam dois termos semelhantes gramaticalmente, sendo classificados em: conjunção coordenativa
(aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas e explicativas); e conjunção subordinativa (integrantes, causais, comparativas,
concessivas, condicionais, conformativas, consecutivas, temporais, finais e proporcionais).
Interjeições: indicam emoções, sentimentos, sensações e estado de espírito sendo classificadas em interjeições de:
advertência, saudação, ajuda, afugentamento, alegria, tristeza, medo, alívio, animação, aprovação, desaprovação,
concordância, desejo, desculpa, dúvida, espanto, contrariedade.
Advérbios: modificam um verbo, um adjetivo ou outro advérbio sendo classificados de acordo com a circunstância que
expressam: modo, intensidade, lugar, tempo, negação, afirmação, dúvida.
Note que a morfologia é um termo utilizado em outras áreas por exemplo, na biologia (morfologia vegetal, morfologia
animal, etc.), geologia (estudo das formas de relevo), dentre outras.

Fonte:
https://www.todamateria.com.br/morfologia-e-classes-morfologicas/

Sintaxe

A Sintaxe é uma das partes da Gramática na qual são estudadas as disposições das palavras nas orações, nos períodos,
bem como a relação lógica estabelecida entre elas.
Podemos considerar a Gramática como sendo o conjunto das regras que determinam as diferentes possibilidades de
associação das palavras de uma língua para a formação de enunciados concretos. A Sintaxe própria de cada língua impede
que sejam realizadas combinações aleatórias entre as palavras.
Embora sejam bem distintas entre si, todas as línguas, além de possuírem um léxico composto por milhares de palavras,
possuem também um conjunto de regras as quais determinam a forma como as palavras podem se relacionar para formar
LÍNGUA INGLESA

enunciados concretos.
Sendo assim, a Sintaxe organiza a estrutura das unidades linguísticas, os sintagmas, que se combinam em sentenças.
Para que o falante de uma língua possa interagir verbalmente com outros, ele organiza as sentenças linguísticas para que
possa transmitir um significado completo e, assim, ser compreendido.

25
Funções e Relações Sintáticas d) COMUM - Designam pessoas ou animais sem lhes
indicar o sexo. Ex. person – pessoa, neighbour (vizinho),
O enunciado se encaixa em uma organização/ bear (urso), turkey (peru), etc.
estruturação específica prevista na língua. Essa organização
é sempre regulada pela Sintaxe, a qual define as sequências e) Em alguns casos, entretanto, o gênero dos animais e
possíveis no interior dessas estruturas. das pessoas (à exceção dos nomes próprios) é indicado por
Vejamos agora quais são os tipos de relações e de meio de palavras diferentes, por exemplo:
funções sintáticas da nossa língua:
PORTUGUÊS - MASCULINO/FEMININO
Funções sintáticas
Homem/mulher - man/woman
Consiste na função específica de cada elemento na Menino/menina - boy/girl
sentença ao se relacionar com outros elementos que Irmão/irmã - brother/sister
também compõem o enunciado. Boi, touro/vaca - bull/cow
Leia o exemplo: Galo/galinha - cock, rooster(EUA)/hen
João vendeu um baú antigo ano passado. Marido/esposa - husband/wife
- João: sujeito do verbo ‘vender’. Sobrinho/sobrinha - nephew/niece
- Um: adjunto adnominal. Tio/tia - uncle/aunt
- Um baú antigo: objeto direto de ‘vendeu’. Filho/filha - son/daughter
Feiticeiro/feiticeira - wizard/witch
Relações sintáticas Pai/mãe - father/mother
Consiste nas relações estabelecidas entre as palavras
que definem as estruturas possíveis na Sintaxe das línguas. f) Em outros casos, o gênero é indicado por aposição de
Leia o exemplo: terminação diferente ao radical, por exemplo:
João vendeu um baú antigo ano passado.
- João: agente da ação expressa pelo verbo ‘vender’; PORTUGUÊS - MASCULINO/FEMININO
- Ano passado: quando a ação foi realizada.
Para que possamos realizar a análise sintática dos Abade/abadessa - abbot/abbess
enunciados da língua é necessário explicitar as estruturas, Ator/atriz - actor/actress
as relações e as funções dos elementos que os constituem. Administrador/administradora - administrator/
administratix (ess)
Substantivo é a palavra que dá nome aos seres em geral, Instrutor/instrutora - instructor/instructress
sejam eles vivos ou inanimados, assim como dá nome aos Judeu/judia - jew/jewess
lugares, sentimentos, etc. Leão/leoa - lion/lioness
Senhor/senhora - mister/miss, mistress
Os substantivos flexionam-se em gênero, número e Poeta/poetisa - poet/poetess
grau. Traidor/traidora - traitor/traitress
Viúvo/viúva - widower/widow
Num esquema geral, podemos classificar a flexão dos
g) Em outros casos, por fim, dá-se a variação de gênero
substantivos, na gramática inglesa, da seguinte forma:
por anteposição ou preposição de palavras. Em português
o equivalente seriam os substantivos epicenos, em que a
1. GÊNERO:
variação de gênero se dá com a preposição das palavras
“macho” e “fêmea”, como, por exemplo, em “cobra-macho”
a) MASCULINO – Designam pessoas ou animais do sexo
e “cobra-fêmea”, “jacaré-macho” e “jacaré-fêmea”, etc.
masculino. Ex.: Charles, uncle, (tio), king (macaco), etc.
PORTUGUÊS - MASCULINO/FEMININO
b) FEMININO - Designam pessoas ou animais do sexo
feminino. Ex. Helen, queen (rainha), hen (galinha), cow Namorado/namorada - boyfriend/girlfriend
(vaca), etc. Padrasto/madrasta - step-father/step-mother
Enteado/enteada - step-son/step-daughter
c) NEUTRO – Designam coisas inanimadas. Em inglês, Avô/avó - grandfather/grandmother
os objetos não sofrem a variação no gênero como ocorrem Tio-avô/tia-avó - great-uncle/great-aunt
LÍNGUA INGLESA

em português. Assim, palavras como árvore e copo, (tree Francês/francesa - frenchman/frenchwoman


and glass), por exemplo, do gênero feminino e masculino, Pavão/pavoa - peacock/peahen
respectivamente, em português, não sofrem essa variação
na língua inglesa. Ambas as palavras, tree e glass, pertencem Estudos sobre gênero:
ao gênero neutro. Ex.: tree (árvore), glass (copo), house
(casa), milk (leite), love (amor), etc.

26
a) Substantivos masculinos sem correspondentes GÊNERO MASCULINO:
femininos: Ex.: Auntumn - outono
Ex.: Carpenter - carpinteiro Darkness - escuridão
Clergyman - clérigo Day - dia
Fellow - camarada Death - morte
Judge - juiz The grave - o túmulo
Minister - ministro Law - lei
Surgeon - cirurgião Sleep - sono
Summer - verão
b) Femininos sem correspondentes masculinos: The sun - o sol
Ex.: Dowager - viúva, herdeira (de títulos e bens) Time - tempo
Dowdy - mulher desalinhada Thunder - trovão
Minx - sirigaita Winter - inverno
Shrew - megera etc.
Paixões ou ações violentas, como:
c) Gênero comum e correspondentes masculinos e Anger - cólera
femininos: Despair - desespero
A certos vocábulos do gênero comum correspondem Discord - discórdia
um do gênero masculino e outro do feminino: Fear - medo
Ex.: Hunger - fome
Comum/Masculino/Feminino Murder - assassínio, assassinato
Child - criança/Boy/Girl War - guerra
Child - filho ou filha/Son/Daughter GÊNERO FEMININO:
Monarch - monarca/King/Queen The earth - a terra
Ox - boi/Bull/Cow Fame - fama
Parent - pai ou mãe/Father/Mother Fortune - sorte
Sheep - carneiro/Ram, Wether/Ewe Grace - graça
Justice - justiça
Obs¹: As palavras Boy, Girl, Male, Female, Man and Liberty - liberdade
Woman antepostas a certos substantivos do gênero The moon - a lua
comum, formam correspondentes masculinos e femininos: Night - noite
Comum/Masculino/Feminino: Peace - paz
Inhabitant - habitante/Male Inhabitant/Female Religion- religião
Inhabitant Victory - vitória
Merchant - comerciante/ Man Merchant/Female etc.
Merchant Cidades, Países e Universidades;
Schoolmate - colega de classe/Boy Schoolmate/Girl Certos sentimentos, como:
Schoolmate Humility - humildade
Obs². Alguns substantivos masculinos como author Mercy - compaixão
- autor, doctor - doutor, dog - cão, lion - leão, e alguns Modesty - modéstia
femininos como bee - abelha, duck - pata, goose - gansa, Pity - piedade
são usados como substantivos do gênero comum. E as Virtudes:
Faith - fé
d) Substantivos tidos como femininos: Hope - esperança
Aeroplane - aeroplano Charity - caridade
Ballon - balão
Boat - barco 2. NÚMERO:
Engine - máquina
Train - trem a) Regra geral:
Schooner - escuna
Ship - navio O plural dos substantivos é formado pelo acréscimo de
Steamer - navio a vapor S ao singular:
Máquinas e ferramentas são geralmente tidos como
LÍNGUA INGLESA

femininos. Singular /Plural


Night (noite) / Nights
e) Substantivos personificados: River (rio) / Rivers
Certos substantivos neutros, quando personificados, Table (mesa) / Tables
são considerados uns masculinos, outros femininos:

27
b) Plural dos substantivos terminados em CH – S – SH Ex.:
– X ou Z: Singular / Plural
Beef (carne de vaca, boi para corte) /Beefs (USA) –
O plural dos substantivos terminados em CH, S, SH, X Beeves
ou Z fazem o plural com o acréscimo de ES: Dwarf (anão) / Dwarfs – Dwarves
Elf (duende) / Elfs – Elves
Ex.: Hoof (casco de animal) / Hoofs – Hooves
Singular/Plural Scarf (cachecol) / Scarf – Scarves
Bench (banco) / Benches Self (a própria pessoa) / Selfs – Selves
Gás (gás) / Gases Staff (corpo de oficiais, pauta musical) / Staffs – Staves
Brush (escova) / Brushes Turf (gramado) / Turfs – Turves
Box (caixa) /Boxes Wharf (cais) / Wharfs – Wharves
Topaz (topázio) /Topazes d) Plural dos substantives terminados em – Y:

Obs.: Nas palavras terminadas em – CH, mas em que * Os substantivos terminados em Y PRECEDIDO DE
este tem o som de – K, o plural é formado regularmente, VOGAL formam o plural regularmente, com o acréscimo
com o acréscimo de S, segundo a regra geral: de S:

Ex.: Ex.:
Singular / Plural Singular / Plural
Epoch (época) / Epochs Day (dia) / Days
Monarch (monarca) / Monarchs Key (Chave) / Keys
Patriarch (patriarca) / Patriarchs
* Os substantives terminados em Y PRECEDIDO DE
c) Plural dos substantivos terminados em – F e FE: CONSOANTE mudam o Y em IES na formação do seu plural:

* Muitos substantivos terminados em –F e em – FE fazem Ex.:


o plural simplesmente com o acréscimo de – S, segundo a Singular / Plural
regra geral. City (cidade) / Cities
Lady (senhora) / Ladies
Ex.:
Singular / Plural Obs.: Os NOMES PRÓPRIOS terminados em – Y,
Belief (crença) / Beliefs precedidos de consoantes, ao contrário da regra acima,
Chief (chefe) / Chiefs formam seu plural pela regra geral do acréscimo de S:
Cliff (penhasco) / Cliffs
Ex.: Henry – the Henrys
Gulf (golfo) / Gulfs
Mary – the Marys
Handkerchief (lenço) / Handerkerchiefs
Proff (prova) / Proofs
e) Plural dos substantivos terminados em – O:
Reef (recife) / Reefs
* Os substantivos terminados em O PRECEDIDO DE
* Alguns substantives terminados em – F, e TRÊS
VOGAL fazem o plural na regra geral, com acréscimo de – S:
terminados em – FE MUDAM o F em V e ACRESCENTAM
– ES: Ex.:
Singular / Plural
Ex.: Bamboo (bambu) / Bamboos
Singular / Plural Cameo (camafeu) / Cameos
Knife (faca) / knives Studio (estúdio) / Studios
Life (vida) / Lives
Wife (esposa) / Wives * Os substantivos terminados em O PRECEDIDO DE
CONSOANTE fazem o plural na regra geral, com acréscimo
Thiefs (ladrão) / Thieves de – ES:
Half (metade) / Halves
Leaf (folha) / Leaves Ex.:
LÍNGUA INGLESA

Wolf (lobo) / Wolves Singular / Plural


Cargo (carga) / Cargoes
* Outros substantives terminados em –F, por outro lado, Echo (eco) / Echoes
têm dois plurais: Hero (heróis) / Heroes
Potato (batata) / Potatoes

28
Tomato (tomate) / Tomatoes OBS. Há exceções, como:

Obs.: Excetuam-se desta regra: Lord Justice (juiz supremo do Tribunal) – Lords Justices
Man servant (criado) – Men servants
* as formas reduzidas. Woman servant (criada) – Women servants

Ex.: Photo (from Photografh – fotografia) / Photos * Nos compostos de um adjetivo e um substantivo só o
Piano (from Pianoforte – piano) / Pianos substantivo varia:

* Vocábulos ainda tidos como estrangeiros: Ex.:


Blackbird (melro) – Blackbirds
Ex.: Casino (cassino) / Casinos Court-martial (conselho de guerra) – Courts-martial
Soprano (soprano) / Sopranos * Compostos em – ful fazem o plural em –S:
* Algumas palavras em – O, que têm dois plurais:
Ex.:
Ex.: Archipelago (arquipélago) – Archipelagos/ Handful (punhado) – Handfuls
Archipelagoes Spooful (colherada) – Sponfuls
Buffalo (búfalo) – Buffaloes/Buffaloes
Mango (manga) – Mangos/Mangoes * Quando o primeiro termo do composto é verbo, só o
Portico (pórtico) – Porticos/Porticoes último recebe a flexão do plural:

f) Plural por mutação vocálica: Ex.:


Forget-me-not (miosótis) – Forget-me-nots
Oito substantivos fazem o plural mudando a vogal Spendthrift (perdulário) – Spendthrifts
interna:
* Quando não há substantivo nem verbo no composto,
Singular / Plural o último elemento vai para o plural:
Dormouse (arganaz) /Dormice
Foot (pé) /Feet Ex.:
Grown-up (adulto) – Grown-ups
Goose (ganso) /Geese
(Obs. Goose, ferro de engomar usado pelos alfaiates,
i) Plural de palavras estrangeiras:
faz o plural pela regra geral: Gooses).
Louse (piolho) /Lice * Palavras estrangeiras conservam, em geral, o plural de
Man (homem) /Men origem:
Woman (mulher) /Women
Tooth (dente) /Teeth Ex.:
Mouse (camundongo) /Mice Francês:
Madame (senhora) – Mesdames
g) Plural em – EN ou – NE: Monsieur (senhor) – Messieurs

Singular / Plural Grego:


Child (criança) /Children Phenomenon (fenômeno) – Phenomena
Ox (boi) /Oxen Thesus (teses) – Theses

h) Plural dos substantivos compostos: Italiano:


Dilettante (diletante) – Dilettanti
* Na maioria dos substantivos compostos é pluralizado Virtuoso (virtuoso) – Virtuosi
o elemento que representa a idéia principal:
Latim:
Ex.: Adendum (adendo) – Adenda
Son-in-law (genro) – Sons-in-law Agendum (agenda) – Agenda

* Se os compostos forem constituídos de dois * Algumas palavras estrangeiras têm, além do plural de
LÍNGUA INGLESA

substantives, unidos ou não, apenas o último vai para o origem, um plural em inglês:
plural:
Ex.:
Automaton (autômato) – Automata, Automatons
Ex.:
Bandit (bandido) – Bandidtti, Bandits
Armchair (cadeira de braço) /Armchairs
Bureau (escrivaninha) – Bureaux, Bureaus
Life-belt (cinto de segurança) /Life-belts

29
Cherub (querubim) – Cherubim, Cherubs n) Mais significados no singular do que no plural:
Memorandum (memorando) – Memoranda,
Memorandums Em alguns casos a forma singular tem maior número de
significados que o plural:
j) Dois plurais com significados diferentes:
Ex.:
Certos substantivos têm duas formas no plural com Singular / Plural
significados diferentes: Abuse (Abuso, linguagem injuriosa, desaforos) / Abusos
(abusos)
Ex.: Foot (pé – parte do corpo; pé – medida; infantaria) /
Brother (irmão): Feet (pés – parte do corpo e pés – medida).
Brothers (irmãos filhos do mesmo pai) Horse (cavalo, cavalaria, soldados da cavalaria) / Horses
Brethren (irmãos de uma seita) (cavalos)
Cloth (tecido, pano):
Cloths (tecidos, panos) n) Plural de Títulos, nomes e sobrenomes:
Clothes (roupa(s)) É formado da seguinte maneira:
Genius (gênio): 1. Mr. - Messrs.
Geniuses (gênios – homens de talento) Master (anteposto a nome de menino) - Masters
Genii (gênios – espíritos) Mrs. (invariável)
Miss - Misses
Index (índice, índex):
Indexes (índices – de livros) 2. Captain - Captains
Índices (em matemática) Doctor - Doctors
Professor - Professors
l) Um plural com dois ou mais significados:
3. Nomes e sobrenomes fazem o plural em -S ou -ES,
Vários substantivos têm dois ou mais significados no como:
plural, embora com uma única forma, uma única escrita: Armstrong - The Armstrongs
Charles - The Charleses
Ex.: Crosby - The Crosbys
Singular / Plural Davies - The Davieses
Colour (cor) / Colours (bandeira- Navio, regimento; Jones - The Joneses
partido, opinião, cores) Knox - The Knoxes
Compass (bússola) / Compasses (bússolas, compasso – Marx - The Marxes
instrumento)
Glass (copo, vidro) / Glasses (copo, óculos) 4. Mr. Brown - Messrs. Brown, The Messers. Brown ou
Letter (letra do alfabeto, carta) / Letters (letras, cartas, The Mr. Browns
literatura) Master Brown - The Masters Brown
Number (número) / Numbers (números, versos) Mrs. Brown - The Mrs. Browns
Return (repetição, volta, lucro) / Returns (repetições, Miss Brown - The Misses Brown (tramantento
voltas, resultados de eleições, cerimonioso) ou The Miss Browns
tábuas estatísticas, lucros)
5. Captain Hale - The Captain Hales
m) Significado diferente no plural: Doctor Hale - The Doctor Hales
Professor Hale - The Professor Hales
Alguns substantivos adquiriram significado diferente no
plural: Obs¹. Note-se que os tíulos vão para o plural quando
usandos com mais de um nome próprio:
Ex.: Ex.: Captains Hale and Noble, Doctors Hale and Noble,
Singular / Plural Professors Hale and Noble.
Advice (conselho) /Advices (informações, relatórios –
Usual em correspondência Obs². Não se abreviam títulos: Captain, Doctor, Esquire,
LÍNGUA INGLESA

comercial ou diplomática General, Governor, The Honourable, President, Principal,


Damage (dano) / Damages (indenização) Professor e The Reverend.
Sand (areia) / Sands ( banco de areia; praia)
o) Singular e Plural iguais:

Por motivos diversos, são invariáveis:

30
1. Cod (bacalhau), Salmon (salmão), Trout (truta), Deer 2. Coal - carvão
(Cervo), Sheep (Carneiro), Series (série), Species (espécie). Cooper - cobre
Gold - ouro
2. Palavras terminadas em - CH, SH, SS, indicadoreas da Iron - ferro
nacionalidade, como: Chinese, English, French, Japanese, Silk - sêda
Portuguese, Swiss, etc. Wine - vinho
Veja a diferença:
Brazilians created the aeroplane - Brasileiros criaram o Obs. Tais substantivos, quando pluralizados, mudam de
avião sentido:
Japanese created the computer - Japoneses criaram o Confidences - confidências
computador Coopers - moedas de cobre
Irons - grilhões (há também Iron - ferro de engomar,
3. Certas palavras que exprimem números ou medidas, com o plural Irons)
quando precedidas de um numeral, de a few ou several: Wines - qualidades, tipo de vinho
Ex.: Two hundred houses - duzentas casas
Ten thousand times - dez mil vezes r) Forma plural e verbo no singular:
Twenty dozen eggs - vinte dúzias de ovos
five gross pencils - cinco grossas de lápis Alguns substantivos de forma plural são seguidos de
Three yoke of oxen - três juntas de bois verbo no singular, isso porque, embora sejam de forma
A few head of cattle - algumas cabeças de gado plural, têm significado no singular.
Several score of yards - várias vintenas de jardas
Mas: Ex.: Gallows - força
dozen of potatoes - dúzias de batatas Linguistics - linguística
Hundreds of people - centenas de pessoas innings - turno, tempo (esporte), oportunidade
thousands of inhabitants - milhares de habitantes Mathematics - matemática
Mechanics - mecânica
p) Substantivos sem singular: Phonetics - fonética
Há substantivos que só se usam no plural, como: news - notícia, novidade(s) (A piece of news - uma
annals - anais (de literatura) notícia, uma novidade)
Auspices - auspícios
Belongings - pertenças, acessórios Logo, você deve dizer “Mathematics is the most
Billiards - bilhar important science”, por exemplo, e não “Mathematics are”.
Breeches (ou a pair of breeches) - calção
Entrails - entranhas Obs¹. Um pequeno número de palavras terminadas
Nupcials - núpcias em - ICS, admite o verbo no plural também, como Politics
Obsequies - exéquias (política), Tactics (tática).
Proceeds - renda, rendimento
Pyjamas (ou pajamas - EUA) - pijama Obs². Nomes geográficos como Hebrides (hébridas),
Scissors (ou a pair of scissors) - tesoura Netherlands (Holanda) são seguidos por verbo no plural,
Surroundings - arredores mas The United States é uma exceção, e requer, geralmente,
Thanks - agradecimentos o verbo no singular.
Tongs (ou a pair of tongs) - tenaz
Tweezrs (ou a pair of tweezrs) - pinça s) ALMS, EAVES, RICHES:
Victuals - víveres
As palavras Alms (esmola), Eaves (beiral) e Riches
q) Substantivos sem plural: (riqueza(s)), hoje seguidas de verbo no pural, foram,
originariamente, seguida de verbo no singular.
Certos substantivos, por seu próprio significado, não se
empregam no plural: 3. GRAU:

1.Beauty - beleza As variações de grau dos substantivos são mais comuns


Charity - caridade em português, com os graus Aumentativo e Diminutivo.
Confidence - confiança (a propósito, “confidence man” em inglês tal variação se dá de forma bastante simplificada,
LÍNGUA INGLESA

nãos ignifica homem de confianla, como poderia parecer, com a anteposição dos adjetivos “Big” ou “Little”.
mas vigarista) Veja o exemplo:
Goodness - bondade Em português, a palavra “casa” sofre as seguintes
Truth - verdade variações de grau: Casinha - para o diminutivo, e Casarão -
para o aumentativo. Duas novas palavras surgem da felxão
de grau do substantivo. Em inglês, ao contrário, a palavra

31
“house” (casa), é flexionada para o aumentativo tão-somente com a anteposição de “big”: big house (grande casa, casarão),
e, para o diminutivo, com a anteposição de “little”: little house (pequena casa, casinha), não se criando nenhuma nova
palavra.

Countable and UncountableNouns (Nomes Contáveis e Incontáveis)

Um substantivo contável (countable noun) é algo que podemos contar. Ele tem as formas singular e plural.
Ex.: one book (um livro), three books (três livros); a boy (um menino), two boys (dois meninos); an egg (um ovo), six eggs
(seis ovos).
Não esqueça: substantivos no singular precisam de um artigo e no plural têm de seguir as regras já apresentadas.
Noun/Singular/Plural
chair (cadeira)/one chair/two chairs
computer (computador)/one computer/three computers
strawberry (morango)/one strawberry/four strawberries
Um substantivo incontável (uncountable noun) é algo que não podemos contar; logo, não tem a forma plural.
Nós usamos expressões de quantidade antes de substantivos incontáveis.
Ex.:
fruit (fruta), some fruit (algumas frutas); bread (pão), a slice of bread (uma fatia de pão); homework (lição de casa), a lot
of homework (muita lição de casa).

Uncountable Nouns List

- Abstract idea (ideia abstrata)


advice (conselho)
fun (diversão)
help (ajuda)
information (informação)
pride (orgulho)

- Drink (bebida)
bear (cerveja)
coffee (café)
juice (suco)
tea (chá)
water (água)

- Food (comida)
bread (pão)
cake (bolo)
meat (carne)
rice (arroz)
spaguetti (espaguete)

- Subject (assunto)
art (arte)
grammar (gramática)
poetry (poesia)
Portuguese (Português)
vocabulary (vocabulário)

- Substance (substância)
air (ar)
iron (ferro)
LÍNGUA INGLESA

oil (óleo)
oxygen (oxigênio)
metal (metal)

32
Plurais Incontáveis, a exceção
Embora a maior parte das vezes sejam encontrados na forma singular, os substantivos incontáveis podem aparecer,
excepcionalmente, no plural. Nestes casos, as palavras ou expressões que identificam a quantidade estão ocultas.
Exemplo: Two teas, please.
Ao fazer esse pedido ao garçom ele entenderá que o que queremos, na verdade, são two cups of tea (duas xícaras de
chá).

- Many/Much (Muito(s)/Muita(s))
Many é usado com substantivos que nós podemos contar, ou seja, nomes contáveis (countable nouns).
Much é usado com substantivos que nós não podemos contar, ou seja, nomes incontáveis (uncountable nouns).

- Few/Less (Pouco(s)/Pouca(s))
Few é usado da mesma maneira que many, com countable nouns.
Less é usado como much, com uncountable nouns.

Observe os exemplos seguintes e veja como o contexto pode sofrer algumas variações de acordo com a frase:

- Few /A few /A few of the/Few of the (Poucos)


As palavras acima são usadas com substantivos contáveis no plural.
“Few” em um sentido negativo, sugerindo “quase nenhuma” e é geralmente usado depois de “very”.
LÍNGUA INGLESA

Some students have very few opportunities to learn English. = Alguns alunos têm quase nenhuma oportunidade de
aprender inglês.
“Few” também pode expressar a idéia de “não tanto quanto esperado”.
A lot of tourists were expected, but few came. = Muitos turistas eram esperados, mas poucos vieram.
“A few” em um sentido positivo e pode significar “um pequeno número” ou “poucos”.

33
I don’t know how much he won, but it must be a few desalinize - dessalinizar
million. = Eu não sei o quanto ele ganhou, mas deve ser
poucos milhões. dis-: oposto de, não, contrário
Também encontramos a few combinado com outras dislike - não gostar
palavras como: “just”, “only”, “quite”, “a good”, “the”, “his”,
etc. disable - desativar
I want just a few apples, please. = Eu quero poucas
maçãs, por favor. disproof - refutar
There are only a few vacancies. = Há poucas vagas.
ex-: passado, antigo, anterior
- A lot ex-boyfriend - ex-namorado
A expressão a lot deve ser escrita com duas palavras. O
significado é o mesmo de many e much. ex-husband - ex-marido
A lot é seguido por of quando seu significado é geral ou
por of the quando seu significado é específico: ex-wife - ex-esposa
Às vezes, a lot também pode vir no final de uma frase,
sendo assim considerada uma expressão informal. fore-: antes de
We laughed a lot. = Nós rimos muito. foresee - prever
They studied a lot. = Nós estudamos bastante.
forecast - previsão (do tempo, por exemplo)
Formação de palavras
foresight - previsão (do futuro, por exemplo)
Os idiomas são formados por muitas palavras de origens in-, im-, ir-: não
diferentes, e grande parte delas são apenas derivações ou incorrect - incorreto
combinações de palavras já existentes. Algumas dessas
derivações são feitas por prefixos e sufixos. Eles são impossible - impossível
responsáveis por adicionar ou alterar o significado de uma
palavra. irregular - irregular
Aprender inglês envolve não só o conhecimento das
estruturas gramaticais, mas também a extensão do seu inter-: entre
vocabulário. E uma estratégia eficiente para aumentá-lo é interact - interagir
aprender a reconhecer certos padrões de prefixos e sufixos
para descobrir o significado a função dessas palavras em intercept - interceptar
um contexto geral. Veja só:
interchange - intercâmbio
Principais prefixos em inglês
O prefixo é a parte que vem antes da palavra em si. No mid-: meio
inglês existem diversos deles, alguns com um significado midway - meio do caminho
particular e outros com um significado compartilhado.
Vamos ver o que cada um deles faz com as palavras: midday - meio-dia
Anti-: contra
midfield - meio-de-campo
antivirus - antivírus
mis-: de forma incorreta
antibiotic - antibiótico
miscalculation - mal-calculado
antidote - antídoto
misspelled- mal-pronunciado
bi-: ideia de duplicação
bilateral - bilateral misunderstand- mal-entendimento

biconvex - biconvexo non-: não


nonabrasive - não-abrasivo
bicycle - bicicleta
nonacid - não-ácido
LÍNGUA INGLESA

de-: oposto de
deactivation - desativação nonallergic - não-alérgico

decaffeinated - descafeinado pre-: antes


prefix - prefixo

34
preschool- pré-escola -able, -ible: forma adjetivos a partir de verbos
acceptable - aceitável
precipitate - precipitar-se
adorable - adorável
re-: de novo, mais uma vez
reabsorb - reabsorver affordable - de preço acessível

redo - refazer -est: o que é mais


biggest - maior
realign - realinhar
fastest - mais rápido
semi-: metade
semifinalist - semifinalista hottest - mais quente

semicircle - semicírculo -ful: indica “cheio de”


painful - doloroso
semiprofesional - semiprofissional
useful - útil
sub-: inferior, abaixo de
subcelebrity - subcelebridade meaningful - significante

subcategory - subcategoria -ion, -tion, -ation, -ition: indica “o processo de”


action - ação
subconscious - subconsciente
construction - construção
super-: superior, acima de
supercelebrity - supercelebridade observation - observação

superconduct - superconduzir -ity, -ty, -ness: formam substantivos abstratos a partir


de adjetivos
superlative - superlativo activity - atividade

trans-: através de infinity - infinidade


transcontinental - transcontinental
happiness - felicidade
transcript - transcrever
-ly: forma advérbios
transatlantic- transatlântico hardly - dificilmente

un-: não quickly - rapidamente


unacceptable - inaceitável
certainly - certamente
unhappy - infeliz
-hood, -ship: formam substantivos abstratos
unattractive - não-atraente childhood - infância

under-: sob/sub leadership - liderança


undersea - submarino
brotherhood - irmandade
undercooked - malcozido
https://inglesnarede.com.br/gramatica-na-rede/
underdressed - malvestido concordancia-verbal-na-lingua-inglesa/
https://www.inglesnosupermercado.com.br/dicas-
LÍNGUA INGLESA

Principais sufixos em inglês de-ingles-10-casos-de-concordancia-verbal-na-lingua-


inglesa/
O sufixo é a parte que vem depois do meio da palavra. https://www.wizard.com.br/blog/aprender-ingles/os-
Da mesma forma que nos prefixos, alguns compartilham prefixos-e-sufixos-em-ingles/
significado e outros adicionam um significado próprio, veja:

35
Pronomes (pessoais (I, he, they, etc), objeto (me, him, them, etc), adjetivos possessivos (my, his, their / mine,
his,theirs, etc), interrogativos (who, what, when, where, etc), relativos (who, that, which, etc).

Pronomes

Pronome é a classe de palavras que acompanha ou substitui um substantivo ou um outro pronome, indicando sua
posição em relação às pessoas do discurso ou mesmo situando-o no espaço e no tempo. Os pronomes nos ajudam a evitar
repetições desnecessárias na fala e na escrita. São divididos em:

- Pronomes Pessoais (Personal Pronouns)


Os pronomes pessoais são termos que indicam pessoas, lugares e objetos. São classificados em:
Pronomes Pessoais do Caso Reto (Subject Pronoun): funcionam como sujeitos, por exemplo: She is beautiful (Ela é linda).
Pronomes Pessoais do Caso Oblíquo (Object Pronoun): funcionam como objetos, por exemplo: Juan wants to meet her
(Juan quer conhecê-la).

- Pronomes Possessivos (Possessive Pronouns)


Os pronomes possessivos em inglês, tal qual no português, indicam que algo pertence a alguém ou alguma coisa. São
classificados em pronomes adjetivos e pronomes substantivos.
Pronomes Adjetivos (Possessive Adjectives): diferentes da língua portuguesa, os pronomes adjetivos não são flexionados
em grau (singular e plural). Sempre são acompanhados por substantivos, modificando-os.
Exemplo: My house is located on Avenue de Paris (Minha casa está localizada na Avenida de Paris).
LÍNGUA INGLESA

36
Pronomes Substantivos (Possessive Pronouns): os pronomes possessivos substantivos tem a função de substituir o
substantivo, diferente dos pronomes adjetivos, que sempre estão ligados a ele. E, da mesma maneira, não sofrem flexão de
grau (singular e plural), como ocorre na língua portuguesa.
Exemplo: This house is mine (Esta casa é minha).
LÍNGUA INGLESA

37
- Pronomes Demonstrativos (Demonstratives Pronouns)

Os pronomes demonstrativos são palavras que indicam algo (pessoa, lugar ou objeto) e, de acordo com a função
sintática que exercem na frase, são classificados em:
Demonstrative Pronouns (pronomes substantivos), que substituem o substantivo, por exemplo: Give me the big book.​
Give me this book (Dá-me este livro).
Demonstrative Adjectives (pronomes adjetivos) que descrevem o substantivo, por exemplo: That pen is yours; this is
mine (Essa caneta é sua; esta é a minha)

- Pronomes Reflexivos (Reflexive Pronouns)

Os pronomes reflexivos são aqueles que aparecem após o verbo, concordando sempre com o sujeito da oração.
São palavras construídas com os termos “self” (no singular) e “selves” (no plural).
Exemplos:
LÍNGUA INGLESA

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I promised myself study hard (Eu prometi a mim mesma estudar bastante)

Maria sent herself a copy (Maria enviou uma cópia para si mesma)

- Pronomes Indefinidos (Indefinite Pronouns)

Os pronomes indefinidos recebem esse nome uma vez que substituem ou acompanham o substantivo, de maneira
imprecisa ou indeterminada.
Porém, de acordo com a função que exercem nas frases, são classificados em:
Indefinite Pronouns (pronome substantivo)
Indefinite Adjectives (pronome adjetivo)
Exemplos:
LÍNGUA INGLESA

Tell me something (Diga-me alguma coisa).


None is mine (Nenhum é meu).

39
- Pronomes Relativos (Relative Pronouns)

Os pronomes relativos são palavras que exercem a função de sujeito ou objeto, por exemplo:
It’s an old man who lives here. (É um velho quem vive aqui)
When we get to town, let’s find John​. (Quando chegarmos à cidade, encontraremos o John)
LÍNGUA INGLESA

40
- Pronomes Interrogativos (Interrogative Pronouns)

Os pronomes interrogativos, também chamados de “Question Words”, são aquelas palavras utilizadas para fazer
perguntas, por exemplo:

Who is that woman? (Quem é aquela mulher?)


How many cups of coffee do you drink a day? (Quantas xícaras de café você bebe por dia?)

Adjetivo

Os adjetivos em inglês são usados para qualificar ou modificar um substantivo ou um pronome. Eles aparecem antes do
substantivo ou depois dos verbos de ligação na frase. Veja os exemplos:

I have a blue pencil. (Eu tenho um lápis azul.)


She is smart. (Ela é esperta.)

Porém, alguns adjetivos possuem uma terminação diferente. É o caso dos adjetivos que terminam com –ing e –ed.
Observe:

Julia’s job is boring. (O emprego de Julia é chato.)


Julia is bored. (Julia está entediada.)

Perceba que no primeiro exemplo o adjetivo boring refere-se ao emprego de Julia. Já no segundo exemplo, refere-se a
ela. Ainda poderíamos escrever desta maneira:

Julia is bored because her job is boring.


(Julia está entediada porque seu emprego é chato.)
LÍNGUA INGLESA

Agora compare outros exemplos:

* interesting (interessante) * interested (interessado(a))

Julia is very interesting. Julia is very interested in Arts.


(Julia é muito interessante.) (Julia é muito interessada em Artes.)

41
* surprising (surpreendente) * surprised (surpreso(a))
This film is surprising! I am surprised with this film!
(Este filme é surpreendente!) (Eu estou surpreso(a) com este filme!)

* shocking (chocante) / shocked (chocado(a))

This scene is shocking. Everybody is shocked.


(Esta cena é chocante.) (Todos estão chocados.)

Note que geralmente não há uma forma específica para o masculino e outra para o feminino nos adjetivos. Ao traduzir
a frase, você deverá flexioná-lo conforme o substantivo!

Ordem dos adjetivos

A ordem dos adjetivos serve para que você não escreva mais de um adjetivo de forma aleatória numa frase. Essa ordem
precisa ser seguida de acordo com o tipo de cada adjetivo. Veja abaixo o exemplo:
Algumas vezes nós podemos usar mais de um adjetivo na frase:
Ex: It´s a beautiful round wooden table.
(É uma mesa bonita, redonda e feita de madeira.)
Mas há uma maneira correta, ou seja, uma ordem em que esses adjetivos são escritos antes do substantivo. Para isso
devemos saber quais são os tipos de adjetivos e suas ordens:

• Tipos de Adjetivos:
OPINION= indica o que você pensa a respeito, ou seja, OPINIÃO!
1- Opinion: indica opinião.
Exemplos: horrible, difficult, fun, etc.
FACT= indica o que é verdade, ou seja, o FATO!
2- Size: indica tamanho.
Exemplos: large, little, short, tall, etc.
3- Age: indica idade.
Exemplos: new, old, adolescent, a year, etc.
4- Shape: indica forma.
Exemplos: round, flat, square, irregular, etc.
5- Color: indica cor.
Exemplos: red, blue, etc.
6-Origin: indica a origem.
Exemplos: Brazilian, American, etc.
7- Religion: indica religião.
Exemplos: Buddhist, Taoist, Pagan, etc.
8- Material: indica o tipo de material que é feito.
Exemplos: wooden, paper, metal, etc.
9- Purpose: indica o propósito de seu uso.
Exemplos: sleeping bag, computer table, football field, etc.

• Ordem dos Adjetivos:


Agora que você já sabe quais são os tipos de adjetivos, precisa saber qual a ordem correta ao escrevê-los. Para ficar
mais fácil, divida a frase desta maneira:
Ex: A beautiful large round wooden table.
(uma mesa bonita, larga, redonda e feita de madeira.)
1º - divida a frase separando os adjetivos do substantivo;
2º - separe os adjetivos em: opinion ou fact;
3º- ordene corretamente.
LÍNGUA INGLESA

42
Outros exemplos:
* A big round pink plastic ball. (Uma grande, redonda, rosa, bola de plástico.)
* An interesting young woman. (Uma mulher interessante e jovem.)
* Small blue eyes. (Pequenos olhos azuis.)
* An old American song. (Uma velha música Americana.)

* A nice big new red plastic sleeping bag. (Uma boa, nova, vermelha, bolsa plástica de dormir.)

DEGREE OF ADJECTIVES (GRAU DOS ADJETIVOS)

Assim como podemos colocar mais de um adjetivo na frase, também podemos usá-los para fazer comparações.
Chamamos essas comparações de: Inferioridade, Igualdade ou Superioridade.

Comparativo de Superioridade

Veja os exemplos a seguir:

Maria is old. (Maria é velha.)

Maria is older than me. (Maria é mais velha do que eu.)


LÍNGUA INGLESA

Note que o adjetivo old sofreu uma alteração: er + than. É dessa forma que se faz o comparativo de superioridade
quando o adjetivo é composto por uma sílaba (short adjectives).

Observe agora outro exemplo:

43
Maria is intelligent. (Maria é inteligente.) * adjetivos precedidos de CVC (Consoante-Vogal-
Maria is more intelligent than me. (Maria é mais Consoante), dobra-se a última letra: big = bigger than
inteligente do que eu.) fat = fatter than

Neste caso, o adjetivo intelligent não sofre alteração ** adjetivos terminados em y precedidos por consoantes
alguma, apenas acrescentamos: more (antes) e than são substituídos por i: pretty = prettier than
(depois) dele. Dessa forma fazemos o comparativo de
superioridade quando o adjetivo é composto por duas ou *** nesse caso, good é uma exceção e sua forma
mais sílabas (long adjectives). comparativa é diferente. O mesmo acontece com bad =
worse than (mau = pior do que).
Então, lembre-se: a maneira como faremos a
comparação dependerá da quantidade de sílabas que cada **** adjetivos terminados em e acrescenta-se apenas r:
adjetivo possui! nice = nicer than.
Mais exemplos:
Comparativo de Igualdade

Veja os exemplos a seguir:

afirmativo= Jenny is tall. (Jenny é alta.)


Jenny is as tall as Paul. (Jenny é tão alta
quanto Paul.)

negativo= Jenny is not tall. (Jenny não é alta.)


Jenny is not so tall as Paul. (Jenny não é tão
alta quanto Paul.)

Neste comparativo existem formas diferentes para


afirmar ou negar a comparação.

Ele é formado com as..........as (em frases afirmativas) e


not so........as (em frases negativas).

Para o comparativo de igualdade, não há diferença se


os adjetivos são curtos ou longos. Todos seguem a mesma
regra!

Exemplos:

adj. longo
She sings as beautifully as you dance!

(Ela canta tão lindamente quanto você dança!)

adj. curto
This exercise is not so easy as the last one.

(Este exercício não é tão fácil quanto o último.)

adj. curto
Today is as cold as yesterday.

(Hoje está tão frio quanto ontem.)


LÍNGUA INGLESA

adj. longo
This game is as complicated as that one.

(Este jogo é tão complicado quanto aquele.)

44
Comparativo de Inferioridade Julia lives with her mother. (Julia mora com a mãe dela)
Observe os exemplos a seguir: That’s my father’s cigar. (Aquele charuto é do meu pai)
Os adjetivos possessivos, na língua inglesa, apresentam
I spent less money than you. (Eu gastei menos dinheiro algumas características quanto a ao número e gênero:
do que você.)
Os adjetivos possessivos não se diferenciam em
That hat is less expensive than the others. (Aquele número, ou seja, não apresentam plural.
chapéu é menos caro do que os outros.)
Exemplos:
Note que no comparativo de inferioridade também não
há diferença se o adjetivo é curto ou longo. Ele é formado This is our pen. (Esta é nossa caneta)
com less........than. These are our pens. (Estas são nossas canetas)
That is my magazine. (Aquela revista é minha)
Superlativo Those are my magazines. (Aquelas são minhas revistas)
E os adjetivos possessivos não se diferenciam em
O grau superlativo segue a mesma regra de formação gênero, ou seja, podem ser utilizados tanto para o
dos comparativos. Veja: masculino quanto para o feminino.
* This is the most expensive bike of them all. Exemplos:
(Esta é a bicicleta mais cara de todas.) He hates my sister. (Ele odeia minha irmã)
He hates my brother. (Ele odeia meu irmão)
* Susy is the shortest girl in the clasroom. They gave their medals to children. (Eles deram as
medalhas deles para as crianças)
(Susy é a garota mais baixa da classe.)
The waitresses lost their money. (As garçonetes
perderam o dinheiro delas)
* This supermarket is the biggest one.
Sendo assim, os adjetivos possessivos são usados frente
a um substantivo para modifica-lo, indicando posse ou
(Este supermercado é o maior.)
propriedade e não variam nem gênero e nem em número.
Resumindo:
Adjetivos Interrogativos (Interrogative Adjectives)
short adjectives: est..... Os adjetivos interrogativos (interrogative adjectives)
long adjectives: the most..... what e which são semelhantes na forma aos pronomes
exceções: good = best / bad = worst interrogativos, mas diferentes na função. Os adjetivos
interrogativos modificam um substantivo (noun). Eles vêm
Adjetivos possessivos (Possessive adjectives) antes dos substantivos que podem estar no singular ou
Os adjetivos possessivos (possessive adjectives) são plural. Já os pronomes interrogativos fazem uma pergunta
palavras que têm a função de modificar um substantivo acerca dos substantivos. Veja alguns exemplos:
indicando propriedade ou posse. Por exemplo, “This book Which car will he want? (adjective interrogative)
is her book” (Este livro é o livro dela) o adjetivo possessivo Which will he want? (pronoun)
“her” (dela) está especificando que o livro pertence a ela. Which car is parked there? (adjective interrogative)
Na Língua Inglesa os adjetivos possessivos são: Which is parked there? (pronoun)
What colour is your car? (adjective interrogative)
My - meu, meus, minha, minhas What is your car? (pronoun)
Your - sua, seu
His – dele What
Her - dela É usado quando a pessoa que pergunta não tem um
Its - dela, dele (coisas ou animais) número específico em mente. Por exemplo:
Our - nosso, nossos What colour is your cat?
Your - suas, seus What countries would you like to visit?
Their - delas, deles What book did you buy ?
Outros exemplos de como usar o adjetivo possessivo:
Which
LÍNGUA INGLESA

They don’t want to spend all their money on the project. Embora a regra nem sempre seja usada, which é usado
(Eles não querem gastar todo o dinheiro deles no projeto) quando a pessoa que pergunta tem um número específico
Are these your shoes? They are beautiful. (Esses são em mente.
seus sapatos? Eles são bonitos) Which colour are his eyes?
These men are my brothers, they are beautiful. (Estes Which city do you live?
homens são meus irmãos, eles são lindos) Which book did you buy?

45
What é usado frequentemente no lugar de which, mesmo quando existe um número já pré-determinado. Por exemplo:
What movie did you enjoy?
What kind of book did you buy?
What como Adjetivo Exclamatório
What pode ser usado em sentenças exclamatórias. Veja alguns exemplos:
What a surprise!
What a good idea!
What a beautiful girl!
What an interesting movie!

Adjetivos relativos (Relative Adjectives)

Which, that, who e whom podem ser adjetivos relativos (relative adjectives). Assim como os pronomes relativos, os
adjetivos relativos são usados para ligar idéias criando orações substantivas ou orações adjetivas (adjective clauses).
Os pronomes e adjetivos relativos realizam a função de chamar atenção para algum substantivo (noun) anteriormente
mencionado, sem a necessidade de citá-lo novamente.
Uma oração adjetiva (adjective clause) é uma oração dependente (subordinada), que contêm um sujeito e um verbo. Ela
descreve, identifica ou dá informações adicionais de um substantivo anteriormente mencionado. Desta forma as orações
adjetivas (adjective clauses) agem como se fossem um adjetivo. Assim como um adjetivo, uma oração adjetiva (adjective
clause) modifica um substantivo ou pronome, respondendo questões como which? ou what kind of?. Observe abaixo:
The car, that is very confortable, belongs to my aunt.
She went for a holiday in Cuzco, which is a small city in Peru.
They are the swimmers whom you saw at Venetian Pool are from Otawa.
A man started to show us photographs which were of people and places in the China.
Michael Clark, who is my cousin, lives in San Francisco.
Os pronomes relativos normalmente são usados para introduzir uma oração adjetiva (adjective clause). Os principais
são:

Who
Substitui substantivos ou pronomes quando estamos falando sobre pessoas. Who pode ser sujeito de um verbo.
James, who is a lawyer, works in Paris.
Madonna, who is an american artist, lives in London.

Whom
Substitui substantivos ou pronomes quando nos referimos a pessoas. Whom pode ser objeto de um verbo ou preposição,
mas não pode ser sujeito de um verbo.
Paul McCartney, whom we all love, was being shown on the television.
The professor whom you called is there.

Which
Usamos which para animais e coisas
The house, which was white, belonged to my husband.
She have sold the grocery which belonged to her father.

That
Podemos usar também that para pessoas, animais e coisas, embora para alguns seja pouco educado usar that para
pessoas.
I lived in the house that Paul built.
The children that are on the car are going to the school.
LÍNGUA INGLESA

Fonte:
https://www.infoescola.com/ingles/adjetivos-possessivos-possessive-adjectives/
https://www.inglescurso.edu.eu.org/gramatica-inglesa/75-adjectives/265-adjetivos-interrogativos-interrogative-
adjectives

46
EXERCÍCIO COMENTADO
1. (TRF - 1ª REGIÃO - - Analista Judiciário - Informática – Superior - CESPE– 2018)

According to the text 3A5AAA, judge the following items.

The pronoun “this” (ℓ.22) refers to the practice of keeping personal documents in a safe place.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: Letra D
This reffers to perssonal credentials.
Trecho do texto: No one would volunteer to leave them in a storage unit with a hundred of others IDs, credit cards and
keys. Yet this happens every minute of every day with personal credentials.
LÍNGUA INGLESA

T = Ninguém se ofereceria para deixá-los em uma unidade de armazenamento com uma centena de outras identifica-
ções, cartões de crédito e chaves. No entanto, isso acontece a cada minuto de cada dia com credenciais pessoais.

47
2. (STJ - Conhecimentos Básicos - Cargos: 10 e 12 – Mé- 1. Simple Tenses;
dio - CESPE– 2018) 2. Continuous Tenses / Progressive Tenses;
3. Perfect Tenses / Perfect Simple Tenses;
4. Perfect Continuous Tenses / Perfect Progressive
Tenses.

Começaremos a estudar os verbos a partir do Verbo “to


be”, que é um dos verbos mais básicos em língua inglesa.

Verbo to be - Verb to be
O verbo to be significa ser e estar em português e,
além desses dois significados, este verbo é muito usado
no sentido de ficar (tornar-se). Observe os usos e as formas
deste verbo:
- USOS:
Usa-se o verbo to be:

1. Para identificar e descrever pessoas e objetos:


Richard is my friend. (Ricardo é meu amigo.)
I am Italian. (Eu sou Italiano.)
I’m from Spain. (Eu sou da Espanha.)
According to the text CB5A1AAA, judge the next item. It is a computer. (Isto é um computador.)
In the excerpts “they help to assure” (l. 4 and 5) and “so They will be at the club waiting for me. (Eles estarão no
that they can lead a dignified life” (l.6), the pronoun “they” clube esperando por mim.)
refers to “basic human rights” (l.4). They are French actors. (Eles são atores franceses.)
Your mother will be very happy if you tell the truth. (Sua
( ) CERTO ( ) ERRADO mãe ficará muito feliz se você falar a verdade.)
I will be very grateful to you. (Eu ficarei muito grato a
você.)
Resposta: Letra E Is she your sister? (Ela é sua irmã?)
‘Brokers and experts’ se referem a ‘corretores e especia-
listas’. Isso se refere a ‘dealers’, sinônimo de ‘negocian-
2. Nas expressões de tempo, idade e lugar:
tes’. A banca utilizou de palavras sinônimas. As demais
alternativas não têm relação com a resposta It was raining this morning. (Hoje de manhã estava
chovendo.)
CARE Adquirir um novo avião já é um processo bastan- It is sunny today. (Hoje o dia está ensolarado.)
te complexo. Adquirir uma aeronave de segunda mão I am twenty years old. (Tenho vinte anos.)
pode ser uma tarefa ainda mais desafiadora. A indústria We are spending our vacation in San Francisco.
tem a sua parte justa de corretores e especialistas todos (Estamos passando nossas férias em São Francisco.)
dispostos a oferecer-lhe o melhor negócio na cidade, Rachel is four years older than me.
mas, infelizmente, uma vez que você assinou e a aero- (Raquel é quatro anos mais velha do que eu.)
nave é entregue, eles tendem a desaparecer como eles
se deslocam para o próximo negócio. *OBSERVAÇÃO: Nas expressões que se referem a idades
o verbo to be equivale ao verbo ter, em Português.
dealers - concessionários
Verbo To Be - Presente do Indicativo / Verb To Be -
Simple Present/Present Simple
Verbo é a classe de palavras que nomeia, descreve
um estado ou uma ação. A maioria dos verbos em Inglês
é dividida em verbos regulares (regular verbs) e verbos O Simple Present é o equivalente, na língua inglesa, ao
irregulares (irregular verbs). Os verbos irregulares são Presente do Indicativo, na língua portuguesa.
os que não são conjugados da mesma maneira que os
regulares e para os quais não existe uma regra geral; - FORMASApresentamos a seguir as formas do Simple
LÍNGUA INGLESA

para cada verbo irregular há uma regra. Em Inglês, toda a Present (Presente Simples) do verbo to be. Na 1ª coluna
sentença precisa ter um verbo, pelo menos. encontra-se a forma sem contração e, na 2ª, mostramos
a forma contraída. A forma interrogativa não possui
Os tempos verbais na Língua Inglesa podem ser contração:
divididos basicamente em quatro grupos:

48
Example:
Is she a journalist? (Ela é jornalista?)

Verbo To Be - Passado / Verb To Be - Past Simple/


Simple Past

- FORMAS:
Apresentamos a seguir as formas do Simple Past
(Passado Simples) do verbo to be. As formas afirmativas
e interrogativas do Simple Past não possuem contração;
a forma negativa é organizada da seguinte maneira: na
1ª coluna encontra-se a forma sem contração e na 2ª,
mostramos a forma contraída:

Examples:
I’m a waiter. (Eu sou garçom.)
They are friends of mine. (Eles são meus amigos.)

She is in the kitchen. (Ela está na cozinha.)

Examples:
We were in a hurry last night and didn’t stop to talk to
him. (Estávamos com pressa ontem à noite e não paramos
para falar com ele.)
It was too cold yesterday. (Estava muito frio ontem.)

Examples:
Mary is not happy. (Mary não está feliz.)
It is not correct. [(Isto) Não está certo.]

Examples:
They were not good students. (Eles não eram bons
LÍNGUA INGLESA

alunos.)
Mary wasn’t the main actress. (Mary não era a atriz
principal.)

49
Example:
Were you occupied when I called to you? (Você estava ocupado quando lhe liguei?)

Verbo To Be - Futuro / Verb To Be - Simple Future

Apresentamos a seguir as formas do Simple Future (Futuro Simples) do verbo to be. Na 1ª coluna encontra-se a forma
sem contração e na 2ª, mostramos a forma contraída. A forma interrogativa não possui contração:

Examples:
We will be on vacation next month. (Estaremos de férias no mês que vem.)
I think it will be raining tomorrow. (Acho que estará chovendo amanhã.)
She will be the most beautiful bride in the whole world! (Ela será a noiva mais linda do mundo inteiro!)
I’ll be there at eight o’clock.(Estarei lá às oito horas.)
LÍNGUA INGLESA

50
Examples:
I won’t be here next week. (Não estarei aqui na semana que vem.)
He will not be a spoiled child. (Ele não será uma criança mimada.)
We will not be ready to play the game tomorrow. (Não estaremos preparados para jogar o jogo amanhã.)

Examples:
Will you be at home tomorrow evening? (Você vai estar em casa amanhã à noite?)
Will I be late if I get there at nine o’clock? (Vou estar atrasado se chegar lá às nove horas?)
Will he be waiting for me in the station? (Ele estará esperando por mim na estação?)

Presente do Indicativo (Simple Present or Present Simple)


O Simple Present é o equivalente, na língua inglesa, ao Presente do Indicativo, na língua portuguesa.

- FORMA AFIRMATIVA
Com os Pronomes Pessoais I, You, We e They, o Presente Simples se forma com o verbo no infinitvo sem TO. Já com os
Pronomes Pessoais He, She e It, o Presente Simples é formado com o verbo no infinitivo sem TO e ao verbo é acrescentado
a letra -s no fim. Observe a tabela abaixo:

- USOS
O Simple Present é usado para expressar:

1. Fatos e situações atuais:


Anthony lives in New York. (Antônio mora em Nova Iorque.)
My wife works in a hospital as a nurse. (Minha esposa trabalha como enfermeira em um hospital.)
Classes start at 8:00 a.m. (As aulas começam às oito da manhã.)
Banks open at 10:00 a.m. (Os bancos abrem às dez da manhã.)
LÍNGUA INGLESA

2. Hábitos: Geralmente são empregados com advérbios de tempo como: always, often, usually, rarely, frequently,
sometimes, never, every day, on weekends, on Tuesdays, etc.
I go to the gym every day. (Vou à academia todos os dias.)
She never watches tv. (Ela nunca assiste tv.)
He usually leaves the job at 6:00 p.m. (Geralmente ele sai do trabalho às seis da tarde.)
It usually snows here in January. (Geralmente neva aqui em Janeiro.)

51
They never go to the beach. (Eles nunca vão à praia.) formam a conjugação do Presente Simples com o verbo
no infinitvo sem TO e não recebem a letra -s ao final do
3. Verdades Universais: verbo, como consta na tabela anteriormente apresentada.
The sun goes down in the west. (O sol se põe no oeste.) Veja alguns exemplos:
Birds fly. (Pássaros voam.) She sings in a choir. (Ela canta num coral.)
The earth revolves around the sun. (A terra gira ao redor He loves her. (Ele a ama.)
do sol.) This washing machine works well. (Esta máquina de
Dogs bark. (Cachorros latem.) lavar funciona bem.)
Five and five make ten. (Cinco mais cinco são dez.) They work in a factory. (Eles trabalham em uma fábrica.)
Water freezes at 0º Celsius. (A água congela a Oº We study at Oxford University. (Estudamos na
Celsius.) Universidade de Oxford.)
OBSERVAÇÃO: Com pronomes indefinidos como
4. Ações futuras relacionadas com horário fixado. Ver somebody, nobody, everybody, nothing, everything, usa-
Future: Simple Present se o verbo na terceira pessoa:
My flight leaves at 9:00 p.m. (Meu vôo sai às nove da Nobody likes you. (Ninguém gosta de você.)
noite.) Everything ends up some day. (Tudo acaba um dia.)
My parents arrive tonight. (Meus pais chegam esta Nothing interests me. (Nada me interessa.)
noite.)
I start to work next week (Eu começo a trabalhar na 2. Com os verbos terminados em -ss, -sh, -ch, -x, -z e
próxima semana). -o, acrescenta-se -es a eles para formar o Presente Simples
OBSERVAÇÃO: Os advérbios de tempo nunca podem se com a terceira pessoa do singular (He, She, It):
posicionar entre o verbo e o objeto. Observe os exemplos - Wash: She washes her hair every day. (Ela lava o cabelo
abaixo: todos os dias.)
We go on weekends to the swimming pool. ERRADO - Kiss: The father kisses his children when they wake up.
She listens always to the radio. ERRADO (O pai beija os filhos quando eles acordam.)
We go to the swimming pool on weekends. CERTO - Go: He goes to the park on weekends. (Ela vai ao
She always listens to the radio. CERTO parque nos finais de semana.)
- Watch:He watches all sitcoms which are broadcast
5. Fatos históricos, relatar acontecimentos, filmes, piadas, on television. (Ele assiste a todos os seriados que são
uma transmissão esportiva com mais dramaticidade; é o transmitidos na televisão.)
chamado “Presente Histórico”. Nestes casos, os fatos que - Buzz: Bee buzzes among the flowers. (A abelha produz
ocorreram no passado são reproduzidos ou imaginados um zumbido entre as flores.)
como se estivessem acontecendo no momento presente. - Fix: It fixes the shelf to the wall. (Isso fixa a prateleira
... at that moment the woman enters the saloon and na parede.)
starts to talk ... ( ... naquele momento a mulher entra na sala - Do: Susan does her homework regularly. (Susan faz
e começa a falar ...) sua lição de casa regularmente.)

6. Opiniões, sentimentos, desejos, preferências e gostos: 3. Se os verbos terminarem em -y precedido de


She likes vegetables. (Ela gosta de vegetais.) consoante, troca-se o -y por -i e acrescenta-se -es a eles
I think you are right. (Acho que você está certo.) para formar o Presente Simples com a terceira pessoa do
I hope so. (Espero que sim.) singular (He, She, It):
- Try: She tries to do a good work as a Vet. (Ela tenta
7. O Simple Present é empregado também em orações fazer um bom trabalho como veterinária.)
condicionais com o uso de if (se), e em orações temporais, - Fly: The little bird flies so high. (O pequeno pássaro
introduzidas por when, as soon as, before, after, until. voa tão alto.)
If it rains, I won’t go to the beach. (Se chover, não irei - Study: He studies engineering. (Ele estuda engenharia.)
para praia.) - Cry: She cries when she sees poor child in the streets.
I’ll be very happy if you come to dinner with us. (Ficarei (Ela chora quando vê crianças pobres nas ruas.)
muito feliz se você vier jantar conosco.)
When you come to my house, I’ll show you the pictures. 4. Para a 3ª pessoa do singular (He, She, It), o verbo to
(Quando você vier à minha casa, vou lhe mostrar as fotos.) have possui a forma has:
Please, ask him to call me as soon as he arrives. (Por He has lots of friends. (Ele tem muitos amigos.)
favor, peça para ele me ligar assim que chegar.) She has brown hair. (Ela tem cabelo castanho.)
LÍNGUA INGLESA

- FORMAÇÃO DO PRESENTE (SIMPLE PRESENT) FORMA NEGATIVA E INTERROGATIVA:


As formas negativas e interrogativas do Simple Present
1. Na conjugação de alguns verbos, basta acrescentar são feitas com o verbo auxiliar Do (do/does), acompanhado
a letra -s à 3ª pessoa do singular (He, She, It) para formar do verbo principal no infinitivo sem to.
o Presente Simples. Os outros pronomes, I, You, We e They

52
1. Forma Negativa: DOES + HE/SHE/IT + VERBO NO INFINITIVO SEM TO

Para formar uma oração negativa no Simple Present, 3. Forma Interrogativo-Negativa:


usa-se do not para os Pronomes Pessoais I, You, We, You e
They e does not para a 3ª pessoa do singular (He, She, It). Para formar uma oração interrogativo-negativa no
Observe a tabela abaixo: Simple Present, usa-se do ou does antes do sujeito e
coloca-se not após o sujeito. Veja:
Do I not need it? (= Don’t I need it?)
(Eu não preciso disto?)
Why do you not take a day off tomorrow? (= Why don’t
you take a day off tomorrow?)
(Por que você não tira um dia de folga amanhã?)
Does she not like rice and bean? (= Doesn’t she like rice
and bean?)
(Ela não gosta de arroz e feijão?)
Does he not understand? (= Doesn’t he understand?)
(Ele não entende?)
Does it not work? (Doesn’t it work?)
(Isto não funciona?)
Why do we not go to the beach? (= Why don’t we go
* FORMAS ABREVIADAS: do not - don’t / does not - to the beach?)
doesn’t. Ambas as formas são corretas e bastante comuns (Por que não vamos à praia?)
na Língua Inglesa. Observe alguns exemplos com as formas Do you not have a dog? (= Don’t you have a dog?)
abreviadas: (Você não tem cachorro?)
I don’t talk to her. (Eu não falo com ela.) Do they not speak English? (= Don’t they speak English?)
You don’t need to tell me anything. (Você não precisa (Eles não falam Inglês?)
me dizer nada.)
He doesn’t live here. (Ele não mora aqui.) OBSERVAÇÕES:
She doesn’t like him. (Ela não gosta dele.) 1. Com relação ao verbo to work, é importante salientar
It doesn’t work well. (Isto não funciona bem.) que, além de significar trabalhar, ele é bastante usado no
We don’t read newspaper. (Nós não lemos jornal.) sentido de funcionar, quando então o sujeito neutro it é
You don’t have children. (Vocês não têm filhos.) empregado. Por exemplo:
They don’t go out on weekends. (Eles não saem nos My hair dryer works well. (Meu secador de cabelo
finais de semana.) funciona bem.)
NEGATIVE FORM: I/YOU/WE/YOU/THEY + DO NOT + 2. Do e Does podem ser usados em sentenças afirmativas
VERBO NO INFINITIVO SEM TO para dar ênfase ao que se fala. Por exemplo:
HE/SHE/IT + DOES NOT + VERBO NO INFINITIVO SEM He does believe in God. (Ele acredita em Deus, sim.)
TO 3. Na forma Interrogativo-Negativa, os verbos have e
be também posicionam-se antes do sujeito, assim como o
2. Forma Interrogativa: auxiliar do / does. Por exemplo:
Are you not ready? (= Aren’t you ready?)
Para formar uma oração interrogativa no Simple (Você não está pronto?)
Present, usa-se o verbo auxiliar Do ANTES DO SUJEITO para Is Susan not at home? (= Isn’t Susan at home?)
os Pronomes Pessoais I, You, We, You e They e does para (Susan não está em casa?)
a 3ª pessoa do singular (He, She, It). Observe os exemplos Is the answer not obvious? (= Isn’t the answer obvious?)
abaixo: (A resposta não é óbvia?)
Do I need it? (Eu preciso disto?)
Do you have a summerhouse? (Você tem casa na praia?) 4. Forma Imperativo Afirmativo:
What do toads eat? (O que os sapos comem?) O Imperativo Afirmativo é formado pelo infinitivo
How do you know she is married? (Como você sabe que sem TO e o sujeito (you) está subentendido. Observe os
ela é casada?) exemplos abaixo:
Where does he work? (Onde ele trabalha?) Eat your meal! (Coma sua refeição!)
Does it work? (Isto funciona?) Talk to me! (Fale comigo!)
Do we know her? (Nós a conhecemos?) Sit on the chair! (Sente na cadeira!)
LÍNGUA INGLESA

Do you have a car? (Vocês têm carro?) Wash the dishes! (Lave a louça!)
Do they go out on weekends? (Eles saem nos finais de
semana?) 5. Forma Imperativo Negativo:
INTERROGATIVE FORM: DO + I/YOU/WE/YOU/THEY + Para formar uma oração imperativa negativa no Simple
VERBO NO INFINITIVO SEM TO Present, usa-se o verbo auxiliar do/does + not e o verbo
permanece no infinitivo sem TO. Veja os exemplos:

53
Don’t scream to me! (Não grite comigo!) My godmother is having dinner with me tonight. (Minha
Don’t talk to her! (Não fale com ela!) madrinha vai jantar comigo esta noite.)
Don’t read this book! (Não leia este livro!) We are leaving before 8:00 pm. (Sairemos antes das oito
da noite.)
- VERBOS MODAIS E O PRESENTE SIMPLES: Next weekend I’m going to visit you. (Vou te visitar no
Os Verbos Modais (can, must, may, shall, will, etc) próximo final de semana.)
possuem apenas uma fórmula para o Simple Present, isto What are you doing tomorrow evening? (O que você vai
é, não se acrescenta -s à 3ª pessoa do singular (I can / he fazer amanha à noite?)
can / I must / she must / I will / it will).
- FORMAÇÃO:
Presente Contínuo ou Progressivo - Present O Presente Contínuo é formado com o presente simples
Continuous or Present Progressive do verbo to be (como verbo auxiliar) + o gerúndio (-ing) do
O Presente Contínuo descreve uma ação que está verbo principal:
ocorrendo agora, neste momento, ou que está acabando
de acontecer. Observe mais detalhadamente: 1. Forma Afirmativa:
They are playing volleyball.
- USOS: (Eles estão jogando vôlei.)
1. Ações que ocorrem no momento da fala. A ação tem I am writing an article. (Estou escrevendo um artigo.)
início antes do momento da fala, continua no momento We are talking about our inheritance. (Estamos falando
em que se fala e, provavelmente, continuará depois do sobre a nossa herança.)
momento da fala: She is washing the dishes. (Ela está lavando a
My mother is sweeping the house. (Minha mãe está louça.)
varrendo a casa.) It is raining. (Está chovendo.)
Hurry up! We are all waiting for you! (Depressa! Estamos I’m just thinking in another way to do it better. (Só estou
pensando em uma outra maneira de fazer melhor.)
todos esperando por você!)
George is sleeping. (George está dormindo.)
FORMA AFIRMATIVA: SUJEITO + PRESENTE SIMPLES DO
He is surfing. (Ele está surfando.)
VERBO TO BE + GERÚNDIO (-ING) DO VERBO PRINCIPAL
2. Expressa uma ação presente, que pode ou não estar
ocorrendo no momento em que se fala:
2. Forma Negativa:
I’m reading a very interesting book. (Estou lendo um
A Forma Negativa do Presente Contínuo forma-se
livro muito interessante.)
acrescentando not após o presente simples do verbo to be.
Is your father working at GM? (O seu pai está trabalhando Veja os exemplos abaixo:
na GM?) I’m not asking help. (Não estou pedindo ajuda.)
I’m travelling a lot these days. (Estou viajando bastante He is not talking to you. (= He isn’t talking to you.)
nestes dias.) (Ele não está falando com você.)
I’m spending my vacation at the countryside. You are not working. (= You aren’t working.)
(Estou passando minhas férias no interior.) (Você não está trabalhando.)
My sister is studying at Cambridge University.
(Minha irmã está estudando na Universidade de FORMA NEGATIVA: SUJEITO + PRESENTE SIMPLES DO
Cambridge.) VERBO TO BE + NOT + GERÚNDIO DO VERBO PRINCIPAL

3. Descreve uma situação que está se alterando no 3. Forma Interrogativa:


momento ou na época em que se fala: Na Forma Interrogativa do Presente Contínuo o sujeito
The price of fruits is going up again. (O preço das frutas se posiciona entre o presente simples do verbo to be e o
está subindo de novo.) gerúndio do verbo principal. Observe os exemplos abaixo:
Those children are getting fatter every day. (Aquelas Am I being inopportune? (Estou sendo inoportuno?)
crianças estão cada dia mais gordas.) Is she having dinner? (Ela está jantando?)
The sky is getting cloudy. (O céu está ficando nublado.) What is he doing? (O que ele está fazendo?)
What are they watching? (O que eles estão assistindo?)
4. Descreve situações que se repetem constantemente. Where are you going (to)? (Para onde você vai?)
Nesses casos, o advérbio always é frequentemente usado e Why is she crying?
se posiciona entre o verbo to be e o verbo principal. (Por que ela está chorando?)
You are always asking something. (Você está sempre
LÍNGUA INGLESA

perguntando algo.) FORMA INTERROGATIVA: PRESENTE SIMPLES DO


He is always complaining about his job. (Ele está sempre VERBO TO BE + SUJEITO + GERÚNDIO DO VERBO
reclamando de seu emprego.) PRINCIPAL (-ING)
OBSERVAÇÃO: Devido às ideias que expressam, alguns
5. Refere-se a ações planejadas que ocorrerão num verbos NÃO são usados no Tempo Contínuo: like, deslike,
futuro próximo: know, believe, understand, mean, remember, forget,

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prefer, hate, love, want, need, belong, smell, hear, see (com control - controlled
sentido de entender), imagine, recognise, realise, suppose, drop - dropped
wish, agree, appear, astonish, deny, disagree, impress, plan - planned
promise, satisfy, seem, consist, contain, depend, deserve, shop - shopped
lack, matter, measure, owe, own, possess, weigh. OBSERVAÇÃO: No Inglês Britânico, se o verbo termina
com a letra “L”, dobra-se essa consoante mesmo que a
Passado Simples - Simple Past última sílaba não seja tônica.
travel - travelled
O Simple Past descreve uma ação que já ocorreu e que rival - rivalled
não ocorre mais. A ação teve início e fim no passado. No
Simple Past o verbo não é flexionado em nenhuma pessoa, 3. Os verbos terminados em y precedido de consoante
repetindo-se em todas elas. trocam o y por -ied:
study - studied
Verbos Regulares - Regular Verbs carry - carried
worry - worried
Primeiramente iremos estudar o Simple Past dos verbos try - tried
regulares que, de um modo geral, é formado acrescentando hurry - hurried
-d ou -ed ao infinitivo dos verbos. Observe a tabela abaixo: cry - cried
OBSERVAÇÃO: Quando o y for precedido de vogal, não
há mudança ortográfica, bastando apenas acrescentar -ed
ao verbo:
pray - prayed
enjoy - enjoyed
obey - obeyed
play - played

4. Os verbos terminados em consoante/vogal/


consoante cuja sílaba tônica não é a última não dobram a
consoante, apenas recebem -ed:
listen - listened
develop - developed
open - opened
- PARTICULARIDADES DA ORTOGRAFIA DO SIMPLE fasten - fastened
PAST: suffer - suffered
visit - visited
1. Os verbos terminados em e recebem apenas a letra wonder - wondered
-d ao infinitivo do verbo. Veja alguns exemplos abaixo: offer - offered
hope - hoped
change - changed - USOS:
like - liked O Simple Past é usado para expressar:
behave - behaved
lie - lied 1. Ações acabadas em um tempo definido, é
live - lived frequentemente usado com advérbios de tempo como
love - loved yesterday, yesterday morning, last week, last month, last
arrive - arrived night, the day before yesterday, three years ago, in 1998, in
invite - invited the twentieth century, etc. O quando o fato ocorreu pode
snore - snored ser expresso ou apenas subentendido.
Susan helped him last night. (Susan o ajudou ontem à
2. Se o verbo tiver uma única sílaba ou terminar em noite.)
sílaba tônica formada por consoante/vogal/consoante, My parents traveled to Roma in 2005 and they enjoyed
dobra-se a última consoante e acrescenta-se -ed: it a lot. (Meus pais viajaram para Roma em 2005 e gostaram
stop - stopped muito da viagem.)
LÍNGUA INGLESA

permit - permitted I liked to read fairy tales when I was a child. (Eu gostava
occur - occurred de ler contos de fadas quando era criança.)
rob - robbed Yesterday we entered the class late, today we have to
admit - admitted enter on time. (Ontem entramos na sala de aula atrasados,
prefer - preferred
hoje temos que entrar na hora.)
omit - omitted

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Those students studied hard last semester. (Aqueles He didn’t pay the bill. (Ele não pagou a conta.)
alunos estudaram bastante no último semestre.) She didn’t work yesterday. (Ela não trabalhou ontem.)
The Second World War ended in 1945. (A Segunda He didn’t taste the pasta at lunch. (Ela não provou a
Guerra Mundial teve fim em 1945.) massa na hora do almoço.)
We didn’t say that! (Nós não falamos isso!)
2. Um fato anterior ao momento da fala, mas que ainda NEGATIVE FORM: SUJEITO + DID NOT + VERBO NO
dura no momento do passado que está sendo mencionado. INFINITIVO SEM TO
Nesses casos é comum aparecer expressões como when,
while, whenever. 2. Forma Interrogativa:
While the cicada sang, the ant worked. Para formar uma oração interrogativa no Past Simple,
(Enquanto a cigarra cantava, a formiga usa-se did antes do sujeito. O verbo permanece no
trabalhava.) infinitivo sem “to”, uma vez que, no Simple Past o verbo
não é flexionado em nenhuma pessoa, repetindo-se em
Robert hated blues, but his sister loved it. (Roberto
todas elas. Veja:
detestava blues, mas a irmã dele adorava.)
While the children played in the garden, their mother
cleaned the house. (Enquanto as crianças brincavam no
jardim, a mãe delas limpava a casa.)

3. Indicar hábitos ou situações passadas. Nesses casos


também é comum aparecer expressões como when, while,
whenever.
When I lived in London, I worked in a pub. (Quando
morei em Londres, trabalhei em um bar.)
Whenever someone walked past the gate, the dog
barked. (Toda vez que alguém passava no portão, o
cachorro latia.) Did he call me yesterday? (Ele me ligou ontem?)
Why did he do that? (Por que ele fez isso?)
- FORMA NEGATIVA E INTERROGATIVA: Did you drink wine last night? (Você tomou vinho ontem
As formas negativas e interrogativas do Past Simple à noite?)
são feitas com o verbo auxiliar Did (passado de Do), Did you clean your bedroom? (Você limpou o seu
acompanhado do verbo principal no infinitivo sem to. quarto?)
When did he confess the crime? (Quando ele confessou
1. Forma Negativa: o crime?)
Para formar uma oração negativa no Simple Past, usa- INTERROGATIVE FORM: DID + SUJEITO + VERBO NO
se did not para todas as pessoas, pois como já vimos INFINITIVO SEM TO
anteriormente, no Simple Past o verbo não é flexionado
em nenhuma pessoa, repetindo-se em todas elas. O verbo Verbos Irregulares - Irregular Verbs:
auxiliar (did) + not posiciona-se sempre entre o sujeito e o Os verbos irregulares não seguem as regras gerais de
verbo principal. Observe a tabela abaixo: formação do Simple Past, isto é, cada um tem uma forma
própria de passado. Sendo assim, é necessário estudá-los
um a um. Ver lista dos verbos irregulares.
- Used to
- FORMAÇÃO: used to + verbo no infinitivo
- FORMA AFIRMATIVA
I used to work
You used to work
He used to work
She used to work
It used to work
We used to work
You used to work
They used to work
LÍNGUA INGLESA

* FORMAS ABREVIADAS: did not - didn’t. Ambas as AFIRMATIVE FORM: SUJEITO + USED TO + VERBO NO
formas são corretas e bastante comuns na Língua Inglesa. INFINITIVO
Observe alguns exemplos com as formas abreviadas:
Steve didn’t work as much as Paul. (Steve não trabalhou O used to é usado para indicar:
tanto como Paul.)

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1. Hábitos e atividades regulares do passado que não Did your father use to take you to school? (Seu pai
ocorrem mais: levava você para a escola?)
My mother used to tell me stories when I was a child. Where did you use to work? (Onde você trabalhava?)
(Minha mãe costumava me contar histórias quando eu era Did they use to live in the countryside? (Eles moravam
criança.) no interior?)
She used to study hard. (Ela estudou muito no passado.)
I used to exercise a lot, but now I’m too lazy to do that. Be used to
(Eu me exercitava bastante, mas hoje em dia sinto muita O be used to não deve ser confundido com used to.
preguiça de fazer exercícios.) Observe as diferenças entre eles:
Be used to tem sentido de acostumar-se, estar
2. Situações no passado que não existem mais: acostumado com algo e é usado para expressar um
I used to have a dog. (Eu tinha um cachorro.) costume, tanto do presente, do pasado, quanto do futuro.
I used to live in Los Angels. (Eu morava em Los Angeles.) Esta forma deve ser sempre seguida de um verbo com
It used to rain more often in the past. (Chovia com mais terminação -ing ou seguido de objeto direto. Veja os
frequência no passado.) exemplos abaixo:
OBSERVAÇÃO: O used to é sempre usado para He is used to driving on the right because he has been
expressar o passado. Não há uma forma para o presente living in London for a long time. (Ele está acostumado a
desta estrutura. dirigir do lado direito porque mora em Londres há muito
tempo.)
- FORMA NEGATIVA: I’m used to living alone. (Estou acostumado a morar
Para formar uma oração negativa com o used to, usa- sozinho.)
se did (verbo auxiliar no passado) + not para todas as He is used to waking up before 6:00 a.m. (Ele está
pessoas. A forma used (passado) passa para o presente, acostumado a acordar antes das seis horas da manhã.)
use. Observe a tabela abaixo: We are used to the noise of the industry. (Estamos
I did not use to work acostumados com o barulho da indústria.)
You did not use to work I am not used to this keyboard yet. (Ainda não estou
He did not use to work acostumado com este teclado.)
She did not use to work Are they already used to taking the bus? (Eles já se
It did not use to work acostumaram a pegar o ônibus?)
We did not use to work Are the students used to the new teacher? (Os alunos
You did not use to work estão acostumados com a nova professora?)
They did not use to work They are not used to food from India. (Eles não estão
acostumados com a comida Indiana.)
I didn’t use to go out when I was 15. (Eu não costumava I will be used to working here. (Vou me acostumar a
ir a festas quando tinha 15 anos.) trabalhar aqui.)
I didn’t use to walk in the park years ago. (Eu não
costumava caminhar no parque anos atrás.) Passado Contínuo ou Progressivo - Past Continuous
or Progressive
He didn’t use to swim in the river when he was a child.
O Passado Contínuo, basicamente, descreve uma ação
(Ele não nadava no rio quando era criança.)
que estava ocorrendo em um certo período no passado.
We didn’t use to talk to each other, but now we talk to.
(Nós não nos falávamos, mas agora nos falamos.)
- FORMAÇÃO:
O Past Continuous é formado pelo passado simples
- FORMA INTERROGATIVA: do verbo to be (was/were) + o gerúndio (-ing) do verbo
Para formar uma oração interrogativa com o used to, principal.
usa-se did (verbo auxiliar no passado) antes do sujeito. A PAST CONTINUOUS: SUJEITO + PASSADO SIMPLES DO
forma used (passado) passa para o presente, use. Observe VERBO TO BE + GERÚNDIO DO VERBO PRINCIPAL (-ING)
a tabela abaixo:
Did I use to work? - FORMA AFIRMATIVA:
Did You use to work? I was working
Did He use to work? You were working
Did She use to work? He was working
Did It use to work? She was working
LÍNGUA INGLESA

Did We use to work? It was working


Did You use to work? We were working
Did They use to work? You were working
They were working
Did you use to walk in the park? (Você costumava
caminhar no parque?)

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- USOS: - FORMAS NEGATIVA E INTEROGATIVA:
O Past Continuous é usado para:
1. Forma Negativa:
1. Descrever uma ação em andamento num determinado A Forma Negativa do Passado Contínuo é feita
momento no passado: acrescentado-se not entre o passado simples do verbo to
Fred was dancing with his girlfriend. (Fred estava be + o gerúndio (-ing) do verbo principal. Observe a tabela
dançando com sua namorada.) abaixo:
I was talking to my boss when you called me yesterday I was not working
afternoon. You were not working
(Eu estava falando com meu chefe quando você me He was not working
ligou ontem à tarde.) She was not working
At 7:00 a.m., I was flying over San Francisco. (Às 7:00 eu It was not working
estava voando sobre São Francisco.)
We were not working
My father arrived when my mother was cooking. (Meu
You were not working
pai chegou quando minha mãe estava cozinhando.)
They were not working
In 2001 he was living in Dublin. (Em 2001 ele estava
* FORMAS ABREVIADAS: was not - wasn’t / were not -
morando em Dublin.)
weren’t. Ambas as formas são corretas e bastante comuns
They were screaming last night. (Eles estavam gritando
na Língua Inglesa. Observe alguns exemplos com as formas
ontem à noite.)
abreviadas:
We were going to the beach when our car broke down.
I wasn’t watching TV last night. (Eu não estava assistindo
(Estávamos indo para praia quando nosso carro estragou.)
TV ontem à noite.)
When I got up this morning the sun was shining. They weren’t waiting for her at the airport. (Eles não
(Quando acordei hoje de manhã o sol estava brilhando.) estavam esperando por ela no aeroporto.)
What were you doing at 6:00 p.m.? (O que você estava Bob and Jamey weren’t sleeping when Jane got home.
fazendo às 18:00?) (Bob e Jamey não estavam dormindo quando Jane chegou
It was raining this morning. (Estava chovendo hoje de em casa.)
manhã.) She wasn’t reading a book, she was reading a magazine.
(Ela não estava lendo um livro, estava lendo uma revista.)
2. Narrar as circunstâncias de uma situação passada: NEGATIVE FORM: SUJEITO + PASSADO SIMPLES DO
It was almost midnight and I was getting tired, but I VERBO TO BE + NOT + GERÚNDIO DO VERBO PRINCIPAL
couldn’t go to bed because I had lots of things to study. (-ING)
(Era quase meia-noite e eu estava ficando cansado, mas
não podia dormir porque tinha muitas coisas para estudar.) 2. Forma Interrogativa:
It was Sunday morning, the sun was shining in the sky. Na Forma Interrogativa do Passado Contínuo, o sujeito
(Era domingo de manhã, o sol estava brilhando no céu.) posiciona-se entre o passado simples do verbo to be e o
gerúndio (-ing) do verbo principal. Observe a tabela abaixo:
3. Descrever ações em andamento simultâneo. Nesses Was I working?
casos, geralmente usa-se a conjunção while: Were You working?
Susan was playing while Mary was studying for her test. Was He working?
(Susan estava brincando enquanto Mary estava estudando Was She working?
para sua prova.) Was It working?
We were preparing our breakfast while he was still Were We working?
sleeping. (Estávamos preparando nosso café da manhã Were You working?
enquanto ele ainda estava dormindo.) Were They working?
I was having a shower when the phone rang. (Eu estava
tomando banho quando o telefone tocou.) Veja outros exemplos:
While my father was reading the newspaper, my brother Were you sleeping? (Você estava dormindo?)
was washing the car. (Enquanto meu pai estava lendo o Were they studying fot the test? (Eles estavam
jornal, meu irmão estava lavando o carro.) estudando para a prova?)
What were the children doing in the bedroom? (O que
4. Falar, indicar uma ação habitual que ocorria no as crianças estavam fazendo no quarto?)
passado. Normalmente usa-se os advérbios de frequência: Was it snowing this morning? (Estava nevando esta
constantly, often, always entre o passado simples do verbo manhã?)
LÍNGUA INGLESA

INTERROGATIVE FORM: PASSADO SIMPLES DO VERBO


to be e o verbo principal:
TO BE + SUJEITO + GERÚNDIO DO VERBO PRINCIPAL
She was constantly talking to her classmates. Her
(-ING)
teacher didn’t like that. (Ela estava constantemente falando
com seus colegas. Sua professora não gostava disso.)
They were always asking the same questions. (Eles
estavam sempre fazendo as mesmas perguntas.)

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Present Perfect Simple Has she solved the problem yet? (Ela já resolveu o
Os Perfect Tenses são formados com o presente simples problema?)
do verbo to have (have / has), que, neste caso, funciona Have they gone out? (Eles saíram?)
como verbo auxiliar, seguido do particípio passado do INTERROGATIVE FORM: PRESENTE SIMPLES DO VERBO
verbo principal. O particípio passado dos verbos regulares TO HAVE + SUJEITO + PARTICÍPIO PASSADO DO VERBO
tem a mesma forma que o passado, ou seja, terminam em PRINCIPAL
-ed e o dos verbos irregulares tem forma própria. Sendo
assim, é necessário estudá-los um a um. - FORMA NEGATIVA:
Para estudar os verbos irregulares, veja a lista dos A Forma Negativa do Present Perfect forma-se
verbos irregulares. acrescentando not ao verbo auxiliar have/has:
Começaremos a estudar os Perfect Tenses a partir They have not heard what I’ve told. (Eles não escutaram
do Present Perfect Simple. Observe alguns exemplos de o que eu falei.)
orações no Present Perfect: You have not eaten anything so far. (Você não comeu
nada até agora.)
- FORMA AFIRMATIVA: We have not done our homework. (Não fizemos nossa
He has broken his leg. (Ele quebrou a perna.) lição de casa.)
We have bought new clothes. (Compramos roupas NEGATIVE FORM: PRESENTE SIMPLES DO VERBO TO
novas.) HAVE + NOT + PARTICÍPIO PASSADO DO VERBO PRINCIPAL
She has written a letter to her friend who lives in Madrid. FORMA CONTRAÍDA: haven’t / hasn’t
(Ela escreveu uma carta para a amiga que mora em I haven’t gone to the beach, I’ve gone to the countryside.
Madrid.) (Não fui para a praia, fui para o interior.)
He has had a terrible headache. (Ele teve uma dor de She hasn’t told to her parents where she’s been all day.
cabeça terrível.) (Ela não disse aos pais onde esteve durante todo o dia.)
They have finished the homework. (Eles terminaram a We haven’t seen this movie yet. (Ainda não vimos este
lição de casa.) filme.)
That rabbit has appeared on our garden. Susan hasn’t bought a car. (Susan não comprou um
(Aquele coelho apareceu em nosso jardim.) carro.)
They haven’t believed her. (Eles não acreditaram nela.)
AFFIRMATIVE FORM: SUJEITO + PRESENTE SIMPLES
DO VERBO TO HAVE + PARTICÍPIO PASSADO DO VERBO - USOS:
PRINCIPAL O Present Perfect é usado para:
1. Referir-se a ações que ocorrerram num tempo
FORMA CONTRAÍDA: I / You / We / You / They’ ve - He indefinido no PASSADO (Não confunda o nome com o
/ She / It’ s. tempo, o tempo chama-se Present Perfect, mas expressa
Veja alguns exemplos com as formas contraídas: uma ação ocorrida no passado):
He’s studied law. (He has studied law.) Someone has left the door open. (Alguém deixou a
(Ele estudou Direito.) porta aberta.)
She’s been here. (She has been here.) She has cut herself. (Ela se cortou.)
(Ela esteve aqui.) You have forgotten to call me. (Você esqueceu de me
We’ve worked a lot. (We have worked a lot.) ligar.)
(Nós trabalhamos muito.) I have found a wallet on the street. (Encontrei uma
I’ve broken a glass. (I have broken a glass.) carteira na rua.)
(Eu quebrei um copo.) The researcher has sent the information to the
She’s given birth to a boy. (She has given bith to a boy.) newspaper.
(Ela deu a luz a um menino.) (O pesquisador mandou as informações para o jornal.)
She has fallen down the stairs. (Ela caiu das escadas.)
- FORMA INTERROGATIVA: They have studied French. (Eles estudaram Francês.)
Na Forma Interrogativa do Present Perfect, o verbo
have/has, que funciona como verbo auxiliar, posiciona-se 2. O Present Perfect é usado com os seguintes advérbios:
antes do sujeito: a) just - para indicar que as ações que ocorreram num
Have you already talked to your boss? (Você já falou passado bem recente:
com o seu chefe?) We have just known each other. (Acabamos de nos
Have they lived in Amsterdam? (Eles moraram em conhecer.)
LÍNGUA INGLESA

Amsterdã?) I have just seen your sister. (Acabei de ver sua irmã.)
Has she brought the English/Portuguese dictionary? They have just arrived from Belfast. (Eles acabaram de
(Ela trouxe o dicionário de Inglês/Português?) chegar de Belfast.)
Has he found his wallet? (Ele encontrou a carteira dele?) b) already (já) - para indicar que a ação já ocorreu. É
Have you ever been in the United States? usado apenas em frases afirmativas e interrogativas e é
(Você ja esteve nos Estados Unidos?) posicionado sempre antes do verbo principal:

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She has already arrived home. (Ela já chegou em casa.) Many things have changed since last summer. (Muitas
They have already gone to the birthday’s party. (Eles já coisas mudaram desde o verão passado.)
foram para a festa de aniversário.)
I have already seen this movie. (Eu já vi este filme.) NÃO CONFUNDA
Have you already read this book? (Você já leu este livro?) Present Perfect x Simple Past
c) yet (já; ainda) - Usado em frases interrogativas O Simple Past refere-se apenas a ações passadas que
significa já, e em frases negativas é usado com sentido de acabaram em um tempo definido no passado:
ainda. Posiciona-se sempre no final da frase, nas orações I went to the park last weekend. (Simple Past)
negativas ele é empregado para dizer que a ação ainda O Present Perfect pode expressar ações passadas que
não ocorreu: acabaram em um tempo não definido no passado ou ações
We have not decided our topic yet. (Ainda não decidimos que ainda não terminaram:
o nosso tópico.) I have worked hard. (Present Perfect)
Have you talked to your teacher yet? (Você já falou com They have been here since midday. (Present Perfect)
a sua professora?)
She has not came from lunch yet. (Ela ainda não voltou Present Perfect Continuous
do almoço.) O Present Perfect Continuous é usado, basicamente,
d) never (nunca) - é usado para indicar que algo não para enfatizar a continuidade de uma ação que começou
aconteceu: no passado e que se prolonga até o presente. Observe os
He has never forgotten you. (Ele nunca esqueceu você.) usos e as formas deste tempo verbal:
They have never been here. (Eles nunca estiveram aqui.) * FORMA CONTRAÍDA: I / You / We / You / They’ ve - He
I have never seen this movie. (Eu nunca vi este filme.) / She / It’ s.
e) ever (já; alguma vez) - é usado para saber se aquela
ação já aconteceu alguma vez. Geralmente é usado em - FORMA AFIRMATIVA:
perguntas: A forma afirmativa do Present Perfect Continuous é
Have you ever travelled abroad? (Você já viajou para o feita com o Presente Simples do verbo to have (have / has)
exterior?) + Presente Perfeito do verbo to be + o gerúndio do verbo
Has she ever been in Salvador? (Ela já esteve em principal:
Salvador alguma vez?) She has been working as a Mathematics teacher for 10
Have you ever flown Air France? (Você já viajou com a years.
empresa Air France?) (Ela trabalha como professora de Matemática há 10
* Ever também é usado com o superlativo para indicar anos.)
que algo é o maior, o melhor, o mais interessante que I’ve been playing tennis for one hour.
alguém já viu, leu, fez, trabalhou, etc.: (Estou jogando tênis há uma hora.)
He is the busiest man I have ever known. (Ele é o homem Women have been fighting for their rights during the
mais ocupado que já conheci.) last decades.
f) lately (ultimamente) e recently (recentemente) - esses (As mulheres têm lutado pelos seus direitos durante as
advérbios são posicionados no final da oração: últimas décadas.)
Have you visited your relatives in North Carolina lately? You have been talking on the phone since I got home.
(Você tem visitado seus parentes na Carolina do Norte (Você está falando ao telefone desde que eu cheguei
ultimamente?) em casa.)
I haven’t gone to the movies lately. (Não tenho ido ao They have been studying for three hours. (Eles estão
cinema ultimamente.) estudando há três horas.)
Have they come here recently? (Eles vieram aqui Carol has been going to school by bus since her father’s
recentemente?) car broke.
She has moved recently. (Ela se mudou recentemente.) (Carol vai/tem ido de ônibus para a escola desde que o
Saiba mais sobre os advérbios de tempo carro de seu pai estragou.)
They have been studying hard. (Eles estão estudando
3. Expressar ações que começaram no passado e se bastante.)
prolongam até o presente. Nestes casos, é muito comum My parents’ ve been travelling around Europe for four
aparecer since e for: months.
I have been here since 8 o’clock a.m. (Estou aqui desde (Meus pais estão viajando pela Europa há quatro meses.)
as oito da manhã.) He has been playing guitar for two hours.
They have lived here since 1998. (Eles moram aqui (Ele está tocando violão há duas horas.)
LÍNGUA INGLESA

desde 1998.) AFFIRMATIVE FORM: SUJEITO + PRESENTE SIMPLES DO


We have lived here for 12 years. (Moramos aqui há doze VERBO TO HAVE + PRESENTE PERFEITO DO VERBO TO BE
anos.) + GERÚNDIO DO VERBO PRINCIPAL
She has worked here for 5 years. (Ela trabalha aqui há
cinco anos.)

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- FORMA NEGATIVA: 2. Falar sobre ações passadas que acabam de ser
A forma negativa do Present Perfect Continuous é feita concluídas, cujos efeitos ou consequências são evidentes
acrescentando-se not entre o Presente Simples do verbo no presente:
to have (have / has) e o Presente Perfeito do verbo to be. O I’m hot because I’ve been runnnig. (Estou com calor
verbo principal permanece no gerúndio: porque estava correndo.)
* FORMA CONTRAÍDA: haven’t / hasn’t
I have not been sleeping well since last week because 3. Expressar um fato genérico que está em progresso
my husband snores a lot. em período de tempo não específico. Nesses casos podem
(Não estou dormindo bem desde a semana passada ser usados os advérbios lately (ultimamente), recently
porque meu marido ronca muito.) (recentemente) etc.:
They have not been using the blender for months. I’ve been thinking of looking for a different job.
(Eles não usam o liquidificador há meses.) (Estive pensando em procurar um emprego diferente.)
She hasn’t been living in San Diego since 1995. She has My hand hurts, so I’ve not been using the computer
been living there since 1997. lately.
(Ela não está morando em San Diego desde 1995. Ela (Minha mão dói, então não estou usando o computador
mora lá desde 1997.) ultimamente.)
They haven’t been working since nine o’clock.
(Eles não estão trabalhando desde as nove horas.) NÃO CONFUNDA:
Susan has not been reading any book for one year! Present Continuous x Present Perfect Continuous x
(Susan não lê livro algum há um ano!) Present Perfect
NEGATIVE FORM: SUJEITO + PRESENTE SIMPLES DO O Present Continuous expressa uma ação que está
VERBO TO HAVE + NOT + PRESENTE PERFEITO DO VERBO ocorrendo no momento, agora:
TO BE + GERÚNDIO DO VERBO PRINCIPAL She is making a cake now. (Ela está fazendo um bolo
agora.)
- FORMA INTERROGATIVA: O Present Perfect Continuous expressa uma ação que
A forma interrogativa do Present Perfect Continuous é começou no passado e continua até o presente:
feita com o Presente Simples do verbo to have (have / has) He has been cooking for one hour. (Ele está cozinhando
posicionado antes do sujeito. O verbo to be permanece no há uma hora.)
Presente Perfeito e o verbo principal no gerúndio: O Present Perfect expressa ações que que acabaram em
Has he been washing his car for two hours? um tempo não definido no passado:
(Ele está lavando o carro dele há duas horas?) She has made a cake. (Ela fez um bolo.)
Have you been working since eight o’ clock?
(Você está trabalhando desde as oito horas?) Past Perfect
What have you been doing since I last saw you? O Past Perfect é usado para descrever uma ação que
(O que você fez/tem feito desde a última vez que o vi?) ocorreu no passado, antes de outra ação também passada.
How long have you been living here? Observe as formas e os usos deste tempo verbal:
(Há quanto tempo você mora aqui?)
INTERROGATIVE FORM: PRESENTE SIMPLES DO VERBO FORMAS:
TO HAVE + SUJEITO + PRESENTE PERFEITO DO VERBO TO O Past Perfect é formado com o passado simples do
BE + GERÚNDIO DO VERBO PRINCIPAL verbo to have (had), que funciona como auxiliar do verbo
principal, seguido do past participle (particípio passado) do
- USOS: verbo principal. Lembre-se de que o particípio passado dos
O Present Perfect Continuous é usado para: verbos regulares terminam em -ed e os verbos irregulares
possuem forma própria (ver verbos irregulares). Observe as
1. Falar de uma atividade que começou no passado e formas desse tempo verbal:
que continua até o presente, enfatizando a duração ou a
intensidade da ação. Nesse caso, para expressar o tempo, - FORMA AFIRMATIVA:
geralmente usa-se since, for, all day, all morning, all week, The film had already started when we got to the cinema.
etc.: (O filme já tinha começado quando chegamos ao
She has been running for half an hour. cinema.)
(Ele está correndo há meia hora.) Compare: The film started when we got to the cinema
It’s been raining a lot all week. - As duas ações ocorreram ao mesmo tempo, diferente do
(Tem chovido bastante toda esta semana.) que ocorre no Past Perfect, onde ambas ações ocorrem no
LÍNGUA INGLESA

We have been learning English for many years. passado, porém uma antes da outra.
(Estudamos Inglês há muitos anos.) The mall had already closed when I arrived there. (O
He has been sleeping for more than ten hours. shopping já tinha fechado quando cheguei lá.)
(Ele está dormindo há mais de dez horas.) AFFIRMATIVE FORM: SUJEITO + PASSADO SIMPLES DO
VERBO TO HAVE (HAD) + PARTICÍPIO PASSADO DO VERBO
PRINCIPAL

61
- FORMA NEGATIVA: By the time the police arrived, the thief had already
A Forma Negativa do Past Perfect forma-se escaped.
acrescentando not ao verbo auxiliar, que é o passado (Quando a polícia chegou, o ladrão já tinha fugido.)
simples do verbo to have (had). I didn’t go to the movie because I had seen the film
* FORMA CONTRAÍDA: HAD + NOT = HADN’T before.
The couch got soaked because they had not closed the (Não fui ao cinema porque tinha visto o filme antes.)
window while it was raining. I had made a cake when my mother arrived at home.
(O sofá ficou encharcado porque eles não tinham (Eu tinha feito um bolo quando minha mãe chegou em
fechado a janela enquanto estava chovendo.) casa.)
I hadn’t heard you knocking the door because I was I asked her if she had ever gone to Italy.
sleeping. (Perguntei a ela se ela já tinha ido à Itália.)
(Não ouvi você bater na porta porque estava dormindo.)
Peter hadn’t realized that the place was so dangerous. Past Perfect Continuous
(Pedro não tinha se dado conta de que o lugar era tão O Past Perfect Continuous é usado para enfatizar a
perigoso.) repetição ou a duração de uma ação no passado anterior à
NEGATIVE FORM: SUJEITO + HAD + NOT (HADN’T) + outra ação também no passado. Observe as formas deste
PARTICÍPIO PASSADO DO VERBO PRINCIPAL tempo verbal:

- FORMA INTERROGATIVA: - FORMA AFIRMATIVA:


Na Forma Interrogativa do Past Perfect, o verbo had A forma afirmativa do Past Perfect Continuous é feita
posiciona-se antes do sujeito da oração: com o Simple Past do verbo to have (had) + Past Perfect do
Had the train already left when you got to the station? verbo to be (been) seguido do gerúndio do verbo principal:
(O trem já tinha partido quando você chegou à estação?) He was tired because he had been studying for seven
Had you already had dinnner when I called to you? hours.
(Você já tinha jantado quando eu liguei?) (Ele estava cansado porque tinha estudado por sete
Had she read the book before seeing the movie? horas.)
(Ela tinha lido o livro antes de assistir ao filme?) She didn’t go shopping because it had been raining all
INTERROGATIVE FORM: HAD + SUJEITO + PARTICÍPIO day.
PASSADO DO VERBO PRINCIPAL (Ela não foi fazer compras porque tinha chovido o dia
inteiro.)
- USOS: She didn’t buy anything in the mall because she had
O Past Perfect é usado: been spending all her money some weeks ago. (Ela não
1. Para expressar um fato que ocorreu no passado antes comprou nada no shopping porque tinha gastado todo o
de outro que também aconteceu no passado (passado seu dinheiro algumas semanas atrás)
anterior a outro passado). O Past Perfect, que expressa o I had been saving my money to buy this house.
primeiro fato está sempre em correlação com o Simple (Eu estava guardando dinheiro para comprar essa casa.)
Past, que expressa o fato posterior: AFFIRMATIVE FORM: SUJEITO + PASSADO SIMPLES DO
They couldn’t board the plane because they had left VERBO TO HAVE (HAD) + PASSADO PERFEITO DO VERBO
their passports at home. TO BE (BEEN) + GERÚNDIO DO VERBO PRINCIPAL
(Eles não conseguiram embarcar no avião porque
tinham deixado seus passaportes em casa.) - NEGATIVE FORM:
Had left - Passado anterior ao passado couldn’t board. A forma negativa do Past Perfect Continuous é feita
I got the promotion because I had sold more than 30 acrescentando-se not entre o Simple Past do verbo to
life insurances. have (had) e o Past Perfect do verbo to be (been). O verbo
(Fui promovida porque tinha vendido 30 seguros de principal permanece no gerúndio:
vida.)
Had sold - Passado anterior ao passado got. * FORMA CONTRAÍDA: HAD + NOT = HADN’T
It hadn’t been raining during the week, so we decided
2. Com o advérbio just para expressar uma ação que to go to the beach on weekend.
tinha acabado de acontecer: (Não tinha chovido durante a semana, então decidimos
When I saw him, I had just seen his sister. (Quando o vi, ir pra praia no final de semana.)
eu tinha acabado de ver sua irmã.) They didn’t pass the exam because they hadn’t been
studying a lot. (Eles não passaram no teste porque não
LÍNGUA INGLESA

tinham estudado muito.)


3. Com os advérbios already, when, by the time, never,
I had not been running for more than fifteen minutes,
ever, before, after, para enfatizar a ideia de que a ação
but I felt very tired.
estava totalmente acabada:
(Eu não tinha corrido por mais de quinze minutos, mas
He had already decided not to go. (Ele já tinha decidido
me senti muito cansado.)
não ir.)

62
NEGATIVE FORM: SUJEITO + PASSADO SIMPLES DO Where will you spend your vacation? (Onde você
VERBO TO HAVE (HAD) + NOT + PASSADO PERFEITO DO passará as férias?)
VERBO TO BE (BEEN) + GERÚNDIO DO VERBO PRINCIPAL INTERROGATIVE FORM: WILL + SUJEITO + VERBO
PRINCIPAL SEM ‘TO’
- FORMA INTERROGATIVA: OBSERVAÇÃO: Com a primeira pessoa do singular (I) e
A forma interrogativa do Past Perfect Continuous é feita a primeira do plural (We), é possível substituir will por shall.
com o Simple Past do verbo to have (had) posicionado Esta forma é mais comum em perguntas, oferecimentos,
antes do sujeito. O verbo to be permanece no Passado sugestões e convites. A forma shall também é considerada
Perfeito e o verbo principal no gerúndio. Observe: mais formal.
Had you been swimming? (Você estava Shall we order? (Vamos fazer o pedido?)
nadando?) Shall we go? (Vamos?)
Had he been waiting for her for a long time? Shall we dance? (Vamos dançar?)
(Ele tinha esperado por ela por muito tempo?)
INTERROGATIVE FORM: PASSADO SIMPLES DO VERBO - USOS:
TO HAVE (HAD) + SUJEITO + PASSADO PERFEITO DO O Simple Future é usado para:
VERBO TO BE (BEEN) + GERÚNDIO DO VERBO PRINCIPAL
1. Falar de ações que ainda não ocorreram e que
Futuro Simples - Simple Future ocorrerão em um futuro não-imediato:
O Futuro Simples é a forma verbal comumente usada He’s sure his team will win the championship. (Ele tem
para expressar eventos que ainda não aconteceram. É certeza de que seu time vencerá o campeonato.)
formado com o auxiliar modal (modal auxiliary) will + o Penelope is a good student; she’ll pass the exame.
infinitivo do verbo principal sem ‘TO’ para todas as pessoas, (Penélope é uma boa aluna, ela passará no teste.)
ou seja, este tempo verbal não sofre nenhuma flexão para
2. Expressar ações completas no futuro:
expressar o futuro. Observe as formas e os usos deste
John will work in New York next year. (João trabalhará
tempo verbal:
em Nova Iorque no ano que vem.)
* FORMA CONTRAÍDA: I/You/He/She/It/We/You/They’ ll
Cars will be more economical in the future. (Os carros
serão mais econômicos no futuro.)
- FORMA AFIRMATIVA:
I will wait for you in front of the College. (Esperarei por
3. Expressar decisões tomadas no momento da fala:
você na frente da faculdade.)
The phone is ringing. I’ll answer it!
They will help us when they have a time. (Eles nos
ajudarão quando tiverem tempo.)
4. Em Português, frequentemente usamos o presente do
She will only be at home next month. (Ela só estará em
indicativo para expressar ações que, de fato, vão acontecer
casa no mês que vem.)
no futuro, seja ele imediato ou remoto, tais como: “amanhã
AFFIRMATIVE FORM: SUJEITO + WILL + INFINITIVO DO
eu trago”, “depois eu te falo”, “semana que vem eu te
VERBO PRINCIPAL SEM ‘TO’.
entrego”, etc. Nesses casos, o uso do Simple Future é
obrigatório em Inglês. Veja alguns exemplos:
- FORMA NEGATIVA:
These boxes are heavy; I’ll help you lift it. (Estas caixas
A forma negativa do Simple Future forma-se
estão pesadas; eu te ajudo a levantá-las.)
acrescentando not após o auxiliar modal will. O verbo
Sorry, I forgot to bring your book, but I’ll bring it
principal permanece no infinitivo sem ‘TO’. Veja alguns
tomorrow. (Desculpa, esqueci de trazer o seu livro, mas eu
exemplos:
o trago amanhã.)
* FORMA CONTRAÍDA: WILL + NOT = WON’T
Rachel won’t come. (Raquel não virá.)
5. O Simple Future também pode ser usado para fazer
I think it will not rain in the day of your marriage. (Acho
um pedido a alguém dando um tom polido e bastante
que não choverá no dia do seu casamento.)
educado:
He won’t go with us. (Ele não irá conosco.)
Will you close the door, please?
I will not celebrate my birthday next year, I’ve spent
Will you bring me my coat, please?
much money in my last birthday’s party. (Não comemorarei
Will you please take my suitcase to my room?
meu aniversário no ano que vem, gastei muito dinheiro em
minha última festa de aniversário.)
Going to
NEGATIVE FORM: SUJEITO + WILL + NOT + INFINITIVO
Going to é usado para expressar um futuro próximo,
DO VERBO PRINCIPAL SEM ‘TO’.
algo que, com certeza, está prestes a acontecer ou que
LÍNGUA INGLESA

temos a intenção de fazer. Na Língua Inglesa, assim


- FORMA INTERROGATIVA
como no Português, pouco usamos o futuro do presente
Na forma interrogativa do Simple Future o auxiliar
(consertará, levará, irá, trará, etc), que corresponde ao
modal will posiciona-se antes do sujeito. O verbo principal
Simple Future. Na maioria das vezes damos preferência à
permanece no infinitivo sem ‘TO’. Veja alguns exemplos:
construção vou consertar, vou levar, etc. Essa construção se
Will he travel abroad? (Ele viajará para o exterior?)
faz com o Going to em Inglês. Observe suas formas e usos:

63
- FORMA AFIRMATIVA: 2. Falar de planos para o futuro:
A forma afirmativa desta estrutura verbal é formada por He is going to be an engineer when he grows up. (Ele
going to seguido do infinitivo do verbo principal sem ‘TO’. vai ser engenheiro quando crescer.)
O verbo to be serve como auxiliar e se posiciona após o Philip is going to be engaged next month. (Felipe vai
sujeito: ficar noivo no mês que vem.)
We are going to spend our vacation in Paris. When I leave high school, I’m going to study architecture.
(Vamos passar nossas férias em Paris.) (Quando eu sair do colégio, vou estudar Arquitetura.)
My mother is going to take me to the school today.
(Minha mãe vai me levar para escola hoje.) 3. Expressar uma ação que irá ocorrer num futuro
I’m going to call you tonight. (Vou te ligar hoje à noite.) próximo:
I’m going to have a shower before having dinner. (Vou It’s very hot today, We are going to sweat a lot. (Está
tomar banho antes de jantar.) muito quente hoje, nós vamos transpirar bastante.)
AFFIRMATIVE FORM: SUJEITO + VERBO TO BE + GOING What are you going to do tonight? (O que você vai fazer
TO + INFINITIVO DO VERBO PRINCIPAL SEM ‘TO’. hoje à noite?)
She is going to talk to you in a few minutes. (Ela vai falar
- FORMA NEGATIVA: com você em alguns minutos.)
Na forma negativa, coloca-se not entre o verbo to be It is going to rain by the end of the day. (Vai chover no
e going to: final do dia.)
I’m not going to talk to you until you apologize for
what you have done. (Não vou falar com você até você se OBSERVAÇÃO: A forma going to geralmente é seguida
desculpar pelo que fez.) de advérbios de tempo, como: next week; next month; next
They are not going to come. (Eles não vão vir.) year; in a week; tomorrow; in a month; in a year; today;
I’m not going to have any difficulty to do that. (Não vou tonight; tomorrow, etc.
ter nenhuma dificuldade para fazer isto.)
NEGATIVE FORM: SUJEITO + VERBO TO BE + NOT + Future Progressive ou Future Continuous - Futuro
GOING TO + INFINITIVO DO VERBO PRINCIPAL SEM ‘TO’. Progressivo ou Futuro Contínuo
O Future Progressive, basicamente, expressa ações que
- FORMA INTERROGATIVA: estarão ocorrendo em algum momento no futuro. Observe
Na forma interrogativa de going to, o verbo to be se as formas e usos deste tempo verbal:
posiciona antes do sujeito. Observe alguns exemplos:
Are they going to help us? (Eles vão nos ajudar?) - FORMA AFIRMATIVA:
What are you going to do next weekend? (O que você Na forma afirmativa do Future Progressive utilizamos
vai fazer no próximo final de semana?) o futuro simples do verbo to be (will be) + o gerúndio do
Is she going to have a baby? (Ela vai ter um filho?) verbo principal:
Is he going to stay here? (Ele vai ficar aqui?) He will be working in Madrid next year.
INTERROGATIVE FORM: VERBO TO BE + SUJEITO + (Ele estará trabalhando em Madrid no ano que
GOING TO + INFINITIVO DO VERBO PRINCIPAL SEM ‘TO’. vem.)
Tomorrow, at this same time I will be leaving my job.
WILL ou GOING TO? (Amanhã, neste mesmo horário, estarei saindo do meu
Em muitos casos podemos usar tanto will quanto trabalho.)
going to exatamente com o mesmo sentido. Porém, se Please, don’t call me at nine, I’ll be having dinner.
nos referirmos a algo que irá acontecer muito em breve, (Por favor, não me ligue às nove horas, estarei
jantando.)
geralmente optamos pela forma going to.
AFFIRMATIVE FORM: SUJEITO + FUTURO SIMPLES DO
Outra distinção entre will e going to refere-se ao
VERBO TO BE (WILL BE) + GERÚNDIO DO VERBO PRINCIPAL
planejamento prévio ou não da ação. Will é usado quando
a pessoa que fala decide, no momento em que fala, fazer - FORMA NEGATIVA:
alguma coisa no futuro, ou seja, não houve planejamento A forma negativa do Future Progressive se faz
prévio. No entanto, se a decisão já havia sido tomada, acrescentando not entre o auxiliar modal will e o verbo to be:
emprega-se going to. * FORMA CONTRAÍDA: WILL + NOT = WON’T
When you arrive, I will not be waiting for your at the
- USOS: airport. (Quando você chegar eu não estarei lhe esperando
Going to é usado para: no aeroporto.)
LÍNGUA INGLESA

Robert won’t be working next week; he will be on


1. Expressar intenção de fazer alguma coisa: vacation. (Roberto não estará trabalhando na semana que
I’m going to eat less to try to lose weight. (Vou comer vem, ele estará de férias.)
menos para tentar emagrecer.) It is too early at eight pm, I won’t be sleeping this time.
I’m going to go for a walk. (Vou dar uma caminhada.) (Oito horas da noite é muito cedo, não estarei dormindo a
esta hora.)

64
NEGATIVE FORM: SUJEITO + WILL NOT BE + GERÚNDIO AFFIRMATIVE FORM: SUJEITO + FUTURO SIMPLES DO
DO VERBO PRINCIPAL VERBO TO HAVE (WILL HAVE) + PARTICÍPIO PASSADO DO
VERBO PRINCIPAL
- FORMA INTERROGATIVA:
Na forma interrogativa do Future Progressive o auxiliar - FORMA NEGATIVA:
modal will se posiciona antes do sujeito. Observe: A forma negativa do Future Perfect se faz acrescentando
Will you be studying tomorrow night? not após o auxiliar modal will.
(Você estará estudando amanhã à noite?) * FORMA CONTRAÍDA: WILL + NOT = WON’T
Will they be flying to Miami the same time our meeting? They will not have finished the job by April. (Eles não
(Eles estarão indo para Miami na mesma hora da nossa terão terminado o trabalho em Abril.)
reunião?) When Mom arrives, I’ll not have washed the dishes yet.
Will Nicholas and Harold be playing tennis in the club (Quando mamãe chegar eu não terei lavado a louça ainda.)
on weekend? (Nicolas e Haroldo estarão jogando tênis no NEGATIVE FORM: SUJEITO + WILL NOT HAVE +
clube no final de semana?) PARTICÍPIO PASSADO DO VERBO PRINCIPAL
INTERROGATIVE FORM: WILL + SUJEITO + TO BE +
GERÚNDIO DO VERBO PRINCIPAL - FORMA INTERROGATIVA:
Na forma interrogativa do Future Perfect o auxiliar
- USOS: modal will se posicina antes do sujeito:
O Future Progressive é usado para: Will you have studied all the subjects by tomorrow?
(Você terá estudado todos os conteúdos até amanhã?)
1. Expressar ações que estarão em andamento num Will they have already published your article by Monday?
momento determinado no futuro. Para indicar este (Eles já terão publicado seu artigo até Segunda-Feira?)
momento determinado, expressões do tempo futuro são INTERROGATIVE FORM: WILL + SUJEITO + HAVE +
usadas: PARTICÍPIO PASSADO DO VERBO PRINCIPAL
Tomorrow they’ll be taking pictures of the animals. Verbos Modais - Modal Verbs
(Amanhã eles estarão tirando fotos dos animais.) Os verbos modais (modal verbs) são um tipo especial
At this time next Tuesday we will be sleeping in our de verbos auxiliares que alteram ou completam o
new apartment. (Neste horário, na próxima terça-feira, nós sentido do verbo principal. De um modo geral, estes
estaremos dormindo em nosso novo apartamento.) verbos expressam ideias como capacidade, possibilidade,
When I wake up tomorrow morning, the sun will be obrigação, permissão, proibição, dedução, suposição,
shining. (Quando eu acordar amanhã de manhã, o sol pedido, vontade, desejo ou, ainda, indicam o tom da
estará brilhando.) conversa (formal / informal). Os verbos modais (modal
verbs) podem ser chamados também de modal auxiliaries
2. Falar de fatos programados para o futuro: ou apenas modals. São eles:
The President elect will be visiting some coutries in can - could - may - might - must - shall - will - should -
Europe next month. (O Presidente eleito estará visitando ought to - would
alguns países europeus no mês que vem.) No geral, poderíamos dizer que a maioria dos modals
equivale a poder e dever. Em Português, tanto um quanto
3. Perguntar sobre planos futuros: outro podem expressar situações diversas. Em Inglês,
Next semester, will you be taking the same courses? porém, para cada situação há um modal mais adequado.
(No próximo semestre você estará fazendo as mesmas Observe alguns exemplos de ideias que os verbos
matérias?) modais podem expressar:
May I use your umbrella? (Permissão)
Future Perfect - Futuro Perfeito (Posso usar seu guarda-chuva?)
Este tempo verbal se refere a ações que estarão He may be in the library. (Possibilidade)
terminadas (ou não) em um determinado momento do
(Ele pode estar na biblioteca.)
futuro. Observe suas formas:
Sorry, I can not understand what you are saying.
(Capacidade)
- FORMA AFIRMATIVA:
(Desculpa, não consigo entender o que você está
A forma afirmativa do Future Perfect é formada com o
dizendo.)
Simple Future do verbo to have (will have) seguido do Past
The students must behave as I say. (Obrigação)
Perfect do verbo principal:
(Os alunos devem se comportar como eu digo.)
By the time we get the airport, the plane will have
already left. (Quando chegarmos ao aeroporto o avião já She must be very busy, since she has three children, a
LÍNGUA INGLESA

terá partido.) job and a house to take care. (Suposição)


By the time you arrive, I will have already done my (Ela deve ser muito ocupada, já que tem três filhos, um
homework. (Quando você chegar já terei feito meu tema emprego e uma casa para cuidar.)
de casa.) Shall we go for a drink after work? (Convite)
They will have gone to their house by next week. (Eles (Vamos tomar um drinque depois do trabalho?)
terão ido para a casa deles na semana que vem.) Can I leave now? (Permissão - Tom informal)

65
(Posso sair agora?) None of the schools are open.
Could I leave now? (Permissão - Tom formal)
(Eu poderia sair agora?) Com pronomes indefinidos como everybody, someone,
It is late, you should go home. (Conselho) nowhere, o verbo fica no singular.
(É tarde, você devia ir para casa.) Someone is here to see you.
She can arrive after dinner. (Possibilidade) Everybody wants to rule the world.
(Ela pode chegar depois do jantar.)
She must be at the beauty salon. (Dedução) Com os pronomes few, many, several, both, all e some,
(Ela deve estar no salão de beleza.) o verbo fica no plural.
You should see a dentist. (Conselho) Few are interested in coming to the meeting.
(Você devia ir a um dentista.) Some want to go to the mall.

Concordância: como fica o verbo em inglês? Coletivos, em geral, são usados no singular.
The colony of ants works together.
O simple present é um dos poucos momentos em que
o verbo em inglês é conjugado. E só com he, she e it. Outro Títulos de filmes, livros, séries são vistos como singular.
momento é no passado do verbo to be (was e were). “Friends” is a very popular TV show.

Agora, se não tiver “he, “she” ou “it”, você sempre sabe Phrasal verbs ou verbos preposicionais.
se está no singular? Quando é que conjugamos o verbo? Os verbos preposicionais, também chamados de phrasal
Vamos ver as regras: verbs ou two-word verbs, confundem porque a adição da
preposição normalmente altera substancialmente o sentido
Um sujeito no singular precisa de verbo no singular. original do verbo. Ex:
The list is here.
Our fence divides the houses. go - ir
go off disparar (alarme)
Atenção: o que vem depois de “of” não conta como go over rever, verificar novamente
sujeito. turn - virar, girar
A bouquet of flowers was delivered here. turn on ligar
An army of kids is asking for candy. turn off desligar
The colors of the rainbow are beautiful. turn down desprezar
turn into transformar em
Dois sujeitos independentes interligados por and viram put - colocar, botar
plural. put off cancelar, postergar
A dog and a cat were messing in our backyard. put on vestir, botar
A teacher and a student are talking in there. put out apagar (fogo)
put away guardar
Dois sujeitos singulares interligados por or, either/or ou put up with tolerar
neither/nor requerem um verbo singular:
My aunt or my mom is baking our cake. Abaixo citamos alguns exemplos de Phrasal verbs
Neither Maria nor João knows the way back. dos mais utilizados:
Either Valmir or Pietra takes care of the schedule. To Call – chamar
Call for – exigir, requerer.
Se um dos sujeitos na frase com or, either/or ou Exemplo: This work calls for a lot of patience.
neither/nor for plural, o verbo concorda com o sujeito mais
próximo a ele. Call in – convidar
The boss or the employees write the memo for us. Call off – cancelar
Neither the books nor the magazine is here now. Exemplo: I’m going to call off my medical appointment
because I feel much better now.
Pessoas extras separadas por parênteses ou por
expressões como along with, as well as, besides, entre Call out – gritar para
outras, não são consideradas parte do sujeito. Call up – telefonar
The expert, along with the assistants, is going to be here Exemplo: They called up the man.
LÍNGUA INGLESA

for the session.


Karen (and her best friend) was always around. To come – vir
Come across – encontrar por acaso
Com as expressões half of, none of e all of, o verbo Come down – descer
combina com o objeto após a preposição “of”.
All of the team goes by bus. Come in – entrar

66
Come off – sair, desprender-se Exemplo: You have to look up the dollar exchange rate
Come on – entrar em cena every day.
Come out – sair
Come up – subir, surgir To make - fazer
Make into – transformar
To get – adquiri, obter Make off – fugir, escapar
Get along with – dar-se bem com alguém Make out – preencher (cheque)
Get away – escapar Make out – entender, captar
Get away with – safar-se Make up – inventar, criar
Get in – entrar Exemplo: You can attend classes on Saturdays to make
Get into – entrar up for the classes you missed.
Get off – descer, apesar de
Get on – subir, montar Make up – fazer as pazes
Get on with – continuar
Get out – sair To put – pôr, colocar
Exemplo: Get out of here! Put aside – guardar, economizar
Put away – guardar, pôr no lugar
Get over – superar, livra-se de Put off – adiar
Get over with – terminar, acabar Exemplo: I think I’ll have to put off my dental
Get up – levantar-se appointment.
Exemplo: I usually get up early.
Put on – vestir
To give - dar Put out – pôr para fora
Give away – doar Exemplo: The firemen put out the fire.
Exemplo: She gave away her old dress. Put up – hospedar
Put up with – tolerar, suportar
Give back – devolver
Give in – ceder, entregar-se To run – correr
Give off – exalar
Give onto – dar para Run after – correr atrás
Give up – desistir Run away – fugir
Run down – escorrer
To go – ir Run into – encontrar inesperadamente
Go after – ir atrás, perseguir Run out of – ficar sem
Go at – atacar lançar-se sobre Run over – atropelar
Go away – ir embora Exemplo: He ran over my bicycle with his car.
Go down – descer
Go for – ir buscar To take – tomar, levar
Go off – explodir Take after – puxar, assemelhar-se
Go on – continuar Take away – levar embora
Go out – sair Exemplo: Take it away from here.
Go over – rever, repassar
Go with – combinar com Take down – derrubar
Go up – subir Take in – enganar
Take off – tirar
To look – olhar Exemplo: Take your coat off!
Look after – cuidar de
Exemplo: Could you look after the children this evening? Take on – contratar
Take out – levar para fora
Look at – olhar para Exemplo: I’m going to drink tonight and don’t try to
Look down on – menosprezar take me out of it.
Look for – procurar
Exemplo: What are you looking for? Take over – assumir chefia, direção
LÍNGUA INGLESA

Look forward – aguardar ansiosamente


Look into – examinar, analisar
Look out – tomar cuidado
Look up – consultar (livro, literatura)
Look up to – admirar

67
2. (TCE-SC - Conhecimentos Básicos - Cargo 6 –
Médio - CESPE– 2016)
EXERCÍCIO COMENTADO

1. (SEDF - Professor de Educação Básica - Inglês – Supe-


rior - CESPE– 2017)

Based on the text 19A1BBB, judge the following item.


The verb “confine” (l.12) is synonymous with restrict.

( ) CERTO ( ) ERRADO
Resposta: Certo
O verbo “confine” (l.12) é sinônimo de restrição. Confine,
restrict, limit, bind, restringir

In the text CB3A1AAA,

the verb “realize” (l.7) can be replaced by accomplish


without any change in the meaning of the sentence.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: Errado
realise é perceber.Realizar seria “make it real” ou “come
true”.
obs.: realise significa “realizar” em contextos específicos.
e.g.: Red dye was used to realise the script in an unbelie-
LÍNGUA INGLESA

vable dream sequence.


Realize something means: dar-se conta de algo.
Accomplish means: alcançar/realizar.

Fonte
http://www.sk.com.br/sk-read.html

68
http://www.veramenezes.com/vocabulario.htm
http://www.letras.ufmg.br/site/e-livros/Gram%C3%A1tica%20e%20o%20Vocabul%C3%A1rio%20no%20Ensino%20
de%20Ingl%C3%AAs%20-%20Novas%20Perspectivas.pdf
http://www.mairovergara.com/como-aumentar-seu-vocabulario-em-ingles/
http://www.yazigi.com.br/noticias/ingles/os-cognatos-em-ingles-palavras-cognatas-e-falsos-cognatos
http://www.solinguainglesa.com.br/conteudo/falsos_cognatos4.php
http://www.solinguainglesa.com.br/conteudo
http://euestudoingles.blogspot.com.br/2009/02/substantivo.html
http://netinforio.com.br/gestao/arquivosportal/file/7_linguainglesa_gramatica.pdf
https://www.todamateria.com.br/countable-and-uncountable-nouns/
https://englishlive.ef.com/pt-br/blog/concordancia-como-fica-o-verbo-em-ingles/
http://www.teclasap.com.br/preposicoes/
http://www.solinguainglesa.com.br/conteudo/pronomes9.php
http://www.infoescola.com/ingles/intransitive-and-transitive-verbs-verbos-intransitivos-e-transitivos/

LÍNGUA INGLESA

69
HORA DE PRATICAR!

1. (CRM-PR - Analista de Tecnologia da Informação –Superior - Quadrix – 2018)

Based on the text, judge the following item.


A little is considered a correct alternative for “a few” in “a few channels” (lines 7 and 8).

( ) CERTO ( ) ERRADO

2. (CRM-PR - Analista de Tecnologia da Informação –Superior - Quadrix – 2018)


Texto questão anterior
Based on the text, judge the following item.
“most of them” (lines 2 and 3) and the majority of them are synonymous expressions.

( ) CERTO ( ) ERRADO
LÍNGUA INGLESA

70
3. (Prefeitura de Niterói - RJ - Analista de Políticas Pú- (Source: https://statecrafting.net/in-europe-weber-still-
blicas e Gestão Governamental –Superior - FGV – 2018) -rulesa851866dbf02. Retrieved on January 21st, 2018)
Texto associado
TEXT I The word “Despite” in the sentence “Despite attempts to
normalize public employment in some countries” indicates
In Europe, Weber still rules
Statecrafting a) illustrative.
Jul 13, 2016 b) unexpected.
Steven Van de Walle c) irrelevant.
After 30 years of public administration reform in European d) universal.
countries inspired by New Public Management ideas, tradi- e) private.
tional Weberian administration still is the main organizing
principle. This is the picture that emerges from a large-sca-
4. (Prefeitura de Niterói - RJ - Analista de Políticas Pú-
le survey among the entire population of top civil servants
blicas e Gestão Governamental –Superior - FGV – 2018)
in 18 European countries. The findings have now been pu-
Texto associado conforme anterior
blished in our book — Public Administration Reforms in
Mark the statements below as true (T) or false (F) according
Europe: The View from the Top.
True, many tools and management practices associated to Text I.
with the NPM such as staff performance talks or manage-
ment by objectives have become very common. Across all ( ) Internal steering by contract and performance related
countries, the almost 7000 top civil servants we surveyed list pay are two main ideas that come from Weber.
achieving results and ensuring an efficient use of resources ( ) Weberian ideals now belong to the past and are only
among the most important roles they have. They are also used for historical interest.
in agreement that, compared to five years ago, the public ( ) Employment flexibility is one of the tenets of the New
sector has made major progress in terms of efficiency and Public Management.
service quality — two main objectives of the NPM.
There are ‘NPM champions’ — countries that have gone The correct sequence is:
further than others in reforming the Weberian state. Think
the UK or the Netherlands, where public employment is a) F – F – T.
increasingly normalised, and delivery contracted out. But b) T – T – F.
even there, the structures of traditional public administra- c) F – T – T.
tion remain firmly in place. d) F – T – F.
Some elements of the NPM are still mainly absent from e) T – F – F.
current management practice in European countries. In-
ternal steering by contract is not very common, and per- 5. (Prefeitura de Maricá - RJ - Docente I - Língua Estran-
formance related pay is very rare despite the popularity in geira - Inglês–Superior - COSEAC – 2018)
reform talk. The weak presence of flexible employment also TEXT 1 below, retrieved and adapted from https://chroni-
shows that the Weberian model still dominates. Despite at- clingamerica. loc.gov/lccn/sn83035487/1851-06-21/ed-1/
tempts to normalize public employment in some countries, seq-4/ on July 9th, 2018.
civil servants still enjoy a unique statute. We also observed Text 1
this during the fiscal crisis, where outright firing permanent Women’s rights convention – Sojourner Truth
civil servants or cutting salaries has been relatively rare. One of the most unique and interesting speeches of the
For civil servants, referring issues upwards in the hierarchy convention was made by Sojourner Truth, an emancipated
is still the dominant response in situations when responsi-
slave. It is impossible to transfer it to paper or convey any
bilities or interests conflict with that of other organisations.
adequate idea of the effect it produced upon the audience.
European top civil servants consider the impartial imple-
Those only can appreciate it who saw her powerful form, her
mentation of laws and rules as one of their dominant roles,
whole-souled, earnest gesture, and listened to her strong
and largely prefer state provision of services over market
provision, with the exception of the British, Danish, and Du- and truthful tones. She came forward to the platform and
tch. addressing the President said with great simplicity:
There are clear country differences, with management
‘champions’ such as the UK, Estonia, Norway and the Ne- “May I say a few words?” Receiving an affirmative answer,
therlands, and more legalistic and traditional public admi- she proceeded: I want to say a few words about this matter.
I am a woman’s rights. I have as much muscle as any man
nistrations such as in Austria, France, Germany, Hungary
LÍNGUA INGLESA

and can do as much work as any man. I have plowed and


and Spain. The adoption of newer reform ideas suggest
reaped and husked and chopped and mowed, and can any
that the Weberian state may now be in decline. Yet some
man do more than that? I have heard much about the sexes
of the other findings of the survey, reported above, show being equal. I can carry as much as any man, and can eat as
that Weberianism’s main ideas are still deeply embedded in much too, if I can get it. I am as strong as any man that is
European countries. now. As for intellect, all I can say is, if a woman has a pint,

71
and a man a quart -- why can’t she have her little pint full? 7. (SEDUC-CE - Professor - Língua Inglesa –Superior -
You need not be afraid to give us our rights for fear we will SEDUC-CE – 2016)
take too much; -- for we can’t take more than our pint will Text I
hold. The poor men seem to be all in confusion, and don’t
know what to do. Why children, if you have woman’s rights, JANUARY 18, 2015 - DUBAI, UNITED ARAB EMIRATES
give it to her and you will feel better. You will have your “Let’s go, Open your eyes, Open your mind to her dream.
own rights, and they won’t be so much trouble. I can’t read, Let’s go, fight for what’s right, fight for her life.”
but I can hear. I have heard the bible and have learned that Carl & the Reda Mafia, a young, dynamic, award-winning
Eve caused man to sin. Well, if a woman upset the world, do Dubai band, wrote the song “Fight for Your Queen” as a
give her a chance to set it right side up again. The Lady has direct call to men to fight for gender equality. As they told
spoken about Jesus, how he never spurned woman from UN Women: “HeForShe is a movement we have looked up
him, and she was right. When Lazarus died, Mary and Mar- to since its inception. The idea of ____________’s rights is so-
tha came to him with faith and love and besought him to mething we truly believe in and support.” Lead singer Carl
raise their brother. And Jesus wept and Lazarus came forth. Frenais, who is from India, introduced the campaign to the
And how came Jesus into the world? Through God who band. He has been very passionate about fighting against
created him and the woman who bore him. Man, where the horrifyingly violent crimes against women in his home
was your part? But the women are coming up blessed be country.
God and a few of the men are coming up with them. But We got over 500 men to pledge to support the movement.
man is in a tight place, the poor slave is on him, woman is Even those who were afraid told us they support it.
coming on him, he is surely between a hawk and a buzzard. Adaptation from: http://www.heforshe.org/en/newsroom/
Reference: Robinson, M. (1851, June 21). Women’s rights safety/rock-voices-for-change. Access on: April 4, 2016.
convention: Sojourner Truth. Anti-slavery Bugle, vol. 6 no. The verbs containing in the first part of the text are in the
41, Page 160. ________________, a very common verb tense/mood in the
language of campaings, meaning ________________.
Question must be answered by looking at the following
sentence from Text 1:
a) present - fact.
“One of the most unique and interesting speeches of the
b) imperative - order.
convention was made by Sojourner Truth, an emancipated
c) imperative - request.
slave.”
d) modal verb - possibility.
Without any other change added to the sentence, the clau-
e) present - generalization.
se “an emancipated slave” could be preceded by:

a) which is. 8. (Prefeitura de Fortaleza - CE - Analista de Políticas


b) that is. Públicas e Gestão Governamental –Superior - Prefeitura
c) whose is. de Fortaleza - CE – 2018)
d) whom is. Texto associado
e) who is. An example of a verb used in the present progressive tense
is:
6. (FUNDEP (Gestão de Concursos) - Analista de Comu- a) bringing (line 2).
nicação –Superior - FUNDEP (Gestão de Concursos) – b) existing (line 3).
2018) c) providing (line 5).
Texto associado d) understanding (line 8).
The correct relative pronoun to complete the blanks in the
sentence: people with higher incomes (_____ bought more 9. (IBGE - Analista - Processos Administrativos e Disci-
things and traveled more) had much higher carbon foot- plinares –Superior - FGV - 2016)
prints than people ______ lived more modestly is: TEXT II

a) which. The backlash against big data


b) when.
c) who. […]
d) whose.
Big data refers to the idea that society can do things with a
large body of data that weren’t possible when working with
smaller amounts. The term was originally applied a decade
LÍNGUA INGLESA

ago to massive datasets from astrophysics, genomics and


internet search engines, and to machine-learning systems
(for voice-recognition and translation, for example) that
work well only when given lots of data to chew on. Now
it refers to the application of data-analysis and statistics in
new areas, from retailing to human resources. The backlash

72
began in mid-March, prompted by an article in Science by David Lazer and others at Harvard and Northeastern University. It
showed that a big-data poster-child—Google Flu Trends, a 2009 project which identified flu outbreaks from search queries
alone—had overestimated the number of cases for four years running, compared with reported data from the Centres for
Disease Control (CDC). This led to a wider attack on the idea of big data.

The criticisms fall into three areas that are not intrinsic to big data per se, but endemic to data analysis, and have some me-
rit. First, there are biases inherent to data that must not be ignored. That is undeniably the case. Second, some proponents
of big data have claimed that theory (ie, generalisable models about how the world works) is obsolete. In fact, subject-area
knowledge remains necessary even when dealing with large data sets. Third, the risk of spurious correlations—associations
that are statistically robust but happen only by chance—increases with more data. Although there are new statistical tech-
niques to identify and banish spurious correlations, such as running many tests against subsets of the data, this will always
be a problem.

There is some merit to the naysayers’ case, in other words. But these criticisms do not mean that big-data analysis has no
merit whatsoever. Even the Harvard researchers who decried big data “hubris” admitted in Science that melding Google
Flu Trends analysis with CDC’s data improved the overall forecast—showing that big data can in fact be a useful tool. And
research published in PLOS Computational Biology on April 17th shows it is possible to estimate the prevalence of the flu
based on visits to Wikipedia articles related to the illness. Behind the big data backlash is the classic hype cycle, in which
a technology’s early proponents make overly grandiose claims, people sling arrows when those promises fall flat, but the
technology eventually transforms the world, though not necessarily in ways the pundits expected. It happened with the
web, and television, radio, motion pictures and the telegraph before it. Now it is simply big data’s turn to face the grumblers.

(From http://www.economist.com/blogs/economist explains/201 4/04/economist-explains-10)

The base form, past tense and past participle of the verb “fall” in “The criticisms fall into three areas” are, respectively:

a) fall-fell-fell;
b) fall-fall-fallen;
c) fall-fell-fallen;
d) fall-falled-fell;
e) fall-felled-falling.

10. (Prefeitura de Fortaleza - CE - Professor Substituto - Língua Inglesa –Superior - Prefeitura de Fortaleza - CE –
2018)

LÍNGUA INGLESA

The phrasal verb “bring out” (line 2) could be replaced with all verbs below, EXCEPT:

a) produce.
b) provide.
c) deliver.
d) rescue.

73
ANOTAÇÕES
GABARITO

1 ERRADO ___________________________________________________
2 CERTO ___________________________________________________
3 B ___________________________________________________
4 A
___________________________________________________
5 E
6 C ___________________________________________________
7 C ___________________________________________________
8 A
___________________________________________________
9 C
___________________________________________________
10 D
___________________________________________________

___________________________________________________

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ANOTAÇÕES

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ANOTAÇÕES

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ANOTAÇÕES

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ÍNDICE

MATEMÁTICA

Lógica proposicional..............................................................................................................................................................................................................01
Noções de conjuntos.............................................................................................................................................................................................................16
Relações e funções..................................................................................................................................................................................................................20
Funções polinomiais...............................................................................................................................................................................................................29
Funções exponenciais e logarítmicas..............................................................................................................................................................................38
Matrizes; Determinantes.......................................................................................................................................................................................................41
Sistemas lineares......................................................................................................................................................................................................................47
Sequências.................................................................................................................................................................................................................................50
Progressões aritméticas e progressões geométricas................................................................................................................................................51
Matemática financeira...........................................................................................................................................................................................................56
2. Classificação
LÓGICA PROPOSICIONAL
Proposição simples: não contém nenhuma outra
proposição como parte integrante de si mesma. São
geralmente designadas pelas letras latinas minúsculas
Definição: Todo o conjunto de palavras ou símbolos que p,q,r,s...
exprimem um pensamento de sentido completo. E depois da letra colocamos “:”
Nossa professora, bela definição!
Não entendi nada! Exemplo:
Vamos pensar que para ser proposição a frase tem que p: Marcelo é engenheiro.
fazer sentido, mas não só sentido no nosso dia a dia, mas q: Ricardo é estudante.
também no sentido lógico.
Para uma melhor definição dentro da lógica, para Proposição composta: combinação de duas ou
ser proposição, temos que conseguir julgar se a frase é mais proposições. Geralmente designadas pelas letras
verdadeira ou falsa. maiúsculas P, Q, R, S,...

Exemplos: Exemplo:
(A) A Terra é azul. P: Marcelo é engenheiro e Ricardo é estudante.
Conseguimos falar se é verdadeiro ou falso? Então é Q: Marcelo é engenheiro ou Ricardo é estudante.
uma proposição. Se quisermos indicar quais proposições simples fazem
(B) >2 parte da proposição composta:
P(p,q)
Como ≈1,41, então a proposição tem valor lógico Se pensarmos em gramática, teremos uma proposição
falso. composta quando tiver mais de um verbo e proposição
Todas elas exprimem um fato. simples, quando tiver apenas 1. Mas, lembrando que para
Agora, vamos pensar em uma outra frase: ser proposição, temos que conseguir definir o valor lógico.
O dobro de 1 é 2?
Sim, correto? 3. Conectivos
Correto. Mas é uma proposição?
Não! Porque sentenças interrogativas, não podemos
Agora que vamos entrar no assunto mais interessante e
declarar se é falso ou verdadeiro.
o que liga as proposições.
Bruno, vá estudar.
Antes, estávamos vendo mais a teoria, a partir dos
É uma declaração imperativa, e da mesma forma, não
conseguimos definir se é verdadeiro ou falso, portanto, não conectivos vem a parte prática.
é proposição.
Passei! 3.1. Definição
Ahh isso é muito bom, mas infelizmente, não podemos Palavras que se usam para formar novas proposições, a
de qualquer forma definir se é verdadeiro ou falso, porque partir de outras.
é uma sentença exclamativa. Vamos pensar assim: conectivos? Conectam alguma
Vamos ver alguns princípios da lógica: coisa?
I. Princípio da não Contradição: uma proposição não Sim, vão conectar as proposições, mas cada conectivo
pode ser verdadeira “e” falsa ao mesmo tempo. terá um nome, vamos ver?
II. Princípio do Terceiro Excluído: toda proposição “ou” é
verdadeira “ou” é falsa, isto é, verifica-se sempre um desses -Negação
casos e nunca um terceiro caso.

1. Valor Lógico das Proposições

Definição: Chama-se valor lógico de uma proposição a Exemplo


verdade, se a proposição é verdadeira (V), e a falsidade, se p: Lívia é estudante.
a proposição é falsa (F). ~p: Lívia não é estudante.
q: Pedro é loiro.
Exemplo ¬q: É falso que Pedro é loiro.
p: Thiago é nutricionista. r: Érica lê muitos livros.
V(p)=V essa é a simbologia para indicar que o valor ~r: Não é verdade que Érica lê muitos livros.
MATEMÁTICA

lógico de p é verdadeira, ou s: Cecilia é dentista.


V(p)=F ¬s: É mentira que Cecilia é dentista.
Basicamente, ao invés de falarmos, é verdadeiro ou
falso, devemos falar tem o valor lógico verdadeiro, tem
valor lógico falso.

1
-Conjunção TABELA-VERDADE

Com a tabela-verdade, conseguimos definir o valor


lógico de proposições compostas facilmente, analisando
cada coluna.
Se tivermos uma proposição p, ela pode ter V(p)=V ou
Nossa, são muitas formas de se escrever com a V(p)=F.
conjunção.
p
Não precisa decorar todos, alguns são mais usuais: “e”,
“mas”, “porém”. V
Exemplos F
p: Vinícius é professor.
q: Camila é médica. Quando temos duas proposições, não basta colocar só
VF, será mais que duas linhas.
p∧q: Vinícius é professor e Camila é médica.
p∧q: Vinícius é professor, mas Camila é médica.
p∧q: Vinícius é professor, porém Camila é médica. p q
V V
- Disjunção
V F
F V
F F
p: Vitor gosta de estudar.
q: Vitor gosta de trabalhar. Observe, a primeira proposição ficou VVFF
p∨q: Vitor gosta de estudar ou Vitor gosta de trabalhar. E a segunda intercalou VFVF
Vamos raciocinar, com uma proposição temos 2
- Disjunção Exclusiva possibilidades, com 2 proposições temos 4, tem que haver
Extensa: Ou...ou... um padrão para se tornar mais fácil!
Símbolo: ∨ As possibilidades serão 2n,
p: Vitor gosta de estudar.
q: Vitor gosta de trabalhar Onde:
p∨q Ou Vitor gosta de estudar ou Vitor gosta de n=número de proposições
trabalhar.

-Condicional
Extenso: Se..., então..., É necessário que, Condição p q r
necessária V V V
Símbolo: →
V F V
Exemplos V V F
p→q: Se chove, então faz frio. V F F
p→q: É suficiente que chova para que faça frio.
F V V
p→q: Chover é condição suficiente para fazer frio.
p→q: É necessário que faça frio para que chova. F F V
p→q: Fazer frio é condição necessária para chover. F V F
-Bicondicional F F F
Extenso: se, e somente se, ...
Símbolo: ↔ A primeira proposição, será metade verdadeira e
p: Lucas vai ao cinema. metade falsa.
q: Danilo vai ao cinema. A segunda, vamos sempre intercalar VFVFVF.
p↔q: Lucas vai ao cinema se, e somente se, Danilo vai E a terceira VVFFVVFF.
ao cinema. Agora, vamos ver a tabela verdade de cada um dos
operadores lógicos?
MATEMÁTICA

Referências
ALENCAR FILHO, Edgar de – Iniciação a lógica
matemática – São Paulo: Nobel – 2002.

2
-Negação -Condicional
p ~p Se chove, então faz frio.
Se choveu e fez frio.
V F Estamos dentro da possibilidade.(V)
F V Choveu e não fez frio.
Não está dentro do que disse. (F)
Se estamos negando uma coisa, ela terá valor lógico Não choveu e fez frio.
oposto, faz sentido, não? Ahh tudo bem, porque pode fazer frio se não chover,
certo?(V)
- Conjunção Não choveu, e não fez frio.
Eu comprei bala e chocolate, só vou me contentar se eu Ora, se não choveu, não precisa fazer frio. (V)
tiver as duas coisas, certo?
Se eu tiver só bala não ficarei feliz, e nem se tiver só p q p →q
chocolate. V V V
E muito menos se eu não tiver nenhum dos dois.
V F F
p q p ∧q F V V
V V V F F V
V F F -Bicondicional
F V F Ficarei em casa, se e somente se, chover.
F F F Estou em casa e está chovendo.
A ideia era exatamente essa. (V)
Estou em casa, mas não está chovendo.
-Disjunção
Você não fez certo, era só pra ficar em casa se chovesse.
Vamos pensar na mesma frase anterior, mas com o
(F)
conectivo “ou”.
Eu sai e está chovendo.
Eu comprei bala ou chocolate.
Aiaiai não era pra sair se está chovendo (F)
Eu comprei bala e também comprei a chocolate, está
Não estou em casa e não está chovendo.
certo pois poderia ser um dos dois ou os dois. Sem chuva, você pode sair, ta?(V)
Se eu comprei só bala, ainda estou certa, da mesma
forma se eu comprei apenas chocolate.
Agora se eu não comprar nenhum dos dois, não dará p q p ↔q
certo. V V V
p q p ∨q V F F
V V V F V F
V F V F F V
F V V
F F F
EXERCÍCIOS COMENTADOS
-Disjunção Exclusiva
Na disjunção exclusiva é diferente, pois OU comprei 1.(EBSERH – ÁREA MÉDICA – CESPE – 2018) A respeito
chocolate OU comprei bala. de lógica proposicional, julgue o item que se segue.
Ou seja, um ou outro, não posso ter os dois ao mesmo Se P, Q e R forem proposições simples e se ~R indicar a
tempo. negação da proposição R, então, independentemente dos
valores lógicos V = verdadeiro ou F = falso de P, Q e R, a
p q p ∨q proposição P→Q∨(~R) será sempre V.
V V F ( )CERTO ( )ERRADO
V F V
F V V Resposta: Errado
Se P for verdadeiro, Q falso e R falso, a proposição é
MATEMÁTICA

F F F falsa.

3
2. (TRT 7ª REGIÃO – CONHECIMENTOS BÁSICOS – a) V / V / F / F / F / F / F / F.
CESPE – 2017) b) V / V / F / V / V / F / F / V.
c) V / V / F / V / F / F / F / V.
Texto CB1A5AAA – Proposição P d) V / V / V / V / V / V / V / V.
e) V / V / V / F / V / V / V / F.
A empresa alegou ter pago suas obrigações previdenciá-
rias, mas não apresentou os comprovantes de pagamento; Resposta: Letra D
o juiz julgou, pois, procedente a ação movida pelo ex-em- A proposição S é composta por: (p∧q)→(r∨p)
pregado.
P Q R p∧q r∨p S(p∧q)→(r∨p)
A quantidade mínima de linhas necessárias na tabela-ver-
dade para representar todas as combinações possíveis para V V V V V V
os valores lógicos das proposições simples que compõem V V F V V V
a proposição P do texto CB1A5AAA é igual a
V F V F V V
a) 32. V F F F V V
b) 4. F V V F V V
c) 8.
d) 16. F V F F F V
F F V F V V
Resposta: Letra C.
F F F F F V
P: A empresa alegou ter pago suas obrigações previden-
ciárias.
Q: apresentou os comprovantes de pagamento.
TAUTOLOGIA
R: o juiz julgou, pois, procedente a ação movida pelo
ex-empregado.
Definição: Chama-se tautologia, toda proposição
Número de linhas: 2³=8
composta que terá a coluna inteira de valor lógico V.
Podemos ter proposições SIMPLES que são falsas e se a
3.(SERES-PE – AGENTE DE SEGURANÇA PENITENCI-
coluna da proposição composta for verdadeira é tautologia.
ÁRIA – CESPE – 2017) A partir das proposições simples
Vamos ver alguns exemplos.
P: “Sandra foi passear no centro comercial Bom Preço”, Q:
“As lojas do centro comercial Bom Preço estavam realizan-
A proposição ~(p∧p) é tautologia, pelo Princípio da
do liquidação” e R: “Sandra comprou roupas nas lojas do
não contradição. Está lembrado?
Bom Preço” é possível formar a proposição composta S:
Princípio da não Contradição: uma proposição não
“Se Sandra foi passear no centro comercial Bom Preço e se
pode ser verdadeira “e” falsa ao mesmo tempo.
as lojas desse centro estavam realizando liquidação, então
Sandra comprou roupas nas lojas do Bom Preço ou Sandra
foi passear no centro comercial Bom Preço”. Considerando P ~p p∧~p ~(p∧~p)
todas as possibilidades de as proposições P, Q e R serem V F F V
verdadeiras (V) ou falsas (F), é possível construir a tabela-
-verdade da proposição S, que está iniciada na tabela mos- F V F V
trada a seguir.
A proposição p∨ ~p é tautológica, pelo princípio do
Terceiro Excluído.
Princípio do Terceiro Excluído: toda proposição “ou” é
verdadeira “ou” é falsa, isto é, verifica-se sempre um desses
casos e nunca um terceiro caso.

P ~p p∨~p
V F V
F V V

Esses são os exemplos mais simples, mas normalmente


conseguiremos resolver as questões com base na tabela
MATEMÁTICA

verdade, por isso insisto que a tabela verdade dos


operadores, têm que estar na “ponta da língua”, quase
Completando a tabela, se necessário, assinale a opção que como a tabuada da matemática.
mostra, na ordem em que aparecem, os valores lógicos na Veremos outros exemplos.
coluna correspondente à proposição S, de cima para baixo.

4
Exemplo 1
Vamos pensar nas proposições: EXERCÍCIO COMENTADO
P: João é estudante.
Q: Mateus é professor.
1.(INSS – ANALISTA DO SEGURO SOCIAL – CESPE –
Se João é estudante, então João é estudante ou Mateus 2016) Com relação a lógica proposicional, julgue o item
é professor. subsequente.
Considerando-se as proposições simples “Cláudio pratica
Em simbologia: p→p∨q esportes” e “Cláudio tem uma alimentação balanceada”, é
correto afirmar que a proposição “Cláudio pratica esportes
P Q p∨ q p→p∨q ou ele não pratica esportes e não tem uma alimentação
V V V V balanceada” é uma tautologia.

V F V V
( ) CERTO ( ) ERRADO
F V V V
F F F V Resposta: Errado
p: Cláudio pratica esportes.
A coluna inteira da proposição composta deu q: Cláudio tem uma alimentação balanceada.
verdadeiro, então é uma tautologia. (p∨~p)∧~q

Exemplo 2
P ~P Q ~q p∨~P (p∨~p)∧~q
Com as mesmas proposições anteriores:
João é estudante ou não é verdade que João é estudante V F V F V F
e Mateus é professor. V F F V V V
p∨~(p∧q) F V V F V F
P Q p∧q ~(p∧q) p∨~(p∧q) F V F V V V
V V V F V
V F F V V EQUIVALÊNCIAS LÓGICAS
F V F V V
Diz-se que uma proposição P(p,q,r..) é logicamente
F F F V V equivalente ou equivalente a uma proposição Q(p,r,s..) se as
tabelas-verdade dessas duas proposições são IDÊNTICAS.
Novamente, coluna deu inteira com valor lógico Para indicar que são equivalentes, usaremos a seguinte
verdadeiro, é tautologia. notação:
P(p,q,r..) ⇔ Q(p,r,s..)
Exemplo 3
Se João é estudante ou não é estudante, então Mateus Essa parte de equivalência é um pouco mais chatinha,
é professor. mas conforme estudamos, vou falando algumas dicas.

1. Regra da Dupla negação


P Q ~p p∨~p p∨~p→q
V V F V V ~~p⇔p
V F F V F p ~p ~~p
F V V V V V F V
F F V V F F V F

Deu pelo menos uma falsa e agora? São iguais, então ~~p⇔p
Não é tautologia.
2. Regra de Clavius
Referências
ALENCAR FILHO, Edgar de. Iniciação a lógica matemática. ~p→p⇔p
São Paulo: Nobel – 2002.
MATEMÁTICA

p ~p ~p→p
V F V
F V F

5
3. Regra de Absorção b) p ∨ q ⇔ q ∨ p
p q p∨q q∨p
p→p∧q⇔p→q
V V V V
p q p∧ q p→p∧q p→q V F V V
V V V V V F V V V
V F F F F F F F F
F V F V V
c) p ∨ q ⇔ q ∨ p
F F F V V
p q p∨q q ∨ p
4. Condicional V V F F
V F V V
Gostaria da sua atenção aqui, pois as condicionais são
as mais pedidas nos concursos. F V V V
F F F F
A condicional p→q e a disjunção ~p∨q, têm tabelas-
verdades idênticas

p ~p q p∧q p→q ~p∨q d) p ↔ q ⇔ q ↔ p

V F V V V V p q p↔q q↔p

V F F F F F V V V V

F V V F V V V F F F

F V F F V V F V F F
F F V V
Exemplo
p: Coelho gosta de cenoura Equivalências notáveis:
q: Coelho é herbívoro.

p→q: Se coelho gosta de cenoura, então coelho é 1 - Distribuição (equivalência pela distributiva)
herbívoro.
~p∨q: Coelha não gosta de cenoura ou coelho é a) p ∧ (q ∨ r) ⇔ (p ∧ q) ∨ (p ∧ r)
herbívoro

A condicional ~p→~q é equivalente a disjunção p∨~q p q r q p ∧ (q p∧ p (p ∧ q) ∨ (p


∨r ∨ r) q ∧r ∧ r)
p q ~p ~q ~p→~q p∨~q V V V V V V V V
V V F F V V V V F V V V F V
V F F V V V V F V V V F V V
F V V F F F V F F F F F F F
F F V V V V F V V V F F F F
Equivalências fundamentais (Propriedades F V F V F F F F
Fundamentais): a equivalência lógica entre as proposições F F V V F F F F
goza das propriedades simétrica, reflexiva e transitiva.
F F F F F F F F
1 – Simetria (equivalência por simetria)

a) p ∧ q ⇔ q ∧ p
p q p∧q q∧p
V V V V
MATEMÁTICA

V F F F
F V F F
F F F F

6
b) p ∨ (q ∧ r) ⇔ (p ∨ q) ∧ (p ∨ r) 3 – Idempotência

a) p ⇔ (p ∧ p)
p q r q p ∨ (q p∨ p (p ∨ q) ∧ (p
∧r ∧ r) q ∨r ∨ r) Para ficar mais fácil o entendimento, vamos fazer duas
colunas com p
V V V V V V V V
V V F F V V V V p p p∧ p
V F V F V V V V V V V
V F F F V V V V F F F
F V V V V V V V
b) p ⇔ (p ∨ p)
F V F F F V F F
F F V F F F V F p p p∨ p
F F F F F F F F V V V

2 - Associação (equivalência pela associativa) F F F

a) p ∧ (q ∧ r) ⇔ (p ∧ q) ∧ (p ∧ r) 4 - Pela contraposição: de uma condicional gera-


se outra condicional equivalente à primeira, apenas
invertendo-se e negando-se as proposições simples que as
p q r q p ∧ (q ∧ r) p∧q p (p ∧ q) ∧ (p compõem.
∧r ∧r ∧ r) Da mesma forma que vimos na condicional mais
V V V V V V V V acima, temos outros modos de definir a equivalência da
V V F F F V F F condicional que são de igual importância.
V F V F F F V F
1º caso: (p → q) ⇔ (~q → ~p)
V F F F F F F F
F V V V F F F F p q ~p ~q p→q ~q → ~p
F V F F F F F F V V F F V V
F F V F F F F F V F F V F F
F F F F F F F F F V V F V V
b) p ∨ (q ∨ r) ⇔ (p ∨ q) ∨ (p ∨ r) F F V V V V
2º caso: (~p → q) ⇔ (~q → p)
p q r q p ∨ (q p∨ p (p ∨ q) ∨ (p
∨r ∨ r) q ∨r ∨ r) p q ~p ~p → q ~q ~q → p
V V V V V V V V V V F V F V
V V F V V V V V V F F V V V
V F V V V V V V F V V V F V
V F F F V V V V F F V F V F
F V V V V V V V
3º caso: (p → ~q) ⇔ (q → ~p)
F V F V V V F V
F F V V V F V V
p q ~q p → ~q ~p q → ~p
F F F F F F F F
V V F F F F
V F V V F V
F V F V V V
MATEMÁTICA

F F V V V V

7
5 - Pela bicondicional Observe a tabela verdade dessas quatro proposições:

a) (p ↔ q) ⇔ (p → q) ∧ (q → p), por definição p q ~p ~q p→ q→ ~p → ~q →


q p ~q ~p
p q p↔q p→q q→p (p → q) ∧ (q → p) V V F F V V V V
V V V V V V V F F V F V V F
V F F F V F F V V F V F F V
F V F V F F F F V V V V V V
F F V V V V
Observamos ainda que a condicional p → q e a sua
recíproca q → p ou a sua contrária ~p → ~q NÃO SÃO
b) (p ↔ q) ⇔ (~q → ~p) ∧ (~p → ~q) EQUIVALENTES.

p q p↔ ~q ~p ~q → ~p → (~q → ~p) ∧
q ~p ~q (~p → ~q) EXERCÍCIOS COMENTADOS
V V V F F V V V
V F F V F F V F 1. (TRF 1ª REGIÃO – TÉCNICO JUDICIÁRIO – CESPE –
2017) A partir da proposição P: “Quem pode mais, chora
F V F F V V F F menos.”, que corresponde a um ditado popular, julgue o
F F V V V V V V próximo item.
Do ponto de vista da lógica sentencial, a proposição P é
c) (p ↔ q) ⇔ (p ∧ q) ∨ (~p ∧ ~q) equivalente a “Se pode mais, o indivíduo chora menos”.

( ) CERTO ( ) ERRADO
p q p p∧ ~p ~q ~p ∧ (p ∧ q) ∨ (~p
↔ q ~q ∧ ~q) Resposta: Certo
q Uma dica é que normalmente quando tem vírgula é con-
V V V V F F F V dicional, não é regra, mas acontece quando você não
V F F F F V F F acha o conectivo.

F V F F V F F F 2. (PC-PE – PERITO PAPILOSCOPISTA – CESPE – 2016)


F F V F V V V V
Texto CG1A06AAA
6 - Pela exportação-importação
A Polícia Civil de determinado município prendeu, na sex-
[(p ∧ q) → r] ⇔ [p → (q → r)]
ta-feira, um jovem de 22 anos de idade suspeito de ter co-
metido assassinatos em série. Ele é suspeito de cortar, em
p q r p∧q (p ∧ q) → r q→r p → (q → r) três partes, o corpo de outro jovem e de enterrar as partes
V V V V V V V em um matagal, na região interiorana do município. Ele é
suspeito também de ter cometido outros dois esquarteja-
V V F V F F F
mentos, já que foram encontrados vídeos em que ele su-
V F V F V V V postamente aparece executando os crimes
V F F F V V V Assinale a opção que é logicamente equivalente à propo-
sição “Ele é suspeito também de ter cometido outros dois
F V V F V V V
esquartejamentos, já que foram encontrados vídeos em
F V F F V F V que ele supostamente aparece executando os crimes”, pre-
F F V F V V V sente no texto CG1A06AAA.
F F F F V V V a) Se foram encontrados vídeos em que ele supostamen-
Proposições Associadas a uma Condicional (se, então) te aparece executando os dois esquartejamentos, ele é
suspeito também de ter cometido esses crimes.
MATEMÁTICA

Chama-se proposições associadas a p → q as três b) Ele não é suspeito de outros dois esquartejamentos, já
proposições condicionadas que contêm p e q: que não foram encontrados vídeos em que ele suposta-
– Proposições recíprocas: p → q: q → p mente aparece executando os crimes.
– Proposição contrária: p → q: ~p → ~q c) Se não foram encontrados vídeos em que ele suposta-
– Proposição contrapositiva: p → q: ~q → ~p
mente aparece executando os dois esquartejamentos,

8
ele não é suspeito desses crimes.
d) Como ele é suspeito de ter cometido também dois esquartejamentos, foram encontrados vídeos em que ele suposta-
mente aparece executando os crimes.
e) Foram encontrados vídeos em que ele supostamente aparece executando os dois esquartejamentos, pois ele é também
suspeito de ter cometido esses crimes.

Resposta: A
A expressão já que=pois
Que se for escrita com a condicional, devemos mudar as proposições de lugar.
Se foram encontrados vídeos em que ele supostamente aparece executando os dois esquartejamentos, ele é suspeito
também de ter cometido esses crimes.

Referências
ALENCAR FILHO, Edgar de – Iniciação a lógica matemática – São Paulo: Nobel – 2002.
CABRAL, Luiz Cláudio Durão; NUNES, Mauro César de Abreu - Raciocínio lógico passo a passo – Rio de Janeiro: Elsevier,
2013.

Negação de uma proposição composta

Definição: Quando se nega uma proposição composta primitiva, gera-se outra proposição também composta e
equivalente à negação de sua primitiva.
Ou seja, muitas vezes para os exercícios teremos que saber qual a equivalência da negação para compor uma frase, por
exemplo.

Negação de uma conjunção (Lei de Morgan)

Para negar uma conjunção, basta negar as partes e trocar o conectivo conjunção pelo conectivo disjunção.

~(p ∧ q) ⇔ (~p ∨ ~q)


p q ~p ~q p∧q ~(p ∧ q) ~p ∨ ~q
V V F F V F F
V F F V F V V
F V V F F V V
F F V V F V V

Negação de uma disjunção (Lei de Morgan)

Para negar uma disjunção, basta negar as partes e trocar o conectivo-disjunção pelo conectivo-conjunção.

~(p ∨ q) ⇔ (~p ∧ ~q)


p q ~p ~q p∨q ~(p ∨ q) ~p ∧ ~q
V V F F V F F
V F F V V F F
F V V F V F F
F F V V F V V

Resumindo as negações, quando é conjunção nega as duas e troca por “ou”


Quando for disjunção, nega tudo e troca por “e”.
MATEMÁTICA

9
Negação de uma disjunção exclusiva

~(p ∨ q) ⇔ (p ↔ q)
p q p∨q ~( p∨q) p↔q
V V F V V
V F V F F
F V V F F
F F F V V

Negação de uma condicional

Famoso MANE
Mantém a primeira e nega a segunda.

~(p → q) ⇔ (p ∧ ~q)
p q p→q ~q ~(p → q) p ∧ ~q
V V V F F F
V F F V V V
F V V F F V
F F V V F F

Negação de uma bicondicional

~(p ↔ q) = ~[(p → q) ∧ (q → p)] ⇔ [(p ∧ ~q) ∨ (q ∧ ~p)]

P Q p↔q p→q q→p p → q) ∧ (q → p)] ~[(p → q) ∧ (q → p ∧ ~q q ∧ ~p [(p ∧ ~q) ∨ (q ∧


p)] ~p)]
V V V V V V F F F F
V F F F V F V V F V
F V F V F F V F V V
F F V V V V F F F F

Dupla negação (Teoria da Involução)

a) De uma proposição simples: p ⇔ ~ (~p)

P ~P ~ (~p)
V F V
F V F

b) De uma condicional: Definição: A dupla negação de uma condicional dá-se da seguinte forma: nega-se a 1ª parte da
condicional, troca-se o conectivo-condicional pela disjunção e mantém-se a 2ª parte.
Demonstração: Seja a proposição primitiva: p → q nega-se pela 1ª vez: ~(p → q) ⇔ p ∧ ~q nega-se pela 2ª vez: ~(p ∧
~q) ⇔ ~p ∨ q
Conclusão: Ao negarmos uma proposição primitiva duas vezes consecutivas, a proposição resultante será equivalente à
sua proposição primitiva. Logo, p → q ⇔ ~p ∨ q
MATEMÁTICA

10
OBSERVAÇÃO: A fórmula argumentativa P1 ∧ P2 ∧ ...
∧ Pn → Q, também poderá ser representada pela seguinte
EXERCÍCIOS COMENTADOS forma:

1. (TRF 1ª REGIÃO – TÉCNICO JUDICIÁRIO – CESPE –


2017) A partir da proposição P: “Quem pode mais, chora
menos.”, que corresponde a um ditado popular, julgue o
próximo item.
A negação da proposição P pode ser expressa por “Quem
não pode mais, não chora menos”
1. Argumentos válidos
( ) CERTO ( ) ERRADO
Um argumento é válido quando a conclusão é verdadeira
Resposta: Errado. (V), sempre que as premissas forem todas verdadeiras (V).
Negação de uma condicional: mantém a primeira e nega Dizemos, também, que um argumento é válido quando a
a segunda conclusão é uma consequência obrigatória das verdades
de suas premissas.
2. (PC-PE – PERITO CRIMINAL – CESPE – 2016) Consi- Argumentos inválidos
dere as seguintes proposições para responder a questão. Um argumento é dito inválido (ou falácia, ou ilegítimo
ou mal construído), quando as verdades das premissas são
P1: Se há investigação ou o suspeito é flagrado cometendo insuficientes para sustentar a verdade da conclusão. Caso a
delito, então há punição de criminosos. conclusão seja falsa, decorrente das insuficiências geradas
pelas verdades de suas premissas, tem-se como conclusão
P2: Se há punição de criminosos, os níveis de violência não
uma contradição (F).
tendem a aumentar.
2. Métodos para testar a validade dos argumentos
P3: Se os níveis de violência não tendem a aumentar, a po-
pulação não faz justiça com as próprias mãos.
(IF-BA – ADMINISTRADOR – FUNRIO – 2016)
Assinale a opção que apresenta uma negação correta da Ou João é culpado ou Antônio é culpado. Se Antônio é
proposição P1. inocente então Carlos é inocente. João é culpado se e
somente se Pedro é inocente. Ora, Pedro é inocente. Logo,
a) Se não há punição de criminosos, então não há investi- a) Pedro e Antônio são inocentes e Carlos e João são
gação ou o suspeito não é flagrado cometendo delito. culpados.
b) Há punição de criminosos, mas não há investigação nem b) Pedro e Carlos são inocentes e Antônio e João são
o suspeito é flagrado cometendo delito. culpados.
c) Há investigação ou o suspeito é flagrado cometendo de- c) Pedro e João são inocentes e Antônio e Carlos são
lito, mas não há punição de criminosos. culpados.
d) Se não há investigação ou o suspeito não é flagrado d) Antônio e Carlos são inocentes e Pedro e João são
cometendo delito, então não há punição de criminosos. culpados.
e) Se não há investigação e o suspeito não é flagrado co- e) Antônio, Carlos e Pedro são inocentes e João é
metendo delito, então não há punição de criminosos. culpado.

Resposta: Letra C Resposta: Letra E.


Famoso MANE Vamos começar de baixo pra cima.
Mantém a primeira e nega a segunda.
Há investigação ou o suspeito é flagrado cometendo Ou João é culpado ou Antônio é culpado.
Se Antônio é inocente então Carlos é inocente.
delito e não há punição de criminosos.
João é culpado se e somente se Pedro é inocente.
Ora, Pedro é inocente.
No caso, a questão ao invés de “e”utilizou mas (V)

Sabendo que Pedro é inocente,


ARGUMENTOS João é culpado se e somente se Pedro é inocente.
João é culpado, pois a bicondicional só é verdadeira se
Um argumento é um conjunto finito de premissas ambas forem verdadeiras ou ambas falsas.
MATEMÁTICA

(proposições), sendo uma delas a consequência das demais.


Tal premissa (proposição), que é o resultado dedutivo ou João é culpado se e somente se Pedro é inocente
consequência lógica das demais, é chamada conclusão. Um (V) (V)
argumento é uma fórmula: P1 ∧ P2 ∧ ... ∧ Pn → Q Ora, Pedro é inocente
(V)

11
Sabendo que João é culpado, vamos analisar a primeira O quantificador universal
premissa. O quantificador universal, usado para transformar
Ou João é culpado ou Antônio é culpado. sentenças (proposições) abertas em proposições fechadas,
Então, Antônio é inocente, pois a disjunção exclusiva só é indicado pelo símbolo “∀”, que se lê: “qualquer que seja”,
é verdadeira se apenas uma das proposições for. “para todo”, “para cada”.
Se Antônio é inocente então Carlos é inocente.
Exemplo:
Carlos é inocente, pois sendo a primeira verdadeira, a
condicional só será verdadeira se a segunda proposição (∀x)(x + 2 = 6)
também for. Lê-se: “Qualquer que seja x, temos que x + 2 = 6” (falsa).
É falso, pois não podemos colocar qualquer x para a
Então, temos: afirmação ser verdadeira.
Pedro é inocente, João é culpado, António é inocente e O quantificador existencial
Carlos é inocente. O quantificador existencial é indicado pelo símbolo “∃”
que se lê: “existe”, “existe pelo menos um” e “existe um”.

EXERCÍCIO COMENTADO Exemplos:


(∃x)(x + 5 = 9)
Lê-se: “Existe um número x, tal que x + 5 = 9” (verdadeira).
1. (DPU – AGENTE ADMINISTRATIVO – CESPE – 2016)
Considere que as seguintes proposições sejam verdadeiras.
Nesse caso, existe um número, ahh tudo bem... claro que
• Quando chove, Maria não vai ao cinema.
• Quando Cláudio fica em casa, Maria vai ao cinema. existe algum número que essa afirmação será verdadeira.
• Quando Cláudio sai de casa, não faz frio.
• Quando Fernando está estudando, não chove. Ok? Sem maiores problemas, certo?
• Durante a noite, faz frio.
Tendo como referência as proposições apresentadas, jul- Representação de uma proposição quantificada
gue o item subsecutivo.
Se Maria foi ao cinema, então Fernando estava estudando. (∀x)(x ∈ N)(x + 3 > 15)
Quantificador: ∀
( ) CERTO ( ) ERRADO Condição de existência da variável: x ∈ N.
Predicado: x + 3 > 15.
Resposta: Errado
• Durante a noite, faz frio.
(∃x)[(x + 1 = 4) ∧ (7 + x = 10)]
V
Quantificador: ∃
• Quando Cláudio sai de casa, não faz frio. Condição de existência da variável: não há.
F F Predicado: “(x + 1 = 4) ∧ (7 + x = 10)”.

• Quando Cláudio fica em casa, Maria vai ao cinema. Negações de proposições quantificadas ou funcionais
V V Seja uma sentença (∀x)(A(x)).
Negação: (∃x)(~A(x))
• Quando chove, Maria não vai ao cinema.
F F Exemplo
(∀x)(2x-1=3)
• Quando Fernando está estudando, não chove. Negação: (∃x)(2x-1≠3)
V/F V Seja uma sentença (∃x)(Q(x)).
Portanto, Se Maria foi ao cinema, então Fernando estava Negação: (∀x)(~Q(x)).
estudando. (∃x)(2x-1=3)
Não tem como ser julgado. Negação: (∀x)(2x-1≠3)

1. Definição das proposições


DIAGRAMAS LÓGICOS
Todo A é B.
As questões de Diagramas lógicos envolvem as
proposições categóricas (todo, algum, nenhum), cuja O conjunto A está contido no conjunto B, assim todo
solução requer que desenhemos figuras, os chamados elemento de A também é elemento de B.
diagramas.
MATEMÁTICA

Quantificadores são elementos que, quando associados


às sentenças abertas, permitem que as mesmas sejam
avaliadas como verdadeiras ou falsas, ou seja, passam a ser
qualificadas como sentenças fechadas.

12
Podemos representar de duas maneiras: Algum A é B.

Quer dizer que há pelo menos 1 elemento de A em


comum com o conjunto B

Temos 4 representações possíveis

a) os dois conjuntos possuem uma parte dos elementos


em comum.

Quando “todo A é B” é verdadeira, vamos ver como


ficam os valores lógicos das outras?

Pensemos nessa frase: Toda criança é linda.

Nenhum A é B é necessariamente falsa.


Nenhuma criança é linda, mas eu não acabei de falar
que TODA criança é linda? Por isso é falsa.

Algum A é B é necessariamente verdadeira. b) Todos os elementos de A estão em B.


Alguma Criança é linda, sim, se todas são 1, 2, 3...são
lindas.

Algum A não é B necessariamente é falsa, pois A está


contido em B.
Alguma criança não é linda, bem como já vimos
impossível, pois todas são.

Nenhum A é B.

A e B não terão elementos em comum.

c) Todos os elementos de B estão em A

Quando “nenhum A é B” é verdadeira, vamos ver como


ficam os valores lógicos das outras?
Frase: Nenhum cachorro é gato. (sim, eu sei. Frase
extrema, mas assim é bom para entendermos..hehe)

Todo A é B é necessariamente falsa.


Todo cachorro é gato, faz sentido? Nenhum, não é?
Algum A é B é necessariamente falsa.
Algum cachorro é gato, ainda não faz sentido.
MATEMÁTICA

Algum A não é B necessariamente verdadeira.


Algum cachorro não é gato. Ah, sim! Espero que todos
não sejam, mas se já está dizendo “algum” vou concordar.

13
d) O conjunto A é igual ao conjunto B. b) Todos os elementos de B estão em A.

Quando “algum A é B” é verdadeira, vamos ver como c) Não há elementos em comum entre os dois conjun-
ficam os valores lógicos das outras? tos.
Frase: Algum copo é de vidro.

Nenhum A é B é necessariamente falsa.


Nenhum copo é de vidro.
Com frase fica mais fácil né? Porque assim, conseguimos
ver que é falsa, pois acabei de falar que algum copo é de
vidro, ou seja, tenho pelo menos 1 copo de vidro.

Todo A é B.
Não conseguimos determinar, podendo ser verdadeira
ou falsa (podemos analisar também os diagramas
mostrados nas figuras a e c).
Todo copo é de vidro.
Pode ser que sim, ou não. Quando “algum A não é B” é verdadeira, vamos ver
como ficam os valores lógicos das outras?
Algum A não é B. Vamos fazer a frase contrária do exemplo anterior.
Não conseguimos determinar, podendo ser verdadeira Frase: Algum copo não é de vidro.
ou falsa (contradiz com as figuras b e d)
Algum copo não é de vidro. Nenhum A é B é indeterminada (contradição com as
Como não sabemos se todos os copos são de vidros, figuras a e b).
pode ser verdadeira. Nenhum copo é de vidro, algum não é, mas não sei se
todos não são de vidro.
Algum A não é B.
O conjunto A tem pelo menos um elemento que não Todo A é B é necessariamente falsa.
pertence ao conjunto B. Todo copo é de vidro, mas eu disse que algum copo
não era.
Aqui teremos 3 modos de representar: Algum A é B é indeterminada.
Algum copo é de vidro, não consigo determinar se tem
a) Os dois conjuntos possuem uma parte dos elemen- algum de vidro ou não.
tos em comum.
MATEMÁTICA

14
Resposta: Letra E.
EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (PC-RS – ESCRIVÃO – FUNDATEC – 2018) Supondo a


verdade da sentença aberta: Alguns investigados são ad-
vogados mas nem todos os investigados têm domicílio co-
nhecido. Podemos deduzir a verdade da alternativa:

a) Todos investigados são advogados e têm domicílio co-


nhecido.
b) Todos investigados são advogados e não têm domicílio
conhecido.
3. (SEPOG-RO – TÉCNICO EM TECNOLOGIA DA IN-
c) Alguns investigados são advogados e têm domicílio co- FORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO – FGV – 2017) Conside-
nhecido. re a afirmação:
d) Alguns investigados são advogados e alguns investiga-
dos têm domicílio conhecido. “Toda pessoa que faz exercícios não tem pressão alta”.
e) Alguns investigados são advogados e alguns investiga-
dos não têm domicílio conhecido. De acordo com essa afirmação é correto concluir que

a) se uma pessoa tem pressão alta então não faz exercícios.


Resposta: Letra E
b) se uma pessoa não faz exercícios então tem pressão alta.
Nem todos os investigados têm domicilio = Existem in- c) se uma pessoa não tem pressão alta então faz exercícios.
vestigados que não têm domicilio. d) existem pessoas que fazem exercícios e que têm pressão
alta.
2. (UFES – ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO – UFES e) não existe pessoa que não tenha pressão alta e não faça
– 2017) Em um determinado grupo de pessoas, exercícios.

Resposta: Letra A
• todas as pessoas que praticam futebol também praticam
Se toda pessoa que faz exercício não tem pressão alta, ora,
natação,
se a pessoa tem pressão alta, então não faz exercício.
• algumas pessoas que praticam tênis também praticam
futebol, Referências
• algumas pessoas que praticam tênis não praticam nata- CARVALHO, S. Raciocínio Lógico Simplificado. Série
ção. Provas e Concursos, 2010.

É CORRETO afirmar que no grupo


SEQUÊNCIAS NUMÉRICAS
a) todas as pessoas que praticam natação também prati-
1. Definição
cam tênis.
b) todas as pessoas que praticam futebol também praticam O diário do professor é composto pelos nomes de seus
tênis. alunos e esses nomes obedecem a uma ordem (são es-
c) algumas pessoas que praticam natação não praticam fu- critos em ordem alfabética). Essa lista de nomes (diário)
tebol. pode ser considerada uma sequência. Os dias do mês são
d) algumas pessoas que praticam natação não praticam dispostos no calendário obedecendo a certa ordem que
tênis. também é um tipo de sequência. Assim, sequências estão
presentes no nosso dia a dia com mais frequência que você
e) algumas pessoas que praticam tênis não praticam fute-
pode imaginar.
bol.
A definição formal de sequência é todo conjunto ou
grupo no qual os seus elementos estão escritos em uma
MATEMÁTICA

determinada ordem ou padrão. No estudo da matemáti-


ca estudamos obviamente, as sequências numéricas.
Ao representarmos uma sequência numérica, deve-
mos colocar seus elementos entre parênteses. Veja alguns
exemplos de sequências numéricas:

15
Ex: (2,4,6,8,10,12,…) - números pares positivos. 2. (FCC-2016) A sequência numérica 1/2, 3/4, 5/6, 7/8;...é
Ex: (1,2,3,4,5,6,7,8,9,10,11...) - números naturais. ilimitada e criada seguindo o mesmo padrão lógico. A dife-
Ex: (10,20,30,40,50...) - números múltiplos de 10. rença entre o 500º e o 50º termos dessa sequência é igual a:
Ex: (10,15,20,30) - múltiplos de 5, maiores que 5 e me- a) 0,9
nores que 35. b) 9
Pelos exemplos, observou-se dois tipos básicos de se- c) 0,009
quências: d) 0,09
Sequência finita: Sequência numérica onde a quanti- e) 0,0009
dade dos elementos é finita.
Resposta: Letra C.
Sequência infinita: Sequência que seus elementos se-
2n−1
guem ao infinito. Utilizando o termo geral dessa sequência an = ,
2n
2. Representação facilmente a500 e a50 são identificados. Substituindo
para n=500 e n=50, chega-se ao resultado.
Em uma sequencia numérica qualquer, o primeiro termo
será representado por uma letra minúscula seguido de sua
posição na sequência. Assim, o primeiro termo é representa-
do por , o segundo termo é , o terceiro e assim por diante. NOÇÕES DE CONJUNTOS

#FicaDica TEORIA DOS CONJUNTOS

Na matemática, achar uma expressão que 1. Representação


possa descrever a sequência numérica em
função da posição do termo na mesma torna- - Enumerando todos os elementos do conjunto: S={1,
se conveniente e necessário para se usar essa 2, 3, 4, 5}
teoria. Os exemplos a seguir exemplificam esse - Simbolicamente: B={x∈ N|2<x<8}, enumerando esses
conceito: elementos temos:
B={3,4,5,6,7}
Ex: (1,2,3,4,…)→Essa sequência pode ser descrita como - por meio de diagrama:
sendo: . Ou seja, qualquer termo da sequência é exatamen-
te o valor de sua posição.

Ex: (5,8,11,14,…)→Essa sequência pode ser descrita


como sendo: . Ou seja, qualquer termo da sequência é o
triplo da sua posição somado 2.

Ex: (0,3,8,15,…)→ Essa sequência pode ser descrita como


sendo: . Ou seja, qualquer termo da sequência é o quadra-
do da sua posição subtraído 1.
Essa expressão de an é definida como expressão do
termo geral da sequência.

Quando um conjunto não possuir elementos chamares


de conjunto vazio: S=∅ ou S={ }.
EXERCÍCIO COMENTADO
2. Igualdade
1. (FCC-2016 – MODIFICADO) Determine o termo geral
an da sequência numérica 1 , 3 , 5 , 7 , … , an Dois conjuntos são iguais se, e somente se, possuem
2 4 6 8 exatamente os mesmos elementos. Em símbolo:

Resposta:
Mediante análise dos termos da sequência, nota-se que
MATEMÁTICA

termo geral é Para saber se dois conjuntos A e B são iguais, precisamos


2n − 1 saber apenas quais são os elementos.
an = Não importa ordem:
2n A={1,2,3} e B={2,1,3}

16
Não importa se há repetição: Interseção
A={1,2,2,3} e B={1,2,3} A interseção dos conjuntos A e B é o conjunto formado
pelos elementos que são ao mesmo tempo de A e de B, e é
3. Relação de Pertinência representada por: A∩B.
Simbolicamente: A∩B={x|x∈A e xB}
Relacionam um elemento com conjunto. E a indicação
que o elemento pertence (∈) ou não pertence (∉)
Exemplo: Dado o conjunto A={-3, 0, 1, 5}
0∈A
2∉A

4. Relações de Inclusão

Relacionam um conjunto com outro conjunto.


Simbologia: ⊂(está contido), ⊄(não está contido), Exemplo:
⊃(contém), (não contém) A={a,b,c,d,e} e B={d,e,f,g}
A∩B={d,e}
A Relação de inclusão possui 3 propriedades:
6.2. Diferença
Exemplo:
{1, 3,5}⊂{0, 1, 2, 3, 4, 5} Uma outra operação entre conjuntos é a diferença, que
{0, 1, 2, 3, 4, 5}⊃{1, 3,5} a cada par A, B de conjuntos faz corresponder o conjunto
Aqui vale a famosa regrinha que o professor ensina, definido por:
boca aberta para o maior conjunto. A – B ou A\B que se diz a diferença entre A e B ou o
complementar de B em relação a A.
5. Subconjunto A este conjunto pertencem os elementos de A que não
pertencem a B.
O conjunto A é subconjunto de B se todo elemento de
A é também elemento de B.
Exemplo: {2,4} é subconjunto de {x∈N|x é par}

6. Operações

6.1. União

Dados dois conjuntos A e B, existe sempre um terceiro


formado pelos elementos que pertencem pelo menos A\B = {x : x∈A e x∉B}.
um dos conjuntos a que chamamos conjunto união e B-A = {x : x∈B e x∉A}.
representamos por: A∪B.
Formalmente temos: A∪B={x|x∈A ou x B}

Exemplo:
A={1,2,3,4} e B={5,6}
A∪B={1,2,3,4,5,6}

Exemplo:
A = {0, 1, 2, 3, 4, 5} e B = {5, 6, 7}
Então os elementos de A – B serão os elementos do
conjunto A menos os elementos que pertencerem ao
conjunto B.
Portanto A – B = {0, 1, 2, 3, 4}.
MATEMÁTICA

17
Resposta: Letra A.

6.3. Complementar

O complementar do conjunto A( ) é o conjunto formado


pelos elementos do conjunto universo que não pertencem a A.

Fórmulas da união

n(A∪B)=n(A)+n(B)-n(A∩B)
n(A∪ B∪ C)=n(A)+n(B)+n(C)+n(A∩B∩C)-n(A∩B)-
n(A∩C)-n(B C)
Primeiro, quando temos 3 diagramas, sempre começa-
Essas fórmulas muitas vezes nos ajudam, pois ao invés mos pela interseção dos 3, depois interseção a cada 2 e
de fazer todo o digrama, se colocarmos nessa fórmula, o por fim, cada um
resultado é mais rápido, o que na prova de concurso é
interessante devido ao tempo.
Mas, faremos exercícios dos dois modos para você
entender melhor e perceber que, dependendo do exercício
é melhor fazer de uma forma ou outra.

EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (MANAUSPREV – ANALISTA PREVIDENCIÁRIO –


FCC – 2015) Em um grupo de 32 homens, 18 são altos,
22 são barbados e 16 são carecas. Homens altos e barba-
dos que não são carecas são seis. Todos homens altos que
são carecas, são também barbados. Sabe-se que existem
5 homens que são altos e não são barbados nem carecas.
Sabe-se que existem 5 homens que são barbados e não
são altos nem carecas. Sabe-se que existem 5 homens que
são carecas e não são altos e nem barbados. Dentre todos
esses homens, o número de barbados que não são altos, Se todo homem careca é barbado, não teremos apenas
mas são carecas é igual a homens carecas e altos.
Homens altos e barbados são 6
a) 4.
b) 7.
c) 13.
d) 5.
e) 8.
MATEMÁTICA

18
7+y+5=16
Sabe-se que existem 5 homens que são barbados e não Y=16-12
são altos nem carecas. Sabe-se que existem 5 homens Y=4
que são carecas e não são altos e nem barbados Então o número de barbados que não são altos, mas são
Sabemos que 18 são altos carecas são 4.

2. (INSS – ANALISTA DO SEGURO SOCIAL – CESPE –


2016) Uma população de 1.000 pessoas acima de 60 anos
de idade foi dividida nos seguintes dois grupos:
A: aqueles que já sofreram infarto (totalizando 400 pesso-
as); e
B: aqueles que nunca sofreram infarto (totalizando 600
pessoas).

Cada uma das 400 pessoas do grupo A é ou diabética ou


fumante ou ambos (diabética e fumante).
A população do grupo B é constituída por três conjuntos
de indivíduos: fumantes, ex-fumantes e pessoas que nunca
fumaram (não fumantes).
Com base nessas informações, julgue o item subsecutivo.
Se, das pessoas do grupo A, 280 são fumantes e 195 são
diabéticas, então 120 pessoas desse grupo são diabéticas
e não são fumantes.

Quando somarmos 5+x+6=18 Resposta: Certo


X=18-11=7
Carecas são 16
MATEMÁTICA

280-x+x+195-x=400
x=75
Diabéticos: 195-75=120

19
Referências 1.3. Imagem
YOUSSEF, Antonio Nicolau (et al.). Matemática: ensino
médio, volume único. – São Paulo: Scipione, 2005. A imagem de uma função, ou imagem de f(x), é um sub-
CARVALHO, S. Raciocínio Lógico Simplificado, volume conjunto do contradomínio que contém apenas os valores
1, 2010. de y que tiveram algum elemento de x associado.

Usando o diagrama esquemático representado ante-


riormente, podemos descrever as 3 definições nele:
RELAÇÕES E FUNÇÕES Domínio: Todos os valores de A: f(x):Dom={2,4,7,10}
Contradomínio: Todos os valores de B: f(x):ContraDom=
{0,4,8,10,12,16}
FUNÇÃO DO 1˚ GRAU Imagem: Todos os valores de B que tiveram associação
com A: f(x):Imagem={0,4,10,16}
1. Conceitos Fundamentais sobre Funções
Observe que o elemento “8” do conjunto B não per-
Uma função é uma relação entre dois conjuntos A e B tence a imagem, pois não há nenhum valor do conjunto A
de modo que cada elemento do conjunto A está associado associado a ele.
a um único elemento de B. Sua representação matemática
é bem simples: FIQUE ATENTO!
Nem sempre a imagem e o contradomínio te-
y=f(x):A→B rão o mesmo tamanho!
Onde y são os elementos do conjunto B e x são os ele-
mentos do conjunto A. f(x) é a chamada “função de x”, que
basicamente é uma expressão matemática que quantifica o Função crescente: A função f(x), num determinado in-
valor de y, dado um valor de x. Outra maneira de represen- tervalo, é crescente se, para quaisquer x1 e x2 pertencentes a
tarmos uma função é através de um modelo esquemático: este intervalo, com com x1<x2, tivermos f(x1 )<f(x2 ).

Função decrescente: Função f(x), num determinado in-


tervalo, é decrescente se, para quaisquer x1 e x2 pertencen-
Neste modelo esquemático, temos o conjunto A sendo te a este intervalo, com x1<x2, tivermos f(x1 )>f(x2 ).
representado a esquerda e o conjunto B sendo represen-
tado a direita, mostrando a relação de função entre eles.
A partir destas definições, podemos definir 3 conceitos
fundamentais das funções: Domínio, Contradomínio e Ima-
gem.

1.1 Domínio

O domínio da função, ou domínio de f(x), é o conjunto


de todos os valores que podem ser atribuídos a x, ou seja,
todos os elementos do conjunto A.

1.2. Contradomínio
Função constante: A função f(x), num determinado in-
MATEMÁTICA

O contradomínio da função, ou contradomínio de f(x), tervalo, é constante se, para quaisquer x1<x2 , tivermos f(x1)
são todos os valores possíveis que podem ser atribuídos a = f(x2).
y, ou seja, trata-se do conjunto B,

20
Onde “a” e “b” são números reais e são denominados
respectivamente de coeficientes angular e linear. Nas fun-
ções de primeiro grau, tanto o domínio, contradomínio e
imagem são todos os números reais, uma vez que não há
nenhum tipo de restrição de valor nas mesmas.

2.1. Zeros da Função do 1º grau:

Chama-se zero ou raiz da função do 1º grau y = ax +


b o valor de x que anula a função, isto é, o valor de x para
que y seja igual à zero.
Assim, para achar o zero da função y = ax + b, basta
resolver a equação ax + b = 0
1.4. Representação Gráfica
Ex:
A função f(x) pode ser representada no plano cartesia- Determinar o zero da função: y = 2x – 4.
no, através de um par ordenado (x,y). O lugar geométrico
dos pares ordenados para os quais x∈Dom e y∈Imagem
formam, no plano cartesiano, o gráfico da função. Um
exemplo de plano cartesiano é apresentado abaixo:

O zero da função y = 2x – 4 é 2.

2.2. Gráfico da Função do 1º Grau

A forma desta função, como o próprio nome diz, será


linear ou uma reta, e terá três tipos:

a) Crescente: a> 0
Quando o coeficiente angular da função for positivo, os
valores de y aumentarão quando o valor de x também au-
mentar. A representação gráfica dos três posicionamentos
desta reta, em função do valor de b, está abaixo:

#FicaDica
A apresentação de uma função por meio de
seu gráfico é muito importante, não só na
Matemática como nos diversos ramos dos
estudos científicos.

2. Função do 1º Grau

As funções de 1° grau, conhecidas também como fun-


ções lineares, são expressões matemáticas onde a variável
independente x possui grau igual a 1 e não está no deno-
minador, em outras palavras, a forma geral de uma função
de primeiro grau é a seguinte:
MATEMÁTICA

f(x)=ax+b a≠0

21
b) Decrescente:
A representação gráfica dos três posicionamentos desta
reta, em função do valor de b, está abaixo:

2.3. Estudo do sinal da função do 1º grau

Estudar o sinal da função do 1º grau é


determinar os valores reais de x para que:
- A função se anule (y = 0);
- A função seja positiva (y > 0);
- A função seja negativa (y < 0).

Ex:
Estudar o sinal da função .

a) Qual o valor de x que anula a função?

A função se anula para .

b) Quais valores de x tornam positiva a função?


c) Constante:
Algumas referências não tratam a função constante
como uma função linear e na teoria, realmente ela não é.
Entretanto, como sua forma também é uma reta e trata-se
de um caso específico do valor de a, colocamos nesta se-
ção para ficar de maneira mais didática ao leitor. A repre-
sentação gráfica dos três posicionamentos desta reta, em
função do valor de b, está abaixo:
MATEMÁTICA

A função é positiva para todo x real maior que 2.

22
c) Quais valores de x tornam negativa a função? FUNÇÃO DO 2˚ GRAU

Chama-se função do 2º grau ou função quadrática toda


função de em definida por um polinômio do 2º
grau da forma com a , b e c reais
e . O gráfico de uma função do 2º grau é uma pa-
rábola.

Exs:

A função é negativa para todo x real menor que 2.

Podemos também estudar o sinal da função por meio 1. Zeros da Função do 2º grau
de seu gráfico:
As raízes ou zeros da função quadrática
são os valores de x reais tais que
e, portanto, as soluções da equação do 2º grau.

A resolução de uma equação do 2º grau é feita utilizan-


do a fórmula de Bháskara como já visto.

FIQUE ATENTO!
As raízes (quando são reais), o vértice e a in-
tersecção com o eixo y são fundamentais para
traçarmos um esboço do gráfico de uma fun-
ção do 2º grau.
-

- Para x = 2 temos y = 0; 1.1. Concavidade da Parábola


- Para x > 2 temos y > 0;
- Para x < 2 temos y < 0. No caso das funções do 2º grau, a parábola pode ter
sua concavidade voltada para cima (a > 0) ou voltada para
baixo (a < 0).
EXERCÍCIO COMENTADO

1. Determine o domínio das funções reais apresentadas


abaixo.

a)

b)

c)

Resposta: a> 0 a<0

a) Domínio = 1.2. Coordenadas do vértice da parábola


MATEMÁTICA

b) Domínio = A parábola que representa graficamente a função do 2º


grau apresenta como eixo de simetria uma reta vertical que
c) Domínio = intercepta o gráfico num ponto chamado de vértice.

23
As coordenadas do vértice são:

Vértice (V)

O Conjunto Imagem de uma função do 2º grau está associado ao seu ponto extremo, ou seja, à ordenada do vértice

( ).

Ex:
Vamos determinar as coordenadas do vértice da parábola da seguinte função quadrática: .

Cálculo da abscissa do vértice:

Cálculo da ordenada do vértice:


Substituindo x por 4 na função dada:

Logo, o ponto V, vértice dessa parábola, é dado por V .


MATEMÁTICA

24
#FicaDica
Como observado, a ordenada do vértice (
) pode ser calculada de duas formas distintas:
substituindo o valor de na função ou usando a
fórmula dada anteriormente . Cos-
tuma-se utilizar a primeira forma (apresentada
no exemplo) por exigir menos cálculos e com
isso ganha-se tempo na prova. Mas fica a cargo
do aluno qual forma utilizar. Para fins ilustrati-
vos, vamos encontrar o utilizando a fórmula:
b) a < 0 e Δ > 0 : Neste caso, temos a “boca” da parábo-
la apontada para baixo, e como temos duas raízes distintas,
a mesma cruza duas vezes no eixo x. Além disso, o vértice
que é idêntico da parábola caracteriza o ponto de máximo da mesma. Se-
(como não poderia deixar de ser) ao valor en- guem as representações para as duas raízes positivas, uma
contrado anteriormente. positiva e outra negativa, e as duas negativas, respectiva-
mente:

1.3. Domínio e Imagem da função do 2º grau

O domínio de uma função do 2º grau é o conjunto dos


números reais, ou seja Dom=
Como visto acima, a imagem de uma função do 2º grau
está diretamente relacionada à ordenada do vértice ( ).

Para a > 0 → Im = y ∈ ℝ y ≥ yV}


Para a < 0 → Im = y ∈ ℝ y ≤ yV }

1.4. Representação gráfica – diferentes casos

Para sabermos a posição e orientação desta parábola,


precisaremos além de analisar o sinal do discriminante,
teremos que analisar também o sinal do coeficiente “a”.
Vejam os casos:

a) a > 0 e Δ > 0 : Neste caso, teremos a “boca” da


parábola apontada para cima, e como temos duas raízes
distintas, a mesma cruza duas vezes no eixo x. Além disso,
o vértice da parábola caracteriza-se pelo ponto de mínimo
da mesma. Seguem as representações para duas raízes po-
sitivas, uma positiva e outra negativa, e as duas negativas,
respectivamente:

c) a > 0 e Δ = 0 : Neste caso, a “boca” da parábo-


la segue apontada para cima, mas a mesma toca o eixo x
MATEMÁTICA

apenas uma vez, já que a raízes são idênticas. Além disso, o


vértice desta parábola é exatamente o ponto de tangência,
a figura a seguir apresenta os casos para a raiz positiva e
negativa respectivamente:

25
e) a > 0 e Δ = 0 : Neste caso, não há raízes (a pará-
bola não toca e nem cruza o eixo x). A “boca” da parábola
segue para cima e as figuras a seguir apresentam os grá-
ficos para vértices com coordenada x positiva e negativa
respectivamente:

d) a < 0 e Δ = 0 : Neste caso, a “boca” da parábola


segue apontada para baixo, mas a mesma toca o eixo x
apenas uma vez, já que a raízes são idênticas. Além disso, o
vértice desta parábola é exatamente o ponto de tangência, f) a < 0 e Δ = 0 : Neste caso, não há raízes (a pará-
a figura a seguir apresenta os casos para a raiz positiva e bola não toca e nem cruza o eixo x). A “boca” da parábola
negativa respectivamente: segue para baixo e as figuras a seguir apresentam os grá-
ficos para vértices com coordenada x positiva e negativa
respectivamente:
MATEMÁTICA

26
1.5. Valor máximo e valor mínimo da função do 2º Portanto, o segundo momento em que a bola tocou no
grau chão foi no instante de quatro segundos.

- Se a > 0, o vértice é o ponto da parábola que tem or- b) A altura máxima atingida pela bola é dada pelo vér-
denada mínima. Nesse caso, o vértice é chamado ponto de tice da parábola. As coordenadas do seu vértice podem
mínimo e a ordenada do vértice é chamada valor mínimo ser encontradas através de:
da função;
- Se a < 0, o vértice é o ponto da parábola que tem xv = – b
ordenada máxima. Nesse caso, o vértice é ponto de má-           2a
ximo e a ordenada do vértice é chamada valor máximo da yv = – Δ
função.         4a

No caso apresentado, é interessante encontrar ape-


nas yv:
EXERCÍCIOS COMENTADOS
yv = – Δ
1. Dada a função parabólica a < 0 e Δ = 0 , determine as         4a
coordenadas do vértice, V. yv = – (b² – 4ac)
       4a
Resposta: As coordenadas do seu vértice podem ser en- yv = – (8² – 4 (–2)0)
contradas através de:           4 (– 2)
xv = – b yv = – (64 – 0)
          2a           – 8
yv = – Δ yv = 8
        4a
Logo, Portanto, a altura máxima atingida pela bola foi de  8
−1 1 metros.
xv = − =
2�1 2
−1 2 − 4 � 1 � 0 1
yv = − =− FUNÇÃO MODULAR
4�1 4
Portanto: 1. Módulo
1 1
V= ,− . As funções modulares são desenvolvidas através de um
2 4 operador matemático chamado de “Módulo”. Sua defini-
ção está apresentada abaixo:
2. (UFSCAR–SP)  Uma bola, ao ser chutada num tiro de
meta por um goleiro, numa partida de futebol, teve sua 𝑥, 𝑠𝑒 𝑥 ≥ 0
trajetória descrita pela equação  h(t) = – 2t² + 8t (t  ≥0)  , x = �
−𝑥, 𝑠𝑒 𝑥 ≤ 0
onde t é o tempo medido em segundo e h(t) é a altura em
metros da bola no instante t. Determine, apos o chute:
a) o instante em que a bola retornará ao solo. Sua representação é através de duas barras verticais e
b) a altura atingida pela bola. lê-se “Módulo de x”.

Resposta:
a) Houve dois momentos em que a bola tocou o chão: #FicaDica
o primeiro foi antes de ela ser chutada e o segundo foi
quando ela terminou sua trajetória e retornou para o Módulo também conhecido como valor
chão. Em ambos os momentos a altura h(t) era igual a absoluto pode ser entendido como uma
zero, sendo assim: distância e por isso |x|<0 não existe para todo
x.
h(t) = – 2t² + 8t Ex: |3| = 3 e |-3| = 3.
0 = – 2t² + 8t
2t² – 8t = 0
MATEMÁTICA

2t.(t – 4) = 0 1.1. Função Modular


t’ = 0
t’’ – 4 = 0 A função modular, segue a mesma representação, tro-
t’’ = 4 cando apenas x por f(x):

27
𝑓 x , 𝑠𝑒 𝑓 x ≥ 0
f(x) = �
−𝑓 x , 𝑠𝑒 𝑓 x ≤ 0 EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. Resolva x − 3 = 7
FIQUE ATENTO!
A representação gráfica será feita através de Resolução: Conforme foi mencionado, vamos resolver
duas retas, dependendo de como é a forma dois casos, usando a definição de módulo:
de f (x).
x − 3 = 7 , para x − 3 ≥ 0
− x − 3 = 7 , para x − 3 ≤ 0
Abaixo segue alguns exemplos: Resolvendo:
Ex:
x = 7 + 3 = 10, para x ≥ 3
Desenhar o gráfico de f x = |x| – x + 3 = 7 ⇔ x = −4, para x ≤ 3
Resolução: O gráfico de f x = |x| forma uma ponta Observe que as duas soluções estão dentro dos domí-
na origem e segue uma reta espelhada tanto para o senti- nios pré-estabelecidos, assim: S={-4,10}
do positivo quanto para o negativo:
2. (PREF. OSASCO-SP – ATENDENTE – FGV/2014) Assi-
nale a única função, dentre as opções seguintes, que pode
estar representada no gráfico a seguir: 

Ex:
Desenhar o gráfico de f x = |x − a
Resolução: Quando há um termo subtraindo o valor de
x dentro do módulo, o gráfico original acima se desloca,
com a “ponta” se movendo para a coordenada “a”. Seguem
os dois casos, para a > 0 e a < 0 respectivamente:
a) y = 1 – |x – 1|;
b) y = 1 – |x + 1|;
c) y = 1 + |x – 1|;
d) y = 1 + |x + 1|;
e) y = |x – 1| + |x + 1|.

Resposta: Letra A.
Pelo gráfico se x = 0 implica em y = 0, se x = 2 implica
em y = 0 e se x = 1 implica em y=1. Analisando o itens
acima, verifica-se que essas condições são satisfeitas se
y = 1 – |x – 1|. Logo, a resposta correto é a letra a.

1.2. Equações modulares

As equações modulares são funções modulares iguala-


das a algum número ou expressão. Ela será resolvida de-
compondo a mesma em dois casos, com domínios pré-de-
terminados. Este tipo de solução é apresentada no Exercí-
cio Comentado 1, a seguir:
MATEMÁTICA

28
FUNÇÕES POLINOMIAIS

POLINÔMIOS

1. Definição e valor numérico

Um polinômio (função polinomial) com coeficientes reais na variável x é uma função matemática defi-
nida por: p(x) = aO + a1 x + a2x² + a3 x³ +. . . + an x n , onde a0, a1 , a2, . . . , an são números reais, denominados
coeficientes do polinômio. O coeficiente a0 é o termo constante.
Se os coeficientes são números inteiros, o polinômio é denominado polinômio inteiro em x. O valor numérico de um
polinômio p = p(x) em x = a é obtido pela substituição de x pelo número a, para obter p(a).

Ex: O valor numérico de


de p(x) = 2x² + 7x − 12 para x = 3 éé dado por:
p(3) = 2 � (3)² + 7 � 3 − 12 = 2 � 9 + 21 − 12 = 18 + 9 = 27

2. Grau de um polinômio

Em um polinômio, o termo de mais alto grau que possui um coeficiente não nulo é chamado termo dominante e o
coeficiente deste termo é o coeficiente do termo dominante. O grau de um polinômio p = p (x) não nulo, é o expoente
de seu termo dominante, que aqui será denotado por gr (p) . Acerca do grau de um polinômio, existem várias observações
importantes:
a) Um polinômio nulo não tem grau uma vez que não possui termo dominante. Em estudos mais avançados de mate-
mática, até define-se o grau de um polinômio nulo, mas não é o escopo desta apostila;
b) Se o coeficiente do termo dominante de um polinômio for igual a 1, o polinômio será chamado Mônico.
c) Um polinômio pode ser ordenado segundo as suas potências em ordem crescente ou decrescente.
d) Quando existir um ou mais coeficientes nulos, o polinômio será dito incompleto. Se o grau de um polinômio incom-
pleto for n, o número de termos deste polinômio será menor do que n + 1.
f) Um polinômio será completo quando possuir todas as potências consecutivas desde o grau mais alto até o termo
constante. Se o grau de um polinômio completo for n, o número de termos deste polinômio será exatamente n + 1.
h) É comum usar apenas uma letra p para representar a função polinomial p= p (x) e P [x] o conjunto de todos os poli-
nômios reais em x.

3. Igualdade de polinômios

Os polinômios p e q em P[x], definidos por:


n
p(x) = a0 + a1 x + a2 x² + a3 x³ +. . . + an x
n
q(x) = b0 + b1 x + b2 x² + b3 x³ +. . . + bn x

São iguais se, e somente se, para todo k = 0,1,2,3,...,n:

FIQUE ATENTO!
Uma condição necessária e suficiente para que um polinômio inteiro seja identicamente nulo é que todos os
seus coeficientes sejam nulos.
Assim, um polinômio:
p(x) = a0 + a1 x + a2x² + a3x³ +. . . + anx n será nulo se, e somente se, para todo k = 0,1,2,3, . . . ,n: a = 0
k
MATEMÁTICA

4. Soma de polinômio

Consideremos novamente, p e q polinômios em P[x], definidos por:

29
n
p(x) = a0 + a1 x + a2 x² + a3 x³ +. . . + an x
n
q(x) = b0 + b1 x + b2 x² + b3 x³ +. . . + bn x

Definimos a soma de p e q, por:

�p + q)(x) = (ao + bo ) + (a1 + b1 )x + (a2 + b2)x² +. . . + an + bn x n

A estrutura matemática formada pelo conjunto de todos os polinômios com a soma definida acima, possui algumas
propriedades:

a) Associativa: Quaisquer que sejam p, q, r em P[x], tem-se que:

p + q) + r = p + (q + r

b) Comutativa: Quaisquer que sejam p, q em P[x], tem-se que:


p + q = q + p

c) Elemento neutro: Existe um polinômio tal que:

po + p = p qualquer que seja p em P[x].

d) Elemento oposto: Para cada p em P[x], existe outro polinômio q = −p em P[x] tal que: p + q = 0.

Com estas propriedades, a estrutura (P[x],+) é denominada um grupo comutativo.

5. Produto de polinômios

Sejam p, q em P[x], dados por:


n
p(x) = ao + a1 x + a2 x² + a3 x³ +. . . + an x

n
q(x) = bo + b1 x + b2 x² + b3 x³ +. . . + bn x

Definimos o produto de p e q, como outro polinômio r em P[x]:

r x = p x · q x = co + c1x + c2x² + c3x³ +. . . + cnx n

Tal que:
ck = ao bk + a1bk−1 + a2bk−2 + a3bk−3 +. . . + ak−1b1 + ak bo

Para cada ck (k = 1, 2, 3, . . . , m + n) . Observamos que para cada termo da soma que gera ck (k
, a=
soma
1, 2, do
3, . .índice de a com
. , m + n)
o índice de b sempre fornece o mesmo resultado k.
A estrutura matemática (P[x],·) formada pelo conjunto de todos os polinômios com o produto definido acima, possui
MATEMÁTICA

várias propriedades:

a) Associativa: Quaisquer que sejam p, q, r em P[x], tem-se que:


p · q) · r = p � (q · r

30
b) Comutativa: Quaisquer que sejam p, q em P[x], tem-se que:
p · q = q · p

c) Elemento nulo: Existe um polinômio tal que:

po · p = po qualquer que seja p em P[x].

d) Elemento Identidade: Existe um polinômio tal que:


p1 · p = p qualquer que seja p em P[x].
e) Distributiva: Quaisquer que sejam p, q, r em P[x], tem-se que:
p · (q + r) = p · q + p · r

6. Divisão de Polinômios

Sendo um polinômio e um polinômio não nulo , existe um par de polinômios e que satisfazem as seguintes relações:

A x = Q x � B x + R(x)
R x ≠ 0 ⇒ ∂R x < ∂B(x)

Onde:

: A x : Dividendo, B x : Divisor, Q x : Quociente, R x : Resto

7. Teorema do Resto

Esse teorema propõe algumas relações interessantes em relação ao resto da divisão de um polinômio P (x) por alguns
tipos específicos de polinômios:
a) O resto da divisão de um polinômio P(x) por (x − a) é P(a).

b) Se dividirmos P (x) por x+a, o resto será P (-a).

c) No caso da divisão de P (x) por um polinômio linear na forma B(x) = ax − b , o resto será P (b/a) .

#FicaDica
Existe um teorema, proposto por D´Lambert que confirma o conceito de raiz de função polinomial que
sempre foi utilizado. A condição necessária e suficiente para que o Polinômio P (x) seja divisível por (x-a) é
que a seja raiz de P (x) , ou seja P (a)=0.

8. Método Euclidiano de divisão de polinômios

Método clássico que realiza a divisão por chaves de um polinômio de grau maior por um de grau menor. Aqui é impor-
tante a organização e multiplicação de todos os termos do polinômio para os devidos cancelamentos.
Ex: Vamos dividir x 4 − x 3 + 2x − 1 por x 2 + x + 1

Primeiramente vamos montar a divisão e colocar o coeficiente “0” nos termos incompletos do polinômio. No caso do
primeiro polinômio, não temos o termo que multiplica x2. Assim, completamos com 0:
MATEMÁTICA

Agora, iniciamos a divisão propriamente dita. Devemos ir cancelando os maiores graus do polinômio dividendo, usando
o polinômio divisor. Logo, x4 do dividendo dividido por x2 do divisor, dá exatamente x2, assim:

31
Temos que realizar a subtração para eliminar o primeiro
termo do divisor. Assim, devemos multiplicar o quociente
pelo divisor e inserir abaixo do dividendo, com o sinal in-
vertido , pois estamos fazendo uma subtração:

Observe que a divisão finaliza quando o grau do resto é


menor que o grau do divisor.
Analogamente, temos que fazer a mesma coisa para
os outros dois termos do divisor, +x e +1. Observe que 9. Método de Divisão de Briot-Ruffini
colocamos os resultados dos produtos com sinal inverti-
do e exatamente abaixo do grau correspondente de cada Método desenvolvido unicamente para realizar divisões
resultado. Por isso, a importância de preencher com 0 os de polinômios por(x-a) .
coeficientes faltantes de um polinômio incompleto.
Ex. Divisão de 3x 5 − 7x 4 + 3x² − 5x + 17 por (x − 2)

Vamos montar um diagrama conforme visto na figura


abaixo e primeiramente vamos escrever os coeficientes do
polinômio na sua parte superior, preenchendo também
com “0” os termos que o polinômio não tem, nesse caso, o
E divisor não possui o termo :

Agora é só realizar a operação, que irá gerar um polinô-


mio divisor de grau menor que o anterior: Como estamos dividindo por (x-2), sabemos que 2 é
raiz do divisor. Assim, vamos colocar este número no lado
esquerdo do diagrama:

Repetindo o procedimento para o polinômio que foi


formado, ficamos com o seguinte resultado: Agora vamos iniciar o método copiando o primeiro
coeficiente do dividendo na parte de baixo. Depois, multi-
plicaremos o termo pelo número da esquerda (nesse caso,
2) e somando com o posterior na parte de cima, dessa for-
ma (3∙2 + (-7) = -1):
MATEMÁTICA

32
Repete-se o processo até chegarmos ao último termo que será o resto da divisão.

Logo, o resultado da divisão será o polinômio formado pelos coeficientes da linha inferior, 1 grau abaixo do dividendo:
Q x = 3x 4 − x³ − 2x² − x − 7 . O resto será sempre o número indicado no lado direito: R (x) = 3.

10. Equações Algébricas

As equações algébricas estudam os polinômios de acordo com suas raízes. Sabendo deste objetivo, podemos relembrar
um conceito interessante que é a fatoração de polinômios, utilizando suas raízes, que também é chamado de Teorema de
Decomposição.
0 1 2 n
Sendo P x = a0 x + a1 x + a2x + ⋯ + an x , ele pode ser escrito da seguinte forma:
MATEMÁTICA

P x = an � x − γ1 � x − γ2 � ⋯ � x − γn

33
Assim, toda Equação Polinomial P (x) = 0 de grau n ≥ 1 , tem exatamente n raizes reais ou complexas.
Outro conceito importante em relação as raízes é o que chamamos de multiplicidade. As raízes de P (x) não são
necessariamente distintas, logo, supondo que γ1 repete r vezes e γ2 repete s vezes, a decomposição fica:

r s
P x = an � x − γ1 � x − γ2 � ⋯ � x − γn

Haverá um expoente determinando quantas repetições a raiz terá dentro do polinômio.

11. Relações de Girard

As relações de Girard foram encontradas para relacionar as raízes dos polinômios com os coeficientes dos mesmos.
Quem relembrar da equação de segundo grau na forma , vai ter estudado essas relações quando formularam as fórmulas
de soma e produto das raízes, onde tínhamos como resultado − b e c respectivamente.
a a
Essas relações são de Girard e agora iremos expandir para os demais graus de polinômios:

Sendo P x = a0 x 0 + a1 x 1 + a2x 2 + ⋯ + an x n , podem-se relacionar as raízes do mesmo (γ1 , γ2, … γn ) da seguinte


forma:
an−1
a) Soma das raízes: γ1 + γ2 + ⋯ + γn = − a
n
b) Soma dos produtos das raízes tomadas 2 a 2:
an−2
γ1 � γ2 + γ1 � γ3 + ⋯ + γ1 � γn + γ2 � γ3 + ⋯ + γn−1 � γn = −
an

c) Soma dos produtos das raízes tomadas p a p (p<n):


an−p
γ1 � γ2 … γp + ⋯ + γn−p … γn−1 � γn = −
an

d) Produto das raízes:


−1 na0
γ1 � γ2 � ⋯ � γn=
an

12. Raízes Complexas

Quando um número complexo na forma z = a + b∙i com e a, b ∈ ℝ e b ≠ 0 é raiz da equação algébrica P(x) = 0, de
coeficientes reais, então o seu conjugado é também raiz da mesma equação. Isso implica em duas consequências importantes:
a) Se o número complexo z possuir multiplicidade k, então seu conjugado também terá multiplicidade k;
b) Como as raízes complexas estão em pares, então pode-se afirmar que um polinômio de grau ímpar tem ao menos
1 raiz real.

EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (IF-BA – Professor – AOCP/2016) A equação x 3 − 147x + 686 = 0 tem por raízes os números m e n,
sendo m raiz dupla e . Nessas condições, o valor de (m + n) é:

a) 7
b) -7
MATEMÁTICA

c) -7 ou 7
c) 7-i
d) -7+i

34
Resposta: Letra B. Efetuando a multiplicação da forma fatorada e igualando ao polinômio original, temos que:
x−m 2 � x − n = x 3 − 147x + 686

x 2 − 2xm + m2 � x + 2m = x 3 − 147x + 686

x 3 + 2mx 2 − 2mx 2 − 4m2x + m2x + 2m3 = x 3 − 147x + 686

Igualando os coeficientes semelhantes, temos que:


2
�−3m3 = −147
2m = 686
Logo: m = 7 e n = −1

2. (MACK-SP) Determine m Є R para que o polinômio p(x) = (m − 4)x³ + (m² – 16)x² + (m + 4)x + 4
seja de grau 2.

Resposta: Não existe m, tal que o grau de P(x) seja igual 2.


Para que P(x) tenha grau 2, devemos respeitar as seguintes condições:
m– 4 = 0
m = 4
2
m – 16 ≠ 0
m2 ≠ 16
m ≠ +4e– 4
Para m = 4, temos:

p x = 4 – 4 x 3 + 42– 16 x 2 + 4 + 4 x + 4
p x = 0x 3 + 0x 2 + 8x + 4
p x = 8x + 4
Para m = – 4, temos

p x = – 4 – 4 x 3 + – 4 2 – 16 x 2 + – 4 + 4 x + 4
p x =– 8x 3 + 0x 2 + 0x + 4
p x = – 8x³ + 4
Portanto, Não existe valor para m de modo que o polinômio p(x) seja de grau 2

EXPRESSÕES ALGÉBRICAS

1. Definições

Expressões Algébricas: São aquelas que contêm números e letras.


Ex: 2ax² + bx

Variáveis: São as letras das expressões algébricas que representam um número real e que de princípio não possuem
um valor definido.

Valor numérico: É o número que obtemos substituindo as variáveis por números e efetuamos suas operações.
MATEMÁTICA

Ex: Sendo x=1 e y=2, calcule o valor numérico (VN) da expressão:


Substituindo os valores: x² + y → 1² + 2 = 3 . Portanto o valor numérico da expressão é 3.

Monômio: Os números e letras estão ligados apenas por produtos.


Ex: 4x

35
Polinômio: É a soma ou subtração de dois ou mais monômios.  
Ex: 4x+2y

Termos semelhantes: São aqueles que possuem partes literais iguais (variáveis)
Ex: 2x³y²z e 3x³y²z são termos semelhantes pois possuem a mesma parte literal (x3y2z).

2. Adição e subtração de monômios

FIQUE ATENTO!
Só podemos efetuar a adição e subtração de monômios entre termos semelhantes. E quando os termos
envolvidos na operação de adição ou subtração não forem semelhantes, deixamos apenas a operação indicada.

Ex: Dado os termos 5xy², 20xy², como os dois termos são semelhantes, é possível efetuar a adição e a subtração deles:
5xy² + 20xy² = 25xy 2

Ex: Já para 5xy² − 20xy 2 =


devemos
−15xysubtrair
2
apenas os coeficientes e conservar a parte literal.
5xy² − 20xy 2 = −15xy 2

3. Multiplicação de monômios

Para multiplicarmos monômios não é necessário que eles sejam semelhantes, basta multiplicarmos coeficiente com
coeficiente e parte literal com parte literal. Sendo que quando multiplicamos as partes literais devemos usar a propriedade
m n m+n
da potência que diz: a � a = a (bases iguais na multiplicação, repetimos a base e somamos os expoentes).
Ex: (3a²b) � (− 5ab³)

Na multiplicação dos dois monômios, devemos multiplicar os coeficientes 3 e -5 e na parte literal multiplicamos os ter-
mos que contém a mesma base para que possamos usar a propriedade de soma dos expoentes:

2 3
3a b �2 − 5ab =3 3 � −5 � a2 � a � (b � b3)
3a b � 2− 5ab = −15
3
� a2+1 � (b1+3)
3a b � − 5ab = −15 a3b4

4. Divisão de monômios

Para dividirmos os monômios não é necessário que eles sejam semelhantes, basta dividirmos coeficiente com coeficien-
te e parte literal com parte
− literal. Sendo que quando dividirmos as partes literais devemos usar a propriedade da potência
que diz: a (bases iguais na divisão repetimos a base e diminuímos os expoentes), sendo que .
m n m n
∶ a = a
Ex: −20x²y³) ∶ (− 4xy³

Na divisão dos dois monômios, devemos dividir os coeficientes -20 e -4 e na parte literal dividirmos os termos que
contém a mesma base para que possamos usar a propriedade
2 3 3
−20x y : −2 4x
3
y = −20 : −4 � x 2: x � (y 3 : y 3)
3
−20x y 2 :3 − 4xy 3= +5 x 2−1 � (y 3−3)
−20x y :2 − 3
4xy = 3+5 x 1 � (y 0 )
−20x y : − 4xy = +5x
MATEMÁTICA

5. Potenciação de monômios

Na potenciação de monômios devemos novamente utilizar uma propriedade da potenciação:

36
m
I - ab = a b
m m

n m n
II - am = a �
2
Ex: −5x b
6 2

Aplicando as propriedades:

2
2
x 2 ( 6
−5x b =
6 2 2

2
−5)2 � � b
x 6 2
−5 b = +25x b12 4

6. Adição e Subtração de expressões algébricas

Para determinarmos a soma ou subtração de expressões algébricas, basta somar ou subtrair os termos semelhantes.

Ex: 2x³y²z + 3x³y²z = 5x³y²z


Ex: 2a²b − 3a²b = −a²b

7. Multiplicação e Divisão de expressões algébricas

Na multiplicação e divisão de expressões algébricas, devemos usar a propriedade distributiva.

Ex: a (x + y) = ax + ay
Ex: (a + b) � (x + y) = ax + ay + bx + by
Ex: x(x² + y) = x³ + xy

#FicaDica
Para multiplicarmos potências de mesma base, conservamos a base e somamos os expoentes. Na divisão de
potências devemos conservar a base e subtrair os expoentes

4x2
Ex: = 2x
2x
6x3 − 8x
Ex: = 3x² − 4
2x
x4 −5x3 +9x2 −7x+2
Ex: x2 −2x+1

Neste exemplo mais sofisticado, devemos usar a divisão por chaves:


MATEMÁTICA

37
EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. Calcule: 3x² + 2x − 1) + (−2x² + 4x + 2

Resposta:

3x 2 + 2x − 1 + −2x 2 + 4x + 2
= 3x 2 − 2x 2 + 2x + 4x − 1 + 2 = x 2 + 6x + 1

2. Calcule: 4 10x 3 + 5x 2 + 2x − 2x + 10
Resposta:
4 10x 3 + 5x 2 + 2x − 2x + 10 = 40x 3 + 20x 2 + 6x − 10
= 2(20x 3 + 10x 2 + 3x − 5)

FUNÇÕES EXPONENCIAIS E LOGARÍTMICAS

A função exponencial, como o nome mostra, é uma função onde a variável independente é um expoente:

Com “a” sendo um número real. Possui dois tipos básicos, quando a > 1 (crescente) e 0 < a < 1 (decrescente).
As figuras a seguir apresentam seus respectivos gráficos:

#FicaDica
É importante ressaltar que o gráfico da função exponencial (na forma que foi apresentado) não toca o eixo ,
pois a função com é sempre positiva.

1. Equações exponenciais

As equações exponenciais são funções exponenciais relacionadas a números ou expressões. O princípio fundamental
para a resolução das mesmas é lembrar que dois expoentes serão iguais se as respectivas bases também forem iguais,
sigam os exemplos abaixo:
Ex:
Resolva 3x = 27
Resolução: Seguindo o princípio que bases iguais terão expoentes iguais, temos que lembrar que 27 = 33 , assim:
MATEMÁTICA

3x = 33
x=3
S = {3}

38
EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. Resolva 22x = 1024

Resposta:
Utilizando as propriedades de potenciação, tem-se:
𝟐𝟐𝐱 = 𝟐𝟏𝟎
𝟐𝐱 = 𝟏𝟎
Portanto, a solução da equação exponencial é x=5.

2.(CONED-2016) Qual a soma das raízes ou zeros da função exponencial abaixo:


22x−3 − 3 � 2x−1 + 4 = 0
a) 5
b) 4
c) 6
d) 8
e) -6

Resposta: Letra A.

22x−3 − 3 � 2x−1 + 4 = 0
22x 3 � 2x
− +4 = 0
23 2
2 x 2 3�2 x
− +4 = 0
23 2
Faz-se a substituição 2x = y pra obter uma equação de segundo grau
y 2 3y
− +4=0
8 2
Multiplicando a equação por 8
y 2 − 12y + 32 = 0
Resolvendo a equação do segundo grau:
Δ = −12 2 − 4 � 1 � 32 = 144 − 128 = 16

2x = 4 → 2x = 22 → x = 2
Assim, � x 1
2 = 8 → 2x = 23 → x2 = 3
Portanto, a soma das raízes é igual a 2+3=5.

FUNÇÃO LOGARÍTMICA

As funções logarítmicas tem como base o operador matemático log:


MATEMÁTICA

f x = log a x , com a > 0, a ≠ 1 e x > 0

39
FIQUE ATENTO!
Observe que há restrições importantes para os valores de (logaritmando) e (base) e será essas restrições que
poderá determinar o conjunto solução das equações logarítmicas.

O gráfico da função logarítmica terá dois formatos, baseado nos possíveis valores de a. Será crescente quando e de-
crescente quando :

1. Equações Logarítmicas

As equações logarítmicas adotarão um princípio semelhante as equações exponenciais. Para se achar o mesmo logarit-
mando, dois logaritmos deverão ter a mesma base ou vice-versa. Ressalta-se apenas que as condições de existência de um
logaritmo devem ser respeitadas. Veja o exemplo:
Ex:
Resolva log2 x − 2 = 4
Primeiramente, será importante transformar o número 4 em um log. Como a base do log que contém x é dois, vamos
transformar 4 em um log na base 2 da seguinte forma:
log 2 16 = 4
Igualando isso a equação:
log 2 x − 2 = log 2 16

#FicaDica
Bases iguais, logaritmandos iguais:

4x + 2 = 3x + 3
→ 4x − 3x = 3 − 2
→x=1

EXERCÍCIO COMENTADO

1. (FUNDEP-2014) O conjunto solução da equação log 4x + 2 = log 3x + 3 é:


a) S={1}
b) S= {2}
MATEMÁTICA

c) S= {3}
d) S= {4}
e) S= {5}

40
Resposta: Letra A. 1. Definições
Como as bases são iguais, os logaritmandos devem ser
iguais. Portanto, pode-se escrever: Chamamos de matriz m x n (m Є N e n Є N ) qualquer
∗ ∗

tabela formada por m x n (m elementos


Є N e n Є(informações) dis-
∗ N∗ )
4x + 2 = 3x + 3 postos em m linhas e n colunas.
→ 4x − 3x = 3 − 2
Exemplos:
→x=1
a) 1 0 −2 3 é uma matriz 2 x 4 (duas linhas e
1 1 3 2
MATRIZES; DETERMINANTES; por quatro colunas)

1 0 1
MATRIZ
b) 2 3 3 é uma matriz 3x3 (três linhas por três
Exemplo prático 1 4 2
colunas)
A tabela seguinte mostra a situação das equipes no
Campeonato Paulista de Basquete masculino. c) 1 0 3 é uma matriz 1x3 (uma linha e três co-
lunas)
Campeonato Paulista – Classificação 2
d) é uma matriz 2x1 (duas linhas e uma coluna)
Time Pontos 0
1º Tilibra/Copimax/Bauru 20
O nome de uma matriz é dado utilizando letras maiús-
2º COC/Ribeirão Preto 20
culas do alfabeto latino, (A,B,C,D... por exemplo), enquanto
3º Unimed/Franca 19 os elementos da matriz são indicados por letras latinas mi-
4º Hebraica/Blue Life 17 núsculas (a,b,c,d...), a mesma do nome de matriz, com dois
índices, que indicam a linha e a coluna que o elemento
5º Uniara/Fundesport 16 ocupa na matriz.
6º Pinheiros 16 Assim, um elemento genérico da matriz é representado
por aij .
7º São Caetano 16
O primeiro índice, i, indica a linha que esse elemento
8º Rio Pardo/Sadia 15 ocupa na matriz, e o segundo índice, j, a coluna desse co-
9º Valtra/UBC 14 mando.
10º Unisanta 14 Exemplo:
11º Leitor/Casa Branca 14
Na matriz B de ordem 2x3 temos:
12º Palmeiras 13
13º Santo André 13 1 0 3
B=
2 −1 4
14º Corinthians 12
15º São José 12 b11 = 1; b12 = 0; b13 = 3;
b21 = 2; b22 = −1; b23 = 4.
Fonte: FPB (Federação Paulista de Basquete)
Folha de S. Paulo – 23/10/01
Observação: O elemento b23, por exemplo, possui a se-
Observando a tabela, podemos tirar conclusões por guinte leitura: “b dois três”.
meio de comparações das informações apresentadas, por
exemplo: De uma forma geral, a matriz A, de ordem m x n, é re-
presentada por:
 COC/Ribeirão lidera a classificação com 20 pontos a11 ⋯ a1n
juntamente com Tilibra/Bauru
A= ⋮ ⋱ ⋮
MATEMÁTICA

 Essa informação encontra-se na 2ª linha e 3ª coluna.


am1 ⋯ amn
Ou seja, esta tabela nos oferece valores numéricos nos
quais podemos tirar determinadas conclusões. Ou com a notação abreviada: A = aij
mxn

41
2. Matrizes Especiais Exemplo:

Apresentamos aqui a nomenclatura de algumas matri- 2 0 0


zes especiais: A= 0 1 0
0 0 3
a) Matriz Linha: É a matriz que possui uma única linha.
Exemplos:
f) Matriz Identidade: É a matriz diagonal que apresenta
A = −1 0 todos os elementos da diagonal principal iguais a 1 e
B= 1 0 0 2 os outros iguais a 0. Representamos a matriz identi-
dade de ordem n por In.
Exemplo:
b) Matriz Coluna: É a matriz que possui uma única
coluna. 1 0
I2 =
Exemplos: 0 1
2 1 0 0
A=
1 I3 = 0 1 0
0 0 0 1
B = −1
3 Observação: Para uma matriz identidade In = (aij)n x n

c) Matriz Nula: É a matriz que possui todos os g) Matriz Transposta: Dada uma matriz A, chamamos
elementos iguais a zero. de matriz transposta de A à matriz obtida de A trocando-
Exemplos: -se “ordenadamente”, suas linhas por colunas. Indicamos a
matriz transposta de A por At.
0 0 Exemplo:
A=
0 0 1 2
1 0 3
0 0 0 Se, A = , então: At = 0 1
B= 2 1 4
0 0 0 3 4

d) Matriz Quadrada: É a matriz que possui o número Observação importante: Se uma matriz A é de ordem m
de linhas igual ao número de linhas igual ao número x n, a matriz At, transposta de A, é de ordem n x m.
de colunas.
Exemplo: 3. Igualdade de Matrizes

1 0 Sendo A e B duas matriz de mesma ordem, dizemos


A= que um elemento de matriz A é correspondente a um ele-
3 −2
mento de B quando eles ocupam a mesma posição nas res-
pectivas matrizes.
Vale destacar que quando uma matriz não é quadrada, Exemplo:
ela é chamada de matriz retangular.
Sendo A e B duas matrizes de ordem 2 x 2,
e) Matriz Diagonal: Dada uma matriz quadrada de or- a11 a12 b11 b12
dem n, chamamos de diagonal principal da matriz ao A= a a22 e B = b21
conjunto dos elementos que possuem índices iguais. 21 b22
Exemplo:
{a11 , a22 , a33 , a44 } São elementos correspondentes de A e B, os pares: a11 e
é a diagonal principal da matriz A b11; a12 e b12; a21 e b21; a22 e b22.
(4x4).
Assim, duas matrizes A e B são iguais se, e somente se,
Além disso, a matriz quadrada que apresenta todos os têm a mesma ordem e os elementos correspondentes são
MATEMÁTICA

elementos, não pertencentes à diagonal principal, iguais a iguais.


zero, é definida como matriz diagonal.
Indica-se, portanto: A = B ou A = (aij)n x n e B = (bij)p x q

42
5. Multiplicação de Matrizes por um Número Real
IMPORTANTE: Dada uma matriz A = aij ,
mxn
dizemos que uma matriz B = bij é oposta de A Consideremos uma matriz A, de ordem m x n, e um nú-
mxn mero real c . O produto de por A é uma matriz B, de ordem m
quando bij = −aij para todo i, 1 ≤ i ≤ m, e todo j, 1 x n, obtida quando multiplicamos cada elemento de A por c .
≤ j ≤ n. Indicamos:
Exemplo: B = c � A
3 −1 −3 1
A= , temos que: B = −A = Exemplo:
2 4 −2 −4
1 3
A= e c = 2, temos que:
4. Adição e Subtração de Matrizes 2 5
2�1 2�3 2 6
Dadas duas matrizes A e B, de mesma ordem m x n, c�A= 2�A = =
denominamos soma da matriz A com a matriz B à matriz
2�2 2�5 4 10
C, de ordem m x n, cujos elementos são obtidos quando
somamos os elementos correspondentes das matrizes A e 6. Produto entre matrizes
B. Indicamos:
O produto (linha por coluna) de uma matriz A = aij
m xp
C = A + B por uma matriz B = bij pxn
é uma matriz , de modo que
Assim: cada elemento cij é obtido multiplicando-se ordenada-
1 3 4 2 1 1 3 4 5 mente os elementos da linha i de A pelos elementos da
+ = coluna j de B, e somando-se os produtos assim obtidos.
2 1 −2 3 2 3 5 3 1

Propriedades da Adição: Sendo A, B e C matrizes m x n FIQUE ATENTO!


e O a matriz nula m x n , valem as seguintes propriedades. Só existe o produto de uma matriz A por uma
matriz B se o número de colunas de A é igual
a) A + B = B + A (Comutativa) ao número de linhas de B.
b) A + B + C = A + (B + C) (Associativa)
c) A + O = O + A = A (Elemento Neutro) Propriedades: Sendo A uma matriz de ordem m x n,
B e C matrizes convenientes (ou seja, o produto entre
d) A + −A = O (Elemento Oposto)
elas é possível), são válidas as seguintes propriedades.
e) A + B t = At + B t
a) A � B � C = A � (B � C) – Associativa
b) C � A + B = C � A + C � B – Distributiva pela esquerda
Metodologia: Consideremos duas matrizes A e B, am- c) A + B � C = A � C + B � C – Distributiva pela direita
bas de mesma ordem . Chamamos de diferença entre A e B
d) A � In = Im � A = A – Elemento neutro
(indicamos com ) a soma de A com a oposta de B.
e) A � B t = B t � At
A – B = A + (−B)

Exemplo:
#FicaDica
3 2 4 5
A= eB= Para a multiplicação de matrizes não vale
1 −2 −2 1 a propriedade comutativa (A B ≠ B A). Esta
propriedade só é verdadeira em situações
3 2 −4 −5 especiais, quando dizemos que as matrizes são
A − B = A + −B = + comutáveis.
1 −2 2 −1
3−4 2−5 −1 −3
= =
1 + 2 −2 − 1 3 −3 7. Matriz Inversa
MATEMÁTICA

Na prática, para obtermos a subtração de matrizes de No conjunto dos números reais, para todo a ≠ 0, exis-
mesma ordem, basta subtrairmos os elementos correspon- te um número b, denominado inverso de a, satisfazendo a
dentes. condição:
a � b = b � a = 1

43
− Portanto, a matriz A é inversível e sua inversa é única,
1 1
Normalmente indicamos o inverso de a por ou a cuja matriz é:
a
Analogamente para as matrizes temos que uma matriz 1 −1
B = A−1 =
A, quadrada de ordem n, é dita inversível se, e somente se, −2 3
existir uma matriz B, quadrada de ordem n, tal que:
Propriedades: Sendo A e B matrizes quadradas de or-
dem n e inversíveis, temos as seguintes propriedades:
A � B = B � A = In
a) A−1 −1 = A
A matriz B é denominada inversa de A e indicada por b) A−1 t = At −1
A−1 . c) A � B −1 = B −1 � A−1
Exemplo:
4 −3
Verifique que a matriz B = é a inversa da
−1 1 DETERMINANTES
1 3
matriz A = . Para isso, basta realizar o produto en-
1 4
Chamamos de determinante a teoria desenvolvida por
tre elas e verificar se o resultado será a matriz identidade:
matemáticos dos séculos XVII e XVIII, como Leibniz e Seki
Shinsuke Kowa, que procuravam uma fórmula para deter-
1 3 4 −3 1 0
A�B= � = minar as soluções de Sistemas Lineares.
1 4 −1 1 0 1 Esta teoria consiste em associar a cada matriz quadrada
Ou A, um único número real que denominamos determinante
4 −3 1 3 1 0 de A e que indicamos por “det A” ou colocamos os ele-
B�A = � = mentos da matriz A entre duas barras verticais, como no
−1 1 1 4 0 1
exemplo abaixo:

Como A � B = B � A = I2 , a matriz B é a inversa 1 2 1 2


de A, isto é, B = A−1 . A= → det A =
4 5 4 5

IMPORTANTE: É bom observarmos que, de acordo com No estudo de determinantes, vamos analisar diversos
a definição, a matriz A também
− − é a inversa de B, isto é, tamanhos de matrizes, iniciando, pelo menor, ou seja, uma
A = B −1 , ou seja, A = A .
1 1
matriz de ordem 1 passando pela ordem 2 e ordem 3. De-
terminantes maiores são muito raros de serem cobrados
Exemplo: em concursos públicos.
3 1
Encontre a matriz inversa da matriz A = 2 1 , se existir.
Neste caso, teremos que encontrar individualmente os ter- 1. Determinante de uma Matriz de Ordem 1
mos da matriz inversa, que chamaremos de B.
Seja a matriz quadrada de ordem 1: A = [a11 ] , o deter-
Supondo que B = a b é a matriz inversa de A, temos:
c d minante dessa matriz é o próprio número dentro da matriz:
3 1 a b 1 0
A�B= .
2 1 c d
=
0 1 det A = a11 = a11
Exemplos:
Fazendo a multiplicação, encontraremos o seguinte re-
sultado: A = −2 → det A = −2
3a + c 3b + d
=
1 0 B = 5 → det B = 5
2a + c 2b + d 0 1 C = [0] → det C = 0
Logo, teremos dois sistemas lineares, 2x2:
2. Determinante de uma Matriz de ordem 2

3a + c = 1
e�
3b + d = 0 a11 a12
2a + c = 0 2b + d = 1 Seja a matriz quadrada de ordem 2: A= a a22
21
MATEMÁTICA

Resolvendo os sistemas, encontramos: O determinante dessa matriz será o número:


a = 1, b = −1, c = 2 e d = 3 a11 a12
1 −1 det A = a a22 = a11 � a22 − a21 � a12
Assim, B = 21
−2 3

44
#FicaDica det A = a11 � a22 � a33 + a12 �
Para facilitar a memorização desse número, a23 � a31 + a21 � a32 � a13 −
podemos dizer que o determinante é a a31 � a22 � a13 − a21 � a12 �
diferença entre o produto dos elementos da
diagonal principal e o produto dos elementos a33 − a11 � a32 � a23
da diagonal secundária.

Exemplos:

1 2
A=
5 3
det A = 1 � 3 − 5 � 2 = 3 − 10 = −7
4. Propriedades dos determinantes
2 −1 Apresentamos, a seguir, algumas propriedades que vi-
B=
2 3 sam a simplificar o cálculo dos determinantes:
det B = 2 � 3 − 2 � −1 = 6 + 2 = 8
a) O determinante de uma matriz A é igual ao de sua
3. Determinante de uma Matriz de Ordem 3 transposta At.

Seja a matriz quadrada de ordem 3: Exemplo:


Demonstração no determinante 2x2:
a11 a12 a13 a b a c
A= e At =
A = a21 a22 a23 c d b d
a31 a32 a33
det A = a � d − b � c
O determinante desta matriz será uma soma de produ- det At = a � d − b � c = det A
tos intercalados de três em três números, ou seja:
b) Se B é a matriz que se obtém de uma matriz quadra-
det A da A, quando trocamos entre si a posição de duas
= a11 � a22 � a33 + a12 � a23 filas (linhas ou colunas) paralelas, então:
� a31 + a21 � a32 � a13 − a31 detB = −detA
� a22 � a13 − a21 � a12 � a33
− a11 � a32 � a23 Exemplo.

Para memorizarmos a definição de determinante de or- Demonstração no determinante 2x2:


dem 3, usamos a regra prática denominada Regra de Sar- a b c a
rus: A= eB=
c d d b
1) Repetimos a 1º e a 2º colunas às direita da matriz.
B foi obtida trocando de posição a primeira e segunda
coluna de A. Assim:
a11 a12 a13 a11 a13
det A = a21 a22 a23 a21 a23
det A = a � d − b � c
a31 a32 a33 a31 a31
det B = c � b − a � d = − det A
2) Multiplicando os termos entre si, seguindo os traços
em diagonal e associando o sinal indicado dos pro- Um ponto importante é se por exemplo, montarmos
MATEMÁTICA

dutos, temos: uma matriz C trocando de posição agora a primeira e se-


gunda linha de B:
d b
C=
c a

45
Calculando o determinante: 1 2 4 3 8 5
Exemplo: A = ,B= , logo: A � B =
detC = a � d − b � c = −detB = det A 0 3 2 1 6 3

Assim, cada troca de linha ou coluna irá acarretar uma 1 2


det A = =3
troca de sinal do determinante. Logo, se fizemos uma 0 3
quantidade par de trocas (2,4,6,...) o determinante perma-
nece com o mesmo sinal. Já se fizermos uma quantidade 4 3
de trocas ímpar (1,3,5...) o determinante inverte de sinal.
det B = = 4 − 6 = −2
2 1

c) Seguindo a propriedade 2, se uma matriz possuir


8 5
duas linhas ou colunas idênticas, o seu determinan- det AB = = 24 − 30 = −6 = 3 � (−2)
te será 0. Justificativa: A matriz que obtemos de A, 6 3
quando trocamos entre si as duas filas (linha ou co-
luna “iguais”, é igual a A. Assim, de acordo com a Consequências: Sendo A uma matriz quadrada e
propriedade 2, escrevemos que detA = −detA , temos:
. O único resultado possível para isso é detA = 0.−detA n n
det(A ) = detA
d) Sendo A uma matriz quadrada de ordem n, e uma
matriz k.A é obtida multiplicando todos os elemen- E no caso da matriz inversa:
tos de A por k, então: 1
detA−1 =
det(k � A) = kn � detA det A

a b c ka kb kc
Exemplo: A = d e f → k � A = kd ke kf
g h i kg kh ki EXERCÍCIO COMENTADO

Se você calcular o determinante, encontrará k 3 � det A 1. (BRDE – Analista de Sistema – FUNDATEC/2015)


2 3
2 3
Considere as seguintes matrizes: A = 4 6 , B = 4 5 e
e) Teorema de Jacobi: O determinante não se altera, 2 1 0 , a solução de é: 6 6
quando adicionamos uma fila qualquer com outra C=
4 6 7
fila paralela multiplicada por um número.
a) Não tem solução, pois as matrizes são de ordem diferentes.
Exemplo:
Considere o determinante 10 14
b)
78 90
a b c 2 3
c)
det A = d e f 4 5
g h i 6 6
d)
20 36
Somando a 3ª coluna com a 1ª multiplicada por m, teremos: 8 11
e)
74 84

Resposta: Letra B.
2 3
2 1 0 2 3 8 11 2 3 10 14
4 5 + = + =
Calculando o determinante, você verá que det B = det A 4 6 7 4 6 74 84 4 6 78 90
6 6

f) Uma consequência do teorema de Jacobi é que se


uma fila de uma matriz é a soma de múltiplos de 2. (Pref. Agudo-SP – Auxiliar Administrativo - OBJE-
filas paralelas (combinação linear de filas paralelas), TIVA/2015) Dadas as matrizes A = 7 8 e B = x 2 e ,
3 x 3 9
o determinante é igual a zero. qual deverá ser o valor de x para que se tenha det A = det B .

g) Teorema de Binet: Sendo A e B matrizes quadradas a) -14


MATEMÁTICA

de mesma ordem, então: b) 3


det(A � B) = detA � detB c) -9
d) 5

46
Resposta: Letra C. Se det A ≠ 0 , a matriz possui inversa e assim pode-
mos isolar X da seguinte maneira:
7 8 x 2
= → 7x − 24 = 9x − 6 → 2x = −18 → x = −9
3 x 3 9
A � X = B ⇒ A−1 � A � X = A−1 � B
⇒ I � X = A−1 � B
SISTEMAS LINEARES; ⇒ X = A−1 � B

2.Sistemas Lineares 2x2


SISTEMAS LINEARES
Um exemplo de sistema 2 x 2, possui duas equações e
1. Definição
duas incógnitas (x e y) é:
Sistemas lineares são conjuntos de 2 ou mais equações
lineares, onde procura-se valores das incógnitas, chamadas
de X = x1 , x2, x3 … e xn que atendam simultaneamen-
3𝑥 − 𝑦 = 6

te todas as equações lineares: 2𝑥 + 2𝑦 = 20

Há diversos métodos utilizados para resolver um siste-


ma linear 2 x 2. Aqui, destacam-se dois deles: método da
adição e método da substituição.

2.1. Método da Adição

O método da adição consiste em multiplicar uma (ou


Onde
a11 , a12 , … , ann e b1, b2 , … , bn ambas) das equações por um valor de modo que, ao so-
mar-se as duas equações, uma das incógnitas seja elimi-
são números reais.
nada. Para isso, a incógnita a ser eliminada deve possuir o
mesmo número multiplicando-a em ambas as equações,
1.1. Classificação de Sistemas Lineares
porém com sinais opostos. Utilizando o exemplo:
Considerando um sistema de n equações lineares, po-
demos classificá-lo de 3 formas possíveis:
3𝑥 − 𝑦 = 6

2𝑥 + 2𝑦 = 20
Impossível: Quando não existem valores de
X = (x1 , x2, x3 … e xn) que satisfaçam todas as n Uma maneira de resolver o sistema pelo método da
equações lineares.
adição consiste em eliminar a variável “y”. Na primeira
equação a variável “y” está multiplicada por -1, enquan-
Possível e Indeterminado: Quando existem infinitas
to que na segunda equação, está multiplicada por 2. Se a
possibilidades para X = (x1 , x2, x3 … e xn ) que aten-
primeira equação for multiplicada por , em ambas as equa-
dem todas as equações;
ções a variável “y” estará multiplicada por 2 porém com
sinais opostos.
Possível e determinado: Quando apenas um único
conjunto de X = (x1 , x2, x3 … e xn ) satisfaz as equa-
ções lineares.

1.2. Associação de Sistemas Lineares com Matrizes

Podemos escrever qualquer sistema linear da seguinte


Somando-se ambas as equações após multiplicar a pri-
forma, separando as constantes das incógnitas:
meira equação por 2, tem-se:

6x − 2y + 2x + 2y = 12 + 20
MATEMÁTICA

→ 8x = 32
→x=4

47
Após encontrar o valor de uma das variáveis, basta substituir esse valor em qualquer uma das equações e encontrar o valor
da outra variável. Substituindo na primeira equação:

3x − y = 6
→ 3×4−y =6
→ 12 − y = 6
→y=6
Assim, S = 4,6

2.2. Método da Substituição

Este método consiste em isolar uma das incógnitas em uma das equações e substituir na outra equação. Retomando o
mesmo exemplo:

3𝑥 − 𝑦 = 6

2𝑥 + 2𝑦 = 20

É possível isolar qualquer uma das variáveis em qualquer uma das equações. Isolando a variável “y” na primeira
equação:
y = 3x − 6

Substitui-se essa expressão para “y” na segunda equação:


2x + 2 3x − 6 = 20

Agora, resolve-se essa equação do primeiro grau:

2x + 6x − 12 = 20
2x + 6x = 20 + 12
8x = 32
32
x= =4
8

Utiliza-se a expressão encontrada anteriormente para “y” para encontrar o valor dessa incógnita:
y = 3x − 6
→ y = 3 × 4 − 6 = 12 − 6
→y=6
Assim: S = 4,6

3. Sistemas Lineares 3x3 ou maiores.

Todos os sistemas lineares podem ser resolvidos pelo método da substituição apresentado acima. Porém, com mais
equações, ele vai se tornando bem trabalhoso. Desta forma, um método mais rápido é sugerido, chamado de método de
Cramer. Utiliza-se a notação matricial e o conceito de determinantes para resolver:
MATEMÁTICA

Ex:

48
Primeiro, calcula-se DA = det A . Também serão calculados determinantes auxiliares, substituindo uma coluna corres-
pondente da matriz A, pela matriz B:

, e

Os valores das incógnitas são calculados da seguinte maneira:

Dx1 Dx2 Dx3


x1 = , x2 = , x3 =
DA DA DA

Exemplo: Resolva pelo método de Cramer o seguinte Sistema Linear:

Transformando em forma matricial:

1 2 −1 x 2
2 −1 1 y = 3
1 1 1 z 6

Calculando os determinantes:

1 2 −1
DA = 2 −1 1 = −7
1 1 1

2 2 −1
Dx = 3 −1 1 = −7
6 1 1

1 2 −1
Dy = 2 3 1 = −14
1 6 1

1 2 2
Dz = 2 −1 3 = −21
1 1 6
Logo:
Dx −7
x= = =1
DA −7

D −14
y = Dy = −7
=2
A
MATEMÁTICA

Dz −21
z= = =3
DA −7

49
Obs: Aqui usamos o método da soma, mas como ex-
#FicaDica posto no texto, podemos usar o método de Cramer.

Sistemas lineares de ordem 3x3 ou maiores 2. (PM SP 2014 – VUNESP). Em um lote de xícaras de
não precisam ser necessariamente resolvidos porcelana, a razão entre o número de xícaras com defeitos
usando o método de Cramer. Fica a cargo do e o número de xícaras perfeitas, nesta ordem, é 2/3. Se o
estudante escolher um forma que pareça ser número total de xícaras do lote é 320, então, a diferença
mais fácil. entre o número de xícaras perfeitas e o número de xícaras
com defeitos, nesta ordem, é:

a) 56.
b) 78.
EXERCÍCIOS COMENTADOS
c) 93.
d) 85.
e) 64.
1. (VUNESP/2010) Considere o seguinte sistema linear:
Resposta: Letra E
Vamos denominar:
x = número de xícaras com defeitos
y = número de xícaras perfeitas

Sabendo disto, temos as seguintes equações:


Pode-se afirmar que o valor de z é
x 2
= ,
a) –2. y 3
b) –1. ou seja,
c) 0. 2y
d) 1. x =
3
e) 2. x + y = 320
Temos um sistema de equações de primeiro grau. Subs-
Resposta: Letra E.
tituindo a primeira na segunda equação:
Para esse caso o método da soma é utilizado:
2y
+ y = 320
3
(multiplicando ambos os lados por 3)
2y + 3y = 320 � 3
5y = 960
y = 960/5 = 192
Calculando x:
x = 2 y⁄3 = 2 � 192⁄3 = 128
Daí,
y – x = 192 – 128 = 64

SEQUÊNCIAS;

SEQUÊNCIAS NUMÉRICAS

1. Definição

4y + 2z = 4 O diário do professor é composto pelos nomes de seus


MATEMÁTICA

−4y − 4z = −8 alunos e esses nomes obedecem a uma ordem (são es-


− 2z = − 4 critos em ordem alfabética). Essa lista de nomes (diário)
z = 2 pode ser considerada uma sequência. Os dias do mês são
dispostos no calendário obedecendo a certa ordem que

50
também é um tipo de sequência. Assim, sequências estão Ex: (0,3,8,15,…)→ Essa sequência pode ser descrita como
presentes no nosso dia a dia com mais frequência que você sendo: an = n2 − 1 . Ou seja, qualquer termo da sequência
pode imaginar. é o quadrado da sua posição subtraído 1.

A definição formal de sequência é todo conjunto ou Essa expressão de an é definida como expressão do
grupo no qual os seus elementos estão escritos em uma termo geral da sequência.
determinada ordem ou padrão. No estudo da matemáti-
ca estudamos obviamente, as sequências numéricas.
Ao representarmos uma sequência numérica, deve- EXERCÍCIO COMENTADO
mos colocar seus elementos entre parênteses. Veja alguns
exemplos de sequências numéricas:
1. (FCC-2016 – Modificado) Determine o termo geral da
Ex: (2,4,6,8,10,12,…)→ números pares positivos. sequência numérica:
Ex: (1,2,3,4,5,6,7,8,9,10,11...)→ números naturais.
Ex: (10,20,30,40,50...)→ números múltiplos de 10. 1 3 5 7
Ex: (10,15,20,30)→ múltiplos de 5, maiores que 5 e me- , , , , … , an
2 4 6 8
nores que 35.

Pelos exemplos, observou-se dois tipos básicos de se- Resposta: Mediante análise dos termos da sequência,
quências: nota-se que termo geral é
2n − 1
Sequência finita: Sequência numérica onde a quanti- an =
dade dos elementos é finita. 2n
Sequência infinita: Sequência que seus elementos se-
guem ao infinito. 2. (FCC-2016) A sequência numérica 1/2, 3/4, 5/6, 7/8;...é
ilimitada e criada seguindo o mesmo padrão lógico. A diferença
2. Representação entre o 500º e o 50º termos dessa sequência é igual a:

Em uma sequencia numérica qualquer, o primeiro ter- a) 0,9


mo será representado por uma letra minúscula seguido b) 9
de sua posição na sequência. Assim, o primeiro termo é c) 0,009
representado por , o segundo termo é , o terceiro e assim d) 0,09
por diante. e) 0,0009

Resposta: Letra C. Utilizando o termo geral dessa se-


FIQUE ATENTO! 2n − 1
quência an = , facilmente a500 e a50 são iden-
Em uma sequência numérica finita desconhe- 2n
cida, o último elemento (chamado por exem- tificados.
plo de n-ésimo termo) é representado por an .
Substituindo para n=500 e n=50 , chega-se ao resultado.

#FicaDica
PROGRESSÕES ARITMÉTICAS E
Na matemática, achar uma expressão que PROGRESSÕES GEOMÉTRICAS;
possa descrever a sequência numérica em
função da posição do termo na mesma torna-
se conveniente e necessário para se usar essa
teoria. Os exemplos a seguir exemplificam esse PROGRESSÃO ARITMÉTICA
conceito.
1. Definição

As progressões aritméticas, conhecidas com “PA”, são


Ex: (1,2,3,4,…)→ Essa sequência pode ser descrita como sequências de números, que seguem um determinado pa-
sendo: an = n . Ou seja, qualquer termo da sequência é drão. Este padrão caracteriza-se pelo termo seguinte da se-
MATEMÁTICA

exatamente o valor de sua posição. quência ser o termo anterior adicionado de um valor fixo,
que chamaremos de constante da PA, representado pela
Ex: (5,8,11,14,…)→ Essa sequência pode ser descrita letra “r”.
como sendo: an = 3n + 2 . Ou seja, qualquer termo da se- Os exemplos a seguir ilustrarão a definição acima:
quência é o triplo da sua posição somado 2.

51
a) S={1,2,3,4,5…} : Esta seqüência é caracterizada por 3. Soma dos termos
sempre somar o valor 1 no termo seguinte, ou seja,
trata-se de uma PA com razão . Se , classificaremos Outro ponto importante de uma progressão aritmética é a
com PA crescente. soma dos termos. Considerando uma PA que queremos saber a
b) S={13,11,9,7,5…} : Também podemos ter sequências soma dos 5 primeiros termos: S={2,4,6,8,10…}. Como são poucos
onde ao invés de somar, estaremos subtraindo um termos e sabemos todos eles, podemos simplesmente somá-los:
valor fixo. Neste exemplo, o termo seguinte é o ter-
2+4+6+8+10 = 30. Agora, considere que você saiba apenas o
mo anterior subtraído 2, assim, trata-se de uma PA
primeiro e o quinto termo, ou seja: a1 = 2 e a5 = 10 e .
com razão . Se , classificaremos com PA decrescente.
c) S={4,4,4,4,4…} : Além disso, podemos ter uma sequ- Como você calcularia a soma dos 5 termos?
ência de valores constantes, nesse caso, é como se O jeito que você aprendeu até agora seria obter os ou-
estivéssemos somando 0 ao termos. Assim, se , clas- tros termos e a razão a partir da expressão do termo geral,
sificaremos com PA constante. porém você teria que fazer muitas contas para chegar ao
resultado, gastando tempo. Como a PA segue um padrão,
2. mTermo Geral foi possível deduzir uma expressão que dependa apenas
do primeiro termo e do último:
Dado esta lógica de formação das progressões aritmé- a1 + an � n
ticas, pode-se definir o que chamamos de “expressão do Sn =
2
termo geral”. Trata-se de uma fórmula matemática que re-
laciona dois termos de uma PA com a razão r: Assim, com , a1 = 2, a5 = 10 e n = 5 , podemos cal-
cular a soma:
an = ap + n − p � r , com n ∈ ℕ∗
2 + 10 � 5 12 � 5 60
Onde an e ap são termos quaisquer da PA. Essa ex- Sn = = = = 30
2 2 2
pressão geral pode ser utilizada de 2 formas:
Ou seja, não precisamos saber nem a razão da PA para
a) Sabemos um termo e a razão e queremos encontrar
acharmos a soma.
outro termo.
Ex: O primeiro termo da PA igual a 7 e a razão é 3, qual
4. Propriedades
é o quinto termo?
Temos então a1 = 7 e r = 3 e queremos achar a5.
As progressões aritméticas possuem algumas proprie-
Substituindo na fórmula do termo geral, temos que p = 1
dades interessantes que podem ser exploradas em provas
e n = 5. Assim:
de concursos:
an = ap + n − p � r P1: Para três termos consecutivos de uma PA, o ter-
a5 = a1 + 5 − 1 � r mo médio é a média aritmética dos outros dois termos.
a5 = 7 + 4 � 3 Essa propriedade é fácil de verificar com o exemplo: Va-
a5 = 19 mos considerar três termos consecutivos de uma PA sendo
an−1, an e an+1 .Podemos afirmar a partir da fórmula do
termo geral que:
Ou seja, o quinto termo desta PA é 19.
an = an−1 + r
b) Sabemos dois termos quaisquer e queremos obter a an = an+1 – r
razão da PA.
Ex: O terceiro termo da PA é 2 e o sexto é -1, qual será
Somando as duas expressões:
a razão da PA?
Temos então a3 = 2 e a6 = −1 e queremos achar r. 2an = an−1 + r + an +1 − r
Substituindo na fórmula do termo geral, temos que p = 3
e n = 6. Assim: 2an = an−1 + an + 1

an = ap + n − p � r O que leva a:
a6 = a3 + 6 − 3 � r an−1 + an + 1
−1 = 2 + 3 � r
an =
2
3r = −3
r = −1 P2: Termos equidistantes dos Extremos. Numa sequên-
MATEMÁTICA

cia finita, dizemos que dois termos são equidistantes dos


extremos se a quantidade de termos que precederem o
Ou seja, a razão desta PA é -1. primeiro deles for igual à quantidade de termos que suce-
derem ao outro termo. Assim, na sucessão:

52
(a1 , a2 , a3, a4 , . . . , ap , . . . , ak , . . . , an 3 , an 2 , an 1 , an ), Resposta:
− − −

a) Para encontrar o termo geral da progressão aritméti-


Temos: ca, devemos, primeiramente, determinar a razão r:
r = a2 – a1
a2 e an 1 são termos equidistantes dos extremos; r = 17 – 10

a3 e an 2 são termos equidistantes dos extremos; r=7
A razão é 7, e o primeiro termo da progressão (a1) é 10.

a4 e an 3 são termos equidistantes dos extremos.
− Através da fórmula do termo geral da PA, temos:

Nota-se que sempre que dois termos são equidistantes an = a1 + (n – 1). r
dos extremos, a soma dos seus índices é igual ao valor de an = 10 + (n – 1). 7
n + 1. Assim sendo, podemos generalizar que, se os termos
e são equidistantes dos extremos, então: Portanto, o termo geral da progressão é dado por an =
10 + (n – 1). 7.
p + k = n+1
b) Como já encontramos a fórmula do termo geral, va-
mos utilizá-la para encontrar o 15° termo. Tendo em vis-
FIQUE ATENTO! ta que n = 15, temos então:
Com as considerações anteriores, temos que
numa PA com termos, a soma de dois termos an = 10 + (n – 1). 7
equidistantes dos extremos é constante e igual a15 = 10 + (15 – 1). 7
a soma do primeiro termo com o último termo. a15 = 10 + 14 . 7
a15 = 10 + 98
a15 = 108
Ex: Sejam, numa PA de termos, ap e ak termos equidis-
O 15° termo da progressão é 108.
tantes dos extremos, teremos, então:
2. (CONED-2016) Em uma PA com 12 termos, a soma dos
ap = a1 + (p – 1) � r ⇒ ap = a1 + p � r – r três primeiros é 12 e a soma dos dois últimos é 65. A razão
dessa PA é um número:
ak = a1 + (k – 1) � r ⇒ ak = a1 + k � r – r
Somando as expressões: a) Múltiplo de 5
b) Primo
ap + ak = a1 + p � r – r + a1 + k � r – r c) Com 3 divisores positivos
d) Igual a média geométrica entre 9 e 4
ap + ak = a1 + a1 + (p + k – 1 – 1) � r e) Igual a 4!
Considerando que p + k = n + 1 , ficamos com:
Resposta: Letra B.
ap + ak = a1 + a1 + (n + 1 – 1) � r Aplicando a fórmula do termo geral nas duas conside-
rações do enunciado, chega-se a razão igual a 3, que é
ap + ak = a1 + a1 + (n – 1) � r um número primo
ap + ak = a1 + an
PROGRESSÃO GEOMÉTRICA (PG)

1. Definição
EXERCÍCIOS COMENTADOS
1. Em relação à progressão aritmética (10, 17, 24, …), de- As progressões geométricas, conhecidas com “PG”, são
termine: sequências de números, como as PA, mas seu padrão está
relacionado com a operação de multiplicação e divisão. Ou
a) o termo geral dessa PA; seja, o termo seguinte de uma PG é composto pelo termo
b) o seu 15° termo; anterior multiplicado por uma razão constante, que será
chamada de “q”.
MATEMÁTICA

Os exemplos a seguir ilustrarão melhor essas definições:

53
a) S={2,4,8,16,32…}: Esta sequência é caracterizada por
sempre multiplicar o termo anterior por uma razão
an = ap � qn−p
constante, q = 2. Como os termos subseqüentes são a4 = a1 � q4−1
maiores, temos uma PG crescente (caracterizada por
q>0) a4 = 5 � 23
1 1 1 a4 = 5 � 8 = 40
b) S = {9,3,1, , , … }: Esta sequência é carac-
3 9 27
terizada por sempre multiplicar o termo anterior por
Ou seja, o quarto termo desta PG é 40.
1
uma razão constante q = , ou seja, estar sendo
3 b) Sabemos dois termos quaisquer e queremos obter a
dividida sempre por 3. Assim, como os termos sub- razão da PG. Exemplo: O segundo termo da PG é 3
e o quarto é 1/3, qual será a razão da PG, sabendo
seqüentes são menores, temos uma PG decrescente que q < 0 ?
(caracterizada por a1 > 0 e 0 < q < 1 ).
c) S={-1,-2,-4,-8 ,-16,…}: Esta sequência é caracteriza- Resolução: Temos então
1
a2 = 3 e a4 = 3 e quere-
da por sempre multiplicar o termo anterior por uma
constante q=-2. Assim, como os termos subseqüen- mos achar q. Substituindo na fórmula do termo geral, te-
tes são menores, temos outro caso de PG decrescen- mos que p = 2 e n = 4. Assim:
te (caracterizada por a1 < 0 e q > 1 ).
d) S={1,-4,16,-64,256…}: Esta sequência mostra alter- an = ap � qn−p
nância de sinal entre os termos. A razão neste caso é
q=-4 e quando isto ocorre, definimos como PG alter-
a4 = a2 � q4−2
nada. (caracterizada por q < 0 ). 1
e) S={5,5,5,5,5,5,…}: Esta sequência possui termos cons- = 3 � q2
tantes e é caracterizada por ter uma razão q=1. Neste
3
caso, é definido o que chamamos de PG constante. 1
q2 =
9
FIQUE ATENTO!
Atenção as definições de PG decrescente e
PG alternada, muitos alunos se confundem e
dizem que PG decrescente ocorre quando , em
uma analogia a PA.
Como q < 0 , temos que a razão dessa PG é -1/3.

2. Termo Geral 3. Soma finita dos termos

Dado esta lógica de formação das progressões geo- Seguindo o mesmo princípio da PA, temos na PG a so-
métricas, podemos também definir a “expressão do termo matória dos “n” primeiros termos também. Uma fórmula
geral”. Trata-se de uma fórmula matemática que relaciona foi deduzida e está apresentada a seguir:
dois termos de uma PG com a razão q:
an = ap � qn−p , n ∈ ℕ∗ , q ∈ ℝ a1 � qn − 1
Sn =
q−1
Onde an e ap são termos quaisquer da PG. Essa ex-
pressão geral pode ser utilizada de 2 formas:
O ponto interessante desta fórmula é que ela depende
a) Sabemos um termo e a razão e queremos encontrar
apenas da razão e do primeiro termo, sem a necessidade
outro termo. Exemplo: O primeiro termo da PG igual
de obter o termo . Caso você tenha qualquer outro termo
a 5 e a razão é 2, qual é o quarto termo?
e a razão q, você obtém primeiramente o primeiro termo
com a fórmula do termo geral e depois obtém a soma. O
Resolução: Temos então a1 = 5 e q = 2 e queremos
exemplo a seguir ilustra isso:
achar a4 . Substituindo na fórmula do termo geral, temos
Exemplo: Calcule a soma dos quatro primeiros temos
que p = 1 e n = 4. Assim:
de uma PG, com q = 3 e a2 = 12
Resolução: Para aplicar a fórmula da soma, é necessário
MATEMÁTICA

obter o primeiro termo da PG. Usando o termo geral (com


n=2 e p=1):

54
an = ap � qn−p
a2 = a1 � q2−1
12 = a1 � 31
a1 = 4
Com o primeiro termo obtido, podemos encontrar a somatória (com n=4):

a1 qn − 1
Sn =
q−1

a1 q4 − 1
S4 =
q−1

4 34 − 1
S4 =
3−1

4 � 343 − 1
S4 = = 2 � 342 = 684
2
Assim, a soma dos primeiros quatro termos desta PG é igual a 684.

4. Soma da PG infinita

Além da soma dos “n” primeiros termos, as progressões geométricas possuem uma particularidade. Para PG com , ou
seja, para PG decrescentes ou alternadas, podemos definir a “soma da PG infinita”. Em outras palavras, se tivermos uma PG
com infinitos termos com q < 1 , podemos obter a somar todos eles e obter um valor finito. A fórmula da PG infinita é
apresentada a seguir:

a1
S∞ =
1−q

#FicaDica
A fórmula é bem simples e como na fórmula da soma dos “n” primeiros termos, temos dependência apenas
do primeiro termo e da razão.

Exemplo: Calcule a soma infinita da seguinte PG:

1 1 1 1 1
S = {1, , , , , ,…�
2 4 8 16 32

Resolução: Como se trata de uma PG decrescente com , ela atende aos requisitos da soma infinita:
1
a1 = 1 e q =
2
Substituindo na fórmula:
MATEMÁTICA

55
1. Nomenclatura
a1
S∞ =
1−q a) Os juros são representados pela letra J.
b) O dinheiro que se deposita ou se empresta chama-
mos de capital e é representado pela letra C.
1 c) O tempo de depósito ou de empréstimo é represen-
S∞ =
1−
1 tado pela letra t.
2 d) A taxa de juros é a razão centesimal que incide sobre
um capital durante certo tempo. É representado pela
1 letra i e utilizada para calcular juros.
S∞ = =2
1 Chamamos de simples os juros que são somados ao
2 capital inicial no final da aplicação.
Ou seja, a soma dos termos desta PG infinita vale 2.

FIQUE ATENTO!
EXERCÍCIO COMENTADO Devemos sempre relacionar taxa e tempo
numa mesma unidade:
Taxa anual --------------------- tempo em anos
1. (FUNAI – CONHECIMENTOS GERAIS – Taxa mensal-------------------- tempo em meses
ESAF/2016) O limite da série infinita S de razão 1/3, Taxa diária---------------------- tempo em dias
1 1 é:
S = 9 + 3 + 1 + + + ⋯)
3 9
Exemplo: Uma pessoa empresta a outra, a juros simples,
a) 13,444... a quantia de R$ 3000,00, pelo prazo de 4 meses, à taxa de
b) 13,5 2% ao mês. Quanto deverá ser pago de juros?
c) 13,666...
d) 13,6 Resolução:
e) 14
- Capital aplicado (C): R$ 3.000,00
Resposta: Letra B. a1 - Tempo de aplicação (t): 4 meses
Aplicando a fórmula da PG infinita S∞ = , chega- - Taxa (i): 2% ou 0,02 a.m. (= ao mês)
1−q
-se na resposta.
Fazendo o cálculo, mês a mês:
2. Determine o valor do sexto termo da seguinte progres-
são geométrica (1, 2, 4, 8, ...). No final do 1º período (1 mês), os juros serão: 0,02 R$
3.000,00 = R$ 60,00
Resposta: a6 = 32 No final do 2º período (2 meses), os juros serão: R$
Nota-se que a razão da progressão geométrica é igual a 60,00 + R$ 60,00 = R$ 120,00
2. Então, tem-se que: No final do 3º período (3 meses), os juros serão: R$
120,00 + R$ 60,00 = R$ 180,00
an = ap � qn−p No final do 4º período (4 meses), os juros serão: R$
a6 = a1 � q6−1 180,00 + R$ 60,00 = R$ 240,00
a6 = 1 � 25 = 32

MATEMÁTICA FINANCEIRA

JUROS SIMPLES

Toda vez que falamos em juros estamos nos referindo


MATEMÁTICA

a uma quantia em dinheiro que deve ser paga por um


devedor, pela utilização de dinheiro de um credor (aquele
que empresta).

56
#FicaDica
Para evitar essa sequência de cálculos toda vez que vamos calcular os juros simples, existe uma fórmula que
quantifica o total de juros simples do período, e ela está apresentada abaixo:

J=C ∙ i ∙ t

Além disso, quando quisermos saber o total que será pago de um empréstimo, ou o quanto se resgatará do
investimento, o qual definimos como Montante (M), basta somar o capital com os juros, usando o conceito
fundamental da matemática financeira:

M=C+J
Ou
M=C(1+i . t)

EXERCÍCIO COMENTADO

1. Um investidor possui R$ 80.000,00. Ele aplica 30% desse dinheiro em um investimento que rende juros simples a uma
taxa de 3% a.m., durante 2 meses, e aplica o restante em investimento que rende 2% a.m., durante 2 meses também. Ao fim
desse período, esse investidor possui:

a) R$ 83.680,00
b) R$ 84.000,00
c) R$ 84.320,00
d) R$ 84.400,00
e) R$ 88.000,00

Resposta: Letra A. Temos neste problema um capital sendo investido em duas etapas. Vamos realizar os cálculos sepa-
radamente:

1º investimento
30% de R$ 80.000,00 = R$ 24.000,00 valor a ser investido a uma taxa i = 3% a.m., durante um período t = 2 meses. Lem-
brando que i = 3% = 0,03.
Cálculo dos juros J, onde : J=C ∙ i ∙ t:
J = 24000 ∙ (0,03) ∙ 2 = 1440.
Juros do 1º investimento = R$ 1440,00.

2º investimento
R$ 80.000,00 – R$ 24.000,00 = R$ 56.000,00 valor a ser investido a uma taxa i = 2% a.m., durante um período t = 2
meses.
J = 56000 ∙ (0,02) ∙ 2 = 2240.
Juros do 2º investimento = R$ 2.240,00.
Portanto, o montante final será de
R$ 80.00,00 + R$ 1.440,00 + R$ 2.240,00 = R$ 83.680,00.

2. Calcule o montante resultante da aplicação de R$70.000,00 à taxa de 10,5% a.a. durante 145 dias.

Resposta:
M = P ∙ ( 1 + (i∙t) )
M = 70000 [1 + (10,5/100)∙(145/360)] = R$72.960,42
MATEMÁTICA

Observe que expressamos a taxa i e o período t na mesma unidade de tempo, ou seja, anos. Daí ter dividido 145 dias por
360, para obter o valor equivalente em anos, já que um ano comercial possui 360 dias.

57
2. Juros Compostos

O capital inicial (principal) pode crescer como já sabemos, devido aos juros. Basicamente, há duas modalidades de como
se calcular os juros:

Juros simples - ao longo do tempo, somente o principal rende juros.


Juros compostos - após cada período, os juros são incorporados ao principal e passam, por sua vez, a render juros.
Também conhecido como “juros sobre juros”.

Vamos ilustrar a diferença entre os crescimentos de um capital através juros simples e juros compostos, com um
exemplo: Suponha que $100,00 são empregados a uma taxa de 10% a.a. (ao ano) Teremos:

Capital = 100 Juros Simples Juros Compostos


N° de Anos Montante Simples Montante Composto
1 100 + 0,1 ∙ 100 = 110 100,00 + 0,1 ∙ (100,00) = 110,00
2 110 + 0,1 ∙ 100 = 120 110,00 + 0,1 ∙ (110,00) = 121,00
3 120 + 0,1 ∙ 100 = 130 121,00 + 0,1 ∙ (121,00) = 133,10
4 130 + 0,1 ∙ 100 = 140 133,10 + 0,1 ∙ (133,10) = 146,41
5 140 + 0,1 ∙ 100 = 150 146,41 + 0,1 ∙ (146,41) = 161,05

Observe que o crescimento do principal segundo juros simples é LINEAR enquanto que o crescimento segundo juros
compostos é EXPONENCIAL, e, portanto tem um crescimento muito mais “rápido”. Isto poderia ser ilustrado graficamente
da seguinte forma:

Na prática, as empresas, órgãos governamentais e investidores particulares costumam reinvestir as quantias geradas
pelas aplicações financeiras, o que justifica o emprego mais comum de juros compostos na Economia. Na verdade, o uso
de juros simples não se justifica em estudos econômicos.

3. Fórmula para o cálculo de Juros compostos

Considere o capital inicial (principal P) $1000,00 aplicado a uma taxa mensal de juros compostos (i) de 10% (i = 10% a.m.).
Vamos calcular os montantes (capital + juros), mês a mês:
Após o 1º mês, teremos: M1 = 1000 ∙ 1,1 = 1100 = 1000(1 + 0,1)
Após o 2º mês, teremos: M2 = 1100 ∙1,1 = 1210 = 1000(1 + 0,1)2
Após o 3º mês, teremos: M3 = 1210 ∙ 1,1 = 1331 = 1000(1 + 0,1)3
MATEMÁTICA

.....................................................................................................
Após o nº (enésimo) mês, sendo S o montante, teremos evidentemente: M = 1000(1 + 0,1)n

58
De uma forma genérica, teremos para um capital M
C, aplicado a uma taxa de juros compostos i durante o log = n � log 1 + i →
período n : C
M = C(1 + i)n

Onde M = montante, C = Capital, i = taxa de juros e n =


número de períodos que o principal C foi aplicado.
A fórmula envolve logaritmos e você tem dois caminhos:
Memorize ou sempre lembre da dedução a partir da
#FicaDica fórmula do montante. Substituindo os valores:

Na fórmula acima, as unidades de tempo


referentes à taxa de juros (i) e do período (n),
tem de ser necessariamente iguais. Este é um
detalhe importantíssimo, que não pode ser
esquecido! Assim, por exemplo, se a taxa for
2% ao mês e o período 3 anos, deveremos
considerar 2% ao mês durante 3 ∙ 12=36 meses. EXERCÍCIO COMENTADO

1. Calcule o montante de um empréstimo a juros compos-


Exemplo: Calcule o montante de uma aplicação tos de R$ 3000,00 a uma taxa de 1% a.m durante 3 meses.
financeira de R$ 2000,00 aplicada a juros compostos de 2% Dado: 1,01³ = 1,0303
ao mês durante 2 meses:
a) R$ 3060,30
Resolução: b) R$ 3090,90
c) R$ 3121,81
M = C∙(1 + i)n→M = 2000∙(1 +0,02)2→M = 2000∙(1,02)2=R$ 2080,80 d) R$ 3250,30
e) R$ 3450,40
Com aplicação da fórmula, obtém-se o montante.
Agora, se quisermos os juros? Como se calcula os juros Resposta: Letra B.
desta aplicação sendo que agora não temos uma fórmula M = C(1 + i)n→M = 3000∙(1 +0,01)3→M = 3000∙(1,01)3=R$ 3090,90
para J como nos juros simples? Para resolver isso, basta
relembrar o conceito fundamental: 2. Calcule o montante de um empréstimo a juros compos-
tos de R$ 10000,00 a uma taxa de 0,5% a.m durante 6 me-
M=C+J→J=M-C ses. Dado: 1,0056 = 1,0304

Como calculamos o montante e temos o capital: a) R$ 10303,77


b) R$ 10090,90
J=M-C→2080,80-2000,00=R$ 80,80 c) R$ 13030,77
d) R$ 13250,80
Esse exemplo é a aplicação básica de juros compostos. e) NDA

Resposta: Letra a.
FIQUE ATENTO! M = C(1 + i)n→M = 10000∙(1 +0,005)6→M = 10000∙(1,005)6=
Alguns concursos podem complicar um pouco =R$ 10303,77
as questões, deixando como incógnita o perí-
odo da operação “n”.
TAXAS DE JUROS

Exemplo: Em quanto tempo devo deixar R$ 3000,00 em Podemos definir a taxa nominal como aquela em que
uma aplicação para que renda um montante de R$ 3376,53 a unidade de referência do seu tempo não coincide com a
a uma taxa de 3% ao mês. unidade de tempo dos períodos de capitalização. É usada
no mercado financeiro, mas para cálculo deve-se encontrar
Resolução: Neste caso, precisamos saber n, vamos a taxa efetiva. Por exemplo, a taxa nominal de 12% ao ano,
MATEMÁTICA

isolá-lo na fórmula do montante: capitalizada mensalmente, resultará em uma taxa mensal


M M de 1% ao mês. Entretanto, quando esta taxa é capitalizada
M=C 1+i n → = 1+i n → log = log 1 + i n pelo regime de juros compostos, teremos uma taxa efetiva
C C de 12,68% ao ano.

59
1. Taxa Nominal onde:
iq : taxa equivalente para o prazo que eu quero
A taxa nominal de juros relativa a uma operação finan- it : taxa para o prazo que eu tenho
ceira pode ser calculada pela expressão: q : prazo que eu quero
Taxa nominal = Juros pagos / Valor nominal do emprés- t : prazo que eu tenho
timo

Assim, por exemplo, se um empréstimo de $100.000,00,


deve ser quitado ao final de um ano, pelo valor monetário  
de $150.000,00, a taxa de juros nominal será dada por: iq = 0,009489 a.m  ou  iq = 0,949 % a.m.

Juros pagos = Jp = $150.000 – $100.000 = $50.000,00 3) Cálculo do montante pedido, utilizando a taxa efetiva
Taxa nominal = in = $50.000 / $100.000 = 0,50 = 50% mensal

Sem dúvida, se tem um assunto que gera muita con- a) pela convenção da taxa proporcional:
fusão na Matemática Financeira são os conceitos de taxa M = c (1 + i)n
nominal, taxa efetiva e taxa equivalente. Até na esfera judi- M = 1000 (1 + 0,01) 18 = 1.000 x  1,196147
cial esses assuntos geram muitas dúvidas nos cálculos de M = 1.196,15
empréstimos, financiamentos, consórcios  e etc.  
Vamos tentar esclarecer esses conceitos, que na maioria b) pela convenção da taxa equivalente:
das vezes nos livros e apostilas disponíveis no mercado, M = c (1 + i)n
não são apresentados de uma maneira clara. M = 1000 (1 + 0,009489) 18 = 1.000 x  1,185296
M = 1.185,29
Temos a chamada taxa de juros nominal, quando esta  
não é realmente a taxa utilizada para o cálculo dos juros NOTA: Para comprovar que a taxa de 0,948% a.m é
(é uma taxa “sem efeito”). A capitalização (o prazo de for- equivalente a taxa de 12% a.a, basta calcular o montante
mação e incorporação de juros ao capital inicial) será dada utilizando a taxa anual, neste caso  teremos que transfor-
através de outra  taxa,  numa unidade de tempo diferente, mar 18 (dezoito) meses em anos para fazer o cálculo, ou
taxa efetiva. seja : 18: 12 = 1,5 ano. Assim:
Como calcular a taxa que realmente vai ser utilizada; M = c (1 + i)n
isto é, a taxa efetiva? M = 1000 (1 + 0,12) 1,5 = 1.000 x  1,185297
Vamos acompanhar através do exemplo M = 1.185,29
 
1.1. Taxa Efetiva 3. Conclusões

Calcular o montante de um capital de R$ 1.000,00 (mil - A taxa nominal é 12% a.a, pois não foi aplicada no
reais), aplicados durante 18 (dezoito) meses, capitalizados cálculo do montante. Normalmente a taxa nominal vem
mensalmente, a uma taxa de 12% a.a. Explicando o que é sempre ao ano!
taxa Nominal, efetiva mensal e equivalente mensal: - A taxa efetiva mensal, como o próprio nome diz, é
aquela que foi utilizado para cálculo do montante. Pode
2. Respostas e soluções ser uma taxa proporcional mensal (1 % a.m.) ou uma taxa
equivalente mensal (0,949 % a.m.).
1) A taxa Nominal é 12% a.a; pois o capital não vai ser - Qual a taxa efetiva mensal que devemos utilizar? Em
capitalizado com a taxa anual. se tratando de concursos públicos, a grande maioria das
2) A taxa efetiva mensal a ser utilizada depende de duas bancas examinadoras utilizam a convenção da taxa propor-
convenções: taxa proporcional mensal ou taxa equi- cional. Em se tratando do mercado financeiro, utiliza-se a
valente mensal. convenção de taxa equivalente.
a) Taxa proporcional mensal (divide-se a taxa anual por
12): 12%/12 = 1% a.m. 4. Taxa Equivalente
b) Taxa equivalente mensal (é aquela que aplicado aos
R$ 1.000,00, rende os mesmos juros que a taxa anual Taxas Equivalentes são taxas que quando aplicadas ao
aplicada nesse mesmo capital). mesmo capital, num mesmo intervalo de tempo, produzem
  montantes iguais. Essas taxas devem ser observadas com
Cálculo da taxa equivalente mensal: muita atenção, em alguns financiamentos de longo prazo,
MATEMÁTICA

somos apenas informados da taxa mensal de juros e não


tomamos conhecimento da taxa anual ou dentro do pe-
  ríodo estabelecido, trimestre, semestre entre outros. Uma
expressão matemática básica e de fácil manuseio que nos
fornece a equivalência de duas taxas é: 

60
1 + ia = (1 + ip)n, onde:  Exemplo
ia = taxa anual  Numa operação financeira com taxas pré-fixadas, um
ip = taxa período banco empresta $120.000,00 para ser pago em um ano
n: número de períodos  com $150.000,00. Sendo a inflação durante o período do
empréstimo igual a 10%, pede-se calcular as taxas nominal
Observe alguns cálculos:  e real deste empréstimo.
Teremos que a taxa nominal será igual a:
Exemplo 1 in = (150.000 – 120.000)/120.000 = 30.000/120.000 =
Qual a taxa anual de juros equivalente a 2% ao mês? 0,25 = 25%
Temos que: 2% = 2/100 = 0,02  Portanto in = 25%
1 + ia = (1 + 0,02)12  Como a taxa de inflação no período é igual a j = 10% =
1 + ia = 1,0212 0,10, substituindo na fórmula anterior, vem:
1 + ia = 1,2682  (1 + in) = (1+r). (1 + j)
ia = 1,2682 – 1  (1 + 0,25) = (1 + r).(1 + 0,10)
ia = 0,2682  1,25 = (1 + r).1,10
ia = 26,82%  1 + r = 1,25/1,10 = 1,1364
A taxa anual de juros equivalente a 2% ao mês é de Portanto, r = 1,1364 – 1 = 0,1364 = 13,64%
26,82%. 
Se a taxa de inflação no período fosse igual a 30%, te-
As pessoas desatentas poderiam pensar que a taxa ríamos para a taxa real de juros:
anual nesse caso seria calculada da seguinte forma: 2% x (1 + 0,25) = (1 + r).(1 + 0,30)
12 = 24% ao ano. Como vimos, esse tipo de cálculo não 1,25 = (1 + r).1,30
procede, pois a taxa anual foi calculada de forma correta e 1 + r = 1,25/1,30 = 0,9615
corresponde a 26,82% ao ano, essa variação ocorre porque Portanto, r = 0,9615 – 1 = -,0385 = -3,85% e, portanto
temos que levar em conta o andamento dos juros compos- teríamos uma taxa real de juros negativa.
tos (juros sobre juros). 
Exemplo
5. Taxa Real $100.000,00 foi emprestado para ser quitado por
$150.000,00 ao final de um ano. Se a inflação no período
A taxa real expurga o efeito da inflação. Um aspecto foi de 20%, qual a taxa real do empréstimo?
interessante sobre as taxas reais de juros, é que elas podem Resposta: 25%
ser inclusive, negativas.
Vamos encontrar uma relação entre as taxas de juros 6. Taxas Proporcionais
nominal e real. Para isto, vamos supor que um determinado
capital P é aplicado por um período de tempo unitário, a Para se compreender mais claramente o significado
certa taxa nominal in destas taxas deve-se reconhecer que toda operação envol-
O montante S1 ao final do período será dado por S1 = ve dois prazos:
P(1 + in). - o prazo a que se refere à taxa de juros; e
- o prazo de capitalização (ocorrência) dos juros. (AS-
Consideremos agora que durante o mesmo período, a SAF NETO, 2001).
taxa de inflação (desvalorização da moeda) foi igual a j. O
capital corrigido por esta taxa acarretaria um montante S2 Taxas Proporcionais: duas (ou mais) taxas de juro sim-
= P (1 + j). ples são ditas proporcionais quando seus valores e seus
respectivos períodos de tempo, reduzidos a uma mesma
A taxa real de juros, indicada por r, será aquela aplicada unidade, forem uma proporção. (PARENTE, 1996). Exem-
ao montante S2, produzirá o montante S1. Poderemos en- plos
tão escrever: S1 = S2 (1 + r) Prestação = amortização + juros
Substituindo S1 e S2 , vem: Há diferentes formas de amortização, conforme descri-
P(1 + in) = (1+r). P (1 + j) tas a seguir.
Para os exemplos numéricos descritos nas tabelas, em
Daí então, vem que: todas as diferentes formas de amortização, utilizaremos o
(1 + in) = (1+r). (1 + j), onde: mesmo exercício: uma dívida de valor inicial de R$ 100 mil,
in = taxa de juros nominal prazo de três meses e juros de 3% ao mês.
j = taxa de inflação no período
MATEMÁTICA

r = taxa real de juros Pagamento único


Observe que se a taxa de inflação for nula no período, É a quitação de toda a dívida (amortização + juros) em
isto é, j = 0, teremos que as taxas nominal e real são coin- um único pagamento, ao final do período. Utilizamos a
cidentes. mesma fórmula do montante:

61
Nos juros simples:
M = C (1 + i×n)
M = montante
C = capital inicial
i = taxa de juros
n = período

Nos juros compostos:


M = C (1+i)n
M = montante
C = capital inicial
i = taxa de juros
n = período

Nos juros simples:

n Juros Amortização Prestação Saldo devedor


0 - - - 100.000,00

1 - - 103.000,00
3.000,00

2 - - 106.000,00
3.000,00

3 100.000,00 -
3.000,00 109.000,00

Nos juros compostos:

n Juros Amortização Prestação Saldo devedor


0 - - - 100.000,00

1 - - 103.000,00
3.000,00

2 - - 106.090,00
3.090,00

3 100.000,00 -
3.182,70 109.272,70

7. Sistema Price (Sistema Francês)

Foi elaborado para apresentar pagamentos iguais ao longo do período do desembolso das prestações. A fórmula para
encontrarmos a prestação é dada a seguir:

PMT = VP . _i.(1+i)n_
(1+i)n -1

PMT = valor da prestação


VP = valor inicial do empréstimo
i = taxa de juros
n = período

A fórmula foi desenvolvida, considerando-se apenas a capitalização por juros compostos. O resultado é listado a seguir:
MATEMÁTICA

62
n Juros Amortização Prestação Saldo devedor
0 - - - 100.000,00

1 32.353,04 67.646,96
3.000,00 35.353,04

2 33.323,63 34.323,33
2.029,41 35.353,04

3 34.323,33 -
1.029,71 35.353,04

8. Sistema de Amortização Misto (SAM)

É a média aritmética das prestações calculadas nas duas formas anteriores (SAC e Price). É encontrado pela fórmula:

PMTSAM = (PTMSAC + PMTPRICE) / 2

n Juros Amortização Prestação Saldo devedor


0 - - - 100.000,00

1 32.843,19 67.156,81
3.000,00 35.843,19

2 33.328,49 33.828,32
2.014,70 35.343,19

3 33.828,32 -
1.014,87 34.843,19

9. Sistema de Amortização Crescente (SACRE)

Este sistema, criado pela Caixa Econômica Federal (CEF), é uma das formas utilizadas para o cálculo das prestações dos
financiamentos imobiliários. Usa-se, para o cálculo do valor das prestações, a metodologia do sistema de amortização
constante (SAC) anual, desconsiderando-se o valor da Taxa Referencial de Juros (TR). Esta é incluída posteriormente, resul-
tando em uma amortização variável. Chamar de “amortização crescente” parece-nos inadequado, pois pode resultar em
amortizações decrescentes, dependendo da ocorrência de TR com valor muito baixo.

10. Sistema Alemão

Neste caso, a dívida é liquidada também em prestações iguais, exceto a primeira, onde no ato do empréstimo (momen-
to “zero”) já é feita uma cobrança dos juros da operação. As prestações, a primeira amortização e as seguintes são definidas
pelas três seguintes fórmulas:

PMT = _ Vp.i _
1- (1+i)n
PMT = valor da prestação
VP = valor inicial do empréstimo
i = taxa de juros
n = período

A1 = PMT . (1- i)n-1


A1 = primeira amortização
PMT = valor da prestação
i = taxa de juros
n = período
An = An-1 _
MATEMÁTICA

(1- i)
An = amortizações posteriores (2º, 3º, 4º, ...)
An-1 = amortização anterior
i = taxa de juros
n = período

63
n Juros Amortização Prestação Saldo devedor
0 - 3.000,00 100.000,00
3.000,00
1 32.323,34 34.353,64 67.676,66
2.030,30
2 33.323,03 34.353,64 34.353,63
1.030,61
3 - 34.353,64 34.353,64 (0,01)

OBS: os resíduos em centavos, como saldo devedor final na tabela anterior, são resultados de arredondamento do
cálculo e serão desconsiderados.

11. Sistema de Amortização Constante – SAC

Consiste em um sistema de amortização de uma dívida em prestações periódicas, sucessivas e decrescentes em pro-
gressão aritmética, em que o valor da prestação é composto por uma parcela de juros uniformemente decrescente e outra
de amortização que permanece constante.
Sistema de Amortização Constante (SAC) é uma forma de amortização de um empréstimo por prestações que incluem
os juros, amortizando assim partes iguais do valor total do empréstimo.
Neste sistema o saldo devedor é reembolsado em valores de amortização iguais. Desta forma, no sistema SAC o valor
das prestações é decrescente, já que os juros diminuem a cada prestação. O valor da amortização é calculado dividindo-se
o valor do principal pelo número de períodos de pagamento, ou seja, de parcelas.
O SAC é um dos tipos de sistema de amortização utilizados em financiamentos imobiliários. A principal característica
do SAC é que ele amortiza um percentual fixo do saldo devedor desde o início do financiamento. Esse percentual de amor-
tização é sempre o mesmo, o que faz com que a parcela de amortização da dívida seja maior no início do financiamento,
fazendo com que o saldo devedor caia mais rapidamente do que em outros mecanismos de amortização.

Exemplo:
Um empréstimo de R$ 120.000,00 (cento e vinte mil reais) a ser pago em 12 meses, a uma taxa de juros de 1% ao mês
(em juros simples). Aplicando a fórmula para obtenção do valor da amortização, iremos obter um valor igual a R$ 10.000,00
(dez mil reais). Essa fórmula é o valor do empréstimo solicitado divido pelo período, sendo nesse caso: R$ 120.000,00 / 12
meses = R$ 10.000,00. Logo, a tabela SAC fica:

Nº Prestação Prestação Juros Amortização Saldo Devedor


0 120000
1 11200 1200 10000 110000
2 11100 1100 10000 100000
3 11000 1000 10000 90000
4 10900 900 10000 80000
5 10800 800 10000 70000
6 10700 700 10000 60000
7 10600 600 10000 50000
8 10500 500 10000 40000
9 10400 400 10000 30000
10 10300 300 10000 20000
11 10200 200 10000 10000
MATEMÁTICA

12 10100 100 10000 0

Note que o juro é sempre 10% do saldo devedor do mês anterior, já a prestação é a soma da amortização e o juro.
Sendo assim, o juro é decrescente e diminui sempre na mesma quantidade, R$ 100,00. O mesmo comportamento tem as
prestações. A soma das prestações é de R$ 127.800,00, gerando juros de R$ 7.800,00.

64
Outra coisa a se observar é que as parcelas e juros diminuem em progressão aritmética (PA) de r=100.

12. Sistema Americano

O tomador do empréstimo paga os juros mensalmente e o principal, em um único pagamento final.

Considera-se apenas o regime de juros compostos:

n Juros Amortização Prestação Saldo devedor


0 - - - 100.000,00
1 3.000,00 - 3.000,00 100.000,00
2 3.000,00 - 3.000,00 100.000,00
3 3.000,00 100.000,00 103.000,00 -

13. Sistema de Amortização Constante (SAC) ou Sistema Hamburguês

O tomador do empréstimo amortiza o saldo devedor em valores iguais e constantes ao longo do período.

Considera-se apenas o regime de juros compostos:

n Juros Amortização Prestação Saldo devedor


0 - - - 100.000,00
1 3.000,00 33.333,33 36.333,33 66.666,67
2 2.000,00 33.333,33 35.333,33 33.333,34
3 1.000,00 33.333,34 34.333,34 -

Qual a melhor forma de amortização?


A tabela abaixo lista o fluxo de caixa nos diversos sistemas de amortização discutidos nos itens anteriores.

N Pgto único (jrs comp.) Sistema Americano SAC PRICE SAM Alemão
0 100.000,00 100.000,00 100.000,00 100.000,00 100.000,00 97.000,00
1 - (3.000,00) (36.333,33) (35.353,04) (35.843,19) (34.353,64)
2 - (3.000,00) (35.333,33) (35.353,04) (35.343,19) (34.353,64)
3 (109.272,70) (103.000,00) (34.333,34) (35.353,04) (34.843,19) (34.353,64)

As várias formas de amortização utilizadas pelo mercado brasileiro, em sua maioria, consideram o regime de capitali-
zação por juros compostos. A comparação entre estas, por meio do VPL (vide item 6.2), demonstra que o custo entre elas
se equivale. Vejam: no nosso exemplo, todos, exceto no sistema alemão, os juros efetivos cobrados foram de 3% ao mês
(regime de juros compostos) ou 9,27% no acumulado dos três meses.

n Pgto único (jrs comp.) Sistema Americano SAC PRICE SAM Alemão

0 100.000,00 100.000,00 100.000,00 100.000,00 97.000,00


100.000,00

1 - (2.912,62) (34.323,34) (34.799,21) (33.353,04)


(35.275,08)

2 - (2.827,79) (33.323,63) (33.314,35) (32.381,60)


MATEMÁTICA

(33.305,05)

3 (100.000,00) (94.259,59) (32.353,04) (31.886,45) (31.438,44)


(31.419,87)
VPL - - - - - (173,09)

65
OBS: tabela com as prestações dos sistemas anteriores, descontada da taxa (juros compostos) de 3% ao mês.
Considerando o custo de oportunidade de 2% ao mês, isto é, abaixo do valor do empréstimo, teríamos a tabela abaixo.
Isso seria uma situação mais comum: juros do empréstimo mais caro que uma aplicação no mercado. Neste caso, quanto
menor (em módulo) o VPL, melhor para o tomador do empréstimo, ou seja, o sistema SAC seria o melhor sob o ponto de
vista financeiro.

n Pgto único (jrs comp.) Sistema Americano SAC PRICE SAM Alemão
0 100.000,00 100.000,00 100.000,00 100.000,00 100.000,00 97.000,00
1 - (2.941,18) (35.620,91) (34.659,84) (35.140,38) (33.680,04)
2 - (2.883,51) (33.961,29) (33.980,24) (33.970,77) (33.019,64)
3 (102.970,11) (97.059,20) (32.353,07) (33.313,96) (32.833,52) (32.372,20)
VPL (2.970,11) (2.883,88) (1.935,28) (1.954,04) (1.944,67) (2.071,88)

OBS: tabela com as prestações dos sistemas anteriores, descontada da taxa (juros compostos) de 2% ao mês.
Outra situação seria considerarmos um empréstimo com taxa de juros abaixo do mercado. Neste exemplo a seguir,
teremos como custo de oportunidade a taxa de 4% ao mês. Isso, na vida real, não será comum: juros do empréstimo mais
barato do que uma aplicação no mercado. Assim, como no exemplo anterior, quanto maior o VPL, melhor para o tomador
do empréstimo, ou seja, o sistema de pagamento único, sob o ponto de vista financeiro, é o melhor, como no caso abaixo.

n Pgto único (jrs comp.) Sistema Americano SAC PRICE SAM Alemão
0 100.000,00 100.000,00 100.000,00 100.000,00 100.000,00 97.000,00
1 - (2.884,62) (34.935,89) (33.993,31) (34.464,61) (33.032,34)
2 - (2.773,67) (32.667,65) (32.685,87) (32.676,77) (31.761,87)
3 (97.143,03) (91.566,62) (30.522,21) (31.428,72) (30.975,47) (30.540,26)
VPL 2.856,97 2.775,09 1.874,24 1.892,10 1.883,16 1.665,53

OBS: tabela com as prestações dos sistemas anteriores, descontada da taxa (juros compostos) de 4% ao mês.

Referências
Passei Direto. Disponível em: https://www.passeidireto.com/arquivo/1599335/exercicios_matematica_finaceiraexercicios_
matematica_finaceiraNos juros compostos:

M = C (1+i)n
M = montante
C = capital inicial
i = taxa de juros
n = período

EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (TRE/PR – ANALISTA JUDICIÁRIO – FCC/2017) Para comprar um automóvel, Pedro realizou uma pesquisa em 3
concessionárias e obteve as seguintes propostas de financiamento:

Concessionária 1: Entrada de R$ 12.000,00 + 1 prestação de R$ 29.120,00 para 30 dias após a entrada.


Concessionária 2: Entrada de R$ 13.000,00 + 1 prestação de R$ 29.120,00 para 60 dias após a entrada.
Concessionária 3: Entrada de R$ 13.000,00 + 2 prestações R$ 14.560,00 para 30 e 60 dias após a entrada, respectivamente.
MATEMÁTICA

Sabendo que a taxa de juros compostos era 4% ao mês, para a aquisição do automóvel

a) a melhor proposta é a 1, apenas.


b) a melhor proposta é a 2, apenas.
c) a melhor proposta é a 3, apenas.

66
d) as melhores propostas são 2 e 3, por serem equivalentes. Resposta: Letra A.
e) as melhores propostas são 1 e 2, por serem equivalentes. Sendo PMT o valor da parcela e PV o valor presente,
usaremos o sistema de amortização PRICE, por ser par-
Resposta: Letra B.. celas fixas:

Concessionária 1

Concessionária 2

Concessionária 3 4. (TST – ANALISTA JUDICIÁRIO – FCC/2017) Um in-


vestidor aplicou R$ 10.000,00 em títulos que remuneram à
taxa de juros compostos de 10% ao ano e o prazo para res-
gate da aplicação foi de 2 anos. Sabendo-se que a inflação
no prazo total da aplicação foi 15%, a taxa real de remune-
2. (TST – ANALISTA JUDICIÁRIO – FCC/2017) Um em- ração obtida pelo investidor no prazo total da aplicação foi
préstimo foi obtido para ser liquidado em 10 parcelas men-
sais de R$ 2.000,00, vencendo-se a primeira parcela um a) 5,00%.
mês após a data da obtenção. A taxa de juros negociada b) 6,00%.
com a instituição financeira foi 2% ao mês no regime de c) 5,22%.
capitalização composta. Se, após o pagamento da oitava d) 5,00% (negativo).
parcela, o devedor decidir liquidar o saldo devedor do em- e) 4,55%.
préstimo nesta mesma data, o valor que deverá ser pago,
desprezando-se os centavos, é, em reais, Resposta: Letra C.
Sendo i a taxa de juros nominal
a) 3.846,00. R a taxa de juros real
b) 3.883,00. J a taxa de juros de inflação
c) 3.840,00. 1+i=(1+r)(1+j)
d) 3.880,00. (1+0,1)²=(1+r)⋅(1+0,15)
e) 3.845,00. 1,1²=(1+r) ⋅1,15
1,21=1,15+1,15r
Resposta: Letra B. 0,06=1,15r
R=0,05217≅0,0522=5,22%

5. (TST - ANALISTA JUDICIÁRIO - FCC/2017) Uma em-


presa obteve um empréstimo no valor de R$ 100.000,00
3. (POLICIA CIENTIFICA/PR – PERITO CRIMINAL – para ser liquidado em uma única parcela no final do prazo
IBFC/2017) Assinale a alternativa correta. Uma pessoa de 2 meses. A taxa de juros compostos negociada foi 3% ao
comprou um vídeo game de última geração em uma loja, mês e a empresa deve pagar, adicionalmente, na data da
parcelando em 12 prestações mensais de 140,00 cada uma, obtenção do empréstimo, uma taxa de cadastro no valor
sem entrada. Sabendo-se que a taxa de juros compostos de R$ 1.000,00. Na data do vencimento do empréstimo a
cobrada pela loja foi de 3% ao mês, sendo que os valores empresa deve pagar, junto com o valor que pagará à ins-
estão arredondados e que: (1,03)12 = 1,4258 tituição financeira, um imposto no valor de R$ 530,00. O
custo efetivo total para a empresa no prazo do emprésti-
(1,03)12 x 0,03 = 0,0428 mo, foi
0,4258/0,0428 = 9,95
a) 7,70%.
O valor do vídeo game era de: b) 6,09%.
d) 7,62%.
MATEMÁTICA

a) R$ 1.393 d) 6,00%.
b) R$ 1.820 e) 7,16%.
c) R$ 1.680
d) R$ 1.178
e) R$ 1.423

67
Resposta: Letra A. 8. (TRE/BA – TÉCNICO JUDICIÁRIO – CESPE/2017) Um
M=C(1+i)t banco emprestou a uma empresa R$ 100.000, entregues no
M=100000(1+0,03)²=106090 ato, sem prazo de carência, para serem pagos em quatro
Como teve uma taxa de 1000, a empresa recebeu então prestações anuais consecutivas pelo sistema de amortiza-
99000 ção constante (SAC). A taxa de juros compostos contratada
A empresa teve eu pagar 106090+530=106620 para o empréstimo foi de 10% ao ano, e a primeira presta-
106620=99000(1+i) ção será paga um ano após a tomada do empréstimo.
106620=99000+99000i Nessa situação, o valor da segunda prestação a ser paga
7620=99000i pela empresa será
I=0,0769=7,69%
a) superior a R$ 33.000.
6. (TRE/PR - ANALISTA JUDICIÁRIO - FCC/2017) A b) inferior a R$ 30.000.
Cia. Ted está avaliando a alternativa de compra de um novo c) superior a R$ 30.000 e inferior a R$ 31.000.
equipamento por R$ 480.000,00 à vista. Estima-se que a vida d) superior a R$ 31.000 e inferior a R$ 32.000.
útil do equipamento seja de 3 anos, que o valor residual de e) superior a R$ 32.000 e inferior a R$ 33.000.
revenda no final do terceiro ano seja R$ 70.000,00 e que os
fluxos líquidos de caixa gerados por este equipamento ao Resposta: Letra E.
final de cada ano sejam R$ 120.000,00, R$180.000,00 e R$ SD=100000
200.000,00, respectivamente. Sabendo que a taxa mínima A=100000/4=25000
de atratividade é de 10% a.a., a alternativa J=(100000-25000)⋅0,1
J=7500
a) apresenta valor presente líquido positivo. P=A+J
b) apresenta valor presente líquido negativo. P=25000+7500=32500
c) apresenta taxa interna de retorno maior que 10% a.a.
9. (EMBASA – CONTADOR – IBFC/2017) Um cliente fez
d) é economicamente viável à taxa mínima de atratividade
um empréstimo no valor de R$ 2.000,00 no Banco ABC em
de 10% a.a..
31/12/2013 para reaplicar em um investimento em sua em-
e) é economicamente viável à taxa mínima de atratividade
presa. A taxa de juros cobrada pelo Banco era de 10% ao ano.
de 12% a.a..
Após um ano, em 31/12/2014, o fluxo de caixa da empresa
foi de R$ 1.100,00. Após dois anos, em 31/12/2015, o fluxo de
Resposta: Letra B.
caixa da empresa foi de R$ 1.210,00 e em 31/12/2016, após
VPL = valor presente das entradas – valor presente das
três anos, o fluxo de caixa da empresa foi de R$ 1.331,00.
saídas O valor presente líquido dos valores do fluxo de caixa, trazi-
dos a valor presente em 31/12/2013, era de:

a) R$ 1.100,00
b) R$ 1.000,00
7. (FUNAPE – ANALISTA EM GESTÃO PREVIDENCIÁ- c) R$ 2.210,00
RIA – FCC/2017) Um empréstimo foi contratado com uma d) R$ 2.331,00
taxa nominal de juros de 6% ao trimestre e com capitaliza-
ção mensal. A taxa efetiva desse empréstimo é igual a Resposta: Letra B.
(A) 6,2302%.
(B) 6,3014%.
(C) 6,1385%. 10.(DPE/PR – CONTADOR – INAZ DO PARÁ/2017) Um
(D) 6,2463%. comerciante recebeu, no meio do mês, uma excelente ofer-
(E) 6,1208%. ta de compra de material para sua empresa no valor de
R$8.000,00. No entanto, por estar desprovido de recursos,
Resposta: Letra E. precisou tomar um empréstimo junto ao seu banco, em
Temos que transformar os 6% ao trimestre em capitali- parcelas de 15 vezes a uma taxa de juros 2,5% a.m. Deter-
zação mensal mine o valor da última prestação do empréstimo, lembran-
6/3=2%a.m do que o Sistema de financiamento usado é o SAC.
1,02³=1,061208=6,1208%
a) R$ 533,33
b) R$ 733,33
MATEMÁTICA

c) R$ 653,33
d) R$ 560,00
e) R$ 546,67

68
Resposta: Letra E.
8000/15 = 533,33
Portanto, a última parcela será de 533,33⋅1,025=546,66 EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (BR DISTRIBUIDORA – TÉCNICO DE SUPRIMENTO E


FLUXO DE CAIXA LOGÍSTICA JUNIOR – CESGRANRIO – 2013) Um título no
valor de R$ 2.000,00 foi pago com atraso de dez dias. Se
Um fluxo de caixa se caracteriza pela representação de são cobrados juros simples de 12% ao mês,  o montante
um conjunto de entradas e saídas do dinheiro do caixa a pago, em reais, é:
longo do tempo. A representação gráfica de um fluxo de
caixa pode ser ilustrada a seguir. a) 2.080
b) 2.120
c) 2.240
d) 2.400
e) 2.510

Resposta: Letra A. Visto que o montante é o sinônimo


de Valor Futuro (F), o problema é solucionado utilizando
a fórmula de cálculo de F, no regime de juros simples.
Veja a apresentação do cálculo.
F P (1 + in)
=
Percebe-se que no fluxo de caixa os valores de entrada
ou saída de caixa estão em períodos diferente. Assim, é No enunciado é possível extrair as seguintes informações:
necessário recorrer as relações de equivalência para obter P = 2.000; i = 0,12 ao mês; n =
1
mês (10 dias correspon-
valores do fluxo de caixa que se equivalem no tempo. 3
dem a um terço de um mês). Dessa forma, temos que:

VALOR PRESENTE E VALOR FUTURO – JUROS  1


SIMPLES F 2.000 1 + 0,12 × 
=
 3
Na capitalização por juros simples, o cálculo dos
rendimentos se baseia na premissa de que apenas o Valor F = 2.080
Presente (P), ou seja, o capital inicial, rende juros. Dessa
forma, o Montante ou Valor Futuro (F) pode ser calculado a 2. (CETRO – ANALISTA ADMINISTRATIVO – ÁREA 2 –
partir do Valor Presente (P), no regime de juros simples, por ANVISA – 2013) Um empresário do ramo petrolífero apli-
meio do cálculo a seguir. cou seus recursos financeiros e obteve rendimentos de
R$3.500,00 de juros simples à taxa mensal de 1,2%, num
𝐹 = 𝑃(1 + 𝑖𝑛) período de 75 dias. Assinale a alternativa que apresenta o
capital aplicado pelo empresário.
Sendo que: i = taxa de desconto e n = número de
períodos. a) R$ 116.666,67
Para o cálculo de um Valor Presente (P) a partir de dado b) R$ 11.166,67
Valor Futuro (F), o princípio é o mesmo, em que o cálculo c) R$ 3.888,89
representado por: d) R$ 9.722,22
e) R$ 29.166,67
F
P= Resposta: Letra A. A resolução deste problema é feita
(1 + in) utilizando-se a fórmula de cálculo do Valor Presente (P),
no regime de juros simples. Veja a representação do cál-
Temos a seguir alguns exercícios comentados de culo a seguir.
problemas básicos envolvendo o regime de capitalização
por juros simples. F
P=
MATEMÁTICA

(1 + in)
A partir do enunciado temos as seguintes informações:
F = P + 3.500 (valor presente + juros); i = 0,012 ao mês;
n = 2,5 meses (75 dias correspondem a 2 meses e meio).

69
Assim, calculamos: Para encontrar um Valor Presente (P) a partir de um
dado Valor Futuro (F), o princípio é o mesmo, a partir da
P + 3.500 seguinte expressão:
P=
(1 + 0, 012 × 2,5) F
P=
1, 03P= P + 3.500 (1 + i ) n

0, 03P = 3.500 No exercício a seguir tem-se a resolução de um proble-


ma em que se deve calcular o Valor Presente (P) utilizan-
P = R$ 116.666,67 do-se o Valor Futuro (F) no regime de juros compostos.
Antes de olhar a resolução, tente resolver a questão.

VALOR PRESENTE E VALOR FUTURO – JUROS COM- 2. (SETRABES – CONTADOR – UERR – 2018) Calcule o va-
POSTOS lor presente de uma operação no regime de capitalização
composta rendeu um montante igual a R$9.500,00 após 6
Na capitalização por juros compostos, os juros do período meses. Sabendo que a taxa da operação foi igual a 3% ao
anterior são incorporados ao Valor Presente (P) na data zero, mês. Assinale a alternativa correta.
e, portanto, também rendem juros no período seguinte.
Dessa forma, no regime de juros compostos, o cálculo do a) R$ 7.946,10
Montante ou Valor Futuro (F) em determinado período (n) b) R$ 9.215,00
com uma taxa de desconto (i) pode ser feito assim: c) R$ 7.790,00
d) R$ 7.956,10
F P(1 + i ) n
= e) R$ 11.314,65

Resposta: Letra D. Para solucionar, aplica-se a fórmula


A seguir temos um exemplo de cálculo do Valor Futuro
a partir de dado Valor Presente: F . Neste caso, sabemos do enunciado que:
P=
(1 + i ) n
F
P= F = 9.500
(1 + in) i = 0,03
n=6

Assim:
EXERCÍCIOS COMENTADOS
9.500
1. (CELESC – ADMINISTRADOR – FEPESPE – 2018) Consi- P=
dere que você aplicou R$ 3.000,00 em uma aplicação ban-
(1, 03)6
cária por um período de 2 meses, com uma taxa de juros
compostos de 5% ao mês. Ao final desse período você terá P = R$ 7.956,10
um valor acumulado de:
a) R$ 3.300,00
b) R$ 3.307,50 DESCONTOS
c) R$ 3.325,00
d) R$ 3.375,00 Os descontos são representados pela diferença entre
e) R$ 3.450,00 Valor Futuro e Valor Presente. O Valor Futuro (F) também
é caracterizado como Valor Nominal em problemas
Resposta: Letra B. Para resolver, basta aplicar a fórmu- envolvendo descontos; o Valor Presente (P), também
la que representa a relação de equivalência entre Valor é comumente chamado de Valor Atual. Portanto, os
Presente e Valor Futuro. descontos podem ser descritos assim:
D=F-P
F P(1 + i ) n
=
Sendo: 1. Desconto Comercial Simples
P = 3.000;
MATEMÁTICA

i = 0,05 e n = 2 Desconto Comercial Simples é caracterizado pela


liquidação do pagamento de um compromisso com
Assim, temos: um respectivo Valor Futuro (F) em n períodos antes do
F = 3.000 · (1,05)² vencimento. Para o seu cálculo, utiliza-se o cálculo a seguir.
F = R$ 3.307,50 Sendo i a taxa de desconto.

70
D = Fin D = F [1 − (1 − i ) n ]
A seguir apresentamos a resolução de um exercício
envolvendo o desconto comercial simples. A seguir a resolução de uma questão de problema sobre o
desconto comercial composto:

EXERCÍCIOS COMENTADOS
EXERCÍCIOS COMENTADOS
1. (PREFEITURA DE TERESINA-PI – TÉCNICO DE NÍ-
VEL SUPERIOR – ADMINISTRADOR – ARSETE – FCC –– 1. (INSTITUTO – UFGD – ANALISTA ADMINISTRATIVO
2016) Se um título de valor nominal igual a R$ 22.500,00 – ECONOMIA – AOCP – 2014) Assinale a alternativa que
for descontado em um banco 3 meses antes de seu ven- apresenta o valor atual de um título de R$40.000,00 des-
cimento, então apresentará um valor de desconto igual a contado um ano antes do vencimento à taxa de desconto
R$ 1.350,00. Considerando que as operações neste ban- bancário composto de 8% ao semestre, capitalizável se-
co sejam somente do desconto comercial simples e com mestralmente.
a mesma taxa de desconto, obtém-se que se este mesmo
título for descontado 4 meses antes de seu vencimento o a) R$ 33.800,00
seu valor atual será, em reais: b) R$ 34.600,00
c) R$ 32.850,00
a) 22.050,00 d) R$ 31.700,00
b) 20.500,00 e) R$ 33.856,00
c) 21.150,00
d) 21.600,00 Resposta: Letra E. Inicialmente, calcula-se o desconto
e) 20.700,00 bancário (comercial) composto do título, utilizando a
fórmula a seguir.
Resposta: Letra E. Inicialmente, é necessário encontrar
a taxa de desconto (i) do título. O enunciado fornece D = F [1 − (1 − i ) n ]
as seguintes informações: F = 22.500; n = 3 meses; D =
1.350. São dados: F = 40.000; i = 0,08 ao semestre, n = 2 (1 ano
equivale a 2 semestres). Assim:
Dessa forma, temos:
=D 40.000[1 − (1 − 0, 08) 2 ]
1.350
= 22.500 × i × 3
D = 6.144
i = 0,02 (2% ao mês) Para o cálculo do Valor Atual, ou Valor Presente (P), basta
fazer a seguinte subtração:
Com a taxa de desconto obtida, é possível calcular o P=F–D
Valor Presente (P) caso o título seja descontado com 4 P = 40.000 – 6.144
meses de antecedência. Veja a resolução a seguir. P = R$ 33.856,00

D = Fin
3. Desconto Racional Simples
D= 22.500 × 0, 02 × 4
Ao contrário dos descontos comerciais, os descontos
D = 1.800 racionais são iguais aos juros. Os juros foram calculados
Visto que o desconto (D) equivale a D = F – P, podemos partindo-se de uma taxa de juros que incide sobre o
obter o Valor Presente (P), assim: Valor Presente (P) em n períodos antes do vencimento.
P=F–D No caso do desconto racional simples, o cálculo pode ser
P = 22.500 – 1.800 representado por:
P = 20.700 D = Pin
2. Desconto Comercial Composto
Refere-se a um desconto no regime de capitalização de ju- A seguir tem-se a resolução de um problema com base
MATEMÁTICA

ros compostos por meio do Valor Futuro (F) ou Valor No- no Desconto Racional Simples.
minal aplicado a partir de determinada taxa de desconto
(i). A fórmula de cálculo do desconto comercial composto
se dá por:

71
Resposta: Letra D. Para resolver o problema, aplicamos
a fórmula de Desconto Racional Composto. Do enuncia-
EXERCÍCIOS COMENTADOS do, seguem as informações: i = 0,015 ao mês; n = 3 me-
ses (90 dias equivale a 3 meses); F = 2.850 (esse é o Valor
1. (SEFAZ-RS – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO FAZEN- Nominal ou Valor Futuro a ser pago daqui a 90 dias).
DÁRIO – CESPE – 2018) Um título cujo valor nominal era Sabendo que D = F- P, representa-se a resolução da se-
de R$ 18.200,00 com vencimento para daqui a 6 meses, foi guinte forma:
pago na data de hoje à taxa de desconto racional simples
de 5% ao mês. Nesse caso, o título foi pago pelo valor de F − P= P[(1 + i ) n − 1]
a) R$ 14.000,00
b) R$ 12.740,00
c) R$ 17.333,33 2.850 − P= P[(1 + 0, 015)3 − 1]
d) R$ 17.290,00
e) R$ 15.470,00 2.850 = 1,045 P
P = R$ 2725,50
Resposta: Letra A. Sabendo que D = F – P, podemos rees-
crever a fórmula de desconto racional simples da seguinte
forma:
F −P=Pin

Do enunciado, temos as informações: F = 18.200; i = 0,05


ao mês; n = 6 meses.
Assim, reescrevemos:

18.200 − P = P × 0, 05 × 6

P = R$ 14.000,00

4. Desconto Racional Composto

Desconto Racional Composto é calculado sobre o Valor


Presente (P) ou Valor Atual, aplicado a juros compostos,
sendo representado pela fórmula a seguir.
D = P[(1 + i ) n − 1]

A seguir uma questão que apresenta um problema en-


volvendo o desconto racional composto.

EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (COPS-UEL – AGENTE UNIVERSITÁRIO – ADMINIS-


TRADOR – UEL – 2015) O setor de compras de uma uni-
versidade possui um orçamento de material de consumo
no valor de R$ 2.850,00 para pagamento em 90 dias. Con-
siderando que, para o pagamento à vista, há um desconto
composto de 1,5% ao mês, assinale a alternativa que apre-
senta, corretamente, esse valor.
MATEMÁTICA

a) R$ 2.721,75
b) R$ 2.273,50
c) R$ 2.724,25
d) R$ 2.725,50
e) R$ 2.726,75

72
6. (Pref. Teresina – PI) Roberto trabalha 6 horas por dia de
expediente em um escritório. Para conseguir um dia extra
HORA DE PRATICAR! de folga, ele fez um acordo com seu chefe de que trabalha-
ria 20 minutos a mais por dia de expediente pelo número
de dias necessários para compensar as horas de um dia do
1.(SAAE de Aimorés – MG) Em uma festa de aniversário, seu trabalho. O número de dias de expediente que Roberto
cada pessoa ingere em média 5 copos de 250 ml de refri- teve que trabalhar a mais para conseguir seu dia de folga
gerante. Suponha que em uma determinada festa, havia foi igual a Parte superior do formulário
20 pessoas presentes. Quantos refrigerantes de 2 litros o
organizador da festa deveria comprar para alimentar as 20 a) 16
pessoas?  b) 15
c) 18
a) 12 d) 13
b) 13 e) 12
c) 15
d) 25 7.(ITAIPU BINACIONAL) O valor da expressão:
1 + 1 + 1 + 1𝑥7 + 1 + 1𝑥0 + 1 − 1 é
2. Analise as afirmativas a seguir e assinale a alternativa
CORRETA: a) 0
I) 3 𝑥 4 ∶ 2 = 6 b) 11
II) 3 + 4 𝑥 2 = 14 c) 12
III) O resto da divisão de 18 por 5 é 3 d) 29
e) 32
a) I somente
b) I e II somente 8. Qual a diferença prevista entre as temperaturas no Piauí
c) I e III somente e no Rio Grande do Sul, num determinado dia, segundo as
d) I, II e III informações? Tempo no Brasil: Instável a ensolarado no Sul.
Mínima prevista -3º no Rio Grande do Sul. Máxima prevista
3. (Pref. de Timon – MA) O problema de divisão 648 : 2 é 37° no Piauí.
equivalente à:
a) 34
a) 600: 2 𝑥 40: 2 𝑥 8: 2 b) 36
b) 6: 2 + 4: 2 + 8: 2 c) 38
c) 600: 2 − 40: 2 − 8: 2 d) 40
d) 600: 2 + 40: 2 + 8: 2 e) 42
e) 6: 2𝑥4: 2𝑥8: 2
9. Qual é o produto de três números inteiros consecutivos
4. (Pref. de São José do Cerrito – SC) Qual o valor da ex- em que o maior deles é –10?
pressão: 34 + 14.4⁄2 − 4 ?
a) -1320
a) 58 b) -1440
b) -31 c) +1320
c) 92 d) +1440
d) -96 e) nda

5. (IF-ES) Um caminhão tem uma capacidade máxima de 10. Três números inteiros são consecutivos e o menor deles
700 kg de carga. Saulo precisa transportar 35 sacos de ci- é +99. Determine o produto desses três números.
mento de 50 kg cada um. Utilizando-se desse caminhão,
o número mínimo de viagens que serão necessárias para a) 999.000
realizar o transporte de toda a carga é de: b) 999.111
c) 999.900
a) 4 d) 999.999
b) 5 e) 1.000.000
c) 2
MATEMÁTICA

d) 6
e) 3

73
11. Adicionando –846 a um número inteiro e multiplicando 16. (IF-SE – TÉCNICO DE TECNOLOGIA DA INFOR-
a soma por –3, obtém-se +324. Que número é esse? MAÇÃO - FDC-2014) João, nascido entre 1980 e 1994,
irá completar, em 2014, x anos de vida. Sabe-se que x é
a) 726 divisível pelo produto dos seus algarismos. Em 2020, João
b) 738 completará a seguinte idade:
c) 744
d) 752 a) 32
e) 770 b) 30
c) 28
12. Numa adição com duas parcelas, se somarmos 8 à pri- d) 26
meira parcela, e subtrairmos 5 da segunda parcela, o que
ocorrerá com o total? 17. (PREF. ITATINGA-PE – ASSISTENTE ADMINISTRA-
TIVO – IDHTEC/2016) O número 102 + 101 + 100 é a repre-
a) -2 sentação de que número?
b) -1
c) +1 a) 100
d) +2 b) 101
e) +3 c) 010
d) 111
13. (Prefeitura de Chapecó – Engenheiro de Trânsi- e) 110
to – IOBV/2016) A alternativa cujo valor não é divisor de
18.414 é: 18. (TRF-SP – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2014) O re-
sultado da expressão numérica 53 : 51 × 54 : 5 × 55 : 5 : 56 - 5
a) 27 é igual a :
b) 31
c) 37 a) 120.
d) 22
1
b)
14. Verifique se os números abaixo são divisíveis por 4. 5
c) 55.
a) 23418 d) 25.
b) 65000 e) 620.
c) 38036
d) 24004 19. (FEI-SP) O valor da expressão B = 5 . 108 . 4 . 10-3 é:
e) 58617
a) 206
15. (ALGÁS – ASSISTENTE DE PROCESSOS ORGANI- b) 2 . 106
ZACIONAIS – COPEVE/2014) c) 2 . 109
d) 20 . 10-4
Critério de divisibilidade por 11

Esse critério é semelhante ao critério de divisibilidade por 20. (PREF. GUARULHOS-SP –ASSISTENTE DE GESTÃO
9. Um número é divisível por 11 quando a soma alternada ESCOLAR – VUNESP/2016) Para iniciar uma visita moni-
dos seus algarismos é divisível por 11. Por soma alternada torada a um museu, 96 alunos do 8º ano e 84 alunos do 9º
queremos dizer que somamos e subtraímos algarismos al- ano de certa escola foram divididos em grupos, todos com
ternadamente (539  5 - 3 + 9 = 11). o mesmo número de alunos, sendo esse número o maior
Disponível em:<http://educacao.globo.com> . Acesso em: possível, de modo que cada grupo tivesse somente alunos
07 maio 2014.   de um único ano e que não restasse nenhum aluno fora
de um grupo. Nessas condições, é correto afirmar que o
Se A e B são algarismos do sistema decimal de numeração número total de grupos formados foi
e o número 109AB é múltiplo de 11, então
a) 8
a) B = A b) 12
b) A+B=1 c) 13
MATEMÁTICA

c) B-A=1 d) 15
d) A-B=10 e) 18
e) A+B=-10

74
21. (PREF. ITATINGA-PE – ASSISTENTE ADMINISTRA- 25. (PREF. TERRA DE AREIA-RS – AGENTE ADMINIS-
TIVO – IDHTEC/2016) Um ciclista consegue fazer um per- TRATIVO – OBJETIVA/2016) Três funcionários (Fernando,
curso em 12 min, enquanto outro faz o mesmo percurso Gabriel e Henrique) de determinada empresa deverão di-
15 min. Considerando que o percurso é circular e que os vidir o valor de R$ 950,00 entre eles, de forma diretamente
ciclistas partem ao mesmo tempo do mesmo local, após proporcional aos dias trabalhos em certo mês. Sabendo-se
quanto tempo eles se encontrarão? que Fernando trabalhou 10 dias, Gabriel, 12, e Henrique,
16, analisar os itens abaixo: 
a) 15 min I - Fernando deverá receber R$ 260,00.
b) 30 min II - Gabriel deverá receber R$ 300,00.
c) 1 hora III - Henrique deverá receber R$ 410,00.
d) 1,5 horas Está(ão) CORRETO(S):
e) 2 horas
a) II
22. (PREF. SANTA TERIZINHA DO PROGRESSO-SC – b) I e II
PROFESSOR DE MATEMÁTICA – CURSIVA/2018) Acer- c) I e III
ca dos números primos, analise. d) II e III
I- O número 11 é um número primo; e) Todos os itens
II- O número 71 não é um número primo;
III- Os números 20 e 21 são primos entre si. 26. (TRT- 15ª REGIÃO SP– ANALISTA JUDICIÁRIO –
FCC/2018) André, Bruno, Carla e Daniela eram sócios em
Dos itens acima: um negócio, sendo a participação de cada um, respecti-
vamente, 10%, 20%, 20% e 50%. Bruno faleceu e, por não
a) Apenas o item I está correto. ter herdeiros naturais, estipulara, em testamento, que sua
b) Apenas os itens I e II estão corretos. parte no negócio deveria ser distribuída entre seus sócios,
c) Apenas os itens I e III estão corretos.
de modo que as razões entre as participações dos três
d) Todos os itens estão corretos.
permanecessem inalteradas. Assim, após a partilha, a nova
participação de André no negócio deve ser igual a:
23. (SAMAE DE CAXIAS DO SUL –RS – OPERADOR DE
ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ÁGUA E ESGOTO –
a) 20%.
OBJETIVA/2017) Marcar C para as afirmativas Certas, E
b) 8%
para as Erradas e, após, assinalar a alternativa que apresen-
c) 12,5%
ta a sequência CORRETA:
(---) Pertencem ao conjunto dos números naturais ímpares d) 15%
os números ímpares negativos e os positivos. e) 10,5%
(---) O número 72 é divisível por 2, 3, 4, 6, 8 e 9
(---) A decomposição do número 256 em fatores primos é 27 27. (PREF. GUARULHOS-SP – AUXILIAR ADMINIS-
(---) Considerando-se os números 84 e 96, é correto afir- TRATIVO – VUNESP/2018) Um terreno retangular tem
mar que o máximo divisor comum é igual a 12. 35 m de largura e 1750 m2 de área. A razão entre a largura
e o comprimento desse terreno é 
a) E - E - C - C.
b) E - C - C - E. a) 0,8.
c) C - E - E - E. b) 0,7.
d) E - C - E - C. c) 0,6.
e) C - E - C - C. d) 0,5.
e) 0,4.
24. (PREF. GUARULHOS-SP – AGENTE ESCOLAR – VU-
Leia o texto, para responder a Questão a seguir:
NESP/2016) No ano de 2014, três em cada cinco estudan-
tes, na faixa etária dos 18 aos 24 anos, estavam cursando o
Uma loja vende peças de MDF (mistura de fibras de madei-
ensino superior, segundo dados do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística. Supondo-se que naquele ano 2,4 ra prensada) retangulares para artesãos. A unidade padrão
milhões de estudantes, naquela faixa etária, não estivesse mede 22 cm de comprimento por 15 cm de largura e custa
cursando aquele nível de ensino, o número dos que cursa- R$ 24,00.
riam o ensino superior, em milhões, seria:

a) 3,0
MATEMÁTICA

b) 3,2
c) 3,4
d) 3,6
e) 4,0
Fonte: http://voltarelliprudente.com.br/ o-que-e-mdf-cru/

75
30. Certo concreto é obtido misturando-se uma parte de
O catálogo desta loja disponibiliza peças com outras cimento, dois de areis e quatro de pedra. Qual será (em m³)
medidas cortadas a partir da unidade padrão. Observe a quantidade de areia a ser empregada, se o volume a ser
que ele está com informações incompletas em relação a concretado é 378 m³?
área e preço das peças.
a) 108m3
b) 100m3
c) 80m3
e) 60m3

31. A herança de R$ 30.000,00 deve ser repartida entre


Antonio, Bento e Carlos. Cada um deve receber em partes
diretamente proporcionais a 3, 5 e 6, respectivamente, e in-
versamente proporcionais às idades de cada um. Sabendo-
-se que Antonio tem 12 anos, Bento tem 15 anos e Carlos
24 anos, qual será a parte recebida por Bento?

a) R$ 12.000,00.
b) R$ 14.000,00.
b) R$ 8.000,00.
c) R$ 24.000,00.

32. (SAAE Aimorés- MG – Ajudante – MÁXIMA/2016)


Misturam-se 30 litros de álcool com 20 litros de gasolina. A
porcentagem de gasolina na mistura é igual a: 

a) 40%
b) 20%
c) 30%
d) 10%

33. (PREF. PIRAÚBA-MG – OFICIAL DE SERVIÇO PÚ-


BLICO – MS CONCURSOS/2017) Certo estabelecimento
de ensino possui em seu quadro de estudantes alunos de
várias idades. A quantidade de alunos matriculados nes-
te estabelecimento é de 1300. Sabendo que deste total
20% são alunos maiores de idade, podemos concluir que
a quantidade de alunos menores de idade que estão ma-
28. (UTPR 2018) O preço de cada peça é definido pro- triculados é:
porcionalmente à área de cada uma em relação à unidade
padrão. Por exemplo, a área da peça B é metade da área da a) 160
unidade padrão, desse modo o preço da peça B é metade b) 1040
do preço da unidade padrão, ou seja, R$ 12,00. Assim, as c) 1100
peças A, C e D custam respectivamente:  d) 1300
a) R$ 12,00; R$ 12,00; R$ 4,00 34. (PREF. JACUNDÁ-PA – AUXILIAR ADMINISTRATIVO
b) R$ 12,00; R$ 6,00; R$ 6,00 – INAZ/2016) Das 300 dúzias de bananas que seu José foi
c) R$ 6,00; R$ 4,00; R$ 4,00 vender na feira, no 1° dia, ele vendeu 50% ao preço de R$ 3,00
d) R$ 12,00; R$ 4,00; R$ 6,00 cada dúzia; no 2° dia ele vendeu 30% da quantidade que so-
e) R$ 12,00; R$ 6,00; R$ 4,00 brou ao preço de R$ 2,00; e no 3° dia ele vendeu 20% do que
restou da venda dos dias anteriores ao preço de R$ 1,00. Quan-
29. Dividindo-se 660 em partes inversamente proporcio- to seu José apurou com as vendas das bananas nos três dias?
nais aos números 1/2, 1/3 e 1/6 obtém-se que números?
a) R$ 700,00
MATEMÁTICA

a) 30, 10, 5. b) R$ 540,00


b) 30, 20, 10. c) R$ 111,00
c) 40, 30, 20. d) R$ 450,00
d) 20, 10, 5 e) R$ 561,00

76
35. (COLÉGIO PEDRO II – PROFESSOR – 2016) Com a criação de leis trabalhistas, houve muitos avanços em relação aos direitos
dos trabalhadores. Entretanto, ainda há muitas barreiras. Atualmente, a renda das mulheres corresponde, aproximadamente, a três
quartos da renda dos homens. Considerando os dados apresentados, qual a diferença aproximada, em termos percentuais, entre
a renda do homem e a da mulher?

a) 75%
b) 60%
c) 34%
d) 25%

36. (EBSERH – TÉCNICO EM ENFERMAGEM – IBFC/2017) Paulo gastou 40% de 3/5 de seu salário e ainda lhe restou R$
570,00. Nessas condições o salário de Paulo é igual a:

a) R$ 2375,00
b) R$ 750,00
c) R$ 1240,00
d) R$ 1050,00
e) R$ 875,00

37. (PREF. TANGUÁ-RJ – TÉCNICO E ENFERMAGEM – MS CONCURSOS/2017) Raoni comprou um fogão com 25%
de desconto, pagando por ele R$ 330,00. Qual era o preço do fogão sem o desconto?

a) R$ 355,00
b) R$ 412,50
c) R$ 440,00
d) R$ 460,00

38. (EBSERH – ADVOGADO – IBFC/2016) Ao comprar um produto, José obteve um desconto de 12% (doze por cento)
por ter pagado à vista e pagou o valor de R$ 105,60 (cento e cinco reais e sessenta centavos). Nessas condições, o valor
do produto, sem desconto, é igual a:

a) R$ 118,27
b) R$ 125,00
c) R$ 120,00
d) R$ 130,00
e) R$ 115,00

39. (PREF. ITAPEMA-SC – AGENTE MUNICIPAL DE TRÂNSITO – MS CONCURSOS/2016) Segundo dados do IBGE,
a população de Itapema (SC) em 2010 era de, aproximadamente, 45.800 habitantes. Já atualmente, essa população é de,
aproximadamente, 59.000 habitantes. O aumento percentual dessa população no período de 2010 a 2016 foi de:

a) 22,4%
b) 28,8%
c) 71,2%
d) 77,6%

40. (EBSERH – ADVOGADO – IBFC/2016) Joana gastou 60% de 50% de 80% do valor que possuía. Portanto, a porcen-
tagem que representa o que restou para Joana do valor que possuía é:

a) 76%
b) 24%
c) 32%
d) 68%
e) 82%
MATEMÁTICA

77
41. (TRT 11ª REGIÃO – ANALISTA JUDICIÁRIO – FCC/2015) Em 2015 as vendas de uma empresa foram 60% superiores
as de 2014. Em 2016 as vendas foram 40% inferiores as de 2015. A expectativa para 2017 é de que as vendas sejam 10%
inferiores as de 2014. Se for confirmada essa expectativa, de 2016 para 2017 as vendas da empresa vão.

a) diminuir em 6,25%
b) aumentar em 4%
c) diminuir em 4%
d) diminuir em 4,75%
e) diminuir em 5,5%

42. (SAMAE CAXIAS DO SUL –RS –AJUSTADOR DE HIDRÔMETROS – OBJETIVA/2017) Em certa turma de matemá-
tica do Ensino Fundamental, o professor dividiu igualmente os 34 alunos em dois grupos (A e B) para que participassem de
certa competição de matemática envolvendo frações. Para cada resposta correta dada pelo grupo, este ganhava 10 pontos
e, para cada resposta incorreta, o grupo transferia 5 dos seus pontos para a equipe adversária. Considerando-se que os gru-
pos A e B iniciaram a competição com 20 pontos cada, e as questões foram as seguintes, assinalar a alternativa CORRETA:

a)  grupo B ficou com 25 pontos a mais do que o grupo A.


b) grupo A ficou com 10 pontos a mais do que o grupo B.
c) grupo B ganhou ao todo 30 pontos e perdeu 5.
d) grupo A ganhou ao todo 20 pontos e perdeu 10.
e) Os dois grupos terminaram a competição com a mesma pontuação, 30 pontos cada.

43. (UFGO) Uma fração equivalente a 3/4 cujo denominador é um múltiplo dos números 3 e 4 é:

a) 6/8
b) 9/12
c) 15/24
d) 12/16
MATEMÁTICA

78
44. (COLÉGIO PEDRO II – PROFESSOR – 2018) O nú- 48. (PREF. SUZANO-SP – GUARDA CIVIL MUNICIPAL –
mero decimal que representa a quantidade de crianças e VUNESP/2018) Para imprimir um lote de panfletos, uma grá-
jovens envolvidos em atividades não agrícolas no Brasil, fica utiliza apenas uma máquina, trabalhando 5 horas por dia
segundo o PNAD 2015, é:  durante 3 dias. O número de horas diárias que essa máquina te-
ria que trabalhar para imprimir esse mesmo lote em 2 dias seria 
a) 68/10
b) 0,68 a) 8,0.
c) 6,8 b) 7,5.
d) 68/100 c) 7,0.
d) 6,5.
45. Em seu testamento, uma mulher decide dividir seu pa- e) 6,0.
trimônio entre seus quatro filhos. Tal divisão foi feita da
seguinte forma: 49. (VUNESP – CÂMARA MUNICIPAL DE SÃO CARLOS
– AGENTE DE COPA – 2013) Com uma lata de leite con-
• João receberá 1/5; densado, é possível se fazer 30 brigadeiros. Sabendo que o
• Camila receberá 15%; preço de cada lata é de 4 reais, e para uma comemoração
• Ana receberá R$ 16.000,00; serão necessários 450 brigadeiros, o total gasto, em reais,
• Carlos receberá 25%. para fazer esses brigadeiros, será de
A fração que representa a parte do patrimônio recebida
por Ana é: a) 45
b) 53
a) 2/4. c) 60
b) 3/5. d) 70.
c) 2/5.
d) 1/4. 50. (VUNESP – CÂMARA MUNICIPAL DE SÃO CARLOS –
e) 3/4. RECEPCIONISTA – 2013) Num posto de gasolina, foi pedido
ao frentista que enchesse o tanque de combustível. Foram colo-
46. Bela é uma leitora voraz. Ela comprou uma cópia do best cados 20,6 litros de gasolina, pelos quais custou R$ 44,29. Se fos-
seller «A Beleza da Matemática». No primeiro dia, Bela leu sem colocados 38 litros de gasolina, o valor a ser pago seria de
1/5 das páginas mais 12 páginas, e no segundo dia, ela leu
1/4 das páginas restantes mais 15 páginas. No terceiro dia, a) R$ 37,41.
ela leu 1/3 das páginas restantes mais 18 páginas. Então, b) R$ 79,80.
Bela percebeu que restavam apenas 62 páginas para ler, c) R$ 81,70.
o que ela fez no dia seguinte. Então, o livro lido por Bela d) R$ 85,30.
possuía o seguinte número de páginas: e) R$ 88,50.

a) 120. 51. (VUNESP - CÂMARA MUNICIPAL DE SÃO CARLOS


b) 180. – RECEPCIONISTA – 2013) Lendo 30 páginas por dia de
c) 240. um livro, gastarei 6 dias para ler esse livro. Se eu ler 20 pá-
d) 300. ginas por dia desse mesmo livro, gastarei

a) 9 dias.
47. (EMAP – CARGOS DE NÍVEL MËDIO – CESPE/2018) b) 8 dias.
Os operadores dos guindastes do Porto de Itaqui são todos c) 6 dias.
igualmente eficientes. Em um único dia, seis desses opera- d) 5 dias.
dores, cada um deles trabalhando durante 8 horas, carre- e) 4 dias.
gam 12 navios.
Com referência a esses operadores, julgue o item seguinte. 52. (VUNESP – PROCON – AUXILIAR DE MANUTEN-
ÇÃO – 2013) Um supermercado fez a seguinte oferta “3/4
Para carregar 18 navios em um único dia, seis desses ope- de quilograma de carne moída por apenas R$ 4,50 ‘’. Uma
radores deverão trabalhar durante mais de 13 horas. pessoa aproveitou a oferta e comprou 3 quilogramas de car-
ne moída. Essa pessoa pagou pelos 3 quilogramas de carne
( ) CERTO ( ) ERRADO
R$ 18,00.
R$ 18,50.
MATEMÁTICA

R$ 19,00.
R$ 19,50.
R$ 20,00.

79
53. (VUNESP – TJM – SP – AGENTE DE SEGURANÇA JU- 57. (CISMARPA – AUXILIAR ADMINISTRATIVO – IPE-
DICIÁRIA – 2013) Se certa máquina trabalhar seis horas por FAE/2015)  Em um restaurante, 4 cozinheiros fazem 120
dia, de forma constante e sem parar, ela produzira n peças em pratos em 5 dias. Para atender uma demanda maior de
seis dias. Para produzir quantidade igual das mesmas peças pessoas, o gerente desse estabelecimento contratou mais
em quatro dias, essa máquina deverá trabalhar diariamente, 2 cozinheiros. Quantos pratos serão feitos em 8 dias de
nas mesmas condições, um número de horas igual a funcionamento do restaurante? 

a) 12. a) 288
b) 10. b) 294
c) 9. c) 296
d) 8. d) 302

54. (VUNESP – AUXILIAR AGROPECUÁRIO – 2014) O 58. (CRO-SP – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO – VU-
refeitório de uma fábrica prepara suco para servir no almo- NESP/2015) Cinco máquinas, todas de igual eficiência, fun-
ço. Com 5 litros de suco é possível encher completamente cionando 8 horas por dia, produzem 600 peças por dia. O nú-
20 copos de 250 ml. Em um certo dia, foram servidas 90 re- mero de peças que serão produzidas por 12 dessas máquinas,
feições e acompanhando cada uma delas, 1 copo com 250 funcionando 10 horas por dia, durante 5 dias, será igual a
ml de suco. O número, mínimo, de litros de suco necessário
para o almoço, desse dia, foi a) 1800.
b) 3600.
a) 21,5. c) 5400.
b) 22. d) 7200.
c) 22,5. e) 9000.
d) 23.
e) 23,5. 59. (PREF. PORTO ALEGRE-RS – FMP CONCUR-
SOS/2012) A construção de uma casa é realizada em 10
55. (PREF. TERESINA-PI – PROFESSOR – NUCE- dias por 30 operários trabalhando 8 horas por dia. O nú-
PE/2016) Sabendo que o comprimento do muro Parque mero de operários necessários para construir uma casa em
Zoobotânico é de aproximadamente 1,7 km e sua altura é 8 dias trabalhando 6 horas por dia é
de 1,7 m, um artista plástico pintou uma área correspon-
dente a 34 m² do muro em 8 horas trabalhadas em um úni- a) 18.
co dia. Trabalhando no mesmo ritmo e nas mesmas condi- b) 24.
ções, para pintar este muro, o pintor levará c) 32.
d) 38.
a) 83 dias. e) 50.
b) 84 dias.
c) 85 dias. 60.(VUNESP – PMESP – CURSO DE FORMAÇÃO DE
d) 86 dias. OFICIAIS – 2014) A tabela, com dados relativos à cidade
e) 87 dias. de São Paulo, compara o número de veículos de frota, o
número de radares e o valor total, em reais, arrecadado
56. (SES-PR – TÉCNICO DE ENFERMAGEM – com multas de trânsito, relativos aos anos de 2004 e 2013:
UFPR/2009) Uma indústria metalúrgica consegue produ-
zir 24.000 peças de determinado tipo em 4 dias, trabalhan- Ano Frota Radares Arrecadação
do com seis máquinas idênticas, que funcionam 8 horas
2004 5,8 milhões 260 328 milhões
por dia em ritmo idêntico de produção. Quantos dias se-
rão necessários  para que essa indústria consiga produzir 2013 7,5 milhões 601 850 milhões
18.000 peças, trabalhando apenas com 4 dessas máquinas,
no mesmo ritmo de produção, todas elas funcionando 12 Se o número de radares e o valor da arrecadação tivessem
horas por dia? crescido de forma diretamente proporcional ao crescimen-
to da frota de veículos no período considerado, então em
a) 3. 2013 a quantidade de radares e o valor aproximado da ar-
b) 4. recadação, em milhões de reais (desconsiderando-se cor-
c) 5. reções monetárias), seriam, respectivamente,
d) 6.
a) 336 e 424.
MATEMÁTICA

e) 8.
b) 336 e 426.
c) 334 e 428.
d) 334 e 430.
e) 330 e 432.

80
41 A
GABARITO 42 C
43 B
1 B 44 C
2 C 45 B
3 D 46 C
4 A 47 ERRADO
5 E 48 B
6 C 49 C
7 B 50 C
8 D 51 A
9 A 52 A
10 C 53 C
11 B 54 C
12 E 55 C
13 C 56 A
14 B 57 A
15 C 58 E
16 B 59 E
17 D 60 A
18 A
19 B
20 D
21 C
22 C
23 D
24 D
25 A
26 C
27 B
28 E
29 A
30 B
31 A
32 A
33 B
34 E
35 D
36 B
37 C
MATEMÁTICA

38 C
39 B
40 A

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ANOTAÇÕES

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ANOTAÇÕES

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MATEMÁTICA

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86
ÍNDICE

ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO

Sistema Financeiro Nacional. Dinâmica do mercado. Mercado bancário.........................................................................................................01


Cabe aos “intermediários financeiros” efetuar a ponte
SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL; DINÂ- entre os dois segmentos. Ao concentrar os recursos dos
MICA DO MERCADO; MERCADO BANCÁRIO agentes superavitários, os intermediários financeiros via-
bilizam a ampliação das escalas de produção, financiando
investimentos de maior vulto.
MERCADO FINANCEIRO
Segue abaixo o quadro da intermediação Financeira:
A palavra mercado remonta a períodos anteriores à
existência da moeda e o seu significado original designa o Quando o mercado financeiro é eficiente, a produção e
local onde as pessoas se encontram para comprar, vender o consumo de mercadorias é estimulado, as empresas têm
ou trocar mercadorias. Com o passar do tempo, o termo acesso a recursos mais baratos, podendo investir mais na
mercado foi evoluindo para um conceito de conjunto de produção e, consequentemente gerar mais lucros, que se-
rão reinvestidos dando continuidade a um círculo virtuoso
elementos envolvidos no comércio de determinado pro-
que ocasiona a geração de mais riqueza, maior oferta de
duto: produtores, consumidores, intermediários, regula-
empregos e melhores salários. As pessoas
mentos, preços, etc. Hoje, quando falamos no mercado do
têm acesso a financiamentos que possibilitam a aquisi-
pêssego, estamos nos referindo ao conjunto de pessoas
ção de mais bens, aumentando o consumo.
que produzem, apreciam (consumidores finais), aos atra-
Quando a sociedade não consegue gerar um exceden-
vessadores, aos doceiros, aos preços praticados, etc.
te de produção ou este não é reinvestido, obstruindo a
O Mercado Financeiro também tem o seu produto. Ele
transformação da poupança em investimentos, a geração
é o uso do dinheiro no tempo, que significa a transferência de bens e serviços é reduzida e o bem-estar material das
temporária, entre agentes econômicos, da capacidade de pessoas diminui.
consumo, ou seja, do poder de compra que a posse do A circulação do dinheiro tem a capacidade de aumentar
dinheiro proporciona. Mercado ou diminuir a produção de bens e serviços, aumentando
Financeiro, portanto, é o conjunto de mecanismos vol- ou diminuindo o bem-estar material das pessoas, por esse
tados para a transferência de recursos entre os agentes motivo o mercado financeiro recebe uma atenção especial
econômicos. Seu papel essencial é viabilizar e operaciona- do governo que, através da atuação das autoridades finan-
lizar os fluxos de financiamentos na economia. Como qual- ceiras interfere na economia.
quer mercado, o Financeiro, também tem suas figuras bási- Um sistema financeiro eficiente é aquele que tem capa-
cas, que são os compradores (tomadores de empréstimos), cidade de viabilizar a realização de financiamentos de curto,
vendedores (poupadores) e os intermediários (instituições médio e longo prazos, sob condições de minimização de risco
financeiras). e atendendo aos desejos e necessidades dos agentes supera-
vitários, que determinam a oferta de recursos, e dos agentes
1. A Intermediação Financeira deficitários, que materializam a demanda por recursos.

Ao pouparem as pessoas deixam de utilizar a capacida- 2. Sistema Financeiro Nacional - SFN


de de consumo do dinheiro no momento, acreditando que
essa atual capacidade de consumo trará maiores benefícios Fortuna (1999) conceitua sistema financeiro, de uma
no futuro, seja frente a algum imprevisto, para economizar forma abrangente, como “conjunto de instituições que se
dinheiro e comprar algo de maior valor ou simplesmente dedicam, de alguma forma, ao trabalho de propiciar con-
para sustentar a família na aposentadoria. Quando os pou- dições satisfatórias para a manutenção de um fluxo de
padores optam por “vender” suas mercadorias, se transfor- recursos entre poupadores e investidores”. Esse sistema,
mam em investidores. No sentido econômico, investir sig- operando dentro do mercado financeiro, oferece condi-
nifica a aplicação de capital para produzir bens e serviços, ções para que um agente econômico que não deseje apli-
num sentido mais amplo significa direcionar recursos para car seus recursos excedentes em algum empreendimento ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO
a obtenção de juros ou lucros. próprio seja colocado em contato com outro que deseja
Os “poupadores”, portanto, são os agentes econômicos investir em alguma atividade montante de recursos supe-
superavitários dispostos a transformar suas disponibilida- rior às suas disponibilidades.
des monetárias em ativos financeiros, através da oferta de O Sistema Financeiro Nacional - SFN está dividido em
recursos, sujeitando-se aos riscos de mercado, com a finali- dois grandes subsistemas: o normativo que regulamenta e
dade de obter retornos reais positivos. São os criadores de fiscaliza, e o de intermediação e instituições auxiliares, que
fundos para o financiamento do crescimento econômico. recebe o dinheiro dos poupadores (agentes econômicos
Os “tomadores”, aqueles que adquirem o produto co- superavitários) e os repassa para os tomadores (agentes
mercializado no Mercado Financeiro são os industriais, econômicos deficitários). As funções dos órgãos de regu-
comerciantes, pessoas físicas, etc. que, necessitando de lação e fiscalização integrantes do subsistema normativo
dinheiro para utilizar o seu poder de compra, dispõe-se estão descritas a seguir.
a pagar por essa utilização. São os agentes econômicos O Conselho Monetário Nacional – CMN é o órgão su-
deficitários, que demandam recursos e estão dispostos a premo do SFN. Sua finalidade é formular a política da moe-
financiar seu déficit a custo de mercado. da e do crédito, objetivando a estabilidade da moeda e o
desenvolvimento econômico e social do país.

1
O Ministro da Fazenda, o Ministro do Planejamento e vos da política econômica global, são utilizadas quatro po-
Orçamento e o Presidente do Banco Central são os com- líticas com dinâmicas próprias: Fiscal, Cambial, de Rendas
ponentes efetivos, sendo porém, permitido ao Presidente e Monetária.
do Conselho convidar Ministros de Estado e representantes
de entidades públicas ou privadas para participar das reu- 1. Política Fiscal
niões, não lhes sendo permitido o direito a voto.
O CMN reúne-se ordinariamente uma vez por mês e, É a política de receitas e despesas do Governo Fede-
extraordinariamente, sempre que for convocado pelo seu ral, Estadual e Municipal. Envolve a definição e aplicação
Presidente. O Banco Central funciona como secretaria exe- da carga tributária exercida sobre os agentes econômicos,
cutiva do Conselho. bem como a definição dos gastos do Governo. Quando as
Ao Banco Central do Brasil - BCB cabe, além da res- receitas são superiores à soma das despesas, diz-se que
ponsabilidade pela Política Monetária do país, a função de o governo tem um superávit fiscal primário e, caso sejam
executivo central do SFN, responsável pela fixação e cum- inferiores, um déficit fiscal primário.
primento das disposições que regulam o funcionamento Tem forte impacto sobre a política monetária quando
do sistema de acordo com as normas do CMN. O Banco os prazos de recolhimento de impostos afetam o fluxo de
Central está sediado em Brasília, com representações re- caixa dos agentes econômicos. Uma política fiscal adequa-
gionais em várias capitais. É definido seu objetivo em três da permitiria reduzir o endividamento interno do Tesouro
macro processos: Formulação e gestão das políticas mo- através de um superávit fiscal. Para aumentar as receitas
netária e cambial, compatíveis com as diretrizes do Gover- é necessária uma Reforma Tributária que melhore a capa-
no Federal; Regulação e supervisão do Sistema Financeiro cidade arrecadadora e, para reduzir as despesas, uma Re-
Nacional e Administração do sistema de pagamentos e do forma Administrativa que diminua despesas de custeio. A
meio circulante. Reforma da Previdência ajudaria tanto na redução do custo
A Comissão de Valores Mobiliários – CVM é uma autar- quanto no aumento da receita.
quia vinculada ao Ministério da Fazenda, com a finalidade De acordo com a teoria Keynesiana, o governo de um
de disciplinar, fiscalizar e desenvolver o mercado de valores país, em vez de procurar o equilíbrio no orçamento, deveria
mobiliários, aquele em que são negociados títulos emitidos praticar uma política fiscal de elevação dos gastos públicos
e/ou redução de impostos, mesmo que incorrendo em dé-
pelas empresas para captar, junto ao público, recursos des-
ficits orçamentários. É denominada política expansionista
tinados ao financiamento de suas atividades.
da demanda e da produção.
Esse mercado negocia, predominantemente, ações, de-
bêntures e quotas de fundos de investimento em renda
2. Política Cambial
variável, compreendendo ainda um universo mais amplo
de títulos.
Instrumento da política de relações comerciais e finan-
A Superintendência de Seguros Privados - SUSEP é o
ceiras entre um país e o conjunto dos demais países, está
órgão responsável pelo controle e fiscalização dos merca-
fundamentalmente baseada na administração da taxa de
dos de seguro, previdência privada aberta, capitalização e câmbio e no controle das operações cambiais. A atuação
resseguro. Autarquia vinculada ao Ministério da Fazenda. do Governo sobre essa taxa, com mecanismos que podem
A Secretaria de Previdência Complementar - SPC, é um valorizá-la ou desvalorizá-la, afeta diretamente as exporta-
órgão do Ministério da Previdência Social, tem as atribui- ções, importações e o movimento internacional de câmbio
ções de supervisionar, coordenar, orientar e controlar as financeiro.
atividades relacionadas com a previdência complementar A política cambial deve ser cuidadosamente administra-
fechada e a fiscalização das atividades das entidades fe- da no que tange ao seu impacto sobre a política monetária.
chadas de previdência privada, quanto ao cumprimento O desempenho muito forte nas exportações gera um efeito
da legislação e normas em vigor e aplicar as penalidades monetário pelo ingresso de divisas, a conversão da moeda
cabíveis; estrangeira para reais implica na expansão da emissão de
ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO

moeda que é fato gerador de inflação.


POLÍTICAS ECONÔMICAS A oferta monetária via câmbio, por exportações ou por
captações externas, prejudica o controle dos juros aumen-
É o conjunto de medidas tomadas pelo governo de um tando o custo do governo, que se obriga a aumentar a dí-
país com o objetivo de atuar e influir sobre os mecanismos vida pública mobiliária para enxugar a moeda que entra em
de produção, distribuição e consumo de bens e serviços. circulação. A remuneração dos dólares em reservas inter-
Embora dirigidas ao campo da economia, essas medidas nacionais é menor do que remuneração paga internamente
obedecem também a critérios de ordem política e social. nos títulos federais.
Em síntese, a política econômica global do Governo Uma boa política cambial deve permitir um elevado flu-
consiste em promover o desenvolvimento econômico, ga- xo de moedas com o exterior nos dois sentidos.
rantir o pleno emprego e sua estabilidade, equilibrar o vo-
lume financeiro das transações econômicas com o exterior,
estabilidade de preço e controle da inflação, promover a
distribuição da riqueza e da renda. Para alcançar os objeti-

2
3. Política de Rendas cia é um forte argumento a favor da exclusão da atividade
de supervisão bancária do elenco de atribuições de uma
É a política que o governo exerce estabelecendo con- autoridade monetária.
troles diretos sobre a remuneração dos fatores diretos de Em maior ou menor grau, este argumento de proteção
produção envolvidos na economia, tais como salários, de- ao “guardião da moeda” vem historicamente explicando a
preciações, lucros, dividendos e preços dos produtos in- opção política de muitos países em retirar do banco central
termediários e finais. Os principais objetivos dessa política a função de supervisão bancária, transferindo-a para outro
são: propiciar ganhos de poder aquisitivo aos salários, no órgão do governo. Fica o banco central com foco na Políti-
caso de controle de outros preços; redistribuir a renda; ga- ca Monetária do país.
rantir a renda mínima a determinados setores ou classes
sociais; reduzir o nível das tensões inflacionárias, visando à MERCADO MONETÁRIO
estabilidade dos preços.
1. Função da Moeda
4. Política Monetária
Um dos aspectos importantes da moeda é que, sendo
Conjunto de medidas adotadas pelo governo visando um ativo, uma forma de aplicação dos recursos dos indiví-
adequar os meios de pagamentos disponíveis às necessi- duos, é um bem que possui o seu próprio mercado, oferta,
dades da economia do país. Uma das principais funções da demanda e preço. Ela também pode ser descrita como um
política monetária é o controle da oferta de moeda e das conjunto de bens financeiros (papel-moeda, depósito ban-
taxas de juros, a fim de que sejam atingidos os objetivos cário, cheque de viagem, etc.) com a característica especial
da política econômica do governo. A atuação do governo de poder ser utilizado para transações entre outros bens,
procura regular a moeda circulante no mercado financeiro, permitindo ao seu detentor maior poder de decisão sobre
o que ocasiona reflexos nas taxas de juros. seus recursos com relação ao espaço e tempo. Seu uso ge-
Ao governo interessa ter instrumentos capazes de in- neralizado gerou consenso a respeito das funções que a
terferir no mercado financeiro, dada a importância desse moeda deve exercer: como intermediário de trocas, unida-
mercado perante o setor produtivo da economia. A taxa de de conta ou medida de valor e como reserva de valor.
de juros tem papel fundamental na realocação de recur- A função de intermediário de trocas permite a supera-
sos entre os agentes econômicos, assim, quando ocorrem ção da economia de escambo e a passagem para a econo-
flutuações imprevisíveis da taxa de juros o governo utiliza mia monetária.
instrumentos para manter essas flutuações dentro de uma Essa característica dá à moeda a condição de funcionar
como intermediário prático para as transações econômi-
faixa de previsibilidade que não provoque sérias distorções
cas, facilitando a aquisição de bens entre os agentes.
ao setor produtivo, seguindo uma programação monetária
É a função por excelência da moeda, permite que se
prévia.
realizem trocas indiretas entre bens e serviços, ou seja, que
A política monetária pode recorrer a diversas técnicas
haja separação entre a compra e a venda. A moeda supri-
de intervenção, controlando a taxa de juros pela alteração
me a exigência de dupla coincidência de desejos.
nos critérios e nas taxas cobradas em operações de redes-
A utilização generalizada da moeda implica a criação de
conto do Banco Central, regulando as operações de Mer-
uma unidade de medida, à qual são convertidos os valores
cado Aberto (Open Market), alterando os percentuais de
de todos os bens e serviços disponíveis. A moeda serve
exigibilidade em Depósitos Compulsórios. como denominador comum, pois todos os bens e servi-
Em relação ao crédito podem ser adotadas medidas ços podem ser expressos em relação a ela. Em decorrência
restritivas ou práticas seletivas. As restritivas consistem na dessa função da moeda, torna-se possível realizar a con-
fixação de limites de crédito bancário e na redução dos tabilização da atividade econômica como a contabilidade,
prazos de pagamento dos empréstimos. As práticas sele- cálculos de agregados de produção, consumo, poupança,
tivas visam sobretudo direcionar o crédito para atividades
ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO
investimento e outros fluxos econômicos.
mais rentáveis e produtivas da economia. A terceira função exercida pela moeda é a que decorre
No Brasil, como na maioria de outros países, o Banco da particularidade de servir como reserva de valor, desde o
Central é o órgão responsável pela execução das políticas momento em que é recebida até o instante em que é gasta
monetária e cambial do País, bem como pela regulação e por seu detentor. O indivíduo recebe a moeda por uma
fiscalização do SFN. O primeiro conjunto de atribuições é transação, não precisa gasta-la, pode guardá-la para uso
o de um banco central clássico, objetivando a estabilidade posterior, isto significa que ela serve como reserva de valor.
interna e externa da moeda. Já as funções de órgão su- Para que bem cumpra esse papel, é necessário que tenha
pervisor, nem sempre a cargo do banco central em outros valor estável, de forma que quem a possua tenha idéia pre-
países, objetivam manter a estabilidade e solvência do sis- cisa do quanto pode obter em troca. Se a economia estiver
tema financeiro. num processo inflacionário, o valor da moeda vai se de-
A independência do banco central, em discussão atual- teriorando, fazendo com que essa função não se cumpra.
mente no Congresso, significa dar a ele autonomia plena
na execução da política monetária, sem a interferência polí-
tica do governo. A suposta necessidade dessa independên-

3
1.1. Multiplicador Bancário - Criação e Destruição da na forma de depósitos à vista ou a prazo. O banco, antes
Moeda de fazer um novo empréstimo, terá que recolher o valor
correspondente ao compulsório para então repassar o va-
O processo de criação de moeda pelos bancos comer- lor residual novamente ao mercado, dando continuidade
ciais ocorre pela multiplicação dos depósitos à vista por ao ciclo.
eles recebido (moeda escritural). O banco capta depósitos O excesso de liquidez bancária sofreu um substancial
em dinheiro do público para o manter em segurança e dis- aumento ao longo de 2002 devido a uma série de fatores
ponível para saques do depositante, assim a moeda origi- como os resgates líquidos de títulos públicos federais e a
nalmente injetada pelo Banco Central tende a transformar- rolagem da dívida cambial por intermédio de swaps “sol-
-se em depósitos bancários. Se o banco não aplicar esse teiros” (sem vínculo com títulos públicos) a partir de maio.
dinheiro depositado, se diz que as reservas monetárias Em consequência, a posição de liquidez bancária esterili-
desse banco são na ordem de 100% do valor depositado. zada diariamente pela mesa de mercado aberto do Banco
Sendo altamente improvável que, em condições nor- Central aumentou continuadamente durante o ano, pas-
mais, todos os depositantes saquem os seus recursos ao sando de uma situação de necessidade de injeção de liqui-
mesmo tempo. dez de R$ 18,7 bilhões no início do ano para um excesso
Assegurando a manutenção de reservas que permitam de liquidez de R$ 64,1 bilhões no fechamento do ano e R$
honrar os saques diários (apurada estatisticamente com 80,7 bilhões no fim de janeiro de 2003.
base em dados históricos), o banco passa a conceder em- Utilizando esse instrumento de controle, o Banco Cen-
préstimos baseados nos depósitos captados. Os emprésti- tral alterou em diversas ocasiões a regulamentação dos
mos normalmente retornam ao sistema bancário em forma recolhimentos compulsórios e dos encaixes obrigatórios
de novos depósitos, que geram novos empréstimos, que sobre recursos bancários, de forma a neutralizar o exces-
geram novos depósitos e assim sucessivamente. so de liquidez bancária. O total de depósitos compulsórios
Ou seja, o total de oferta monetária aumenta. Natu- no Banco Central aumentou de R$ 63,2 bilhões no final de
ralmente, se houvesse uma corrida ao banco, não haveria 2001 para R$ 123,1 bilhões em dezembro de 2002.
No dia 19 de fevereiro, o BACEN elevou a alíquota de
fundo suficiente, de imediato, para atender a todos, o que
recolhimento compulsório sobre depósitos à vista de 45%
obrigaria o banco a fazer desaplicações ou a recorrer tam-
para 60%.
bém a empréstimos.
As alíquotas do recolhimento compulsório e do encaixe
Como os bancos têm necessidade de manter certa
obrigatório sobre depósitos a prazo e de poupança tam-
quantidade de recursos, na forma de um percentual sobre
bém foram alteradas em 2002, e foi instituída exigibilidade
os depósitos e que chamamos de encaixe, destinado para
adicional sobre os recursos à vista, a prazo e de depósitos
honrar os saques diários, surge ai um limitador na capaci-
de poupança. O cumprimento da exigibilidade é feito me-
dade de criação de moeda pelos bancos. diante a vinculação de títulos públicos federais no Selic.
Além disso, visando administrar a oferta de moeda na
economia, principalmente quando se busca a redução des- 3. Linha de Redesconto
sa oferta, o Banco
Central adota o mecanismo chamado Depósito Com- Outro instrumento da política monetária utilizado pelo
pulsório. Por meio dos depósitos compulsórios os bancos governo é a linha de redesconto, onde, de acordo com os
são obrigados a depositar no Banco Central uma percen- seus objetivos, promoverá o aumento/redução do volu-
tagem de seus depósitos, reduzindo a capacidade de os me financeiro destinado a esta linha de socorro ou então
bancos criarem moeda. a elevação/redução do custo financeiro, fazendo com que
as instituições financeiras mais dependentes desta linha
2. Instrumentos da Política Monetária atuem de uma maneira menos agressiva, reduzindo, por-
tanto, o grau de descasamento ou desequilíbrio de seus
A política monetária intervém na sociedade para con- caixas.
trolar as variáveis monetárias: moeda, crédito e taxa de ju-
ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO

É uma assistência de liquidez nos momentos em que


ros. Essas variáveis são controladas pelo governo por meio determinado banco não consegue resolver seus problemas
dos instrumentos monetários à disposição do governo, os de caixa com captação junto ao público nem via mercado
principais instrumentos são: depósitos compulsórios, taxa interbancário. As operações de Redesconto são concedi-
de redesconto e as operações de Open Market ou mercado das, a exclusivo critério do Banco Central, por solicitação da
aberto. instituição financeira interessada.
Depósito Compulsório = Este instrumento de controle As operações de redesconto podem ser:
chamado Depósito Compulsório é um mecanismo que re- 1. Intradia, destinadas a atender necessidades de liqui-
presenta o recolhimento de parte do capital captado pelas dez de instituição financeira, ao longo do dia;
instituições financeiras aos cofres do BACEN, esterilizando 2. De um dia útil, destinadas a satisfazer necessidades
a moeda, inibindo o poder de multiplicação da moeda ban- de liquidez decorrentes de descasamento de curtís-
cária. Com a fixação de um percentual de compulsório o simo prazo no fluxo de caixa de instituição financeira;
Banco Central obrigará a instituição financeira a não em- 3. De até quinze dias úteis, podendo ser recontratadas
prestar integralmente os recursos captados. Assim, somen- desde que o prazo total não ultrapasse quarenta e
te uma parcela retornará para o mercado financeiro, seja cinco dias úteis, destinadas a satisfazer necessidades

4
de liquidez provocadas pelo descasamento de cur- 2. Risco de Concentração de Crédito - possibilidade de
to prazo no fluxo de caixa de instituição financeira e perdas em função da não diversificação do crédito
que não caracterizem desequilíbrio estrutural; concedido a clientes;
4. De até noventa dias corridos, podendo ser recontra- 3. Risco Soberano ou Risco do País - quando existem
tadas desde que o prazo total não ultrapasse cento e restrições ao fluxo livre de capitais entre países, po-
oitenta dias corridos, destinadas a viabilizar o ajuste dem ser originários de golpes militares, novas polí-
patrimonial de instituição financeira com desequilí- ticas econômicas, resultados de novas eleições, etc.,
brio estrutural. ou como no caso das moratórias de países latino-
-americanos.
O redesconto contempla títulos e valores mobiliários
e direitos creditórios descontados integrantes do ativo da 1. Risco de Mercado
instituição financeira interessada, sendo a taxa de redes-
conto variável em função dos ativos e estabelecida, se- 1. Risco de Mercado depende do comportamento do
gundo critérios próprios do BACEN, levando-se em conta, preço do ativo diante das condições de mercado.
dentre outros fatores, o valor presente, o valor de mercado, Para entender e medir possíveis perdas devido às flu-
o risco de crédito, o prazo de vencimento, a liquidez e a tuações do mercado é importante identificar e quan-
volatilidade do preço de cada ativo. tificar o mais corretamente possível as volatilidades e
correlações dos fatores que impactam a dinâmica do
4. Mercado Aberto (Open Market) preço do ativo. Risco de mercado pode ser dividido
em quatro grandes áreas:
O Brasil, como a maioria dos países que adotam um 2. Risco do mercado acionário – possibilidade de per-
regime de metas para a inflação, utiliza a taxa de juros bá- das decorrentes de mudanças adversas nos preços
sica como principal instrumento na condução da política de ações ou em seus derivativos;
monetária. A meta para a taxa Selic é definida mensalmen- 3. Risco do mercado de câmbio – possibilidade de per-
te pelo Comitê de Política Monetária - Copom. Cabe ao das devido a mudanças adversas na taxa de câmbio
Departamento de Operações do Mercado Aberto - Demab ou em seus derivativos;
manter a taxa Selic próxima à meta estabelecida pelo Co- 4. Risco do mercado de juros – possibilidade de perdas
no valor de mercado de uma carteira decorrentes de
mitê, através das operações de mercado aberto.
mudanças adversas nas taxas de juros ou seus deri-
Na prática, o Banco Central realiza operações compro-
vativos;
missadas (compra de títulos públicos com compromisso de
5. Risco do mercado de commodities – possibilidade de
revenda ou venda de títulos públicos com compromisso
perdas decorrentes de mudanças adversas nos pre-
de recompra) de curto prazo, a maioria das vezes por um
ços de commodities e/ou em seus derivativos.
dia. Essas também são conhecidas como repos (repurchase
agreements).
2. Risco Operacional
Operacionalmente, a mesa de operações efetua leilões
informais, de forma geral em sistema eletrônico, dos quais Risco operacional está relacionado a possíveis perdas
participam todos os dealers primários selecionados duas como resultado de sistemas e/ou controles inadequados,
vezes ao ano dentre as instituições mais ativas do siste- falhas de processos internos, gerenciamento e erros huma-
ma financeiro. Os dealers intermedeiam o relacionamento nos. O risco operacional pode ser dividido em três grandes
do Banco Central com o restante do mercado, e são es- áreas:
colhidos através de critérios de desempenho, incluindo o 1. Risco Organizacional – está relacionado com uma or-
desempenho de cada instituição nos mercados primários ganização ineficiente, administração inconsistente e
e secundários de títulos públicos, no mercado de opera- sem objetivos de longo prazo bem definidos, fluxo
ções compromissadas e seu relacionamento com o Banco de informações internos e externos deficientes, res-
ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO

Central. ponsabilidades mal definidas, acesso a informações


internas por parte de concorrentes, etc.
RENTABILIDADE, LIQUIDEZ E SEGURANÇA 2. Risco de Operações – pode ser relacionado com pro-
blemas tecnológicos, equipamentos (telefonia, elétri-
A função administrativa que tem como objetivo a ade- co, computacional, etc.), processamento e armazena-
quação das fontes e das aplicações dos recursos de uma mento de dados, fluxo operacional inadequado, etc.
empresa objetivando o lucro é chamada de Gestão Finan- 3. Risco de Pessoal – pode estar relacionado com fa-
ceira. A maximização do lucro como medida de eficiência lhas humanas, como empregados não-qualificados,
na gestão financeira da empresa é baseada na crença de por exemplo, ou fraudes, do tipo adulteração de do-
que a busca do maior lucro que possa ser proporcionado cumentos, vazamento de informações privilegiadas,
por um ativo conduz a uma eficiente alocação dos recursos. desvio de valores, entre outras.
1. Risco da Falta de Pagamento ou de Inadimplência -
quando uma das partes em um contrato não pode
mais honrar seus compromissos assumidos;

5
3. Risco Legal
FIQUE ATENTO!
O risco legal pode estar associado a perdas oriundas VaR e Stress passam a atuar conjuntamente, o
de falta da definição técnica legal ou organização jurídi- primeiro refletindo o “risco do cotidiano” e o
ca em alguma operação realizada. Pode ser com respeito segundo o “risco numa situação de crise”.
à ausência de técnica jurídica na elaboração de contratos,
expondo a organização excessivamente a uma contra parte
ou levando ao fechamento de contratos sem garantias sufi- Apesar da parceria entre VaR e Stress ser bem aceita e
cientes de execução. Pode estar relacionado ainda à inexis-
difundida, a literatura sobre VaR sempre foi muito mais rica
tência de verificação sobre a legitimidade de contra partes
e ativa do que a sobre Stress.
ou autenticidade de documentos apresentados, etc.
O VaR tem atraído mais a atenção de acadêmicos por
utilizar técnicas matemáticas e estatísticas. O modelo atual-
4. Risco de Imagem
mente utilizado de Teste de Stress procura ser menos subje-
tivo e mais abrangente que o tradicional, sanando boa parte
Risco de imagem está relacionado a perdas decorren-
tes de causas imateriais, gerando a possibilidade de per- das deficiências que vinham sendo apontadas. Para fins di-
das decorrentes de desgastes com a imagem da instituição dáticos, pode ser dividido em quatro etapas básicas: decom-
junto ao mercado ou autoridades, em razão de publicidade posição de todos os ativos em fatores de risco, determina-
negativa, de ações particulares ilegais ou irresponsáveis, ção de um conjunto de cenários para cada fator de risco,
que podem ser verdadeiras ou não. determinação das regiões macroeconomicamente plausíveis
e, cálculo do risco em cada região e escolha da pior delas.
5. Metodologias de Avaliação do Risco Em outros estudos, para o risco de mercado e para
o risco de crédito algumas metodologias já se encontram
Não existe muita uniformidade no cálculo do risco de em uso, podem ser medidos das seguintes formas: Risco de
instituições financeiras e de empresas. Em comum as meto- Mercado Relativo, que é uma medida do “descolamento” dos
dologias para estimação do risco requerem conhecimentos rendimentos de uma carteira de investimentos em relação a
sobre a mecânica dos mercados de interesse, alguma so- um índice utilizado como benchmark (desvio padrão). E Risco
fisticação matemática, e sistemas computacionais e de in- de Mercado Absoluto, que mede as perdas de uma carteira
formações confiáveis. No caso de risco operacional e risco de investimentos sem qualquer relação a índices de mercado.
legal o problema de medir risco deve ser tratado em uma São utilizadas outras medidas estatísticas de avalia-
abordagem caso por caso. ção do risco, como: Medida de posição (média, mediana,
De forma geral os Sistemas Bancários das principais na- moda); Medida de dispersão (Desvio padrão, variância, am-
ções desenvolvidas e em desenvolvimento se adaptaram plitude total, dispersão absoluta); Probabilidade (Estudo do
as exigências do Comitê da Basiléia e utilizam o cálculo e risco); Regressão Linear Simples, Linear Múltipla, Logística e
divulgação do VAR - Valor Em Risco, que é a perda máxima Análise Discriminante. Técnicas não lineares mais utilizadas
possível em um intervalo de tempo, calculada com um grau são as Redes Neurais e Algoritmos Genéticos.
de confiança bem definido. Quantifica a exposição de uma
carteira ou de uma instituição, ao risco do mercado. TAXAS DE JUROS DO MERCADO FINANCEIRO
No caso das empresas, também podemos pensar em
condições de riscos em relação ao que pode ocorrer com No processo de intermediação financeira a taxa de ju-
elas, em um intervalo de tempo futuro, diferente das situa- ros representa uma das principais variáveis, pois define o
ções esperadas. Desta forma uma empresa pode ser vis- preço do aluguel pelo uso do dinheiro nesse processo de
ta como uma carteira de ativos e passivos que terão seus troca. Alguns fatores interferem na formação da taxa de
valores alterados ao longo do tempo e que apresentam juros e interagem entre si de acordo com a dinâmica da
variações em relação aos valores esperados, em função das economia. No processo de formação da taxa de juros como
ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO

variações que ocorram na economia, do macro setor e do um todo três fatores se destacam e atuam de forma efetiva:
segmento específico em que a empresa se insere; que é o - a política monetária praticada pelo governo,
mercado da empresa. - a posição de caixa das instituições e o
José Roberto Securato (FEA/USP), em recente artigo - custo futuro do dinheiro.
intitulado Valor em Risco de uma Empresa com Base em
Dados Contábeis propõe uma definição do VAR de merca- A conjugação dos três fatores atua de forma direta no
do da empresa; ou Valor em Risco de Mercado da empre- processo.
sa, que seria o valor da pior perda possível do patrimônio
dentro de um intervalo de tempo e dado um intervalo de 1. Posição de Caixa das Instituições Financeiras
confiança estando o mercado da empresa, economia do
país, macro setor e segmento específico, em condições que O fluxo de caixa das instituições financeiras é bastante
não apresentam expectativas de anormalidade. dinâmico e está sujeito a sofrer constantes desequilíbrios
Muitas instituições financeiras utilizam ainda modelos ou descasamentos. Os principais são os descasamentos
de Teste de Stress (Stress Testing) como ferramentas com- monetários, de moeda e de prazo.
plementares para avaliação do risco de mercado.

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O descasamento monetário envolve o repasse (emprés- sil com projeção de médio e longo prazos. Aplica-
timo) de recursos inexistentes no momento da efetivação -se aos depósitos do PIS/PASEP e outras aplicações
da operação, ou então a tomada de recursos (captação) como FINAME, FAT, etc.
sem a imediata aplicação. No momento em que a insti- _ TR - Taxa Referencial - é uma taxa básica, criada no
tuição capta recursos de um agente superavitário, a uma Governo Collor, com o propósito de estabelecer um
taxa de 26% a.a. por exemplo, firmou o compromisso de patamar móvel (semelhante a Prime Rate, dos Esta-
devolver esse recurso no prazo combinado, se não apli- dos Unidos , ou à LIBOR, do Reino Unido), para fun-
car de imediato a uma taxa superior corre o risco de não damentar as demais taxas de juros. Corresponde à
conseguir a aplicação nessas condições por uma eventual média móvel ponderada das taxas de captação de
oscilação na taxa de juros, tornando a aplicação deficitária. CDBs, com prazos de 30 e 35 dias, praticadas pelas
Para evitar o descasamento de moeda, a instituição 20 principais instituições financeiras. Sua fórmula,
procura emprestar o recurso levando em consideração a determinada pelo Ministério da Fazenda, tem varia-
moeda utilizada na captação desse recurso. Se capta no do ligeiramente ao longo do tempo, especialmente
mercado externo em dólares, o ideal é que a aplicação seja devido a mudanças do coeficiente de redução que é
feita através de uma linha indexada à moeda americana. A introduzido na fórmula.
oscilação da moeda pode causar perdas ou ganhos, cujo
risco será da instituição financeira. Estranhamente, a variação da TR, que decorre tanto de
O descasamento de prazo ocorre quando não há coin- modificações da inflação esperada quanto de alterações no
cidência de prazo entre o capital captado e o capital em- custo básico do capital, tem sido usada como indexador
prestado. Esse desequilíbrio pode representar oportunida- financeiro.
des de ganhos ou de perdas. A maior ou menor incidência
no fluxo de caixa da instituição caracteriza uma gestão do 3. Tipos de taxas de Mercado
caixa mais ou menos agressiva.
A instituição financeira que tenha uma gerência con- As taxas de juros mais representativas da situação do
servadora do seu caixa vai procurar a zeragem diária para
mercado monetário (curtíssimo prazo), que influenciam
minimizar os riscos inerentes a um descasamento.
toda estrutura de taxas do mercado financeiro (prazos cur-
As principais formas de se buscar a zeragem do caixa
to, médio e longo), são as descritas a seguir:
são: a rede de agências da instituição, o mercado interfi-
_ TMS - Taxa Média Selic (Over/SELIC) - É a taxa média
nanceiro ou interbancário e a linha de redesconto do Ban-
de todas as operações efetuadas com títulos federais
co Central.
de um dia (overnight) do SELIC - Sistema Especial de
Liquidação e Custódia, onde são realizadas as opera-
2. Taxas Referenciais do Mercado
ções envolvendo títulos públicos federais. Tem como
No mercado financeiro brasileiro e internacional há inú- finalidade definir o custo do dinheiro Open Market.
meras siglas de taxas referenciais que costumam dificultar Atualmente é a taxa de referência dos juros no mer-
a leitura e a compreensão de determinados assuntos. A cado financeiro.
seguir, um resumo dos conceitos das principais taxas re- _ CDI – Certificado de Depósito Interfinanceiro (Over/
ferenciais. CDI) - É a taxa referente às transações de um dia
_ TBF - Taxa Básica Financeira - foi criada através de (overnight) realizadas com CDI - Certificados de De-
Medida Provisória e convertida na Lei nº 10.192, de pósito Interbancário, através do CETIP - Central de
14.2.2001, correspondente à média ponderada das Custódia e Liquidação Financeira de Títulos, onde
taxas de juros dos CDBs de 31 dias lançados pelas 30 são registradas as transações envolvendo títulos pri-
maiores instituições financeiras, sendo as duas taxas vados. A taxa CDI é, portanto, a taxa que se aplica às
extremas (a menor e a maior) expurgadas do cálculo. transações financeiras de um dia lastreadas em tais
Ao contrário da TR, a TBF não está sujeita a redutor. títulos;
ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO

Tem a exclusiva finalidade de balizar a atualização do _ Taxa CDB - A taxa dos Certificados de Depósitos Ban-
valor das operações financeiras de prazo igual ou su- cários (CDB) é a principal taxa de captação de recur-
perior a 60 dias. Não tem relação com as operações sos dos bancos comerciais, incidindo sobre depósitos
em que o Bacen figura como uma das partes do ne- de alto valor e de prazo fixo (30/60 dias). Influencia
gócio. decisivamente as taxas dos empréstimos bancários.
_ TJLP - Taxa de Juros de Longo Prazo - fixada pelo
Banco Central e aplicável às operações financeiras 4. Taxas de Rentabilidade
de longo prazo realizadas pelo BNDES, o que cor-
responde a aproximadamente 70% dos créditos to- Uma taxa de rentabilidade é baseada na variação de
tais do banco. Várias alterações já aconteceram na preços de um ativo financeiro em determinado período de
sua forma de cálculo, atualmente é calculada com tempo, geralmente de um mês. Corresponde à proporção
base num somatório de meta de inflação, fixada pelo “r” do incremento de valor (P1-P0) para o valor aplicado
CMN, e um prêmio de risco, que incorpora taxas de (P0). Pode ser calculada pela seguinte fórmula: r = [P1/P0] -
juros real internacional e componente de risco Bra- 1. Cada ativo comprado por um preço e vendido por outro

7
tem uma taxa de rentabilidade. As taxas de rentabilidade mente, seja através de fundos mútuos ou, de maneira cres-
são geralmente calculadas para os seguintes tipos de ati- cente nas economias mais modernas, através de fundos de
vos financeiros: previdência.
Além dos efeitos macroeconômicos na alocação de re-
_ Taxas diárias cursos, o mercado de capitais proporciona um aumento
_ Dólar (variação da taxa de câmbio) da eficiência microeconômica nas empresas. Quando uma
_ Ouro (variação do preço em bolsa) empresa assume compromissos de longo prazo com ter-
_ Ibovespa ( variação do índice BOVESPA) ceiros, seja na forma de emissão de títulos de dívidas ou
_ Taxas mensais da abertura de capital, ela passa a partilhar seus riscos com
_ Poupança (taxa de rentabilidade) um grande número de investidores.
_ CDB (taxa de remuneração) Necessariamente, ela se obriga a fornecer informações
_ Fundos de investimento financeiros (variação da co- mais detalhadas sobre seu desempenho ao mercado. Os
tação) investidores passam a acompanhar os resultados, buscan-
do identificar falhas e premiar acertos e, não raramente,
A rentabilidade pode ser calculada em termos nominais oferecer ideias para melhorar o desempenho da empresa.
ou reais. A rentabilidade nominal leva em conta apenas os A gestão da empresa será premiada ou reprovada em
preços de compra e venda do ativo no período. A rentabi- função dos bons ou maus resultados. A empresa obriga-
lidade real (RR) retira da rentabilidade nominal (RN) a va- -se a procurar alternativas que proporcionem os melho-
riação correspondente à taxa de inflação (P) do período da res retornos para os detentores de seu capital. Se isso não
transação, através da fórmula: (1 + RR) = (1 + RN)/(1 + P) ocorre, o capital irá buscar alternativas, em outras empre-
sas, com melhor retorno. O objetivo passa a ser o melhor
5. Taxas de Empréstimos resultado econômico e não interesses específicos de seus
donos, de facções políticas ou de grupos específicos.
As taxas mais significativas do mercado de crédito, re- Quanto maior a participação de empresas de capital
aberto na economia e quanto mais desenvolvido o mer-
presentativas das taxas de aplicação das instituições finan-
cado de capitais, maior será a quantidade de empresas
ceiras, são as seguintes:
buscando a maior eficiência possível para seu capital. Já
_ Desconto de duplicatas: Taxa aplicada aos emprésti-
as empresas ineficientes serão punidas, perdendo investi-
mos concedidos por desconto de duplicatas de em-
dores e capital. Mesmo as empresas que não participem
presas mediante contrato prévio determinando sal-
do mercado de capitais serão obrigadas a melhorar sua
do médio, percentual de desconto (geralmente 80%)
eficiência pelo efeito da concorrência das demais. A soma
e débito automático de duplicatas vencidas e sem
desses efeitos microeconômicos traduz-se em maior efi-
pagamento. ciência do capital em toda a economia.
_ Capital de giro: Taxa aplicada aos empréstimos para A função de identificar as melhores e piores não é feita
capital de giro garantido por contrato e emissão de por simples investidores individuais. Com a institucionaliza-
nota promissória. ção do mercado de capitais, os grandes compradores de tí-
_ Cheque especial: Taxa aplicada ao saldo devedor de tulos e ações são fundos de investimentos que atuam como
conta de depósito, funcionando como empréstimo intermediários e montam equipes técnicas capazes de obter
de emergência e de curto prazo. É acompanhada da informações e realizar análises sobre os negócios mais pro-
cobrança de taxa de serviço por cheque pago sem missores e assim direcionar o capital para as melhores aplica-
cobertura. ções. Desenvolvem-se empresas e instituições especializadas
_ Conta garantida: Taxa aplicada ao saldo devedor de em buscar dados, analisar e manter o mercado informado.
conta corrente garantida por ativo financeiro ou real. Quanto mais desenvolvida é uma economia, mais ativo
é o seu mercado de capitais, o que se traduz em mais opor-
MERCADO DE CAPITAIS tunidades para as pessoas, empresas e instituições aplica-
ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO

rem suas poupanças.


1. Função da Moeda Ao abrir seu capital, uma empresa busca uma fonte de
captação de recursos financeiros permanentes. A plena
A função primordial dos mercados financeiros é apro- abertura de capital acontece quando a empresa lança suas
ximar os dois agentes econômicos normalmente separa- ações ao público, ou seja, emite ações e as negocia nas bol-
dos no mercado, o superavitário e o deficitário. Ao permitir sas de valores. O adquirente da ação passa a ser também
que recursos sejam transferidos de pessoas que não têm sócio da empresa, um acionista.
oportunidades produtivas para investir para aquelas que as
têm, esses mercados possibilitam um aproveitamento das 2. Companhia Aberta
oportunidades em toda a economia.
O mercado de capitais e, especificamente, o mercado Uma companhia é considerada aberta quando promo-
acionário, permite a diluição do risco de novos investimen- ve a colocação de valores mobiliários em bolsas de valores
tos e promove uma democratização e socialização do capi- ou no mercado de balcão. São considerados valores mobi-
tal. Permite a pulverização da participação na propriedade liários: ações, bônus de subscrição, debêntures, notas pro-
das empresas para os pequenos poupadores, seja direta- missórias e partes beneficiárias para distribuição pública.

8
_ Ações: Títulos nominativos negociáveis que represen- As ações também podem ser diferenciadas por classes:
tam, para quem as possui, uma fração do capital so- A, B, C ou alguma outra letra que apareça após o “ON” ou
cial de uma empresa. o “PN”. As características de cada classe são estabelecidas
_ Bônus de subscrição: Títulos nominativos negociáveis pela empresa emissora da ação, em seu estatuto social. Es-
que conferem ao seu proprietário o direito de subs- sas diferenças variam de empresa para empresa, portan-
crever ações do capital social da companhia emisso- to, não é possível fazer uma definição geral das classes de
ra, nas condições previamente definidas. ações.
_ Debêntures: Títulos nominativos negociáveis repre- O número de ações de uma empresa pode sofrer modi-
sentativos de dívida de médio/longo prazos con- ficações por várias razões, os três principais eventos que o
traída pela companhia perante o credor, neste caso altera são os seguintes:
chamado debenturista. _ Subscrição de Novas Ações ou Aumento de Capital
_ Outros títulos: Notas promissórias e partes beneficiá- - Ocorre quando a empresa emite ações novas e as
rias para distribuição pública com ampla divulgação. lança no mercado, buscando captar recursos novos
As operações de abertura de capital precisam ter auto- para viabilizar um plano de investimentos, amortiza-
rização da Comissão de Valores Mobiliários - CVM, o ção de dívidas ou por outro motivo. Esta emissão faz
órgão fiscalizador do mercado de capitais brasileiro, parte do chamado Mercado Primário de ações.
o qual também registra e autoriza a emissão dos va- _ Bonificação em Ações - Também representa um au-
lores mobiliários para distribuição pública. mento do capital da empresa e se origina da incor-
poração de reservas acumuladas ao capital, com
As companhias abertas devem atender a diversos re- a emissão de novas ações, que são oferecidas aos
quisitos, definidos na Lei das SAs e nas regulamentações acionistas. Não envolve captação de recursos.
da CVM, com o objetivo de garantir a confiabilidade das _ Desdobramento do Número de Ações - Split - Neste
informações e demonstrações financeiras divulgadas. caso, o que ocorre é apenas a divisão do número de
O mercado considera que a plena abertura de capital ações da empresa, que se desdobra em determina-
ocorre quando há o lançamento de ações ao público, em da proporção. Não causa qualquer modificação no
função das transformações impostas à empresa e pelo in- balanço da empresa, provocando apenas a multipli-
cremento no volume de negócios com seus títulos. cação do número total de ações. Exemplo: se uma
empresa tem dois milhões de ações em seu capital e
3. Ações resolve desdobrá-las na proporção de 100%, o capi-
tal desta empresa passa a contar com quatro milhões
Ações são títulos nominativos negociáveis que repre- de ações e seu preço em Bolsa se ajusta proporcio-
sentam, para quem as possui, uma fração do capital social nalmente. Nada ocorre em termos fundamentalistas,
de uma empresa. mas esta decisão pode contribuir para uma melhor
Ação é um pedacinho de uma empresa, a menor fração negociabilidade dos títulos em Bolsa, pois no nosso
do capital de uma sociedade anônima. Com um ou mais exemplo a cotação cairia para a metade, o que po-
pedacinhos da empresa, o investidor se torna sócio dela. deria propiciar a realização de mais negócios com tal
As ações podem ser: ação, tendo em vista a maior facilidade para a forma-
_ Ordinárias, que concedem àqueles que as possuem o ção de lotes mínimos de negociação.
poder de voto nas assembléias deliberativas da com-
panhia; Quando ocorre um desses eventos, interferindo no nú-
_ Preferenciais, que oferecem preferência na distribui- mero de ações e, por consequência, na cotação em Bolsa, o
ção de resultados ou no reembolso do capital em gráfico da ação é necessariamente ajustado, fazendo com
caso de liquidação da companhia, não concedendo que o histórico se adapte ao padrão atual de negociação.
o direito de voto, ou restringindo-o. Os acionistas têm ainda preferência na compra de no-
vas ações emitidas ou direito de preferência na subscrição.
ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO

As ações, ordinárias ou preferenciais, são sempre nomi- Além de garantir a possibilidade de manter a mesma parti-
nativas, originando-se do fato a notação ON ou PN depois cipação no capital total, esse direito pode significar ganho
do nome da empresa. Podem ainda adotar duas formas: adicional, dependendo das condições do lançamento. Por
_ Nominativas registradas, quando há um registro de fim, se não exercido, o direito pode ser vendido a terceiros.
controle de propriedade feito pela empresa ou por
terceiros, podendo ou não haver emissão de certi- 4. Dividendos
ficado;
_ Escriturais nominativas, quando há a designação de Os dividendos correspondem à parcela de lucro líquido
uma instituição financeira credenciada pela CVM, distribuída aos acionistas, na proporção da quantidade de
que atua como fiel depositária dos títulos, adminis- ações detida, ao fim de cada exercício social. A companhia
trando-os via conta corrente de ações. deve distribuir, no mínimo, 25% de seu lucro líquido ajusta-
do. As ações preferenciais recebem 10% a mais de dividen-
dos que as ordinárias, caso o estatuto social da companhia
não estabeleça um dividendo mínimo.

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Quando uma empresa vai bem, ela divide os lucros com futuro, definindo, desta forma, pontos de compra e venda
quem tem suas ações. Isso são dividendos. do ativo. A análise gráfica parte do princípio que os preços
se movem em tendências, ou seja, o comportamento do
4.1. Bonificações papel tende a repetir-se ao longo do tempo até que haja
reversão. Esta mudança de tendência também pode ser
As bonificações correspondem à distribuição de novas identificada pela análise técnica.
ações para os atuais acionistas. Excepcionalmente pode
ocorrer a distribuição de bonificação em dinheiro. 5.3. Análise Macroeconômica

5. Análise de Ações A análise macroeconômica é aquela em que o investi-


dor estuda o desempenho da economia como um todo.
5.1. Análise Fundamentalista Fatores políticos também são considerados. Assim, através
de noticiários ele acompanha dados como inflação, taxa
Esse tipo de ferramenta analítica tem como base os fun- de juros, taxa de câmbio, entrada de investidores externos,
damentos das empresas, ou seja, avalia de que forma os déficit público, etc.
números, o grau de endividamento, o histórico da empresa
e as perspectivas para o setor, impactam no preço do ativo. 6. Como Escolher uma Ação
Tais indicadores, confrontados com o cenário macroeconô-
mico e o preço de mercado do papel, são utilizados para Os preços das ações são formados em pregão pela di-
definir se determinada ação é ou não um bom investimen- nâmica das forças de demanda e oferta de cada papel, o
to. que torna a cotação praticada um indicador confiável do
Diversos bancos de investimento e corretoras possuem valor que o mercado atribui às diferentes ações. A maior ou
uma equipe de analistas que acompanham e analisam os menor oferta e procura por determinado papel está direta-
diversos setores da economia, como telecomunicações, mente relacionada ao comportamento histórico dos preços
petróleo, siderurgia e alimentos. Dada a relevância e porte e, sobretudo, às perspectivas futuras da empresa emissora
de algumas empresas, muitos analistas se especializam em e à política de dividendos. O valor das ações pode variar a
uma única empresa. qualquer momento, dependendo, por exemplo, das con-
Esses profissionais também utilizam-se de inúmeras dições de mercado e da percepção de risco dos investido-
fontes de informação para produzirem seus relatórios: no- res. Quando investidores compram ações de uma empresa,
tícias, resultados financeiros das empresas, entrevistas com eles acreditam que a empresa terá lucro ou que o valor das
os principais executivos, entre outros. ações da empresa subirá.
O resultado final do trabalho do analista é um relatório Se os investidores acreditam que o panorama é ruim e
completo onde são apresentados os principais números da não investem ou vendem as ações que eles já possuem, o
empresa, as premissas utilizadas para projetar os resulta- preço das ações sofre desvalorização. Alterações no valor
dos futuros e finalmente uma indicação quanto à compra das ações são movimentos naturais de mercado, que de-
ou venda das ações da empresa. pendem do cenário macroeconômico e também da per-
Também é possível analisar uma empresa através de seu cepção que o mercado tem de um determinado papel e
balanço patrimonial. Porém, as informações do documento seu comportamento neste cenário.
devem ser confrontadas com outros demonstrativos para Quando a economia está desaquecida, os rendimentos
que possa ser feita uma análise completa sobre a empresa. das empresas tendem a cair rapidamente, quando a eco-
Todos os dados que as Companhias Listadas enviam à nomia se recupera, os rendimentos da empresa tendem a
Bovespa, inclusive as Informações Anuais (IAN) sobre seus se recuperar e o valor das ações também sobe. Essas os-
balanços e balancetes, estão à disposição dos investidores cilações de preço são cíclicas, acontecem de tempos em
para consulta e aquisição de cópias das informações, no tempos como os movimentos de mercado. A variação é
Centro de Informações Bovespa (CIB), localizado na Rua XV normal, e as ações com o objetivo de obter ganhos a mé-
ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO

de Novembro, 275, 5º andar, São Paulo, e funciona das 9 dio e longo prazos, em oposição a resultados imediatos,
às 14h. A Bovespa cobra por este serviço, mas os balanços podem ser divididas em:
também podem ser consultados no site da CVM - Comis- _ Blue chips ou de 1ª linha - Blue Chips é um termo
são de Valores Mobiliários. originalmente utilizado no poker, onde as blue chips
são as fichas mais valiosas, e em geral este termo é
5.2. Análise Gráfica ou Técnica utilizado para fazer referência às de grande liquidez e
procura no mercado de ações por parte dos investi-
A análise gráfica baseia-se, como o próprio nome in- dores, em geral de empresas tradicionais, de grande
dica, em gráficos que expressam o movimento de preços porte/âmbito nacional e excelente reputação, cujos
de uma ação durante um determinado período de tempo. preços elevados refletem esses predicados; A lista de
Estes gráficos também demonstram movimentos de mer- empresas blue chips não é oficial e muda constan-
cado, antecipando assim, ciclos de alta e baixa da bolsa. temente.
Através da observação do comportamento do papel, os _ De 2ª linha - são ações um pouco menos líquidas, de
analistas técnicos, também chamados de grafistas, conse- empresas de boa qualidade, em geral de grande e
guem projetar o possível comportamento deste papel no médio portes; seus preços são mais baixos e costu-

10
mam ser mais sensíveis aos movimentos de merca- ocorridos nos doze meses anteriores à formação da
do de baixa que aos de alta sobem depois das blue carteira do índice
chips e caem antes; _ Índice de Energia Elétrica – IEE. Por ser um índice se-
_ De 3ª linha - são ações com pouca liquidez, em geral torizado, que reflete a variação de um setor, no caso
de companhias de médio e pequeno portes porém, o elétrico, o IEE segue uma metodologia específica.
não necessariamente de menor qualidade, cuja ne- Os índices setoriais facilitam o acompanhamento do
gociação caracteriza-se pela descontinuidade; desempenho de um setor. Para quem tem uma car-
_ De privatização - são ações de companhias colocadas teira composta em maioria por empresas elétricas,
no mercado por meio de leilões do Programa Na- fica mais fácil de acompanhar o mercado pelo IEE do
cional de Desestatização - PND. Algumas das com- que pelo Ibovespa.
panhias em processo de privatização podem já ter _ O Índice de Ações com Governança Corporativa Di-
suas ações negociadas em bolsas de valores, antes ferenciada - IGC, que mede o desempenho de uma
mesmo de aquele ser completado, tendendo a in- carteira teórica composta por ações de empresas que
crementar sua liquidez após a conclusão do mesmo apresentem bons níveis de governança corporativa;
_ O Índice Valor Bovespa - IVBX-2, o qual mede o retor-
7. Indicadores e Índices do Mercado no de carteira hipotética constituída exclusivamente
por papéis emitidos por empresas de excelente con-
A BOVESPA coleta, organiza e divulga uma série de in- ceito perante os investidores, classificadas a partir da
formações sobre os negócios realizados em cada pregão. 11ª posição, tanto em termos de valor de mercado
Os principais indicadores referem-se a preços e volumes como de liquidez de suas ações.
das ações negociadas, que traduzem a liquidez do merca-
do. São elaborados também índices que mostram o com- 8. O Mercado de Ações
portamento do mercado como um todo ou segmentos
específicos. O Mercado de Ações é o segmento do Mercado de
_ Índice Bovespa - Ibovespa é o índice que acompanha Capitais onde ocorre a compra e venda de participações
a evolução média das cotações das ações. É o valor no capital das sociedades anônimas. Sua função básica é
atual, em moeda corrente, de uma carteira teórica de proporcionar liquidez aos títulos emitidos por companhias
ações, constituída em 1968 a partir de uma aplicação abertas e pode ser dividido nos seguintes tipos:
hipotética. A carteira teórica é integrada pelas ações _ Mercado Primário = É onde ocorre a primeira coloca-
que, em conjunto, representaram 80% do volume ção pública dos títulos de uma sociedade anônima.
transacionado a vista nos 12 meses anteriores à for- Esta operação, chamada de underwriting é conduzi-
mação da carteira. Além disso, a ação precisa apre- da por instituições especializadas, como bancos de
sentar participação, em volume, de pelo menos 0,1% investimento, sociedades corretoras e sociedades
e tem que ter tido 80% de presença nos pregões do distribuidoras. Compreende o lançamento de novas
mesmo período. Para que sua representatividade se ações no mercado, com aporte de recursos à com-
mantenha ao longo do tempo, é feita uma reavalia- panhia.
ção quadrimestral, alterando-se composição e peso _ Mercado Secundário = Uma vez ocorrendo o lança-
da carteira. Considerando-se seu rigor metodológico mento inicial ao mercado, as ações passam a ser ne-
e o fato de que a BOVESPA concentra mais de 90% gociadas no Mercado Secundário, sendo este, então,
dos negócios do País, trata-se do mais importante o local onde são negociadas as ações das socieda-
índice disponível, permitindo tanto avaliações de des anônimas de capital aberto que foram adqui-
curtíssimo prazo como observações de expressivas ridas pelo público no mercado primário. Apesar da
séries de tempo. O Ibovespa é uma ferramenta in- semelhança com o mercado primário, os recursos
dispensável para quem investe em ações, quer para captados vão para o acionista vendedor (e não para
acompanhar o mercado quer para avaliar comparati- a companhia), determinando, portanto, uma distri-
ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO

vamente o desempenho de sua própria carteira. buição no Mercado Secundário. Compreende:


_ Índice Brasil - IBX, é composto pelas 100 ações mais _ Mercado de Bolsas – são mercados institucionaliza-
negociadas na Bovespa. Esse índice não é muito dos e sujeitos à fiscalização e regulamentação por
utilizado como parâmetro pelo mercado, devido à parte das autoridades, o que permite maior divulga-
quantidade de ações de baixa liquidez. No IBX há as ção de informações sobre as transações realizadas.
ações do Ibovespa mais algumas outras, essas outras Nos casos dos derivativos, as operações realizam-se
não são de grande liquidez. Por isso, para o merca- normalmente em bolsas de futuros (BM&F), de mer-
do, ele não tem muito valor. A carteira do IBX tem cadorias e de valores, conforme o tipo de contrato.
vigência de quatro meses. Para fazer parte do índice, _ Mercado de Balcão – as operações realizadas fora
a ação precisa atender ao seguintes critérios (sempre das bolsas, fechadas diretamente entre as partes ou
referentes aos doze meses anteriores à formação da com a intermediação de instituições financeiras, são
carteira): (1) estar entre as 100 melhores classifica- chamadas operações de balcão. Nestas operações
das quanto ao seu índice de negociabilidade e (2) somente os participantes conhecem os termos do
Ter sido negociada em pelo menos 70% dos pregões contrato, que podem ser completamente adequados

11
às necessidades específicas de cada parte. São mais 10. Avaliação de títulos e ações
sigilosas, menos sujeitas à fiscalização e regulação e,
não havendo interesse dos contratantes, sem qual- Análise de títulos e ações
quer divulgação para o mercado. As particularidades Iremos abordar nesse bloco dois dos mais familiares
próprias de cada contrato dificultam sua negociabi- instrumentos financeiros: títulos e ações. Não podemos
lidade posterior, sendo comumente posições que os falar sobre títulos, e ações sem antes compreendermos
participantes mantem em suas carteiras até o venci- expressões como: valor presente do capital, valor futuro
mento. do capital e fluxos de caixa. Pois bem, valor presente do
_ As instituições financeiras, representando seus clien- capital é o valor atual de um capital que só será recebido
tes, procuram consultar parceiros de mercado com a no futuro, enquanto valor futuro do capital é representado
finalidade de minorar as anomalias. No Brasil temos pelo valor atual do capital mais os juros que se obterá com
um grande mercado de balcão de títulos públicos, este capital, ao passo que fluxo de caixa é toda entrada e
de depósitos interfinanceiros, de certificado de de- saída de capital de uma empresa. Por exemplo, se determi-
pósitos bancários, de moeda estrangeira e de outros nada empresa faz um investimento de R$: 100, 00, espe-
títulos menos líquidos como debêntures, certificados rando um retorno de 10% ao mês, durante três meses. E,
de privatização, títulos de dívida pública securitizada, se nesse período tivesse que pagar, a alguns fornecedores,
entre outros. a quantia de R$: 80,00. Quem é o valor presente do capi-
_ Mercado de Balcão Organizado – o único mercado tal, o valor futuro do capital e o fluxo de caixa? Simples, o
de balcão organizado do país foi criado por iniciati- valor presente do capital será o próprio capital (neste caso
va das bolsas de valores do Rio de Janeiro e Paraná, R$: 100,00), enquanto o valor futuro do capital será o valor
tendo adesão posterior de outras praças e institui- investido mais os juros e sua composição (neste caso R$:
ções. Abrange as negociações com ações e outros 133,10), já o fluxo de caixa seria toda essa movimentação
ativos, inclusive derivativos, cujas operações não são de entrada e saída de capital.
registradas em bolsas. Trata-se do SOMA – Socieda-
de Operadora do Mercado de Ativos. Avaliação de obrigações (ou títulos):
Quando uma empresa (ou governo) deseja tomar di-
9. Bolsas de Valores nheiro emprestado a longo prazo junto ao publico, geral-
mente o faz emitindo ou vendendo títulos de dívidas, que
As Bolsas de valores são associações civis, sem fins lu- podem ser chamados de obrigações. Uma obrigação geral-
crativos. Seu patrimônio é representado por títulos que mente é um empréstimo a longo prazo com pagamentos
pertencem às sociedades corretoras membros. Possuem unicamente dos juros e após o vencimento o tomador paga
autonomia financeira, patrimonial e administrativa, atuam toda a quantia que tomou emprestada. Por exemplo, supo-
como auxiliares da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) nhamos que a UFPE deseje tomar R$1.000,00 emprestado
na fiscalização do mercado, em especial de seus membros, durante 30 anos, e que a taxa de juros de obrigações seja
as Sociedades Corretoras e estão sujeitas à supervisão des- de 12%. A UFPE terá que pagar R$: 120,00 de juros a cada
sa Comissão. Bolsa de Valores é o local onde se compram e ano, durante 30 anos. Ao final dos 30 anos, ela deverá de-
se vendem as ações das companhias. volver os R$1.000,00 que tomou emprestado inicialmente.
São os mais importantes centros de negociação das Em nosso exemplo, os juros de R$: 120,00 a cada ano são
ações, devido ao expressivo volume e maior transparência denominados cupons. O valor que será devolvido no final
das operações. do empréstimo é denominado valor de face ou nominal.
Seus objetivos e atividades, entre outras, são: Tal como em nosso exemplo, o valor nominal geralmente
_ Manter local adequado à realização, entre corretores, é de R$1.000,00, portanto, se determinada empresa preci-
de transações de compra e venda de títulos e valores sar de um empréstimo no valor de R$100.000,00 precisará
mobiliários, em mercado livre, organizado e fiscaliza- emitir 100 obrigações. Por fim, o valor do cupom anual di-
do pelos próprios membros, pela autoridade mone- vidido pelo valor de face é denominado taxa nominal, que
ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO

tária e pela CVM; no nosso exemplo é igual a 120/1000=12% e, portanto, a


_ Estabelecer sistema de negociação que propicie e as- obrigação tem taxa nominal de 12%.
segure a continuidade das cotações e a plena liqui-
dez do mercado; Valor de uma obrigação:
_ Dar ampla e rápida divulgação às operações efetuadas Para determinar o valor de uma obrigação em determi-
em seu pregão; nado momento, precisamos conhecer: o número de perío-
_ Assegurar aos investidores completa garantia pelos dos que restam até o vencimento, o valor de face, o cupom
títulos e valores negociados; e a taxa de juros de mercado para obrigações semelhan-
tes. A taxa de juros requerida pelo mercado (retorno até
A BOVESPA, com seus mais de 110 anos de experiência, o vencimento ou YTM) é o principal fator de flutuação do
tradição e competência, vem, ao longo desses anos, procu- valor de uma obrigação, pois veremos que quando esta
rando desenvolver o mercado de capitais. taxa aumenta o valor da obrigação diminui e o contrário
também é verdadeiro. Para entendermos melhor o comen-
tário anterior sobre valor de uma obrigação, vamos usar

12
um exemplo de uma empresa fictícia chamada XC águas; ciais - têm preferência na hora de receber, ao passo que os
esta emitiu uma obrigação com prazo de vencimento de acionistas com ações ordinárias podem até ficar sem rece-
10 anos, com o valor da taxa de mercado estando cotado a ber, pois seus dividendos podem ser reinvestidos. Logo, é
8%, logo, o valor do cupom anual será de R$80, pois como difícil dizer se os dividendos dos acionistas preferenciais
vimos geralmente a obrigação tem o valor de R$1.000,00. são capitais próprios (capitais dos donos da empresa, tam-
Vamos lá, no ato da emissão o valor de mercado da obriga- bém acionistas) ou se são capitais de terceiros. Outra carac-
ção é igual ao seu valor de face, pois estimamos o valor de terística das ações preferenciais, esta não muito vantajosa,
mercado de uma obrigação por meio do cálculo separado é que essas ações quase sempre não dão direito a voto, e
do valor presente dos 10 cupons anuais - que em nosso portanto, esses acionistas não detêm poder de decisão. Em
exemplo será R$536,81 - e o valor presente do valor de uma sociedade por ações, os acionistas controlam a em-
face – que em nosso exemplo é uma quantia que daqui presa através do seu direito, utilizando-se do voto, de ele-
a dez anos renderá, a juros de 8%, R$1.000,00(nesse caso ger o conselho administrativo, este por sua vez irá contratar
R$463,19)- então, agora é só somarmos os valores encon- os administradores que porão em prática suas diretrizes. É
trados (536,81+463,19=1000,00) e veremos, que realmen- importante frisar que o voto, no caso de uma sociedade
te, o valor de mercado de uma obrigação no ato de sua por ações, não é unitário ,e sim, por número de ações, ou
emissão é exatamente igual ao seu valor nominal. Porém, o seja, cada ação vale um voto.Com isso, se algum sócio de-
que acontece quando a taxa de juros se altera? Para vermos tiver 51% das ações da empresa nunca ficará de fora do
o que acontece quando a taxa de juros se altera, suponha conselho administrativo, mesmo que este fosse formado
que, no exemplo anterior, se passe um ano. Agora a obri- por apenas dois membros. Existem dos tipos de votação:
gação da XC águas tem prazo de vencimento de nove anos. votação cumulativa e votação simples. Na primeira, os vo-
Se a taxa de juros do mercado aumentou para 10%, qual tos são distribuídos, da maneira que quiser os acionistas,
será o valor presente da obrigação? É só refazer os cálculos, entre todos os candidatos, a cadeira do conselho, de uma
alterando a taxa para 10% e o período para 9 anos em vez só vez. Já na segunda são votados dois candidatos por vez.
de 10. Se fizermos tudo certo chegaremos ao valor de R$: Este tipo de votação favorece os interesses dos acionistas
885,00. Note que este valor é R$: 115,00 a menos que o que possuem maior número de ações.
valor de face, portanto, o valor de mercado da obrigação
caiu. Porém, se ao invés de aumentar, a taxa de mercado Negociação de ações:
diminuir, o valor da obrigação com certeza aumentará. À As ações são negociadas, ou melhor, compradas e ven-
essa mudança no preço da obrigação, por conta da taxa de didas nas bolsas de valores das quais as mais importantes
mercado, dá-se o nome de flutuação. são a Bolsa de valores de New York e a Nasdaq. A compra
e venda de ações consiste em dois mercados: um primá-
Avaliação de ações: rio, onde as ações são emitidas pela primeira vez, visan-
Para começarmos a abordar o assunto sobre ações pre- do obter recursos às empresas, e outro secundário, onde
cisamos conhecer o conceito sobre dividendo. Dividendo as ações são negociadas entre investidores, uns querendo
é o pagamento realizado pela empresa a seus acionistas; comprar e outros, vender. A maior parte das transações no
sendo o seu valor obtido através da divisão entre o lucro mercado de ações é controlada por distribuidores e corre-
liquido e o numero de ações emitidas. Por exemplo, se uma tores. Os primeiros têm sempre ações disponíveis (estoque
empresa tiver um lucro liquido de R$: 1000,00 e emitiu 10 de ações) e tira sua remuneração comprando e vendendo
ações, o dividendo pago será de 1000/10=R$: 100,00. ações. Já os segundos têm a missão de juntar comprado-
res e vendedores a fim de facilitar a compra e a venda de
Valor de mercado de uma ação: ações. Como você pode perceber a diferença entre distri-
Avaliar o valor de uma ação é um pouco complicado, buidores e corretores é que um vende e compra o que é
tendo em vista que seu valor é dado pelo valor presente seu enquanto o outro compra e vende o que é dos outros.
da soma de todos os dividendos futuros, e, como, na reali-
dade, a maioria dos dividendos são infinitos, pois os acio- Vantagem de emitir ações:
ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO

nistas são donos da empresa, e mudam constantemente, Quando uma empresa emitiu obrigações corre um sério
conforme a empresa dê lucro ou não, fica difícil achar a risco, pois se não conseguir pagar aos obrigacionistas, es-
soma dos dividendos futuros. E as dificuldades não param tes podem judicialmente se apoderar dos ativos da empre-
ai. Muitas vezes os acionistas passam algum tempo sem sa, levando-a a falência; porém com emissões de ações isso
receber dividendos, pois o capital é reinvestido, sendo isso não ocorre, pois como os acionistas são donos da empresa
bom; porque é sinal que a empresa está crescendo. só receberão se a empresa gerar lucro. Do contrario perde-
rão seus investimentos.
Tipos de ações e direito dos acionistas:
Existem basicamente dois tipos de ações: ações pre- Projeção, planejamento e controle financeiros.
ferenciais e ações ordinárias. Como já comentamos, os Uma projeção de demonstrações financeiras, ou sim-
acionistas podem ficar algum tempo sem receberem divi- plesmente “projeção”, é um conjunto de valores e relações
dendos; contudo, à medida que os dividendos vão sendo financeiras úteis, abrangendo um período futuro e que su-
pagos, os acionistas que possuem ações preferenciais os portarão uma decisão.
receberão primeiro, ou seja, eles – os acionistas preferen-

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a)Valores: uma projeção contemplará valores como Re- Onde estão as fontes de boas informações?
ceita, custos, despesas, saldo de Clientes, saldo de a) Empresa, a priori a melhor de todas as fontes, atra-
estoques, entre outros valores. vés de contatos diretos, demonstrações financeiras
disponibilizadas para o público em geral e relatórios
b) Relações financeiras úteis: uma projeção contempla- financeiros internos.
rá uma relação como a geração de caixa operacional b) Mídia geral, principalmente jornais e revistas, clien-
sobre o serviço da dívida que apontará a capacidade tes, fornecedores e associações de classe.
da empresa assumir dívidas. Uma projeção mostrará
a relação lucro líquido sobre patrimônio líquido para Cabe lembrar que boas premissas resultam em proje-
apontar se o retorno para o acionista foi satisfatório ções consistentes.
ou não, entre outra relações úteis que ajudarão a to- Premissas ruins levam a projeções frágeis.
mar decisões. As boas projeções devem revelar mais do que números,
devem mostrar “histórias” consistentes.
c) Período futuro: uma projeção abrangerá um, dois,
três, cinco ou dez anos. Termos-Chave
- Acertar os números ou analisar as informações dis-
d) Decisão: uma projeção apoiará uma decisão, como poníveis
por exemplo, reduzir os custos fixos em 5% para que - As projeções devem revelar “histórias” criadas com
a meta de lucro do acionista seja alcançada. base em informações consistentemente analisadas
- Garbage in, garbage out
Sob a ótica das finanças, projetar talvez seja a atividade
mais importante da empresa. Quem usa projeções
A projeção é o ponto de partida para o planejamento. Profissionais que atuam nas seguintes áreas:
Planejamento da produção, das compras, da força de tra- - Orçamentos;
balho, dos novos investimentos, dos capitais a serem dis- - Análise econômica e financeira;
ponibilizados, do market share, etc. - Análise de novos projetos de investimento;
- Fusões, incorporações, compra e Receita de participa-
ções acionárias;
#FicaDica - Investimento em Bolsa de Valores, e
- Concessão de crédito
Quando se parte para um trabalho de projeções
financeiras, deve-se fazer duas distinções
Estes profissionais podem ser internos ou externos à empresa.
importantes:
Os profissionais internos estão nas áreas de finanças,
1º - Precisão quanto à metodologia utilizada.
produção, Receita, etc.
“O ativo deve fechar com o passivo”, caso Os profissionais externos estão nas áreas de crédito e
contrário, algum procedimento adotado está corporate de bancos e empresas de consultorias.
errado.
2º - Consistência/qualidade do banco de Para que se usam as projeções
premissas assumido. - Elaborar e analisar orçamentos. Exemplo: Comparar as
O objetivo principal de uma projeção diferenças entre as projeções e o realizado;‘
demonstrações financeiras “não é o de “acertar” - Fazer simulações de premissas críticas (drivers). Exem-
os principais números a serem mostrados no plo: O que acontece com o lucro e com o caixa da
Balanço Patrimonial, na Demonstração do empresa se os preços de Receita caírem 2%?;
Resultado ou no Fluxo de Caixa. - Conhecer a capacidade de auto-existência de uma
empresa, observando se ela remunera os acionistas
ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO

e gera caixa para cobrir os gastos operacionais, co-


O objetivo principal de uma projeção é ajudar o admi- brir o serviço da dívida e suportar investimentos para
nistrador a tomar decisões de maneira mais rápida e eficaz, pelo menos manter as operações atuais;
com base em números que representam o melhor julga- - Analisar novos investimentos para saber se eles são
mento possível das informações disponíveis. atraentes ou não, principalmente aqueles ligados à ex-
Se este objetivo for cumprido, a projeção realizada terá pansão e implantação de novas unidades de negócio;
cumprido sua missão. Caso os resultados projetados batam - Analisar operações de fusões, incorporações, compra
com a realidade, melhor ainda. e Receita de participações acionárias;
O modelo de projeções deverá definir os critérios pelos - Analisar compra e Receita de ações em Bolsa de Valores, e
quais a empresa será avaliada. - Analisar a capacidade de endividamento de uma em-
Caberá aos responsáveis pela projeção fazer julgamen- presa, notadamente nas concessões de crédito de
tos superiores com base nas informações disponíveis. médio e longo prazo. Ou seja, prospectar se a em-
Traduzindo: antecipar um futuro mais preciso com base presa poderá pagar o serviço da dívida assumida (ju-
em informações conhecidas por todos. ros mais amortização).

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e) apenas treinamentos e capacitações técnicas dos recur-
sos humanos não são capazes de ajudar os indivíduos a
HORA DE PRATICAR! agirem eticamente. As pessoas precisam refletir sobre
as consequências de seus atos para melhor orientarem
1. (CPDON/2017 – UEPB) Em todo processo de tomada suas decisões.
de decisão é essencial verificar e analisar o comportamen-
to (valor) do dinheiro ao longo do tempo. Assim, NÃO se 4. (QUADRIX/2017 – CFO/DF) No que se refere à orga-
pode afirmar que nização, cultura e estrutura organizacional, julgue o item.
As auditorias administrativas constituem um tipo de con-
a) as taxas de juros se referem sempre a uma unidade de trole geral de desempenho.
tempo e podem ser representadas equivalentemente de
duas maneiras: taxa percentual e taxa unitária.
( ) CERTO ( ) ERRADO
b) na capitalização de juros, simples ou composto, a taxa
proporcional é sempre igual à taxa equivalente de juros.
c) o uso de juros simples restringe-se principalmente às
operações praticadas no âmbito do curto prazo. GABARITO
d) a capitalização contínua se processa em intervalos de
tempo bastante reduzidos – caracteristicamente em in-
tervalo de tempo infinitesimal. 1 B
e) as principais questões básicas que a Matemática Finan- 2 C
ceira procura responder estão voltadas para a relação
dinheiro e tempo. 3 A
4 ERRADO
2. (UFMT/2017 – UFSBA) De acordo com os conceitos bá-
sicos de Administração Financeira, o que significa Ativo?

a) Valor contábil dos recursos próprios aplicados no negó-


cio pelos sócios/acionistas.
b) Parcela de empréstimos tomados pela pessoa jurídica.
c) Conjunto de bens e direitos detidos pela organização.
d) Conjunto de obrigações e dívidas da instituição perante
terceiros.

3. (COMVEST UFAM/2018 – UFAM) Em relação aos siste-


mas ou funções administrativas, é INCORRETO afirmar que:

a) o sistema financeiro tem que ser considerado o mais


importante dos sistemas organizacionais, pois cabe a
ele, no caso da administração pública, a arrecadação
de recursos financeiros que mantêm a máquina estatal
operando e, no caso das empresas privadas, porque tal
sistema garante a sustentabilidade organizacional e o
consequente lucro operacional.
b) a controladoria é um subsistema destinado a assegurar,
por meio do acompanhamento e controle adequados, a
ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO

execução do que foi planejado. Por isso, essa área de-


pende muito da eficácia do sistema de informações ge-
renciais.
c) a engenharia de produção e processos, parte do sistema
de produção da empresa, viabiliza um produto, permi-
tindo que este possa ser fabricado a partir da seleção
das máquinas e insumos necessários, e desenhando e
estabelecendo os detalhes do seu processo de fabrica-
ção.
d) as ações de marketing em uma organização correspon-
dem ao dimensionamento do mercado, motivação de
compra, ajustamento do produto, distribuição física, co-
municação, venda e pós-venda.

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ANOTAÇÕES

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ÍNDICE

PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA

Estatística e Probabilidade: Análise combinatória; Noções de probabilidade; Probabilidade condicional; Noções de


estatística; População e amostra; Análise e interpretação de tabelas e gráficos; Regressão, tendências, extrapolações e
interpolações; Tabelas de distribuição empírica de variáveis e histogramas; Estatística descritiva (média, mediana, variância,
desvio padrão, percentis, quartis, outliers, covariância)..................................................................................................................................01
ESTATÍSTICA E PROBABILIDADE: ANÁLISE COMBINATÓRIA; NOÇÕES DE PROBABILIDADE;
PROBABILIDADE CONDICIONAL; NOÇÕES DE ESTATÍSTICA; POPULAÇÃO E AMOSTRA; ANÁLISE
E INTERPRETAÇÃO DE TABELAS E GRÁFICOS; REGRESSÃO, TENDÊNCIAS, EXTRAPOLAÇÕES
E INTERPOLAÇÕES; TABELAS DE DISTRIBUIÇÃO EMPÍRICA DE VARIÁVEIS E HISTOGRAMAS;
ESTATÍSTICA DESCRITIVA (MÉDIA, MEDIANA, VARIÂNCIA, DESVIO PADRÃO, PERCENTIS,
QUARTIS, OUTLIERS, COVARIÂNCIA)

CONTAGEM E ANÁLISE COMBINATÓRIA

1. Princípio fundamental da Contagem

O princípio fundamental da contagem permite quantificar situações ou casos de uma determinada situação ou evento.
Em outras palavras, é uma maneira sistemática de “contar” a quantidade de “coisas”.
A base deste princípio se dá pela separação de casos e quantificação dos mesmos. Após isso, uma multiplicação de
todos estes números é feita para achar a quantidade total de possibilidades. O exemplo a seguir irá ilustrar isso.
Exemplo: João foi almoçar em um restaurante no centro da cidade, ao chegar no local, percebeu que oferecem 3 tipos de
saladas, 2 tipos de carne, 6 bebidas diferentes e 5 sobremesas diferentes. De quantas maneiras distintas ele pode fazer um
pedido, pegando apenas 1 tipo de cada alimento?
Resolução: O princípio da contagem depende fortemente de uma organização do problema. A sugestão é sempre or-
ganizar cada caso em traços e preenchendo a quantidade de possibilidades. Como temos 4 casos distintos (salada, carne,
bebida e sobremesa), iremos fazer 4 traços:

Agora, preencheremos a quantidade de possibilidades de cada caso:

Finalmente, multiplicamos os números:

Assim, João tem 180 possibilidades diferentes de se montar um prato.

2.Fatorial

Antes de definirmos casos particulares de contagem, iremos definir uma operação matemática que será utilizada nas
próximas seções, o fatorial. Define-se o sinal de fatorial pelo ponto de exclamação, ou seja “ ! “. Assim, quando encontrar-
mos 2! Significa que estaremos calculando o “fatorial de 2” ou “2 fatorial”. A definição de fatorial está apresentada a seguir:

n! = n ∙ n − 1 ∙ n − 2 ∙ n − 3 … 3 ∙ 2 ∙ 1
ROBABIILIDADE E ESTATÍSTICA

Ou seja, o fatorial de um número é caracterizado pelo produto deste número e seus antecessores, até se chegar no
número 1. Vejam os exemplos abaixo:
3! = 3 ∙ 2 ∙ 1 = 6

5! = 5 ∙ 4 ∙ 3 ∙ 2 ∙ 1 = 120

Assim, basta ir multiplicando os números até se chegar ao número 1. Observe que os fatoriais aumentam muito rápido,
veja quanto é 10!:

1
10! = 10 ∙ 9 ∙ 8 ∙ 7 ∙ 6 ∙ 5 ∙ 4 ∙ 3 ∙ 2 ∙ 1 = 3628800

Já estamos na casa dos milhões! Para não trabalharmos com valores tão altos, as operações com fatoriais são normal-
mente feitas por último, procurando fazer o maior número de simplificações possíveis. Observe este exemplo:
10!
Calcule 7!

Resolução: Ao invés de calcular os valores de 7! e 10! separadamente e depois fazer a divisão, o que levaria muito tempo,
nós simplificamos os fatoriais primeiro. Pela definição de fatorial, temos o seguinte:
10! 10 ∙ 9 ∙ 8 ∙ 7 ∙ 6 ∙ 5 ∙ 4 ∙ 3 ∙ 2 ∙ 1
=
7! 7 ∙6 ∙ 5 ∙ 4 ∙ 3 ∙ 2 ∙ 1

Observe que o denominador pode ser inteiramente cancelado, pois 10! Possui todos os termos de 7!. Essa é uma parti-
cularidade interessante e facilitará demais a simplificação. Se cancelarmos, restará apenas um produto de 3 termos:

10! 10 ∙ 9 ∙ 8 ∙ 7 ∙ 6 ∙ 5 ∙ 4 ∙ 3 ∙ 2 ∙ 1
= = 10 ∙ 9 ∙ 8 = 720
7! 7 ∙6 ∙ 5 ∙ 4 ∙ 3 ∙ 2 ∙ 1

Essa operação é muito mais fácil que calcular os fatoriais desde o começo!
Agora que sabemos o que é fatorial e como simplificá-lo, podemos passar para os casos particulares de contagem:
Permutações, Combinações e Arranjos.

3. Permutações

As permutações são definidas como situações onde o número de elementos é igual ao número de posições que podemos
colocá-los. Considere o exemplo onde temos 5 pessoas e 5 cadeiras alinhadas. Queremos saber de quantas maneiras diferentes
podemos posicionar essas pessoas. Esquematizando o problema, chamando de P as pessoas e C as cadeiras:

Em problemas onde o número de elementos é igual ao número de posições, teremos uma permutação. A fórmula da
permutação, considerando que não há repetição de elementos é a seguinte:

Pn = n!

Ou seja, para permutar 5 elementos em 5 posições, basta eu calcular o fatorial de 5:


P5 = 5! = 120

Logo, eu posso posicionar as pessoas de 120 maneiras diferentes na fileira de cadeiras.


PROBABIILIDADE E ESTATÍSTICA

Observe que a fórmula da permutação é utilizada como não há repetição de elementos, mas e quando ocorre repetição?
Neste caso, a fórmula da permutação terá uma complementação, para desconsiderar casos repetidos que serão contados
2 ou mais vezes se utilizarmos a fórmula diretamente.
O exemplo mais comum destes casos é o que chamamos de Anagrama. Os anagramas são permutações das letras de
uma palavra, formando novas palavras, sem a necessidade de terem sentido ou não. Usando primeiramente um exemplo
sem repetição, conte quantos anagramas podemos formar com o nome BRUNO.

2
Montando a esquematização:

Observe que a letra “T” repete 2 vezes e a letra “A” tam-


bém repete duas vezes. Na fórmula da permutação com
Ou seja, temos que posicionar as letras nas 5 casas cor- repetição, faremos duas divisões:
respondentes e neste caso, é um problema de permutação
sem repetição:
n!
Pna,b =
a! b!
P5 = 5! = 120
Ou seja, se houver 2 ou mais elementos se repetindo,
Logo, podemos formar 120 anagramas com a palavra a correção é feita, dividindo pelas repetições de cada um.
BRUNO. Agora, vamos olhar a palavra MARIANA. Ela possui Como ambos repetem duas vezes:
7 letras, logo teremos 7 posições:
6! 6 ∙ 5 ∙ 4 ∙ 3 ∙ 2 ∙ 1 6 ∙ 5 ∙ 4 ∙ 3 360
P62,2 = = = = = 180
2! 2! 2∙1 ∙ 2∙1 2∙1 2

Assim, a palavra TALITA tem 180 anagramas.

4. Combinações

As combinações e os arranjos, que serão apresentados


Entretanto, temos a repetição da letra A. Veja o que a seguir, possuem uma característica diferente da permu-
acontece quando montarmos um anagrama qualquer da tação. A diferença está no fato do número de posições ser
palavra: MENOR que o número de elementos, ou seja, quando os
elementos forem agrupados, sobrarão alguns. Veja este
exemplo: De quantas maneiras podemos formar uma co-
missão de 3 membros, dentro os 7 funcionários de uma
empresa?

Não conseguimos saber qual letra “A” foi utilizada nas Resolução: Este exemplo mostrará também como dife-
posições C1,C3 e C5. Se trocarmos as mesmas de posição renciar combinação de arranjo. Logo de início, podemos
entre si, ficaremos com os mesmos anagramas, caracteri- ver que não se trata de um problema de permutação, pois
zando uma repetição. Assim, para saber a quantidade de temos 3 posições para 7 elementos. Para diferenciar com-
anagramas com repetição, corrigiremos a fórmula da per- binação e arranjo, temos que verificar se a ordem de es-
mutação da seguinte forma: colha dos elementos importa ou não. Neste caso, a ordem
não importa, pois estamos escolhendo 3 pessoas e não im-
n! porta a ordem que escolhemos elas pois a comissão será a
Pna =
a! mesma. Observe a esquematização:

Ou seja, calcula-se a permutação de “n” elementos com


“a” repetições. Considerando que MARIANA tem 7 letras
(n=7) e a letra “A” se repete 3 vezes, temos que:
ROBABIILIDADE E ESTATÍSTICA

7! 7 ∙6 ∙ 5 ∙ 4 ∙ 3 ∙ 2 ∙ 1
P73 = = = 7 ∙ 6 ∙ 5 ∙ 4 = 840
3! 3∙2∙1

Assim, a palavra MARIANA tem 840 anagramas possíveis. As pessoas foram chamadas pelas letras de A até G. Va-
Outro exemplo para deixar este conceito bem claro, é mos supor que escolheremos as pessoas A,D e G mas em
quando temos dois elementos se repetindo. Por exemplo, ordens diferentes:
calcule os anagramas da palavra TALITA:

3
É importante notar que as comissões ADG e GAD não possuem diferenças, já que as casas C1,C2 e C3 não possuem
nenhuma particularidade descrita no enunciado. Assim, trata-se de um problema de combinação. A fórmula da combinação
depende do número de elementos “n” e o número de posições “p”:

n!
Cn,p =
p! (n − p)!

No exemplo, temos 7 elementos e 3 posições, assim:

n! 7! 7! 7∙6∙5∙4∙3∙2∙1 7∙6∙5
Cn,p = = = = = = 7 ∙ 5 = 35
p! (n − p)! 4! 7 − 4 ! 4! .3! 4 ∙ 3 ∙ 2 ∙ 1 ∙ 4 ∙ 3 ∙ 2 ∙ 1 3 ∙ 2 ∙ 1

Ou seja, podemos formar 35 comissões distintas.

5. Arranjos

Os arranjos seguem a mesma linha da combinação, onde o número de elementos deve ser maior que o número de posi-
ções possíveis, mas com a diferença que a ordem de escolha dos elementos deve ser considerada. Vamos utilizar o mesmo
exemplo descrito na combinação, mas com algumas diferenças:
De quantas maneiras podemos formar uma comissão de 3 membros, composta por um presidente, um vice-presidente
e um secretário, dentro os 7 funcionários de uma empresa?

Observe que agora o enunciado classifica explicitamente as posições, e podemos montar o esquema da seguinte forma:
PROBABIILIDADE E ESTATÍSTICA

As posições agora foram classificadas de acordo com a posição que foi pedida no enunciado. Vamos observar agora o
que acontece quando selecionando novamente as pessoas A,D e G:

4
2. Quantas senhas com 4 algarismos diferentes podemos
escrever com os algarismos 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8,e 9?

Resposta: Esse exercício pode ser feito tanto com a fórmu-


la, quanto usando a princípio fundamental da contagem.
1ª maneira: usando o princípio fundamental da contagem.
Como o exercício indica que não ocorrerá repetição nos
algarismos que irão compor a senha, então teremos a
seguinte situação:
• 9 opções para o algarismo das unidades;
• 8 opções para o algarismo das dezenas, visto que já
utilizamos 1 algarismo na unidade e não pode repetir;
• 7 opções para o algarismo das centenas, pois já utiliza-
mos 1 algarismo na unidade e outro na dezena;
• 6 opções para o algarismo do milhar, pois temos que
Neste caso, as duas comissões são diferentes, pois em tirar os que já usamos anteriormente.
uma a pessoa A é presidente e na outra ela é vice-pre- Assim, o número de senhas será dado por:
sidente. Como a ordem importa, temos um problema de
arranjo. A fórmula de arranjo é mais simples que a fórmula 9 ∙ 8 ∙ 7 ∙ 6 = 3 024 senhas
de combinação:
2ª maneira: usando a fórmula
n! Para identificar qual fórmula usar, devemos perceber
An,p = que a ordem dos algarismos é importante. Por exemplo
(n − p)!
1234 é diferente de 4321, assim iremos usar a fórmula
Tomando n=7 e p = 3 novamente: de arranjo.
Então, temos 9 elementos para serem agrupados de 4 a
An,p =
n!
=
7! 7! 7 ∙ 6 ∙ 5 ∙ 4 ∙ 3 ∙ 2 ∙ 1
= = = 7 ∙ 6 ∙ 5 = 210
4. Desta maneira, o cálculo será:
(n − p)! 7 − 3 ! 4! 4∙3∙2∙1
9! 9! 9 ∙ 8 ∙ 7 ∙ 6 ∙ 5!
A9,4 = = = = 3024 senhas
9 − 4 ! 5! 5!
Ou seja, é possível formar 210 comissões neste caso.
Veja que o número é maior que o número da combinação.
A razão é que comissões que antes eram repetidas na com-
binação, deixaram de ser no arranjo. BINÔMIO DE NEWTON

1.Definição

EXERCÍCIOS COMENTADOS Denomina-se Binômio de Newton, a todo binômio da


forma , sendo n um número natural.
1. (IF-BA – Professor – AOCP/2016) Na sequência cres-
Ex: 3x − 2y , onde a = 3x, b = −2y e n = 4
4

cente de todos os números obtidos, permutando-se os al-


garismos 1, 2, 3, 7, 8, a posição do número 78.312 é a :
Primeiramente, vamos desenvolver alguns binômios,
a) 94ª variando o seu grau (exponente):
b) 95ª 0
c) 96ª a + b 1
= 1
d) 97ª a + b = a+b
e) 98ª
2 2 2
a + b = a + 2ab2 + b 2 3
a4 + 3a3 b + 3a2b 2 + b 3
3
3
a + b = 4
Resposta: Letra B.Deve-se contar todos os números an- a + 4a4 b + 6a b3 2+ 4ab + b
4
a + b =
teriores a ele. Iniciando com 1_ _ _ _, temos 4! = 24 nú- a + 5a b + 10a b + 10a b + 5ab + b
5 5 2 3 4 5
a + b =
ROBABIILIDADE E ESTATÍSTICA

meros; iniciando com 2 _ _ _ _ temos outros 24 núme-


ros, assim como iniciando com 3_ _ _ _. Depois temos Observe que, conforme o grau do binômio é aumen-
os números iniciados com “71_ _ _” que são 6 (3!), assim tado, a quantidade de termos aumenta, mas que certo
como os iniciados em “72_ _ _” e “73_ _ _”. Depois apa- padrão é seguido. Observando os coeficientes dos termos
rece o iniciado com “781_ _” que são 2 números, assim desenvolvidos, temos o seguinte padrão:
como o “782 _ _”. O próximo já será o 78312. Somando:
24+24+24+6+6+6+2+2=94. Logo, ele será o 95ª número.

5
0
1 Assim, seguindo o padrão de soma, consegue-se cons-
a + b
truir qualquer linha do triângulo. Expandindo até o ex-
1
1 1 poente 10, temos que:
a + b

a + b
2
1 2 1

a + b
3
1 3 3 1

a + b
4
1 4 6 4 1

a + b
5
1 5 10 10 5 1

Esse padrão é conhecido como Triângulo de Pascal e


pode ser expandido da seguinte forma: Os termos das
pontas (primeiro e último) serão sempre iguais a 1 e os
termos interiores serão sempre a soma dos dois termos
correspondentes da linha anterior. Vamos desenvolver os Obviamente, se tivermos um expoente alto, gastaría-
coeficientes dos termos para , lembrando que ele terá 1 mos muito tempo para montar todo o triângulo. Para resol-
termo a mais: ver este problema, os conceitos de fatorial são bem úteis.
Relembrando a fórmula da combinação:

a + b
5
1 5 10 10 5 1 n n!
Cn,p = p =
p! n − p !
a + b
6
1 1
Temos que o triângulo de Pascal pode ser reescrito da
Com o primeiro e último termos iguais a 1, vamos agora seguinte forma:
efetuar as somas para encontrar os termos seguintes:

a + b
5
1 5 10 10 5 1

a + b
6
1 1+5=6 1

Analogamente:
Terceiro termo:
a + b
5
1 5 10 10 5 1

a + b
6
1 6 5+10=15 1

Quarto termo:
a + b
5
1 5 10 10 5 1

a + b
6
1 6 15 5+10=15 1
Ou seja, dado o expoente, você tem o valor de “n”. O valor de
Quinto termo: “p” será em função de qual termo você deseja obter o coeficiente.

a + b
5
1 5 10 10 5 1 Observe que se desejar o 5° termo de um binômio desen-
PROBABIILIDADE E ESTATÍSTICA

volvido, você terá p = 4, ou seja, não possui a mesma corres-


a + b
6
1 6 15 20 5+10=15 1 pondência direta que temos em cada linha com o valor de n.

Sexto termo: 2.Fórmula do termo geral de um Binômio de Newton


5
1 5 10 10 5 1
a + b Agora que sabemos como obter cada coeficiente, falta
6
1 6 15 20 15 5+1=6 1 responder se há algum padrão para os expoentes de “a” e
a + b
“b” quando o binômio é desenvolvido.

6
Um termo genérico Tp 1 do desenvolvimento de Para resolver, basta igualar os expoentes de “a” e “b” do
1
a + b , sendo um número natural, é dado por:
n +
termo geral: n-p=p→n=2p. . Resolvendo para a=x, b = x
e n=6, temos p=3→p+1=4, ou seja, o termo indepen-
n –
n p p
dente é o quarto termo do desenvolvimento.
Tp = ∙ a ∙ b
+1 p
PROBABILIDADE
Essa expressão pode obter qualquer termo de qualquer
1. Ponto Amostral, Espaço Amostral e Evento
expoente de um determinado binômio. Basta aplicarmos
adequadamente a fórmula, usando os valores de “n” e “p”, Em uma tentativa com um número limitado de resul-
além de identificarmos quem são os termos “a” e “b”. tados, todos com chances iguais, devemos considerar três
Ex: 4° termo de a + b
5

definições fundamentais:
Aplicando a fórmula, temos então que p + 1 = 4 → p = 3 Ponto Amostral: Corresponde a qualquer um dos re-
e n=5: sultados possíveis.
Espaço Amostral: Corresponde ao conjunto dos resul-
5 −
5 3 3 5! tados possíveis; será representado por S e o número de
T4 = ∙ a ∙ b = a2 b3 = 10a2 b3 elementos do espaço amostra por n(S).
3 3! 5 − 3 !
Evento: Corresponde a qualquer subconjunto do espa-
ço amostral; será representado por A e o número de ele-
Se você observar os exemplos anteriores, verá que este mentos do evento por n(A).
é exatamente o valor do termo do desenvolvimento.
Os conjuntos S e Ø também são subconjuntos de S,
portanto são eventos.
Ø = evento impossível.
EXERCÍCIOS COMENTADOS S = evento certo.

1. Determine o 7º termo do binômio 2x + 1


9
. 2. Conceito de Probabilidade

Resposta: 672x . Desenvolvendo o termo geral para


3
As probabilidades têm a função de mostrar a chance
a = 2x, b = 1, n = 9 e p + 1 = 7 → p = 6 , chega-se ao de ocorrência de um evento. A probabilidade de ocorrer
resultado. um determinado evento A, que é simbolizada por P(A), de
um espaço amostral S≠ Ø , é dada pelo quociente entre o
número de elementos A e o número de elemento S. Repre-
sentando:
2.Qual o termo médio do desenvolvimento de 2x + 3y ?
8

n(A)
4 4 P A =
Resposta: 90720x y . Desenvolve-se o termo geral N(S)
para a = 2x, b = 3y, n = 8 . Além disso, para n=8, o bi-
nômio desenvolvido terá 9 termos, portanto o termo do Ex: Ao lançar um dado de seis lados, numerados de 1 a
meio será o quinto termo, logo e p + 1 = 5 → p = 4 . 6, e observar o lado virado para cima, temos:
a) um espaço amostral, que seria o conjunto S
{1,2,3,4,5,6}..
3. Desenvolvendo o binômio 2x − 3y , obtemos um po-
3n
b) um evento número par, que seria o conjunto A1 =
linômio de 16 termos. Qual o valor de n? {2,4,6} C S.
c) o número de elementos do evento número par é
Resposta: 5 Se o binômio desenvolvido possui 16 ter- n(A1) = 3.
mos, seu grau será um dígito anterior a esse número, ou d) a probabilidade do evento número par é 1/2, pois
seja 15. Assim, 3n=15.
ROBABIILIDADE E ESTATÍSTICA

n(A1 ) 3 1
P A = = =
4. Determine o termo independente de x no desenvolvi- N(S) 6 2
6
1
mento de x + x ..
3.Propriedades de um Espaço Amostral Finito e Não
Resposta: 20. Problema clássico de binômio de Newton, Vazio
o termo independente será aquele onde os expoentes
de e são iguais, pois neste caso o x se cancela, restando a) Em um evento impossível a probabilidade é igual a
apenas números. zero. Em um evento certo S a probabilidade é igual a
1. Simbolicamente: P( Ø ) = 0 e P(S)= 1

7
b) Se A for um evento qualquer de S, neste caso: 0 ≤ Considerando que A ∩ B, nesse caso A e B serão de-
P(A) ≤ 1. nominados mutuamente exclusivos. Observe que A ∩ B =
c) Se A for o complemento de A em S, neste caso P(A) 0, portanto: P(A ∪ B) = P(A) + P(B). Quando os eventos
= 1 - P(A) A1 , A2 , A3 , … , An de S forem, de dois em dois, sempre mu-
tuamente exclusivos, nesse caso temos, analogicamente:
4. Demonstração das Propriedades
P(A1 ∪ A2 ∪ A3 ∪ … ∪ An ) = P(A1 ) + P(A2 ) + P(A3 ) + . . . + P(An )
Considerando S como um espaço finito e não vazio, temos:

7. Eventos Exaustivos

Quando os eventos A , A , A , … , A de S forem, de


dois em dois, mutuamente exclusivos, estes serão denomi-
1 2 3 n

nados exaustivos se:


A1 ∪ A2 ∪ A3 ∪ … ∪ An = S


� A ∪ �A = S ESTATÍSTICA
A∩A =∅
1.Definições Básicas

Estatística: ciência que tem como objetivo auxiliar na


tomada de decisões por meio da obtenção, análise, orga-
nização e interpretação de dados.
População: conjunto de entidades (pessoas, objetos,
5.União de Eventos cidades, países, classes de trabalhadores, etc.) que apre-
sentem no mínimo uma característica em comum. Exem-
Considere A e B como dois eventos de um espaço plos: pessoas de uma determinada cidade, preços de um
amostral S, finito e não vazio, temos: produto, médicos de um hospital, estudantes que prestam
determinado concurso, etc.
Amostra: É uma parte da população que será objeto
do estudo. Como em muitos casos não é possível estudar
a população inteira, estuda-se uma amostra de tamanho
significativo (há métodos para determinar isso) que retra-
te o comportamento da população. Exemplo: pesquisa de
intenção de votos de uma eleição. Algumas pessoas são
entrevistadas e a pesquisa retrata a intenção de votos da
n(A∪B)=n(A)+n(B)-n(A∩B)↔ população.
Variável: é o dado a ser analisado. Aqui, será chamado
n(A ∪ B) n(A) n(B) n(A ∩ B) de e cada valor desse dado será chamado de . Essa variável
↔ = + − pode ser quantitativa (assume valores) ou qualitativa (assu-
n(S) n(S) n(S) n(S) me características ou propriedades).

Logo: P(A ∪ B) = P(A) + P(B) - P(A ∩ B) 2. Medidas de tendência central

6. Eventos Mutuamente Exclusivos São medidas que auxiliam na análise e interpretação de


dados para a tomada de decisões. As três medidas de ten-
dência central são:
PROBABIILIDADE E ESTATÍSTICA

Média aritmética simples: razão entre a soma de todos


os valores de uma mostra e o número de elementos da
amostra. Expressa por . Calculada por:
∑xi
x� =
n
Média aritmética ponderada: muito parecida com mé-
dia aritmética simples, porém aqui cada variável tem um
peso diferente que é levado em conta no cálculo da média.

8
∑xi pi
x� =
∑pi

Mediana: valor que divide a amostra na metade. Em caso de número para de elementos, a mediana é a média entre os
elementos intermediários

Moda: valor que aparece mais vezes dentro de uma amostra.

Ex: Dada a amostra {1,3,1,2,5,7,8,7,6,5,4,1,3,2} calcule a média, a mediana e a moda.

Solução
Média:

1 + 3 + 1 + 2 + 5 + 7 + 8 + 7 + 6 + 5 + 4 + 1 + 3 + 2 55
x� = = = 3,92
14 14

Mediana:
Inicialmente coloca-se os valores em ordem crescente:
{1,1,1,2,2,3,3,4,5,5,6,7,7,8}

Como a amostra tem 14 valores (número par), os elementos intermediários são os 7º e 8º elementos. Nesse exemplo,
3+4 7
são os números 3 e 4. Portanto, a mediana é a média entre eles: = 2 = 3,5
2
Moda:
O número que aparece mais vezes é o número 1 e, portanto, é a moda da amostra nesse exemplo.

Ex: Dada a amostra {2,4,8,10,15,6,9,11,7,4,15,15,11,6,10} calcule a média, a mediana e a moda.


Solução:

Média:
2 + 4 + 8 + 10 + 15 + 6 + 9 + 11 + 7 + 4 + 15 + 15 + 11 + 6 + 10 133
x� = = = 8,867
15 14

Mediana:
Inicialmente coloca-se os valores em ordem crescente
{2,4,4,6,6,7,8,9,10,10,11,11,15,15,15}
Como a amostra tem 15 valores (número par), o elemento intermediário é o 8º elemento. Logo, a mediana é igual a 9.

Moda:
O número que aparece mais vezes é o número 15 e, portanto, é a moda da amostra nesse exemplo.

Ex: A média de uma disciplina é calculada por meio da média ponderada de três provas. A primeira tem peso 3, a segun-
da tem peso 4 e a terceira tem peso 5. Calcule a média de um aluno que obteve nota 8 na primeira prova, 5 na segunda e
ROBABIILIDADE E ESTATÍSTICA

6 na terceira.
Solução:
Trata-se de um caso de média aritmética ponderada.
∑xi pi 3 ∙ 8 + 4 ∙ 5 + 5 ∙ 6 74
x� = = = = 6,167
∑pi 3+4+5 12

9
3. Tabelas e Gráficos

3.1.Tabelas
Tabelas podem ser utilizadas para expressar os mais diversos tipos de dados. O mais importante é saber interpretá-las e
para isso é conveniente saber como uma tabela é estruturada. Toda tabela possui um título que indica sobre o que se trata
a tabela. Toda tabela é dividida em linhas e colunas onde, no começo de uma linha ou de uma coluna, está indicado qual o
tipo de dado que aquela linha/coluna exibe.

Ex:
Tabela 1 - Número de estudantes da Universidade ALFA divididos por curso

Curso Número de Estudantes


Administração 2000
Arquitetura 1450
Direito 2500
Economia 1800
Enfermagem 800
Engenharia 3500
Letras 750
Medicina 1500
Psicologia 1000
TOTAL 15300

Nesse caso, as colunas são: curso e número de estudantes e cada linha corresponde a um dos cursos da Universidade
com o respectivo número de alunos de cada curso.

Tabela 2 - Número de estudantes da Universidade ALFA divididos por curso e gênero

Curso Gênero Número de Estudantes


Homem 1200
Administração
Mulher 800
Homem 850
Arquitetura
Mulher 600
Homem 1600
Direito
Mulher 900
Homem 800
Economia
Mulher 1000
Homem 350
Enfermagem
Mulher 450
Homem 2500
Engenharia
Mulher 1000
PROBABIILIDADE E ESTATÍSTICA

Homem 200
Letras
Mulher 550
Homem 700
Medicina
Mulher 800
Homem 400
Psicologia
Mulher 600
TOTAL 15300

10
Nesse caso, as colunas são: curso, gênero e número de estudantes e cada linha corresponde a um dos cursos da Uni-
versidade com o respectivo número de alunos de cada curso separados por gênero.

#FicaDica
Acima foram exibidas duas tabelas como exemplos. Há uma infinidade de tabelas cada uma com sua particula-
ridade o que torna impossível exibir todos os tipos de tabelas aqui. Porém em todas será necessário identificar
linhas, colunas e o que cada valor exibido representa.

3.2. Gráficos

Para falar de gráficos em estatística é importante apresentar o conceito de frequência.

Frequência: Quantifica a repetição de valores de uma variável estatística.

Tipos de frequência
Absoluta: mede a quantidade de repetições.
Ex. Dos 30 alunos, seis tiraram nota 6,0. Essa nota possui freqüência absoluta:
fi = 4

Relativa: Relaciona a quantidade de repetições com o total (expresso em porcentagem)


Ex. Dos 30 alunos, seis tiraram nota 6,0. Essa nota possui freqüência relativa:
6
fr = ∙ 100 = 20%
30
4. Tipos de Gráficos

Gráficos de coluna: gráficos que têm como objetivo atribuir quantidades a certos tipos de grupos. Na horizontal são
apresentados os grupos (dados qualitativos) dos quais deseja-se apresentar dados enquanto na vertical são apresentados
os valores referentes a cada grupo (dados quantitativos ou frequências absolutas)

Ex: A Universidade ALFA recebe estudantes do mundo todo. A seguir há um gráfico que mostra a quantidade de estu-
dantes separados pelos seus continentes de origem:

Estudantes da Universidade ALFA


700

600

500

400

300

200

100
ROBABIILIDADE E ESTATÍSTICA

0
América do América do América Europa Ásia África Oceania
Norte Sul Central

Gráficos de barras: gráficos bastante similares aos de colunas, porém, nesse tipo de gráfico, na horizontal são apresen-
tados os valores referentes a cada grupo (dados quantitativos) enquanto na vertical são apresentados os grupos (dados
qualitativos)

Ex: A Universidade ALFA recebe estudantes do mundo todo. A seguir há um gráfico que mostra a quantidade de estu-
dantes separados pelos seus continentes de origem:

11
Estudantes da Universidade ALFA Estudantes da Universidade ALFA
30
Oceania
150
África
260 630

Ásia

Europa
440
América Central
520
América do Sul 150

América do Norte

0 100 200 300 400 500 600 700 América do Norte América do Sul América Central Europa Ásia África Oceania

Ex: Foi feito um levantamento do idioma falado pelos


Gráficos de linhas: gráficos nos quais são exibidas séries alunos de um curso da Universidade ALFA.
históricas de dados e mostram a evolução dessas séries ao
longo do tempo. Frequências absolutas:

Ex: A Universidade ALFA tem 10 anos de existências e


seu reitor apresentou um gráfico mostrando o número de
alunos da Universidade ao longo desses 10 anos.

Estudantes da Universidade ALFA ao longo de 10 anos

2500

2000

1500

1000

500

0 Frequências relativas:
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

Gráficos em pizzas: gráficos nos quais são expressas


relações entre grandezas em relação a um todo. Nesse
gráfico é possível visualizar a relação de proporcionalidade
entre as grandezas. Recebe esse nome pois lembram uma
pizza pelo formato redondo com seus pedaços (frequên-
cias relativas).

Ex: A Universidade ALFA recebe estudantes do mundo


todo. A seguir há um gráfico que mostra a distribuição de
PROBABIILIDADE E ESTATÍSTICA

estudantes de acordo com seus continentes de origem

12
x
= 6
5
EXERCÍCIO COMENTADO
x = 6 ∙ 5
x = 30
1. (SEGEP-MA - Técnico da Receita Estadual – FCC/2016)
Três funcionários do Serviço de Atendimento ao Cliente de Do mesmo modo, se a turma tem 25 meninas
uma loja foram avaliados pelos clientes que atribuíram (Me  é  a  média aritmética de suas notas), o quociente
uma nota (1; 2; 3; 4; 5) para o atendimento recebido. A ta- da soma das notas das meninas (y) e a quantidade de
bela mostra as notas recebidas por esses funcionários em meninas (25) deve ser igual a Me, isto é:
um determinado dia. (x + y)/(25+5) = 7
y = 25∙Me
Para calcular a média da turma, devemos somar as notas
dos meninos (30) às notas das meninas (y) e dividir pela
quantidade de alunos (25 + 5 = 30). O resultado deverá
ser 7. Sendo assim, temos:
x + y
= 7
Considerando a totalidade das 95 avaliações desse dia, é 25 + 5
correto afirmar que a média das notas dista da moda des- 30 + 25 ∙ Me
sas mesmas notas um valor absoluto, aproximadamente, = 7
30
igual a:
30 + 25 ∙ Me = 7 • 30
a) 0,33
b) 0,83 30 + 25 ∙ Me = 210
c) 0,65
d) 0,16 25 ∙ Me = 210 – 30
e) 0,21 25 ∙ Me = 180
Resposta: Letra c.Trata-se de um caso de média aritmé- Me = 7,2
tica ponderada. Considerando as 95 avaliações, o peso
de cada uma das notas é igual ao total de pessoas que
atribuiu a nota. Analisando a tabela Portanto, a média aritmética das notas das meninas
8 pessoas atribuíram nota 1 é 7,2. A alternativa correta é a letra b.
18 pessoas atribuíram nota 2
21 pessoas atribuíram nota 3
29 pessoas atribuíram nota 4
19 pessoas atribuíram nota 5
Assim, a média das 95 avaliações é calculada por:
8 ∙ 1 + 18 ∙ 2 + 21 ∙ 3 + 29 ∙ 4 + 19 ∙ 5 318
x� = = = 3,34
8 + 18 + 21 + 29 + 19 95
Então, logo:
2. (UFC - 2016) A média aritmética das notas dos alunos P A1 ∪ A2 ∪ ⋯ ∪ An = P A1 + P A2 + ⋯ + P(An )

de uma turma formada por 25 meninas e 5 meninos é igual P A1 ∪ A2 ∪ ⋯ An = P S = 1
a 7. Se a média aritmética das notas dos meninos é igual a
6, a média aritmética das notas das meninas é igual a:
Portanto:
a) 6,5 P(A1 ) + P(A2 ) + P(A3 ) + . . . + P(An ) = 1
b) 7,2
ROBABIILIDADE E ESTATÍSTICA

c) 7,4
d) 7,8
e) 8,0 8. Probabilidade Condicionada

Resposta: Letra B. Primeiramente, será identificada Considere dois eventos A e B de um espaço amostral S,
a soma das notas dos meninos por  x  e a da nota das finito e não vazio. A probabilidade de B condicionada a A é
meninas por  y. Se a turma tem 5 meninos e a média dada pela probabilidade de ocorrência de B sabendo que
aritmética de suas notas é igual a 6, então a soma das já ocorreu A. É representada por P(B/A).
notas dos meninos (x) dividida pela quantidade de me-
ninos (5) deve ser igual a 6, isto é:

13
n(A ∩ B)
Veja: P(B/A) =
n(A) EXERCÍCIOS COMENTADOS

1.Uma bola será retirada de uma sacola contendo 5 bolas


verdes e 7 bolas amarelas. Qual a probabilidade desta bola
ser verde?

Resposta: 5/12. Neste exercício o espaço amostral pos-


sui 12 elementos, que é o número total de bolas, portan-
to a probabilidade de ser retirada uma bola verde está
na razão de 5 para 12.
Sendo S o espaço amostral e E o evento da retirada de
uma bola verde, matematicamente podemos represen-
tar a resolução assim:

9. Eventos Independentes n E
P E =
n S
Considere dois eventos A e B de um espaço amostral
S, finito e não vazio. Estes serão independentes somente 5
P E =
quando: 12
P(A/B) = P(A) Logo, a probabilidade desta bola ser verde é 5/12.
P(B/A) = P(B)
2. (IBGE – Analista Censitário – FGV/2017) Entre os cinco
10. Intersecção de Eventos números 2, 3, 4, 5 e 6, dois deles são escolhidos ao acaso
e o produto deles dois é calculado. A probabilidade desse
Considerando A e B como dois eventos de um espaço produto ser um número par é:
amostral S, finito e não vazio, logo:
a) 60%
P(B/A) =
n(A ∩ B) n A ∩ B + n(S) P(A ∩ B)
= = b) 75%
n(A) n A + n(S) P(A) c) 80%
d) 85%
n(A ∩ B) n A ∩ B + n(S) P(A ∩ B) e) 90%
P(A/B) = = =
n(B) n B + n(S) P(B)
Resposta: Letra E. Para sabermos o tamanho do es-
paço amostral, basta calcularmos a combinação dos
Assim sendo: 5 elementos tomados 2 a 2 (a ordem não impor-
ta, pois a ordem dos fatores não altera o produto):
P(A ∩ B) = P(A) ∙ P(B/A) .
P A ∩ B = P B ∙ P(A/B) 5! 5 ∙ 4
C5,2 = = = 10
2! 3! 2

Considerando A e B como eventos independentes, logo Para o produto ser par, os dois números escolhidos de-
P(B/A) = P(B), P(A/B) = P(A), sendo assim: P(A ∩ B) = P(A)∙ verão ser par ou um deles é par. O único caso onde o
P(B). Para saber se os eventos A e B são independentes, produto não dá par é quando os dois números são ím-
podemos utilizar a definição ou calcular a probabilidade de pares. Assim, apenas o produto 3 5 não pode ser es-
A ∩ B. Veja a representação: colhido. Logo, se 1/10 = 10% não terá produto par, os
outros 90% terão.
PROBABIILIDADE E ESTATÍSTICA

A e B independentes ↔ P(A/B) = P(A) ou


A e B independentes ↔ P(A ∩ B) = P(A) ∙ P(B)
GRÁFICOS E TABELAS
FIQUE ATENTO! Os gráficos e tabelas apresentam o cruzamento entre
Um exercício de probabilidade pode envolver dois dados relacionados entre si.
aspectos relativos à análise combinatória. É A escolha do tipo e a forma de apresentação sempre
importante ter em mente a diferença concei- vão depender do contexto, mas de uma maneira geral um
tual que existe entre ambos. bom gráfico deve:
-Mostrar a informação de modo tão acurado quanto
possível.

14
-Utilizar títulos, rótulos, legendas, etc. para tornar claro
o contexto, o conteúdo e a mensagem.
-Complementar ou melhorar a visualização sobre as-
pectos descritos ou mostrados numericamente atra-
vés de tabelas.
-Utilizar escalas adequadas.
-Mostrar claramente as tendências existentes nos da-
dos.

1. Tipos de gráficos

Barras- utilizam retângulos para mostrar a quantidade.

Barra vertical Setor ou pizza- Muito útil quando temos um total e


queremos demonstrar cada parte, separando cada pedaço
como numa pizza.
Fonte: tecnologia.umcomo.com.br

Barra horizontal

Fonte: educador.brasilescola.uol.com.br

Linhas- É um gráfico de grande utilidade e muito co-


mum na representação de tendências e relacionamentos
de variáveis
ROBABIILIDADE E ESTATÍSTICA

Fonte: mundoeducacao.bol.uol.com.br

Histogramas

São gráfico de barra que mostram a frequência de uma


variável específica e um detalhe importante que são faixas
de valores em x.

15
Pictogramas – são imagens ilustrativas para tornar mais a) 15%.
fácil a compreensão de todos sobre um tema. b) 25%.
c) 50%.
d) 75%.
e) 90%.

Resposta: Letra E.
13,7/7,2=1,90
Houve um aumento de 90%.

2. (CÂMARA DE SUMARÉ – ESCRITURÁRIO - VU-


NESP/2017) A tabela seguinte, incompleta, mostra a dis-
tribuição, percentual e quantitativa, da frota de uma em-
presa de ônibus urbanos, de acordo com o tempo de uso
Da mesma forma, as tabelas ajudam na melhor visuali- destes.
zação de dados e muitas vezes é através dela que vamos
fazer os tipos de gráficos vistos anteriormente.

Podem ser tabelas simples:

Quantos aparelhos tecnológicos você tem na sua casa?

aparelho quantidade
televisão 3 O número total de ônibus dessa empresa é
celular 4
a) 270.
Geladeira 1 b) 250.
c) 220
Até as tabelas que vimos nos exercícios de raciocínio d) 180.
lógico e) 120.

Resposta: Letra D
EXERCÍCIOS COMENTADOS 81+27=108
108 ônibus somam 60%(100-35-5)
108-----60
1. (TJ/RS - TÉCNICO JUDICIÁRIO – FAURGS/2017) Na x--------100
Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, re- x=10800/60=180
alizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), foram obtidos os dados da taxa de desocupação da
população em idade para trabalhar. Esses dados, em por- 3. (CÂMARA DE SUMARÉ – ESCRITURÁRIO - VU-
centagem, encontram-se indicados na apresentação gráfi- NESP/2017) O gráfico mostra o número de carros vendi-
ca abaixo, ao longo de trimestres de 2014 a 2017. dos por uma concessionária nos cinco dias subsequentes à
veiculação de um anúncio promocional.
PROBABIILIDADE E ESTATÍSTICA

Dentre as alternativas abaixo, assinale a que apresenta a


melhor aproximação para o aumento percentual da taxa de
desocupação do primeiro trimestre de 2017 em relação à
taxa de desocupação do primeiro trimestre de 2014.

16
O número médio de carros vendidos por dia nesse período 5. (TCE/PR – CONHECIMENTOS BÁSICOS – CES-
foi igual a PE/2016)

a) 10.
b) 9.
c) 8.
d) 7.
e) 6.

Resposta: Letra C.

4. (CRBIO – Auxiliar Administrativo – VUNESP/2017)


Uma professora elaborou um gráfico de setores para repre-
sentar a distribuição, em porcentagem, dos cinco conceitos
nos quais foram agrupadas as notas obtidas pelos alunos
de uma determinada classe em uma prova de matemática.
Observe que, nesse gráfico, as porcentagens referentes a
cada conceito foram substituídas por x ou por múltiplos e Tendo como referência o gráfico precedente, que mostra
submúltiplos de x. os valores, em bilhões de reais, relativos à arrecadação de
receitas e aos gastos com despesas do estado do Paraná
nos doze meses do ano de 2015, assinale a opção correta.

a) No ano considerado, o segundo trimestre caracterizou-


-se por uma queda contínua na arrecadação de receitas,
situação que se repetiu no trimestre seguinte.
b) No primeiro quadrimestre de 2015, houve um período
de queda simultânea dos gastos com despesas e da ar-
recadação de receitas e dois períodos de aumento si-
multâneo de gastos e de arrecadação.
c) No último bimestre do ano de 2015, foram registrados
tanto o maior gasto com despesas quanto a maior arre-
cadação de receitas.
d) No ano em questão, janeiro e dezembro foram os únicos
Analisando o gráfico, é correto afirmar que a medida do meses em que a arrecadação de receitas foi ultrapassada
ângulo interno correspondente ao setor circular que repre- por gastos com despesas.
senta o conceito BOM é igual a e) A menor arrecadação mensal de receitas e o menor gasto
mensal com despesas foram verificados, respectivamen-
a) 144º. te, no primeiro e no segundo semestre do ano de 2015.
b) 135º.
c) 126º Resposta: Letra B.
d) 117º Analisando o primeiro quadrimestre, observamos que os
e) 108º. dois primeiros meses de receita diminuem e os dois meses
seguintes aumentam, o mesmo acontece com a despesa.
Resposta: Letra A.

X+0,5x+4x+3x+1,5x=360
ROBABIILIDADE E ESTATÍSTICA

10x=360
X=36
Como o conceito bom corresponde a 4x: 4x36=144°

17
6. (BRDE – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO – FUNDA- 7. (TJ/SP – ESTATÍSTICO JUDICIÁRIO – VUNESP/2015)
TEC/2015) Assinale a alternativa que representa a nomen- A distribuição de salários de uma empresa com 30 funcio-
clatura dos três gráficos abaixo, respectivamente. nários é dada na tabela seguinte. 

Salário (em salários mínimos) Funcionários


1,8 10
2,5 8
3,0 5
5,0 4
8,0 2
15,0 1

Pode-se concluir que

a) o total da folha de pagamentos é de 35,3 salários.


b) 60% dos trabalhadores ganham mais ou igual a 3 salá-
rios.
c) 10% dos trabalhadores ganham mais de 10 salários.
d) 20% dos trabalhadores detêm mais de 40% da renda
total.
e) 60% dos trabalhadores detêm menos de 30% da renda
total.

Resposta: Letra D.
a) 1,8x10+2,5x8+3,0x5+5,0x4+8,0x2+15,0x1=104 salá-
rios
b) 60% de 30=18 funcionários e se juntarmos quem ga-
nha mais de 3 salários (5+4+2+1=12)
c)10% de 30=0,1x30=3 funcionários
E apenas 1 pessoa ganha
d) 40% de 104=0,4x104= 41,6
20% de 30=0,2x30=6
5x3+8x2+15x1=46, que já é maior.
e) 60% de 30=0,6x30=18
30% de 104=0,3x104=31,20da renda: 31,20

8. (TJ/SP – ESTATÍSTICO JUDICIÁRIO – VUNESP/2015)


Considere a tabela de distribuição de frequência seguinte,
em que xi é a variável estudada e fi é a frequência absoluta
a) Gráfico de Setores – Gráfico de Barras – Gráfico de Linha. dos dados.
c) Gráfico de Pareto – Gráfico de Pizza – Gráfico de Ten-
dência. xi fi
c) Gráfico de Barras – Gráfico de Setores – Gráfico de Linha.
d) Gráfico de Linhas – Gráfico de Pizza – Gráfico de Barras. 30-35 4
e) Gráfico de Tendência – Gráfico de Setores – Gráfico de 35-40 12
PROBABIILIDADE E ESTATÍSTICA

Linha.
40-45 10
45-50 8
Resposta: Letra C. 50-55 6
Como foi visto na teoria, gráfico de barras, de setores ou
pizza e de linha TOTAL 40

Assinale a alternativa em que o histograma é o que melhor


representa a distribuição de frequência da tabela.

18
A tabela mostrada apresenta a quantidade de detentos no sistema
penitenciário brasileiro por região em 2013. Nesse ano, o déficit re-
lativo de vagas — que se define pela razão entre o déficit de vagas
no sistema penitenciário e a quantidade de detentos no sistema pe-
nitenciário — registrado em todo o Brasil foi superior a 38,7%, e, na
a) média nacional, havia 277,5 detentos por 100 mil habitantes.
Com base nessas informações e na tabela apresentada, jul-
gue o item a seguir.
Em 2013, mais de 55% da população carcerária no Brasil se
encontrava na região Sudeste.
b)
( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: CERTA.
555----100%
x----55%
x=305,25
c) Está correta, pois a região sudeste tem 306 pessoas.

10. (DEPEN – AGENTE PENITENCIÁRIO FEDERAL –


CESPE/2015)

d)

e)

Resposta: Letra A.
Colocando em ordem crescente: 30-35, 50-55, 45-50,
40-45, 35-40,
A partir das informações e do gráfico apresentados, julgue
9. (DEPEN – AGENTE PENITENCIÁRIO FEDERAL – o item que se segue.
CESPE/2015) Se os percentuais forem representados por barras verticais,
conforme o gráfico a seguir, então o resultado será deno-
minado histograma.

ROBABIILIDADE E ESTATÍSTICA

Ministério da Justiça — Departamento Penitenciário Nacional


— Sistema Integrado de Informações Penitenciárias – InfoPen,
Relatório Estatístico Sintético do Sistema Prisional Brasileiro,
dez./2013 Internet:<www.justica.gov.br> (com adaptações) ( ) CERTO ( ) ERRADO

19
REFERÊNCIAS ... igual a k. ... não igual
http://www.galileu.esalq.usp.br a k.
ESTATÍSTICA DESCRITIVA .... k.
.... diferente
1. Teste de Hipóteses de k.
...exatamente k.
Definição: Processo que usa estatísticas amostrais para
testar a afirmação sobre o valor de um parâmetro popula- ...não k.
cional.
Exemplo: Um fabricante de torneiras anuncia que o
Para testar um parâmetro populacional, você deve afir- índice médio de fluxo de água de certo tipo de torneira é
mar cuidadosamente um par de hipóteses – uma que re- menor que 2,5 galões por minuto.
presente a afirmação e outra, seu complemento. Quando
uma é falsa, a outra é verdadeira.
Uma hipótese nula H0 é uma hipótese estatística que
contém uma afirmação de igualdade, tal como ≤, =, ≥
A hipótese alternativa Ha é o complemento da hipótese Referências
nula. Se H0 for falsa, Ha deve ser verdadeira, e contém afir- Larson, Ron. Estatística Aplicada. 4ed – São Paulo: Pear-
mação de desigualdade, como <, ≠, >. son Prentice Hall, 2010.

Vamos ver como montar essas hipóteses


Um caso bem simples. FREQUÊNCIAS

A primeira fase de um estudo estatístico consiste em


recolher, contar e classificar os dados pesquisados sobre
uma população estatística ou sobre uma amostra dessa
Assim, fica fácil, se H0 for falsa, Ha é verdadeira população.
Há uma regrinha para formular essas hipóteses
1. Frequência Absoluta
Formulação verbal Formulação Ma- Formulação
H0 temática verbal Ha É o número de vezes que a variável estatística assume
um valor.

A média é A média é 1.1. Frequência Relativa


...maior ou igual ...menor que k
É o quociente entre a frequência absoluta e o número
a k.
de elementos da amostra.
... abaixo de k Na tabela a seguir, temos exemplo dos dois tipos:
....pelo menos k.

...menos que k.
...não menos que
k.
...menor ou igual ..maior que k
a k.

... acima de k
PROBABIILIDADE E ESTATÍSTICA

....no máximo k.

...mais do que 1.2. Distribuição de frequência sem intervalos de


...não mais que k. k. classe:

É a simples condensação dos dados conforme as repe-


tições de seu valores. Para um ROL de tamanho razoável
esta distribuição de frequência é inconveniente, já que exi-
ge muito espaço. Veja exemplo abaixo:

20
Se dividirmos esse valor pelo número total de jogado-
Dados Frequência
res, obteremos a média aritmética das alturas:
41 3
42 2
43 1
44 1 A média aritmética das alturas dos jogadores é 2,02m.
45 1
2.1. Média Ponderada
46 2
50 2 A média dos elementos do conjunto numérico A relati-
va à adição e na qual cada elemento tem um “determinado
51 1 peso” é chamada média aritmética ponderada.
52 1
54 1
57 1
58 2 2.2. Mediana (Md)
60 2 Sejam os valores escritos em rol:
Total 20

1.3. Distribuição de frequência com intervalos de Sendo n ímpar, chama-se mediana o termo tal que
classe: o número de termos da sequência que precedem é igual
ao número de termos que o sucedem, isto é, é termo
Quando o tamanho da amostra é elevado é mais racio- médio da sequência ( ) em rol.
nal efetuar o agrupamento dos valores em vários intervalos Sendo n par, chama-se mediana o valor obtido pela
de classe. média aritmética entre os termos e , tais que o nú-
mero de termos que precedem é igual ao número de
termos que sucedem , isto é, a mediana é a média arit-
Classes Frequências
mética entre os termos centrais da sequência ( ) em rol.
41 |------- 45 7
45 |------- 49 3 Exemplo 1:
Determinar a mediana do conjunto de dados:
49 |------- 53 4 {12, 3, 7, 10, 21, 18, 23}
53 |------- 57 1
Solução:
57 |------- 61 5
Escrevendo os elementos do conjunto em rol, tem-se:
Total 20 (3, 7, 10, 12, 18, 21, 23). A mediana é o termo médio desse
rol. Logo: Md=12
2. Média aritmética Resposta: Md=12.

Média aritmética de um conjunto de números é o valor Exemplo 2:


que se obtém dividindo a soma dos elementos pelo núme- Determinar a mediana do conjunto de dados:
ro de elementos do conjunto. {10, 12, 3, 7, 18, 23, 21, 25}.
Representemos a média aritmética por .
A média pode ser calculada apenas se a variável envol- Solução:
vida na pesquisa for quantitativa. Não faz sentido calcular a Escrevendo-se os elementos do conjunto em rol, tem-
média aritmética para variáveis quantitativas. -se:
ROBABIILIDADE E ESTATÍSTICA

Na realização de uma mesma pesquisa estatística entre (3, 7, 10, 12, 18, 21, 23, 25). A mediana é a média aritmé-
diferentes grupos, se for possível calcular a média, ficará tica entre os dois termos centrais do rol.
mais fácil estabelecer uma comparação entre esses grupos
e perceber tendências. Logo:
Considerando uma equipe de basquete, a soma das al-
turas dos jogadores é: Resposta: Md=15

21
3. Moda (Mo) 7 19
Num conjunto de números: , chama-se 8 18
moda aquele valor que ocorre com maior frequência.
a) Qual a média de pontos por jogo?
Observação: b) Qual a variância do conjunto de pontos?
A moda pode não existir e, se existir, pode não ser única. Solução:

Exemplo 1: a) A média de pontos por jogo é:


O conjunto de dados 3, 3, 8, 8, 8, 6, 9, 31 tem moda igual
a 8, isto é, Mo=8.

Exemplo 2:
O conjunto de dados 1, 2, 9, 6, 3, 5 não tem moda.

4. Medidas de dispersão b) A variância é:

Duas distribuições de frequência com medidas de ten-


dência central semelhantes podem apresentar característi-
cas diversas. Necessita-se de outros índices numéricas que
informem sobre o grau de dispersão ou variação dos dados
em torno da média ou de qualquer outro valor de concen-
tração. Esses índices são chamados medidas de dispersão. DESVIO MÉDIO

5. Variância 1. Definição

Há um índice que mede a “dispersão” dos elementos de Medida da dispersão dos dados em relação à média de
um conjunto de números em relação à sua média aritmética, uma sequência. Esta medida representa a média das dis-
e que é chamado de variância. Esse índice é assim definido: tâncias entre cada elemento da amostra e seu valor médio.
Seja o conjunto de números , tal que é
sua média aritmética. Chama-se variância desse conjunto,
e indica-se por , o número:

2. Desvio padrão

Isto é: 2.1. Definição

Seja o conjunto de números , tal que é


sua média aritmética. Chama-se desvio padrão desse con-
E para amostra junto, e indica-se por , o número:

Exemplo 1:
Em oito jogos, o jogador A, de bola ao cesto, apresen- Isto é:
tou o seguinte desempenho, descrito na tabela abaixo:
PROBABIILIDADE E ESTATÍSTICA

Jogo Número de pontos


1 22
2 18 Exemplo:
As estaturas dos jogadores de uma equipe de basque-
3 13 tebol são: 2,00 m; 1,95 m; 2,10 m; 1,90 m e 2,05 m. Calcular:
4 24 a) A estatura média desses jogadores.
b) O desvio padrão desse conjunto de estaturas.
5 26
6 20

22
Solução: 2. (TJM/SP – ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – VU-
NESP/2017) Leia o enunciado a seguir para responder a questão.
Sendo a estatura média, temos: A tabela apresenta o número de acertos dos 600 candida-
tos que realizaram a prova da segunda fase de um concur-
so, que continha 5 questões de múltipla escolha

Sendo o desvio padrão, tem-se: Número de Número de candidatos


acertos
5 204
4 132
3 96
2 78
EXERCÍCIOS COMENTADOS 1 66
0 24
1. (CRBIO – AUXILIAR ADMINISTRATIVO – VU-
NESP/2017) Uma empresa tem 120 funcionários no total: A média de acertos por prova foi de
70 possuem curso superior e 50 não possuem curso supe-
rior. Sabe-se que a média salarial de toda a empresa é de a) 3,57.
R$ 5.000,00, e que a média salarial somente dos funcioná- b) 3,43
rios que possuem curso superior é de R$ 6.000,00. Desse c) 3,32.
modo, é correto afirmar que a média salarial dos funcioná- d) 3,25.
rios dessa empresa que não possuem curso superior é de e) 3,19.

a) R$ 4.000,00. Resposta: Letra B.


b) R$ 3.900,00.
c) R$ 3.800,00.
d) R$ 3.700,00.
e) R$ 3.600,00.
3. (PREF. GUARULHOS/SP – ASSISTENTE DE GESTÃO
Resposta: Letra E. ESCOLAR – VUNESP/2016) Certa escola tem 15 classes
S=cursam superior no período matutino e 10 classes no período vespertino. O
M=não tem curso superior número médio de alunos por classe no período matutino
é 20, e, no período vespertino, é 25. Considerando os dois
períodos citados, a média aritmética do número de alunos
por classe é
S+M=600000
a) 24,5.
b) 23.
c) 22,5.
S=420000 d) 22.
M=600000-420000=180000 e) 21.

Resposta: Letra D.
ROBABIILIDADE E ESTATÍSTICA

M=300

V=250

23
4. (SEGEP/MA – TÉCNICO DA RECEITA ESTADUAL – A penúltima linha da tabela acima, por exemplo, indica que
FCC/2016) Para responder à questão, considere as infor- 5 alunos tiveram, cada um, um total de 4 acertos na prova.
mações abaixo. A mediana dos números de acertos é igual a
Três funcionários do Serviço de Atendimento ao Cliente
de uma loja foram avaliados pelos clientes que atribuíram a) 1,5
uma nota (1; 2; 3; 4; 5) para o atendimento recebido. A ta- b) 2
bela mostra as notas recebidas por esses funcionários em c) 2,5
um determinado dia. d) 3
e) 3,5

Resposta: Letra B.
Como 24 é um número par, devemos fazer a segunda
regra:

Considerando a avaliação média individual de cada funcio-


nário nesse dia, a diferença entre as médias mais próximas
é igual a

6. (UFAL – AUXILIAR DE BIBLIOTECA – COPEVE/2016)


a) 0,32. A tabela apresenta o número de empréstimos de livros de
b) 0,21. uma biblioteca setorial de um Instituto Federal, no primeiro
c) 0,35. semestre de 2016.
d) 0,18.
e) 0,24. Mës Empréstimos
Resposta: Letra B. Janeiro 15
Fevereiro 25
Março 22
Abril 30
Maio 28
Junho 15

Dadas as afirmativas,
I. A biblioteca emprestou, em média, 22,5 livros por mês.
3,36-3,15=0,21 II. A mediana da série de valores é igual a 26.
III. A moda da série de valores é igual a 15.
5. (UFES – ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO –
UFES/2017) Considere n números x1, x2, … , xn, em que x1 Verifica-se que está(ão) correta(s)
≤ x2 ≤ ⋯ ≤ xn . A mediana desses números é igual a x(n +
1)/2, se n for ímpar, e é igual à média aritmética de xn ⁄ 2 e x(n a) II, apenas.
+ 2)/2, se n for par. Uma prova composta por 5 questões foi b) III, apenas.
aplicada a uma turma de 24 alunos. A tabela seguinte relacio- c) I e II, apenas.
na o número de acertos obtidos na prova com o número de d) I e III, apenas.
alunos que obtiveram esse número de acertos. e) I, II e III.
PROBABIILIDADE E ESTATÍSTICA

Número de acertos Número de alunos


Resposta: Letra D.
0 4
1 5
2 4
3 3 Mediana
Vamos colocar os números em ordem crescente
4 5
5 3 15,15,22,25,28,30

24
9. (MPE/SP – OFICIAL DE PROMOTORIA I – VU-
NESP/2016) A média de salários dos 13 funcionários de
uma empresa é de R$ 1.998,00. Dois novos funcionários
Moda é o número que mais aparece, no caso o 15. foram contratados, um com o salário 10% maior que o do
outro, e a média salarial dos 15 funcionários passou a ser
7. (COSANPA - QUÍMICO – FADESP/2017) Algumas De- R$ 2.013,00. O menor salário, dentre esses dois novos fun-
terminações do teor de sódio em água (em mg L-1) foram cionários, é igual a
executadas (em triplicata) paralelamente por quatro labo-
ratórios e os resultados são mostrados na tabela abaixo. a) R$ 2.002,00.
b) R$ 2.006,00.
Replicatas Laboratório c) R$ 2.010,00.
d) R$ 2.004,00.
1 2 3 4 e) R$ 2.008,00.
1 30,3 30,9 30,3 30,5
Resposta: Letra C.
2 30,4 30,8 30,7 30,4 Vamos chamar de x a soma dos salários dos 13 funcio-
3 30,0 30,6 30,4 30,7 nários
x/13=1998
Média 30,20 30,77 30,47 30,53
X=13.1998
Desvio 0,20 0,15 0,21 0,15 X=25974
Padrão Vamos chamar de y o funcionário contratado com me-
nor valor e, portanto, 1,1y o com 10% de salário maior,
Utilize essa tabela para responder à questão. pois ele ganha y+10% de y
O laboratório que apresenta o maior erro padrão é o Y+0,1y=1,1y
de número (x+y+1,1y)/15=2013
25974+2,1y=15∙2013
a) 1. 2,1y=30195-25974
b) 2. 2,1y=4221
c) 3. Y=2010
d) 4.
10. (PREF. DE NITERÓI – AGENTE FAZENDÁRIO –
Resposta: Letra C. FGV/2015) Os 12 funcionários de uma repartição da pre-
Como o desvio padrão é maior no 3, o erro padrão é feitura foram submetidos a um teste de avaliação de co-
proporcional, portanto também é maior em 3. nhecimentos de computação e a pontuação deles, em uma
escala de 0 a 100, está no quadro abaixo.
8. (ANAC – ANALISTA ADMINISTRATIVO- ESAF/2016)
Os valores a seguir representam uma amostra 50 55 55 55 55 60
62 63 65 90 90 100
331546248
O número de funcionários com pontuação acima da média
Então, a variância dessa amostra é igual a é:

a) 4,0 a) 3;
b) 2,5. b) 4;
c) 4,5. c) 5;
d) 5,5 d) 6;
e) 3,0 e) 7.

Resposta: Letra C. Resposta: Letra A.


ROBABIILIDADE E ESTATÍSTICA

M=66,67
Apenas 3 funcionários estão acima da média.

25
5. (CELESC - ASSISTENTE ADMINISTRATIVO – FEPE-
SE/2016) Em um colégio os alunos irão eleger o diretor,
HORA DE PRATICAR! vice-diretor e tesoureiro entre os 20 professores do colé-
gio. De quantas maneiras esta escolha pode ser feita?

1. (SESAU-RO - TÉCNICO EM INFORMÁTICA – FUN- a) 6980


RIO/2017) Numa vila, há quatro caminhos que ligam o b) 6840
campo de futebol ao mercado central e há quatro cami- c) 6720
nhos que ligam o mercado central à sede da prefeitura. d) 6660
João está no campo de futebol e pretende ir à sede da pre- e) 6220
feitura passando primeiro pelo mercado central. O número
de maneiras diferentes de João fazer o percurso é igual a: 6. (IF-BA – PROFESSOR – AOCP-2016) Em uma aula de
matemática, foi solicitada aos alunos a resolução do se-
a) 8 guinte exercício: “Paula comprou um cofre e criou uma
b) 10 senha formada por 4 algarismos distintos. Lembrava-se
c) 12 apenas do primeiro, 8, e sabia que o algarismo 3 também
d) 14 fazia parte da senha. Qual é o número máximo de tenta-
e) 16 tivas para ela abrir o cofre?”. Percorrendo as carteiras, o
professor verificou diferentes raciocínios combinatórios.
2. (SESAU-RO - TÉCNICO EM INFORMÁTICA – FUN- Apresentamos, a seguir, cinco deles. 
RIO/2017) Um anagrama é uma reordenação das letras de
uma palavra. Por exemplo: MOCA e AOCM são anagramas Aluno A: A8,2+ C8,2
da palavra COMA. O número de anagramas que a palavra Aluno B: 3.A8,2
COMA possui é igual a: Aluno C: 3.C8,2
Aluno D: . 3.P8
Aluno E: . A8,2.C8,2
a) 12
b) 24
Assinale a alternativa que indica o aluno que apresentou o
c) 30
raciocínio correto para a resolução da questão. 
d) 36
e) 42
a) Aluno A
b) Aluno B
3. ( EBSERH - ENGENHEIRO ELETRICISTA – IBFC/2016) c) Aluno C
Um fazendeiro possui oito tipos de sementes para plantar, d) Aluno D
porém, apenas quatro podem ser plantadas ao mesmo e) Aluno E
tempo. As possibilidades que ele tem de escolher quatro
tipos de sementes, sem ocorrer repetição está descrita na 7. (SESC-PA – ENCARREGADO ADMINISTRATIVO –
alternativa: CONED-2016) Com as letras da palavra MATEUS, quantos
anagramas se iniciando com consoante e terminando com
a) Cento e Trinta vogal, podem ser formados? 
b) Cento e dez
c) Setenta a) 720
d) Quarenta e Oito b) 240
e) Cinquenta e seis c) 740
d) 216
4. (IF-ES/2016) Um grupo de oito amigos foi acampar e e) 420
levou duas barracas distintas, uma com capacidade máxima
para três pessoas e a outra para cinco pessoas. De quantas 8. (SEGEP-MA – AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDE-
formas distintas eles podem se agrupar para passar a noite, RAL – FCC/2016) Jair tem 8 primos, dos quais irá convidar
PROBABIILIDADE E ESTATÍSTICA

ficando cinco em uma barraca e três na outra?Parte supe- 5 para um jantar em sua casa. Ocorre que 2 dos 8 primos
rior do formulário só podem ir ao jantar se forem juntos. O total de escolhas
diferentes dos 5 convidados que Jair pode fazer para o jan-
a) A8,3 ∙ A8,5 tar é igual a
b) C8,3 ∙ C5,5
c) C8,3 ∙ C8,5 a) 40
d) A8,3 b) 56
e) 5! ∙ 3! c) 30
d) 26
e) 36

26
9.(MS CONCURSOS – ASSISTENTE DE ALUNO – 2014) Os vagões de um trem de carga possuem capacidade máxima
de carregamento correspondente a 50 sacos de soja ou a 400 telhas de barro. Um dos vagões está com 32 sacos de soja.
O número máximo de telhas que pode ser carregado neste vagão será de:  

a) 148
b) 146
c) 144
d) 132

10.(FUNDATEC – ESCRITURÁRIO – 2015) Utilizando a palavra FLORESTA, quantos anagramas podem ser formados con-
siderando que as letras FLR sempre apareçam juntas e nessa ordem?

a) 520
b) 660
c) 720
d) 1580
e) 2160

11. (UNESP – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO – VUNESP/2017) Utilize os dados do gráfico a seguir, que mostra o
número de rascunho vendas realizadas pelo vendedor Carlos em seis dias de uma semana, para responder à questão.

A média diária de vendas de Carlos, nessa semana, é, aproximadamente, igual a:

a) 12
b) 15
c) 18
d) 20
e) 21

12. (TJM-SP – ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – UNVUNESP/2017) Leia o enunciado a seguir para responder a
questão.
ROBABIILIDADE E ESTATÍSTICA

A tabela apresenta o número de acertos dos 600 candidatos que realizaram a prova da segunda fase de um concurso, que
continha 5 questões de múltipla escolha.

27
Analisando-se as informações apresentadas na tabela, é correto afirmar que:

a) mais da metade dos candidatos acertou menos de 50% da prova.


b) menos da metade dos candidatos acertou mais de 50% da prova.
c) exatamente 168 candidatos acertaram, no mínimo, 2 questões.
d) 264 candidatos acertaram, no máximo, 3 questões.
e) 132 candidatos acertaram a questão de número 4.

13. (IF-BA – PROFESSOR DE MATEMÁTICA – AOCP/2016) Sobre medidas de tendência central, considerando o con-
junto T das temperaturas, em grau Celsius, registradas nos dez primeiros dias do mês de junho em determinada região,
respectivamente: 11°C; 11°C; 6°C; 6°C; 3°C; 3°C; 0°C; 3°C; 5°C; 6°C, analise as assertivas e assinale a alternativa que aponta
a(s) correta(s).
I. A média aritmética das temperaturas é 6°C.
II. A mediana é igual a 5°C ou 6°C.
III. P é multimodal.

a) Apenas I
b) Apenas II
c) Apenas III
d) Apenas I e III
e) Apenas II e III

14. (SEGEP-MA - ANALISTA AMBIENTAL – FCC/2016) Considere a tabela abaixo.

(Adaptado de: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa de Orçamentos Familiares.
2008-2009)
A partir dos dados da tabela, é possível concluir que, nas áreas urbanas consideradas, a média da aquisição per capita anual
de arroz supera a da aquisição per capita de feijão em, aproximadamente,

a) 10 kg
b) 20 kg
c) 15 kg
d) 5 kg
e) 25 kg

15. (SEGEP-MA – AUDITOR FISCAL DA RECEITA ESTADUAL – FCC/2016) Os registros da temperatura máxima diária
dos primeiros 6 dias de uma semana foram: 25 °C; 26 °C, 28,5 °C; 26,8 °C; 25 °C; 25,6 °C. Incluindo também o registro da
temperatura máxima diária do 7º dia dessa semana, o conjunto dos sete dados numéricos será unimodal com moda igual
a 25 °C, e terá mediana igual a 26 °C. De acordo com os dados, é correto afirmar que, necessariamente, a temperatura
máxima diária do 7º dia foi
PROBABIILIDADE E ESTATÍSTICA

a) Inferior a 25°C
b) Superior a 26,8°C
c) Igual a 26°C
d) Inferior a 25,6°C
e) Superior a 26°C

28
16. (SEGEP-MA – AUDITOR FISCAL DA RECEITA ESTADUAL – FCC/2016) Três funcionários do Serviço de Atendimen-
to ao Cliente de uma loja foram avaliados pelos clientes que atribuíram uma nota (1; 2; 3; 4; 5) para o atendimento recebido.
A tabela mostra as notas recebidas por esses funcionários em um determinado dia.

Considerando a avaliação média individual de cada funcionário nesse dia, a diferença entre as médias mais próximas é igual a:

a) 0,32
b) 0,21
c) 0,35
d) 0,18
e) 0,24

17. (PREF. DE CARPINA-PE – ASSISTENTE ADIMINISTRATIVO – CONPASS/2016) Efetuou-se uma pesquisa com
30 pessoas, escolhidas aleatoriamente, para saber o número de livros que liam por ano. Com base nas respostas obtidas,
elaborou-se o seguinte gráfico:

Pode-se afirmar que o número de pessoas que, num ano, não leem livro algum é:

a) 6
b) 2
c) 14
d) 20
e) 12
18. (PREF. LAURO MULLER-SC – AUXILIAR ADMINISTRATIVO FAPESUL/2016) Assinale a assertiva que apresenta a
média aritmética simples, a moda e a mediana, respectivamente, da sequência (8,9,6,4,3,11,7,10,14,14).
ROBABIILIDADE E ESTATÍSTICA

a) 8,6 – 8 – 14
b) 8,6 – 14 – 8
c) 8,6 – 14 – 8,5
d) 8 – 14 – 9,1
e) 7,8 – 14 – 9

29
19. (Professor – Pref. Rio de Janeiro/2016) A tabela
abaixo representa o consumo de carne mensal, em kg, de
uma determinada família durante um semestre.
GABARITO

1 E
2 B
3 C
A mediana das seis quantidades de carne mostradas na
4 B
tabela é igual a:
5 B
a) 9,0 6 B
b) 9,2
c) 9,5 7 D
d) 9,7 8 D
9 C
20. (STM – ANALISTA JUDICIÁRIO –CESPE/2018) Uma
pessoa atrasou em 15 dias o pagamento de uma dívida de 10 D
R$ 20.000, cuja taxa de juros de mora é de 21% ao mês no 11 C
regime de juros simples.
Acerca dessa situação hipotética, e considerando o mês co- 12 D
mercial de 30 dias, julgue o item subsequente. 13 C

No regime de juros compostos, o valor dos juros de mora 14 B


na situação apresentada será R$ 100 menor que no regime 15 E
de juros simples. 16 B
( ) CERTO ( ) ERRADO 17 A
18 C
21. (SEFAZ-GO – AUDITOR FISCAL – FCC/2018) O pre- 19 C
ço à vista de um apartamento é R$ 210.000,00. Jorge fez 20 CERTO
uma proposta ao proprietário para adquirir esse imóvel
pagando-o em três parcelas iguais, a primeira à vista, a se- 21 C
gunda após 1 ano e a terceira depois de 2 anos. O proprie- 22 C
tário aceitou a proposta, desde que fossem cobrados juros
23 B
compostos de 100% ao ano sobre o saldo devedor após o
pagamento de cada parcela. Nas condições impostas pelo 24 E
proprietário, o valor de cada uma das três parcelas a serem 25 D
pagas por Jorge, em reais, deverá ser igual a 
26 B
a) 120.000,00.  27 A
b) 90.000,00. 
28 C
c) 100.000,00. 
d) 70.000,00.  29 E
e) 130.000,00.  30 A
31 C
22. (UFLA – ADMINITRADOR – UFLA/2018) A alterna-
PROBABIILIDADE E ESTATÍSTICA

32 C
tiva que apresenta o valor futuro correto de uma aplicação
de R$ 100,00 à taxa de juros compostos de 10% ao ano
pelo período de dois anos é:

a) R$ 121,00
b) R$ 112,00
c) R$ 120,00
d) R$ 110,00

30
ÍNDICE

CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Estrutura do Sistema Financeiro Nacional: Conselho Monetário Nacional. Banco Central do Brasil. Bancos Múltiplos. Bancos
Comerciais. Caixas Econômicas. Bancos de Câmbio. BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social. Bancos
de Desenvolvimento. Bancos de Investimento. Cooperativas de Crédito. Bancos Comerciais Cooperativos. Administradoras de
Consórcios. Corretoras de Câmbio. Sociedade Corretora de Títulos e Valores Mobiliários. Sociedade Distribuidora de Títulos e
Valores Mobiliários. Companhias Hipotecárias. Agências de Fomento. Sociedades de Crédito, Financiamento e Investimento.
Sociedades de Arrendamento Mercantil. Sociedades de Crédito Imobiliário. Sociedades de Crédito ao Microempreendedor.
Associações de Poupança e Empréstimo. Instituições de Pagamento. Sociedades Administradoras de Cartões de Crédito.
COPOM – Comitê de Política Monetária. Comissão de Valores Mobiliários. Bolsas de Valores. Bolsas de Mercadorias e de Futuros.
Sistema Especial de Liquidação e Custódia (SELIC). Central de Liquidação Financeira e de Custódia de Títulos (CETIP). Conselho
de Recursos do Sistema Financeiro Nacional....................................................................................................................................................................01
Produtos e serviços financeiros: depósitos à vista. Depósitos a prazo (CDB e RDB). Letras de câmbio. Cobrança e pagamento
de títulos e carnês. Transferências bancárias automáticas. Arrecadação de tributos e tarifas públicas. Internet banking. CCB –
Cédula de Crédito Bancário. Hot money. Contas garantidas. Crédito rotativo. Descontos de títulos. Financiamento de capital
de giro. Vendor finance/compror finance. Leasing (tipos, funcionamento, bens). Financiamento de capital fixo. Crédito direto
ao consumidor. Crédito rural. Cadernetas de poupança. Financiamento à importação e à exportação. Repasses de recursos do
BNDES. Fomento Mercantil (factoring). Cartões de Crédito. Títulos de Capitalização. Planos de aposentadoria e pensão privados.
Seguros, Previdência Complementar e Capitalização...................................................................................................................................................25
Mercado de capitais: Ações – características e direitos. Debêntures. Notas Promissórias Comerciais (“comercial papers”).
Diferenças entre companhias abertas e companhias fechadas. Operações de distribuição de valores mobiliários de renda variável
e de títulos de dívida (“underwriting”). Funcionamento do mercado à vista de ações. Mercado de balcão. Fundos de Investimento.
Conceitos e operações de “corporate finance”................................................................................................................................................................54
Mercado de câmbio: Operações básicas............................................................................................................................................................................65
Operações com derivativos: características básicas do funcionamento do mercado a termo, do mercado de opções, do mercado
futuro e das operações de swap.............................................................................................................................................................................................69
Garantias no Sistema Financeiro Nacional: Aval Fiança. Penhor mercantil. Alienação fiduciária. Hipoteca. Fianças bancárias. Fundo
Garantidor de Créditos (FGC)...................................................................................................................................................................................................72
Crime de lavagem de dinheiro: conceito e etapas. Prevenção e combate ao crime de lavagem de dinheiro: Lei nº 9.613/1998
e suas alterações, Circular Bacen nº 3.461/2009 e suas alterações e Carta-Circular Bacen nº3.542/2012. COAF – Conselho de
Controle de Atividades Financeiras.......................................................................................................................................................................................76
Autorregulação Bancária............................................................................................................................................................................................................81
ESTRUTURA DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL: CONSELHO MONETÁRIO NACIONAL.
BANCO CENTRAL DO BRASIL. BANCOS MÚLTIPLOS. BANCOS COMERCIAIS. CAIXAS
ECONÔMICAS. BANCOS DE CÂMBIO. BNDES – BANCO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO
ECONÔMICO E SOCIAL. BANCOS DE DESENVOLVIMENTO. BANCOS DE INVESTIMENTO.
COOPERATIVAS DE CRÉDITO. BANCOS COMERCIAIS COOPERATIVOS. ADMINISTRADORAS
DE CONSÓRCIOS. CORRETORAS DE CÂMBIO. SOCIEDADE CORRETORA DE TÍTULOS
E VALORES MOBILIÁRIOS. SOCIEDADE DISTRIBUIDORA DE TÍTULOS E VALORES
MOBILIÁRIOS. COMPANHIAS HIPOTECÁRIAS. AGÊNCIAS DE FOMENTO. SOCIEDADES
DE CRÉDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO. SOCIEDADES DE ARRENDAMENTO
MERCANTIL. SOCIEDADES DE CRÉDITO IMOBILIÁRIO. SOCIEDADES DE CRÉDITO AO
MICROEMPREENDEDOR. ASSOCIAÇÕES DE POUPANÇA E EMPRÉSTIMO. INSTITUIÇÕES
DE PAGAMENTO. SOCIEDADES ADMINISTRADORAS DE CARTÕES DE CRÉDITO. COPOM –
COMITÊ DE POLÍTICA MONETÁRIA. COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS. BOLSAS DE
VALORES. BOLSAS DE MERCADORIAS E DE FUTUROS. SISTEMA ESPECIAL DE LIQUIDAÇÃO
E CUSTÓDIA (SELIC). CENTRAL DE LIQUIDAÇÃO FINANCEIRA E DE CUSTÓDIA DE TÍTULOS
(CETIP). CONSELHO DE RECURSOS DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL.

Depois de uma breve síntese, faremos uma abordagem mais detalhada sobre o sistema financeiro nacional.
A função do Sistema Financeiro Nacional-SFN é a de ser um conjunto de órgãos que regulamenta, fiscaliza e executa as
operações necessárias à circulação da moeda e do crédito na economia. É composto por diversas instituições. Se o dividir-
mos, teremos dois subsistemas. O primeiro é o normativo, formado por instituições que estabelecem as regras e diretrizes
de funcionamento, além de definir os parâmetros para a intermediação financeira e fiscalizar a atuação das instituições
operativas. Tem em sua composição: o Conselho Monetário Nacional (CMN), o Banco Central do Brasil (Bacen), a Comissão
de Valores Mobiliários (CVM) e as Instituições Especiais (Banco do Brasil, BNDES e Caixa Econômica Federal).
O segundo subsistema é o operativo. Em sua composição estão as instituições que atuam na intermediação financeira
e tem como função operacionalizar a transferência de recursos entre fornecedores de fundos e os tomadores de recur-
sos, a partir das regras, diretrizes e parâmetros definidos pelo subsistema normativo. Estão nessa categoria as instituições
financeiras bancárias e não-bancárias, o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), além das instituições não
financeiras e auxiliares.
A atuação das instituições que integram o subsistema operativo é caracterizada pela sua relação de subordinação à
regulamentação estabelecida pelo CMN e pelo Bacen. As instituições podem sofrer penalidades caso não cumpram as
normas editadas pelo CMN. As multas vão desde as pecuniárias até a própria suspensão da autorização de funcionamento
dessas instituições e seus dirigentes.1

O SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL

Conjunto de instituições financeiras e instrumentos financeiros que visam transferir recursos dos agentes econômicos
(pessoas, empresas, governo) superavitários para os deficitários.
Sistemas financeiros são definidos pelo conjunto de mercados financeiros existentes numa dada economia, pelas insti-
tuições financeiras participantes e suas inter-relações e pelas regras de participação e intervenção do poder público nesta
atividade. Uma conceituação mais abrangente de sistema financeiro poderia ser a de um conjunto de instituições dedicado
ao trabalho de propiciar condições satisfatórias para a manutenção de um fluxo de recursos entre poupadores e investi-
dores. O mercado financeiro, lugar onde se processam essas transações, permite que um agente econômico (um indivíduo
ou uma empresa, por exemplo), sem perspectivas de aplicação em algum empreendimento próprio, da poupança que é
capaz de gerar (denominado agente econômico superavitário), seja colocado em contato com outro, cujas perspectivas de
investimento superem as respectivas disponibilidades de poupança (denominado agente econômico deficitário).
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Para que possamos entender por que sistemas financeiros são organizados de forma tão diferenciada nos diversos paí-
ses, as qualidades e limitações de cada tipo de sistema financeiro, e sua evolução, é preciso conhecer as razões materiais
que levaram à criação de cada tipo de sistema, mas também, e principalmente, sua história e a da sociedade em que se
insere.
Com este propósito, seguem-se alguns tópicos sobre a formação do Sistema Financeiro Nacional, a sua evolução recen-
te e a sua estrutura atual.

1 Fonte: www.febraban.org.br

1
A EVOLUÇÄO DO SISTEMA FINANCEIRO NACIO- Em 1833, foi aprovada a criação de um segundo Banco
NAL (SFN) ATÉ 1964/65 do Brasil. Mas, em virtude dos traumas decorrentes do in-
sucesso da experiência pioneira, não se conseguiu a subs-
1. Do Império aos Primeiros Anos da República crição do capital mínimo exigido para sua instalação.
Em 1836 foi estabelecido o primeiro banco comercial
O surgimento da intermediaçäo financeira no Brasil privado do país, o Banco do Ceará, que, entretanto, encer-
coincide com o término do período colonial, no decurso do rou suas atividades em 1839, basicamente em função da
qual prevaleceram ideias e procedimentos de política eco- concessão de créditos a longo prazo, sem que houvesse
nômica mercantilista, que bloqueavam quaisquer iniciativas captações de recursos também resgatáveis a longo prazo.
que promovessem o desenvolvimento da colônia, conforme Havia, entretanto, condições para que se implantassem
os interesses da Coroa portuguesa. As grandes companhias de no país atividades de intermediação financeira, sobretudo
comércio dominavam o cenário econômico do Brasil colonial, se ligadas ao setor cafeeiro e aos projetos financeiramente
exercendo grande influência, não só na distribuição como no viáveis no setor de infra-estrutura econômica. Assim, em
próprio financiamento da produção interna. 1838, um grupo privado criou e estabeleceu o Banco Co-
Com a transferência da família real para o Brasil, em mercial do Rio de Janeiro. A solidez e o crescimento des-
1808, criaram-se as pré-condições necessárias para o sur- sa instituição ensejaram o surgimento, em outras praças,
gimento da intermediação financeira no país, mediante a de outras instituições congêneres, como o Banco da Bahia
constituição de bancos comerciais. Com a abertura dos (1845), o Banco do Maranhão (1847) e o Banco de Pernan-
portos, com a celebração de novos acordos comerciais e buco (1851).
com a articulação de relações econômicas e financeiras Também em 1851 foi constituído o terceiro Banco do
com a Europa, as colônias africanas e asiáticas e diversos Brasil (o segundo a funcionar com este nome), por iniciati-
países sul-americanos, tornou-se necessária a implantação va do Barão de Mauá. Dois anos depois, em 1853, verificar-
-se-ia no país a primeira experiência de fusão bancária: os
de um mercado financeiro capaz de dar assistência às ativi-
Bancos Comercial do Rio de Janeiro e do Brasil fundiam-se
dades de importação e exportação.
com o objetivo de criar um novo estabelecimento, sob a
Estabelecidas estas pré-condições, foi então criada, em
denominação de Banco do Brasil (o quarto estabelecimen-
outubro de 1808, a primeira instituição financeira do país,
to sob esta denominação e o terceiro a funcionar efetiva-
o Banco do Brasil, cujas operações seriam iniciadas só um
mente). Surgiram, na mesma época, novas casas bancárias,
ano depois, em 1809, devido, principalmente, às dificul-
também com autorização para emissão de notas bancárias,
dades de subscrição do capital mínimo requerido para o
como o Banco Comercial e Agrícola e o Banco Rural e Hi-
início de suas atividades. As operações permitidas abran-
potecário (ambos no Rio de Janeiro), o Banco da Província
giam, privilegiadamente, o desconto de letras de câmbio, do Rio Grande do Sul e o Banco Comercial do Pará.
o depósito de metais preciosos, papel-moeda e diamantes, A partir do início da década de 1860, as atividades de
a emissão de notas bancárias, a captação de depósitos a intermediação financeira no país seriam ampliadas, com a
prazo, o monopólio da venda de diamantes, pau-brasil e chegada dos primeiros bancos estrangeiros. Os dois pri-
marfim e o direito exclusivo das operações financeiras do meiros (ambos em 1863) foram o London & Brazilian Bank
governo. e o The Brazilian and Portuguese Bank. À mesma época
Devido ao fraco desempenho da economia de exporta- (1866), capitalistas alemães fundaram o Deutsche Brasilia-
ção no início do Império e ainda ao fato do Banco do Bra- nische Bank, cujas atividades foram encerradas em 1875,
sil converter-se em fornecedor de recursos não lastreados após acirrada concorrência com os bancos ingleses que
para o governo, a continuidade de suas operações tornou- operavam no país.
-se insustentável com a volta de Dom João VI a Portugal No final do Império, a libertação dos escravos (1888)
em 1821. Esse monarca teria recambiado para Portugal boa alterou substancialmente a ordem econômica e financei-
parte do lastro metálico depositado no banco, com o que ra do país. A liberdade concedida a 800.000 escravos ani-
se enfraqueceu a já abalada confiança nessa primeira insti- quilou fortunas rurais, motivou perdas de 40% a 50% das
tuição financeira no país. Oito anos depois, em 1829, após colheitas, provocou a escassez e a inflação e motivou um
insustentável período crítico, seria autorizada a liquidação primeiro surto de industrialização. Ainda no Império, para
do primeiro Banco do Brasil, cujas operações se encerraram atender às pressões por maior volume de crédito, em vir-
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

definitivamente em 1835, a despeito das muitas tentativas tude da expansão da massa salarial e das necessidades de
empreendidas para evitar sua extinção. financiamento dos novos empreendimentos, o poder emis-
Em vez de cumprir funções básicas de intermediação sor, que se encontrava a cargo do Tesouro, foi estendido
para o crescimento das atividades produtivas internas, este aos bancos.
banco converteu-se em fornecedor de recursos para pagar Este clima econômico e financeiro prosseguiu nos pri-
as despesas governamentais, basicamente decorrentes das meiros anos do governo republicano. Embora a criação de
compensações devidas a Portugal em função do reconhe- meios de pagamento tenha sido redisciplinada, a expansão
cimento da independência do Brasil, das despesas militares imoderada de crédito não foi interrompida. No entanto,
com a guerra no sul do país (anexação da Província Cispla- em seguida a um curto período de crescimento acelerado,
tina) e dos gastos com a criação de um exército e de uma não tardaram a aparecer focos de especulação. Houve o
marinha de guerra (Lopes & Rossetti, p.308). encilhamento (1889/91), período caracterizado pela galo-

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pante expansão dos meios de pagamento, pela excitação 3. Do Pós-Guerra às Reformas de 1964-65
das atividades de intermediação financeira e por decorren-
te surto inflacionário. O período que se estende de 1945 a 1964 é geralmen-
Após o Encilhamento, o país foi conduzido a uma fase te considerado como de transição entre a estrutura ainda
de contra-reforma (1892-1906), caracterizada, nos três pri- simples de intermediação financeira que se firmou ao lon-
meiros anos, por um esforço de estabilização e, nos dois go da primeira metade do século e a complexa estrutura
anos subsequentes, por breve relaxamento da austeridade montada a partir das reformas institucionais de 1964-65.
implantada e, finalmente, já então na virada do século, por Nesses vinte anos de transição, em paralelo às mudanças
generalizada recessão. que se observaram em toda a estrutura da economia do
Os esforços de estabilização pós-encilhamento levaram país, o sistema financeiro nacional foi objeto de marcantes
o sistema bancário do país, inclusive o Banco do Brasil, a transformações. As principais foram:
enfrentar dificuldades operacionais. Resultaram daí novas • a consolidação e penetração no espaço geográfico da
fusões bancárias, envolvendo o próprio Banco do Brasil, rede de intermediação financeira de curto e médio
que em 1892 se incorporou ao Banco da República dos prazos, com a expansão do número de agências ban-
Estados Unidos do Brasil, resultando no Banco da Repúbli- cárias nas diferentes regiões do país;
ca do Brasil. Verificaram-se outras fusões e incorporações, • a implantação de órgão normativo, de assessoria e
notadamente nos cinco primeiros anos do século, quando, de fiscalização do sistema financeiro, como primeiro
então, não resistindo à recessão econômica do período, passo para a criação de um banco central no país, a
muitas casas bancárias foram liquidadas. O próprio Banco Superintendência da Moeda e do Crédito - SUMOC;
da República do Brasil (o quarto a funcionar) foi também • a criação de uma instituição de fomento, o Banco Na-
liquidado em 1905. cional de Desenvolvimento Econômico - BNDE, para
A partir de 1906, ao final da crise financeira do início a centralização e a canalização de recursos de lon-
do século, a intermediação financeira no país voltou gra- go prazo, inicialmente destinados à implantação de
dativamente à normalidade. Nesse ano foram reativadas as infra-estrutura no país;
operações do Banco do Brasil, o quinto a funcionar sob • a criação de instituições financeiras de apoio a regiões
esta denominação (Lopes & Rossetti, p.310). carentes, como o Banco do Nordeste do Brasil - BNB,
o Banco de Crédito da Amazônia e, já no final do
2. O Período das Guerras e da Depressão período, o Banco Regional de Desenvolvimento do
Extremo Sul - BRDE;
O período que se estende de 1914 a 1945 apresentou con- • desenvolvimento espontâneo de companhias de cré-
siderável importância no quadro da intermediação financeira dito, financiamento e investimento, para a captação
no Brasil. Entre os principais, são destacados os seguintes: e aplicação de recursos em prazos compatíveis com
• expansão do sistema de intermediação financeira de a crescente demanda de crédito para o consumo de
curto e médio prazos no país; bens duráveis e bens de capital, em decorrência da
• disciplinamento, integração e ampliação do nível implantação de novos setores industriais no país,
de segurança da intermediação financeira no país, produtores desses bens (Lopes; Rossetti, p.315).
mediante a criação da Inspetoria Geral dos Bancos
(1920), posteriormente substituída pela Caixa de Mo- 4. Arrecadação de Tributos e Pagamento de Bene-
bilização e Fiscalização Bancária (1942), a instalação fícios
da Câmara de Compensação (1921) e a implanta-
ção da Carteira de Redescontos do Banco do Brasil Até a década de 60, quase todo o relacionamento entre
(1921); população e órgãos públicos era feito diretamente entre
• elaboração de projetos com vista à criação de insti- as partes. Cada entidade mantinha a própria estrutura para
tuições especializadas no financiamento de longo arrecadação de impostos e taxas de serviços, ou para o pa-
prazo. Mas a vigência da Lei da Usura, de 1933, que gamento de benefícios. Assim, na maioria dos municípios,
estabelecia um teto máximo de 12% ao ano para a eram mantidas as Coletorias Federais e Estaduais. As em-
taxa nominal de juros, teria retardado o surgimento presas de serviços públicos (luz, água, gás e telefone), por
espontâneo de intermediários financeiros bancários sua vez, mantinham órgãos específicos para a arrecadação
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

ou não bancários dispostos a operar a longos prazos das taxas que lhes eram devidas. Por outro lado, os bancos
em um contexto de inflação crescente (a criação do constituíam-se em pequenas redes de agências, voltadas
Banespa, em São Paulo, e do Banrisul (então BERGS), basicamente para os serviços de depósitos e descontos. As
no Rio Grande do Sul, ocorreu nessa época); funções de caixa e empréstimo a clientes eram os objetivos
• início de estudos e esforços convergentes para a cria- únicos da empresa bancária. Com o desenvolvimento da
ção de um Banco Central no país. sociedade brasileira, a crescente complexidade das relações
econômicas e o aumento na execução de serviços públicos
A captação de recursos e os empréstimos concedidos e na concessão de benefícios, os sistemas de arrecadação
pelos bancos comerciais elevaram-se de forma consistente próprios passaram a consumir recursos crescentes. Por ou-
durante todo o período, não obstante a interrupção (não tro lado, para os bancos, o desenvolvimento da economia
muito acentuada) nos anos da Grande Depressão. possibilitou a disseminação de sua rede de agências por

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todo o território nacional, para atender à crescente neces- nanças públicas, até então concentrados no Minis-
sidade de transferência de ativos financeiros entre as enti- tério da Fazenda, na Superintendência da Moeda e
dades econômicas. Estruturados para processar com rapi- do Crédito-SUMOC e no Banco do Brasil, estrutura
dez as transferências de numerário, os bancos passaram a esta que não mais suportava os crescentes encargos
substituir as coletorias e postos de recebimento de taxas de e responsabilidades da condução da política econô-
serviços públicos e pagamentos de benefícios, servindo de mica.
intermediários entre os órgãos públicos e o contribuinte. • Lei nº 4.728, de 14.07.65 (Lei do Mercado de Capitais),
que disciplinou e reformou o mercado de capitais,
5. As Reformas de 1964-65 e a Evolução Posterior do bem como estabeleceu medidas para seu desenvol-
SFN vimento. Estabeleceu normas e regulamentos básicos
para a estruturação de um sistema de investimentos
A próxima fase da evolução da intermediação financeira destinado a apoiar o desenvolvimento nacional e
no país inicia-se no biênio 1964-65, com quatro leis, que atender à crescente demanda por crédito. O proble-
introduziram profundas alterações na estrutura do sistema ma de popularização do investimento estava contido
financeiro nacional: na nítida preferência dos investidores por imóveis de
• Lei nº 4.357, de 1964 (Lei da Correção Monetária), que renda e de reserva de valor. Ao governo interessava
instituiu normas para a indexação de débitos fiscais, a evolução dos níveis de poupança internos e o seu
criou títulos públicos federais com cláusula de corre-
direcionamento para investimentos produtivos.
ção monetária (ORTN), destinados a antecipar recei-
tas, cobrir déficit público e promover investimentos.
A partir desses institutos legais, o sistema financeiro
Esta foi a solução buscada para o problema da limi-
brasileiro passou a contar com maior e mais diversifica-
tação da taxa de juros em 12% ao ano, imposta pela
Lei da Usura, ao lado da persistência de inflação anu- do número de intermediários financeiros não bancários,
al acima desse patamar, o que limitava a capacidade com áreas específicas e bem determinadas de atuação. Ao
do poder público financiar-se mediante a emissão de mesmo tempo, foi significativamente ampliada a pauta de
títulos próprios, restando-lhe apenas a emissão pri- ativos financeiros, abrindo-se novo leque de opções para
mária de moeda. captação e aplicação de poupanças e criando-se, assim,
• Lei nº 4.380, de 21.08.64 (Lei do Plano Nacional da Ha- condições mais efetivas para a ativação do processo de in-
bitação), que instituiu a correção monetária nos con- termediação.
tratos imobiliários, criou o Banco Nacional da Habita- As reformas bancária e do mercado de capitais foram
ção-BNH e institucionalizou o Sistema Financeiro da inspiradas no sistema norte-americano de organização do
Habitação, criou as Sociedades de Crédito Imobiliário sistema financeiro, voltando-se para a especialização das
e as Letras Imobiliárias. O BNH tornou-se o órgão instituições. Apesar desta opção, em virtude de condicio-
gestor do Sistema Brasileiro de Habitação (também namentos econômicos e, em especial, da necessidade de
denominado Sistema Brasileiro de Poupança e Em- buscar economia de escala e melhor racionalização do
préstimo-SBPE), destinado a fomentar a construção sistema, os bancos comerciais passaram a assumir o papel
de casas populares e obras de saneamento e infra- de líderes de grandes conglomerados, no âmbito do qual
estrutura urbana, com moeda própria (UPC-Unidade atuavam coordenadamente diversas instituições especiali-
Padrão de Capital) e seus próprios instrumentos de zadas nas diferentes modalidades financeiras que, embora
captação de recursos: Letras Hipotecárias, Letras Imo- com grande número de pequenos bancos regionais, passa-
biliárias e Cadernetas de Poupança. Posteriormente, ram a deter o maior volume de negócios de intermediação
a esses recursos foram adicionados os do Fundo de financeira e prestação de serviços.
Garantia por Tempo de Serviço-FGTS. Esta lei buscou Nos anos subsequentes foram instituídas outras leis im-
incentivar a criação de empregos na construção civil, portantes para o reordenamento institucional do Sistema
como solução para o emprego de mão-de-obra não Financeiro Nacional, quais sejam:
qualificada, no cenário econômico de recessão que
• Lei nº 6.385, de 1976 (Lei da CVM), que criou a Co-
caracterizou os anos 1960.
missão de Valores Mobiliários-CVM, transferindo do
• Lei nº 4.595, de 31.12.64 (Lei da Reforma do Sistema
Banco Central a responsabilidade pela regulamen-
Financeiro Nacional), que dispôs sobre a política e as
tação e fiscalização das atividades relacionadas ao
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

instituições monetárias, bancárias e creditícias, criou


o Conselho Monetário Nacional-CMN e o Banco Cen- mercado de valores mobiliários (ações, debêntures
tral do Brasil e foi a base da reforma bancária, rees- etc.). Esta lei deu solução à falta de uma entidade que
truturando o sistema financeiro nacional, mediante o absorvesse a regulação e fiscalização do mercado de
estabelecimento de normas operacionais, rotinas de capitais, especialmente no que se referia às socieda-
funcionamento e procedimentos de qualificação aos des de capital aberto.
quais as entidades do sistema deveriam se subordi- • Lei nº 6.404, de 1976 (Lei das Sociedades Anônimas),
nar, bem como definiu as características e as áreas que estabeleceu regras quanto às características,
específicas de atuação das instituições financeiras. forma de constituição, composição acionária, es-
Esta lei reordenou os órgãos de aconselhamento e trutura de demonstrações financeiras, obrigações
de gestão da política monetária, do crédito e das fi- societárias, direitos e obrigações de acionistas e ór-

4
gãos estatutários e legais. Esta lei veio ao encontro • Seguradoras
da necessidade de atualização da legislação sobre • Outras Instituições
as sociedades anônimas brasileiras, especialmente
quanto aos aspectos de composição acionária, ne- Na cúpula do subsistema normativo encontra-se, desde
gociação de valores mobiliários (ações, debêntures então, o Conselho Monetário Nacional. Abaixo, encontram-
etc.) e modernização do fluxo de informação. -se o Banco Central do Brasil e a Comissão de Valores Mo-
• Lei nº 10.303, de 2001 (Nova Lei das S.A.), Decreto biliários (criada pela Lei nº 6.385, de 07.12.76). Esses órgãos
3.995 e MP 8 (estes de 2002), que consolidam os dis- normativos regulam, controlam e fiscalizam as instituições
positivos da Lei da CVM e da Lei das S.A., melhorando de intermediação, disciplinando todas as modalidades de
a proteção aos minoritários e dando força à ação da operações de crédito, ativas e passivas, assim como a emis-
CVM como órgão regulador e fiscalizador do merca- são e distribuição de valores mobiliários.
do de capitais, incluindo os fundos de investimento Cabe ainda assinalar que se estabeleceram relações es-
e os mercados de derivativos. A questão associada treitas entre o subsistema normativo e os agentes especiais
a esta legislação é que o mercado de capitais cada do subsistema de intermediação, porque a regulação e o
vez mais perdia espaço para o exterior pela ausência controle do subsistema de intermediação não se realizam
de proteção ao acionista minoritário e insegurança apenas por meio das normas legais expedidas pelas auto-
quanto às aplicações financeiras. ridades monetárias, mas também “pela oferta seletiva de
crédito, levada a efeito pelo Banco do Brasil e pelo Banco
O elenco de normas e a disciplina operacional são im- Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social” (Bar-
postos ao sistema por meio de resoluções, circulares, ins- bosa, op.cit. Lopes e Rossetti).
truções e atos declaratórios, direta ou indiretamente de- As demais instituições de intermediação, bancárias,
correntes de decisões do CMN. O conjunto destes atos não bancárias e auxiliares, passaram a operar em segmen-
normativos compõe o MNI - Manual de Normas e Instru- tos específicos dos mercados monetário, de crédito, de
ções do Banco Central do Brasil. capitais e cambial, subordinando-se às normas emanadas
A estrutura do SFN emergente da reforma de 1964/65 dos órgãos superiores.
foi a seguinte: Atualmente, a estrutura institucional do Sistema Fi-
nanceiro Nacional está composta na forma apresentada
Sistema Financeiro Nacional: a seguir, conforme o site do Banco Central do Brasil na
• Autoridades Monetárias internet.
• Autoridades de Apoio
• Instituições Financeiras Órgãos Normativos
Conselho Monetário Nacional – CMN
Autoridades Monetárias: Conselho Nacional de Seguros Privados – CNSP
• Conselho Monetário Nacional: Comissões Consultivas Conselho Nacional de Previdência Complementar –
• Banco Central do Brasil CNPC

Autoridades de Apoio: Entidades Supervisoras


• Comissão de Valores Mobiliários Banco Central do Brasil – Bacen e Comissão de Valores
• Banco do Brasil S/A Mobiliários – CVM (vinculados ao CMN)
• Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e So- Superintendência de Seguros Privados – Susep (vincu-
cial lados ao CNSP)
Superintendência Nacional de Previdência Comple-
Instituições Financeiras: mentar – PREVIC (vinculada ao CNPC)
• Bancos Comerciais Públicos e Privados
• Bancos Estaduais de Desenvolvimento Operadores (Supervisionados pelo Bacen)
• Bancos Regionais de Desenvolvimento
• Banco Nacional da Habitaçäo (BNH) Instituições Financeiras Captadoras de Depósitos à Vis-
• Caixa Econômica Federal (CEF) ta
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

• Caixas Econômicas Estaduais Bancos Múltiplos (inclusive o Banco do Brasil)


• Sociedades de Crédito Imobiliário Bancos Comerciais
• Associações de Poupança e Empréstimo Caixa Econômica Federal
• Cooperativas Habitacionais Cooperativas de Crédito (e Bancos Cooperativos)
• Soc. de Créd. Financ. e Investimento
• Bancos de Investimento Demais Instituições Financeiras
• Banco Nacional de Crédito Cooperativo (BNCC) Agências de Fomento
• Cooperativas de Crédito Associações de Poupança e Empréstimo
• Bolsas de Valores Bancos de Desenvolvimento
• Corretoras de Títulos e Valores Mobiliários Bancos de Investimento
• Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários

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Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e So- Ao longo da sua existência, o CMN teve diferentes
cial (BNDES) constituições de membros, de acordo com as exigências
Companhias Hipotecárias políticas e econômicas de cada momento, desde quatro
Cooperativas Centrais de Crédito membros, no governo Costa e Silva, até 15 membros, no
Sociedades de Crédito, Financiamento e Investimento governo Sarney. A Medida Provisória nº 542, de 30.06.94,
Sociedades de Crédito Imobiliário que editou o Plano Real, simplificou a composição do CMN,
Sociedades de Crédito ao Microempreendedor caracterizando seu perfil monetário, que passou a ser inte-
grado pelos seguintes membros:
Outros Intermediários Financeiros e Administradores de • Ministro da Fazenda (Presidente),
Recursos de Terceiros • Ministro de Planejamento, Orçamento e Gestão,
Administradores de Consórcio • Presidente do Banco Central.
Sociedades de Arrendamento Mercantil
Sociedades Corretoras de Câmbio O CMN é a entidade superior do sistema financeiro,
Sociedades Corretoras de Títulos e Valores Mobiliários sendo sua competência:
Sociedades de Crédito Imobiliário • adaptar o volume dos meios de pagamento às reais
Sociedades Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários necessidades da economia nacional e ao seu proces-
so de desenvolvimento;
Operadores (Supervisionados pela CVM) • regular o valor interno da moeda, prevenindo ou cor-
Bolsas de Mercadorias e de Futuros rigindo os surtos inflacionários ou deflacionários de
Bolsas de Valores origem interna ou externa;
• regular o valor externo da moeda e o equilíbrio do
Operadores (Supervisionados pela Susep) balanço de pagamentos do país;
Sociedades Seguradoras • orientar a aplicação dos recursos das instituições fi-
Sociedades de Capitalização nanceiras públicas ou privadas, de forma a garantir
Entidades Abertas de Previdência Complementar condições favoráveis ao desenvolvimento equilibra-
do da economia nacional;
Operadores (Supervisionados pela PREVIC)
• propiciar o aperfeiçoamento das instituições e dos
Entidades Fechadas de Previdência Complementar
instrumentos financeiros, de forma a tornar mais
(Fundos de Pensão)
eficiente o sistema de pagamento e mobilização de
recursos;
Sistemas de Liquidação e Custódia
• zelar pela liquidez e pela solvência das instituições fi-
Sistema Especial de Liquidação e Custódia – SELIC
nanceiras;
Central de Custódia e de Liquidação Financeira de Tí-
tulos – CETIP • coordenar as políticas monetária, creditícia, orçamen-
Caixas de Liquidação e Custódia tária, fiscal e da dívida pública interna e externa; e
• estabelecer a meta de inflação.
No que tange às instituições financeiras, a Lei da Refor-
ma Bancária (4.595/1964), art. 17, caracteriza-as da seguin- O Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP)
te forma: “Consideram-se instituições financeiras, para os É o órgão responsável por fixar as diretrizes e normas
efeitos da legislação em vigor, as pessoas jurídicas públicas e da política de seguros privados. É composto pelo Ministro
privadas, que tenham como atividade principal ou acessória da Fazenda (Presidente), representante do Ministério da
a coleta, a intermediação ou a aplicação de recursos finan- Justiça, representante do Ministério da Previdência Social,
ceiros próprios ou de terceiros, em moeda nacional ou es- Superintendente da Superintendência de Seguros Privados,
trangeira, e a custódia de valor de propriedade de terceiros”. representante do Banco Central do Brasil e representante
Em complemento, no seu parágrafo único, estabelece: da Comissão de Valores Mobiliários. Dentre as funções do
“Para os efeitos desta Lei e da legislação em vigor, equipa- CNSP estão:
ram-se às instituições financeiras as pessoas físicas que exer- • regular a constituição, organização, funcionamento e
çam qualquer das atividades referidas neste artigo, de forma fiscalização dos agentes que exercem atividades su-
permanente ou eventual”. bordinadas ao Sistema Nacional de Seguros Priva-
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

dos, inclusive aplicar penalidades;


6. Os Órgãos Normativos (autoridades monetárias) do • fixar itens gerais dos contratos de seguro, previdência
SFN privada aberta, capitalização e resseguro;
• prescrever os critérios de constituição das Socieda-
O Conselho Monetário Nacional des Seguradoras, de Capitalização, Entidades de
Como órgão normativo, por excelência, não lhe cabem Previdência Privada Aberta e Resseguradores, com
funções executivas, sendo o responsável pela fixação das fixação dos limites legais e técnicos das respectivas
diretrizes da política monetária, creditícia e cambial do País. operações e disciplinar a corretagem de seguros e a
Pelo envolvimento destas políticas no cenário econômico profissão de corretor.
nacional, o CMN acaba transformando-se num conselho de
política econômica.

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7. O Conselho Nacional de Previdência Complemen- pósitos compulsórios e voluntários dos bancos comerciais
tar (CNPC) e, ainda, Banco de crédito agrícola, comercial e industrial.
O Tesouro Nacional era o órgão emissor de papel-moeda.
Tem por finalidade regular o regime de previdência Assim, o Banco Central do Brasil era o banco emissor,
complementar operado pelas entidades fechadas de pre- mas realizava as emissões em função das necessidades do
vidência complementar, nova denominação do então Con- Banco do Brasil. Era também o banco dos bancos, mas não
selho de Gestão da Previdência Complementar. detinha com exclusividade os depósitos das instituições fi-
nanceiras. Era agente financeiro do Governo, pois fora en-
8. As Entidades Supervisoras do SFN carregado de administrar a dívida pública federal, mas não
era o caixa do Tesouro Nacional, tendo em vista que esta
8.1. O Banco Central do Brasil função era atribuída ao Banco do Brasil. Também era o ór-
gão formulador e executor da política de crédito, mas não
A Superintendência da Moeda e do Crédito, através da tinha o pleno controle do crédito, porque outros organis-
Lei nº 4.595, de 31.12.64, foi transformada em autarquia mos governamentais tinham idêntico poder.
federal, tendo sede e fôro na Capital da República, sob a Operacionalmente, os recursos do Banco Central eram
denominação de Banco Central do Brasil. Além da sua sede acessados automaticamente pelo Banco do Brasil, através
em Brasília, o BC (ou Bacen) possui representações regio- da “Conta Movimento”, para expansão do crédito e para
nais em Belém, Belo Horizonte, Curitiba, Fortaleza, Porto o custeio do Governo. Até 1988, as funções de autoridade
Alegre, Rio de Janeiro e São Paulo. O Bacen pode ser con- monetária exercidas pelo Banco do Brasil foram progressi-
siderado como: vamente transferidas ao Banco Central, e as atividades de
• banco dos bancos; administração da dívida pública federal, que vinham sendo
- depósitos compulsórios; exercidas pelo Banco Central, foram transferidas ao Tesouro
- redescontos de liquidez; Nacional.
• gestor do Sistema Financeiro Nacional;
8.2. A Comissão de Valores Mobiliários
- normas, autorizações, fiscalização, intervenção;
• executor da política monetária;
A Comissão de Valores Mobiliários-CVM foi criada pela
- determinação da taxa Selic; Lei nº 6.385, em 07/12/1976, e ficou conhecida como a Lei
- controle dos meios de pagamento (liquidez do mer- da CVM, pois, até aquela data, faltava uma entidade que
cado); absorvesse a regulação e a fiscalização do mercado de ca-
- orçamento monetário, instrumentos de política mone- pitais, especialmente no que se referia às sociedades de ca-
tária; pital aberto. A CVM fixou-se, portanto, como um órgão nor-
• banco emissor de moeda; mativo do sistema financeiro, especificamente voltado para
- emissão do meio circulante; o desenvolvimento, a disciplina e a fiscalização do mercado
- saneamento do meio circulante; de valores mobiliários não emitidos pelo sistema financeiro
• banqueiro do governo; e pelo Tesouro Nacional – basicamente, o mercado de ações
- financiamento ao Tesouro Nacional (via compra e ven- e debêntures, cupões desses títulos e bônus de subscrição.
da de títulos públicos); É uma entidade auxiliar, autônoma e descentralizada, mas
- administração da dívida pública interna e externa; vinculada, como autarquia, ao Governo Federal.
- gestor e fiel depositário das reservas internacionais do país; A Lei nº 10.303, mais popularmente conhecida como
- representante, junto às intituições financeiras interna- a Nova Lei das S.A., editada em 30/01/2001 consolidou e
cionais, do Sistema Financeiro Nacional; alterou os dispositivos da Lei nº 6.404, de 15/12/1976, Lei
• centralizador do fluxo cambial; das Sociedades Anônimas, da Lei da CVM e das pequenas
- normas, autorizações, registros, fiscalização, intervenção. modificações em ambas introduzidas, anteriormente, pela
Lei nº 9.457, de 15/05/1997.
Em resumo, é por meio do BC que o estado intervém Os poderes fiscalizatório e disciplinador da CVM foram
diretamente no sistema financeiro e, indiretamente, na eco- ampliados para incluir as Bolsas de Mercadorias e Futuros,
nomia. as entidades do mercado de balcão organizado e as en-
tidades de compensação e liquidação de operações com
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Para poder atuar como autoridade monetária plena, o


Banco Central exigiu cerca de 25 anos de aprimoramento. valores mobiliários que, da mesma forma que a Bolsa de
As dificuldades residiam no fato de, até a sua criação, as Valores, funcionam como órgãos auxiliares da Comissão de
Valores Mobiliários.
funções de banco central estarem sendo exercidas pela Su-
Elas operam com autonomia administrativa, financeira
perintendência da Moeda e do Crédito, pelo Banco do Bra-
e patrimonial e responsabilidade de fiscalização direta de
sil e pelo Tesouro Nacional. A Sumoc tinha a finalidade de
seus respectivos membros e das operações com valores
exercer o controle monetário, a fiscalização dos bancos co-
mobiliários que nelas realizadas, mas, sempre, sob a super-
merciais e a orientação da política cambial. O Banco do Bra- visão da CVM.
sil era o executor das normas estabelecidas pela Sumoc e Sob a disciplina e a fiscalização da CVM foram consoli-
exercia as funções de Banco do Governo Federal, controla- dadas as seguintes atividades:
dor das operações de comércio exterior, recebedor dos de-

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• emissão e distribuição de valores mobiliários no mer- 8.3. Conselho de Recursos do Sistema Financeiro
cado; Nacional
• negociação e intermediação no mercado de valores
mobiliários; O Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacio-
• negociação e intermediação no mercado de derivati- nal (CRSFN) é um conselho que julga em segunda e última
vos; instância administrativa os recursos interpostos contra Ba-
• organização, funcionamento e operações das Bolsas Cen, CVM e Secretaria de Comércio Exterior (do Ministério
de Valores; de Desenvolvimento, Indústria e Comércio).
• organização, funcionamento e operações das Bolsas O - CRSFN foi criado pelo Decreto n° 91.152, de 15.03.85.
de Mercadorias e Futuros; Transferiu-se do Conselho Monetário Nacional - CMN para
• auditoria das companhias abertas; o CRSFN a competência para julgar, em segunda e última
• serviços de consultor e analista de valores mobiliários. instância administrativa, os recursos interpostos das deci-
Redefiniram-se os valores mobiliários sujeitos ao regi- sões relativas à aplicação das penalidades administrativas
me da nova Lei, como sendo: referidas nos itens I a IV do art. 1° do referido Decreto. Per-
• ações, debêntures e bônus de subscrição;
manece com o CMN a competência residual para julgar os
• cupons, direitos, recibos de subscrição e certificados
demais casos ali previstos, por força do disposto no artigo
de desdobramento de valores mobiliários;
44, § 5°, da Lei 4.595/64.
• certificados de depósito de valores mobiliários;
Com o advento da Lei n° 9.069, de 29.06.95, mais espe-
• cédulas de debêntures;
cificamente em razão do seu artigo 81 e parágrafo único,
• cotas de fundos de investimento em valores mobi- ampliou-se a competência do CRSFN, que recebeu igual-
liários ou de clubes de investimento em quaisquer mente do CMN a responsabilidade de julgar os recursos
ativos; interpostos contra as decisões do Banco Central do Brasil
• notas comerciais; relativas a aplicação de penalidades por infração à legis-
• contratos futuros, de opções e outros derivativos, lação cambial, de capitais estrangeiros, de crédito rural e
cujos ativos subjacentes sejam valores mobiliários; industrial. O CRSFN tem o seu Regimento Interno aprovado
• outros contratos derivativos, independentemente dos pelo Decreto n° 1.935, de 20.06.96, com a nova redação
ativos subjacentes; e,
dada pelo Decreto n° 2.277, de 17.07.97, dispondo sobre
• quando ofertados publicamente, quaisquer outros
as competências, prazos e demais atos processuais vincu-
títulos ou contratos de investimento coletivo, que
lados às suas atividades.
gerem direito de participação, de parceria ou de re-
muneração, inclusive resultante de prestação de ser-
Atribuições
viços, cujos rendimentos advêm do esforço do em-
São atribuições do Conselho de Recursos: julgar em
preendedor ou de terceiros.
segunda e última instância administrativa os recursos in-
terpostos das decisões relativas às penalidades administra-
Foram textualmente excluídos do regime da nova Lei:
tivas aplicadas pelo Banco Central do Brasil, pela Comissão
• os títulos da dívida pública federal, estadual ou mu-
nicipal; de Valores Mobiliários e pela Secretaria de Comércio Exte-
• os títulos cambiais de responsabilidade de instituição rior; nas infrações previstas na legislação.
financeira, exceto as debêntures. O Conselho tem ainda como finalidade julgar os recur-
sos de ofício, interpostos pelos órgãos de primeira instân-
Em resumo, sob a ótica da Bovespa e da SOMA (So- cia, das decisões que concluírem pela não aplicação das
ciedade Operadora do Mercado de Ativos), a CVM tem penalidades previstas no item anterior.
por objetivos fundamentais: a) estimular a aplicação de A atual composição do CRSFN é a seguinte:
poupança no mercado acionário; b) assegurar o funciona- • 2 representantes do Ministério da Fazenda;
mento eficiente e regular das bolsas de valores e de outras • 1 representante do BaCen;
instituições auxiliares que operam nesse mercado; c) pro- • 1 representante da CVM;
teger os titulares de valores mobiliários (notadamente os • 4 representantes das entidades privadas representati-
pequenos e minoritários) contra emissões irregulares e ou- vas de classe;
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

tros tipos de atos ilegais, que manipulem preços de valores


mobiliários nos mercados primário e secundário de ações; Fique atento porque a composição mudou há poucos
d) fiscalização da emissão, do registro, da distribuição e da anos. Na composição antiga havia 1 representante do Mi-
negociação de títulos emitidos pelas sociedades anônimas nistério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio e ape-
de capital aberto. nas 1 representante do Ministério da Fazenda.
As entidades representativas de classe são divididas em
2 grupos: as titulares e as suplentes. A idéia é bem óbvia,
caso um representante de uma entidade titular não puder
participar da reunião, vai um suplente. São elas:

8
Titulares: Alguns Operadores do SFN
Associação Brasileira das Empresas de Capital Aberto
(ABRASCA); Os Bancos Múltiplos
Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Fi-
nanceiro e de Capitais (ANBIMA); Após as reformas do início dos anos 1960, a mais signi-
Comissão Nacional de Bolsas (CNB); ficativa mudança introduzida no Sistema Financeiro Nacio-
Federação Brasileira dos Bancos (FEBRABAN); nal foi a instituição dos Bancos Múltiplos, pela Resolução nº
Suplentes: 1.524, de 21.09.1988, do Banco Central do Brasil. Por esta
Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliá- resolução, foi facultado aos bancos comerciais, bancos de
rio e Poupança – ABECIP; desenvolvimento, bancos de investimento, sociedades de
Associação Nacional das Corretoras e Distribuidoras de crédito imobiliário e sociedades de crédito, financiamento
Títulos e Valores Mobiliários, Câmbio e Mercadorias e investimento a organização opcional em uma única ins-
– ANCORD; tituição financeira, através de processos de fusão, incorpo-
Conselho Consultivo do Ramo Crédito da Organização ração, cisão e transformação – ou ainda por constituição
das Cooperativas Brasileiras – OCB/CECO; direta. Os bancos múltiplos passaram a operar em todos
Instituto dos Auditores Independentes do Brasil – IBRA- os segmentos do sistema de intermediação financeira,
CON; mediante as seguintes carteiras especiais, sem vinculação
Os representantes são indicados em lista tríplice e esco- entre as fontes de recursos captados e as suas aplicações:
lhidos pelo Ministro da Fazenda (dão 3 opções de represen- • carteira comercial;
tante e o Ministro decide quem é o “melhor”). Eles têm man- • carteira de desenvolvimento (no caso de bancos múl-
tiplos públicos);
dato de 2 anos e podem ser reconduzidos por mais 2 anos.2
• carteira de investimentos (no caso de bancos múlti-
plos privados);
A Superintendência de Seguros Privados (Susep)
• carteira de crédito imobiliário;
É autarquia vinculada ao Ministério da Fazenda, respon-
• carteira de crédito, financiamento e investimento;
sável pelo controle e fiscalização do mercado de seguro,
• carteira de arrendamento mercantil.
previdência aberta e capitalização. Dentre suas atribuições
estão:
O Banco do Brasil
• fiscalizar a constituição, organização, funcionamento
e operação das sociedades seguradoras, de capitali- O Banco do Brasil (BB) teve uma função típica de auto-
zação, entidades de previdência privada aberta e res- ridade monetária até janeiro de 1986, quando, por decisão
seguradores, na qualidade de executora da política do CMN, foi suprimida a conta movimento, que colocava o
traçada pelo CNSP; BB na posição privilegiada de banco corresponsável pela
• atuar no sentido de proteger a captação de poupança emissão de moeda, via ajustamento das contas das autori-
popular que se efetua através das operações de se- dades monetárias e do Tesouro Nacional.
guro, previdência privada aberta, de capitalização e No período do pós-guerra até as reformas de 1964-65,
resseguro; a despeito da criação da SUMOC, o Banco do Brasil conti-
• zelar pela liquidez e solvência das sociedades que in- nuou exercendo funções executivas de autoridade mone-
tegram o mercado; tária, atuando como banco dos bancos, agente financeiro
• disciplinar e acompanhar os investimentos daquelas do governo, depositário e administrador das reservas in-
entidades, em especial os efetuados em bens garan- ternacionais do país e emprestador de última instância do
tidores de provisões técnicas; sistema financeiro.
• cumprir e fazer cumprir as deliberações do CNSP e Após as reformas de 1964-65, o Banco do Brasil perdeu
exercer as atividades por este lhe delegadas; a maior parte das atribuições típicas de um banco central,
• prover os serviços de secretaria executiva do CNSP. como a Carteira de Redescontos, a Caixa de Mobilização
Bancária, a concessão de créditos ao Tesouro Nacional.
Superintendência Nacional de Previdência Complemen- Com a reforma de 1986, e as consequentes redefinições
tar – PREVIC de papéis do Bacen e do Banco do Brasil, este passou a
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

É uma autarquia de natureza especial, dotada de au- operar sob padrões bem próximos de um banco comer-
tonomia administrativa e financeira e patrimônio próprio, cial qualquer. Hoje, o BB é um conglomerado financeiro de
vinculada ao Ministério da Fazenda, com sede e foro no ponta, que, aos poucos, se ajustou à estrutura de um banco
Distrito Federal, tendo atuação em todo o território nacio- múltiplo tradicional, embora ainda opere, em muitos casos,
nal como entidade de fiscalização e supervisão das ativida- como agente financeiro do Governo Federal. É o principal
des das entidades fechadas de previdência complementar executor da política oficial de crédito rural. Conserva, ainda,
e de execução das políticas para o regime de previdência funções que não são próprias de um banco comercial co-
complementar operado pelas referidas entidades. mum, mas típicas do parceiro principal do governo federal
na prestação de serviços bancários, como:

2 Fonte: www.conhecimentosbancarios.blogspot.com.br

9
• administrar a Câmara de Compensação de cheques e A Caixa Econômica Federal
outros papéis;
• efetuar os pagamentos e suprimentos necessários à As caixas econômicas são instituições de cunho eminen-
execução do Orçamento Geral da União; temente social, concedendo empréstimos e financiamentos
• a aquisição e o financiamento dos estoques de produ- a programas e projetos de assistência social, saúde, educa-
ção exportável; ção, trabalho, transportes urbanos e esporte, sendo seu úni-
• agenciamento dos pagamentos e recebimentos fora co representante, hoje, a Caixa Econômica Federal, resultado
do país; da unificação, pelo Decreto-Lei nº 759, de 12/08/1969, das
• a execução da política de preços mínimos dos produ- 23 Caixas Econômicas Federais até então existentes.
tos agropastoris; Suas origens confundem-se com as dos primeiros bancos
• a execução do serviço da dívida pública consolidada; comerciais. Estes, pela falta de interesse em captar pequenos
• a realização, por conta própria, de operações de com- valores e pelos altos riscos dos empreendimentos em que
pra e venda de moeda estrangeira e, por conta do se envolviam, afastavam os pequenos depositantes. Assim,
BC, nas condições estabelecidas pelo CMN; surgida da iniciativa particular, a primeira caixa econômica
• o recebimento, a crédito do Tesouro Nacional, das im- que se constituiu no país (Rio de Janeiro) remonta a 1831,
portâncias provenientes da arrecadação de tributos que não obteve êxito. Em 1860, o Governo Imperial criou
ou rendas federais; e, outra instituição do gênero, que começou a operar em 1861
• como principal executor dos serviços bancários de (que corresponde hoje à Caixa Econômica Federal do Rio
interesse do Governo Federal, inclusive suas autar- de Janeiro). Em 1955, o Parlamento rejeitou projeto de lei
quias, receber em depósito, com exclusividade, as para autorizar a caixa a conceder financiamentos para a casa
disponibilidades de quaisquer entidades federais, própria, permanecendo suas operações limitadas ao atendi-
compreendendo as repartições de todos os minis- mento de necessidades populares de curto prazo. Atenden-
térios civis e militares, instituições de previdência e do a essa faixa de crédito, a caixa federal abriu agências em
outras autarquias, comissões, departamentos, entida- todos os Estados da União. Ao mesmo tempo, devido a sua
des em regime especial de administração e quaisquer reduzida flexibilidade operacional, ensejou o aparecimento
pessoas físicas ou jurídicas responsáveis por adianta- de caixas estaduais, inicialmente em São Paulo, Minas, Rio
mentos. Grande do Sul, Santa Catarina e Goiás. Mas só a partir de
1964, com a instituição do mecanismo da correção mone-
Os Bancos Comerciais tária, com a criação das cadernetas de poupança e com a
integração das caixas econômicas no SFH e no SBPE, é que
Os bancos comerciais se dedicam à captação e aplica- as atividades dessas instituições foram dinamizadas. Hoje
ção de recursos financeiros em operações de curto e médio encontram-se todas extintas, exceto a CEF.
prazos, normalmente de até um ano, bem como prestam A CEF é uma instituição financeira responsável pela ope-
serviços de pagamentos e recebimentos ao público em ge- racionalização das políticas do Governo Federal para habi-
ral, a partir de uma estrutura descentralizada que é propor- tação popular e saneamento básico, caracterizando-se cada
cionada por sua capacidade de abrir agências bancárias. No vez mais como o banco de apoio ao trabalhador de baixa
Brasil, atualmente, os bancos comerciais geralmente estão renda.
integrados em uma estrutura de banco múltiplo, a partir da À CEF é permitido atuar nas áreas de atividades relativas
qual exercem, total ou parcialmente, uma diversificada gama a bancos comerciais, sociedades de crédito imobiliário e de
de operações monetárias e financeiras. saneamento e infra-estrutura urbana, além de prestação de
Para atender aos seus objetivos, os bancos comerciais serviços de natureza social, delegada pelo Governo Federal.
podem: a) descontar títulos; b) realizar operações de aber- Suas principais atividades estão relacionadas com a cap-
tura de crédito simples ou em conta corrente (contas ga- tação de recursos em cadernetas de poupança, em depósi-
rantidas); c) realizar operações especiais, inclusive de crédito tos judiciais e a prazo, e sua aplicação em empréstimos vin-
rural, de câmbio e comércio internacional; d) captar depósi- culados, preferencialmente à habitação. Os recursos obtidos
tos à vista e a prazo e recursos nas instituições oficiais, para junto ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço-FGTS são
repasse aos clientes; e) obter recursos externos para repasse; direcionados, quase na sua totalidade, para as áreas de sa-
e f) efetuar a prestação de serviços, inclusive mediante con- neamento e infra-estrutura urbana.
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

vênio com outras instituições. A CEF exerce a administração de loterias, de fundos e de


É importante frisar que a captação de depósitos à vista, programas, entre os quais destacavam-se o FGTS, o Fundo de
que nada mais são do que as contas correntes livremente Compensação de Variações Salariais-FCVS, o Programa de In-
movimentáveis, é a atividade básica dos bancos comerciais, tegração Social-PIS, o Fundo de Apoio ao Desenvolvimento
configurando-os como instituições financeiras monetárias. Social-FAS e o Fundo de Desenvolvimento Social-FDS.
Tal captação de recursos, junto com a captação via CDB e
RDB, cobrança de títulos e arrecadação de tributos e tarifas Bancos de Câmbio
públicas, permite aos bancos repassar tais recursos aos seus
clientes, em especial às empresas, sob a forma de emprésti- Os bancos de câmbio são instituições financeiras autori-
mos que vão girar a atividade produtiva (estoques, salários zadas a realizar, sem restrições, operações de câmbio e ope-
etc.). rações de crédito vinculadas às de câmbio, como financia-

10
mentos à exportação e importação e adiantamentos sobre parcelas mensais do consorciado). No contrato deve haver,
contratos de câmbio, e ainda a receber depósitos em contas ainda, as condições para concorrer à contemplação por sor-
sem remuneração, não movimentáveis por cheque ou por teio, bem como as regras da contemplação por lance.
meio eletrônico pelo titular, cujos recursos sejam destina- O interesse do grupo de consórcio prevalece sobre o in-
dos à realização das operações acima citadas. Na denomi- teresse individual do consorciado. Os grupos de consórcio
nação dessas instituições deve constar a expressão “Banco caracterizam-se como sociedade não personificada com pa-
de Câmbio” (Res. CMN 3.426, de 2006). trimônio próprio, o qual não deve ser confundido com o pa-
trimônio dos demais grupos nem com o da administradora.
Bancos Cooperativos
Contemplação no consórcio
O Banco Central, através da Resolução 2.193, de
31/08/1995, autorizou a constituição de bancos comerciais A contemplação é atribuição de crédito ao consorciado
na forma de sociedades anônimas de capital fechado, com para a aquisição de bem ou serviço.
participação exclusiva de cooperativas de crédito singulares,
exceto as do tipo Luzzati (as que admitem a participação
de não-cooperados) e centrais de cooperativas, bem como FIQUE ATENTO!
de federações e confederações de cooperativas de crédito,
com atuação restrita à Unidade da Federação de sua sede, O vendedor do consórcio não pode prometer
cujo Patrimônio de Referência-PR deverá estar enquadrado a contemplação imediata. Mesmo se houver
nas regras do Acordo de Basiléia. Não podem participar no quitação ou antecipação do pagamento de
prestações, só há duas maneiras de você ser
capital social de instituições financeiras autorizadas a fun-
contemplado: o sorteio e o lance.
cionar pelo BC, nem realizar operações de swap por conta
de terceiros.
O Banco Central deu autorização para que as coopera-
tivas de crédito abrissem seus próprios bancos comerciais, Os critérios para participar dos sorteios e para ofere-
podendo fazer tudo o que qualquer outro banco comercial cimento de lances devem estar previstos no seu contrato,
faz: ter talão de cheques, emitir cartão de crédito, fazer a que deve, inclusive, indicar se há possibilidade de ofereci-
compensação de documentos e, principalmente, passar a mento de lance ou realização de sorteios pela internet. Os
administrar a carteira de crédito antes sob responsabilidade critérios de desempate também devem estar previamente
definidos.
das cooperativas.
Lembre-se de que as contemplações dependem da
Através da Resolução 2.788, de 30/11/2000, o BC reno-
existência de recursos em seu grupo.
vou as regras para a constituição de bancos cooperativos,
A contemplação por lance somente pode ocorrer de-
cuja atuação deve observar no cálculo do patrimônio líquido
pois de efetuadas as contemplações por sorteio ou se estas
exigido os mesmos fatores e parâmetros estabelecidos pela
não forem realizadas por insuficiência de recursos do gru-
regulamentação em vigor para os bancos comerciais e múl-
po de consórcio.
tiplos.
Uma vez contemplado, o consorciado terá a faculdade
de escolher o fornecedor e o bem desde que respeitada a
Administradoras de Consórcio categoria em que o contrato estiver referenciado.
O fato de a administradora eventualmente ser vincu-
Pessoas físicas e jurídicas podem usar os serviços de uma lada a alguma concessionária, revendedora ou montadora
administradora para adquirir bens e serviços na forma de au- de bens não pode restringir a liberdade de escolha do con-
tofinanciamento. sorciado.
Consórcio é a reunião de pessoas naturais e jurídicas
em grupo, com prazo de duração e número de cotas pre-
viamente determinados, promovida por administradora de
consórcio, com a finalidade de propiciar a seus integrantes,
de forma isonômica, a aquisição de bens ou serviços, por
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

meio de autofinanciamento.
A administradora de consórcios é a pessoa jurídica pres-
tadora de serviços com objeto social principal voltado à ad-
ministração de grupos de consórcio, constituída sob a forma
de sociedade limitada ou sociedade anônima.
A adesão de um consorciado a um grupo de consórcio
se dá mediante assinatura de contrato de participação. Nes-
se contrato, devem estar previstos os direitos e os deveres
das partes, tais como a descrição do bem a que o contrato
está referenciado e seu respectivo preço (que será adotado
como referência para o valor do crédito e para o cálculo das

11
Cooperativas de Crédito
#FicaDica
A Lei 5.764, de 16/12/1971, definiu a Política Nacional
O que fazer quando o bem de interesse do
de Cooperativismo como sendo a atividade decorrente das
consorciado for de valor diferente ao do con-
iniciativas ligadas ao sistema cooperativo, originárias de
trato:
setor público ou privado, isoladas ou coordenadas entre
- Para adquirir um bem de maior valor, o con-
si, desde que reconhecido o seu interesse público, e insti-
sorciado ficará responsável pelo pagamento da
tuiu o regime jurídico das sociedades cooperativas. Na lei
diferença de preço.
- Caso você decida adquirir bem, conjunto de ficou estabelecido que celebram o contrato de sociedade
bens, serviço ou conjunto de serviços com pre- cooperativa as pessoas que, reciprocamente, se obrigam a
ço inferior ao valor do respectivo crédito, a di- contribuir com bens ou serviços para o exercício de uma
ferença deve ser utilizada, a seu critério, para: atividade econômica, de proveito comum, sem objetivo de
- pagamento de obrigações financeiras, vin- lucro, e classificou as sociedades cooperativas como:
culadas ao bem ou serviço, observado o limi- • singulares, as constituídas pelo número mínimo de 20
te total de 10% do valor do crédito objeto da (vinte) pessoas físicas, sendo excepcionalmente per-
contemplação, relativamente às despesas com mitida a admissão de pessoas jurídicas que tenham
transferência de propriedade, tributos, regis- por objeto as mesmas ou correlatas atividades eco-
tros cartoriais, instituições de registro e segu- nômicas das pessoas físicas ou, ainda, aquelas sem
ros; fins lucrativos;
- quitação das prestações vincendas na forma • centrais de cooperativas ou federações de cooperati-
estabelecida no contrato; vas, as constituídas de, no mínimo, 3 (três) singula-
- devolução do crédito em espécie ao consor- res, podendo, excepcionalmente, admitir associados
ciado quando suas obrigações financeiras para individuais.
com o grupo estiverem integralmente quitadas. Quanto aos tipos de operações a que estão autorizadas,
as cooperativas de crédito podem:
• na ponta da captação: a) captar depósitos, somente
de associados, sem emissão de certificado; b) obter
Corretoras de câmbio
empréstimos ou repasses de instituições financeiras
nacionais ou estrangeiras; c) receber recursos oriun-
As corretoras de câmbio atuam, exclusivamente, no
dos de fundos oficiais e recursos, em caráter eventu-
mercado de câmbio, intermediando operações entre clien-
al, isentos de remuneração, ou a taxas favorecidas,
tes e bancos ou comprando e vendendo moedas estran-
de qualquer entidade, na forma de doações, emprés-
geiras de/para seus clientes.
Popularmente conhecidas como casas de câmbio, por timos ou repasses;
sua expressiva atuação na compra e venda de moeda es- • na ponta de empréstimos: a) conceder créditos e pres-
trangeira em espécie, as corretoras de câmbio também tar garantias, inclusive em operações realizadas ao
realizam operações financeiras de ingresso e remessa de amparo da regulamentação do crédito rural, em fa-
valores do/para o exterior e operações vinculadas a impor- vor de produtores rurais, somente a associados; b)
tação e exportação, desde que limitadas ao valor de US$ aplicar recursos no mercado financeiro, inclusive em
100.000,00 ou o seu equivalente em outras moedas. depósitos à vista e a prazo, com ou sem a emissão de
certificado, observadas eventuais restrições legais e
regulamentares específicas de cada aplicação;
#FicaDica • na ponta de serviços: a) prestar serviços de cobran-
ça, de custódia, de recebimentos e pagamentos por
Diferença entre banco de câmbio e corretora conta de terceiros, sob convênio com instituições
de câmbio: públicas e privadas; b) prestar serviços de correspon-
A diferença com relação aos bancos que ope- dente no país, nos termos da regulamentação em
ram em câmbio é que estes, além de atuarem vigor.
sem limites de valor, podem realizar outras mo-
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

dalidades de operação como financiamentos a Bancos de Investimento


exportações e importações, adiantamentos so-
bre contratos de câmbio e operações no mer- As bases para a criação de bancos de investimento no
cado futuro de dólar em bolsa de valores. Brasil foram estabelecidas pela Lei nº 4.728/1965, que dis-
ciplinou o mercado de capitais, fixou diretrizes para seu
desenvolvimento, instituiu as condições de acesso a esse
mercado e estruturou o sistema de distribuição de títulos
ou valores mobiliários. Criados para canalizar recursos de
médio e longo prazo para o suprimento de capital fixo ou
de giro das empresas privadas, os bancos de investimento

12
operam em um segmento bem específico do sistema de in-
termediação financeira, viabilizando operações diferencia- #FicaDica
das, quanto aos prazos e montantes, das praticadas pelos
bancos comerciais. Características
Em síntese, são as seguintes as operações ativas que • São empresas NÃO financeiras;
• Constituídas sobre a forma de uma S.A;
podem ser praticadas pelos BIs: a) empréstimos, a prazo
mínimo de um ano, para financiamento de capital fixo; b)
Receitas das Administradoras de Cartão de
empréstimos, a prazo mínimo de um ano, para financia-
Crédito
mento de capital de giro; c) aquisição de ações, obrigações
• Anuidade: cobrada ao portador para se asso-
e quaisquer outros títulos e valores mobiliários, para in-
ciar a sistema de cartão de crédito.
vestimento ou revenda no mercado de capitais (operações
• Algumas administradoras já estão deixando
de underwriting); d) repasses de empréstimos obtidos no
de cobrar essa tarifa;
exterior; e) prestação de garantia em empréstimos no país
• Comissão: percentual pago pelo estabele-
ou provenientes do exterior; f) gestão de fundos de inves-
cimento a administradora pela utilização por
timentos.
parte do usuário;
Para atender a esse conjunto de operações, os bancos
• Remuneração de Garantia e Taxa de Admi-
de investimentos podem captar recursos no país e no exte-
nistração: cobradas ao portador quando este
rior. A captação interna é feita mediante depósitos a prazo
efetua compra parceladas pelo cartão.
fixo. Além disso, esses bancos repassam recursos de insti-
tuições oficiais do país, notadamente do BNDES. Contam
ainda com recursos decorrentes da colocação, no mercado
de capitais, de títulos e debêntures, assim como de venda Administradoras de cartões de crédito em sentido
de quotas de fundos de investimento por eles administra- estrito: conceito e fiscalização pelos entes reguladores
dos. do Sistema Financeiro Nacional

Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Quando não há o pagamento integral da fatura, as ad-
Social ministradoras de cartão de crédito em sentido estrito que
atuam como emissoras representam o portador do cartão
O BNDES é a instituição responsável pela política de in- perante uma instituição financeira, que assume a posição
vestimentos de longo prazo do Governo Federal. É a prin- de credora na relação jurídica do contrato de mútuo.
cipal instituição financeira de fomento do país e tem como O art. 17 da Lei nº 4.595/1964 determina que só podem
objetivos: a) impulsionar o desenvolvimento econômico e ser consideradas instituições financeiras as pessoas que te-
social do país; b) fortalecer o setor empresarial nacional; c) nham como atividade principal ou acessória a coleta, inter-
atenuar os desequilíbrios regionais, criando novos pólos de mediação ou aplicação de recursos financeiros.
produção; d) promover o desenvolvimento integrado das Em outras palavras, para os efeitos da legislação em vi-
atividades agrícolas, industriais e de serviços; e) promover gor, só é instituição financeira a entidade que pratica rei-
o crescimento e a diversificação das exportações. teradamente um conjunto de atos tendentes à finalidade
Para a consecução desses objetivos, conta com um de intermediação econômica, consistente na aproximação
conjunto de fundos e programas especiais de fomento. Foi entre poupadores e tomadores de recurso. Confira o ensi-
também da responsabilidade do BNDES, durante os gover- namento da doutrina a esse respeito:
nos Collor, Itamar e FHC, o encargo de gerir todo o proces- Outra forma tão ou mais importante de intermedia-
so de privatização das empresas estatais. ção financeira consiste na transferência de fundos dos
agentes econômicos superavitários para os deficitários.
As Sociedades Administradoras de Cartões de Cré- Indivíduos e empresas trabalham e produzem, gerando
dito renda, ao mesmo tempo em que consomem e investem.
Tipicamente, ao longo da vida há fases em que se gera
São empresas prestadoras de serviços, que fazem a in- mais renda do que é necessário para financiar os gastos, e
termediação entre os portadores de cartões, os estabeleci- outras em que se observa o oposto. No primeiro caso, há
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

mentos afiliados, as bandeiras (Visa, MasterCard etc.) e as um excedente líquido, que pode ser poupado para finan-
instituições financeiras. ciar gastos acima da renda em outras fases.
Um dos principais papeis do sistema financeiro é inter-
mediar recursos entre as unidades econômicas que, em de-
terminado momento, estão superavitárias e as que, na mes-
ma época, estão deficitárias.
(...)
De um lado, as instituições financeiras tipicamente acei-
tam pequenas aplicações financeiras, como muitas reali-
zadas com o uso da popular caderneta de poupança, jun-
tando-as depois em empréstimos de elevado valor, como

13
costuma ser o caso de créditos imobiliários ou às empresas. Tal representação decorre do mandato conferido pelo
Ao fazerem essa transmutação de tamanho, as instituições titular do cartão e não se confunde, de forma alguma, com
financeiras permitem que os pequenos poupadores invistam, o conceito técnico de intermediação financeira.
indiretamente, em grandes operações, sem que seja necessá- Como mencionado alhures, o art. 17 da Lei nº 4.595/1964
rio as partes incorrerem nos elevados custos de transação que evidencia que a atividade de intermediação financeira só
seriam inevitáveis no caso de uma operação direta. pode estar caracterizada quando presentes alguns pressu-
No bojo do plexo de operações envolvidas no sistema postos indispensáveis, consistentes na demonstração de
de cartões de crédito, as administradoras são tidas como que determinado ente atua de forma profissional no senti-
emissoras, ou seja, como entidades que emitem e geren- do de captar recursos junto aos agentes superavitários da
ciam os cartões de crédito, mantendo relacionamento com economia (poupadores), por meio de um plexo de ope-
o portador para qualquer questão decorrente da posse e do rações passivas, para transmiti-los aos agentes deficitários
uso de seus cartões. (tomadores), por intermédio de um conjunto de operações
Assim, cabe a tais administradoras a relação com o por- ativas.
tador do cartão de pagamento quanto à: (a) habilitação, (b) De forma bastante simplificada, essa é a tarefa principal
identificação, (c) autorização, (d) liberação de limite de cré- desempenhada por instituições financeiras. E é o descasa-
dito ou saldo em conta corrente, (e) fixação de encargos mento entre os prazos dos dois tipos de operação (passiva
financeiros, (f) cobrança de fatura e (g) definição de progra- e ativa), combinado ao risco das atividades envolvidas, um
mas de benefícios. dos fatores que justificam a fiscalização das instituições fi-
Atualmente, no Brasil, dois tipos de instituição podem nanceiras por parte das entidades reguladoras.
emitir cartões de crédito, quais sejam: 1) instituições finan- Ora, as administradoras de cartões de crédito em sen-
ceiras, que emitem e administram cartões próprios ou de tido estrito não realizam operações passivas de captação
terceiros e concedem financiamento direto aos portadores; de recursos no mercado (poupança, conta corrente etc.),
2) administradoras em sentido estrito, que são empresas nem operações ativas. Isso porque, na qualidade de man-
não financeiras que emitem e administram cartões próprios datárias de seus clientes, elas não figuram como credoras
ou de terceiros, mas não financiam os seus clientes. ou devedoras dos financiamentos obtidos junto a bancos.
Em caso de pagamento inferior ao valor total da fatura
Na relação jurídica atinente a tais contratos de mútuo,
mensal, o saldo restante passa, automaticamente, ao crédito
figuram, como credora, a instituição financeira (que não
rotativo e é corrigido até que ocorra o pagamento integral.
se confunde com a administradora em sentido estrito), e,
Esse pagamento parcial dá ensejo à celebração de um
como devedor, o portador do cartão, representado pela
contrato de mútuo e, nas hipóteses em que as instituições
administradora. Há, ressalte-se, mera representação, de-
financeiras são as emissoras do cartão, elas próprias assu-
corrente do mandato embutido na operação com cartão
mem a posição de mutuante.
de crédito, mas não intermediação financeira propriamente
Situação diversa ocorre nos casos em que as administra-
doras em sentido estrito figuram como emissoras, porquan- dita.
to, nessas hipóteses, por não captarem recursos junto aos Note-se que o fato de a administradora ser interme-
poupadores e não atuarem como intermediadoras financei- diária de operação financeira (entre portador de cartão de
ras, elas não podem ser mutuantes. Então, para financiar as crédito e instituição financeira), nesses termos, não signi-
dívidas de seus clientes, elas representam os portadores pe- fica que ela própria realize intermediação financeira. Mes-
rante instituições financeiras, obtendo financiamentos cujos mo porque, como dito, não faz parte de sua atividade a
encargos são suportados pelos clientes. Atuam, pois, como captação de recursos de poupadores e sua transmissão a
simples mandatárias desses. tomadores.
A permissão para a administradora obter o financia- A esse propósito, são bastante elucidativas as palavras
mento é dada pela chamada cláusula-mandato, por meio de Eduardo Fortuna, expostas na clássica obra Mercado Fi-
da qual o titular outorga mandato especial para ela repre- nanceiro: produtos e serviços:
sentá-lo junto a qualquer instituição financeira e obter fi- As administradoras de Cartões de Crédito não são em-
nanciamento no valor do saldo devedor. presas financeiras e sim empresas prestadoras de serviço,
Isso porque, como dito, independentemente da natureza que fazem a intermediação entre os portadores de cartões,
da entidade emissora, os financiamentos são feitos por ban- os estabelecimentos afiliados, as bandeiras (Visa, Mastercard
cos, haja vista que as administradoras de cartões de crédito etc.) e as instituições financeiras. Eventualmente, para, en-
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

não financeiras são proibidas de financiar seus clientes. Se o tre outras razões, contornar as dificuldades legais e fiscais
fizerem, atuando indevidamente como instituições financei- envolvidas na cobrança das taxas de juros do parcelamento
ras, serão submetidas a sanções administrativas e penais, pre- das vendas a prazo através do cartão, as administradoras
vistas nas Leis nº 4.595/64 e 7.492/86, respectivamente. estão se transformando em instituições financeiras (...). (Res-
Resta evidente, por conseguinte, que, nos casos em que saltou-se)
não há o pagamento integral da fatura e as administrado- Ainda, são oportunas as lições do professor Alcio Ma-
ras de cartão de crédito em sentido estrito figuram como noel de Sousa Figueiredo:
emissoras, essas realizam mera representação do portador Da interpretação conjunta dos arts. 17 e 18, da Lei
do cartão (seu cliente) perante uma instituição financeira, 4.595/1964, art. 1º da Lei 7.492/1986, somente são consi-
que assume a posição de credora na relação jurídica do deradas instituições financeiras as empresas públicas ou
contrato de mútuo. privadas que efetuem captação de recursos financeiros em

14
moeda corrente, o que não ocorre no contrato de cartão de Saliente-se que o Superior Tribunal de Justiça, em vários
crédito entre a administradora e o consumidor, haja vista julgados, reconhece a distinção entre as atividades desem-
que a relação jurídica entre consumidor e emissora do cartão penhadas por administradoras de cartões de crédito em
de crédito consiste na prestação de serviços, para a aquisição sentido estrito e aquelas desenvolvidas por instituições fi-
de produtos e serviços no mercado de consumo. nanceiras.
(...) Nessa linha, cumpre trazer à baila trechos do voto con-
Da simples análise das operações econômicas entre a dutor do acórdão prolatado no julgamento do Recurso
emissora do cartão de crédito e o titular do cartão (consumi- Especial nº 473.627/RS, em que se discutiu a viabilidade
dor), não se verifica qualquer atividade de captação ou in- de ajuizamento de ação de prestação de contas com o ob-
termediação de recursos no mercado financeiro. A busca de jetivo de verificar a exatidão e a legitimidade dos valores
recursos para o pagamento das notas de compras em poder cobrados por administradora de cartão de crédito:
dos fornecedores credenciados não possui qualquer relação (...) Os contratos que disciplinam o financiamento par-
jurídica com o contrato de adesão e prestação de serviços cial das compras do consumidor através de cartão de crédito
que originou as notas de compras efetuadas pelo consumi- contêm cláusula segundo a qual a administradora deverá
dor (...). obter, no mercado financeiro, recursos para o parcelamento
Convém destacar, ademais, que os ensinamentos dou- das compras, o que faz em nome do consumidor, como sua
trinários de Waldirio Bulgarelli corroboram a argumenta- procuradora.
ção aqui desenvolvida, porquanto evidenciam que o cartão (...)
de crédito envolve um complexo de operações e que a ora A natureza jurídica desta cláusula é a de contrato (aces-
sório) de mandato, inserido no contrato (principal) de car-
denominada administradora em sentido estrito, quando
tão de crédito firmado entre recorrente e recorrida. Por meio
atua como mandatária de seus clientes, firma, em nome
desse mandato, a administradora de cartões de crédito é
deles, contratos de abertura de crédito com instituições fi-
constituída mandatária para praticar ato no interesse do ti-
nanceiras. tular do cartão de crédito, qual seja, o de saldar o seu débito
Assim, afirma o autor que “o cartão de crédito é um no vencimento com recursos captados em seu nome.
negócio jurídico complexo, verdadeira ‘operação polifacé- (...)
tica”, que envolve Ademais, não é crível que a administradora não consiga
contrato de adesão entre o titular por si, ou pela socieda- comprovar o valor das despesas efetuadas junto a institui-
de emissora como sua mandatária, e a instituição financeira, ções financeiras e que são repassadas ao titular, depois de
um contrato de abertura de crédito (ou de financiamento em serem somadas à remuneração cobrada por ela, a título de
geral, quais sejam as condições, como por exemplo o cha- custo de financiamento e demais encargos, se os respectivos
mado credit revolving); (...). Desta forma, é difícil de aceitar débitos são lançados à conta do usuário do cartão em valor
o papel da sociedade emissora, senão como um providencial determinado pela própria administradora. Destarte, o inte-
intermediário em favor do fornecedor e da instituição finan- resse do mandante é patente, haja vista que, segundo juris-
ceira. prudência do STJ, esse “tem o direito de saber como a man-
No trecho, o doutrinador não diz que a emissora reali- datária está cumprindo com a sua obrigação, que deve ser
za intermediação financeira; apenas menciona que ela faz a de preservar o interesse da mandante e celebrar contratos
(mera) intermediação de operação, que beneficia a institui- mais favoráveis à pessoa que representa.” (RESP 457.391/RS,
ção financeira (pessoa jurídica distinta). Em outra passagem Rel. Min. Ruy Rosado de Aguiar, DJ de 16.12.2002).
da mesma obra, ele deixa clara a distinção entre a socieda- Cumpre salientar que o art. 1º, § 1º, inciso VI, da Lei
de emissora do cartão (em sentido estrito) e a instituição Complementar nº 105/01 não justifica a classificação das
financeira, verbis: administradoras de cartões de crédito como instituições fi-
A sociedade emite o cartão em favor do titular, que dele nanceiras, porquanto nesse dispositivo está dito, de forma
poderá utilizar-se junto à rede de fornecedores, presa por peremptória, que aquelas empresas são consideradas insti-
um contrato com a sociedade emissora; o titular autoriza tuições financeiras tão somente para os efeitos da referida
ainda a sociedade emissora a contrair financiamento com os Lei Complementar. É o que demonstra o pronunciamento
bancos, em seu nome, o que lhe permitirá saldar as contas, do saudoso Min. Carlos Alberto Menezes Direito no julga-
mento do Recurso Especial nº 466.784/RS (Terceira Turma,
em prazo e condições determinados pelos mesmos bancos.
DJ de 25/8/2003), in verbis:
(Ressaltou-se)
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Entendo, tal e qual o Acórdão recorrido, que as admi-


No mesmo sentido, Waldo Fazzio Júnior esclarece que
nistradoras de cartão de crédito não são instituições finan-
“a diferença entre os cartões de crédito bancários e não ceiras, como destaquei em voto no REsp nº 399.353/RS,
bancários reside na natureza da instituição emissora” e que antes mencionado, pedindo vênia para reproduzir o trecho
a distinção adquire relevância quando se contemplam as que se segue, verbis:
relações entre usuários e as sociedades administradoras de “(...)
cartões. Quando a empresa emissora do cartão não é uma Mas, de todos os modos, até o momento não encontro ra-
instituição bancária, e em caso de parcelamento do saldo zão suficiente para alterar meu convencimento. Nem mesmo
devedor pelo usuário, o contrato já contém estipulação au- com a Lei Complementar nº 105, de 10 de janeiro de 2001,
torizando à administradora valer-se da cláusula-mandato. que dispõe sobre o sigilo nas operações de instituições finan-
(Ressaltou-se) ceiras, entende que as administradoras são instituições fi-

15
nanceiras. O que a Lei Complementar estabeleceu foi a equi- Bancos de Desenvolvimento
paração delas às instituições financeiras para efeito do sigilo
‘em suas operações ativas e passivas e serviços prestados’. Os bancos estaduais de desenvolvimento, ainda exis-
Mas, não teve ela o condão de modificar a natureza jurídica tentes, são instituições financeiras controladas pelos go-
do contrato decorrente da utilização de cartão de crédito, vernos estaduais e destinadas ao fornecimento de crédi-
que, a meu sentir, não é financeira, mas, como assinalou to de médio e longo prazo às empresas localizadas nos
Nelson Eizerik, ‘contrato misto, de prestação de serviços e de respectivos estados. Normalmente operam como órgãos
garantia do pagamento dos bens e serviços adquiridos por financeiros repassadores de recursos do BNDES.
parte do titular’”. (sem destaque no original).
Ressalte-se, finalmente, a existência de precedente do
Companhias Hipotecárias
Superior Tribunal de Justiça no qual os Ministros, por una-
nimidade, reconheceram que, no mercado de cartões de
crédito, existe uma ampla cadeia de serviços, na qual atuam O Banco Central autorizou o funcionamento dessas
as administradoras de cartões de crédito e as instituições companhias através da resolução 2.122, de 30/11/1994. As
financeiras, entidades distintas. O voto da Eminente Rela- companhias hipotecárias podem captar recursos através
tora, Ministra Nancy Andrighi, é elucidativo a esse respeito: da emissão de letras e cédulas hipotecárias, debêntures e
Na hipótese concreta, há uma verdadeira cadeia de for- outras formas de captação devidamente autorizada pelo
necimento de serviços. Há clara colaboração entre a insti- Banco Central. Podem obter empréstimos e financiamen-
tuição financeira, a administradora do cartão de crédito e a tos no país e no exterior, cujo objetivo básico é oferecer
‘bandeira’ Visa, que fornecem serviços conjuntamente e de crédito para a produção, reforma ou comercialização de
forma coordenada. imóveis e lotes urbanos.
Independente de manter relação contratual com o autor,
não administrar cartões de crédito e não proceder ao blo- Agências de Fomento
queio do cartão, as ‘bandeiras’, de que são exemplos Visa,
Mastercard e American Express, concedem o uso de sua mar- A Resolução nº 2.828, de 30/03/2001, do Banco Central,
ca para a efetivação de serviços, em razão da credibilidade estabeleceu as regras atuais que dispõem sobre a consti-
no mercado em que atuam, o que atrai consumidores e gera tuição e o funcionamento das agências de fomento. A ex-
lucro. pressão “Agência de Fomento”, acrescida da indicação da
Por onde quer que se veja a questão, deve-se concluir que
unidade da federação que a controla, deve constar, obri-
há estreita cooperação entre a instituição financeira, a admi-
gatoriamente, da denominação social dessas sociedades.
nistradora do cartão de crédito e a ‘bandeira’, pois só assim a
prestação do serviço se torna viável.(Ressaltou-se) As agências de fomento somente podem praticar
Assim, como demonstrado, as administradoras de cartão operações de repasse de recursos captados no país e no
de crédito em sentido estrito não exploram dinheiro como exterior, orginários de: a) fundos constitucionais; b) orça-
mercadoria, haja vista que o objeto principal de sua atividade mentos federal, estaduais e municipais; c) organismos e
é a prestação remunerada de serviços, consistentes na con- instituições financeiras nacionais e internacionais de de-
cessão de autorizações de compras, na resolução de ques- senvolvimento.
tões decorrentes da posse e do uso do cartão e no pagamen- Às agências de fomento são facultadas: a) a reali-
to das transações procedidas pelo portador, entre outros. zação de operações de financiamento de capitais fixo e
Destarte, sendo apenas empresas comerciais e presta- de giro associados a projetos na unidade da federação
doras de serviços, elas não se inserem na definição conti- onde tenham sede; b) a prestação de garantias, na forma
da no art. 17 da Lei nº 4.595/1964. Por isso, não precisam da regulamentação em vigor; c) a prestação de serviços
de autorização do Banco Central do Brasil para funcionar e de consultoria e de agente financeiro; d) a prestação de
não sofrem a ingerência direta dessa autarquia e do Con- administrador de fundos de desenvolvimento, observa-
selho Monetário Nacional. do o disposto no artigo 35 da Lei Complementar 101, de
Destaque-se, ao ensejo, que, no caso das administrado- 04/05/2000.
ras de cartão de crédito que, a um só tempo, são instituições Às agências de fomento são vedados: a) o acesso a li-
financeiras, recaem sobre elas a referida regulação e a super-
nhas de assistência financeira e de redesconto do Banco
visão, nos termos do art. 10, inciso IX, da Lei nº 4.595/1964.
Central; b) o acesso à conta Reservas Bancárias no Banco
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Sociedades de Crédito, Financiamento e Investimento Central; c) a captação de recursos junto ao público, inclu-
sive o de recursos externos; d) a contratação de depósitos
As sociedades de crédito, financiamento e investimento interfinanceiros – DI – na qualidade de depositante ou de-
surgiram espontaneamente no país, nos primeiros anos do positária; e) a participação societária, direta ou indireta, no
pós-guerra, para atender à demanda de crédito a prazos país ou no exterior, em outras instituições financeiras e em
médio e longo, gerada pela implantação de novos setores outras empresas coligadas ou controladas, direta ou in-
industriais, produtores de bens de capital e de bens du- diretamente, pela unidade da federação que detenha seu
ráveis de consumo. Atualmente, as sociedades de crédito, controle.
financiamento e investimento estão, em sua maioria, inte-
gradas em bancos múltiplos.

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As agências de fomento devem observar limites míni- • O exercício de sua atividade depende de aprovação
mos de capital realizado e patrimônio de referência – PR da CVM;
– de R$4 milhões e o seu patrimônio líquido exigido – PLE Atividades
– deve seguir as regras do Acordo de Basiléia com um fator • Operar em bolsas de valores, subscrever emissões de
de alavancagem de recursos equivalente a 3,3 vezes o PLE. títulos e valores mobiliários no mercado;
• Comprar e vender títulos e valores mobiliários por
Sociedades de arrendamento mercantil. conta própria e de terceiros;
• Encarregar-se da administração de carteiras e da cus-
São sociedades constituídas sob a forma de sociedade tódia de títulos e valores mobiliários;
anônima cuja atividade principal é o leasing. • Exercer funções de agente fiduciário; instituir, organi-
Leasing ou locação financeira ou arrendamento mer- zar e administrar fundos e clubes de investimento;
cantil, é um contrato através do qual a arrendadora ou lo- • Emitir certificados de depósito de ações e cédulas pig-
cadora (a empresa que se dedica à exploração de leasing) noratícias de debêntures;
adquire um bem escolhido por seu cliente (o arrendatário, • Intermediar operações de câmbio;
ou locatário) para, em seguida, alugá-lo a este último, por • Praticar operações no mercado de câmbio de taxas
um prazo determinado. flutuantes;
• Praticar operações de conta margem;
Características: • Realizar operações compromissadas;
- O lucro da atividade está associado ao uso do equipa- • Praticar operações de compra e venda de metais pre-
mento e não a atividade; ciosos, no mercado físico, por conta própria e de ter-
- Operações semelhantes à locação, tendo o cliente ao ceiros;
final do contrato renovar, devolver ou adquirir o bem; • Operar em bolsas de mercadorias e de futuros por
- Constituída sob a forma de sociedade anônima; conta própria e de terceiros.
- Denominação social: “Arrendamento Mercantil”;
- São supervisionadas pelo Banco Central do Brasil (Re- São supervisionadas pelo Banco Central do Brasil (Reso-
solução CMN 2.309, de 1996). lução CMN 1.655, de 1989). Os FUNDOS DE INVESTIMEN-
TO, administrados por corretoras ou outros intermediários
Operações passivas: financeiros, são constituídos sob forma de condomínio e
- Emissão de debêntures, representam a reunião de recursos para a aplicação em car-
- Dívida externa,
teira diversificada de títulos e valores mobiliários, com o
- Empréstimos e
objetivo de propiciar aos condôminos valorização de quo-
- Financiamentos de instituições financeiras.
tas, a um custo global mais baixo. A normatização, conces-
são de autorização, registro e a supervisão dos fundos de
Operações ativas:
- Títulos da dívida pública, investimento são de competência da Comissão de Valores
- Cessão de direitos creditórios e, Mobiliários.
- Operações de arrendamento mercantil de bens mó-
veis, de produção nacional ou estrangeira, Sociedades Distribuidoras de Títulos e Valores Mo-
- Operações de arrendamento mercantil bens imóveis biliários
adquiridos pela entidade arrendadora para fins de
uso próprio do arrendatário. São instituições financeiras também autorizadas a fun-
cionar pelo Banco Central do Brasil e pela CVM, atuando na
Sociedades Corretoras de Títulos e Valores Mobiliá- intermediação de títulos e valores mobiliários.
rios Até o início de março de 2009, as Sociedades Distribui-
doras de Títulos e Valores Mobiliários não estavam autori-
As corretoras são instituições típicas do mercado fi- zadas a operar em bolsas de valores e, quando o faziam,
nanceiro que atuam na bolsa de valores e de mercado- operavam por meio de uma Corretora de Valores. Contudo,
rias, comprando, vendendo e administrando esses valores em 02.03.2009, a Decisão-Conjunta BACEN/CVM Nº 17 es-
como representante dos investidores. tabeleceu que as Sociedades Distribuidoras de Títulos e Va-
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

lores Mobiliários ficariam autorizadas a operar diretamente


Características nos ambientes e sistemas de negociação dos mercados or-
• Operam com compra, venda e distribuição de títulos ganizados de bolsa de valores.
e valores mobiliários (inclusive ouro) por conta de Da mesma forma que as Corretoras, as Distribuidoras
terceiros; de Valores cobram taxas e comissões por seus serviços.
• Constituídas sob a forma de sociedade anônima (S.A.)
ou por quotas de responsabilidade limitada (LTDA); Características
• A constituição e o funcionamento dependem de auto- - São constituídas sob a forma de sociedade anônima
rização do BACEN; (S.A.) ou por quotas de responsabilidade limitada
(LTDA);

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- Em sua denominação social deve constar a expressão Associações de poupança e empréstimo (APE)
“Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários”.
- São supervisionadas pelo Banco Central do Brasil (Re- As associações de poupança e empréstimo são consti-
solução CMN 1.120, de 1986). tuídas sob a forma de sociedade civil, sendo de proprieda-
de comum de seus associados.
Atividades
- Intermedeiam a oferta pública e distribuição de títulos Características:
e valores mobiliários no mercado; - Sem finalidade de lucro;
- Administram e custodiam as carteiras de títulos e va- - Sociedade civil (os poupadores são proprietários da
lores mobiliários; associação);
- Instituem, organizam e administram fundos e clubes - A remuneração da poupança funciona com dividendos;
de investimento;
- Operam no mercado acionário, comprando, vendendo Operações ativas
e distribuindo títulos e valores mobiliários, inclusive - Financiamento imobiliário (Sistema Financeiro da Ha-
ouro financeiro, por conta de terceiros; bitação);
- Fazem a intermediação com as bolsas de valores e de
mercadorias; Operações passivas
- Efetuam lançamentos públicos de ações; - Emissão de letras e cédulas hipotecárias,
- Operam no mercado aberto e intermedeiam opera- - Depósitos de cadernetas de poupança,
ções de câmbio. - Depósitos interfinanceiros e
- Empréstimos externos.
Sociedades de crédito imobiliário (SCI)
Exemplo: POUPEX, poupança do exército administrada
As sociedades de crédito imobiliário são instituições pelo BB.
financeiras criadas pela Lei nº 4.380, de 21 de agosto de
1964, para atuar no financiamento habitacional. Instituições de Pagamento

Características: Instituição de pagamento (IP) é a pessoa jurídica que


- Entidade com fins lucrativos; viabiliza serviços de compra e venda e de movimentação
- Constituídas sob a forma de sociedade anônima (S.A.); de recursos, no âmbito de um arranjo de pagamento, sem
- Denominação social a expressão “Crédito Imobiliário”; a possibilidade de conceder empréstimos e financiamentos
a seus clientes.
Operações passivas As instituições de pagamento possibilitam ao cidadão
- Depósitos de poupança, realizar pagamentos independentemente de relaciona-
- Emissão de letras e cédulas hipotecárias mentos com bancos e outras instituições financeiras. Com
- Depósitos interfinanceiros. o recurso financeiro movimentável, por exemplo, por meio
de um cartão pré-pago ou de um telefone celular, o usuá-
Operações ativas rio pode portar valores e efetuar transações sem estar com
- Financiamento para construção de habitações, moeda em espécie. Graças à interoperabilidade, o usuário
- Abertura de crédito para compra ou construção de pode, ainda, receber e enviar dinheiro para bancos e outras
casa própria, instituições de pagamento.
- Financiamento de capital de giro a empresas incorpo- Importante lembrar que serviços de pagamento são
prestados não só por IPs, mas também por instituições fi-
radoras, produtoras e distribuidoras de material de
nanceiras, especialmente bancos, financeiras e cooperati-
construção
vas de crédito.
Nesse tipo de transação, é necessário haver:
Sociedades de Crédito ao Microempreendedor
• uma instituição de pagamento ou uma instituição fi-
nanceira que tenham aderido a um arranjo de paga-
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Buscam facilitar o acesso ao crédito da população com


mento;
acesso restrito ao sistema bancário tradicional. É constituí-
• o instrumento de pagamento, que é o dispositivo utili-
da na forma de companhia fechada, conforme a lei 6.404,
zado para comprar produtos/serviços ou para trans-
de 15/12/1976. Essas sociedades podem conceder emprés- ferir recursos, como o cartão de débito ou de crédito,
timos e prestar garantias a pessoas físicas ou microempre- o boleto ou o telefone celular;
sas para investimentos de pequeno porte, de natureza pro- • o instituidor do arranjo de pagamento, que é a pes-
fissional, comercial ou industrial. soa jurídica responsável pela criação e organização
do arranjo, como as bandeiras de cartão de crédito;
• os arranjos de pagamento criados pelo instituidor,
que são as regras e procedimentos que disciplinam

18
a prestação de serviços de pagamento ao público; presidente do Banco Central deverá encaminhar uma Car-
entre estas regras estão: ta Aberta ao ministro da Fazenda, explicando as razões do
- os prazos de liquidação; não cumprimento da meta, bem como as medidas neces-
- as condições para uma instituição de pagamento ou sárias para trazer a inflação de volta à trajetória predefinida
financeira aderir ao arranjo; e o tempo esperado para que essas medidas surtam efeito.
- as regras de segurança para proteger consumidores e Para manter a inflação controlada, um rigoroso controle
lojistas de riscos, fraudes, clonagem de cartões etc. sobre o consumo e os preços vem sendo efetuado desde
então pelo Banco Central, aquecendo ou desaquecendo a
Todos os envolvidos no pagamento devem aderir e economia, através de seu principal instrumento de política
aceitar as regras do arranjo (emissores dos instrumentos monetária: a Taxa Selic.
de pagamento e credenciadores desses instrumentos). A
participação em um arranjo une todos os integrantes da Taxa Selic
cadeia de pagamento, permitindo que, por meio de suas
instituições, o pagador e o recebedor consigam realizar e Também chamada de taxa básica de juros da economia
aceitar pagamentos; brasileira, a Taxa Selic é a taxa de financiamento utilizada
• a conta de pagamento, que é o registro individuali- no mercado interbancário para remunerar as operações de
zado das transações (transferências, pagamento de um dia de duração (overnight), que possuem lastro em tí-
contas e de compras, saques e aportes). tulos públicos federais listados e negociados no Sistema
Instituições de pagamento não são instituições finan- Especial de Liquidação e de Custódia (SELIC) do Banco
ceiras, portanto não podem realizar atividades privativas Central do Brasil (BC). Em outras palavras, a Taxa Selic é
destas instituições, como empréstimos e financiamentos. a taxa de juros utilizada para transações de empréstimo
Ainda assim, estão sujeitas à supervisão do Banco Central. de curto prazo de banco para banco, que utilizam títulos
Devem constituir-se como sociedade empresária limitada públicos federais como garantia, visando reduzir o risco, e,
ou anônima.´ consequentemente, a remuneração da transação. Essa taxa
é expressa na forma anual para 252 dias úteis.
Copom Como os bancos utilizam títulos públicos federais como
lastro para as operações registradas no Sistema Especial
O Comitê de Política Monetária (Copom) é o órgão de- de Liquidação e de Custódia, transferindo todo o risco final
cisório da política monetária do Banco Central do Brasil para o Governo Federal, e como o prazo dessas operações é
(BC) e o responsável por estabelecer a meta para a Taxa Se- o mais curto possível, de apenas um dia, a Taxa Selic acaba
lic. O Copom foi constituído em 20 de Junho de 1996, com sendo utilizada como referência para todas as demais taxas
o objetivo de estabelecer um ritual adequado ao processo de juros utilizadas na economia brasileira. Essa taxa não é fixa
decisório de política monetária e aprimorar sua transpa- e varia praticamente todos os dias, mas dentro de um inter-
rência. valo de oscilação muito pequeno, já que, na grande maioria
Formalmente, os objetivos do Copom são: “imple- das vezes, ela tende a se aproximar da meta da Taxa Selic,
mentar a politica monetária, definir a meta da Taxa Selic determinada a cada 45 (quarenta e cinco) dias pelo Comitê
e seu eventual viés, e analisar o Relatório da Inflação”. A de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC).
taxa de juros fixada na reunião do Copom é a meta para É a partir da Taxa Selic que os bancos definem a re-
a Taxa Selic (taxa média dos financiamentos diários, com muneração de algumas aplicações financeiras realizadas
lastro em títulos federais, apurados no Sistema Especial de por seus clientes. A Taxa Selic também é usada como re-
Liquidação e Custódia), a qual vigora por todo o período ferência de juros para empréstimos e financiamentos. Vale
entre reuniões ordinárias do Comitê. Se for o caso, o Co- ressaltar que a Taxa Selic não é a utilizada para empréstimos e
pom também pode definir o viés, que é a prerrogativa dada financiamentos na ponta final (pessoas físicas e empresas). Os
ao presidente do Banco Central para alterar, na direção do bancos tomam dinheiro emprestado pela Taxa Selic, porém ao
viés, a meta para a Taxa Selic a qualquer momento entre as emprestar para seus clientes a taxa de juros bancários é muito
reuniões ordinárias. (BANCO CENTRAL, 2014,p. 1) maior. Isto ocorre, pois os bancos embutem seu lucro, custos
operacionais e riscos de não obter de volta o valor emprestado. 
Copom e Inflação
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Elevação da Taxa Selic


O Brasil possui um sistema de metas para inflação que
foi instituído em Junho de 1999 pelo Banco Central (BC). A Taxa Selic é aumentada para que não ocorram remar-
O indicador considerado para mensuração da inflação é o cações de preços. Sempre que os valores sobem acima do
Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). estabelecido, o Banco Central  utiliza a taxa de juro para
No atual regime de metas para a inflação, o principal diminuir o dinheiro em circulação, conter a expansão do
objetivo da política monetária implementada pelo Copom crédito e, assim, evitar que a espiral inflacionária dispare.
é o alcance das metas de inflação estabelecidas pelo Con- Com menos pessoas e empresas consumindo bens e servi-
selho Monetário Nacional (CMN). Se, em um determinado ços, os preços tendem a cair. Sempre que a Taxa Selic sobe,
ano, a inflação ultrapassar a meta estabelecida pelo CMN, o o juro sobre a dívida pública cresce.

19
Metade da dívida pública brasileira é atrelada ao juro. Cada bolsa de valores possui seus próprios índices,
Toda vez que o Copom eleva os juros para combater a in- compostos pela performance das cotações de um núme-
flação, essa metade da dívida aumenta. Como países com ro pré-estabelecido de ações de empresas. As regras para
dívida alta em relação ao PIB precisam de juros mais altos, a seleção das ações que formam determinado índice são
cria-se um círculo vicioso do qual só se sai com cortes pro- definidas pela própria bolsa de valores. A variação des-
fundos de gastos. tes índices funciona como um termômetro para se avaliar
  o desempenho médio dos ativos negociados na bolsa de
Redução da Taxa Selic valores.

Quando há redução da Taxa Selic a economia fica esti- Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros
mulada e há crescimento. O efeito é exatamente o inverso
daquele obtido pelo aumento da taxa de juros: o sistema A Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros (BM&FBO-
de crédito cresce, o volume de dinheiro em circulação au- VESPA) foi criada em maio de 2008 com a integração da
menta e as pessoas consomem mais. A facilidade em ob- Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) e da Bovespa Hol-
ter financiamentos pode, por exemplo, fazer com que as ding. Juntas, essas companhias originaram uma das maio-
pequenas empresas cresçam, novos negócios surjam e os res bolsas do mundo em valor de mercado.
empregos se multipliquem.
Uma redução abrupta da taxa de juros pode trazer in- Negociações
flação, tamanho é o estímulo dado à economia. Existe tam- • Compra e venda de ações (empresas de sociedade
bém certo consenso de que os juros reais – que é o resulta- aberta: Petrobrás);
do da Taxa Selic menos a inflação anual – não podem ficar • Ouro;
abaixo de oito por cento ao ano, sob o risco de despertar • Câmbio (mercado de dólar a vista - dólar pronto);
o dragão inflacionário. Abaixo desse patamar, a economia • Ativos (títulos públicos federais);
ficaria sujeita a dois choques. Um interno, devido ao su- • Fundos (imobiliários);
peraquecimento da atividade, que causa inflação. Outro • Carbono (créditos de carbono – MDL – Mecanismo de
externo, porque os juros passariam a ser menos atraentes Desenvolvimento Limpo);
para os investidores, o que levaria à uma fuga de capitais e • Contratos futuros, de opções, a termo e de swaps
disparada do dólar. (mercadoria ou ativo financeiro);
Basicamente todo o funcionamento do juros no mer- • Mercadorias: commodities agropecuárias (soja, milho);
cado financeiro vem das decisões tomadas pelo Copom,
as quais as ordens são passadas pela CMN com o objetivo Clearings e Central Depositária
especifico de controlar a inflação do país.
É a responsável pela compensação e liquidação das
Bolsa de Valores operações realizadas nos mercados a vista e de liquidação
futura, bem como pelo registro e pelo controle das opera-
O termo bolsa de valores refere-se ao ambiente onde ções de empréstimo de títulos (BTC).
são realizados negócios envolvendo ações, títulos de renda
fixa, títulos públicos federais, moedas, commodities agro- Central Depositária
pecuárias e diversos tipos de derivativos financeiros, como Local onde ficam guardadas as ações, em contas de
as opções de compra e venda de ações e os contratos fu- custódia (semelhantes a contas correntes).
turos. 
Uma bolsa de valores funciona como um mercado or- Agentes de compensação
ganizado, que promove o encontro entre investidores in- São instituições responsáveis por receber ações e di-
teressados em negociar valores e mercadorias. A bolsa de nheiro, das corretoras que intermediaram as operações, e
valores também é responsável por estabelecer as regras de repassá-los para a central depositária da Bolsa (podem ser
negociação e por criar um ambiente seguro e transparente as corretoras).
para a realização destes negócios.
Por meio de sua plataforma de negociação, a bolsa de Agente de custódia
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

valores realiza o registro, a compensação, a liquidação e a É responsável pela manutenção da conta de custódia
listagem de todos os ativos e valores mobiliários negocia- do investidor (podem ser as corretoras).
dos, assim como divulga diversas informações de suporte
ao mercado. Sistema especial de liquidação e custodia (SELIC)
A bolsa de valores também pode atuar como depo-
sitária central dos ativos negociados em seus ambientes O Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Se-
(agente de custódia), exercer atividades de gerenciamento lic), do Banco Central do Brasil, é um sistema informatizado
de riscos das operações realizadas por meio de seus sis- que se destina à custódia de títulos escriturais de emissão
temas (agente de clearing), além de licenciar softwares e do Tesouro Nacional, bem como ao registro e à liquidação
índices. de operações com esses títulos.

20
As liquidações no âmbito do Selic ocorrem por meio do As entidades responsáveis por sistemas de compen-
mecanismo de entrega contra pagamento (Delivery versus sação e de liquidação são obrigatoriamente participantes
Payment — DVP), que opera no conceito de Liquidação autônomos. Também, obrigatoriamente, são participantes
Bruta em Tempo Real (LBTR), sendo as operações liquida- subordinados as sociedades seguradoras, as sociedades
das uma a uma por seus valores brutos em tempo real. de capitalização, as entidades abertas de previdência, as
O SELIC é o depositário central dos títulos emitidos pelo entidades fechadas de previdência e as resseguradoras
Tesouro Nacional e pelo Banco Central do Brasil e nessa locais.
condição processa, relativamente a esses títulos, a emissão, Tratando-se de um sistema de liquidação em tempo
o resgate, o pagamento dos juros e a custódia. O sistema real, a liquidação de operações é sempre condicionada à
processa também a liquidação das operações definitivas e disponibilidade do título negociado na conta de custódia
compromissadas registradas em seu ambiente, observando do vendedor e à disponibilidade de recursos por parte do
o modelo 1 de entrega contrapagamento. Todos os títulos comprador. Se a conta de custódia do vendedor não apre-
são escriturais, isto é, emitidos exclusivamente na forma sentar saldo suficiente de títulos, a operação é mantida
eletrônica. A liquidação da ponta financeira de cada opera- em pendência pelo prazo máximo de 60 minutos ou até
ção é realizada por intermédio do Sistema de Transferência 18h30, o que ocorrer primeiro (não se enquadram nessa
de Reservas (STR), ao qual o SELIC é interligado. restrição as operações de venda de títulos adquiridos em
O sistema, que é gerido pelo Banco Central do Brasil e é leilão primário realizado no dia).
por ele operado em parceria com a Anbima, tem seus cen- A operação só é encaminhada ao STR para liquidação
tros operacionais (centro principal e centro de contingên- da ponta financeira após o bloqueio dos títulos nego-
cia) localizados na cidade do Rio de Janeiro. Para comandar ciados, sendo que a não liquidação por insuficiência de
operações, os participantes liquidantes e os participantes fundos implica sua rejeição pelo STR e, em seguida, pelo
responsáveis por sistemas de compensação e de liquida- SELIC. Na forma do regulamento do sistema, são admitidas
ção encaminham mensagens por intermédio da Rede do algumas associações de operações. Nesses casos, embora
Sistema Financeiro Nacional (RSFN), observando padrões e ao final a liquidação seja feita operação por operação, são
procedimentos previstos em manuais específicos da rede. considerados, na verificação da disponibilidade de títulos e
Os demais participantes utilizam outras redes, conforme de recursos financeiros, os resultados líquidos relacionados
procedimentos previstos no regulamento do sistema. com o conjunto de operações associadas.
Participam do sistema, na qualidade de titular de conta O Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic),
de custódia, além do Tesouro Nacional e do Banco Central do Banco Central do Brasil, é um sistema informatizado que
do Brasil, bancos comerciais, bancos múltiplos, bancos de se destina à custódia de títulos escriturais de emissão do
investimento, caixas econômicas, distribuidoras e correto- Tesouro Nacional, bem como ao registro e à liquidação de
ras de títulos e valores mobiliários, entidades operadoras operações com esses títulos.
de serviços de compensação e de liquidação, fundos de As liquidações no âmbito do Selic ocorrem por meio do
investimento e diversas outras instituições integrantes do mecanismo de entrega contra pagamento (Delivery versus
Sistema Financeiro Nacional. Payment — DVP), que opera no conceito de Liquidação
São considerados liquidantes, respondendo direta- Bruta em Tempo Real (LBTR), sendo as operações liquida-
mente pela liquidação financeira de operações, além do das uma a uma por seus valores brutos em tempo real.
Banco Central do Brasil, os participantes titulares de conta Além do sistema de custódia de títulos e de registro
de reservas bancárias, incluindo-se nessa situação, obri- e liquidação de operações, integram o Selic os seguintes
gatoriamente, os bancos comerciais, os bancos múltiplos módulos complementares:
com carteira comercial e as caixas econômicas, e, opcio- a) Oferta Pública (Ofpub);
nalmente, os bancos de investimento. b) Oferta a Dealers (Ofdealers);
Os não liquidantes pagam suas operações por inter- c) Lastro de Operações Compromissadas (Lastro); e
médio de participantes liquidantes, conforme acordo en- d) Negociação Eletrônica de Títulos (Negociação).
tre as partes, e operam dentro de limites fixados por eles.
Cada participante não liquidante pode utilizar os serviços Os módulos Ofpub e Ofdealers são sistemas eletrônicos
de mais de um participante liquidante, exceto no caso de que têm por finalidade acolher propostas e apurar resul-
operações específicas, previstas no regulamento do sis- tados de ofertas públicas (leilões) de venda ou de compra
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

tema, tais como pagamento de juros e resgate de títulos, definitiva de títulos; de venda de títulos com compromisso
que são obrigatoriamente liquidadas por intermédio de de recompra ou de compra de títulos com compromisso de
um liquidante-padrão previamente indicado pelo partici- revenda; e de outras operações, a critério do Administrador
pante não liquidante. do Selic. Podem participar do Ofpub todas as instituições
financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar
Os participantes não liquidantes são classificados
pelo Banco Central do Brasil, desde que participantes do
como autônomos ou como subordinados, conforme re-
Selic. Já do Ofdealers participam apenas as instituições cre-
gistrem suas operações diretamente ou o façam por in-
denciadas a operar com o Departamento de Operações do
termédio de seu liquidante-padrão. Os fundos de inves-
Mercado Aberto (Demab) do Banco Central do Brasil e com
timento são normalmente subordinados e as corretoras e a Coordenação-Geral de Operações da Dívida Pública (Co-
distribuidoras, normalmente autônomas. dip) da Secretaria do Tesouro Nacional.

21
O módulo Lastro tem por finalidade auxiliar a especi- o usuário do Selic a entender as suas funcionalidades bási-
ficação dos títulos objeto das operações compromissadas cas, explicando os procedimentos necessários ao perfeito
(venda ou compra de títulos com o compromisso de re- e adequado uso do sistema.
compra ou revenda).
O módulo Negociação consiste em uma plataforma Central de Liquidação Financeira e de Custódia de
eletrônica de negociação de títulos públicos federais aces- Títulos (CETIP)
sível aos participantes do Selic. O módulo dispõe de duas
funções: Negociação, para o cadastramento de ordens de Cetip é a integradora do mercado financeiro. É uma
compra e de venda e o fechamento dos negócios; e Es- companhia de capital aberto que oferece produtos e ser-
pecificação, para a definição das contas e dos percentuais viços de registro, custódia, negociação e liquidação de
de distribuição, entre essas contas, da quantidade nego- ativos e títulos. Por meio de soluções de tecnologia e in-
ciada em cada ordem. As duas funções são exclusivas dos
fraestrutura, proporciona liquidez, segurança e transpa-
dealers. Os demais participantes têm acesso apenas para
rência para as operações financeiras, contribuindo para o
fins de consulta de ordens e taxas. É permitido, contudo,
desenvolvimento sustentável do mercado e da sociedade
que os dealers especifiquem ordens para terceiros, por
brasileira. A empresa é, também, a maior depositária de
meio da utilização de sua conta de corretagem (interme-
diação). O funcionamento do módulo Negociação encon- títulos privados de renda fixa da América Latina e a maior
tra-se disciplinado na Carta-Circular 3.568, de 19/10/2012. câmara de ativos privados do país.
A administração do Selic e de seus módulos comple-
mentares é de competência exclusiva do Demab e o siste- Participantes
ma é operado em parceria com a Associação Brasileira das Fundos de investimento; bancos comerciais, múltiplos
Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). e de investimento; corretoras e distribuidoras; financeiras,
consórcios, empresas de leasing e crédito imobiliário; coo-
Base Regulamentar perativas de crédito e investidores estrangeiros; e empre-
sas não financeiras, como fundações, concessionárias de
A implantação do Selic ocorreu em 14/11/1979, sob a veículos e seguradoras.
égide da Circular 466, de 11/10/1979, do Banco Central do
Brasil, que aprovou o Regulamento do Sistema Especial de Organização
Liquidação e de Custódia de Letras do Tesouro Nacional. A Cetip S.A. - Balcão Organizado de Ativos e Derivati-
A Circular 3.587, de 26/3/2012, com alterações da Cir- vos é uma sociedade anônima de capital aberto, cuja ins-
cular 3.610, de 26/9/2012, normativo atualmente em vigor, tância máxima de decisões é a Assembleia de Acionistas.
aprovou algumas alterações; dentre elas, as principais fo-
ram: implantação das operações compromissadas longas, Custódia
permitindo três novos tipos de compromisso (de revenda A custódia de todos os ativos registrados na Cetip é feita
conjugado com o de recompra para liquidação a qualquer de forma escritural, desmaterializada e segregada, por meio
tempo, durante determinado prazo, a critério de qualquer de registro eletrônico, em conta aberta em nome do titular.
das partes; de recompra liquidável, a critério exclusivo do
comprador, em data determinada ou dentro de prazo es- Liquidação Financeira
tabelecido; e de revenda liquidável, a critério exclusivo do Compensação multilateral entre todas as instituições
participantes;
vendedor, em data determinada ou dentro de prazo esta-
Compensação bilateral (entre dois participantes);
belecido); módulo de negociação eletrônica e registro de
Valor bruto de cada operação realizada, lançada direta-
promessa de compra ou de venda, que permite o regis- mente nas contas dos bancos no STR;
tro antecipado de negócios com investidores estrangeiros Book transfer, transferência entre contas, quando esti-
com a liquidação ocorrendo dois ou três dias depois. verem sob um mesmo banco liquidante.3
A Circular 3.610, de 26/09/2012 trouxe alterações à Cir-
cular 3.587, como, por exemplo, a inclusão da hipótese de
transmissão automática de comandos no Selic oriundos
FIQUE ATENTO!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

do módulo Negociação.
A íntegra das circulares pode ser obtida por meio da Em 2017, após a fusão da Bolsa de Valores,
ferramenta de “Busca de Normas”, disponível no site do Mercadorias e Futuros de São Paulo (BM&-
FBOVESPA) com a Central de Custódia e de
Banco Central do Brasil.
Liquidação Financeira de Títulos (CETIP), foi
criada a B3, que é hoje, a bolsa de valores ofi-
Documentação cial do Brasil.
O Manual do Usuário do Selic (MUS) descreve os prin-
cipais recursos e os diferentes controles e comandos utili- 3 Fonte:www.cetip.com.br/www.jlpsmatos.blogspot.com.br/www.pt.scri-
zados no sistema. Foi elaborado com o intuito de auxiliar bd.com/Raul Dutra/www.bcb.gov.br/www.br.advfn.com/www.portale-
ducacao.com.br/www.jus.com.br/www.ufrgs.br

22
2. (CESGRANRIO – BANCO DO BRASIL – 2015) Periodica-
mente, o Banco Central do Brasil determina, nas reuni-
EXERCÍCIOS COMENTADOS
ões de seu Comitê de Política Monetária (Copom), o(a)

1. (CESGRANRIO – BANCO DO BRASIL – 2015) Admita a) valor máximo do volume de operações de compra e ven-
que um empresário brasileiro, acionista majoritário de da de títulos públicos pelo sistema bancário brasileiro.
uma empresa em situação pré-falimentar, venha a ser b) quantidade de papel moeda e moeda metálica em cir-
acusado pelos acionistas minoritários de uso de infor- culação, dentro dos limites autorizados pelo Conselho
mação privilegiada e manipulação de preços das ações
Monetário Nacional.
negociadas na Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros
c) valor máximo de todas as formas de crédito no país.
de São Paulo (BM&F Bovespa). O órgão responsável
pelo eventual julgamento do processo administrativo d) valor máximo do fluxo de entrada no país de capitais
contra o empresário é o(a) financeiros vindo do exterior.
e) taxa de juros de referência para as operações de um dia
a) Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) com títulos públicos.
b) Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo
(BM&F Bovespa) Resposta: Letra E.
c) Supremo Tribunal Federal (STF) Essa está simples de associar a alternativa correta, pois,
e) Supremo Tribunal de Justiça (STJ) falar em COPOM é falar em taxa de juros, portanto, al-
e) Comissão de Valores Mobiliários (CVM) ternativa E.

Resposta: Letra E. 3. (IGEPREV-PA – IADES – 2018) Os bancos múltiplos são


Nos termos da legislação, o exercício das atribuições da instituições financeiras privadas ou públicas, que realizam
CVM tem como objetivo: as operações ativas, passivas e acessórias das diversas ins-
1. Estimular a formação de poupança e sua aplicação em tituições financeiras. A respeito das carteiras que um banco
valores mobiliários; múltiplo pode operar, assinale a alternativa correta.
2. Promover a expansão e o funcionamento eficiente e
regular do mercado de ações e estimular as aplicações a) A carteira de desenvolvimento pode ser operada por
permanentes em ações do capital social de companhias instituições públicas ou privadas.
abertas sob controle de capitais privados nacionais;
b) Bancos múltiplos devem operar, no mínimo, duas car-
3. Assegurar o funcionamento eficiente e regular dos mer-
teiras, sendo uma delas obrigatoriamente a carteira co-
cados de bolsa e de balcão;
mercial.
4. Proteger os titulares de valores mobiliários e os investi-
c) Somente bancos múltiplos com carteira comercial são
dores do mercado contra:
autorizados a captar depósitos à vista.
a) emissões irregulares de valores mobiliários;
d) Bancos múltiplos privados não são autorizados a operar
b) atos ilegais de administradores e acionistas das com-
a carteira de investimento.
panhias abertas, ou de administradores de carteira de va-
lores mobiliários; e) Bancos múltiplos organizados sob a forma de sociedade
c) o uso de informação relevante não divulgada no mer- limitada só podem operar uma única carteira.
cado de valores mobiliários.
5. evitar ou coibir modalidades de fraude ou manipulação Resposta: Letra C.
destinadas a criar condições artificiais de demanda, oferta Em “a”, Errado – Não pode ser operada por instituição
ou preço dos valores mobiliários negociados no mercado; privada.
6. assegurar o acesso do público a informações sobre os Em “b”, Errado – A obrigatoriedade se aplica à carteira
valores mobiliários negociados e as companhias que os comercial ou investimento.
tenham emitido; Em “d”, Errado – Investimento é uma das duas carteiras
7. assegurar a observância de práticas comerciais equita- que o banco múltiplo obrigatoriamente deve operar.
tivas no mercado de valores mobiliários; e Em “e”, Errado – Deve ser organizado sob a forma de so-
8. assegurar a observância no mercado, das condições de ciedade anônima.
utilização de crédito fixadas pelo Conselho Monetário Na-
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

cional.
(Fonte: http://www.portaldoinvestidor.gov.br)
Portanto, podemos destacar algumas palavras chave que,
geralmente, estão relacionadas à CVM, tais como: ações;
acionista, fundo de investimento, bolsa de valores, valores
mobiliários, sociedades anônimas e companhias de capi-
tal aberto, entre outras.
Dessa forma, temos, entre as alternativas, como correta a
E, porém, convém frisar que essa punição compete à CVM
desde que seja em primeira instancia.

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4. (CESGRANRIO – BANCO DO BRASIL – 2014) Tradicionalmente, o rendimento da Caderneta de Poupança sempre foi
determinado pela variação da TR (Taxa Referencial) mais juros de 0,5% ao mês. Entretanto, os depósitos realizados a partir
de 04/05/2012 têm rendimento vinculado à meta da taxa Selic.
Desde então, se esta meta for igual ou menor que 8,5% ao ano, os juros da Caderneta de Poupança são

a) aumentados para 130% da Selic


b) aumentados para 130% da Selic mais a TR
c) aumentados para 100% da Selic
d) reduzidos para 70% da Selic
e) reduzidos para 70% da Selic mais a TR

Resposta: Letra D.
Desde 1861, a caderneta tinha um rendimento assegurado em, pelo menos, 6% ao ano. Mas, em 2012, o governo alte-
rou as regras de remuneração da poupança com a intenção de diminuir os juros. Desde então, ela é formada por duas
partes:
1) A remuneração básica
Essa parte é composta pela TR (Taxa Referencial), uma taxa calculada diariamente pelo Banco Central. Independente do
banco, a Taxa Referencial é a mesma, portanto a remuneração básica é igual para todos os bancos.
Veja a Taxa referencial atual na Tabela TR.

2) A remuneração adicional
Essa parte da rentabilidade depende da Taxa Selic, a taxa básica de juros da economia no Brasil. Seu valor poderá ser de:
0,5% ao mês - quando a meta da Taxa Selic for superior a 8,5%
70% da meta anual da Taxa Selic - quando ela for igual ou menor que 8,5%
Isso quer dizer que a remuneração adicional também é igual para todos os bancos, porque sua base de cálculo é a mesma.

5. (CESGRANRIO – BANCO DO BRASIL – 2013) No Brasil, a condução e a operação diárias da política monetária, com
o objetivo de estabilizar a economia, atingindo a meta de inflação e mantendo o sistema financeiro funcionando
adequadamente, são uma responsabilidade do(a)

a) Caixa Econômica Federal


b) Comissão de Valores Mobiliários
c) Banco do Brasil
d) Banco Central do Brasil
e) Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social

Resposta: Letra D.
A palavra chave do enunciado é “condução”, pois, o CMN dita as diretrizes da politica monetária e compete ao Banco Cen-
tral do Brasil realizar ações para que essas diretrizes sejam cumpridas, mantendo assim a economia do país nos trilhos.
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

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PRODUTOS E SERVIÇOS FINANCEIROS: DEPÓSITOS À VISTA. DEPÓSITOS A PRAZO (CDB E RDB).
LETRAS DE CÂMBIO. COBRANÇA E PAGAMENTO DE TÍTULOS E CARNÊS. TRANSFERÊNCIAS
BANCÁRIAS AUTOMÁTICAS. ARRECADAÇÃO DE TRIBUTOS E TARIFAS PÚBLICAS. INTERNET
BANKING. CCB – CÉDULA DE CRÉDITO BANCÁRIO. HOT MONEY. CONTAS GARANTIDAS.
CRÉDITO ROTATIVO. DESCONTOS DE TÍTULOS. FINANCIAMENTO DE CAPITAL DE GIRO.
VENDOR FINANCE/COMPROR FINANCE. LEASING (TIPOS, FUNCIONAMENTO, BENS).
FINANCIAMENTO DE CAPITAL FIXO. CRÉDITO DIRETO AO CONSUMIDOR. CRÉDITO RURAL.
CADERNETAS DE POUPANÇA. FINANCIAMENTO À IMPORTAÇÃO E À EXPORTAÇÃO.
REPASSES DE RECURSOS DO BNDES. FOMENTO MERCANTIL (FACTORING). CARTÕES DE
CRÉDITO. TÍTULOS DE CAPITALIZAÇÃO. PLANOS DE APOSENTADORIA E PENSÃO PRIVADOS.
SEGUROS, PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR E CAPITALIZAÇÃO.

Existem diversos produtos financeiros: empréstimos em conta-corrente, credito pessoal, desconto de títulos, operações
de cambio, adiantamento a depositantes, cheque especial, hotmoney, capital de giro, repasses de BNDES, operações de
factoring e credito rural, etc.
Os produtos financeiros atuam realizando o rendimento de valores investidos, ou seja, proporcionando um ganho so-
bre o valor que a pessoa ou instituição já possui.
Os produtos financeiros são comercializados por instituições financeiras como bancos, cooperativas e corretoras de
valores, cada uma delas oferecendo produtos específicos.

Depósitos à vista, depósitos a prazo (CDB e RDB) e letras de câmbio.

O  depósito  nada mais é que a entrega de um numerário (dinheiro) ao Banco, para que este o guarde (ou aplique) para
o cliente, e lhe restitua, total ou parcialmente, ou na época combinada, ou quando este pedir. Os depósitos são classificados
em “depósito a vista” e “depósito a prazo”.
Os depósitos a vista são aqueles que o cliente quer deixar o dinheiro à sua disposição, para sacar tudo ou uma parcela,
a qualquer hora que lhe seja necessário. Normalmente os depósitos a vista são feitos em conta corrente.
Já os depósitos a prazo são investimentos que não estão à imediata disposição e liberação ao cliente. Este deve ou
aguardar um prazo de vencimento, para resgatá-los, ou dar um aviso antecipado, a instituição financeira de que pretende
seu numerário.
Normalmente os depósitos são feitos no Caixa do Banco, que recebe o dinheiro e autentica a ficha de depósito que vale
como prova de que foi feito o depósito e que o cliente entregou o dinheiro ao Banco.
As fichas de depósitos devem ser preenchidas pelo cliente ou por funcionário do Banco, normalmente por funcionários
do Banco, constando, especificamente, os valores em cheque e em dinheiro, sendo que uma das vias da ficha será entregue
ao cliente e a outra será o documento contábil do caixa.
O depósito tanto pode ser feito em dinheiro corrente, como em cheques, que serão resgatados pelo Banco depositário
junto ao serviço de compensação de cheques, ou pelo serviço de cobrança.
Os depósitos em dinheiro produzem o imediato crédito na conta corrente em que foi depositado, mas os depósitos em
cheque só terão o crédito liberado após sua compensação.

RDB

Recibo de Depósito Bancário. Ativo de Renda Fixa destinado às aplicações de pessoas físicas e jurídicas.

Com prazo de vencimento predefinido, o RDB conta com rentabilidade fixada no ato de sua emissão, pré ou pós-fixada.
Assim, no final do prazo contratado, o investidor recebe o valor aplicado (principal), acrescido da remuneração prevista.
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

O RDB pode ser emitido por bancos comerciais, múltiplos, de desenvolvimento e de investimento, e por sociedades de
crédito, financiamento e investimento. Por ser um título nominativo, intransferível, não é admitida negociação em mercado
secundário. Mas pode ser resgatado junto à instituição emissora antes do prazo contratado, desde que decorrido o prazo
mínimo de aplicação. Antes do prazo mínimo não são auferidos rendimentos.

25
CDB lor máximo de R$ 20.000,00 por CPF. Vale lembrar que os
fundos de investimento não se beneficiam com recursos
Certificado de Depósito Bancário . Um dos investi- do FGC.
mentos mais populares do mercado, instrumento tem Assim como grande parte dos fundos de renda fixa, os
como atrativos liquidez e cobertura do Fundo Garanti- CDBs pré-fixados se beneficiam de liquidez diária, isto é,
dor de Crédito* você pode sacar seu dinheiro a qualquer momento, mas
assim como acontece com os fundos, se o saque acontecer
O Certificado de Depósito Bancário (CDB) é um dos ins- antes de 30 dias terá de pagar IOF regressivo, isto é, quanto
trumentos financeiros mais tradicionais do mercado brasi- mais tempo deixar o dinheiro investido menos paga em
leiro e o título de Renda Fixa mais adquirido pelo investidor IOF. No vencimento do CDB, você recebe um crédito auto-
pessoa física. Instituído pela Lei Nº 4.728, de 14 de julho de mático em sua conta corrente, já descontado o pagamento
1965, o papel é também uma importante fonte de capta- de imposto de renda sobre o rendimento bruto do CDB no
ção de recursos para as instituições financeiras. período.
Para os investidores, os principais atrativos do CDB es-
tão na possibilidade de contratação do ativo com liquidez DPGE
diária e o fato do instrumento ser elegível à cobertura do
Fundo Garantidor de Crédito (FGC)*. O risco de quem ad- Depósito a Prazo com Garantia Especial. Instrumen-
quire um CDB está diretamente associado à solidez de seu to de captação de instituições financeiras
emissor, uma instituição financeira.
As características do CDB são determinadas no momen- O DPGE é um título de renda fixa representativo de de-
to de sua contratação. Na ocasião, prazo e forma de ren- pósito à prazo criado para auxiliar instituições financeiras
dimento são previamente definidos. Sua remuneração, que – bancos comerciais, múltiplos, de desenvolvimento, de in-
pode ser prefixada ou pós-fixada, é baseada em diversos vestimento, além de sociedades de crédito, financiamento
indexadores. O mais utilizado é a Taxa-DI Cetip. e investimentos e caixas econômicas – de porte pequeno
As aplicações em CDBs acima de R$ 5 mil devem ser e médio a captar recursos. Assim, confere ao seu detentor
registradas em uma câmara de ativos e contar com a iden- um direito de crédito contra o emissor.
Criado em abril de 2009, quando o Conselho Monetá-
tificação do nome do investidor. Essa obrigatoriedade é
rio Nacional - CMN emitiu a Resolução nº 3.692, é destina-
válida quando o CDB for emitido por uma mesma institui-
do a investidores pessoa física e jurídica. Em 2012, o CMN,
ção financeira, em um mesmo dia, em favor de um mesmo
por intermédio da Resolução nº 4.415, criou uma nova
investidor. A Circular 3.709, que passou a vigorar em março
modalidade do ativo, conhecida como DPGE II. Esta versão
de 2015 para novos CDBs e valerá em agosto para CDBs os
tem como diferencial ser elegível ao Fundo Garantidor de
antigos, é que determina essa regra. A Cetip faz registro de
Crédito (FGC). Além disso, os prazos devem se ajustar aos
CDBs desde 1986 e é líder nesse mercado.
empréstimos que os bancos usarão como lastro. As de-
*Até os limites estabelecidos pelo fundo para depósitos
mais características são iguais às da primeira modalidade
ou créditos por CPF/CNPJ e por instituição financeira de de DPGE.
um mesmo conglomerado. Os DGPEs podem remunerar a taxas pré ou pós-fixa-
das. O prazo de resgate é determinado no momento da
Rentabilidade contratação, mas não pode ser inferior a 12 meses nem
A taxa paga pelos bancos pode ser pré-fixada, pós-fi- superior a 36. Uma característica importante é a de não
xada ou flutuante, essa última atrelada a um percentual da poder resgatar antecipadamente nem parcialmente. 4
variação de um índice, que pode ser a TR, TJLP, CDI, ou
um índice de inflação, como o IGP-DI ou IGP-M. Nos CDBs Letra de Cambio
pré-fixados, como o próprio nome já sugere, você sabe na
hora da compra quanto irá receber em juros, enquanto nos Ao contrário do que a maioria das pessoas imaginam,
pós-fixados a remuneração que você receberá só será defi- a Letra de Câmbio (LC) não é um investimento em renda
nida depois do vencimento do título. variável e muito menos possui relação com negócios feitos
Normalmente, as aplicações têm prazos que variam en- em moeda estrangeira.
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

tre 30 dias e 180 dias. Em geral os bancos concedem taxas Essa informação é uma surpresa para você?
melhores de acordo com o volume investido, isto é, quanto Pois você se espantará ainda mais ao descobrir, ao final
maior o investimento, melhor deve ser a taxa que você re- desta colocação, que os investimentos em LCs (caso sejam
ceberá do banco. feitos com a estratégia adequada), são muito interessantes
quando o assunto é renda fixa!
Riscos de investimento Não tire os olhos das próximas linhas, pois muitos in-
Ao aplicar seu dinheiro em um CDB, o maior risco é de vestidores estão perdendo a oportunidade de investir nes-
que o banco que emitiu o CDB fique inadimplente, ou seja, sa aplicação de baixo risco e alta rentabilidade por puro
que o banco quebre antes de pagar seus clientes. Nesse desconhecimento!
caso, a aplicação é garantida pelo Fundo Garantidor de
Crédito (FGC), vinculado ao Governo Federal, até um va- 4 Fonte: www.cetip.com.br

26
O que é Letra de Câmbio (LC)? A questão é que o FGC não ampara apenas os inves-
timentos em poupança. CDB, LCI/LCA e, é claro, as Letras
Se você sabe alguma coisa sobre o investimento em de Câmbio (LC), também possuem a mesma proteção da
CDB ou no Tesouro Direto, vai ser bem fácil entender o que caderneta. Apesar de terem a mesma proteção, a Letra de
é uma Letra de Câmbio - na sigla: LC. Câmbio tem rentabilidade superior à da poupança. 
Assim como os CDBs são títulos privados emitidos pe-
los bancos para financiar suas atividades e os papéis do Como funciona o rendimento das Letras de Câmbio?
Tesouro Direto são títulos públicos lançados pelo governo
pela mesma razão, as Letras de Câmbio são papéis emiti- Assim como o CDB e o Tesouro Direto, as Letras de
dos para capitalizar as financeiras (como Fininvest, BV Fi- Câmbio podem ser remuneradas de forma pré ou pós-fi-
nanceira, Cacique, Crefisa, etc.). xada.
O nome Letra de Câmbio vem do sentido de troca. É mais comum encontrar Letra de Câmbio pós-fixada,
Câmbio no sentido de trocar o investimento feito agora com rendimento atrelado a um percentual do CDI. Mas, em
pela rentabilidade que será recebida no futuro. Não tem teoria, elas podem ser de 3 tipos distintos de cálculo do
nada a ver com dólar. retorno:
Essas financeiras (sociedades de crédito, financiamento
e investimento) são muito menores do que os bancos e Letra de Câmbio pós-fixada
emitem esses títulos que ainda são pouco conhecidos dos
investidores. São por essas duas razões que as LCs costu- Nessa forma de remuneração, você não conhece pre-
mam ter boa remuneração, o que as tornam um investi- viamente qual rendimento sua aplicação terá, mas sabe
mento bastante interessante. qual índice vai norteá-la. Em geral, a LC pós-fixada é atre-
Vale a pena destacar que, assim como o crédito da Letra lada ao CDI, um índice que está sempre próximo à Selic.
de Crédito Imobiliário (LCI) só pode ser lastreado em proje- Nessas LCs, paga-se um percentual do CDI (por exem-
tos do ramo imobiliário (e a Letra de Crédito do Agronegó- plo, 120%). Entretanto, existem também Letras de Câmbio
cio - LCA, nos do agronegócio), os recursos da LC apenas vinculadas a outros referenciais, como IPCA ou IGPM.
podem ser direcionados a operações de compra de bens e Letra de Câmbio prefixada
serviços (financiamentos). Na LC prefixada, você sabe exatamente qual rendimen-
to terá já no momento da aplicação. Por exemplo: Letra de
Letra de Câmbio: vantagens e desvantagens Câmbio que renda 11% ao ano.

Vantagens Letra de Câmbio híbrida


• baixo risco; Está atrelada a mais de um indicador. Por exemplo, Le-
•​proteção do Fundo Garantidor de Créditos (será expli- tras de Câmbio vinculadas ao CDI e ao IPCA (como, por
cado abaixo); exemplo, CDI + 2% ou IPCA + 6% ao ano).
•​podem ser pré ou pós-fixadas;
•​rentabilidade, em geral, bem maior do que a poupança. Como investir em LC?

Desvantagens  Antes de investir em LC, é preciso pesquisar os diver-


• sofre incidência de Imposto de Renda (IR); sos títulos disponíveis no mercado financeiro, uma vez que,
• pode ter carência (o que exige do investidor a aplica- como dissemos acima, as instituições menores costumam
ção de recursos que ele não necessite no curto prazo). pagar mais para atrair investidores.
Para o sucesso dessa tarefa, o ideal é recorrer a uma
Letras de Câmbio são tão seguras quanto a poupança? corretora de valores independente (que trabalha com di-
versas instituições, diferentemente de um banco, que só
Certamente. Todo mundo diz que a caderneta de pou- comercializa os produtos de sua própria instituição).5
pança é segura. Mas você já parou para se perguntar por
qual razão?
O baixo risco de crédito (calote) da poupança se dá pela
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

proteção assegurada pelo Fundo Garantidor de Créditos


(FGC) que, em caso da falência de uma instituição financei-
ra, garante ressarcimento aos seus investidores de até R$
250 mil, por CPF e por instituição.
Todas as instituições financeiras são associadas obriga-
toriamente ao FGC, contribuindo com uma porcentagem
dos depósitos (2%) para a manutenção do fundo.

5 Fonte: www.blog.magnetis.com.br - por Mariana Congo

27
Cobrança e pagamento de títulos e carnês • Transferências fundo a fundo: repasse por meio da
descentralização de recursos diretamente de fundos
da esfera federal para fundos da esfera estadual, mu-
nicipal e do Distrito Federal, utilizadas nas áreas de
saúde e de assistência social.

Ambas as modalidades de transferências legais dispen-


sam a celebração de convênio, ajuste, acordo ou contrato.

Público-alvo

As transferências automáticas e fundo a fundo são rea-


lizadas, regular e automaticamente, da União para os esta-
dos e municípios, para o financiamento de ações e/ou pro-
gramas de interesse do governo federal, mediante emissão
de Ordem Bancária do Tesouro para crédito automático
nas contas correntes dos favorecidos (estados, municípios,
organizações não-governamentais etc)7

A cobrança bancária tem por finalidade processar me- Arrecadação de tributos e tarifas públicas
diante registro a cobrança de títulos entregues ao Banco
através de borderaux de cobrança, referentes ao fatura- A arrecadação de Tributos e Tarifas Públicas é um ser-
mento das empresas. viço prestado às instituições públicas, em regra por força
Para tal são emitidos bloquetes e entregues aos sa- de acordos e convênios específicos, que estabelecem as
cados, ficando o Banco incumbido do controle, acatando condições de arrecadação e repasse desses tributos/tarifas.
sempre que solicitado pelo cedente instruções para altera- Para os entes estatais a vantagem é a facilitação da
ções de cobrança necessárias. Os boletos são emitidos em arrecadação, à medida que terão maior facilidade para o
substituição às duplicatas, notas promissórias, de câmbio, pagamento, o que contribui, decisivamente, para o adim-
recibos ou cheques e têm o poder de circular pela câmara plemento pontual dos débitos.
de compensação. Acresça-se, ainda, que a centralização da arrecadação
Pelo motivo da grande concorrência e à necessidade de em determinados Bancos facilita o controle de caixa e dos
qualificar cada vez mais o produto, foram criados diferen- débitos dos contribuintes.
tes e sofisticados tipos de cobrança baseados na tecnolo- Para os bancos também há vantagens: se de um lado
gia dos recursos da informática. despende com a estrutura de sua máquina para um servi-
O fluxo de cobrança bancária se resume: em quem ven- ço em favor da Entidade Pública, de outro lado recebe um
de (cedente) e quem compra (sacado) e no banco, que faz fluxo maior de recursos, que permanecem em seu caixa,
a intermediação da operação, recebendo o valor do sacado além, é claro, de ser um fato de aproximação, senão até de
e repassando ao cedente. expansão, de sua clientela.8
Os Bancos oferecem diversas formas de procedimentos,
os quais tem custos e valores diferenciados, os quais se- Internet banking
guem as modalidades apresentadas a seguir:
a)  convencional; Dos serviços disponíveis no mercado, se destaca o Inter-
b)  cobrança pré-impressa sem registro; net/Home-Ofice Banking, que disponibiliza para o cliente,
c)  cobrança pré impressa com registro; a obtenção da quase totalidade dos serviços obtidos nas
d)  cobrança escritural; redes de Agências, os quais passam a ser tratados pelo pró-
e)  cobrança por teleprocessamento. prio cliente, que mediante senha específica, efetua transfe-
A cobrança de títulos é de extrema importância aos rências de valores, obtém extratos, saldos, movimenta suas
bancos comerciais, pois estreitam relações entre o banco e aplicações nas mais diversas modalidades, efetua o paga-
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

seus clientes podendo assim ofertar outros tipos de produ- mento de suas contas, transmite dados para o processa-
tos de seu portifólio.6 mento de cobrança bancária e suas instruções, acessando
ainda toda a movimentação da mesma.
Transferências automáticas O Home Banking conecta o computador do cliente ao
do banco com o intuito de trocarem informações a respeito
As transferências legais são regulamentadas em leis de saldo e movimentação em conta corrente, de cobrança,
específicas. Essas leis determinam a forma de habilitação, aplicações, resgates, operações de empréstimos, cotação
transferência, aplicação de recursos e prestação de contas. de moedas, índices e bolsas de valores, saldo de poupança.
Há duas formas de transferências legais:
• Transferências automáticas; 7 Fonte: www.bb.com.br
6 Fonte: www.portaleducacao.com.br 8 Fonte: www.portaleducacao.com.br

28
A comunicação é constituída de duas vias, tanto o banco A principal característica da CCB é ser um título execu-
pode obter informações do que o cliente necessita quanto tivo extrajudicial, ou seja, não depende do aval do juiz para
o cliente pode obter informações sobre o banco. cobrança, e representa dívida em dinheiro, certa, líquida
Pode ser feita por linha telefônica ou através de comu- e exigível, seja pela soma nela indicada. Para tanto, bas-
nicação do próprio banco, via satélite, com garantia total de ta que a instituição financeira apresente o saldo devedor
conexão, proporcionando segurança, velocidade e qualidade. demonstrado em planilha de cálculo ou nos extratos da
As condições de segurança oferecida pelo banco dizem conta corrente elaborados pela Instituição Registradora.
respeito principalmente ao acesso, ao home banking, atra- Ela é garantida tanto por meios reais quanto por meios
vés de senha com absoluto sigilo e limita o acesso às infor- fidejussórias constituídas no próprio título. As garantias
mações. reais são as que o credor indica um bem do seu patrimô-
Para garantir a segurança da transmissão os dados são nio que sofrerá o ônus no caso de não pagamento do dé-
criptografados (codificação secreta e segura). bito. A garantia fidejussória é a garantia pessoal, no caso
O Home Banking tem sido mais utilizado ultimamente o aval, quando uma pessoa assegura o pagamento por
através da Internet passando a ser chamado de Internet outra. Somente pode ter uma garantia por título, sendo
Home Banking ¨Cmas os serviços oferecidos são exatamen- vedada a cumulação.
te os mesmos do Home Banking sem a Internet. Na CCB também poderão ser pactuadas cláusulas aces-
De modo geral, podemos ainda afirmar que as institui- sórias, tais como juros, critérios de sua incidência, capita-
ções bancárias, disponibilizam aos seus clientes, a quase lização, despesas e encargos da obrigação e obrigações
totalidade das suas operações de prestação de serviços e do credor, o que, em princípio, dificulta a sua contestação
investimentos para o acesso e o conforto dos seus clientes, judicial.10
das suas próprias residências, como Verdadeiros bancos
virtuais. Hot Money

Remote Banking (Banco Virtual) Imagine a seguinte situação: sua empresa precisa rea-
lizar um pagamento de alto valor de um fornecedor e não
Para que houvesse uma redução de custos de interme- tem Capital de Giro para isso.
diação financeira, os bancos concluíram que havia necessi- Como a tesouraria precisa do dinheiro para ontem, o
dade de reduzir o trânsito e a fila de clientes nas agências. que mais quer é evitar burocracias que atrasem o proces-
Esse o motivo para o aprimoramento dos Bancos 24 ho- so. Hot Money foi uma das alternativas cogitadas.
ras, onde se dá o atendimento remoto (fora das agências)
da clientela. O que é Hot Money?
Esse tipo de atendimento se utiliza da rede banco 24
horas (saques, depósitos, pagamento de contas, solicitação Apesar de ter um nome um tanto quanto diferente
de entrega de talões de cheques, etc), empresas tipo balcão (para não dizer peculiar), Hot Money é um empréstimo de
eletrônico, cartões magnéticos em redes de postos de ga- dinheiro. A diferença é que ele trata de empréstimos em
solina, redes de lojas e etc.9 curto prazo (ou curtíssimo), entre 1 a 29 dias.
Lembra daquela brincadeira chamada “batata quen-
Cédulas de Crédito Bancário – CCB te”? Pois bem, traduzindo, Hot Money significa dinheiro
quente. Imagine que seja como na brincadeira: você pega
A Cédula de Crédito Bancário (CCB) é talvez o título de o objeto e passa correndo para outra pessoa (no caso, a
crédito mais utilizado ultimamente, mas que poucos sabem empresa recebe o empréstimo e vai correndo cumprir suas
como funciona ou mesmo que ela existe. Esse título foi ins- obrigações).
tituída pela medida provisória 1.925, de 11 de novembro Observe que a definição de Hot Money deixa claro que
de 1999, que foi sendo reeditada até que em 2004 foi in- ele é uma alternativa para empresas que precisam realizar
troduzida nos artigos 26 a 45 da Lei nº 10.931. um pagamento e não têm Capital de Giro. Serve como um
A CCB é um título de crédito que pode ser emitido por ajuste do deslocamento de dinheiro do caixa de uma for-
pessoa física ou jurídica, na forma cartular (em papel) ou ma muito mais rápida, para cobrir despesas imediatas sem
escritural, em favor de uma instituição do Sistema Finan- burocracia.
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

ceiro Nacional, representando uma promessa de paga- Resumindo: o objetivo do Hot Money é resolver pro-
mento, em dinheiro, decorrente de operação de crédito de blemas pontuais da tesouraria. Exatamente por isso ele é
qualquer modalidade. A instituição do Sistema Financeiro considerado como um crédito de curto prazo.
Nacional em favor da qual é emitida a CCB é a Instituição Claro que o ideal é não ter que recorrer ao Hot Money
Registradora da CCB. e, por isso, administrar o capital de giro da empresa signi-
Toda vez que alguém contrata um empréstimo com fica avaliar se falta ou sobra recursos financeiros e analisar
uma instituição financeira, como cartão de crédito, crédito os reflexos gerados por decisões tomadas em relação a
rotativo na conta corrente é emitido contra si uma cédula compras e vendas.
de crédito bancário.
9 Fonte: www.conhecimentosbancarios.com.br/ www.portaleducacao.
com.br 10 Fonte: www.revistadireito.com

29
Todavia, o primeiro passo para a empresa evitar correr atrás de Hot Money é ela planejar e estimar os ganhos, despesas
e investimentos que terá em um período futuro, geralmente de 1 a 3 anos. Isso é possível por meio do Orçamento Empre-
sarial.

Quando usar o Hot Money?

A principal finalidade do Hot Money, e também sua principal importância, é ser uma ferramenta utilizada por pessoas
jurídicas exclusivamente para cobrir necessidades imediatas de recursos de curtíssimo prazo.
Importante ressaltar que essas obrigações entram no Balanço Patrimonial (BP) da empresa como passivos (contas onde
são registrados os deveres e obrigações da organização, como por exemplo, fornecedores, empréstimos e financiamentos,
obrigações fiscais e sociais etc.).

O Balanço Patrimonial é essencial para manter um controle de custos e também para acompanhamento do patrimônio
da empresa. Além disso, com ele é possível ter a visão consolidada da evolução da empresa em um determinado intervalo
de tempo. Preparamos um modelo de planilha, no qual você conseguirá ter essa visão melhor.
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

30
E já que o BP demonstra todos os ativos (bens e direitos) e passivos (dívidas e deveres) da empresa, bem como se o
patrimônio acumulado está em ascensão ou declínio, é fundamental utilizá-lo para controlar o dinheiro que entra e sai da
empresa (e, por consequência, avaliar tomadas de decisão que dizem respeito à necessidade de empréstimos).

Vantagens e desvantagens do empréstimo de curto prazo


O Hot Money é uma ferramenta emergencial e serve para apagar incêndios da área de tesouraria. Sua principal vanta-
gem é permitir organizações resolverem, de maneira bem pontual, as necessidades da tesouraria com financiamentos de
curtíssimo prazo.  
Por ter menos burocracia (o que é outro ponto positivo) o Hot Money permite que os fundos necessários para apoiar o
capital da empresa sejam disponibilizados rapidamente.
Se a utilização do Hot Money é uma vantagem quando a empresa precisa resolver casos emergenciais ou pontuais,
dependendo do ponto de vista, esse crédito de curto prazo pode sinalizar uma desvantagem. Isso porque se a empresa
recorrer a essa ferramenta com muita frequência pode estar com um problema sério que poderá acarretar em consequên-
cias negativas no futuro.
Como as taxas de juros do Hot Money são altas e os prazos para pagamento da dívida são mais estreitos, dependendo
do caso, a solução é procurar por uma linha de crédito com taxas de juro menores e prazos alargados. Recorrer a Capital
de Terceiros pode ser uma alternativa nesse caso.

Capital Próprio ou Capital de Terceiros?


Entendemos que Hot Money é utilizado em casos de emergência. Todavia, se a utilização do crédito de curto prazo é
algo frequente, sugerimos que o controller avalie se não está na hora de buscar por Capital de Terceiros ou investir em
Capital Próprio:
• Capital Próprio tem a ver com o patrimônio líquido (PL), ou seja, sua origem está na própria atividade econômica e
pode ser avaliado pelos lucros, por exemplo. Em outras palavras: são os recursos que provém dos proprietários (ou
de sócios e acionistas).
Capital de Terceiros está relacionado com o passivo real ou passivo exigível (obrigações da empresa com terceiros) e
representa todos os investimentos feitos por meio de recursos de entidades externas. Um dos exemplos mais comuns
nesse caso são os financiamentos e empréstimos, sejam de curto, médio ou longo prazo. O fluxo de caixa neste caso
é contratual, representado pela obrigatoriedade do pagamento de encargos contratuais.

Hot Money ou outra alternativa de injeção de capital?


Existem várias maneiras de a empresa conseguir injeção de capital. No caso do Hot Money, ele é uma alternativa
emergencial, ou seja, somente deve ser usado para cobrir necessidades imediatas de recursos de curtíssimo prazo. Caso a
empresa comece a fazer uso frequente desta opção de crédito, é porque algo pode estar errado e sua empresa vai pagar
caro por isso.
O controller é o profissional indicado para fazer esta avaliação. Quando a empresa precisa constantemente injetar capital
de forma emergencial é porque, talvez, esteja na hora de pensar em um investimento que traga maior retorno financeiro e
evite que o Hot Money seja utilizado para apagar incêndios.
Além disso, é necessário também investigar a raiz do problema, analisando as divergência do orçamento. Convenhamos
que, se a empresa não possui métricas suficientes para identificar o que está acontecendo com suas vendas e despesas, fica
quase impossível resolver os problemas, certo?
No entanto, antes mesmo de pensar em quem poderá ajudar a injetar capital na empresa (ou como isso será feito) é pre-
ciso fazer uma análise bem completa sobre a viabilidade do investimento. Para essa tarefa, profissionais da área de finanças
fazem uso de um arsenal de ferramentas conhecidas como Indicadores Financeiros para Análise de Investimentos.

Contratando Hot Money


O crédito de curto prazo Hot Money é contratado via banco ou qualquer outra instituição financeira. Geralmente, a agên-
cia bancária recebe a proposta do cliente, avalia e, se aprovada, cria um contrato de Hot.
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

No contrato são estabelecidas regras, prazos de pagamento (até 29 dias) e taxas de juros. Como cada banco possui suas
tarifas, a recomendação é que a empresa procure a instituição financeira que possui conta bancária. Mas para você ter uma
ideia, a taxa do hot money é definida pela taxa do CDI do dia da operação acrescida do custo do PIS e da Cofins sobre o
faturamento da operação.

31
#FicaDica
O Hot Money é um tipo de empréstimo de curto prazo, sendo uma alternativa para empresas que precisam
realizar um pagamento e não tem Capital de Giro.
Dizemos ainda que seu objetivo é o de resolver problemas pontuais da tesouraria. Por isso, operações de Hot
Money são consideradas como um crédito de curto prazo.
Ressaltamos que assim como qualquer empréstimo, é preciso ter cautela ao optar pelo Hot Money e avaliar
todas as alternativas da empresa. Os Indicadores Financeiros para Análise de Investimentos permitem ao
controller fazer uma análise mais completa das opções que possui para injetar capital.
Além disso, é necessário verificar a Necessidade de Capital de Giro e, avaliar os prazos médios de pagamento
e recebimento.1

1 Fonte: www.treasy.com.br

Contas garantidas

Modalidade de Capital de Giro, na qual a instituição financeira disponibiliza um limite de crédito, mediante abertura de
uma conta corrente, com garantia de recebíveis ou até mesmo garantia real.
A conta garantida é uma conta empréstimo separada da conta corrente, com limite de crédito de utilização rotativa des-
tinado a suprir eventuais necessidades de capital de giro de pessoas jurídicas em geral.
O limite de crédito é definido pela instituição financeira conforme capacidade de pagamento da empresa.
O prazo é definido pela instituição financeira - em média os contratos são formalizados em 120 dias.
Por solicitação do cliente, a instituição financeira transfere o valor desejado, até o limite contratado, para a conta corrente.
Para cálculo dos juros devidos, as instituições financeiras somam os valores utilizados em um determinado período (mês
cheio ou 30 dias corridos) e, sobre o somatório, aplicam a taxa mensal de juros convertida para um dia.
Além do IOF incidente sobre os prazos e valores utilizados, conforme legislação em vigor.
Nessa modalidade, o IOF é cobrado somente após a utilização do crédito e para calcular o valor devido as instituições
financeiras somam os valores utilizados em um determinado período (mês cheio ou 30 dias corridos).
Sobre o somatório, aplicam a alíquota para um dia.
A forma de pagamento dos encargos ocorre ao final de cada mês ou na data de aniversário do contrato.
O principal poderá se amortizado total ou parcialmente a qualquer tempo, durante a vigência do contrato, por solicitação
à instituição financeira, que transferirá o valor solicitado para amortização, da conta corrente para a conta garantida.
As garantias são nota Promissória com aval dos sócios ou terceiros que possam apresentar algum bem; penhor de títulos
de crédito (caução de duplicatas ou cheques pré-datados); alienação fiduciária; hipoteca; por exemplo.
O percentual da garantia será definido pela instituição financeira.11
Vantagens
Pode-se utilizar o limite de crédito para cumprir as obrigações por período curto, com isso, pagando menos juros e,
consequentemente, diminuir os custos financeiros.
Como as duplicatas estão em garantia, a empresa pagará uma tarifa menor pela cobrança da mesma, fato este que,
geralmente, não ocorre no desconto de duplicata.

Desvantagens
Um dos grandes vilões desta operação é o IOF, pois cada vez que o cliente realiza um saque na conta garantida, está
tomando um empréstimo, e será tributado com uma alíquota de IOF de 0,38% sobre o valor da operação.
Assim, se o cliente necessita utilizar a conta garantida por um curto período, por exemplo, 03 (três) dias, e paga a conta
garantida após este período, e 02 (dois) dias depois pretende usá-la novamente, deve fazer as contas, pois pagará IOF pelas
duas utilizações, 038% por cada. Se a empresa não tomar cuidado, o IOF da operação pode ficar mais caro que os juros
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

cobrados.

Crédito Rotativo

O crédito rotativo do cartão de crédito é usado pela pessoa que não quer ou não pode pagar o valor total da sua fatura
no vencimento, mas pretende pagar o saldo em breve. Para usar o crédito rotativo no vencimento da fatura, a pessoa deve
fazer o pagamento de qualquer valor entre o mínimo e total. O restante é automaticamente financiado e lançado no mês
seguinte, com juros. Financiar a fatura geralmente é melhor do que pagar multa e juros de mora. Mas vamos entender
melhor o que é o crédito rotativo antes de assumir qualquer conselho financeiro para nossos leitores.

11 Por Rodrigo O. Barbati / www.buscajus.com.br

32
O que é exatamente o crédito rotativo?
É uma linha de crédito aberto para uma pessoa física ou jurídica com limite pré-estabelecido e que pode ser utilizado
de forma automática pelo tomador, de acordo com suas necessidades. No caso, podemos considerar este crédito rotativo
como um “empréstimo emergencial”, equivalente ao cheque especial, que vem perdendo espaço nos últimos anos como
fonte emergencial de renda. Algumas características do crédito rotativo são:
• É realizada uma análise prévia de crédito, para saber se o tomador tem condições financeiras de pagar os limites que
utilizar;
• Tomador pode utilizar ou retirar fundos até um limite de crédito pré-aprovado;
• Quantidade de crédito disponível aumenta e diminui na medida em que o dinheiro é utilizado ou pago;
• Crédito pode ser usado repetidamente;
• Tomador faz pagamentos com base apenas no valor que ele realmente utilizou e apenas esse valor será acrescido de
juros e eventuais impostos;
• Tomador pode pagar parceladamente (sujeito a exigências de pagamento mínimo), ou integralmente, a qualquer
momento.

Como funciona o crédito rotativo?


O crédito disponível diminui na medida em que o cliente (tomador) utiliza o crédito e aumenta na medida em que é
feito o pagamento do principal que já foi utilizado. Ou seja, seu limite de crédito é recuperado com o pagamento dos ju-
ros + extras do principal. Neste tipo de crédito o cliente paga encargos e impostos somente pelos recursos usados e pelo
tempo que os utilizou.

Como tenho acesso ao crédito rotativo?


Após análise de crédito, seu banco irá determinar os limites de seu cartão, incluindo o crédito rotativo. Você precisará
também de obter um cartão de crédito, que tem uma anuidade para ser paga dando direito ao seu uso.
Cuidado, pois o crédito rotativo pode ser o início de uma grande armadilha financeira, mesmo com todo planejamento
possível. (Foto: www.bradesco.com.br)

Os perigos do crédito rotativo


Ao optar por pagar apenas um mínimo ou um valor entre o mínimo e o total da fatura do cartão de crédito, você está
optando pelas taxas de juros mais altas do mercado, e no mês seguinte lhe serão cobrados mais juros e encargos acumula-
dos. Resumindo bem, uma dívida pode ser pequena, mas aumentar muito com o decorrer do tempo e acúmulo de gastos
no cartão.
Além disso, os brasileiros geralmente tem uma má educação financeira e o acesso ao crédito rotativo utiliza deste
pequeno conhecimento como forma de explorar o povo, que são induzidos a pensar que as parcelas com juros altos do
crédito rotativo são as melhores opções que eles tem para parcelar uma fatura.
Mesmo quando o crédito rotativo é a única opção, brasileiros acabam não planejando o pagamento total da fatura nos
próximos meses e pagam muito mais do que inicialmente deviam.

Os cuidados com o crédito rotativo


O crédito rotativo deve ser apenas um empréstimo emergencial, quando você não tem mais nenhuma opção em vista.
O melhor a ser feito é utilizar um empréstimo bancário como alternativa para escapar das dívidas com cartão de crédito,
pagando a fatura por inteiro e parcelando com juros menores do empréstimo pessoal.

Como incidem os juros no crédito rotativo?


No financiamento da fatura pelo crédito rotativo, os juros somente incidem sobre o saldo verificado entre o valor da
fatura e o valor pago. Como exemplo:
Pagamento total até o dia 30: R$ 400,00
Pagamento mínimo: R$ 80,00
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Saldo: R$ 320,00

Neste caso, somente ao saldo de R$320,00 é que serão acrescidos os juros do crédito rotativo. Na fatura do cartão de
crédito deverão estar expressas a taxa de juros que incidirá no período da fatura e, ainda, a do próximo período.
Queremos enfatizar que utilizar o crédito rotativo deve ser a última opção em qualquer hipótese, esgotadas todas as outras
possibilidades. O mais correto é você sempre se planejar para pagar o total da fatura. Mas caso isso não seja possível, além das
várias dicas que demos em nossos artigos, você deve optar por empréstimos pessoais de juros baixos para realmente pagar sua
dívida sem grandes prejuízos.12

12 Fonte:www.creditooudebito.com.br/www.bidu.com.br

33
O que mudou no crédito rotativo? A taxa de desconto pode ser considerada como similar
à taxa de juros e reflete o grau de preferência pela liquidez
(preferência temporal por dinheiro) dos agentes econômicos.
#FicaDica Assim, uma alta preferência temporal por dinheiro implica
uma alta taxa de desconto.
Nas novas regras de uso do rotativo, os clientes Diferentemente de uma operação de factoring, o descon-
podem pagar o mínimo por apenas um mês. to de títulos não é uma operação de compra e venda, e o
É necessário que as instituições financeiras ofe- banco tem direito de regresso, ou seja, no vencimento, caso
reçam, posteriormente a isso, outra forma de o título não seja pago pelo sacado (o devedor), o cedente
empréstimo ao cliente, a juros bem menores. (a empresa que descontou a duplicata) assume a responsa-
bilidade pelo pagamento, incluindo juros de mora e multa
pelo eventual pagamento em atraso. Portanto, enquanto a
A intenção é incentivar os consumidores a quitarem duplicata não for quitada, a empresa cedente mantém uma
suas dívidas sem serem devorados por essa bola de neve obrigação para com o banco, devendo reembolsá-lo, se o
do juros do rotativo. título vencido não for pago.13
Como o cliente só pode pagar o mínimo por um mês,
na fatura seguinte, o banco precisa garantir crédito para o Financiamento de capital de giro
consumidor parcelar a dívida do cartão com taxas menores
que os atuais juros do cartão. Qualquer tipo de empreendimento econômico exige
Apesar dessas mudanças, a dica mais eficiente para o uma aplicação de capital. O volume de capital empregado
usuário de cartão de crédito é fazer com que o uso desse normalmente é decomposto em duas porções básicas: uma
método de pagamento seja feito de maneira consciente. destinada à aplicação em ativos fixos e outra destinada ao
Apesar de ter um limite aprovado no cartão, o cliente giro.
precisa se lembrar que aquele valor não é real, não é um di- Neste texto pretendemos apresentar as noções básicas
nheiro que ele já tem, que lhe pertence, mas funciona como a respeito do capital de giro, principalmente no que tange a
um empréstimo a juros altíssimos. sua composição, dimensionamento e financiamento.
Em outras palavras, é necessário colocar na balança e
avaliar se é necessário comprar no cartão de crédito ou se Definição de Capital de Giro
outras formas de pagamentos são mais viáveis. Uma vez caracterizado, podemos definir capital de giro
Essa consciência de usar o cartão em casos extrema- como o montante de recursos necessários para o funciona-
mente necessários, optando por comprar à vista ou no dé- mento da empresa.
bito, sempre que possível, faz com que o usuário do cartão Embora seja uma definição bastante simples, ela explicita
de crédito esteja de certa forma blindado contra os juros claramente a destinação que se dá a essa porção do capital,
do rotativo. em contraposição à outra porção, destinada à instalação da
empresa.
Desconto de títulos

Em contabilidade, chama-se desconto a operação ban-


FIQUE ATENTO!
cária de entrega do valor de um título ao seu detentor, an-
tes do prazo do vencimento, e mediante o pagamento de Capital fixo - montante de recursos necessá-
determinada quantia por parte deste. rios à instalação da empresa;
O desconto de títulos ou duplicatas é um adiantamento Capital de giro - montante de recursos neces-
de recursos, feito pelo banco, sobre os valores dos respecti- sários ao funcionamento da empresa.
vos títulos (duplicatas ou notas promissórias). Neste tipo de
operação, o cliente recebe antecipadamente valor corres-
pondente às suas vendas a prazo, transferindo para o banco Conforme o próprio nome indica, o capital de giro está
o risco de suas vendas a prazo. relacionado com todas as contas financeiras que giram ou
Ao apresentar um título de vencimento futuro para des- movimentam o dia a dia da empresa.
conto no presente o cliente não recebe seu valor total. So- Se o capital de giro está relacionado com as contas fi-
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

bre esse valor o banco deduz a chamada taxa de desconto, nanceiras que giram ou movimentam o dia a dia da empre-
além de impostos (como o IOF) e encargos administrativos. sa, podemos concluir que:
Normalmente, as empresas negociam suas duplicatas a • Toda empresa que vende a prazo precisa de recursos
receber com instituições financeiras, visando obter capital para financiar seus clientes;
de giro, isto é, recursos financeiros a serem utilizados em • Toda empresa que mantém estoque de matéria-prima
suas atividades operacionais. ou de mercadorias precisa de recursos para financiá-lo;
Chama-se taxa de desconto a porcentagem de redução • Quando a empresa compra a prazo (matéria-prima
aplicada a uma série de fluxos de caixa futuros, de forma a ou mercadorias) significa que os fornecedores finan-
obter o valor presente desses fluxos. Reduz-se do valor a ser ciam parte ou todo o estoque;
obtido no futuro, a fim de torná-lo comparável ao valor pre-
sente. 13 Fonte: www.jlpsmatos.blogspot.com.br

34
• Quando a empresa tem prazos para pagar as despesas (impostos, energia, salários e outros gastos) significa que parte
ou o total dessas despesas é financiada pelos fornecedores de serviços.

A interpretação das situações acima nos leva a determinar em quais contas a empresa precisa aplicar recursos e de que
contas a empresa obtém recursos para financiar o capital de giro.
Um conceito importante para entendimento do capital de giro está relacionado à necessidade desse dinheiro. Essa ne-
cessidade indica o montante de recursos que a empresa precisa para financiar suas operações, ou seja, o valor dos recursos
que a empresa precisa para que seus compromissos sejam pagos nos prazos de vencimento.
A necessidade de capital de giro representa a diferença entre o montante de recursos aplicados (I) menos o total dos
recursos que a empresa consegue para financiar o capital de giro (II).

Fonte: www.sebrae.com.br

Modalidades de financiamento

Os empréstimos para capital de giro podem ser liberados de duas formas:


- Isoladamente (capital de giro puro) – na maioria das vezes, este tipo de empréstimo não necessita da comprovação
de sua destinação.
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

- Associado a investimentos fixo (capital de giro associado) – destinado à compra de insumos e/ou mercadorias.

Características:
• Taxa de juros pré-fixada;
• Financiamentos de curto prazo e sem carência;
• Possibilidade de garantia por meio do próprio sócio.
 
Investimento Fixo
Operações de crédito de longo prazo destinadas a financiar implantação, expansão e modernização de empresas. Con-
siderando-se a reposição de máquinas, equipamentos, móveis, utensílios e veículos; obras civis e instalações.

35
Essas operações financiam os ativos imobilizados das Vendorfinance/comprorfinance
empresas: itens de permanência duradoura, destinados ao
funcionamento das atividades da empresa. Vendor Finance
 
Investimento Misto
Trata-se do capital de giro associado ao investimento.
Por exemplo, a empresa financiou uma máquina e poderá
necessitar de capital de giro para a matéria-prima.
 
Características:
• Taxa de juros pré-fixada;
• Financiamento de longo prazo e com carência;
• Exigência de garantias reais, como bens e imóveis;
• Exigência de recursos próprios.
 
Antecipação de Receita
Os recebíveis de sua empresa, ou seja, os valores a re-
ceber das vendas a prazo podem se transformar em garan-
tias ou recursos à vista, por meio das seguintes formas de
financiamento:
desconto de duplicatas e promissórias: a empresa cede
esses títulos ao banco e obtém capital de giro para
alavancar seus negócios, antecipando os recebimen-
tos de suas vendas a prazo;
desconto de cheques: os cheques pré-datados são en- É uma operação de financiamento de vendas com base
tregues e descontados antecipadamente no banco, na cessão de crédito, permitindo que uma empresa venda
que fornece à empresa recursos para cobrir eventu- seu produto a prazo e receba o pagamento à vista.
ais necessidades de caixa; Envolve transações de compra e venda entre pessoas
faturas de cartões de crédito: a empresa cede seus cré- jurídicas.
ditos futuros ao banco e obtém capital de giro para Supõe que a empresa compradora seja cliente tradicio-
alavancar seus negócios, colocando as faturas de nal da vendedora, pois será a vendedora quem assumirá o
cartão como garantia da operação. risco do negócio, como intermediadora.
A empresa vendedora transfere o crédito decorrente
Venda da venda ao banco que em troca de uma taxa de inter-
A empresa pode obter um empréstimo direto do banco mediação paga à vista ao próprio vendedor e financia o
para os seus compradores e, assim, receber suas vendas à comprador.
vista. Como a venda não é financiada diretamente pela em-
  presa vendedora, a base de cálculo para a cobrança de tri-
Compra butos, comissões e royalties, torna-se menor.
Permite que a empresa compre à vista de seus forne- Reduz também a carga de IPI, ICM, PIS e Cofins que
cedores com redução de custos. O banco deposita o valor incide sobre o preço da Nota Fiscal da empresa vendedora.
da compra na conta do fornecedor e a empresa paga ao Se a própria vendedora financiasse a venda, iria embutir
banco a prazo. no preço os custos financeiros, aumentando mais ainda os
  impostos a pagar.
Conta Garantida Com o vendor é possível vender por um preço mais
Linha de crédito rotativo vinculada à conta corrente da competitivo, além do que ao receber a vista tem imediato
empresa. Os recursos são disponibilizados a qualquer mo- reforço no seu caixa.
mento, por solicitação do cliente. A garantia pode ser cons- O cliente comprador beneficia-se com taxas menores
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

tituída com caução de cheques pré-datados, duplicatas ou que as do mercado para o financiamento isolado de uma
notas promissórias. As taxas são, geralmente, maiores que empresa, pois estará obtendo uma taxa que leva em conta
das modalidades anteriores.14 o risco do vendedor.
Em resumo, é uma modalidade de financiamento de
vendas na qual quem contrata o crédito é o vendedor do
bem, mas quem paga o crédito é o comprador.
A operação é formalizada com a assinatura de um con-
trato, com direito de regresso entre o banco e a empresa
vendedora (fornecedora) e um contrato de abertura de cré-
dito entre as partes:
14 Fonte:www.sebraepr.com.br

36
 empresa vendedora,
 banco, e
 empresa compradora.

Compror Finance

É a operação inversa do vendor.


É uma operação de financiamento de compras com base na cessão de crédito, permitindo que uma empresa compre o
seu produto a prazo e o vendedor receba o pagamento à vista.
Ocorre quando pequenas indústrias, fabricantes de componentes, vendem para grandes montadoras, indústrias de
veículos e eletrodomésticos.
Nesse caso, em vez de o vendedor (indústria) ser o fiador do contrato, o próprio comprador é que funciona como tal.
É um instrumento de crédito que dilata o prazo de pagamento de compra sem envolver o vendedor (fornecedor).
O título a pagar funciona como um “lastro” para o banco financiar o cliente que irá lhe pagar em data futura pré com-
binada, acrescido de juros e IOF.
Como no vendor, este produto exige um contrato-mãe definindo as condições básicas da operação, que será efetivada
quando do envio ao banco dos contratos-filhos, com as planilhas dos dados dos pagamentos que serão financiados.15

Leasing (tipos, funcionamento, bens).

O contrato de leasing, denominado no Brasil como arrendamento mercantil, é resultante do processo de desenvolvi-
mento, oriundo dos interesses dos comerciantes em aperfeiçoar as suas relações profissionais, visando adquirir produtos
necessários sem os recursos suficientes para a sua devida obtenção.
Arnold Wald conceitua o contrato de arrendamento mercantil ou leasing da seguinte forma:
“trata-se de um contrato de origem norte-americana, em que um comerciante ou industrial, necessitando de certos equi-
pamentos, que não lhe convém adquirir, obtém de uma instituição financiadora que os cumpre e os alugue, permitindo à
locatária no fim do período da locação a aquisição por preço que leve em conta os aluguéis”.
Vale salientar que, segundo o art. 1º da lei nº 6.099 de 12 de setembro de 1974, o contrato será exercido por apenas
pessoas jurídicas, limitando, portanto, os sujeitos do referido contrato.
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Entretanto, diante do elevado índice de aceitação das pessoas físicas, os dispositivos legais autorizaram a sua participa-
ção, conforme o parágrafo único do art. 1º da referida lei com a nova redação dada lei nº 7.132, de 26 de outubro de 1983:
“considera-se arrendamento mercantil, para os efeitos desta Lei, o negócio jurídico realizado entre pessoa jurídica, na
qualidade de arrendadora, e pessoa física ou jurídica, na qualidade de arrendatária, e que tenha por objeto o arrendamento
de bens adquiridos pela arrendadora, segundo especificações da arrendatária e para uso desta”.
Portanto, compreende-se de que se trata de um contrato misto em que uma pessoa jurídica, o arrendante, compra um
bem, móvel ou imóvel e o arrenda a uma pessoa física ou jurídica, o arrendatário, por um determinado tempo, sob as indi-
cações deste, ficando este com o direito de, no final do contrato, adquirir o referido bem, mediante o pagamento residual,
cujo valor poderá ser determinado anteriormente.

15 Por Cid Roberto

37
Natureza jurídica o prazo contratual, submeter-se à vontade do arrendatário,
que decidirá pela compra do bem pelo preço residual, res-
Em face das suas características complexas, há diver- tituição do bem ou renovação do contrato.
sos posicionamentos doutrinários acerca da sua natureza São deveres do arrendatário: a) o pagamento das con-
jurídica, pois inclusive há o entendimento de que se trata traprestações, inclusive em caso da interrupção contratual
somente de uma espécie de locação. de sua responsabilidade; b) zelar pela devida conservação
Fran Martins, por sua vez, o considera como um negó- do bem, e, se preciso, responder pelos prejuízos causados
cio jurídico compreendendo uma locação, uma promessa pelo seu descumprimento; c) devolver o bem ao arrenda-
unilateral de venda e em alguns casos, um mandato. dor, findo o contrato, caso não queira comprar o bem pelo
Seguindo o entendimento do autor, o leasing é resul- preço residual ou renovar o contrato.
tante da complexidade dos contratos acima mencionados,
pois há entrega de um bem, em contrapartida ao paga- Classificação
mento das prestações; além da obrigação unilateral do
arrendador no cumprimento posterior, em vender o bem, Em face das exposições acima, e em atendimento à
findo o contrato, pelo preço residual, momento em que o classificação doutrinária sobre os tipos de contrato, nota-
arrendatário decidirá se irá comprar o bem, renovar o con- -se que se trata de um contrato:
trato, restituir o bem; e, por fim, pela responsabilidade do - consensual – para gerar direitos e obrigações é neces-
arrendador pelos atos praticados pelo arrendatário. sário apenas o consentimento das partes;
Todavia, nota-se também que a complexidade do con- - bilateral – há obrigações para ambas as partes;
trato de leasing é mais ampla do que a explanação do re- - oneroso – assim como os demais contratos mercantis,
ferido autor. Conforme demonstraremos posteriormente, possui característica lucrativa;
uma das obrigações do arrendador, é adquiri-lo sob as in- - nominado – a lei nº 6.099/1974 estabelece a denomi-
dicações do arrendatário, mediante um contrato de com- nação do contrato, assim como as suas regras jurí-
pra e venda, e posteriormente, o arrendatário poderá com- dicas;
prar o bem sob o preço residual, resultando, portanto, em
- formal – é necessário que seja de forma escrita, embo-
uma possível relação de compra e venda entre as partes.
ra haja posicionamento doutrinário acerca da possi-
Desta forma, trata-se de um contrato com características
bilidade de ser realizado verbalmente;
bastante distintas em virtude da sua finalidade de atender
- por tempo determinado e de execução sucessiva – a
determinadas necessidades específicas.
execução do contrato ocorre sucessivamente, me-
diante o cumprimento das obrigações, por um prazo
Partes contratantes
determinado;
- intuitu personae – há uma peculiaridade entre as par-
Como estipulado acima, as partes são denominadas de
arrendador e arrendatário. O arrendador, o qual é aquele tes, em face das suas características, cujas obrigações
que arrenda o bem, deve necessariamente ser uma em- decorrentes do contrato não poderão ser cumpridas
presa, inclusive ser constituída como sociedade anônima, por outra pessoa senão a quem foi feito o contrato.
conforme regulamentação do Banco Central por meio da
Resolução nº 351/1975. Espécies
O arrendatário é a pessoa física ou jurídica, que, em vez
de comprar o bem que necessita, utilizará o leasing para Visando suprir as necessidades existentes, surgiram di-
suprir as suas necessidades, indicando as especificações do versos contratos com algumas características específicas,
bem ao arrendador. mas considerados como modalidades do arrendamento
Entretanto, além destes, há também o vendedor do mercantil.
bem. Conforme o conceito mencionado no parágrafo úni- Tais acontecimentos ocasionam divergências doutriná-
co da lei nº 6.099 de 12/09/1974, o arrendador irá adquirir rias sobre este tema, tendo em vista a diversidade deste
bens. Desta forma, reconhece a participação deste, tendo contrato nos ordenamentos jurídicos.
em vista que o objeto contratual será obtido mediante Em face disto, analisaremos apenas os mais utilizados
contrato de compra e venda entre o vendedor do bem com pela doutrina brasileira.
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

o arrendador. O leasing financeiro é basicamente o leasing puro. O


bem, que inicialmente não pertence ao arrendador, será
Obrigações das partes comprado por este, sob as indicações do arrendatário. As
contraprestações deverão ser cumpridas pelo arrendatário,
Para uma melhor compreensão sobre o contrato de mesmo que este queira devolver o bem antes do pactuado.
leasing, torna-se necessária uma análise acerca das obri- Concluído o contrato, caberá ao arrendatário o direito de
gações do arrendador e arrendatário, notadamente para comprar o bem pelo preço residual, geralmente pré-fixado.
comprovar as características distintas do referido contrato. O leasing operacional é aquele em que a empresa ar-
São deveres do arrendador: a) adquirir de um terceiro rendadora é a fabricante ou fornecedora do bem, onde
o bem sob as indicações do arrendatário; b) entregar o di- esta também se responsabilizará pela prestação de assis-
reito de uso e gozo do bem ao arrendatário; c) concluído tência ao arrendatário no período em que o arrendamento

38
mercantil estiver em vigor. Semelhante a este é o contato Posteriormente, foi parcialmente alterada pela lei nº
de renting, em que os arrendatários pactuam, por prazos 7.132, de 26 de outubro de 1983. Todavia estes dispositivos
curtos, visando apenas a locação do bem. limitavam-se ao tratamento tributário do leasing, uma área
O leasing de retorno, ou lease back, consiste aquele em bastante utilizada, mas sem a devida importância nos pre-
que uma empresa aliena um bem, móvel ou imóvel, a outra ceitos normativos.
empresa. Posteriormente, está irá arrendar o bem à primei- Entretanto, o art. 9º da lei do Mercado de Capitais, nº
ra. Desta forma, esta, além de ampliar o seu capital de giro, 4.595, de 31 de dezembro de 1964, estabelece a competên-
possui o uso e gozo do bem e, findo o contato, poderá cia do Banco Central do Brasil a por em prática as normas
readquiri-lo, mediante a compra pelo preço residual. do Conselho Monetário Nacional, inclusive as referentes ao
O leasing de intermediação trata-se daquele em que leasing.
o arrendador é intermediário do fabricante do bem e do Um ano depois da lei nº 6.099/74, foi criada a Resolução
arrendatário. O leasing simples, por sua vez, se caracteriza nº 351, de 17 de novembro de 1975, com um Regulamen-
pela participação do arrendador em apenas adquirir e alu- to anexo, na sessão deste conselho, no dia 12 do referido
gar o bem, enquanto que no leasing de manutenção tam- mês, veio estabelecer os dispositivos referentes às opera-
bém se responsabilizará pela prestação técnica do bem. ções deste contrato, inclusive a participação somente de
pessoas jurídicas, seguindo o mesmo entendimento da lei
Leasing e locação nº 6.099/1974. Visando a ampliação prática deste contrato,
o arredamento mercantil de bens importados foi posterior-
Alguns doutrinadores consideram o leasing como uma mente regulado pela Resolução nº 666, de 17 de dezembro
espécie de locação, em face das características semelhantes de 1980.
entre estes dois contratos. Entretanto, o mercado ainda não estava reagindo como
Silvio Rodrigues, embora reconhecendo a complexidade se esperava, tendo em vista que a utilização do leasing con-
do arrendamento mercantil, segue este entendimento. forme estes dispositivos era bastante reduzida. Jorge Perei-
Há, sem dúvida, semelhanças entre o leasing e a locação. ra Andrade justifica tal ocorrência:
O locatário, além de pagar o aluguel, deverá restituir a coi- “Verifica-se que há uma alteração constante, no que se re-
sa em bom estado. O mesmo ocorre com o arrendamento, fere às pessoas que podem participar da operação do leasing,
em que o arrendatário paga a remuneração, como também o que certamente leva-nos a crer que isto decorre do interesse
deverá restituir o bem. Na locação, há faculdade de purga- monetário brasileiro detectado pelo Conselho Monetário Na-
ção da mora pelo locatário, e no leasing, pelo arrendatário. cional, para incrementar ou diminuir a incidência desse tipo
Da mesma forma, em ambos os contratos, há presunção de contratual. Fácil verificar, pelas pesquisas feitas pela ABEL (As-
como ocorrerá a utilização da coisa, a inversão do ônus tri- sociação Brasileira das Empresas de Leasing), que quando só
butário, ações para a defesa do locatário e do arrendatário, se permite a operação com pessoas jurídicas, o número de
além das prestações estarem sujeitas a correção monetária. contratos diminui substancialmente e aumenta consideravel-
Entretanto, não é conveniente considerar a locação como mente quando há a participação de pessoas físicas”.
o gênero e o arrendamento mercantil como espécie. Diante da necessidade em suprir tal fato, a lei nº
Entre as distinções existentes, algumas decorrem como 6.099/1974 e o Regulamento foram alteradas pela lei nº
consequência das contraprestações do leasing serem mais 7.132, de 26 de outubro de 1983, permitindo a participação
elevados que o pagamento do aluguel da locação, caben- de pessoas físicas como arrendatárias.
do ao arrendador garantir a amortização e os custos do fi- Posteriormente, depois de vários dispositivos referentes
nanciamento. O locador, além de lhe pertencer os riscos da a participação ou não de pessoas físicas no arrendamento
coisa, tem por obrigação garantir o uso pacífico do bem, mercantil, a Resolução nº 2.309, de 28 de agosto de 1996,
enquanto que no leasing, tais deveres pertencem ao arren- e seu Regulamento anexo, do Banco Central do Brasil, veio
datário. finalmente disciplinar as operações do arrendamento mer-
Outra distinção entre tais contratos é referente à ob- cantil.
tenção da coisa. No arrendamento mercantil, o arrendador
Extinção
adquire o bem visando entregar ao arrendatário, sob suas
indicações, enquanto que na locação o bem em questão já
Sendo um contato por tempo determinado, como vimos
pertence ao locador.
na sua classificação, decorrido o prazo contratual, o arrenda-
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

E provavelmente, a principal diferença ocorre no final do


mento mercantil será extinto.
contrato. No leasing, cabe ao arrendatário o direito de reno-
Todavia, há várias outras formas de extinção, como o
var o contrato, adquirir o bem mediante o pagamento do
consentimento mútuo dos contratantes, ou seja, a resilição
preço residual ou restituí-lo. Na locação, o locatário deverá bilateral ou distrato.
restituir o bem. Havendo prejuízo para uma das partes, esta pode extin-
guir o contrato, cabendo-lhe o ressarcimento dos prejuízos.
Leasing na legislação brasileira Da mesma forma, a substituição de uma das partes, por tra-
tar-se de um contrato intuitu personae, como também da
A lei nº 6.099, de 12 de setembro de 1974, introduziu falência da empresa contratante, resultam na extinção do
este contrato no ordenamento jurídico, dispondo sobre o contrato.
tratamento tributário.

39
Os demais modos de inadimplemento resultam na ex- Financiamento de capital fixo
tinção contratual, como o decorrente por motivos alheios à
vontade das partes, como caso fortuito ou força maior. Quem possui empresa sabe da necessidade constante
de movimentação financeira, e que uma vez ou outra preci-
Leasing: Vantagens e desvantagens sa de dinheiro para capitalizar, nessa hora é bom pegar um
Capital de giro, tipo de financiamento para empresas  de
Diante da intensa evolução tecnológica, em que produ- curto, médio ou longo prazo destinado a suprir necessi-
tos considerados de última geração em poucos meses tor- dades de caixa, normalmente utilizado para reorganizar o
nam-se praticamente obsoletos e ultrapassados, torna-se fluxo financeiro ou, mas também muito usado para desen-
inviável o emprego do capital de giro de uma empresa na volvimento de novos projetos e empreendimentos.
compra de equipamentos. No Financiamento para Capital de giro as modalidades
O leasing é um dos meios empregados para atender de pagamentos são diversas, o tomador do crédito pode
aqueles que não tenham recursos suficientes para a ob-
optar em pagar em 1, 2, 6, 12 ou mais parcelas, tudo de-
tenção de instalações atualizadas ou pela inviabilidade de
pende da necessidade do empresário e do fluxo de caixa.
compras constantes de equipamentos avançados para não
se tornarem inferiores às suas concorrentes.
Garantias do Financiamento do Capital de giro
Desta forma, permite a renovação de equipamentos e de
instalações sem prejuízo no capital de giro, além de desen-
volver a economia sob diversos aspectos. O empresário ou empresa pode oferecer como garan-
Todavia, assim como nos demais negócios jurídicos, há tia, máquinas, equipamentos e veículos através de Alie-
a necessidade das partes em antes de pactuarem, verifica- nação Fiduciária, Hipoteca, Penhor de Recebíveis, Penhor
rem a possibilidade de riscos. É o que leciona Jorge Pereira Mercantil, Cessão de Crédito, Penhor de Quotas de Socie-
Andrade: dade Limitada, Penhor de Ações, Penhor de Títulos/Penhor
“No leasing, o empresário deve considerar com atenção de Direitos Creditórios, Duplicatas, Cheques pré-datados
o tipo de equipamento a ser arrendado, pois que alguns entre outros.
oferecem maior risco que outros, durante e no final do con-
trato. É o caso dos bens eletrônicos em geral, pois, como Vantagens do Capital de Giro
se sabe, o que se compra hoje como última novidade em
pouco tempo será superado. Num contrato de prazo lon- Não precisa comprovar a destinação dos recursos; a
go, já estariam suplantados, e se substituídos por novos, contratação do empréstimo é totalmente descomplicado;
para evitar a diminuição tecnológica, acarretariam grave os prazos para pagamento podem ser negociados de acordo
prejuízo”. com a necessidade.
Outra questão relevante se refere à desvantagem para A movimentação dos recursos é realizada por meio de
alguém optar pelo leasing para adquirir o uso e gozo de de- transferências para a conta corrente do cliente.
terminado equipamento caso não haja interesse na compra O limite do financiamento de Capital de giro é definido
do referido bem arrendado findo o contrato de arrenda- de acordo com a capacidade de pagamento da sua empresa.
mento mercantil, posto que as suas contraprestações são A maioria dos bancos comerciais disponibiliza um leque
mais elevadas que os aluguéis nos contratos de locações. enorme de produtos e serviços destinados ao financiamento
Para finalizar, concluímos que o arrendamento mer- de capital de giro das empresas, entre os quais existem algu-
cantil é um dos contratos que obtiveram atualmente uma mas diferenças principais na liberação do crédito como: pra-
intensa aceitação, tanto nos países avançados economica- zos; taxas e juros (custo); tributação de impostos; garantias;
mente como também nos subdesenvolvidos. critérios e regras bancárias operacionais de cada um: con-
Embora seja também bastante empregado nas empre- centração de crédito com clientes, garantias exigidas, etc.; e
sas, o crescente mercado de lazer pessoal é sem dúvida ainda restrições impostas pelo Banco Central do Brasil.
Em geral o empréstimo de capital de giro tem taxas de
uma das causas para os elevados índices de aceitação des-
juros mais baixas quando é dado como garantia as duplica-
te contrato.
tas em uma relação de 120 a 150% do principal emprestado.
No Brasil, o leasing foi bastante aceito para a aquisição
Quando a garantia do crédito para Capital de giro envolve
de bens importados, em face da conduta governamental,
outras garantias, como avalista, hipotecas de imóveis e notas
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

há alguns anos, em incentivar o referido comércio, median-


promissórias, os juros são mais altos.17
te a redução dos tributos de importação.
Por ser um contrato moderno, acompanhando as ne-
Crédito direto ao consumidor
cessidades oriundas da atual atividade mercantil, em uma
economia a nível global, a utilização do leasing permane- O CDC – Crédito Direto ao Consumidor  é um financia-
cerá crescente, principalmente pelo avanço tecnológico, mento destinado a aquisição de bens duráveis e serviços
inviabilizando a aquisição de produtos por meio diverso.16 ou mesmo sem propósito específico. São os valores empres-
tados por bancos ou financeiras destinados a itens sem finan-
ciamentos específicos como eletrodomésticos ou veículos.
16 Fonte: www.ambito-juridico.com.br – Texto adaptado de George
Aguiar Dias 17 Fonte: www.jlpsmatos.blogspot.com.br

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O bem adquirido serve de garantia da operadora, ficando Onde obter:
a ela vinculado pela figura da alienação fiduciária (a proprie- Nos bancos e cooperativas integrantes do Sistema Na-
dade do bem adquirido fica com a financeira até a quitação cional de Crédito Rural.
do empréstimo).
Para exemplificar, temos o financiamento de veículos Prazos:
onde o bem (automóvel) fica alienado ao banco até o paga- Variam conforme a fonte de recursos, a finalidade e o
mento total da dívida. plano de produção apresentado.
Para obter um CDC é necessário que não hajam restrições
no cadastro e os dados financeiros do cliente. Após a aprova- Juros e encargos:
ção do crédito é possível retirar o valor diretamente no caixa Dependem das fontes de recursos que darão suporte ao
eletrônico no caso de bancos ou a retirada do eletrodomésti- financiamento. Para recursos controlados, relativos a apli-
co a exemplo das grandes redes de varejistas. cações obrigatórias dos bancos ao amparo da exigibilidade
dos depósitos à vista, os juros estão fixados à taxa efetiva
Características do CDC – Crédito Direto ao Consumi- de juros de 6,75 % ao ano, de modo geral, sendo que se
dor concedidos no âmbito do Pronaf podem variar de 1,0 % a
• CDC (Crédito Direto ao Consumidor) gera IOF (Im- 5,5% ao ano. Nas operações de crédito rural a alíquota de
posto sobre Operações Financeiras); Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) é zero.
• O Prazo Máximo é de 60 meses;
• As taxas são livremente acordadas entre a instituição Garantias:
financeira e o cliente, porém a taxa padrão do CDC Podem ser acertadas entre o financiado e o financiador,
de cada banco pode ser consultada no site do Banco de acordo com a natureza e o prazo do crédito. As garan-
Central; tias podem ser o penhor (agrícola, pecuário ou mercan-
til); a alienação fiduciária; a hipoteca comum ou cedular; o
Vantagens do CDC – Crédito Direto ao Consumidor aval ou fiança e outras que o Conselho Monetário Nacional
(CMN) permitir.19
• As prestações podem ser antecipadas e o plano qui-
tado a qualquer momento;
Cadernetas de poupança.
• O cliente escolhe quanto vai dar de entrada e quan-
to vai financiar;
A poupança é uma conta de depósitos remunerados
• Nos contratos prefixados, que já têm os juros embu-
pela TR – Taxa Referencial – acrescida de juros mensais para
tidos na prestação, é possível saber quanto vai se
pessoas físicas e trimestrais para pessoas jurídicas. A pou-
pagar ao longo do período;
pança é o investimento mais popular e tradicional do país
• Na opção prefixada, as prestações são fixas em reais
devido, principalmente, a sua simplicidade de aplicação e
e não sofrem correção.
de resgate. É uma aplicação segura e suas regras de funcio-
namento são estipuladas pelo Banco Central, por isso existe
Desvantagens do CDC – Crédito Direto ao Consumidor
uma padronização de taxas e de funcionamento em todas as
•  As taxas de juros são mais baixas nos prazos de fi-
instituições financeiras. Para abrir uma conta poupança basta
nanciamentos curtos e mais elevadas no caso de
ter em mãos os seguintes documentos: CPF, documento de
financiamentos mais longos.
identidade; e comprovante de residência. TR (Taxa Referen-
• Em períodos longos, o consumidor acaba pagando
cial)
uma pesada parcela de juros.18
A TR serve como referência para o juro praticado no mer-
cado financeiro. Inicialmente foi criada para ser uma taxa bá-
Crédito rural
sica dos juros praticada no mês. Atualmente, a TR é utilizada
no cálculo do rendimento de vários investimentos, caderneta
O crédito rural é um financiamento destinado a produ-
de poupança, empréstimos do SFH, pagamentos a prazo e
tores rurais  e cooperativas ou associações de produtores
seguros em geral.
rurais. Seu objetivo é estimular os investimentos e ajudar
A poupança é um investimento seguro para os poupado-
no custeio da produção e comercialização de produtos
res e um dos motivos é que ela conta com a garantia do Fun-
agropecuários.
do Garantidor de Crédito (FGC) até a quantia de R$ 60.000,00
Para conseguir o crédito, o tomador deve ser idôneo,
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

por instituição financeira.


apresentar um projeto, plano ou orçamento que justifique o
valor pedido são também beneficiárias do crédito rural em-
Fundo Garantidor de Crédito – FGC
presas agropecuárias de pesquisa ou produção de mudas,
sementes e de sêmem para inseminação artificial, de pres-
É uma entidade privada, sem fins lucrativos, que adminis-
tação de serviços mecanizados e inseminação artificial e ou-
tra o mecanismo de proteção aos correntistas, poupadores e
tras companhias com finalidade comercial no ramo da pesca,
investidores, contra instituições financeiras em caso de inter-
aquicultura, medição de lavouras e atividades florestais.
venção, liquidação ou falência.

18 Fonte: www.topinvest.com.br 19Fonte: www.brasil.gov.br/ Pronaf / Banco Central do Brasil

41
Reajuste Monetário Depósito em cheque

Os valores depositados na poupança são atualizados com Quando se faz um depósito em cheque, desde que o
base na TR – taxa referencial - do dia do depósito. O cálculo mesmo não seja devolvido, a remuneração passa a ser feita
da TR é feito a partir da média das taxas de CDB, prefixado, a partir da data do depósito, independentemente do prazo
de 30 dias e sobre ela aplica-se um redutor definido pelo de liberação. Portanto será criada nova data base no dia do
Banco Central. depósito e não quando este for liberado.

Juros Serviços essenciais que não podem ser cobrados nas


Cadernetas de Poupança
Para pessoas físicas, além do reajuste monetário, os va- • fornecimento de cartão com função movimentação;
lores depositados na poupança são atualizados por juros de • fornecimento de segunda via do cartão, exceto nos
0,5% ao mês (6,17% ao ano). Só recebem remuneração os casos de pedidos de reposição formulados pelo cor-
depósitos mantidos por prazo superior a 30 dias. rentista, decorrentes de perda, roubo, furto, danifi-
cação e outros motivos não imputáveis à instituição
Imposto de renda emitente;
• realização de até dois saques, por mês, em guichê de
As pessoas físicas não pagam imposto de renda em suas caixa ou em terminal de autoatendimento;
aplicações em poupança. • realização de até duas transferências, por mês, para
conta de depósitos de mesma titularidade;
Valor mínimo • fornecimento de até dois extratos, por mês, contendo
a movimentação dos últimos trinta dias;
Não existe valor mínimo estipulado para depósito e nem • realização de consultas mediante utilização da internet;
para resgate/retirada. Só que nas contas de poupança com • fornecimento, até 28 de fevereiro de cada ano, do ex-
resgate automático o saldo mínimo é de R$ 5,00.
trato consolidado, discriminando, mês a mês, os va-
lores cobrados no ano anterior relativos a tarifas; e
Aniversário da poupança
• prestação de qualquer serviço por meios eletrônicos,
no caso de contas cujos contratos prevejam utilizar
Para cada depósito efetuado em data diferente, é criada
exclusivamente meios eletrônicos.
automaticamente uma nova data base. Essas datas são refe-
rência para a remuneração mensal do investimento. A aber-
Manutenção e Tarifação
tura de apenas uma conta poupança permite ao cliente ter
diferentes datas base, o que possibilita movimentações em
qualquer dia. Segundo o site do BACEN (FAQ – Aplicações Finan-
ceiras), o banco não pode cobrar manutenção em conta
Aniversário da poupança aos sábados, domingos e fe- de poupança e, também, deve disponibilizar gratuita-
riados mente os seguintes serviços ditos “essenciais” (Resolução
3.919/2010).
Quando a data base cai em dia não útil, a remuneração da • fornecimento de cartão com função movimentação;
• fornecimento de segunda via do cartão, exceto nos
poupança acontecerá no primeiro dia útil subsequente e o
casos de pedidos de reposição formulados pelo cor-
valor incorporado ao saldo da data base.
rentista, decorrentes de perda, roubo, furto, danifi-
cação e outros motivos não imputáveis à instituição
Depósitos no final de mês
emitente;
• realização de até dois saques, por mês, em guichê de
Quando os depósitos de poupança acontecem nos dias
caixa ou em terminal de autoatendimento;
29, 30, 31 - o próprio sistema define como data base o dia
• realização de até duas transferências, por mês, para
primeiro do mês seguinte.
conta de depósitos de mesma titularidade;
• fornecimento de até dois extratos, por mês, contendo
Resgate antes do aniversário
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

a movimentação dos últimos trinta dias;


• realização de consultas mediante utilização da inter-
Como é possível sacar da poupança a qualquer mo-
net;
mento e a sua rentabilidade é calculada mensalmente (na
data base), não há rendimento para os resgates feitos antes • fornecimento, até 28 de fevereiro de cada ano, do ex-
do aniversário. trato consolidado, discriminando, mês a mês, os va-
Caso o cliente saque um valor maior que o saldo de lores cobrados no ano anterior relativos a tarifas; e
uma determinada data base, o débito ocorrerá nas datas • prestação de qualquer serviço por meios eletrônicos,
anteriores mais próximas, preservando a rentabilidade das no caso de contas cujos contratos prevejam utilizar
datas base que não fizeram aniversário. exclusivamente meios eletrônicos.

42
Financiamento à importação e à exportação/repas- Fomento Mercantil (factoring)
ses de recursos do BNDES
Preliminarmente cabe-nos fazer uma fundamental dis-
Financiamentos à importação - são linhas de crédito capta- tinção entre uma instituição financeira e uma empresa de
das no exterior para financiamento aos importadores por um factoring.
prazo negociado com o banco. Podem ser obtidas pelo impor-
tador com o banqueiro no exterior ou com o banco brasileiro.
Financiamentos à exportação - são linhas de crédito que #FicaDica
podem ser com recursos do BNDES (Banco Nacional de De-
senvolvimento Econômico e Social), dos bancos nacionais e Factoring não é banco, nem instituição
do Tesouro Nacional, já que é de interesse do país que ocorra financeira.
a exportação para que ocorra a entrada de divisas no país.

Entre as linhas de financiamento, podemos citar: Banco capta recursos, empresta dinheiro e necessita
1. ACC – Adiantamento sobre Contrato de Câmbio - For- de autorização do Banco Central para funcionar. Factoring
ma de antecipação de receita para exportadores que presta serviços e compra créditos. Empresa que capta re-
já tenha fechado o contrato de venda e que, portan- cursos no mercado, empresta dinheiro com juros, faz cré-
to, já tenham uma data prevista para o embarque dito direto ao consumidor ou crédito pessoal ou, ainda,
das mercadorias e posterior ingresso das divisas. administra consórcios, embora se rotule de factoring, é
2. O contrato de câmbio será negociado com um banco uma empresa conhecida como marginal de mercado, por-
local, que adianta ao exportador os reais equivalen- que está à margem da lei. Quem não estiver autorizado a
tes ao valor da exportação. O contrato de câmbio funcionar pelo BACEN, exercendo as atividades acima men-
pode ser encerrado, também, sem liquidação finan- cionadas, está sujeito às penalidades previstas no art. 44, §
ceira. É quando o ACC vira um ACE. 7º, da Lei nº 4.595/1964, e no art. 16 da Lei nº 7.492/1986.
Neste caso, o BACEN tem competência legal para punir
3. ACE – Adiantamento sobre Cambiais Entregues - Com
todos quantos praticam operações com características da-
o embarque das mercadorias e a entrega dos docu-
quelas privativas das instituições financeiras.
mentos, o ACC poderá ser contabilmente transfor-
Diferentemente das instituições financeiras, que são
mado em ACE ou, no caso do exportador não ter
tuteladas pela Lei nº 4.595/1964, sendo fiscalizadas pelo
feito ACC, o ACE pode ser solicitado em até 60 dias
BACEN, a empresa de factoring é uma sociedade mercantil,
após o embarque.
limitada ou anônima, cuja existência legal nasce com o ar-
4. ACE é, portanto, um financiamento após o embar-
quivamento de seus atos constitutivos na Junta Comercial.
que das mercadorias com a entrega de documentos
O funcionamento de uma sociedade de fomento mercantil,
e depende da necessidade do exportador em esten- que se propõe efetivamente a praticar o factoring, não ne-
der o prazo de pagamento para seus compradores cessita de autorização do BACEN.
(importadores). Com a fundação da Associação Nacional de Factoring-
5. ACCI – Adiantamento Contrato de Câmbio Insumos - ANFAC, em 1982, sediada em São Paulo, as empresas de
Conhecido como exportação indireta. Tem a função factoring passaram a contar com um rigoroso programa
de conceder recursos aos fornecedores de insumos de treinamento para operadores, além da transmissão de
que integrem o processo produtivo, montagem e “know-how”, que envolve elaboração de contratos, defini-
embalagem de mercadorias para exportação. ção de mercado-alvo, estrutura organizacional, dentre ou-
6. FINAMEX - Financiamento exclusivo por agentes cre- tros itens importantes.
denciados pelo BNDES. Para estimular a indústria Convém esclarecer ainda que, como empresa, a facto-
brasileira a exportar máquinas e equipamentos no- ring tem diretores, gerentes, operadores e funcionários,
vos fabricados no país, tornando o preço competiti- contabiliza seus negócios regularmente e paga impostos.
vo com o mercado internacional. A receita operacional das empresas de factoring tem dois
7. Existe o Finamex pré-embarque, que financia a pro- componentes: a comissão cobrada dos serviços que tem
dução de máquinas e equipamentos a serem ex- de prestar (de 0,5% a 3% “ad valorem”) e o diferencial na
portados, e o Finamex pós-embarque, que financia
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

compra dos créditos mercantis oriundos das vendas de


a comercialização, no exterior, dessas mesmas má- seus clientes. Sobre a nota fiscal de serviços emitida em
quinas e equipamentos, refinanciando o exportador, cada operação, a empresa de factoring recolhe o ISS à Pre-
mediante desconto de títulos ou cessão de direitos feitura local. Em relação ao imposto de renda, ele incide
de carta de crédito. sobre toda a receita bruta auferida.
8. PROEX - linha de crédito com recursos do Tesouro Finalmente, vale insistir na diferenciação das atividades
Nacional ou de bancos nacionais, objetiva finan- de factoring, que não devem se confundir com um simples
ciar as exportações brasileiras, tanto manufaturadas empréstimo, desconto de duplicatas, adiantamento de re-
quanto serviços. Financiamento que pode ter prazo cursos, compra de duplicatas ou de faturamento, crédito
até 10 anos.20 pessoal ou crédito direto ao consumidor, captação de re-
20 Fonte: www.portaleducacao.com.br cursos em real ou dólar, administração de consórcios, etc.

43
Todas essas atividades são desempenhadas ora por insti- dos riscos do sistema econômico, pois o factoring atende
tuições financeiras, ora por administradoras de consórcio, um nicho de empresas que não é normalmente cliente dos
sendo que estão sob a égide da Lei nº 4.595/1964 e da Lei bancos e presta serviços que os bancos não têm interesse
nº 8.177/1991, respectivamente, e se subordinam à fiscali- em fazê-lo.
zação e controle do Banco Central. Enquanto os bancos têm por atividade básica e essen-
Na verdade, o factoring é uma atividade comercial mis- cial fazer a intermediação de recursos no mercado, cobran-
ta atípica, resumindo-se na equação de prestação de servi- do um “spread” (que é a diferença entre o custo de cap-
ços + compra de créditos (direitos creditórios) resultantes tação e o de aplicação de recursos feita pelos bancos); o
de vendas mercantis. factoring como atividade comercial cobra um preço certo
Factoring é, pois, fomento mercantil, porque expande pela compra de sua mercadoria (créditos).21
os ativos de seus clientes, aumenta-lhes as vendas, elimina
seu endividamento e transforma as suas vendas a prazo em Factoring, Agiotagem e Direito de Regresso
vendas à vista.
A diferença fundamental entre Factoring e Desconto
O que fazem as empresas de factoring? Bancário está no direito de regresso, na hipótese de ina-
dimplemento pelo terceiro devedor. Tal direito não existe
Compreendida a clássica distinção entre as empresas na faturização, mas está presente no desconto. Assim, a
de factoring e os bancos, fica mais fácil entender a opera- empresa de factoring, ou seja, o factor, assume os riscos
cionalidade de suas atividades. Por sua definição e filoso- da cobrança e, eventualmente, da insolvência do devedor,
fia operacional, as empresas de factoring não podem fazer recebendo uma remuneração ou comissão, ou fazendo a
a intermediação de dinheiro no mercado financeiro. São compra dos créditos com redução em relação ao valor dos
empresas comerciais de atividade complexa que conjugam mesmos. Tal preceito é consagrado também por nossos tri-
prestação de serviços com compra de direitos. Dependem bunais:
fundamentalmente de seus recursos próprios e o segredo “Tratando-se de contrato de factoring, incabível o direi-
de seu sucesso reside na administração eficiente do seu
to de regresso contra o faturizado, uma vez que, operada
passivo. O factoring é uma atividade complexa, cujo fun-
a transferência definitiva do crédito, exonera-se de respon-
damento é a prestação de serviços, ampla e abrangente,
der pela satisfação da dívida, sendo da essência da avença
que pressupõe sólidos conhecimentos de mercado, de ge-
a responsabilidade do faturizador pelos riscos da impon-
rência financeira, de matemática financeira, de estratégia
tualidade e da insolvência do sacado” (6ª Câm. do TAMG,
operacional e de contabilidade, para exercer suas funções
Apel. 1882104/1995).
de parceiros dos clientes.
Convém lembrar que o Factoring não é uma atividade
A filosofia operacional do factoring pode produzir pro-
financeira. A empresa de Factoring não pode fazer captação
fundas mudanças na estrutura organizacional, financeira e
produtiva do cliente: de recursos de terceiros, nem intermediar para emprestar
a) elimina o endividamento; estes recursos, como os bancos. À sociedade de fomento
b) melhora a competitividade de seu produto; mercantil é proibido, por lei, fazer captação de recursos de
c) provoca uma redução de custos e otimiza o tempo do terceiros no mercado e emprestar dinheiro, pois esta é uma
administrador da empresa, que diminui a necessida- atribuição dos bancos, que dependem de autorização do
de de buscar recursos junto aos bancos, num proces- Banco Central para operarem livremente.
so desgastante de negociação.  Deve-se ressaltar que, ocorrendo descaracterização da
essência e finalidade do Factoring, há a possibilidade de se
Consagrado o princípio de que banco capta e empresta responder por processo administrativo e criminal.
dinheiro e a empresa de factoring presta serviços e com-   O Factoring não desconta títulos e não faz financia-
pra direitos, não resta dúvida de que estão bem demarca- mentos. Portanto, factoring não é banco. Assim, operações
das as fronteiras de atuação de ambas instituições. Bancos onde o contratante não seja pessoa jurídica, empréstimo
emprestam dinheiro que é antecipado ou adiantado. Há o via cartão de crédito, alienação de bens móveis e imóveis e
direito de regresso permitido através do endosso que é operações privativas de instituições financeiras não consti-
feito pelo sacador ao banco. O pagamento pelo uso do di- tuem factoring.
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

nheiro é feito através da cobrança de juros a seus clientes. O fomento mercantil deve ser encarado como mecanis-
A empresa de factoring faz a compra definitiva dos ativos mo de suporte ao segmento da pequena e média empresa
representados por títulos de crédito (sendo que, no Brasil, e não como alternativa para mascarar negócios legalmente
90% desses títulos são duplicatas) a preço certo. Bancos privativos de instituição financeira ou para justificar sofisti-
prestam serviços creditícios ou não. É fundamental a em- cados planejamentos tributários ou outros tipos de negó-
presa de factoring colocar à disposição do cliente uma sé- cios pouco lícitos acobertados com a “placa” de factoring.
rie de serviços não-creditícios. Agiotagem é caso de polícia. Factoring é um instituto lega-
A empresa de factoring se organiza sob a forma de so- lizado em nosso país.
ciedade mercantil e trabalha com poucos clientes. Há quem
entenda as empresas de factoring como filtros seletores
21 Fonte: www.bd.camara.gov.br - Por Guilherme J. Falcão

44
Dessa forma, empresas que não têm rigorosamente serviços, compra créditos (cheques ou duplicatas) vencíveis
nada a ver com o factoring, e que praticam um “negócio” de empresas oriundos de operações mercantis desta (ven-
ilegal (agiotagem), têm se apresentado como sendo “es- da e compra de produto e prestação de serviços, com paga-
critórios de factoring”, manchando o nome da atividade mento a prazo, que poderá estar representado por cheques
de fomento mercantil, que fica no imaginário das pessoas, pré-datados ou duplicatas), com recursos próprios, mediante
como se fosse algo “suspeito”. preço certo e ajustado com o faturizado. Poderá, ainda, an-
É preciso acabar de vez com esta confusão. A atividade tecipar recursos não-financeiros, adquirindo, para o cliente
de fomento mercantil desempenha um papel fundamental faturizado, matéria-prima, insumos e estoques.
no fortalecimento da economia nacional, especialmente no O fato de o factoring não possuir legislação específica
apoio à pequena e média empresa, que são as que mais não quer dizer que essa atividade – amplamente praticada
empregos geram neste país e que, muitas vezes, como mais no mercado nacional – possa ser considerada ilegal. Entre-
acima do Globo, não conseguem apoio das instituições fi- tanto, o ideal seria a plena regularização da situação do fac-
nanceiras, sobretudo em épocas de aperto como as atuais. toring em nosso ordenamento jurídico. Assim, poderiam ser
O fomento mercantil se desenvolve pela compra (pela criados instrumentos mais eficazes de controle, fiscalização e
empresa de factoring) de direitos creditórios resultantes de punição para aquelas empresas que deturpam o menciona-
vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços, con- do instituto.
jugado com assessoria creditícia, de seleção de riscos e de Portanto, pode-se afirmar que o factoring é uma tênue
administração de contas a pagar, prestando às pequenas e linha reta traçada. Ao seu lado esquerdo temos o mercado
médias empresas serviço fundamental para que possam se marginal e ao seu lado direito, temos contravenções penais.
dedicar à sua finalidade. Assim, essa atividade, já consagrada no Brasil, mas ainda
Trata-se de atividade absolutamente legal (muito bem carente de uma legislação específica, deve estar sob atenta
tributada), fonte de orgulho para aqueles que a praticam vigilância, caso contrário, cairá no veneno ilegal da agiota-
e de satisfação para os clientes. Existe inclusive, projeto de gem.22
lei no Senado Federal para que sua regulação passe a ser
feita em lei específica (como ocorreu em 1994 com a Lei
A legislação que regula as empresas de Factoring
de franquia).
Ocorre que, como em todas as áreas, existem os bons
O Brasil ainda não possui uma legislação específica sobre
e os maus profissionais, os bem e os mal-intencionados,
as operações de factoring. Em razão disso, entende-se que
também temos esse quadro com o factoring. Existem em-
essas empresas utilizam as regras da cessão de crédito do
presas sérias e compromissadas, que agem dentro da lei e
Código Civil, utilizando o artigo 286 e seguintes.
existem aquelas que praticam, na verdade, uma agiotagem
No entanto, a legislação apresenta uma lei, a Lei Comple-
disfarçada. Portanto, deve-se ter cuidado.
mentar n° 123/06, que estabelece um conceito para as ope-
Agiotagem é a especulação fundada nos empréstimos
de dinheiro a juros extorsivos. Seu principal objetivo é ob- rações de factoring em seu artigo 17:
ter lucros excessivos. Emprestar dinheiro, mediante cobran- • Não poderão recolher os impostos e contribuições na
ça de juros, sem o aval do Banco Central, é prática crimino- forma do Simples Nacional a microempresa ou empresa de
sa prevista na legislação pátria. Agiotagem é crime e deve pequeno porte que explorem atividades de prestação cumu-
ser denunciada. O agiota profissional é perigoso. É um lobo lativa e contínua de serviços de assessoria creditícia, gestão
em pele de cordeiro. Pode ser pessoa jurídica, sob fachada de crédito, seleção e riscos, administração de contas a pagar
de factoring, mas não se confunde com este instituto, que e a receber, gerenciamento de ativos (assets management),
visa ao fomento mercantil, ajudando às pequenas e médias compras de direitos creditórios resultantes de vendas mer-
empresas. cantis a prazo ou de prestação de serviços (factoring).
Não se pode esquecer também que as factorings não Por meio desse artigo, é estabelecida uma base para as
podem cobrar juros superiores ao limite da Lei da Usura empresas de factoring, entendendo que um contrato dessa
(12% ao ano) enquanto não se considerarem instituições natureza é perfeitamente legal e que está dentro do que es-
financeiras. Já os agiotas, frequentemente incorrem em cri- tabelece a legislação para seu funcionamento.
me de usura, extorquindo a tudo e a todos.
Enfim, é considerado agiota aquele que emprestar di- A história do factoring no Brasil
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

nheiro, estipulando ou cobrando juros, comissões ou cor-


reção monetária acima do índice oficial (IGP, IPC são índices É fácil perceber porque não existe ainda uma legislação
aceitáveis para correção monetária e 0,5% e 1,0% são juros de factoring no Brasil. A atividade surgiu apenas em 1982,
legais permitidos). Portanto, não há que se falar em agio- quando houve a fundação da Associação Nacional de Fac-
tagem na prática de factoring, pela singela razão que fac- toring, a Anfac.
toring não faz empréstimo, apenas presta serviços, compra Nessa época, logo no início, as empresas de factoring
créditos e antecipa recursos não-financeiros (estoque, insu- encontraram grande resistência das instituições financei-
mo e matéria-prima). ras e dos órgãos públicos fiscalizadores, principalmente do
Também deve ser ressaltado que a empresa de factoring Banco Central do Brasil.
não capta recursos populares, não faz empréstimos, interme-
diação ou aplicação de recursos financeiros, apenas presta 22 Fonte: www.egov.ufsc.br/Paulo Gustavo Bastos de Souza

45
O Banco Central, por não conhecer a fundo as preten- com fomento comercial, principalmente por atuarem num
sões da Anfac, entendeu que o fomento mercantil era uma mercado em que se facilitam as operações mercantis feitas
operação que iria invadir a área privativa das instituições a prazo.23
financeiras, chegando mesmo a proibir indiretamente as
operações de factoring a partir da Circular n° 703, de 1982, Cartões de Crédito
colocando essa atividade como crime.
Depois de muitas discussões administrativas e judiciais, A modernidade fez da pecúnia uma coisa obsoleta. Os
o Banco Central eliminou os obstáculos que impediam as cartões de crédito têm hoje maior poder liberatório que
operações de factoring por empresas que não fossem insti- qualquer moeda, sendo mesmo o preferido nas transações
tuições financeiras, como os bancos, embora isso só tenha comerciais, pela maior facilidade e segurança, que propicia
ocorrido em 1988. aos contratantes.
Alguns anos depois, o factoring se tornou regulamenta-
do pelo Código Civil, nos artigos 1.065 a 1.078, e no Códi- Há por trás de um cartão de crédito vários contratos, im-
go Comercial, nos artigos 191 a 220, com respaldo das leis prescindíveis à sua utilização:
8.891/1995 e 9.065/1995, além da Resolução 2.144/1995 1. Primeiramente, um contrato de crédito entre a enti-
do Banco Central. dade financeira e o usuário;
2. Depois, outro contrato de crédito entre o comercian-
O crescimento das operações de factoring te e a entidade financeira;
3. E, finalmente, o contrato entre o usuário e o comer-
As operações de factoring tiveram grande crescimento ciante, em que o pagamento será feito com o débito
a partir de 1988, quando a cifra de negociações chegou no cartão de crédito.
ao patamar de US$ 2,5 milhões. Em 1996, os valores ne-
gociados pelas empresas de factoring chegaram a US$ 11 A entidade financeira é denominada “emissor“, enquan-
bilhões. to o comerciante (ou prestador de serviços), que o aceitará,
Com base na legislação existente até então, as opera- se chama “fornecedor”, e o usuário é o “titular do cartão”.
ções de factoring tornaram-se legalizadas, muito embora
Ao emissor cabe a tarefa de dar lastro ao crédito, pois
diversas empresas e pessoas continuassem julgando que
sua obrigação será pagar o fornecedor, ainda que não re-
a atividade era mais ligada à agiotagem, ou seja, um crime
ceba do “titular do cartão”: é dele o maior risco da opera-
perante a legislação federal.
ção, razão por que lhe caberá o zelo de não conceder o
A Anfac, em 1995, encaminhou um projeto de lei atra-
crédito a quem o não mereça. Naturalmente, será remu-
vés de deputados ao Congresso Nacional, buscando criar
nerado não só pelo titular do cartão, como também pelo
uma legislação específica para as empresas de factoring. O
fornecedor, já que concede crédito ao primeiro e facilita a
Projeto de Lei n° 230/1995, de autoria do então senador
José Fogaça, ainda se encontra em tramitação no Congres- venda para o segundo.
so, inclusive com diversas alterações e retificações. O titular do cartão é o beneficiário do crédito conce-
Como o projeto de lei ainda não está aprovado, as dido pelo emissor, e haverá de ser pessoa maior e capaz,
empresas de factoring continuam tomando como base o para poder assumir as obrigações financeiras conexas ao
que estabelece a legislação, com destaque para a Lei n° uso do cartão, desde o pagamento das despesas, que fizer,
9.613/1998 e a Medida Provisória n° 1820/1999, que tra- até o pagamento do custo do crédito, que lhe foi dado
tam do assunto em alguns de seus artigos. pelo emissor.
É oportuna a consideração de que no contrato entre o
A importância dos Códigos Civil e Comercial para o titular e o emissor há previsão da possibilidade de o débito
factoring ser parcelado, porém, respondendo o devedor por pesados
juros.
As operações de factoring praticadas pelas empresas Finalmente, o fornecedor (vendedor ou prestador de
voltadas para essa atividade, mesmo não possuindo uma serviço) assume perante o emissor a obrigação de acei-
legislação específica, encontram respaldo, portanto, nos tar o valor do preço da mercadoria vendida ou do serviço
Códigos Civil e Comercial, sendo uma atividade perfeita- prestado, mediante a apresentação do cartão de crédito
mente legal, uma vez que trabalham no sentido de oferecer pelo usuário: será preenchido um documento, devidamen-
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

capital de giro para as empresas que oferecem produtos e te assinado pelo titular do cartão, que produzirá o crédito
serviços a prazo. do fornecedor junto ao emissor (desse crédito será des-
De acordo com o Professor Luiz Lemos Leite, o enqua- contada uma comissão de remuneração do emissor por ter
dramento legal do factoring está respaldado no Direito intermediado o negócio).
brasileiro através do Código Civil, em sua parte que esta- Embora os fornecedores – de regra – obriguem-se a
belece regras para a prestação de serviços, e no Código aceitar os cartões e não lançarem no preço da mercado-
Comercial, na parte que se refere à compra de direitos co- ria/serviço qualquer acréscimo, a realidade do mercado
merciais regidos pela compra e venda mercantil. tem mostrado uma distorção contratual, pois àqueles que
A legislação brasileira, portanto, embora não tenha ain- pagam em cash (dinheiro) ou em cheque, alguns comer-
da uma lei específica para tratar das regras de factoring, ciantes concedem desconto (não raro em valor superior ao
oferece total respaldo para as empresas que trabalham 23 Fonte: www.tributus.cnt.br

46
da comissão, que pagarão a financeiras emissoras de car- Limite de crédito x limite de saque
tão): é que só receberão do emissor algum tempo depois,
e muitas vezes têm necessidades de caixa (pagamento de Há diferenças entre esses dois diferentes tipos de limite
duplicatas, funcionários, etc.), que antecedem àquela data do seu cartão de crédito. O limite de crédito pessoal, como
do recebimento. já dito acima, é o valor total que a instituição que gere o
cartão disponibiliza para o cliente. É definido no momento
Natureza Jurídica dos Cartões de Crédito em que o cartão é adquirido, e leva como base sua renda e
perfil de compras.
O cartão concede crédito ao titular e facilita o negócio Já o limite de saque é o serviço que alguns cartões dis-
(venda ou serviço) para o fornecedor: é, pois, uma contra- ponibilizam, funcionando como um saque emergencial.
tação acessória, que constitui relevantíssima prestação de Não costuma estar vinculado ao limite de crédito, portanto
serviço ao negócio principal, entre o usuário e o comer- o cliente pode fazer o saque emergencial sem modificações
ciante (ou prestador de serviços). no valor do limite para compras. Essa forma de saque, no
Dessa natureza de prestação de serviços decorre que o entanto, está sujeita a juros e taxas, fazendo com que se
emissor se sujeitará à incidência do I.S.S. sobre suas ope- torne necessário somente em uma ocasião de verdadeira
rações todas, conforme já decidiu o Supremo Tribunal Fe- necessidade.
deral (decisão em Recurso Extraordinário nº 75.952-SP).24 Há ainda o limite disponível que, como indica o próprio
nome, mostra o valor que está a disposição do cliente no
Limite do cartão de crédito momento da consulta. Ao comprar um produto de 400 reais
em um limite de 1000, o limite do cartão de crédito disponí-
Ele é uma quantia fixada que – como diz o nome – limita vel será de 600 reais, por exemplo.25
seu gasto a um determinado valor. Esse valor vai ser defini-
do no momento de contratação do cartão, onde sua renda Títulos de capitalização
será analisada, juntamente com uma estimativa de quanto
você pode gastar por mês, de acordo com seu salário. Ou Começamos dizendo que o Título de Capitalização não
seja, ele é definido pelo banco e apenas ele pode alterar. é um investimento.
Ex: Uma pessoa possui um cartão com limite de 800 Diferente do que muitos acreditam, essa modalidade
reais, e gasta 300 desse limite em uma compra parcelada não pode ser considerada um investimento.
por 3 vezes sem juros. Seu limite agora irá baixar para 500 Na verdade, a sua classificação está mais para um segu-
reais (R$ 800,00 – R$ 300,00). A cada mês, conforme for pa- ro do que para qualquer outra coisa.
Uma prova disso é o fato de o mercado de capitalização
gando as parcelas, seu limite irá subir – considerando que,
ser controlado e fiscalizado pela SUSEP, ou Superintendên-
nesse caso, pagaria 100 reais por mês, no primeiro mês o
cia de Seguros Privados.
limite de compra subiria de 500 para 600 reais, e assim por
Em palavras simples, poderíamos dizer que o Título de
diante.
Capitalização é uma forma de economia programada com
Lembrando que, se você gastar 300 reais do seu limite
um prazo definido.
– dado no exemplo, você não poderá comprar nada de 800
Isso porque seu funcionamento depende de pagamen-
reais até quitar a dívida, pois o único limite que terá dispo-
tos que você faz para o “emissor” do título.
nível no primeiro mês será de 500 reais, com acréscimo de Esse pagamento pode acontecer de forma única, por
100 reais cada mês. meio de parcelas mensais (o mais comum) ou periódicas.
Ao final do prazo, você poderá resgatar os pagamentos
E como eu faço para aumentar meu limite do cartão realizados.
de crédito? Esse resgate pode envolver a totalidade do valor pago,
parte do valor pago ou até mesmo o valor pago acrescido
É comum uma pessoa começar a ganhar mais e querer de uma mísera taxa de juros (muito inferior às taxas que
aumentar o limite do seu cartão de crédito. Mas nem só de você conseguiria investindo seu dinheiro).
renda se faz o teto do cartão. Fatores como inadimplên-
cia ou atrasos em pagamentos podem ser uma barreira na Por que escolher um título de capitalização para “in-
hora de aumentar o seu crédito. Então, nada de deixar de vestir”?
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

pagar sua fatura ou esquecer de fazer o pagamento das


contas! Se muitas vezes você não conseguirá resgatar a tota-
Os fatores, no entanto, variam muito entre as institui- lidade do valor pago e, em outras, receberá o valor pago
ções financeiras que oferecem o serviço de crédito. É sem- acrescido de uma pequena taxa de juros, por que optar por
pre bom conversar com o gerente e ficar atento aos deta- um título de capitalização?
lhes e prazos estipulados em contrato. Aqui entra o maior atrativo para aqueles que optam por
essa modalidade de poupança: os sorteios.
Ao pagar um título de capitalização, você passa a con-
correr a um – ou alguns – sorteios.

24 Fonte: www.portaleducacao.com.br 25 Fonte: www.bidu.com.br

47
O valor dos prêmios distribuídos nesses sorteios pode E por que isso é uma vantagem?
variar bastante. Simples: porque há pessoas que simplesmente não
Alguns contratos preveem o pagamento de quantias possuem disciplina para guardar dinheiro.
pequenas. Por meio de um contrato de capitalização, o indivíduo
Outros, entretanto, podem sortear valores que chegam fica “obrigado” a pagar o título sob pena de multa e atuali-
a milhares ou até milhões de reais. zação monetária em caso de atrasos.
Tudo isso, é claro, está embutido dentro do seu paga- Além disso, o contratante perde o direito de participar
mento. dos sorteios.
E esse acaba sendo o motivo mais forte que força mui-
Quem emite um título de capitalização? tas pessoas a se manterem fiéis ao Título de Capitalização.
Para quem tem controle zero sobre os gastos, essa
Mas afinal, quem são os responsáveis por emitir os Tí- pode até ser uma opção a ser considerada.
tulos de Capitalização? Entretanto, eu nunca recomendo esse caminho.
Geralmente estamos falando de grandes instituições fi- Afinal, há outras formas de se forçar a fazer aportes fi-
nanceiras, como os bancos.
nanceiros que podem ser considerados investimentos.
Se você já foi abordado com alguma oferta de capi-
O fato de você desenvolver um planejamento financeiro
talização, é muito provável que tenha ouvido algum dos
formal, por exemplo, é uma delas.
seguintes nomes:
À medida que se estuda e se conhece outros produtos
• Banco do Brasil: Ourocap Único 36, Ourocap Mensal
financeiros, mais opções (muito mais interessantes) come-
36, Ourocap Mensal 48, Ourocap Mensal 60, Ouro-
çam a surgir.
cap Flex e Ourocap Multi Sorte;
• Bradesco: Pé Quente Max Prêmios Bradesco Capitali-
#2 – Comodidade
zação (Pagamento Mensal ou Único), Pé Quente Bra-
Quem vai com frequência ao banco para conversar com
desco SOS Mata Atlântica, Pé Quente Bradesco Cem,
o gerente sabe como é “fácil” dizer um “sim” para uma
Pé Quente Bradesco Mil, Pé Quente Bradesco Nikkei,
oferta que parece tentadora.
Pé Quente Bradesco Empresarial, Pé Quente Brades-
O profissional do banco, alegando que precisa de uma
co SOS Mata Atlântica Empresarial e Pé Quente;
ajudinha para fechar a meta do mês, acaba floreando o Tí-
• Caixa Econômica Federal: Cap Torcedor, Ideal Cap,
tulo de Capitalização.
Caixacap Sucesso, SuperXcap e Caixa Cap Aluguel;
Como resultado, os aportes para essa modalidade aca-
• Itaú: PIC (R$ 20), PIC (R$ 30), PIC (R$ 70), PIC (R$ 100),
baram se transformando em algo extremamente “indolor”
SUPER PIC 500 (R$ 500) e Super PIC (R$ 1.000);
para o consumidor.
• Santander: CapSorte do Milhão, CapSorte Total e
Basta apenas dizer um “sim” ou um “ok”.
CapSorte Universitário.
No final das contas, o cliente não faz nada.
Só precisa acompanhar os aportes financeiros e torcer
É claro que pode haver algumas variações.
para ser sorteado.
A Caixa, por exemplo, oferece alguns títulos focados em
Além dessa comodidade, outro aspecto que acaba re-
aposentados, servidores públicos e empresários.
forçando essa vantagem são exatamente os valores dos
Porém, o funcionamento do título é basicamente o
aportes (no caso dos pagamentos mensais).
mesmo para todos os casos.
Em alguns contratos, os preços começam em apenas
O que varia é:
R$ 30.
• A forma de pagamento: (única, mensal ou periódica);
Para muitos, esse é um valor bem baixo a ser pago para
• O resgate (total ou parcial);
concorrer a 1.000 vezes esse mesmo valor.
• O tamanho da série;
O raciocínio é simples:
• A carência;
“Eu pago R$ 30 por mês e concorro a R$ 300 mil. Existe
• E alguns outros fatores.
coisa melhor?”
Realmente não há como negar que as instituições fi-
Em resumo, temos a seguinte definição:
nanceiras facilitam o acesso ao Título de Capitalização e o
O Título de Capitalização é uma forma de guardar di-
transformam em uma alternativa aparentemente interes-
nheiro e, ao mesmo tempo, participar de sorteios.
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

sante.
Afinal, eles são “mestre” nisso.
Vantagens dos títulos de capitalização
O importante aqui é que você não confunda a “como-
didade”, que de fato não deixa de ser uma vantagem, com
Vamos começar com a vantagem mais “divulgada” pe-
“qualidade”.
los principais emissores de títulos de capitalização:
Afinal, como eu já comentei, os títulos de capitalização
não estão nem perto de serem considerados como boas
#1 – Forma forçada de poupar
opções de investimento.
Agora que já entendemos o que é um Título de Capi-
Portanto, tenha muito cuidado com a comodidade.
talização, é fácil concluir que essa é uma forma forçada de
poupar.

48
#3 – Sorteios Porém, a rentabilidade é tão baixa que não chega a su-
É aqui que está a “cereja do bolo” para quem compra perar nem mesmo a inflação, o que significa que o dinheiro
um Título de Capitalização. desvalorizou.
É nesse ponto que os bancos e outras instituições finan- Ou seja: houve perda financeira por causa da desvalo-
ceiras acabam ganhando os consumidores. rização.
Afinal, é bem fácil ceder à tentação de sonhar com a A remuneração é baixa porque somente uma parte do
possibilidade de ganhar uma grande bolada. valor pago é corrigido pelos juros.
Ainda mais se você é brasileiro e vive a nossa “cultura Essa quantidade é chamada de cota de capitalização.
da loteria”. Dependendo do tipo de pagamento (único, mensal ou
Às vezes os prêmios realmente são bem convidativos. periódico), esse valor pode variar de 10% a 70%.
Quer ver só? Isso significa que, na pior das hipóteses, somente 10%
Vamos usar o Banco do Brasil como exemplo. do valor pago estaria sendo corrigido pelos juros da Taxa
A modalidade Ourocap Mensal 36 pede aportes que va- Referencial (TR).
riam de R$ 200 a R$ 1.000 mensais durante 36 meses para Dessa forma, podemos dizer que o Título de Capitaliza-
concorrer a: ção é uma modalidade pior que a Caderneta de Poupança,
• Prêmios mensais de R$ 10 mil; que também considera a TR para compor seu rendimento.
• Prêmios mensais especiais de até R$ 100 mil; Lembrando apenas que a capitalização não pode ser
• Prêmios semestrais de até R$ 10 milhões. considerada um tipo de investimento, diferente do que
acontece com a tradicional Poupança, embora ela também
Parece tentador, não é mesmo? possa apresentar uma remuneração bem baixa.
São mais de 36 vezes a chance de ganhar uma bolada Na melhor das hipóteses, é uma forma de poupar di-
gigantesca. nheiro com um bônus de eventualmente (e com muita sor-
Só o prêmio mais baixo (R$ 10 mil) seria o suficiente te) você ser premiado com um sorteio.
para superar o montante que você estaria pagamento pelo Feita essa consideração, vamos ao segundo ponto:
título, que soma o valor de R$ 7.200,00.
Com base nessa perspectiva, é bem fácil entender por- #2 – Baixa liquidez
que tantos clientes acabam comprando Títulos de Capita- Nem todos os Títulos de Capitalização permitem um
lização. resgate antecipado.
Ser sorteado transformaria o título em uma verdadeira Alguns contratos dispõem do chamado prazo de carên-
mina de ouro. cia, que é o tempo mínimo por meio do qual o dinheiro
Aqui, um parênteses muito importante precisa ser feito: precisa ficar guardado.
não existe almoço grátis. Somente depois desse período você poderá resgatar o
Os prêmios distribuídos nos sorteios já estão “embuti- valor pago.
dos” na sua mensalidade do título. Na hipótese de ser permitido o resgate antecipado (to-
Ou seja: a probabilidade de você realmente mudar de tal ou parcial), o cliente pode estar sujeito ao pagamento
vida com um desses sorteios é realmente baixa e a relação de multa para a emissora do título.
entre “custo x benefício” de um título de capitalização ja- O dinheiro fica literalmente “preso” ao banco.
mais é positiva. Caso o consumidor decida não pagar o Título de Capi-
talização, ele pode ter o seu título suspenso, o que tira o
direito de participar dos sorteios.
Desvantagens dos títulos de capitalização
Se o atraso no pagamento superar quatro meses, o tí-
tulo é cancelado.
A grande verdade, aqui, é que as desvantagens são
Nesse caso, parte do valor é devolvido, funcionando
muito mais importantes do que as aparentes vantagens.
como uma espécie de resgate antecipado.
Portanto, sugiro especial atenção nos tópicos seguintes
deste artigo.
Vamos lá!

#1 – Baixa rentabilidade
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Para atrair mais clientes, as empresas oferecem devolu-


ção de 100% do valor pago durante a vigência do Título de
Capitalização.
Essa parece uma coisa boa, não é?
Mas não se engane!
Se você está cedendo o seu dinheiro, o mínimo espe-
rado é que ele seja de alguma forma corrigido na hora da
devolução.
Isso é o que boa parte das instituições financeiras fa-
zem.

49
#FicaDica
Não é investimento
Caso você ainda não tenha entendido, eu volto a reforçar: o Título de Capitalização não é um investimento.
Essa modalidade funciona mais como um seguro com direito à premiação, que acaba sendo o seu maior
apelo.
Além de não garantir o retorno do valor aplicado ao longo do período de vigência, as chances de ser sortea-
do são bem remotas.
Isso sem falar sobre o imposto de renda sobre os prêmios, que pode chegar a até 30%.
Apesar disso, várias instituições acabam vendendo a capitalização como uma forma de fazer o dinheiro cres-
cer.
Algumas até a chamam de uma “boa opção de investimento” para quem quer guardar dinheiro e concorrer
a prêmios.
Pura falácia, ao menos no que se refere a parte de ser uma opção de investimento.
Pelo menos algumas mudanças recentes na regulamentação ajudam a aumentar a transparência nas condi-
ções de comercialização dos Títulos de Capitalização.
Porém, muitos ainda acabam sendo “enganados” por gerentes de bancos que usam os títulos como moeda
de troca para oferecer outros benefícios, como uma taxa mais baixa na contratação de crédito.
Por isso é sempre bom anotar muito bem todos os números passados para poder se defender posteriormen-
te.
Há casos em que essa imposição acontece de forma tão veemente que pode acabar sendo caracterizada de
forma ilegal.
Portanto, não caia na pegadinha de quem diz que o Título de Capitalização é um investimento.
Enfim, como os títulos de capitalização se prestam, teoricamente, a disciplinar as pessoas a guardarem di-
nheiro, eles acabam sendo a primeira aquisição de muita gente, que do contrário iria gastar esse dinheiro e
não o guardar.
Portanto, poderíamos dizer, também, que ele pode servir como uma “porta de entrada” para uma vida finan-
ceira mais regrada.1
1 Fonte: www.clubedovalor.com.br

Planos de aposentadoria e pensão privados

Fundo de aposentadoria programada individual – FAPI

É constituído sob a forma de um condomínio aberto e administrado por instituições financeiras credenciadas no SISBA-
CEN, ou seguradoras autorizadas pela SUSEP.
Trata-se de um fundo de investimento como os FIF, cujo objetivo é constituir para o aplicador um plano de complemen-
tação da aposentadoria básica da Previdência Social na forma de um condomínio capitalizado.
Qualquer pessoa física poderá aplicar no Fapi mediante a abertura de uma conta específica em banco múltiplo, comer-
cial, de investimento, caixa econômica ou seguradora.
O público-alvo são as pessoas físicas que não dispõem de fundos de pensão, tais como profissionais liberais, empre-
sários e funcionários de pequenas e médias empresas.

PGBL – PLANO GERADOR DE BENEFÍCIO LIVRE - Os planos denominados (sob a sigla) PGBL, durante o período de
diferimento, terão como critério de remuneração da provisão matemática de benefícios a conceder, a rentabilidade da
carteira de investimentos do FIE instituído para o plano, ou seja, durante o período de diferimento não há garantia de
remuneração mínima. As contribuições pagas permitem a dedução do Imposto de Renda até o limite de 12% da renda
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

bruta anual.
O Plano PGBL poderá ter sua carteira de investimentos estruturada sob as seguintes modalidades: SOBERANO, RENDA
FIXA OU COMPOSTO.
O objetivo do Plano é a concessão de benefícios de previdência aberta complementar (não confundir com fundos de
investimento de mercado financeiro). O valor do benefício será calculado em função da provisão matemática de benefí-
cios a conceder na data da concessão do benefício e do tipo de benefício contratado, de acordo com os fatores de renda
apresentados na Proposta de Inscrição.
É uma aplicação oferecida pelos bancos, seguradoras e empresas de previdência privada como mais uma alternativa
de complementação de aposentadoria.

50
Ao invés de garantir uma rentabilidade mínima, como - Benefício definido: o participante determina a futura
na previdência privada aberta, oferece ao investidor três renda mensal, mas suas contribuições não são fixas.
modalidades distintas de investimentos, com riscos distin- - Contribuição definida: o valor do benefício vai depen-
tos: der do saldo ao final do prazo de contribuição, de-
- Plano soberano: aplica os recursos em títulos públicos terminado pelo contribuinte. A contribuição é fixa,
federais; mas o benefício não.
- Plano renda fixa: aplica os recursos em títulos públi-
cos federais e outros títulos com características de Na PPA, o participante contribui com a aposentadoria
renda fixa; por sobrevivência, e poderá garantir, desde que contribua
- Plano composto: aplica os recursos em títulos pú- com as parcelas: aposentadoria por invalidez, renda vitalí-
blicos federais, outros títulos com característica de cia por morte e pecúlio por morte.
renda fixa e até 49% dos valores em renda variável.
Previdência Privada Fechada (Fundo De Pensão)
A rentabilidade vai depender do plano escolhido, da
capacidade do administrador e das tendências da econo-
É uma aposentadoria complementar oferecida pelas
mia.
empresas aos empregados. Um fundo de pensão para o
As principais características do PGBL são: flexibilidade
qual contribuem a empresa e os funcionários. Portanto,
na contribuição ao fundo, liberdade na escolha de aplicar
os recursos financeiros e liberdade de resgate. não é aberto à participação de outras pessoas e tem ca-
racterísticas diferentes de uma empresa para outra.26
VGBL – VIDA GERADO DE BENEFICIO LIVRE - é uma
das modalidades de plano previdenciário privado (previ- Seguros, Previdência complementar, Capitalização
dência privada) adotada no Brasil.
É um plano de seguro de pessoas com cobertura por A previdência sempre foi muito associada com apo-
sobrevivência, cuja principal característica é a ausência de sentadoria, mas, além disso, é também uma maneira de
rentabilidade mínima garantida durante a fase de acu- formar uma reserva financeira, ou seja, segurar o futuro
mulação dos recursos, sendo a rentabilidade da provisão através de planos de médio e longo prazo.
idêntica à rentabilidade do fundo onde os recursos estão O Regime de Previdência Complementar – RPC tem por
aplicados. finalidade proporcionar ao trabalhador uma proteção pre-
O VGBL é ideal para quem declara Imposto de Renda videnciária adicional àquela oferecida pelo Regime Geral
no formulário simplificado ou para quem excedeu o limite de Previdência Social – RGPS ou pelo Regime Próprio de
de dedução do Imposto de Renda (12% da renda bruta Previdência Social – RPPS, para os quais as contribuições
anual) com contribuições a outros planos de previdência, dos trabalhadores são obrigatórias.
como por exemplo, o PGBL. A adesão ao RPC é facultativa e desvinculada da pre-
Tanto no PGBL como no VGBL, o contratante passa por vidência pública (RGPS e RPPS), conforme previsto no art.
duas fases: o período de investimento e o período de be- 202 da Constituição Federal. Nesse contexto, o RPC possui
nefício. O primeiro normalmente ocorre quando estamos regras específicas estabelecidas pelas Leis Complementa-
trabalhando e/ou gerando renda. Esta é a fase de forma- res nºs. 108 e 109 de 29/05/2001.
ção de patrimônio. Já o período de benefício começa a No RPC o benefício de aposentadoria será pago com
partir da idade que você escolhe para começar a desfrutar base nas reservas acumuladas ao longo dos anos de contri-
do dinheiro acumulado durante anos de trabalho. buição, ou seja, o que o trabalhador contribui hoje formará
A maneira de recebimento dos recursos fica a critério a poupança que será utilizada no futuro para o pagamento
de escolha do comprador do plano. É possível resgatar o de seu benefício. Esse sistema é conhecido como Regime
patrimônio acumulado e/ou contratar um tipo de benefí- de Capitalização.
cio (renda) para passar a receber, mensalmente, da empre- O RPC é composto por dois segmentos: aberto, ope-
sa seguradora. rado pelas Entidades Abertas de Previdência Complemen-
A grande diferença entre os VGBL e os PGBL é que o tar – EAPC e o fechado, operado pelas Entidades Fechadas
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

imposto de renda no resgate do VGBL incide sobre os lu- de Previdência Complementar – EFPC, cada qual com suas
cros do investimento, enquanto que no PGBL incide sobre especificidades e características próprias, sendo fiscaliza-
o patrimônio total do investimento. das por órgãos de governo específico para cada segmento:
o fechado pela Superintendência Nacional de Previdência
Previdência privada aberta – PPA Complementar – Previc e o aberto pela Superintendência
de Seguros Privados – Susep.
É uma opção de aposentadoria complementar ofereci- As EFPC administram planos de benefícios de caráter
da pelos bancos e seguradoras. Há duas opções de acordo previdenciário para indivíduos que possuam vínculo em-
com o plano adquirido: pregatício ou associativo com empresas, órgãos públicos,
sindicatos e/ou associações representativas. Já o segmento
26 Fonte: www.portaleducacao.com.br

51
aberto oferece planos de benefícios de caráter previden- 2. (CESGRANRIO – BANCO DA AMAZÔNIA – 2018) O
ciário concedidos em forma de renda continuada ou paga- mercado financeiro capta recursos junto ao público, me-
mento único, acessíveis a quaisquer pessoas físicas.27 diante a emissão de diversos títulos de crédito, diferencia-
dos por características, tais como o tipo de emissor (ban-
Capitalização cos, entidades de crédito e financiamento, governos, etc.),
O Regime de Capitalização tem como característica formas de remuneração (renda fixa ou variável), dentre ou-
principal o pré-financiamento do benefício, ou seja, o pró- tras. Existe, por exemplo, um título de renda fixa, emitido
prio trabalhador, durante a sua fase laborativa, produzirá pelas sociedades de crédito, financiamento e investimento
um montante de recursos necessários para sustentar o seu (“financeiras”), destinado à captação de recursos que serão
benefício previdenciário. Dessa forma, não existe o pacto utilizados, sobretudo, no financiamento de operações de
direto entre as gerações, pois é a geração atual (o próprio crédito entre financiadoras e comerciantes.
beneficiado) que financia os seus benefícios previdenciá-
rios. O título descrito acima é o(a) 
A lógica do regime capitalizado consiste em que o
próprio trabalhador, durante a sua fase laborativa, gere o a) certificado de depósito bancário (CDB)
montante de recursos necessários para suportar o Custo b) título do Tesouro Nacional
Total da sua aposentadoria. Por isso, é chamado de regime c) letra financeira do Tesouro (LFT) 
de pré-financiamento. d) caderneta de poupança
Os fatores que mais impactam o Regime de Capitaliza- e) letra de câmbio
ção são as alterações das taxas de juros e da expectativa de
vida da sociedade.28 Resposta: Letra E.
Considerando que o enunciado se refere a título de ren-
da fixa e emitido por financeiras, fica fácil saber que a
EXERCÍCIOS COMENTADOS alternativa correta é Letra de Câmbio.
Assim como os CDBs são títulos privados emitidos pe-
los bancos para financiar suas atividades e os papéis
1. (FADESP – BANPARÁ – 2018) Ainda em relação ao Re-
do Tesouro Direto são títulos públicos lançados pelo
cibo de Depósito Bancário (RDB) e ao Certificado de Depó-
governo pela mesma razão, as Letras de Câmbio são
sito Bancário (CDB), é correto afirmar que
papéis emitidos para capitalizar as financeiras (como Fi-
ninvest, BV Financeira, Cacique, Crefisa, etc.).
a) os CDB e RDB são títulos de renda fixa que servem como O nome Letra de Câmbio vem do sentido de troca. Câm-
captação de recursos dos bancos. Ambos são emprésti- bio no sentido de trocar o investimento feito agora pela
mos que o banco faz para seus clientes e a rentabilida- rentabilidade que será recebida no futuro.
de vem dos juros pagos pelo cliente à instituição.
b) o RDB é um recibo que pode ser negociado a qualquer 3. (FCC – Banco do Brasil – 2011) A Cédula de Crédito
momento desde que seja entre correntistas do mesmo Bancário (CCB) é
banco. 
c) o CDB, por ser um depósito à vista, permite negociação a) um título de crédito judicial, dotado de liquidez, certeza
do título antes do vencimento. e exigibilidade.
d) o RDB, por ser um depósito à vista, é inegociável e in- b) emitida sem prazo mínimo de vencimento.
transferível. c) um título com garantia do Fundo Garantidor de Crédito
e) o CDB, por ser considerado um título de crédito, é ne- (FGC).
gociável e pode ser endossável e vendido para outra d) negociável no mercado secundário.
pessoa. e) emitida obrigatoriamente com garantia real.

Resposta: Letra E. Resposta: Letra D.


Em “a”: Errado – Não são empréstimos feitos e sim inves- Em “a”: Errado – É um titulo executivo extrajudicial
timentos que o cliente faz. Em “b”: Errado – Representa dívida certa, líquida e exigí-
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Em “b”: Errado – Trata-se de um título nominativo, in- vel.


transferível, não é admitida negociação em mercado se- Em “c” e “e”: Errado – É garantida tanto por meios reais
cundário. quanto por meios fidejussórias constituídas no próprio título.
Em “c” e “d”: Errado – São depósitos a prazo e não a vista.

27 Fonte: www.previdencia.gov.br
28 Fonte: www.agros.org.br

52
4. (CESGRANRIO – BANCO DO BRASIL – 2012) Atualmente, os bancos possuem diversos tipos de produtos para financiar
as relações comerciais, desde as realizadas por microempresas até as realizadas por grandes empresas. Qual é o nome da
operação realizada quando pequenas indústrias vendem para grandes lojas comerciais e estas procuram os bancos para
dilatar o prazo de pagamento mediante a retenção de juros?

a) Compror Finance
b) Vendor Finance
c) Capital de Giro
d) Contrato de Mútuo
e) Crédito Rotativo

Resposta: Letra A.
Vendor Finance
É uma operação de financiamento de vendas baseadas no princípio da cessão de crédito, que permite a uma empresa
vender seu produto a prazo e receber o pagamento à vista. A operação de Vendor supõe que a empresa compradora
seja cliente tradicional da vendedora, pois será esta que irá assumir o risco do negócio junto ao banco. Em síntese: Vendor:
financia suas vendas.
Compror Finance
Existe uma operação inversa ao Vendor, denominada Compror, que ocorre quando pequenas indústrias vendem para
grandes lojas comerciais. Neste caso, em vez de o vendedor (indústria) ser o fiador do contrato, o próprio comprador é
que funciona como tal. Trata-se, na verdade, de um instrumento que dilata o prazo de pagamento de compra sem en-
volver o vendedor (fornecedor). Em síntese: Compror: financia suas compras
Como o enunciado diz, são as grandes lojas que buscam os bancos, ou seja, quem está comprando, portanto,

5. (CESGRANRIO – BANCO DO BRASIL – 2012) No mercado financeiro, além dos bancos, existem outras instituições
que podem realizar transações financeiras. Entre elas, estão as Sociedades de Fomento Mercantil, que prestam o serviço
de compra de direitos de um contrato de venda mercantil, como, por exemplo, a compra de duplicatas de uma empresa
mediante um deságio. No mercado financeiro, essa operação é denominada

a) Aval bancário
b) Hot Money
c) Leasing
d) Factoring
e) Finança bancária

Resposta: Letra D.
Vejamos cada uma das alternativas:
AVAL BANCÁRIO – O banco avaliza a transação, ou seja, dá uma garantia de cumprimento da obrigação assumida pelo
cliente em operações de livranças ou em letras sacadas, aceites ou endossadas pelo seu cliente.
HOT-MONEY – Trata-se de um tipo de financiamento para despesas de curtíssimo prazo, normalmante, dentro de 30 dias.
FIANÇA BANCÁRIA – Contrato no qual o banco consta como fiador, garantindo que a obrigação assumida pelo cliente será
cumprida. Vale para diversas modalidades.
Agora, para você não se confundir mais, basta lembrar dessa associação:
Fomento mercantil, associar com o factoring.
Arrendamento mercantil, associar com o Leasing.
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

53
MERCADO DE CAPITAIS: AÇÕES – CARACTERÍSTICAS E DIREITOS. DEBÊNTURES. NOTAS
PROMISSÓRIAS COMERCIAIS (“COMERCIAL PAPERS”). DIFERENÇAS ENTRE COMPANHIAS
ABERTAS E COMPANHIAS FECHADAS. OPERAÇÕES DE DISTRIBUIÇÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS
DE RENDA VARIÁVEL E DE TÍTULOS DE DÍVIDA (“UNDERWRITING”). FUNCIONAMENTO DO
MERCADO À VISTA DE AÇÕES. MERCADO DE BALCÃO. FUNDOS DE INVESTIMENTO. CONCEITOS
E OPERAÇÕES DE “CORPORATE FINANCE”.

O mercado de capitais é um sistema de distribuição de valores mobiliários, que tem o objetivo de proporcionar liquidez
aos títulos de emissão de empresas e viabilizar seu processo de capitalização.

Estrutura do mercado de capitais

O Mercado de Capitais é constituído pelas bolsas de valores, sociedades corretoras e outras instituições financeiras
autorizadas. O mesmo é subdividido em Mercado Primário e o Mercado Secundário.
No Mercado Primário é onde se negocia a subscrição de novas ações ao público, isto é, onde os valores mobiliários
circulam pela primeira vez e onde a empresa obtém o capital para seus empreendimentos, pois o dinheiro da venda vai
para a empresa.
Já o Mercado Secundário são as demais negociações com esses títulos, como simples trocas de possuidores, pois a
empresa emissora já não terá mais contato com o dinheiro proveniente dessas trocas. Esse último mercado se caracteriza
também pelas negociações realizadas fora das bolsas, em negociações que denominamos como mercado de balcão, tra-
zendo dessa forma mais liquidez para esses ativos financeiros.
Segundo Fortuna (2005) “Mercado de Balcão é um mercado sem local físico determinado para a realização das transa-
ções. Elas são realizadas por telefone, entre as instituições financeiras. Neste mercado, normalmente, são negociadas ações
de empresas não registradas na BOVESPA, além de outras espécies de títulos. O mercado de balcão é dito organizado
quando se estrutura como um sistema de negociações de títulos e valores mobiliários administrados por entidade autori-
zada pela CVM.”

Por que investir no Mercado de Capitais?

À medida que cresce o nível de poupança individual e a poupança das empresas (entende-se por poupança o lucro das
mesmas) constituem a fonte principal do financiamento dos investimentos de um país. Tais investimentos são o motor do
crescimento econômico e este, por sua vez, gera aumento de renda, com consequente aumento da poupança e do inves-
timento, assim por diante.
As empresas, à medida que se expandem, carecem de mais e mais recursos, que podem ser obtidos por meio de
• Empréstimos.
• Reinvestimentos de lucros.
• Participação de acionistas.

As duas primeiras fontes de recursos são limitadas. Geralmente, as empresas utilizam-nas para manter sua atividade
operacional.
Mas é pela participação de novos sócios – nesse caso os acionistas – que uma empresa ganha condição de obter novos
recursos não exigíveis, como contrapartida à participação no seu capital.
Com esses novos recursos, as empresas têm condições de investir em novos equipamentos ou no desenvolvimento de
pesquisas melhorando seu processo produtivo, tornando-o mais eficiente e beneficiando toda a comunidade. O investidor
em ações contribui assim para a produção de bens, dos quais ele também é consumidor. Como acionista, ele é sócio da
empresa e se beneficia da distribuição de dividendos sempre que a empresa obtiver lucros.
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Essa é a mecânica da democratização do capital de uma empresa e da participação em seus lucros.


Antes de investir no mercado de capitais deve-se também analisar o tipo de investidor que você é, pois no mercado de
capitais você possui diversas formas de obter retorno buscando equilibrar os três aspectos básicos em um investimento:
retorno, prazo e proteção. Ao avaliá-lo, portanto, deve estimar sua rentabilidade, liquidez e grau de risco. A rentabilidade
é sempre diretamente relacionada ao risco. Ao investidor cabe definir o nível de risco que está disposto a correr, em fun-
ção de obter uma maior ou menor lucratividade. Tornando-se desta forma uma ótima forma de investir seu dinheiro com
diversas formas de rentabilidade de pequeno, médio e grande risco, sendo de pequena, media e grande rentabilidade
respectivamente.

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Principais Benefícios do Mercado Acionário • Emissão: Os títulos podem ser particulares ou públi-
cos. Particulares, quando lançados por sociedades
Para que o Mercado Acionário se desenvolva, consiga anônimas ou instituições financeiras autorizadas pela
cumprir com sua função e traga benefícios para as partes CVM ou pelo Banco Central do Brasil, respectivamen-
envolvidas, o ambiente de negócios no país de atuação te; público, se emitidos pelo governo federal, estadu-
deve ter total liberdade e possuir regras claras e definidas. al ou municipal.
Eis abaixo alguns dos principais benefícios que um Mer-
cado de Ações desenvolvido pode propiciar a uma nação: Como investir e operar no mercado de capitais?
• Financia a produção e os negócios, pois através da ven-
da de ações as empresas obtêm recursos para ex- Para operar no mercado secundário de ações é neces-
pandir seu capital, com obrigações apenas no longo sário que o investidor se dirija a uma sociedade correto-
prazo; ra membro de uma bolsa de valores, na qual funcionários
• Possibilita que os recursos poupados se tornem inves- especializados poderão fornecer os mais diversos escla-
timentos, proporcionando crescimento econômico recimentos e orientação na seleção do investimento, de
e crescimento de produtividade com a inserção das acordo com os objetivos definidos pelo aplicador. Se pre-
poupanças no setor produtivos; tender adquirir ações de emissão nova, ou seja, no merca-
• Constitui uma forma de crescimento das companhias, do primário, o investidor deverá procurar um banco, uma
que podem aumentar sua participação no mercado corretora ou uma distribuidora de valores mobiliários, que
através da distribuição de ações, além de possibilitar participem do lançamento das ações pretendidas.29
a elas aumentar seus ativos e valor de mercado;
• Auxilia a redistribuição de renda, à medida que pode Ações: características e direitos.
proporcionar a seus investidores ganhos decorren-
tes de valorizações do valor da ação e distribuição O mercado de capitais é um sistema de distribuição de
de dividendos, compartilhando assim os lucros das valores mobiliários, que tem o propósito de proporcionar
liquidez aos títulos de emissão de empresas e viabilizar seu
empresas;
processo de capitalização.
• Aprimoramento dos princípios da Governança Corpora-
É constituído pelas bolsas de valores, sociedades corre-
tiva, através de melhorias na administração e eficiên-
toras e outras instituições financeiras autorizadas.
cia, visto que as companhias abertas precisam cum-
No mercado de capitais, os principais títulos negociados
prir a regras cada vez mais rígidas propostas pelo
são os representativos do capital de empresas - as ações -
governo e pelas Bolsas de Valores, além de deixar o
ou de empréstimos tomados, via mercado, por empresas
mercado mais transparente;
- debêntures conversíveis em ações, bônus de subscrição e
• Possibilita a inserção de pequenos investidores, já que “commercial papers” -,que permitem a circulação de capi-
para investir em ações não há a necessidade de gran- tal para custear o desenvolvimento econômico.
des somas de capital como outros tipos de investi- O mercado de capitais abrange, ainda, as negociações
mentos; com direitos e recibos de subscrição de valores mobiliários,
• O Mercado de Ações atua como indicador econômico, certificados de depósitos de ações e demais derivativos au-
uma vez que é extremamente sensível e a cotação torizados à negociação.
das ações pode refletir as forças do mercado, como
momentos de recessão, estabilidade, crescimento, Ações- características e direitos
etc.
O empresário para a realização de investimentos conta
Investimentos em Títulos com fontes internas e externas de financiamento. 
As empresas à medida que se expandem carecem de mais
• Renda: Divido em fixa e variável. A renda é fixa quando recursos que podem ser obtidos basicamente através de:
se conhece previamente a forma do rendimento que - empréstimos de terceiros, 
será conferida ao título. Nesse caso, o rendimento - reinvestimentos dos lucros e 
pode ser pós ou prefixado, como ocorre, por exem- - participação dos acionistas
plo, com o certificado de depósito bancário. A renda
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

variável será definida de acordo com os resultados As duas primeiras geralmente são utilizadas para man-
obtidos pela empresa ou instituição emissora do res- ter sua atividade operacional. Através da participação de
pectivo título. acionistas (venda de ações) uma empresa ganha condição
• Prazo: Há títulos com prazo de emissão variável ou de obter novos recursos, não exigíveis, como contrapartida
indeterminado, isto é, não têm data definida para à participação no seu capital.
resgate ou vencimento, podendo sua conversão em
dinheiro ser feita a qualquer momento. Já os títulos
de prazo fixo apresentam data estipulada para ven-
cimento ou resgate, quando seu detentor receberá o
valor correspondente à sua aplicação, acrescido da
respectiva remuneração. 29 Fonte: www.bertolo.pro.br/MatFin/HTML/Mercado_capitais.htm

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Mercado Primário de Ações Existem três casos em que os acionistas preferenciais
passam a ter direito ao voto: quando a empresa passa três
O mercado primário de ações contitui-se no espaço em anos consecutivos sem pagar dividendos; quando são títu-
que ocorrem as negociações a subscrição (venda) de novas los conversíveis; e quando as ações preferenciais tem direi-
ações ao público, ou seja, é por meio dele que a empresa to a voto, conforme os estatutos.
obtém recursos para seus empreendimentos. Pode ser assegurado um dividendo mínimo às ações
É a primeira negociação da ação e o dinheiro da venda preferenciais. Entretanto, após o pagamento desse divi-
vai para a empresa. dendo e ao das ordinárias, aquelas participam, dos lucros
Os lançamentos de ações novas no mercado de uma remanescentes. 
forma ampla e não restrita à subscrição pelos atuais acio- Em alguns casos as ações preferenciais têm assegurado
nistas, chamam-se lançamentos públicos de ações ou ope- o direito a um dividendo fixo.30
rações de UNDERWRITING.
Tipos de Ações
Mercado Secundário de Ações
• Quanto à espécie:
O mercado secundário de ações é onde se transferem - Ordinárias (ON): ações que concedem àqueles que as
títulos entre investidores e/ou instituições (Bolsas de Valo- possuem o poder de voto nas assembleias delibera-
res e Mercado de Balcão). tivas da companhia.
O Mercado de Balcão é simplesmente um mercado or- - Preferenciais (PN): ações que oferecem preferência na
ganizado de títulos, mas cuja negociação não faz em local distribuição de resultados ou no reembolso do capi-
determinado e sim por telefone ou por meio eletrônico, tal em caso de liquidação da companhia, não conce-
através do qual os operadores promovem entre si ofertas dendo o direito de voto.
de compra e venda de títulos, cumprindo ordens de seus
clientes ou por conta própria. O acionista preferencial recebe 10% a mais de dividen-
Um mercado secundário organizado e eficiente é ex- dos do que os acionistas ordinários, caso o estatuto social
tremamente importante. É condição para a existência do da Cia. não estabeleça um dividendo mínimo.
Mercado Primário.
• Quanto à forma:
Classificação das Ações:  - Nominativas registradas: quando a empresa mantém
um registro do controle de propriedade das ações.
Ações ordinárias: caracterizam-se, principalmente, Este controle também pode ser efetuado por terceiros.
pelo direito de voto que dão aos seus possuidores (além,
naturalmente, da participação nos lucros da sociedade).  Pode ocorrer ou não a emissão de certificados que apre-
Normalmente, a cada ação corresponde um voto e, sentam o nome do acionista, cuja transferência é feita com a
portanto, quando a diretoria é eleita, os indivíduos que de- entrega de cautela e a averbação de termo, em livro próprio
tém o maior número de ações podem eleger os diretores. da empresa emitente, identificando o novo acionista.
No Brasil, na maioria dos casos, os dirigentes da empre- O termo denominado para a guarda destes títulos se
sa são os próprios acionistas majoritários. Na medida em chama custódia infungível, em que os títulos são manti-
que a sociedade se desenvolve, cada vez mais propriedade dos discriminadamente por depositante.
e administração vão se dissociando. 
Isto é, as empresas tendem a ser administradas por pro- - Escriturais nominativas: neste caso não há emissão de
fissionais especializados e não por aqueles que detém o cautelas ou movimentação física dos documentos.
maior número de ações.  Hoje em dia, quase a totalidade das ações é do tipo
O acionista, possuidor dessas ações, tem responsabi- escritural, controlada por meio eletrônico e custodiadas na
lidades e obrigações correspondentes ao montante das CBLC, empresa responsável pelo serviço de custódia fun-
ações possuídas.  gível das ações.
O fato de poder votar permite ao seu titular tomar parte
ativa na administração da sociedade: influir na modificação
#FicaDica
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

de estatutos, na eleição da diretoria, na autorização de ven-


da de bens fixos, etc.
O termo custódia fungível é quando as ações
ou os valores mobiliários quando depositados
Ações preferenciais: geralmente garantem ao acionista
podem ser substituídos, na retirada, por outros
a prioridade no recebimento dos dividendos e, em caso
iguais (mesma espécie, qualidade e quantida-
de dissolução da empresa, têm também prioridade (em re-
de).1
lação aos acionistas possuidores de ações ordinárias) no
reembolso do capital, mas, normalmente, não dão direito
1 Fonte: www.campossalles.edu.br
a voto.

30 Fonte: www.conhecimentosbancarios.com.br

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Debêntures. Como é feita a remuneração?
As formas de remuneração podem variar muito de de-
Pouco conhecidas, ao menos por enquanto, pela maio- bênture para debênture. Elas podem ser representadas por
ria dos investidores, as debêntures aparecem como a prin- juros fixos ou variáveis, participação e/ou prêmios.
cipal forma de captação de recursos por parte das empre- Em suma, a remuneração dependerá do contrato pactua-
sas. Dada sua versatilidade, elas se ajustam às necessidades do na escritura de emissão da debênture. Essa heterogenei-
de financiamento das companhias, combinando custos dade na remuneração é apontada por alguns especialistas
competitivos com prazos longos. como um dos fatores que limita a expansão desse mercado.
Para se ter uma idéia, em 2005, as empresas brasileiras Atualmente, a maioria das debêntures emitidas para
captaram cerca de R$ 43,5 bilhões em debêntures, de acor- colocação junto a investidores em mercado de capitais é
do com dados da CVM (Comissão de Valores Mobiliários), efetuada utilizando como indexador o IGP-M (Índice Geral
dez vezes mais do que em ações. de Preços - Mercado) ou a variação do CDI (Certificado de
Boa parte destes títulos foi parar nas mãos de investi- Depósito Interfinanceiro).
dores institucionais, como administradores de recursos e
fundos de pensão. No entanto, existem estudos avançados Debêntures ou ações?
para popularizar esta aplicação. Assim, vale a pena saber um Você pode se perguntar também se vale mais a pena
pouco mais sobre estes títulos, que prometem estar cada vez comprar a ação de uma empresa ao invés de debêntures
mais presentes nas carteiras dos pequenos investidores. emitidas por ela. A principal diferença entre os dois inves-
timentos é que quem adquire uma debênture vira credor
O que são debêntures? da empresa. Já quem compra ações dela vira acionista, ou
As debêntures são títulos de dívida de médio e longo seja, sócio da empresa, com direito à participação nos lu-
prazo emitidos por empresas, que conferem ao detentor cros, mas também sujeito às oscilações diárias do valor do
do título, o debenturista, um direito de crédito contra a papel no mercado.
emissora. Assim, ao comprar uma debênture, você passa a O que isso implica? Em termos de garantia para o inves-
ser credor da empresa.
tidor, a debênture é mais segura do que a ação, pois o de-
As debêntures podem ser conversíveis em ações, sim-
benturista recebe antes dos acionistas no caso de falência
ples ou permutáveis. As primeiras podem ser convertidas
da empresa, por ser classificado como credor.
em ações de emissão da empresa, nas condições estabe- Como vantagens, o ganho do investidor é mais certo no
lecidas pela escritura de emissão. As segundas são aquelas caso da debênture, pois o principal risco de não receber o
que são resgatáveis exclusivamente em moeda local. que investiu é se a empresa não honrara seus compromis-
Já as terceiras podem ser transformadas em ações de sos. Mas a existência de garantias e de um agente fiduciário,
emissão de outra companhia que não a emissora de pa- que tem como obrigação emitir relatórios periódicos sobre
péis, ou ainda, menos frequente, em outros tipos de bens, a empresa, reduz esse risco.
tais como títulos de crédito. Como desvantagem na comparação com as ações, um
ponto é que seu mercado secundário ainda é bem menos
Quais são as garantias? desenvolvido. Ou seja, as debêntures apresentam maior di-
Uma pergunta importante que as pessoas que inves- ficuldade para serem vendidas e compradas.31
tem devem fazer diz respeito ao risco. Vale detalhar aqui as
garantias que podem ser dadas à emissão. Com respeito a Notas Promissórias Comerciais (“comercial papers”)
isso, existem basicamente quatro tipos de debêntures: com
garantia real, com garantia flutuante, quirográfica e subor- Assim como as debêntures, os commercial papers são
dinada. títulos de dívida emitidos por empresas, que podem, ou
Debêntures com garantia real são garantidas por bens não, ser financeiras. Contudo, ao contrário das debêntures,
dados em hipoteca, penhor ou anticrese, pela companhia têm um prazo mais curto de duração, e são indicados para
emissora, por empresas de seu conglomerado ou por ter- investidores interessados em aplicações de curto prazo.
ceiros. Já as debêntures com garantia flutuante são aquelas O prazo mínimo dos commercial papers é de 30 dias e
com privilégio geral sobre o ativo da empresa, o que não o máximo de 360 dias. Os recursos obtidos com a emissão
impede, entretanto, a negociação dos bens que compõem dos commercial papers em geral são usados para financiar
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

esse ativo. Elas possuem, porém, preferência de pagamen- as atividades de curto prazo da empresa, ou necessidades
to sobre outros créditos. de capital de giro, como a compra de estoques, o pagamen-
As quirográficas são aquelas sem as vantagens dos dois to de fornecedores, etc.
tipos citados acima. Por fim, as subordinadas são debêntu-
res sem garantia, que preferem apenas aos acionistas no Rentabilidade
ativo remanescente, em caso de liquidação da companhia.
A rentabilidade dos commercial papers é definida pelos
juros pagos pela empresa ao investidor, juros estes que po-
dem ser pré-fixados (maioria dos casos), pós-fixados, neste
caso baseado no desempenho de um indexador definido
31 Fonte: www.conhecimentosbancarios.com.br

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no contrato. Também existe a possibilidade de emissão de 2. Companhia fechada (também chamada de empresa
commercial papers em dólares, que são uma boa alternativa de capital fechado), que obtém seus recursos dos
para quem está buscando aplicar em dólar. próprios acionistas. Não possuem registro na CVM;
Por se tratar de emissões de curto prazo, a garantia da são, na sua maior parte, empresas familiares; o con-
operação em geral está vinculada à situação financeira da trole é interno, dos seus sócios majoritários.
empresa. Da mesma forma que com as debêntures, há a
necessidade de registrar a emissão junto à Comissão de Va- No Brasil, as sociedades anônimas ou companhias são
lores Mobiliários (CVM) e contratação de uma instituição reguladas pela Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976 (Lei
financeira para a intermediação. das SA), com as alterações dadas pelas Leis 9.457, de maio
Se desejar é possível vender um commercial paper antes de 1997, 10.303, de 31 de outubro de 2001, 11.638, de 28 de
do vencimento para outro investidor, para isso basta trans- dezembro de 2007 e 11.941, de 27 de maio de 2009.
ferir a sua titularidade através de endosso. Por outro lado, a Não houve alteração em decorrência da entrada em vi-
empresa também pode resgatar antecipadamente um com- gor do novo Código Civil (art.1089). De acordo com o artigo
mercial paper, mas para isso é preciso que tenha decorrido 1º (primeiro) deste diploma legal “A companhia ou socieda-
o prazo mínimo de 30 dias. de anônima terá o capital dividido em ações e a responsa-
Agora que você já sabe um pouco mais sobre outras bilidade dos sócios ou acionistas será limitada ao preço da
aplicações em renda fixa além do CDB, fica a dúvida sobre emissão das ações subscritas ou adquiridas”.
onde comprar, ou o que fazer para investir o seu dinheiro.
No caso dos títulos emitidos pelas instituições financeiras, Operações de distribuição de valores mobiliários de
como os CDBs e as letras hipotecárias, a resposta é bastante renda variável e de títulos de dívida (“underwriting”)
simples. Basta entrar em contato com o banco onde você
tem conta ou qualquer outra instituição financeira para sa- Underwriting ou subscrição ocorre quando uma com-
ber das oportunidades de investimento. panhia contrata um intermediário financeiro, que será o
Já no caso das debêntures, apesar de poderem ser nego- responsável pela colocação de uma subscrição pública de
ciadas em Bolsa de Valores, na maioria das vezes as debên-
ações ou obrigações no mercado. Geralmente a operação
tures são negociadas em mercado de balcão. O mercado de
é organizada por um consórcio (pool) de instituições sob
balcão define a compra e venda de títulos fora do ambiente
coordenação de uma ou mais instituição líder (coordena-
das bolsas, através de contato direto com os bancos de in-
dor).
vestimentos, bancos múltiplos com carteira de investimen-
Underwriter é a denominação da instituição financeira
to, sociedades corretoras e sociedades distribuidoras.
que realiza operações de lançamento de ações no merca-
Em junho de 1998 a negociação de debêntures foi sim-
do primário, que podem ser bancos múltiplos, bancos de
plificada com a criação do SND – Sistema Nacional de De-
investimentos, sociedades corretoras e distribuidoras de
bêntures. O SND tem como objetivo de registrar, permitir a
títulos e valores mobiliários.
negociação, custódia e a liquidação financeira de operações
As operações de underwriting são ofertas públicas de tí-
realizadas com debêntures no mercado de balcão brasileiro,
tulos em geral (ações por exemplo), e de títulos de crédito
facilitando a negociação destes papéis. Exatamente por isso
representativo de empréstimo (debênture por exemplo), em
a maioria das emissões públicas de debêntures é registrada
particular, por meio de subscrição, cuja prática é permitida
no SND.32
somente pela instituição financeira autorizada pelo Banco
Central do Brasil (BACEN) para esse tipo de intermediação.
Diferenças entre companhias abertas e companhias
fechadas.
Os lançamentos públicos de ações podem ser basica-
mente de três tipos:
Sociedade anônima (normalmente abreviado por S.A.,
SA ou S/A) é uma forma de constituição de empresas na
Underwriting puro ou firme – É a modalidade de lança-
qual o capital social não se encontra atribuído a um nome
mento no qual a instituição financeira, ou consórcio de ins-
em específico, mas está dividido em ações que podem ser
tituições subscreve a emissão total, encarregando-se, por
transacionadas livremente, sem necessidade de escritura
sua conta e risco, de colocá-la no mercado junto aos in-
pública ou outro ato notarial. Por ser uma sociedade de ca-
vestidores individuais (público) e institucionais. Neste tipo
pital, prevê a obtenção de lucros a serem distribuídos aos
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

de operação, no caso de um eventual fracasso, a empresa


acionistas.
já recebeu integralmente o valor correspondente às ações
emitidas. O risco é inteiramente do underwriter (interme-
Há duas espécies de sociedades anônimas:
diário financeiro que executa uma operação de underwri-
1. Companhia aberta (também chamada de empresa
ting).
de capital aberto), serão assim consideradas se os
O fato de uma emissão ser colocada por meio de Un-
valores imobiliários de sua emissão estiverem sendo
derwriting Firme oferece uma garantia adicional ao inves-
negociados em Bolsas ou no mercado de Balcão que
tidor, porque, se as instituições financeiras do consórcio
capta recursos junto ao público e é fiscalizada pela
estão dispostas a assumir o risco da operação, é porque
CVM (Comissão de Valores Mobiliários).
confiam no êxito do lançamento, uma vez que não há inte-
32 Fonte: InfoMoney resse de sua parte em imobilizar recursos por muito tempo.

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Melhor esforço ou best-effort underwriting – É a modali- sobretudo, às perspectivas futuras da empresa emissora,
dade de lançamento de ações, no qual a instituição finan- aí se incluindo sua política de dividendos, prognósticos de
ceira assume apenas o compromisso de fazer o melhor expansão de seu mercado e dos seus lucros, influência da
esforço para colocar o máximo de uma emissão junto à política econômica sobre as atividades da empresa etc.
sua clientela, nas melhores condições possíveis e num de-
terminado período de tempo. As dificuldades de colocação Negociação
das ações irão se refletir diretamente na empresa emisso-
ra. Neste caso o investidor deve proceder a uma avaliação A realização de negócios no mercado a vista requer a
mais cuidadosa, tanto das perspectivas da empresa quanto intermediação de uma Sociedade Corretora que poderá
das instituições financeiras encarregadas do lançamento. executar, em pregão, a ordem de compra ou venda de seu
Residual ou stand-by underwriting – nessa forma de cliente, por meio de um de seus representantes (operado-
subscrição pública, a instituição financeira não se respon- res), ou ainda autorizar seu cliente a registrar suas ordens
sabiliza, no momento do lançamento, pela integralização no sistema eletrônico de negociação do MEGA BOLSA, uti-
total das ações emitidas. Há um comprometimento, entre lizando para isso o Home Broker da Corretora.
a instituição e a empresa emitente, de negociar as novas É possível acompanhar o andamento das operações a
ações junto ao mercado durante certo tempo, findo no vista, durante todo o pregão, por meio da rede de termi-
qual, poderá ocorrer à subscrição total, por parte da ins- nais da BOVESPA, dos terminais de um “Vendor” de infor-
tituição, ou a devolução, à sociedade emitente, das ações mações, do serviço de videotexto da Telefônica e da rede
que não foram absorvidas pelos investidores individuais e nacional ou internacional de telex, bem como por telefone,
institucionais. pelo serviço Disque Bovespa. Além disso, também é possí-
vel acompanhar as informações relevantes sobre os negó-
Aspectos Operacionais do Underwriting: cios a vista no site da BOVESPA e, após o encerramento das
negociações, no BDI - Boletim Diário de Informações da
A decisão de emitir ações, seja pela oferta pública tan- BOVESPA e nos jornais de grande circulação.
to para abertura ou aumento do capital, pressupõe que a
sociedade ofereça certas condições de atratividade eco- Formas de Negociação
nômica, bem como supõe um estudo da conjuntura eco-
nômica global a fim de evitar que não obtenha êxito por a) Sistema Eletrônico de Negociação - é um sistema que
falta de senso de oportunidade. É preciso que se avaliem, permite às corretoras cumprir as ordens de clientes
pelo menos, os seguintes aspectos: existência de um clima diretamente de seus escritórios. Pelo S.E.N., a oferta
de confiança nos resultados da economia, estudo setorial, de compra ou venda é feita por meio de terminais de
estabilidade política, inflação controlada, mercado secun- computador. O encontro das ofertas e o fechamento
dário e motivações para oferta dos novos títulos.33 de negócios realizados automaticamente pelos com-
putadores.
Funcionamento do mercado à vista de ações b) After market - É o pregão eletrônico que acontece
diariamente após o fechamento do mercado. No Af-
É a compra ou venda de uma determinada quantida- ter Market, só podem ser feitas operações no mer-
de de ações, a um preço estabelecido em pregão. Assim, cado à vista.
quando há a realização de um negócio, ao comprador cabe
arcar com o valor financeiro envolvido na operação, sendo Desde 29/03/1999, também entrou em operação um
que o vendedor deve fazer a entrega dos títulos-objeto da novo conceito de atendimento e de realização de negócios
transação, nos prazos estabelecidos pela Bolsa de Valores no mercado acionário: o Home Broker. O Home Broker é
de São Paulo - BOVESPA e pela Companhia Brasileira de um moderno canal de relacionamento entre os investido-
Liquidação e Custódia - CBLC. res e as Sociedades Corretoras, que torna ainda mais ágil e
simples as negociações no mercado acionário, permitindo o
Título-objeto envio de ordens de compra e venda de ações pela Internet, e
possibilitando o acesso às cotações, o acompanhamento de
Todas as ações de emissão de empresas admitidas à ne- carteiras de ações, entre vários outros recursos.
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

gociação na BOVESPA.
Liquidação
Formação de Preços
Após a execução da ordem, é feita a liquidação física e
Os preços são formados em pregão, pela dinâmica das financeira, processo pelo qual se dá a transferência da pro-
forças de oferta e demanda de cada papel, o que torna priedade dos títulos e o pagamento e/ou recebimento do
a cotação praticada um indicador confiável do valor que montante financeiro envolvido, dentro do calendário espe-
o mercado atribui às diferentes ações. A maior ou menor cífico estabelecido pela bolsa para cada mercado.
oferta e procura por determinado papel está diretamen-
te relacionada ao comportamento histórico dos preços e,
33 Fonte: www.portaleducacao.com.br mercado à vista d

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No mercado à vista, vigora o seguinte calendário de Mercado de balcão.
liquidação:
O mercado de balcão nada mais é que mais um segmen-
• D+0 – dia da operação; to do mercado de capitais, no qual são negociados títulos
• D+1 – prazo para os intermediários financeiros especifi- autorregulados sob fiscalização da Comissão de Valores Mo-
carem as operações por eles executadas junto à bolsa; biliários (CVM). Neste segmento, não existe um local físico
• D+2 – entrega e bloqueio dos títulos para a liquidação determinado para as operações de compra e venda de ati-
física da operação, caso ainda não estejam na custó- vos – que costumam acontecer por telefone ou através de
dia da CBLC; sistemas eletrônicos.
• D+3 – liquidação física e financeira da operação. Enquanto a Bolsa de Valores é um mercado organizado
onde ativos financeiros são negociados, o mercado de bal-
A liquidação é realizada por meio de empresas de com- cão – também conhecido como OTC – é um mercado onde
pensação e liquidação de negócios, que podem ser ligadas são negociados os mais diversos títulos de valores mobiliá-
à bolsa ou independentes. A BM&FBOVESPA utiliza a CBLC rios que não possuem autorização para serem negociados
– Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia para liquidar na Bolsa de Valores.
as operações realizadas em seus mercados. As corretoras da Apesar disso, todas as negociações no mercado de bal-
BM&FBOVESPA e outras instituições financeiras são os agen- cão devem respeitar determinadas regras – que têm como
tes de compensação da CBLC, responsáveis pela boa liquida- objetivo prezar pela manutenção da transparência das ne-
ção das operações que executam para si ou para seus clientes. gociações.
Para muitas empresas, o mercado de balcão é de vital
Liquidação Física importância. Isso porque existe uma série de condições que
devem ser preenchidas pelas companhias para que ações e
É a entrega dos títulos à CBLC (Companhia Brasileira outros ativos sejam negociados em bolsa de valores. E mui-
de Liquidação e Custódia), pela corretora que representa o tas destas empresas que não conseguem preencher todos
estes requisitos.
«vendedor». Ocorre no segundo dia útil após a realização do
Já no mercado de balcão, as exigências são menores e mais
negócio em pregão (D+2). As ações só ficam disponíveis ao
flexíveis, permitindo que mais empresas possam participar des-
«comprador» após a liquidação financeira.
te mercado e se aproximar dos investidores. Sem o mercado de
balcão, portanto, muitas empresas – especialmente as menores
Liquidação Financeira
– não teriam como ter acesso ao mercado de capitais.
Compreende o pagamento do valor total da operação,
Mercado de balcão SOMA
pela corretora intermediária do “comprador”, e o respecti-
vo recebimento pelo “vendedor”. Ocorre no terceiro dia útil O primeiro mercado de balcão organizado destinado
após a realização do negócio em pregão (D+3). No caso de às negociações de ativos no Brasil foi a SOMA – Socieda-
operações o pagamento ocorre em (D+1). de Operadora de Mercados Ativos, que foi adquirida pela
BM&FBOVESPA (atual B3) em 2002. Após o negócio, a
Custos de Transação SOMA passou a se chamar de SOMA FIX – atual mercado
de balcão organizado de títulos de renda fixa da bolsa de
Sobre as operações realizadas no mercado à vista, incidem São Paulo.
a taxa de corretagem pela intermediação – livremente pactua- A maior parte das negociações eletrônicas envolvendo
da entre o cliente e a Corretora e incidente sobre o movimento ativos, títulos e derivativos que acontece no mercado de bal-
financeiro total (compras mais vendas) das ordens realizadas cão brasileiro é registrada pela Cetip (Central de Custódia e
em nome do investidor, por uma mesma Corretora e em um Liquidação Financeira de Títulos Privados).
mesmo pregão – os emolumentos e o Aviso de Negociações É a companhia que oferece a este mercado suporte ao
com Ações – ANA, cobrado por pregão em que tenham ocor- registro eletrônico, depósito, negociação e liquidação finan-
rido negócios por ordem do investidor, independentemente ceira das negociações – garantindo maior transparência e
do número de transações em seu nome (esse aviso, no mo- segurança nas transações.
mento, está isento de custo por tempo indeterminado).
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Mercado de balcão organizado


Tributação
O mercado de balcão organizado é aquele que possui
O nível atual de tributação no mercado de ações é com- uma estrutura – como já diz o nome – organizada para ne-
posto de Imposto de renda pela de 15% aplicada sobre os gociação de títulos e valores mobiliários.
ganhos de capital (diferença entre o preço médio de aquisi- Neste caso, existe um sistema que permite que as opera-
ção da ação e o que você recebeu pela venda). Essa alíquota ções de compra e venda sejam realizadas – como o sistema
vale para todos os tipos de operações nos vários mercados eletrônico, permitindo que instituições e investidores pro-
de ações, com exceção das operações de day trade em que cessem suas ordens e fechem seus negócios eletronicamen-
a alíquota é de 20%.34 te e remotamente.
34 Fonte: www.portaleducacao.com.br

60
Mercado de balcão “desorganizado” Saiba mais: 

O mercado de balcão “desorganizado” nos dias de hoje Fundos de ações


é representado pelos intermediários que atuam neste am- Os fundos de investimento em ações direcionam cerca
biente. Entre estes agentes estão as instituições financeiras, de 67% dos seus investimentos em ações da bolsa de valo-
bancos de investimento, sociedades que compram e reven- res. Dessa forma, a rentabilidade esperada depende da va-
dem valores imobiliários e corretores de valores mobiliários. lorização dos papéis.
Além disso, eles podem ser classificados como: 
Ativos negociados no mercado de balcão • Fundos passivos: as ações são alocadas de forma a ob-
ter rendimentos atrelados à um índice, como o Ibo-
São negociados, no mercado de balcão organizado, ati- vespa. 
vos e títulos, como debêntures, índices representativos de • Fundos ativos: a composição da carteira é feita com
carteira de ações, ações de companhias abertas, opções de base em análises macroeconômicas. 
compra e venda de valores mobiliários, quotas de fundos fe-
chados de investimento, quotas de Fundos Imobiliários, etc. Fundos de Curto Prazo
No Brasil, valores mobiliários como debêntures, fundos
de investimento, ações, fundos fechados, certificados de re- Os fundos de curto prazo buscam acompanhar as varia-
cebíveis imobiliários (CRIs), entre outros, são negociados na ções das taxas de juros com investimento exclusivo em títu-
SOMA FIX, no mercado paulista. los públicos prefixados ou privados de baixo risco de crédito.
Em geral, a rentabilidade destes fundos está atrelada à
Como operar no mercado de balcão? Selic ou ao CDI (Certificado de Depósito Interbancário).
Os investidores que desejam realizar negociações no Os fundos de curto prazo são considerados investimen-
mercado de balcão organizado devem buscar orientação tos conservadores e de baixíssimo risco. 
das corretoras ou bancos dos quais são clientes sobre as re-
Fundos de Renda Fixa
gras de operação sobre os negócios que podem ser execu-
tados neste ambiente.
Os fundos de renda fixa direcionam, no mínimo, 80% dos
Em geral, as operações são realizadas de modo simples
seus investimentos em ativos de renda fixa prefixados  ou
e sem burocracia. É importante, no entanto, escolher uma
pós-fixados.
instituição devidamente habilitada para realizar estas nego-
A porção de 20% pode ser alocada em derivativos. Isso é
ciações no mercado com maior segurança.35
feito para aumentar a sua rentabilidade, que costuma seguir
o CDI.
Fundos de Investimentos. Os fundos de renda fixa são indicados para o perfil con-
servador, principalmente para aqueles que buscam bons
O fundo de investimento é um mecanismo de investi- rendimentos sem abrir mão da segurança.
mento coletivo, ou seja, que reúne o dinheiro de diversas
pessoas (chamadas de cotistas) com o objetivo contratar Fundos Cambiais
um gestor para cuidar do dinheiro ali investido. O objetivo
final dos cotistas é obter ganhos a partir da aplicação no Os fundos cambiais são compostos por investimentos
mercado financeiro. em moeda estrangeira, como os títulos públicos de outros
Tecnicamente, diz-se que a figura é de um condomí- países. Os mais comuns são os de dólar e euro.
nio — e essa comparação ajuda muito a compreender sua
estrutura. O fundo funciona de maneira semelhante a um Fundos da Dívida Externa
condomínio residencial, onde cada condômino é dono de
uma cota (um apartamento) e paga a alguém (síndico ou ad- Estes fundos são compostos por, no mínimo, 80% de tí-
ministrador) para administrar e coordenar as diversas tarefas tulos da dívida externa da União. A sua rentabilidade é de-
do condomínio (jardineiro, limpeza, porteiro, manutenção terminada por uma combinação entre:
de elevadores e equipamentos de academia, entre outros). • Taxas de juros pagas pelos ativos;
Assim como no condomínio residencial, o fundo de in- • Desempenho dos papéis no mercado internacional;
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

vestimento possui um regulamento, onde estão estabeleci- • Taxa de câmbio do dólar ante o real.
das as regras de funcionamento que se aplicam igualmente
a todos os cotistas. Fundos Multimercado
Ao comprar cotas de um determinado fundo, o cotista acei-
ta suas regras de funcionamento (aplicação, resgate, horários, Os fundos multimercado são compostos por diversos
custos, etc), e passa a pagar uma taxa de administração para ativos da renda fixa e variável. Neste caso, o gestor possui
que um administrador coordene o funcionamento do fundo. uma gama de investimentos maior do que para as demais
Os fundos de investimentos são classificados de acordo categorias.
com a composição da carteira, objetivo de rentabilidade e Esse tipo de aplicação é ideal para os investidores que
prazo de aplicação. buscam rentabilidade mais atrativas com riscos menores.
35 Fonte: www.andrebona.com.br

61
Além disso, a maioria dos fundos multimercado são altamente diversificados. Se você busca pulverizar os seus investimen-
tos, eles são ótimas opções.

Fundos Imobiliários

Os Fundos de Investimentos Imobiliários, conhecidos como FIIs, são feitos de investimentos do setor imobiliário. 
Ao aplicar no setor imobiliário por meio destes ativos, você possui pequenas partes de imóveis. 
Os Fundos Imobiliários têm um profissional especializado para fazer a gestão do FI e, conforme os resultados, alocações
são feitas, com foco na maior rentabilidade.

Fundos Referenciados
Um fundo referenciado possui um benchmark como objetivo de rentabilidade. Então, a composição deve ter 95% de ativos
que estejam atrelados à esta referência. 
Ele é um investimento seguro, pois, o patrimônio possui cerca de 80% de títulos públicos ou privados com baixo risco de
crédito. 
Nesta categoria, você encontra os fundos DI. A nomenclatura é porque eles são referenciados na taxa CDI. 

Estratégia de investimento dos fundos

Existem diversos tipos de fundos, como os que investem em ações, em renda fixa, fundos DI e os fundos multimercados,
por exemplo. Os aspectos estruturais de funcionamento são os mesmos, mas cada um tem uma diretriz de investimento
própria, chamada política de investimento. É essa política que determina o tipo de investimento que você está escolhendo.
Na prática, o investidor não precisa se preocupar com as atividades do dia a dia do fundo, apenas com a escolha do gestor
e do fundo que estejam alinhados às suas expectativas. Toda a parte operacional fica a cargo de um grande banco, inclusive
o recolhimento de impostos.
Toda essa estrutura tem um preço. É importante atentar também para os custos dos fundos de investimento, pois eles
podem ter um impacto enorme na sua rentabilidade.

Tributação dos fundos de investimento

A tributação nos fundos de investimento é simples.


O fundo em si é isento de Imposto de Renda sobre os ganhos que acumula, ou seja, o fundo não recolhe IR quando vende
um ativo para comprar outro. O ganho das operações vai ficando acumulado na valorização das cotas, e o fundo vai provisio-
nando o imposto que seria devido pelo cotista, um sistema conhecido como come-cotas.36
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

36 Fonte: www.serranafidc.com.br/ www.verios.com.br/ www.tesouroinvest.com.br

62
Conceitos e operações de “corporate finance”

Corporate Finance, ou traduzindo, Finanças Corporativas ou Finanças Societárias é uma área de finanças envolvendo
as decisões financeiras tomadas pelos negócios e as ferramentas e analises também usadas para tomar estas decisões. O
objetivo principal da finança corporativa é a simultânea maximização da valorização da sociedade e a administração dos
riscos financeiros da empresa.
No serviço de Corporate Finance são realizadas operações com o objetivo de fundamentar análises e decisões financei-
ras estratégicas voltadas para o benefício do seu negócio. O principal objetivo é a administração dos riscos financeiros, e
ao mesmo tempo, a valorização da empresa.
Em um ambiente marcado pela facilidade do fluxo de capitais entre organizações e instituições financeiras de diversos
países e pela necessidade de novas oportunidades, as soluções de Coporate Finance podem aumentar a geração de valor
para as empresas.
A seguir cinco razões que justificam o uso do serviço de Corporate Finance:
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

1. A intermediação de fusões, cisões, aquisições e incorporações de empresas, ou seja, são utilizados conhecimentos do
mundo das operações financeiras e de investimentos de forma a tornar possível essas operações, seja com recursos
nacionais ou recorrendo a recursos do exterior;
2. A intermediação de processos de reorganização, avaliações econômico-financeiras e assessoria em litígios, também
auxiliando e avaliando o melhor retorno para o seu negócio;
3. O suporte à reestruturação do capital financeiro ou de dívida, visando sanar problemas financeiros e permitir a con-
tinuidade dos negócios, através de fundos de investimento disponíveis no mercado;
4. As estratégias de inversões, desinvestimentos, e definição de alianças estratégicas, referindo-se e seguindo as tendên-
cias de evolução dos investimentos empresariais;

63
5. E o auxílio na prevenção e no gerenciamento de cri- 3. (CESGRANRIO – BANCO DO BRASIL – 2012) A oferta
ses financeiras, e em sua reestruturação. Desta for- pública de ações representa uma das formas mais vantajo-
ma, já se identifica, planeja e previne qualquer crise sas que as Sociedades Anônimas ou Companhias de Capi-
futura.37 tal Aberto possuem para levantar recursos. Para a realiza-
ção dessa oferta de ações, tais empresas precisam procurar
uma instituição financeira do mercado de capitais. Como
é denominada a operação de venda dos lotes de ações,
EXERCÍCIOS COMENTADOS realizada por essas instituições financeiras no mercado de
capitais?
1. (FGV – BANESTES – 2018) O mercado de capitais é
um sistema de distribuição de valores mobiliários que a) Emissão de Debêntures
visa proporcionar liquidez aos títulos de emissão de b) Securitização
empresas e viabilizar seu processo de capitalização. c) Warrants
É constituído pelas bolsas, corretoras e outras instituições d) Vendor Finance
financeiras autorizadas, e seus produtos principais incluem: e) Underwriting (Subscrição)

a) certificados de depósitos bancários e letras financeiras; Resposta: Letra E.


b) títulos emitidos pelo Tesouro Nacional; a) emissão de debêntures corresponde apenas às S/A.
c) cartas de fiança e garantias; b) Securitização é uma prática financeira que consiste em
d) empréstimos-ponte e financiamentos de projetos; agrupar vários tipos de passivos financeiros, convertendo-
e) ações e debêntures. -os em títulos padronizados negociáveis no mercado de
capitais interno e externo. Não tem nada a ver com lotes
Resposta: Letra E. de ações.
No mercado de capitais, os principais títulos negociados c) um título de garantia, emitido pela empresa encarrega-
são os representativos do capital de empresas - as ações da da guarda e conservação de mercadorias, que poderão
- ou de empréstimos tomados, via mercado, por empresas ser vendidas ou negociadas, e que atesta ao seu portador
- debêntures conversíveis em ações, bônus de subscrição e as propriedades do objeto em custódia. Além de ser um
“commercial papers” -,que permitem acirculação de capi- instrumento de crédito, que permite ao depositante con-
tal para custear o desenvolvimento econômico. trair empréstimo por meio de sua Caução ou desconto.
d) É uma operação de financiamento de vendas baseadas
2. (CESGRANRIO – BANCO DO BRASIL – 2012) Atual- no princípio da cessão de crédito, que permite a uma em-
mente, o mercado financeiro oferece para as empresas presa vender seu produto a prazo e receber o pagamento
algumas modalidades de captação de recursos, algu- à vista.
mas delas sem a intermediação bancária. Com essa ca-
racterística, o título de crédito emitido pelas empresas 4. (CESGRANRIO – BANCO DO BRASIL – 2010) Atual-
visando à captação pública de recursos para o seu capi- mente os grandes bancos do mercado financeiro realizam
tal de giro é denominado desde as atividades mais simples, como o pagamento de
um título, até as mais complexas, como as operações de
a) Factoring Corporate Finance, que envolvem a
b) Hot Money
c) Export Note a) realização de um contrato de câmbio para viabilizar as
d) Commercial Paper exportações e as importações.
e) Certificado de Depósito Bancário (CDB) b) realização de atividades corporativas no exterior.
c) gestão de ativos financeiros no segmento corporativo.
Resposta: Letra D. d) manutenção de contas-correntes de expatriados no ex-
Bem, como se trata de título de crédito emitido PELA terior.
empresa, já podemos descartar alternativas A, B e E. (es- e) intermediação de fusões, cisões, aquisições e incorpora-
ses conceitos já foram abordados em outras questões). ções de empresas.
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Aí cabe saber o que significa Export Note e Commercial


Paper; vejamos: Resposta: Letra E.
Export Note; títulos representativos de créditos em mo- Corporate Finance ou Finanças Corporativas são
eda estrangeira a serem recebidos futuramente, origina- operações realizadas pelas empresas com o objetivo de
dos da venda de mercadorias ou serviços para o exterior. fundamentar análises e decisões financeiras estratégicas
Commercial Paper: títulos de crédito emitidos por socie- voltadas para o benefício do negócio. Envolve, principal-
dades anônimas, visando captação pública de recursos mente, a intermediação de fusões, cisões, aquisições e in-
para seu capital de giro. corporações de empresas, além de processos de reorgani-
A única alternativa que trata de títulos emitidos pela pró- zação, avaliações econômico-financeiras e assessoria em
pria empresa é a D, Commercial Paper. litígios. (fonte: www.blog.msbrasil.com.br)
37 Fonte: www.blog.msbrasil.com.br

64
5. (CESGRANRIO – BANCO DO BRASIL – 2010) Com
MERCADO DE CÂMBIO
a finalidade de captação de recursos, muitas empresas
OPERAÇÕES BÁSICAS.
abrem seu capital e emitem ações para serem negociadas
no mercado primário ou secundário, dependendo da oca-
sião da emissão das ações. A emissão de ações no mercado No mercado de câmbio são negociados ativos financei-
primário ocorre quando a ros (não todos da mesma moeda) com vencimento deter-
minado, cujos papéis em uma determinada moeda podem
a) negociação é realizada no pregão da Bolsa de Valores. ser negociados contra papéis em outra moeda. Esse mer-
b) negociação das ações não se concretizou no mercado cado existe porque as nações querem manter seu direito
secundário. soberano de ter e controlar suas moedas próprias. Caso
c) empresa emite ações para negociação somente com em- todos os países do mundo usassem a mesma moeda, o
presas do setor primário. mercado de câmbio não existiria.
d) empresa emite pela primeira vez ações para serem ne- O início de uma operação no mercado de câmbio ocor-
gociadas no mercado. re quando, por exemplo, uma empresa dos EUA exporta
e) rentabilidade das ações não atingiu o patamar desejado. produtos para o Japão. O fabricante dos EUA precisa ser
pago em dólares americanos, já o comprador no Japão
Resposta: Letra D. possui yen, com o qual pagará o fabricante nos EUA. Assim,
Mercado Primario X Mercado Secundário existem duas possibilidades dessa operação entre os EUA e
Uma das principais funções do mercado de capitais é o Japão, pois o exportador americano fatura o importador
possibilitar que as companhias ou outros emissores de japonês em dólares ou em yens:
valores mobiliários, com o intuito de viabilizar projetos •  Se o exportador americano faturar em dólares, o im-
de investimento, captem recursos diretamente do público portador japonês venderá yens para comprar dólares
investidor em condições mais vantajosas do que as ofe- americanos no mercado de câmbio;
recidas pelos empréstimos e financiamentos bancários. •  Se o exportador americano faturar em yens, o expor-
Quando as companhias decidem levantar recursos dessa tador deve vender os yens para comprar dólares.
forma, elas realizam uma nova emissão de valores mobi-
liários no mercado. Qualquer que seja a moeda da fatura, alguém irá ao
O mercado primário é aquele em que os valores mobiliá- mercado de câmbio vender yens para comprar dólares.
rios de uma nova emissão da companhia são negociados
diretamente entre a companhia e os investidores – subs- Mercado de Câmbio no Brasil
critores da emissão –, e os recursos são destinados para
os projetos de investimento da empresa ou para o caixa. O mercado de câmbio negocia moedas estrangeiras
Entretanto, alguns desses valores mobiliários, como as conversíveis. Existem duas formas de se negociar moedas
ações, representam frações patrimoniais da companhia e, estrangeiras. A primeira é a negociação direta com o Exte-
dessa forma, não são resgatáveis em data pré-definida. rior. A segunda é internamente no Brasil.
Da mesma forma, outros podem ter prazos de vencimento A primeira é formalmente restrita a bancos comerciais e
muito longo. Essas características, entre outras, poderiam de investimento, licenciados pelo Banco Central, pois este
mercado é essencial para equilibrar a Balança de Pagamen-
afastar muitos dos investidores do mercado de capitais,
tos, e nela incluem a Balança Comercial, Balança de Servi-
caso eles não tivessem como negociar com terceiros os
ços, Balança de Capitais e Transferências.
valores mobiliários subscritos, dificultando o processo de
No mercado interno existe a negociação de câmbio en-
emissão das companhias.
tre vários participantes, como corretoras e casas de câmbio
O mercado secundário cumpre essa função. É o local onde
e investidores em geral.
os investidores negociam e transferem entre si os valores
A principal moeda negociada é o dólar. São quatro as
mobiliários emitidos pelas companhias. Nesse mercado
taxas atuais de cotação do dólar:
ocorre apenas a transferência de propriedade e de recur- •  Comercial: formada pelas operações oficiais de com-
sos entre investidores. A companhia não tem participa- pra e venda de moedas entre bancos e empresas
ção. Portanto, o mercado secundário oferece liquidez aos como exportações, importações, captações ou em-
títulos emitidos no mercado primário. préstimos.
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

•  Interbancário: formada pela negociação entre ban-


cos, com prazo de liquidação financeira D+2.
•  Paralelo: formada pelas operações informais de ne-
gociação de moeda realizadas em casas de câmbio
ou doleiros.
•  Turismo: formada pela negociação de dólares entre
pessoas que irão viajar para o Exterior e casas de
câmbio autorizadas.

65
#FicaDica
Taxas de Câmbio:
• Exportação - COMPRA de câmbio.
• Importação - VENDA de câmbio.

No Brasil, as taxas de câmbio são livremente pactuadas entre as partes contratantes, ou seja, entre o comprador ou vende-
dor da moeda estrangeira e o agente autorizado pelo Banco Central a operar no mercado de câmbio.

Quanto aos contratos de câmbio:


• De Compra: Quando os bancos compram moedas estrangeiras.
• De Venda: Quando os bancos vendem moedas estrangeiras.

A formação da taxa de câmbio é determinada diretamente pela oferta e procura da moeda (dólar). Constantemente o
Banco Central interfere na oferta e/ou procura em função de fatores como: conjuntura socioeconômica interna e externa,
política monetária e nível de reservas cambiais. Em 1998 certamente foi o ano que a comunidade empresarial brasileira
começou a se preocupar com medidas mais concretas para aumentar o volume de exportações, principalmente em função
das desvalorizações das moedas dos países do sudeste asiático (alguns economistas até falavam em dumping cambial). A
maioria das nossas médias e pequenas empresas têm pouco know-how para exportar, sem mencionar a carência de linhas
de financiamento e instrumentos financeiros adequados para alavancar a participação do Brasil no mercado global. Nesse
contexto, é muito importante que principalmente os profissionais da área de tesouraria, vendas e suprimentos entendam
corretamente a formação e as nuanças acerca do mercado de câmbio.

Exemplo:
Uma empresa A exportou bens e tem de receber dólar do importador estrangeiro. Para isso ela deve encontrar um ban-
co que receba esses dólares no Exterior e os converta em reais. Após fechar uma taxa comercial com o Banco X, a empresa
receberá os reais em dois dias úteis e pagará uma taxa de fechamento de câmbio para o banco.
O Banco X acabou comprando dólares da empresa A e no mercado interbancário (entre bancos) esses dólares serão
provavelmente revendidos a uma taxa mais alta, garantindo um pequeno lucro na transação.
Quando ocorre uma crise ou um descontrole na cotação do dólar, o Banco Central intervém no mercado interbancário
vendendo ou comprando grandes lotes de dólares com o objetivo de equilibrar a cotação e tranquilizar o mercado.

Operações de arbitragem

Operações realizadas pelos operadores de câmbio. Consiste na compra de uma moeda estrangeira e na venda de outra
moeda noutro mercado, conseguindo com isso uma diferença de taxas.38

Formação da taxa de câmbio

Brasil opera num sistema de câmbio flutuante, no qual as taxas são estabelecidas em mercado e flutua em função da
oferta e demanda de divisas.
As taxas de fechamento do dia (PTAX) são calculadas pelo BC a partir de informações de mercado.
Taxas PTAX são calculadas com base em dados obtidos mediante consultas feitas pelo Banco Central do Brasil, de forma
automática e eletrônica, em todos os dias úteis, às instituições credenciadas para realizar operações de compra e venda de
moeda estrangeira com o Banco Central do Brasil, denominados Dealers de câmbio.
Os preços à vista informados refletem os preços observados para o dólar à vista naquele momento. Os preços são for-
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

mados com base no mercado de contratos de câmbio futuro da BVM&F, onde participantes de todo o mercado financeiro
negociam taxas para compra e venda, definindo bandas muito estreitas de preço, considerados os “preços de mercado” e
utilizados como base para a formação do preço do dólar à vista.

São realizadas quatro consultas diárias, com escolha aleatória do início de cada consulta dentro dos seguintes intervalos:

38 Fonte: www.bertolo.pro.br

66
Para cada consulta, cada Dealer, obrigatoriamente, necessita fornecerem até dois minutos uma cotação de compra e
uma de venda para a taxa de câmbio no mercado interbancário à vista, com liquidação em D+2, que melhor representem
as condições de mercado no preciso instante do início da consulta.
Nos dias úteis em que houver horário de funcionamento diferenciado no mercado interbancário de câmbio, a definição
do número de consultas e do horário de sua realização será informada aos Dealers mediante prévio Comunicado do Banco
Central do Brasil.
As taxas de câmbio de compra e de venda referentes a cada consulta corresponderão, respectivamente, às médias das
cotações de compra e de venda efetivamente fornecidas pelos Dealers, excluídas, em cada caso, as duas maiores e as duas
menores.
O resultado da consulta será imediatamente divulgado após os procedimentos de apuração e validação pelo BACEN.
As taxas PTAX de compra e de venda do dia corresponderão, respectivamente, às médias aritméticas das taxas de com-
pra e das taxas de venda obtidas na forma explicita da acima, sendo divulgadas pelo Banco Central do Brasil conjuntamente
como resultado da última consulta do dia.
As taxas PTAX de compra e de venda do dia, bem como os boletins de abertura e intermediários, serão divulgados nas
páginas do Banco Central do Brasil na internet, sem prejuízo da divulgação através de outros canais de comunicação que
forem considerados relevantes pelo Banco Central do Brasil.

Atualmente existem 14 Dealers de câmbio credenciados pelo Banco Central do Brasil.


O período de validade de cada credenciamento de Dealers é de 12 (doze) meses. A cada novo período são substituí-
dos até 2 (dois) Dealers, mediante avaliação de desempenho realizada com base na apuração de média ponderada dos
seguintes itens:
• relacionamento com a mesa de câmbio do Banco Central do Brasil;
• participação nos leilões de câmbio e swaps cambiais;
• participação nas consultas para formação da PTAX;
• volume negociado no mercado interbancário de câmbio; e
• volume negociado no mercado primário de câmbio.

Constitui fator de descredenciamento de uma instituição, entre outros, a utilização da condição de Dealer para domi-
nar, manipular ou impor condições que ensejem a formação artificial de preços, bem como o emprego de outros métodos
que, na avaliação do Banco Central do Brasil, contrariem as práticas regulares e saudáveis de mercado.

Enquadramento das regras de PLD

Prevenção e Combate à Lavagem de Dinheiro

O processo é com posto por um conjunto de ações de controle que deve ser adotado de forma organizada e integrada,
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

para melhor eficácia:


I. Conheça seu Cliente (KYC –“KnowYourCustomer”)
II. Conheça seu Funcionário (KYE –“KnowYourEmployee”)
III. Conheça seu Fornecedor (KYS –“KnowYourSupplier”)
IV. Conheça seu Parceiro (KYP –“KnowYourPartner”)
V. Conheça seu Correspondente
VI. Avaliação de Novos Produtos e Serviços
VII. Monitoramento de Operações
VIII. Comunicação de Operações Suspeitas; e
IX. Treinamento

67
Essas regras devem ser adotadas em âmbito nacional e também pelas dependências e subsidiárias no exterior, exceto
no caso de existência de legislação ou regulamentação local que impeça ou limite tal ato, caso em que o diretor responsável
pelo setor de compliance reportará a situação por escrito ao Banco Central do Brasil.39

Tipos de taxa de câmbio:

- Taxa Comercial: Uso em operações comerciais de im/exportação.


- Taxa Flutuante: Uso em operações financeiras não comerciais (turismo, manutenção de residente).

Obs.: Na prática, há uma generalização no nome, passando ambas a se chamar apenas Câmbio Oficial, não se falando
mais em taxas flutuantes.
- Taxa Interbancária: Uso em operações financeiras entre os bancos.
- Taxa de Repasse e Cobertura: Uso em operações do BACEN com os bancos.
- Taxa de Mercado Paralelo: É o mercado não oficial (câmbio negro), via doleiros. Esse mercado existe justamente por
não existir um mercado de câmbio inteiramente livre.

Sistema de controle

SISCOMEX – É o Sistema Integrado de Comércio Exterior,que interliga importadores, exportadores, despachantes adua-
neiros, Receita Federal, portos e aeroportos alfandegados, agentes de carga internacional, depositários de cargas, entre
outros.Destina-se ao registro de entrada e saída de mercadorias (im/exportação), além de controle de licenças de im/
exportação.

SISBACEN – Registra a movimentação financeira (compras e vendas de moedas estrangeiras), provenientes de importa-
ções e exportações de mercadorias, além de outras operações de remessas de moeda estrangeira do ou para o exterior.40

No link a seguir terá acesso Instituições habilitadas a intermediar operações de câmbio:


https://www.bcb.gov.br/rex/IAMC/Port/Instituicoes/inst_intermediarias.asp

EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (DPE-RS – FCC – 2017) Na presença de uma crise interna com deterioração fiscal, 

a) o regime de câmbio flutuante pode acelerar os benefícios das rendas geradas com as exportações. 
b) o câmbio fixo contribuirá para a normalização do cenário, já que a crise fiscal não se comunica com os pressupostos
desse regime cambial. 
c) a inexistência de reservas cambiais sinaliza a conveniência de se adotar o regime de câmbio fixo. 
d) as exportações devem ser coibidas, já que estas causarão desequilíbrios monetários internos. 
e) políticas contracionistas produzem imediata contribuição para a volta ao crescimento.
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Resposta: Letra A.
Quanto à politica cambial temos a adoção do cambio flutuante, havendo sim uma comunicação entre crise e regime, se o
cambio aumenta a moeda interna desvaloriza e vice-versa, outro aspecto a destacar é, se a reserva cambial é inexistente
não há como ocorrer “manipulação” no mercado com a compra ou venda da moeda em questão.
Outro fator que deve ser considerado é o de que as exportações em um cenário como o apresentado é uma forma de aque-
cer o mercado interno, portanto, não devem ser coibidas e, por ultimo, a politica contracionista reduz a oferta de moeda, o
que gera aumento na taxa de juros e consequentemente reduz investimentos.

39 Fonte: www.legis.senado.leg.br
40 Por Nelson Guerra

68
2. (CESGRANRIO – BANCO DO BRASIL – 2014) Uma des-
valorização cambial da moeda brasileira (real) frente à OPERAÇÕES COM DERIVATIVOS:
moeda norte-americana (dólar), implica a(o) CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DO
FUNCIONAMENTO DO MERCADO A TERMO,
a) diminuição do número de reais necessários para com-
DO MERCADO DE OPÇÕES, DO MERCADO
FUTURO E DAS OPERAÇÕES DE SWAP.
prar um dólar.
b) diminuição do estoque de dólares do Banco Central do
Brasil.
c) diminuição do preço em reais de um produto importado Você já deve ter percebido que a palavra “derivativo” é
dos EUA. utilizada em várias situações, para descrever, às vezes, coi-
d) estímulo às exportações brasileiras para os EUA. sas diferentes. Isso provoca confusão para as pessoas me-
e) aumento das cotações das ações das empresas importa- nos acostumadas ou mais distantes do jargão do mercado
doras na bolsa de valores. financeiro. Um dos significados dessa palavra é “relativo à
derivação”. Antes de ingressar na discussão sobre o tema,
Resposta: Letra D. vejamos outras definições:
Analisemos as alternativas:
a) Se a moeda nacional sofre desvalorização, significa que Derivativos
vou gastar mais para comprar um dólar.
b) essa diminuição é um dos fatores da desvalorização. Instrumentos financeiros cujo preço de mercado deriva
c) se a moeda está desvalorizada, fica mais caro importar (daí o nome) do preço de mercado de um bem ou de ou-
um produto em dólar. tro instrumento financeiro. (Dicionário de Derivativos, José
d) se a moeda está mais baixa, maior será o interesse do Evaristo dos Santos. Editora Atlas, 1998).
mercado estrangeiro.
e) as cotações caem, não aumentam. Instrumento ou produto derivativo

3. (CESGRANRIO – BANCO DO BRASIL – 2012) O mer- Contrato ou título conversível cujo valor depende in-
cado cambial é o segmento financeiro em que ocorrem tegral ou parcialmente do valor de outro instrumento fi-
operações de negociação com moedas internacionais. nanceiro. (Dicionário de Administração de Risco Financeiro,
A operação que envolve compra e venda de moedas es- Gary L. Gastineau e Mark P. Kritzman. BM&F, 1999).
trangeiras em espécie é denominada Das definições acima, você tira a seguinte conclusão:
a) câmbio manual Os derivativos são instrumentos financeiros cujos pre-
b) câmbio sacado ços estão ligados a outro instrumento que lhes serve de
c) exportação referência. Por exemplo: o mercado futuro de petróleo é
d) importação uma modalidade de derivativo cujo preço depende dos
e) transferência negócios realizados no mercado a vista de petróleo, seu
instrumento de referência.
Resposta: Letra A. O contrato futuro de dólar deriva do dólar a vista; o
Essa também está fácil, até porque, como o enunciado futuro de café, do café a vista, e assim por diante.
refere-se ao mercado cambial, eliminamos de cara três Observe, a seguir, citação do The Bankers sobre o tema,
alternativas (C, D e E). encontradas em publicações sobre o mercado financeiro.
Aí temos dois tipos de cambio restando, vejamos a dife- Não se pode dizer que uma operação com derivativos é um
rença entre eles, que também é bem simples: investimento. Na realidade, representa uma expectativa da dire-
Câmbio manual – olhem só – manual – o próprio nome ção, dimensão, duração e velocidade das mudanças do valor de
diz, troca física de moeda em espécie ou travellers checks. outro bem que lhe serve de referência. (Martin Mayer, em seu arti-
Câmbio sacado – troca ocorre na propria conta corrente go “The Next Generation”, publicado na revista The Bankers, 1997.)
através de operações de débito ou crédito. Assim sendo, chegamos às seguintes conclusões:
– se a formação de preços no mercado de derivativos
está sujeita à variação de preços de outros ativos no
mercado a vista, os derivativos não são causa, mas
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

efeito, pois derivam desses mercados;


– os derivativos representam a forma de negociar a os-
cilação de preços dos ativos, sem haver, necessaria-
mente, a negociação física do bem ou da mercadoria.

Embora haja muita discussão sobre a questão da espe-


culação com derivativos, o que se pode afirmar é que sua
utilização aumenta a velocidade com que os agentes de
mercado trocam de posição, ou seja, migram do ativo A
para o ativo B, sem ter de se desfazer do ativo A.

69
As posições especulativas com derivativos, principal- Ao final do século XVII, o mercado de Dojima caracte-
mente aquelas que apresentam baixa liquidez, devem ser rizava-se pelo fato de ser permitido negociar apenas para
muito bem geridas por seus administradores. liquidação futura. Por volta de 1730, o xogunato Tokugawa
(governo imperial) designou e reconheceu oficialmente o
A importância dos derivativos mercado como cho-ai-mai, literalmente arroz comerciali-
zado no livro, ou seja, arroz escritural. Várias normas desse
Não se conhece bem a dimensão exata desse merca- mercado eram surpreendentemente similares às operações
do. O Bank for International Settlements (BIS), com sede na atuais a termo.
Suíça, divulga trimestralmente os valores referenciais dos
contratos negociados em bolsa ou no mercado de balcão Tipos de mercados derivativos
(fora da bolsa).
O boletim disponível em março de 2007 indica o valor São quatro: a termo, futuro, de opções e de swap. Al-
referencial de US$57,80 trilhões em bolsas (base setembro guns analistas não consideram os swaps uma modalidade
de 2006) e US$369 trilhões no balcão (base junho de 2006).
de derivativo devido a sua semelhança com o mercado a
Se esses mercados parassem de ser negociados, a eco-
termo.
nomia mundial sofreria bastante, pois todo processo de
negociação mundial está ancorado em coberturas (hedge)
- Mercado a termo
contra riscos de preços e taxas por meio de derivativos.
Isso quer dizer que o valor de um simples empréstimo Como comprador ou vendedor do contrato a termo,
negociado junto a um banco pode ter sido anteriormente você se compromete a comprar ou vender certa quanti-
objeto de uma operação em derivativos. dade de um bem (mercadoria ou ativo financeiro) por um
Esses instrumentos fazem parte de uma cadeia de ope- preço fixado, ainda na data de realização do negócio, para
rações que podem estar amparando contratos comerciais liquidação em data futura. Os contratos a termo somente
em diferentes partes do mundo. são liquidados integralmente no vencimento. Podem ser
negociados em bolsa e no mercado de balcão.
Quando surgiram as primeiras operações com deri-
vativos - Mercado futuro
Deve-se entender o mercado futuro como uma evolu-
É no Japão feudal do século XVII que está a origem ção do mercado a termo.
da primeira modalidade de derivativo: o contrato a termo Você se compromete a comprar ou vender certa quan-
(como será visto adiante). Trata-se do primeiro registro de tidade de um bem (mercadoria ou ativo financeiro) por um
comércio organizado para entrega de bens no futuro. preço estipulado para a liquidação em data futura.
Os grandes proprietários rurais e os senhores feudais A definição é semelhante, tendo como principal dife-
encontravam-se espremidos entre uma economia mone- rença a liquidação de seus compromissos somente na data
tária em expansão, nas cidades, e sua fonte de recursos, de vencimento, no caso do mercado a termo. Já no merca-
a agricultura primária. Os pagamentos que recebiam dos do futuro, os compromissos são ajustados financeiramen-
arrendatários eram feitos na forma de participação na co- te às expectativas do mercado referentes ao preço futuro
lheita anual de arroz. daquele bem, por meio do ajuste diário (mecanismo que
Essa renda era irregular e sujeita a fatores incontrolá- apura perdas e ganhos). Além disso, os contratos futuros
veis, como clima e outros fatores sazonais. são negociados somente em bolsas.
Uma vez que a economia monetária exigia que a no-
breza tivesse caixa disponível todo o tempo, a instabilidade - Mercado de opções
nas receitas estimulou a prática do embarque marítimo do No mercado de opções, negocia-se o direito de com-
arroz excedente para os centros principais, Osaka e Tóquio, prar ou de vender um bem (mercadoria ou ativo financeiro)
onde a mercadoria podia ser armazenada e vendida quan- por um preço fixo numa data futura.
do conveniente. Quem adquirir o direito deve pagar um prêmio ao ven-
Para levantar dinheiro com rapidez, os senhores das ter- dedor tal como num acordo de seguro.
ras começaram a vender recibos de armazenagem de bens
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

estocados em armazéns urbanos ou rurais. - Mercado de swap


Os comerciantes, por sua vez, compravam esses reci- No mercado de swap, negocia-se a troca de rentabili-
bos como meio de antecipar suas necessidades, pois es- dade entre dois bens (mercadorias ou ativos financeiros).
tes também sofriam com a flutuação de safras incertas. Pode-se definir o contrato de swap como um acordo, entre
Finalmente, para facilitar as transações, os recibos de arroz duas partes, que estabelecem a troca de fluxo de caixa ten-
tornaram-se amplamente aceitos como moeda corrente. do como base a comparação da rentabilidade entre dois
Algumas vezes, as reservas de arroz eram insuficientes para bens. Por exemplo: swap de ouro x taxa prefixada. Se, no
suprir as necessidades da nobreza – situação em que os vencimento do contrato, a valorização do ouro for inferior
comerciantes emprestavam dinheiro a juros aos senhores à taxa prefixada negociada entre as partes, receberá a dife-
de terras, antes da venda efetiva dos recibos de arroz. rença a parte que comprou taxa prefixada e vendeu ouro.

70
Se a rentabilidade do ouro for superior à taxa prefixada, 2. (CESGRANRIO – BANCO DO BRASIL – 2010) Derivati-
receberá a diferença a parte que comprou ouro e vendeu vos são instrumentos financeiros que se originam do valor
taxa prefixada. Você deve observar que a operação de swap de outro ativo, tido como ativo de referência. As transações
é muito semelhante à operação a termo, uma vez que sua com derivativos são realizadas no mercado futuro, a termo,
liquidação ocorre integralmente no vencimento.41 de opções e swaps, entre outros. Os swaps são

a) ativos garantidores de operações em moeda estrangeira,


adquiridos mediante a troca de ações, direitos e obriga-
EXERCÍCIOS COMENTADOS ções entre duas partes.
b) ativos que podem ser comprados por uma empresa in-
1. (CESGRANRIO – BANCO DO BRASIL – 2012) No mer- vestidora com o intuito de se proteger de uma eventual
cado financeiro, os derivativos são instrumentos que de- redução de preços de outro ativo da mesma carteira de
pendem do valor de um outro ativo, tido como ativo de investimento.
referência. Em relação aos derivativos, os contratos que c) direitos adquiridos de comprar ou vender um ativo em
preveem a troca de obrigações de pagamentos periódicos uma determinada data por preço e condições previa-
ou fluxos de caixa futuros, por um certo período de tempo, mente acertados entre as partes envolvidas na negocia-
são denominados contratos de ção.
d) acordos de compra e venda de ativos para serem en-
a) futuro tregues em uma data futura, a um preço previamente
b) hedge estabelecido, sem reajustes periódicos.
c) opções e) acordos entre duas partes que preveem a troca de obri-
d) swaps gações de pagamentos periódicos ou fluxos de caixa
e) termo futuros por um certo período de tempo, obedecendo a
uma metodologia de cálculo predefinida.
Resposta: Letra D.
a) contrato de futuro é um compromisso assumido entre Resposta: Letra E.
duas partes, compromisso de comprar ou vender deter- Um swap nada mais é do que uma troca de riscos entre
minado ativo numa data determinada a um determinado duas partes.
preço. Os contratos futuros são um importante instru- Na definição mais formal, swap consiste em um acordo
mento financeiro, uma vez que permite que sejam nego- para duas partes trocarem o risco de uma posição ativa
ciados hoje, direitos futuros em condições de incerteza. (credora) ou passiva (devedora), em data futura, confor-
b) Podemos definir operação de hedge como uma transa- me critérios preestabelecidos.
ção compensatória que visa proteger o indivíduo ou a ins- Essas trocas (swaps) são bastante comuns com posições
tituição contra prejuízos oriundos da oscilação de preços. envolvendo taxas de juro, moedas e commodities. Ape-
O hedge é definido pelo preço estabelecido para o futuro sar de muitos autores de livros didáticos considerarem o
com base nas cotações no momento do negócio. O hedge swap uma evolução, sua estrutura é bastante semelhan-
é a garantia de cotação a um preço pré-definido. te à dos antigos contratos a termo.
c) Uma Opção é um contrato de direito sobre determina-
do ativo. As opções são um tipo de derivativo que dá o di- 3. (CESPE – FUNPRESP-JUD – 2016 ) No que concerne
reito, mas não a obrigação, de comprar ou vender um ati- às características formais dos derivativos, julgue o item se-
vo em uma determinada data a um determinado preço. guinte.
d) Um swap nada mais é do que uma troca de riscos entre Os contratos de swap consistem em acordos entre duas
duas partes. partes para a troca de risco de uma posição ativa (credo-
Na definição mais formal, swap consiste em um acordo ra) ou de uma posição passiva (devedora), em data futura,
para duas partes trocarem o risco de uma posição ativa conforme critérios preestabelecidos pelas bolsas de valores
(credora) ou passiva (devedora), em data futura, conforme e com ajustes diários.
critérios preestabelecidos.
Essas trocas (swaps) são bastante comuns com posições ( ) CERTO ( ) ERRADO
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

envolvendo taxas de juro, moedas e commodities. Apesar


de muitos autores de livros didáticos considerarem o swap
uma evolução, sua estrutura é bastante semelhante à dos Resposta: Errado.
antigos contratos a termo. No mercado de swap, negocia-se a troca de rentabilidade
e) Nas finanças, um contrato a termo ou simplesmen- entre dois bens, com critérios preestabelecidos, sem ajus-
te termo é um contrato não padronizado entre duas tes diários.
partes para comprar ou vender um ativo em uma data
no futuro a um preço acordado hoje, sendo um tipo de
contrato derivativo. Ele é diferente do contrato a vista,
que é um acordo para comprar ou vender um ativo hoje.
41 Fonte: www.edisciplinas.usp.br

71
A vantagem de se trabalhar com fiança bancária é que a
GARANTIAS DO SISTEMA FINANCEIRO garantia oferecida pelos bancos goza de grande respeita-
NACIONAL: AVAL, FIANÇA, PENHOR
bilidade no mundo dos negócios. A fiança bancária está
MERCANTIL, ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA,
sujeita a cobrança de tarifas, mas não se sujeita a cobrança
HIPOTECA, FIANÇAS BANCÁRIAS, FUNDO
de IOF, por tratar-se de um contrato.
GARANTIDOR DE CRÉDITO (FGC).
Garantias Reais

Garantias Pessoais Vinculam patrimônio ao cumprimento da obrigação


assumida pelo devedor. Recaem sobre bens móveis ou
Baseiam-se na confiança, isto é, se o devedor não pa- imóveis do patrimônio do devedor ou de terceiro; se ele
gar, uma terceira pessoa (que prestou a garantia pessoal) não pagar, haverá um processo de execução em que será
será obrigada a pagar no lugar dele. Nesta modalidade de requerida a venda judicial do bem, pagando-se preferen-
garantia temos o aval e a fiança. cialmente o credor.

Aval Penhor

O aval é a garantia de pagamento formal e solidária É um direito real que consiste na tradição de coisa móvel,
firmada por terceiro em um título de crédito, onde os in- suscetível de alienação, realizada pelo devedor ou por tercei-
tervenientes são: o avalista (aquele que presta o aval), o ro ao credor, a fim de garantir o pagamento do débito. Tem
avalizado (aquele que recebe o aval) e o credor. Para tanto, como sujeitos o devedor pignoratício (pode ser tanto o sujei-
basta que se lance o aval no próprio título ou na folha de to passivo da obrigação principal como terceiro que ofereça o
alongamento. A simples assinatura no anverso do título é ônus real) e o credor pignoratício (o que empresta o dinheiro).
suficiente para configurar o aval.
Considera-se não escrito o aval cancelado. Tratando-se Penhor mercantil
de garantia solidária, implica que o avalista é coobrigado,
isto é, é co-devedor principal.
É caracterizando-se pela dispensa da tradição da coisa
onerada, ou seja, o devedor continua na sua posse, equipa-
Fiança
rando-se ao depositário para todos os efeitos. Visa garantir
obrigação comercial.
Dá-se a fiança quando uma pessoa se obriga a satis-
Penhor mercantil é a garantia na qual o bem empenha-
fazer determinada obrigação, caso o respectivo devedor
do faz parte integrante do negócio comercial. Pode abran-
não a cumpra. A fiança é um contrato acessório; pode
ger tanto estoques de matérias-primas quanto estoques de
ser gratuito ou oneroso. Os intervenientes são: o devedor
produtos acabados. Os estoques objeto de penhor mer-
(afiançado), o fiador (pessoa física ou pessoa jurídica) e o
credor. Caso o devedor principal não cumpra a obrigação cantil são confiados a fiel depositário, que se torna respon-
e o fiador venha a ser acionado para responder pela dívida, sável pela guarda, existência e conservação dos bens dados
sem que antes tenha sido acionado aquele, poderá alegar em garantia.
o benefício de ordem para que os bens do devedor sejam
excutidos em primeiro lugar, salvo se foi estipulada solida- Hipoteca
riedade no contrato de fiança. O fiador tem a prerrogativa
de renunciar a este direito. A hipoteca é um direito real sobre um bem imóvel ou
A fiança só pode ser concedida pelo cônjuge quando o aos que forem a ele equiparados, que tem por objetivo as-
outro der seu consentimento. A este requisito se dá o nome segurar o pagamento de uma dívida. A posse do bem gra-
de outorga uxória. A falta da autorização torna o ato anulável. vado não se transfere ao credor. A hipoteca abrange todas
as acessões, melhoramentos ou construções no imóvel e
Fiança bancária deve ser registrada no Cartório de Registro de Imóveis.
Podem ser objeto de hipoteca os imóveis, seus acessó-
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

É um compromisso contratual pelo qual uma instituição rios, as estradas de ferro (linhas, estações, locomotivas e
financeira garante o cumprimento de obrigações de seus vagões), as minas e pedreiras, os navios e os aviões.
clientes. O público alvo são as pessoas físicas e jurídicas. A
fiança bancária é uma obrigação por escrito (carta de fian- Alienação fiduciária
ça) assumida pelo banco, responsabilizando-se por dívida
total ou parcial de cliente que queira assumir uma obriga- Pelo contrato de alienação fiduciária, o devedor transfe-
ção perante terceiros. re ao credor a propriedade de uma coisa móvel ou imóvel,
Regulamentação do CMN estipula o limite máximo de até que a dívida daquele seja inteiramente paga. O devedor
exposição por cliente a ser observado pelas instituições é chamado fiduciante e o credor denomina-se fiduciário.
financeiras na prestação de garantia de fiança bancária. Uma vez completado o pagamento, a propriedade do bem
alienado volta ao fiduciante.

72
A alienação fiduciária de coisas móveis rege-se pelo • Sociedades de crédito imobiliário
Decreto-Lei 911/1969. Até a entrada em vigor do novo • Companhias hipotecárias
Código Civil os contratos de empréstimos com garantia • Associações de poupança e empréstimo.
de alienação fiduciária de coisa móvel só podiam ser pac-
tuados entre instituições financeiras e o financiado, pes- Quais os investimentos são garantidos pelo FGC?
soa física ou jurídica. A partir da entrada em vigor da Lei
9.514/1997, passou a existir também a alienação fiduciária A garantia do FGC não abrange todos os investimen-
da coisa imóvel. tos. Ela se restringe aos seguintes saldos, de acordo com o
A mora ou o inadimplemento do fiduciante possibili- Banco Central:
ta ao fiduciário requerer em juízo a busca e apreensão do • Depósitos à vista ou sacáveis mediante aviso prévio
bem móvel objeto do contrato, para vendê-lo a terceiros • Depósitos de poupança
e tornar efetiva a sua garantia. Se o bem móvel não for • Depósitos a prazo, com ou sem emissão de certificado
encontrado na posse do fiduciante, a busca e apreensão (CDB/RDB)
podem transformar-se em ação de depósito; se ele não en- • Depósitos mantidos em contas não movimentáveis
tregar a coisa, poderá ser considerado depositário infiel. por cheques destinadas ao registro e controle do
A lei faculta a venda da coisa independentemente de fluxo de recursos referentes à prestação de serviços
leilão, avaliação prévia ou interpelação do devedor. O cre- de pagamento de salários, vencimentos, aposenta-
dor deve aplicar o preço da venda no pagamento de seu dorias, pensões e similares
crédito e das despesas decorrentes, entregando ao deve- • Letras de câmbio
dor o saldo apurado, se houver.42 • Letras imobiliárias
• Letras hipotecárias
FGC - Fundo Garantidor de Créditos • Letras de crédito imobiliário
• Letras de crédito do agronegócio
FGC é a sigla que designa o Fundo Garantidor de Crédi- • Operações compromissadas que têm como objeto
tos. Ela é uma entidade que administra uma proteção aos títulos emitidos após 08 de março de 2012 por em-
correntistas e investidores, que permite recuperar até R$ presa ligada.
250 mil em depósitos ou créditos em instituições financei-
ras em caso de falência, intervenção ou liquidação. Vamos entender melhor quais são os principais investi-
Essa entidade é uma instituição privada, sem fins lu- mentos cobertos pelo FGC?
crativos. Os associados são a Caixa Econômica Federal, os
bancos, sociedades de crédito, financiamento, investimen- Poupança
to e crédito imobiliário, companhias hipotecárias e associa-
ções de poupança. A poupança é o investimento preferido do brasileiro,
Para o investidor, o FGC representa a segurança de que embora não seja recomendado por especialistas. Ela tem
suas aplicações estão seguras mesmo em eventos extre- um retorno pequeno e compete apenas com a inflação.
mos, como a falência de uma instituição financeira. Com a taxa de juros básicos da economia, a Selic, no
O que muita gente não sabe é que essa é uma associa- patamar atual, a poupança paga 0,5% de juros ao mês mais
ção civil, que depende dos aportes mensais de seus asso- uma Taxa Referencial (TR), que representa um valor bem
ciados, que são bancos, outras instituições financeiras. pequeno.
Eles participam com essas contribuições para garantir Em 2015, por exemplo, quem deixou dinheiro na cader-
um sistema financeiro mais saudável para o país e para to- neta teve seu poder de compra corroído em 2,28%.
dos os investidores. Em 2016, o ganho real, depois do desconto da inflação,
Mesmo assim, há diversas regras que limitam a atua- foi de 1,9%, o melhor rendimento desde 2009 (acredite!).
ção do FGC. A seguir, você vai conhecer algumas delas, vai Um detalhe pouco comentado é que a remuneração da
descobrir quais aplicações se beneficiam do fundo e se é caderneta ocorre apenas uma vez por mês, no aniversário
preciso se preocupar com investimentos que não estão co- do depósito.
bertos. Isso significa que, se você decidir sacar o valor de uma
O Fundo Garantidor de Créditos funciona assim: os as- hora para a outra, pode perder muitos dias de rendimen-
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

sociados repassam mensalmente um percentual de suas tos. Ou seja, não se trata de um investimento tão líquido
contas para o FGC. Em caso de falência ou intervenção quanto a maioria pensa.
em uma instituição financeira, esse montante é usado para Pelo menos, quem investe na poupança tem, depen-
quitar o valor devido a correntistas e investidores. dendo do valor investido, até o montante de R$ 250 mil
Bancos e financeiras são algumas das instituições as- assegurados pelo Fundo Garantidor de Créditos.
sociadas.
Mas não apenas eles. Também compõem o quadro do CDB
FGC:
• Bancos de desenvolvimento O CDB é o Certificado de Depósito Bancário. Ele é um
• Sociedades de crédito, financiamento e investimento título emitido por bancos e corretoras para captar dinheiro
42 Fonte: www.blogcasadoestudante.blogspot.com.br de pessoas físicas e o emprestar para terceiros.

73
O rendimento do CDB pode ser pós-fixado ou prefixa- Esses investimentos acima, não cobertos pelo fundo,
do. O pós-fixado normalmente é associado ao CDI, que é não são necessariamente arriscados, mas devem ser ana-
uma taxa de referência bem próxima da Selic. lisados com cautela, de preferência com algum conheci-
Trata-se de um investimento com liquidez menor do mento mais aprofundado sobre o ativo e a instituição fi-
que outros títulos, como o Tesouro Direto. nanceira que o oferece.
Além disso, paga Imposto de Renda, de 22,5% a 15%, Se você estiver estudando a alocação de recursos em
dependendo do tempo de permanência da aplicação. Letras Financeiras, Debêntures e Certificados de Recebíveis,
Pode, no entanto, ter rentabilidade que seja competitiva e verifique o histórico e solidez do banco ou da corretora
mais vantajosa quando comparada a outros títulos. antes de tomar qualquer decisão.
Também é assegurado pelo Fundo Garantidor de Créditos. Para fundos de investimentos, a preocupação não deve
ser tanto com a chance de a instituição financeira quebrar, e
LCI e LCA sim com as condições e o regulamento, já que o patrimônio
do banco ou corretora não se confunde com o dos fundos.
LCI e LCA são as Letras de Crédito Imobiliário e do Agro- Em caso de falência, por exemplo, os cotistas podem
negócio. Para o investidor, funcionam de maneira bastante se reunir em assembleia e transferir a gestão para outra
semelhante ao CDB e também têm rendimento atraente, instituição.
normalmente atrelado ao CDI. Na bolsa de valores, a preocupação com quebra ou
Uma vantagem desses investimentos é que sobre eles falência das corretoras ou dos bancos também não deve
não incide o Imposto de Renda. É um benefício interessan- ser tão grande, já que os papéis em nome do investidor
te, já que o IR leva no mínimo 15% dos rendimentos de boa são garantidos pela Câmara de Ações, administrada pela
parte das outras aplicações. BM&FBOVESPA. Nesse caso, basta transferir a custódia dos
Elas podem ter carência para retirada maior do que o papéis para outra instituição financeira.
CDB, e muitos desses títulos exigem investimento de pelo Além disso, na conta da corretora ou do banco de in-
menos R$ 10.000,00. vestimentos, até R$ 120 mil de saldo podem ser restituídos
com base no Mecanismo de Ressarcimento de Prejuízos da
LC
BM&FBOVESPA.
Para o Tesouro Direto, não faz sentido a preocupação
As Letras de Câmbio (LC) também são títulos seme-
com o risco de calote, a menos que o país quebre, já que
lhantes ao CDB (pelo menos, na visão do investidor).
os títulos são dívidas do Tesouro Nacional.
Muitas pessoas as confundem com fundos de ações ou in-
Como o governo pode imprimir mais dinheiro para pa-
vestimentos atrelados a moedas por causa do nome. Na ver-
gar suas contas, o principal risco é o que se chama de ca-
dade, “câmbio” aqui se refere a uma “troca”, e não a moedas.
A diferença para um CDB é que as LCs são emitidas por lote branco, que seria a inflação provocada por esse fluxo
uma financeira, e não por um banco ou corretora. maior de valores no mercado decorrente das dificuldades
Eles contam com a proteção do Fundo Garantidor de financeiras do país.
Crédito para o mesmo valor de CDB, poupança, LCI e LCA:
até R$ 250 mil, dependendo do montante investido. Qual o valor máximo garantido pelo FGC?
Aqui há incidência do Imposto de Renda (22,5% a 15%
dos rendimentos, dependendo do período de aplicação) e O valor máximo garantido pelo FGC é de R$ 250 mil por
carência mínima para o resgate, que varia muito conforme CPF por instituição financeira (ou instituições financeiras do
a corretora ou banco de investimentos. mesmo conglomerado financeiro).

O que o FGC não garante


FIQUE ATENTO!
O FGC não garante o crédito de qualquer investimento Contas conjuntas têm limite único
que não conste na relação acima e de qualquer crédito que Já uma conta conjunta em um banco tem limi-
ultrapasse o limite de R$ 250 mil por pessoa por instituição te máximo de R$ 250 mil, que serão divididos
financeira. pelo número de titulares. Dessa forma, caso o
Alguns investimentos que não são protegidos pelo FGC: saldo investido em títulos garantidos pelo FGC
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

• Letras Financeiras (semelhante ao CDB) em uma conta conjunta de 2 titulares fosse


• Debêntures (títulos de crédito de empresas privadas) R$ 300.000,00, o valor garantido seria o de R$
• Fundos de investimento (de todos os tipos) 250.000,00, ou seja, R$ 125.000,00 por titular.
• Certificados de Recebíveis Imobiliários (emitidos por Esse limite não impede que um investidor com
companhias securitizadoras) fundos superiores a essa quantia invista em di-
• Certificados de Recebíveis do Agronegócio (emitidos ferentes instituições financeiras.
por companhias securitizadoras) Exemplo: se você tem R$ 300 mil, é mais segu-
• Tesouro Direto (títulos do Tesouro Nacional) ro dividir esse valor em diferentes aplicações
• Aplicações na bolsa de valores (ações, opções e quais- em duas ou três corretoras ou bancos de in-
quer derivativos). vestimento.

74
#FicaDica
EXERCÍCIOS COMENTADOS
Fundos de investimento não têm garantia do
FGC devido a uma divisão entre o patrimônio 1. (FGV – BANESTES – 2018) A fiança bancária é uma ope-
da instituição financeira e o dos cotistas que ração tradicional no mercado brasileiro, em que um banco,
formam o fundo. Ou seja, os valores do fundo por meio da “carta de fiança”, assume o papel de fiador de
funcionam de forma independente. uma outra companhia numa operação comercial, concor-
Na prática, os fundos são entidades constituí- rência pública ou de crédito.
das sob a forma de condomínios abertos. Eles Do ponto de vista dos riscos envolvidos para as partes, há
ficam sujeitos à supervisão e acompanhamen- mitigação do risco:
to da Comissão de Valores Mobiliários.
Assim, se ocorrer a falência do administrador a) de crédito envolvido entre o fiador (banco) e o afiançado
do fundo, uma assembleia poderá ser convo- (empresa);
cada para optar por outra instituição financei- b) de mercado envolvido entre a empresa afiançada e sua
ra, sem prejuízo de seus investimentos. contraparte – um fornecedor, por exemplo; 
c) operacional envolvido entre a empresa afiançada e sua
História do FGC contraparte – um fornecedor, por exemplo;
d) de crédito envolvido entre a empresa afiançada e sua
A estabilidade do sistema financeiro é uma das princi- contraparte – um fornecedor, por exemplo;
pais preocupações de qualquer governo. e) de mercado envolvido entre o fiador (banco) e o afian-
Desde a década de 1990, começou a surgir uma série çado (empresa).
de sistemas de proteção a investidores em todo o mundo.
O Brasil entrou nessa lista em 1995, com a Resolução 2.197, Resposta: Letra A.
de 31.08.1995. A fiança bancária é um compromisso contratual pelo
Nela, o Conselho Monetário Nacional (CMN) autorizou qual uma instituição financeira garante o cumprimento
a “constituição de entidade privada, sem fins lucrativos, de obrigações de seus clientes, ou seja, os riscos do crédito
destinada a administrar mecanismos de proteção a titula- envolvidos na operação junto ao afiançado e ao fiador
res de créditos contra instituições financeiras”. são atenuados através dessa garantia.
O estatuto e o regulamento da nova entidade, o Fun-
do Garantidor de Créditos, foram aprovados em novembro 2. (CESGRANRIO – BANCO DO BRASIL – 2012) Devido à
daquele ano. grande exposição ao risco de crédito, os bancos precisam
O objetivo dessa entidade, desde sua criação, é prestar utilizar meios para garantir suas operações e salvaguardar
garantia de créditos contra as instituições associadas nas seus ativos. Qual o tipo de operação que garante o cumpri-
seguintes situações: mento de uma obrigação na compra de um bem a crédito,
• Decretação da intervenção ou da liquidação extraju- em que há a transferência desse bem, móvel ou imóvel, do
dicial de instituição associada. devedor ao credor?
• Reconhecimento, pelo Banco Central do Brasil, do
estado de insolvência de instituição associada que, a) Hipoteca
nos termos da legislação em vigor, não estiver sujeita b) Fiança bancária
aos regimes referidos no item anterior. c) Alienação fiduciária
d) Penhor
Além da garantia de créditos, o FGC se preocupa com a e) Aval bancário
estabilidade do Sistema Financeiro Nacional e a prevenção
de crises sistêmicas do sistema bancário. Resposta: Letra C.
Por isso, tem a atribuição de contratar, em casos de ne- Nessa questão vamos aproveitar algumas palavras chave
cessidade, diferentes operações de assistência ou suporte que o enunciado apresenta:
financeiro, incluindo operações de liquidez com as institui- - COMPRA DE UM BEM A CREDITO
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

ções associadas.43 - TRANSFERENCIA DE BEM DO DEVEDOR AO CREDOR


- BEM MOVEL OU IMOVEL
Se eu compro um bem a crédito, significa que o próprio
bem é a garantia, ou seja, garantia real, depois existe a
transferência do bem para o credor, aí fica fácil, pois, ao se
tratar de garantia real, eu elimino aval e fiança, aí temos
a transferência do bem, o que elimina a hipoteca, pois,
nesta, o bem continua na propriedade e posse do devedor
e, por quê não o penhor? Porque existe penhor onde a
posse é do credor, nos restando, portanto, a alienação
43 Fonte: www.btgpactualdigital.com fiduciária.

75
Na alienação fiduciária, a garantia é real (próprio bem é a garantia), a transferência do bem se dá em caso de inadimplên-
cia do devedor e, a propriedade é do credor, porém a POSSE é do devedor que passa ser o fiel depósitário.

3. (CESGRANRIO – BANCO DO BRASIL – 2013) O Fundo Garantidor de Crédito foi criado para, dentre outras finalidades,
proteger depositantes e investidores no âmbito do sistema financeiro, até os limites estabelecidos pela regulamentação. Tal
fundo é pessoa jurídica caracterizada como

a) sociedade por ações


b) sociedade de economia mista
c) autarquia especial
d) associação civil
e) empresa financeira

Resposta: Letra D.
O Fundo Garantidor de Créditos (FGC) é uma associação civil, sem fins lucrativos, que administra um mecanismo de
proteção aos correntistas, poupadores e investidores, que permite recuperar os depósitos ou créditos mantidos em institui-
ção financeira, em caso de intervenção, de liquidação ou de falência. (www.bcb.gov.br)

CRIME DE LAVAGEM DE DINHEIRO: CONCEITO E ETAPAS. PREVENÇÃO E COMBATE AO CRIME


DE LAVAGEM DE DINHEIRO: LEI Nº 9.613/1998 E SUAS ALTERAÇÕES, CIRCULAR BACEN Nº
3.461/2009 E SUAS ALTERAÇÕES E CARTA-CIRCULAR BACEN Nº 3.542/2012. COAF – CONSELHO
DE CONTROLE DE ATIVIDADES FINANCEIRAS.

É certo que o crime organizado disponibiliza fundos incalculáveis e envolve milhares de pessoas, com sistema funcional
implantado e bem estruturado. Entretanto, apesar de se tratar de uma atividade altamente lucrativa, para que se utilize de
seus rendimentos é imprescindível a ocultação de sua origem.
Desta necessidade de uso, movimentação, ocultação e disposição de ativos oriundos das mais variadas espécies do
comércio criminoso surge a lavagem de dinheiro, com a finalidade de evitar que se descubra a cadeia criminal, bem como
a identificação de seus agentes.
Sendo pacífico que as organizações criminosas, de modo geral, têm sua atuação no eixo dinheiro/poder e que o seu
êxito está intimamente vinculado ao sucesso da lavagem de dinheiro, há um forte impulso para que estas organizações
pratiquem o referido processo de reciclagem.
Ocorrida a reciclagem do dinheiro, este pode ser investido sem levantar suspeitas e contribuir para que os seus de-
tentores eliminem empreendimentos legítimos sob a cobertura de atividades honráveis, gerando o inegável risco de que
economias inteiras se submetam ao seu controle, provocando alterações nos mercados financeiros.
Neste contexto, vários países fomentam seus aparelhos de cooperação internacional para a persecução de crimes de
lavagem de capitais e outros praticados por organizações criminosas.

O crime de lavagem de dinheiro

O crime de “lavagem de dinheiro”, cuja expressão remonta às organizações mafiosas norte-americanas, que, na década de
1920, aplicavam em lavanderias o capital proveniente das muitas espécies do comércio criminoso, é uma forma genérica de
referir-se ao processo ou conjunto de operações de ocultar a origem do dinheiro ou dos bens resultantes das atividades deliti-
vas e integrá-los no sistema econômico ou financeiro, em operações capazes de converter o dinheiro sujo em dinheiro limpo.
Nas palavras de André Luís Callegari é a atividade de investir, ocultar, substituir ou transformar e restituir o dinheiro de
origem sempre ilícita aos circuitos econômico-financeiros legais, incorporando-o a qualquer tipo de negócio como se fosse
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

obtido de forma lícita.


Faz-se necessário esclarecer que o crime de lavagem de capitais é um delito parasitário ou derivado, dependendo,
necessariamente, da existência de um delito antecedente para que se configure. Por assim ser, no delito de lavagem de
dinheiro a punição volta-se, exclusivamente, para a utilização que se faz do dinheiro sujo, ou seja, às formas de movimentar,
ocultar, dispor ou se apropriar dos ativos oriundos de atividades ilícitas.
Diante da importância deste assunto, e dos efeitos devastadores provocados por este delito, Vladimir Aras defende que
os Estados nacionais não podem ignorar, diante da complexa problemática que envolve a questão, o fenômeno da lavagem
de dinheiro, uma vez que não se restringe a uma abstração que se cinja a números, pois, ao contrário disto:

76
“São concretos e às vezes dolorosos, os danos causados ras e com penas menos brandas), tal criminalidade não só
à sociedade pela lavagem de dinheiro. De um lado, desem- persiste como aumenta. Assim, uma vez evidenciada a im-
prego, vultosos prejuízos econômicos para empresários e possibilidade de o Direito Penal evitar o tráfico de drogas,
investidores, diminuição dos índices de desenvolvimento houveram por bem os Estados punir suas consequências”.
humano, corrupção, insegurança pública e redução da ar- Observa-se, portanto, que frente à fracassada e inope-
recadação de impostos e de investimentos em educação e rante estratégia de atacar as antecedentes atividades ilíci-
saúde. De outro lado, o enriquecimento ilícito e a utilização tas, há um redirecionamento do Direito Penal em controlar
indevida de valores oriundos de graves crimes.” os efeitos destas, quais sejam, os fluxos financeiros oriun-
dos das primeiras atuações ilegais.
Fases ou técnicas de lavagem de dinheiro Seguindo, portanto, a mesma tendência mundial e
diante dos índices de ocorrências envolvendo crime or-
Considerando que a lavagem de capitais é um procedi- ganizado, desvio e lavagem de dinheiro, provenientes de
mento complexo, pode-se afirmar que a conduta do agen- variadas transações ilícitas, e da inserção destes temas no
te passa por um modus operandi bastante linear e multifa- rol de destaque da construção dogmática e da política
cetado. Vários são os métodos ou fases utilizados com a criminal, houve nítido interesse do Direito Penal Brasileiro
finalidade de lavar o dinheiro: em atingir um efetivo controle da circulação de capitais e
a) A primeira delas é a fase da ocultação, na qual há suas origens, por meio da criminalização desta multimen-
uma tentativa dos agentes de conseguir menor vi- cionada conduta. Ademais, a base ética à criminalização
sibilidade do dinheiro oriundo da prática de ativida- consistiu em evitar que a circulação do dinheiro sujo em
de ilícitas. Para tanto, costuma-se utilizar o sistema circulação no mercado, bem como impedir que o dinheiro
financeiro, negócios de condições variadas, enfim, lavado proporcione outros ilícitos.
emprega “intermediários” que trocarão os valores
ilicitamente recebidos. Unidades de inteligência financeira
b) Com a posse do dinheiro, tem início a segunda fase:
a cobertura, fase de controle, ou ainda, mascaramen-
As unidades de inteligência são responsáveis por re-
to. Consistente em desligar os fundos de sua origem,
ceber, além de requisitar, informações sobre operações
em outras palavras, fazer desaparecer o vínculo entre
financeiras atípicas ou suspeitas, analisar e informar às
o agente e o bem precedente de sua atuação. São
autoridades competentes aquelas que constituem indícios
comuns múltiplas transferências de dinheiro, com-
do crime de lavagem.
pensações financeiras, remessas aos paraísos fiscais,
Essas unidades apresentam diferentes estruturas a de-
super faturação de exportações, dentre outros.
pender de sua vocação institucional e das tradições jurídi-
c) Finalmente, o dinheiro deve retornar ao circuito eco-
cas de cada país.
nômico, transparecendo a imagem de produto nor-
mal de uma atividade comercial, é a chamada fase Existem basicamente três espécies de Unidades de In-
de integração. Neste momento, há a conversão de teligência Financeira, sem considerar as híbridas que mes-
dinheiro sujo em capital lícito, adquirindo proprie- clam elementos de cada uma delas. Vejamos:
dades e bens, constituindo estabelecimentos lícitos, - As unidades judiciais são previstas, em geral, nos
financiando atividades de terceiros, além de investir países em que o Ministério Público é parte inte-
parte deste dinheiro na prática de novos delitos. grante do Judiciário. Nesses países as unidades têm
natureza persecutória penal porque o próprio órgão
Criminalização da lavagem de dinheiro responsável pela acusação possui instrumentos de
acompanhamento ou recebimento de informações
Cumpre ressaltar que o início das preocupações mun- sobre operações suspeitas.
diais com a lavagem de dinheiro data da Convenção de - As unidades coercitivas são exclusivamente adminis-
Viena de 1988, ocasião em que os membros da Organi- trativas, mas podem determinar medidas preventivas
como suspensão de transações, congelamento e se-
zação das Nações Unidas aprovaram a Resolução que os
questro de bens.
obrigava a penalizar a lavagem de capitais oriundos do
- As unidades administrativas têm atribuição exclusi-
tráfico de entorpecentes.
va de sistematização de informações e produção de
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Desde então, várias nações passaram a inserir em seu


análises sobre possíveis operações ilegais ou atípicas.
corpo de normas, dispositivos legais reservados a reprimir
Não tem poder de determinar medidas de coerção
a utilização de bens, direitos ou valores provenientes, di-
ou de iniciar processos judiciais. Apenas colhem a in-
reta ou indiretamente, de crimes.
formação e enviam para os órgãos competentes para
Neste sentido, Roberto Podval, ao discorrer sobre o bem
a persecução penal ou investigação, como o Minis-
jurídico do delito de lavagem de dinheiro, assevera que: tério Público e a Polícia. O Brasil segue esse modelo.
“O que se nota é que a criminalização da lavagem de
dinheiro surge como forma de coibir o tráfico ilícito de en-
torpecentes, já que não obstante a intervenção do Direito
Penal nessa matéria (através de leis cada vez mais seve-

77
A lei 9.613/98 e seus aspectos penais Acessse o link a seguir e veja na íntegra o texto da lei
acima citada:
A Lei nº 12.683/2012 alterou a Lei nº 9.613/1998 para http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9613.htm
tornar mais eficiente o combate e a prevenção de lavagem
de dinheiro. Foram diversas as alterações realizadas, e den- Circular Bacen nº 3.461, de 2009 e suas alterações
tre elas podem ser destacadas a exclusão do rol de crimes Consolida as regras sobre os procedimentos a serem
antecedentes à lavagem de dinheiro, manutenção da pena adotados na prevenção e combate às atividades relaciona-
de três a dez anos de reclusão para os praticantes do crime, das com os crimes previstos na Lei nº 9.613, de 3 de março
elevação do valor máximo da multa a ser aplicada para 20 de 1998.
milhões de Reais, e aumento do número de profissionais Acesse o link a seguir e veja na íntegra o texto:
que devem reportar-se ao COAF, alcançando empresários https://www.bcb.gov.br/acessoinformacao/legado?ur-
que negociam direitos de atletas, comerciantes de artigos l=https:%2F%2Fwww.bcb.gov.br%2Fpre%2Fnormativos%-
de luxo, e prestadores de serviços como por exemplo os 2Fbusca%2Fnormativo.asp%3Ftipo%3DCirc%26ano%-
contadores. 3D2009%26numero%3D3461
A fim de garantir o uso, movimentação, ocultação e dis-
posição de ativos oriundos das mais variadas espécies do Carta-Circular Bacen nº 3.542, de 2012
comércio criminoso, surge a lavagem de dinheiro, com o Divulga relação de operações e situações que podem
intuito de evitar que se descubra a cadeia criminal, bem configurar indícios de ocorrência dos crimes previstos na
como a identificação de seus agentes. Lei nº 9.613, de 3 de março de 1998, passíveis de comuni-
A lavagem de capitais é uma forma genérica de refe- cação ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras
rir-se ao processo ou conjunto de operações que oculta a (Coaf).
origem do dinheiro ou dos bens resultantes de atividades Acesse o link a seguir e veja na íntegra o texto:
delitivas e integrá-los no sistema econômico ou financeiro, https://www.bcb.gov.br/acessoinformacao/legado?ur-
em operações capazes de converter o dinheiro sujo em di- l=https:%2F%2Fwww.bcb.gov.br%2Fpre%2Fnormativos%-
nheiro limpo. 2Fbusca%2Fnormativo.asp%3Ftipo%3DC_Circ%26ano%-
Considerando que a lavagem de capitais é um procedi- 3D2012%26numero%3D3542
mento complexo, vários são os métodos ou fases utilizados
com a finalidade de lavar o dinheiro: ocultação, mascara- Conselho de Controle de Atividades Financeiras -
mento e integração. COAF
Seguindo a mesma tendência mundial e diante dos ín-
dices de ocorrências envolvendo crime organizado, desvio O COAF é um órgão administrativo, no âmbito do Mi-
e lavagem de dinheiro, e da inserção destes temas no rol nistério da Fazenda, com sede no Distrito Federal, e funcio-
de destaque da construção dogmática e da política crimi- na como agência de inteligência brasileira no combate ao
nal, houve nítido interesse do Direito Penal Brasileiro em crime de lavagem de dinheiro. É a unidade de inteligência
atingir um efetivo controle da circulação de capitais e suas financeira do Brasil.
origens, por meio da criminalização desta multimenciona- É responsável pela prevenção e fiscalização da prática
da conduta. do delito de lavagem, foi instituído pela Lei nº 9.613/1998.
A exemplo e por imposição das comunidades interna- Tem por finalidade disciplinar, aplicar penas administrati-
cionais, bem como em razão da globalização do mundo vas, receber, examinar e identificar as ocorrências suspeitas
moderno, em 1998 foi editada Lei Especial nº. 9.613, des- de atividades ilícitas previstas na Lei, sem prejuízo da com-
tinada a coibir as ações dos chamados “lavadores de di- petência de outros órgãos e entidades.
nheiro”. Essa lei atribuiu às pessoas físicas e jurídicas de diver-
Ocorre que há alguns pontos controvertidos que, alme- sos setores econômico-financeiros maior responsabilidade
jando asseverar a pena, suprimiram direitos fundamentais, na identificação de clientes e manutenção de registros de
tais como proibição de fiança e inversão do Ônus da Pro- todas as operações e na comunicação de operações sus-
va em relação à ilicitude dos bens que foram objeto de peitas, sujeitando-as ainda às penalidades administrativas
apreensão e ao sequestro. pelo descumprimento das obrigações.
Respeitar a ordem constitucional, neste caso específico, Para efeitos de regulamentação e aplicação das penas,
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

revela enorme dificuldade no efetivo combate à lavagem o legislador preservou a competência dos órgãos regula-
de dinheiro, isto porque enquanto os agentes criminosos dores já existentes, cabendo ao COAF a regulamentação e
não têm limitações na realização de suas condutas, o Esta- supervisão dos demais setores.
do tem de respeitar os direitos fundamentais. Em 2012, a Lei nº 9.613, de 1998, foi alterada pela Lei
Por tudo quanto exposto, concluímos que para o êxito nº 12.683, de 2012, que trouxe importantes avanços para
nas operações de combate à lavagem de dinheiro, e, por a prevenção e combate à lavagem de dinheiro, tais como:
conseguinte, na recuperação de ativos, é necessária refor- • a extinção do rol taxativo de crimes antecedentes,
ma legislativa que atinja as normas-chave, aprofundamen- admitindo-se agora como crime antecedente da la-
to de programas de capacitação de autoridades e servido- vagem de dinheiro qualquer infração penal;
res, bem como da especialização de juízos e unidades do
Ministério Público e da Polícia.

78
• a inclusão das hipóteses de alienação antecipada e Das pessoas sujeitas à lei
outras medidas assecuratórias que garantam que os
bens não sofram desvalorização ou deterioração; O art. 9º da Lei de Lavagem apresenta o rol das pessoas
• inclusão de novos sujeitos obrigados tais como car- obrigadas a comunicar o COAF, em razão das atividades
tórios, profissionais que exerçam atividades de as- que exercem, a respeito de qualquer atividade atípica ou
sessoria ou consultoria financeira, representantes de operações consideradas suspeitas.
atletas e artistas, feiras, dentre outros; Dentre essas atividades estão a captação, a interme-
• aumento do valor máximo da multa para R$ 20 mi- diação e aplicação de recursos financeiros de terceiros,
lhões. em moeda nacional ou estrangeira; a compra e venda de
moeda estrangeira ou ouro como ativo financeiro ou ins-
Com base na análise de operações suspeitas ou atípicas, trumento cambial; a custódia, emissão, distribuição, liqui-
o COAF prepara um relatório que é enviado ao Ministério dação, negociação, intermediação ou administração de
Público e à Polícia, para que seja averiguado o cometimen- títulos ou valores mobiliários; entre outras previstas no pa-
to ou não de algum delito. rágrafo único do artigo retro mencionado.
O COAF faz parte do GAFI e do Grupo de Egmont, cons- As obrigações a que essas pessoas estão sujeitas se
tituído por algumas unidades financeiras de inteligência, traduzem em identificar seus clientes e manter registros,
que se reuniram pela primeira vez no Palácio de Egmon- bem como comunicar as operações suspeitas aos órgãos
t-Arenberg, em Bruxelas, com o intuito de promover um de inteligência financeira, conforme dispõe os arts. 10 e
fórum objetivando impulsionar o apoio aos programas na- 11 da Lei.
cionais de combate à Lavagem de Dinheiro dos países que Descrever essas operações consideradas suspeitas ou
o integram. atípicas é uma atribuição da autoridade competente, que
Referido apoio engloba a ampliação de cooperações por meio da elaboração de uma lista que, a depender das
entre os países e a sistematização do intercâmbio de expe- pessoas envolvidas, dos valores, das formas de realização,
riências e de informações de inteligência financeira, aper- dos instrumentos utilizados, ou pela falta de fundamento
econômico ou legal, possam demonstrar ilicitude.
feiçoando a capacidade e a perícia dos funcionários das
Se houver descumprimento das obrigações elencadas
unidades e proporcionando uma efetiva comunicação por
no art. 9º, caberá aplicação de sanções administrativas
meio de aplicação de tecnologia específica.
pela autoridade competente, conforme previsto no art. 12
Os organismos internacionais indicam uma série de
da Lei, a saber: advertência, multa pecuniária, inabilitação
regras para a persecução penal referente ao crime em
temporária para o exercício do cargo de administrador, e
questão, que, em resumo, se traduzem na cooperação das
até cassação ou suspensão da autorização para operação
instituições e empresas que possam ser utilizadas para
ou funcionamento.
lavagem, sujeitas a deveres de identificação dos clientes,
O procedimento para aplicação das sanções será re-
conservação dos registros e comunicação de operações gulado por decreto, sendo assegurado o contraditório e a
consideradas suspeitas. ampla defesa, cabendo recurso ao Ministro de Estado da
Desse modo, o COAF é o principal órgão brasileiro de Fazenda.
inteligência ao combate ao crime em comento, além de ser
responsável por elaborar autoavaliações, cujos relatórios A atuação do Coaf
são enviados anualmente ao GAFI.
O COAF atua de forma integrada com órgãos superviso-
Composição do COAF res e entidades representativas de diversos segmentos, tais
como: Comissão de Valores Mobiliários – CVM, Secretaria
O Conselho é composto de servidores públicos de re- de Previdência Complementar – SPC, Superintendência de
putação ilibada e reconhecida competência, designados seguros privados – SUSEP, Conselho Federal de Correto-
em ato do Ministro de Estado da Fazenda, dentre os in- res de Imóveis – COFECI, Associação Brasileira das Empre-
tegrantes do quadro de pessoal efetivo do Banco Central sas de Cartões de Crédito e Serviços – ABECS, Associação
do Brasil, da Comissão de Valores Mobiliários, da Superin- Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Privada
tendência de Seguros Privados, da Procuradoria-Geral da – ABRAPP, Federação Brasileira de Bancos – FEBRABAN.
Fazenda Nacional, da Secretaria da Receita Federal, de ór-
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Esta integração tem por finalidade evitar que esses seto-


gão de inteligência do Poder Executivo, do Departamento res sejam utilizados para a prática de lavagem de dinheiro.
de Polícia Federal, do Ministério das Relações Exteriores e Desta forma, os órgãos supervisores e as entidades repre-
da Controladoria-Geral da União, atendendo, nesses qua- sentativas que se depararem com operações atípicas pra-
tro últimos casos, à indicação dos respectivos Ministros de ticadas por seus clientes, tem o dever de informar o COAF.
Estado. O Banco Central do Brasil, visando auxiliar na interpre-
O presidente do Conselho é nomeado pelo Presidente tação do que seriam essas operações consideradas atípicas
da República, cuja indicação é do Ministro de Estado da ou suspeitas, apresentou a Carta-Circular nº. 2.826/1998,
Fazenda. que foi posteriormente complementada pela Carta-Circular
nº. 3.098/2003, contendo um extenso rol dessas operações.

79
Ressalte-se que referido rol de hipóteses é apenas A atividade repressiva decorre da competência do
exemplificativo, com intuito de orientar as entidades na COAF para instaurar processo administrativo e aplicar san-
identificação de operações suspeitas, sendo possível a ções as entidades e pessoas que descumprirem as regras
ocorrência de outras operações que não estejam nele pre- previstas nos arts. 10 e 11 da Lei de Lavagem.
vistas. As empresas que contam com órgão de controle es-
Além disso, as entidades também deverão manter ca- pecífico, como bancos (regulados pelo Banco Central do
dastros que possibilitem a identificação do cliente. Da Brasil) ou agentes de custódia, emissão, distribuição, liqui-
mesma forma, os órgãos verificarão se há compatibilidade dação de títulos ou valores imobiliários (regulados pela
financeira entre as movimentações efetuadas pelo cliente e CVM), empresas de seguro, capitalização ou previdência
a sua capacidade econômica. Este controle deve abranger privada (regulados pela Susep) devem observar as regras
não só a totalidade das operações de um indivíduo, mas estabelecidas pelo órgão regulatório correspondente (art.
também aquelas feitas por grupos e conglomerados, con- 11, § 1º. da Lei de Lavagem) e perante estes processados
forme recomendação contida na Circular nº. 2.852/1999 do administrativamente. É do órgão regulador o papel de
Banco Central do Brasil. normatizador e repressor.
O COAF, após receber a comunicação, avaliará as ope- No entanto, todas as entidades responsáveis pelos se-
rações suspeitas e, se existirem evidencias de ocorrência tores sensíveis (art. 9º. da Lei), tenham ou não órgão regu-
do crime de lavagem, efetuará um intercâmbio de informa- lador próprio, devem atender as requisições de informa-
ções com as autoridades competentes, conforme preconiza ções formuladas pelo COAF.
o art. 15 da Lei. É função do COAF a organização de estudos e diag-
Cumpre esclarecer que são consideradas autoridades nósticos sobre lavagem de dinheiro e formulação de es-
competentes, a Polícia Federal e o Ministério Público Fede- tratégias de combate à prática. Para tanto, o órgão tem
ral que, de posse dessas informações, tomarão as medidas participado de fóruns nacionais e internacionais para o
necessárias. desenvolvimento de boas práticas para o enfrentamento
Diante da necessidade de promover esse intercâmbio do delito, como, por exemplo, da ENCLLA (Estratégia Na-
de informações entre o COAF e outros organismos, na- cional de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro)
cionais e internacionais, foi desenvolvido um sistema in- e do Grupo de Egmont, que reúne as Unidades de Inte-
formatizado que permite ao Conselho desempenhar suas ligência Financeira de diversos países para apoio mútuo,
funções com maior agilidade e segurança, o SISCOAF – Sis- formação conjunta e assistência técnica para prevenção e
tema de Informações COAF, que auxilia nos processos in- repressão a lavagem de dinheiro.
ternos de tomada de decisão, representa um veículo rápido O crime de lavagem de dinheiro é um fenômeno mun-
e eficaz de captação, tratamento, disponibilização e guarda dial, de amplitude internacional, que não atinge apenas as
de dados. esferas econômicas e financeiras, mas também as sociais,
O COAF não é dotado de poderes de investigação, tem uma vez que fomenta a prática de outros delitos, fazen-
competência para realizar a troca de informações e solicitar do-se necessária a união de esforços, bem como a coo-
a abertura de investigações às autoridades, caso verifique, peração mútua entre os países para combatê-lo e o COAF,
nas informações recebidas, solicitadas ou em decorrência na qualidade de unidade de inteligência financeira, tem
de suas análises, forte indício de operações consideradas desempenhado um importante papel neste certame.44
suspeitas.
Além disso, também tem o poder de requisitar informa-
ções cadastrais bancárias e financeiras aos Órgãos da Ad-
ministração Pública de pessoas envolvidas em atividades EXERCÍCIOS COMENTADOS
suspeitas (art. 14, § 3º. da Lei 9.613/1998).
1. (CESGRANRIO – BANCO DO BRASIL – 2015) Sr. X é
O papel do COAF no combate à lavagem de dinheiro cidadão brasileiro, possuindo bens, direitos e obrigações
no Brasil, bem como atividades negociais no exterior. Por
O COAF, além do seu papel como Unidade de Inteligên- força de suas atividades empresariais, ele possui um cartão
cia Financeira, é também um órgão de regulação e repres- de crédito ilimitado, com validação fora do país, emitido
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

são dos setores econômicos que não possuem instituição por instituição financeira transnacional com autorização
supervisora própria, tais como as empresas de factoring, de para atuar no país. Em determinado momento, as socieda-
comércio de joias e metais preciosos, pedras, objetos de des empresariais das quais participa não atingem as suas
arte e antiguidades. metas, gerando prejuízos. Apesar disso, o nível dos seus
No campo regulatório cabe ao COAF elaborar regras gastos e transferências externos aumenta, o que gera co-
voltadas a estes setores sobre a forma e método de regis- municação preventiva aos órgãos de controle.
tro de informações de clientes e sobre os atos suspeitos de Nos termos da Lei nº 9.613/1998, a comunicação em res-
lavagem que devem ser comunicados, além dos que são posta à requisição do órgão competente ocorrerá por meio
previstos em Lei. Por fim, a função de regulação consiste da
em o Órgão editar normas que orientem os setores obriga-
44Fonte: www.ambito-juridico.com.br/Dayane Sanara de Matos Lusto-
dos no art. 9º da Lei 9.613/1998. sa/www.conteudojuridico.com.br/Norma Jeane Fontenelle Marques

80
a) seção de auditoria Resposta: Letra D.
b) gerência especial Por isso a importância dos dispositivos, a resposta quase
c) área de inteligência sempre está “ao pé da letra”.
d) responsável financeira Art. 18 - § 1º Para fins da responsabilidade de que trata
e) matriz no Brasil o caput, admite-se que o diretor indicado desempenhe
outras funções na instituição, exceto a relativa à admi-
Resposta: Letra E. nistração de recursos de terceiros.
A Lei 9.613 discorre sobre o crime de lavagem de di-
nheiro, basicamente, consiste na análise: CADASTRO x
MOVIMENTAÇÃO (verificar se o dinheiro movimentado AUTORREGULAÇÃO BANCÁRIA
possui lastro, verificar se o dinheiro é lícito, a maneira
como ele foi adquirido é lícita). 
As instituições financeiras são obrigadas a informar aos Há aproximadamente 10 anos, a partir da iniciativa de
órgãos responsáveis movimentações atípicas de seus 7 dos maiores bancos do país, de profissionais da equipe
clientes: no caso da questão, a matriz no Brasil (da ins- da própria FEBRABAN e com o apoio de uma empresa de
tituição responsável pelo cartão)  é obrigada a comuni- consultoria contratada especificamente para esse fim, foi
car  acerca desta movimentação  atípica no exterior. Ob- criado um Grupo de Trabalho que deu início ao projeto, a
servação: a Lei não especifica qual a área da instituição partir de um levantamento dos principais pontos objetos
responsável por informar as autoridades competentes, de demandas de consumo em face dos bancos junto ao
como afirmam as demais alternativas. Sistema Nacional de Defesa do Consumidor.
Capítulo V - DAS PESSOAS SUJEITAS AO MECANISMO DE A construção da Autorregulação começou a ganhar
CONTROLE vida em 2007, quando a Diretoria da FEBRABAN definiu
Art 9° Parágrafo Único: aquele que deveria ser o primeiro tema a ser trabalhado:
XVIII - as dependências no exterior das entidades men- o relacionamento entre os bancos e seus consumidores
cionadas neste artigo, por meio de sua matriz no Bra- pessoa física. Desde a aprovação do Código de Autorre-
sil, relativamente a residentes no país.(Incluído pela lei gulação Bancária, em agosto de 2008, até hoje, a Autorre-
12.683, de 2012) gulação ampliou seu escopo de atuação e passou a tratar
(Fonte: ww.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9613.htm) também de temas como Prevenção e Combate à Lavagem
de Dinheiro e ao Financiamento do Terrorismo e a Respon-
2. (CESPE – FUNPRESP-EXE – 2016) A respeito da pre- sabilidade Socioambiental.
venção e do combate à lavagem de dinheiro, julgue o A autorregulação bancária é um sistema de normas,
item que se segue. criado pelo próprio setor, com o propósito básico de criar
As comercializações feitas por pessoas físicas estão ex- um ambiente ainda mais favorável à realização dos 4 gran-
cluídas do escopo do monitoramento e da prevenção à des princípios que o orientam:
lavagem de dinheiro. I - ética e legalidade;
II - respeito ao consumidor;
( ) CERTO ( ) ERRADO III - comunicação eficiente;
IV - melhoria contínua.

Resposta: Errado. Nesse Sistema, os bancos estabelecem uma série de


O art. 9º da Lei de Lavagem apresenta o rol das pessoas compromissos de conduta que, em conjunto com as di-
obrigadas a comunicar o COAF, em razão das atividades versas outras normas aplicáveis às suas atividades, contri-
que exercem, a respeito de qualquer atividade atípica ou buirão para que o mercado funcione de forma ainda mais
operações consideradas suspeitas, sendo que, nesse rol eficaz, clara e transparente, em benefício não só do próprio
consta pessoas físicas ou jurídicas. setor, mas de todos os envolvidos nesse processo: os con-
sumidores e a sociedade, como um todo.
3. (CESGRANRIO – BANCO DO BRASIL – 2015) Sr. Q é
Todas as Instituições Financeiras associadas à FEBRA-
diretor executivo do Banco LX & T, tendo sido designado
BAN são Signatárias da Autorregulação de forma automá-
para ser responsável pela implementação das medidas pre-
tica no que se refere ao Código de Conduta Ética - que traz
vistas na Circular do Bacen nº 3.461/2009, bem como pelas
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

comunicações aos órgãos nela indicados para a prevenção disposições gerais sobre princípios éticos, relacionamento
da lavagem de dinheiro. Não sendo a instituição integrante com o consumidor, livre concorrência, responsabilidade
de um conglomerado financeiro, não poderá o diretor, nos socioambiental, prevenção à lavagem de dinheiro, dentre
termos da citada Circular, exercer função relativa à outros temas. São as chamadas Signatárias “nível I”.
São consideradas “nível II” as Instituições Financeiras
a) gerência de contas de pessoas jurídicas Signatárias que aderirem voluntariamente a pelo menos
b) comissão governamental um dos eixos normativos acima descritos e “nível III” aque-
c) avaliação de recursos humanos las que aderirem a todos os eixos.
d) administração de recursos de terceiros
e) participação em entes associativos

81
FIQUE ATENTO! EXERCÍCIO COMENTADO
Em 2018, o modelo original passou por um
diagnóstico que resultou na identificação de 1. (FCC – BANCO DO BRASIL – 2011) O Sistema de Au-
oportunidades de melhoria com vistas ao torregulação Bancária da Federação Brasileira de Bancos
seu fortalecimento. A partir de 1º de janeiro (FEBRABAN) dispõe que
de 2019, o texto original do Código de Autor-
regulação, dará lugar ao Código de Conduta a) as normas do seu código abrangem produtos destina-
Ética e Autorregulação, de observância obri- dos a pessoas jurídicas.
gatória por todas as Instituições Financeiras b) comunicação eficiente e respeito ao consumidor são
associadas à FEBRABAN. princípios a serem observados.
Com o novo modelo, qualquer associada à c) sua administração é feita em conjunto com representan-
FEBRABAN, além de observar as normas de tes dos clientes.
caráter principiológico do Código de Conduta d) suas regras são revisadas semestralmente pelo Banco do
Ética e Autorregulação, pode também aderir a Brasil.
um ou mais eixos Normativos da Autorregula- e) suas regras conflitam com os princípios do Código de
ção, de acordo com o seu interesse e área de Defesa do Consumidor.
atuação:
I – relacionamento com o consumidor; Resposta: Letra B.
II – combate ao financiamento ao terrorismo e Vamos aos aspetos a serem destacados:
prevenção à lavagem de dinheiro; e/ ou - as normas se aplicam a qualquer pessoa física, inde-
III – responsabilidade socioambiental. pendente desta ser cliente do banco ou não e, às pesso-
as jurídicas quando expressamente prevista.
- são 4 os princípios que orientam o sistema de autor-
Mais do que acrescentar um conjunto de normas à regulaçao.
extensa e rigorosa lista de regras aplicáveis ao sistema I - ética e legalidade;
bancário, o compromisso da Autorregulação FEBRABAN II - respeito ao consumidor;
é estabelecer padrões ainda mais elevados de conduta às III - comunicação eficiente;
Instituições Financeiras, reconhecendo que é possível e IV - melhoria contínua.
oportuno ir além do estritamente legal. - esse sistema é administrado pela FEBRABAN junto com
As normas da Autorregulação abrangem todos os pro- as Instituições Financeiras.
dutos e serviços ofertados ou disponibilizados pelas Sig- - é o Conselho de Autorregulação que faz a revisão (a
natárias a qualquer pessoa física, cliente ou não cliente e cada dois anos).
ainda, quando expressamente previstas, à pessoa jurídica - e por último, esse sistema surgiu a partir de um levan-
e não devem ser interpretadas em desacordo com as dis- tamento dos principais pontos objetos de demandas de
posições previstas nas normas e regulamentação vigentes, consumo em face dos bancos junto ao Sistema Nacional
inclusive aquelas expedidas pelos órgãos reguladores e en- de Defesa do Consumidor, portanto, não se sobrepõe, e
tidades de Autorregulação setorial.45 sim, atua de forma harmônica.
Para conhecer o Código e os normativos referente à au-
torregulação vide o link a seguir:

(<http://www.autorregulacaobancaria.com.br/pagi-
na/17/16/pt-br/normativos>)
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

45 Fonte: www.abecip.org.br/www.autorregulacaobancaria.com.br

82
Centrais de Crédito, Sociedades de Crédito, Financia-
mento e Investimento, Sociedades de Crédito Imobiliá-
HORA DE PRATICAR!
rio e Sociedades de Crédito ao Microempreendedor.
d) funcionam como entidades supervisoras: entidades ope-
1. (CS-UFG – CÂMARA DE GOIÂNIA-GO – 2018) Qual radoras auxiliares, administradores de mercados orga-
item financeiro pode ser considerado como renda variável? nizados de valores mobiliários, como os de Bolsa, de
Mercadorias e Futuros e de Balcão Organizado, as com-
a) Caderneta de poupança. panhias seguradoras, as sociedades de capitalização, as
b) Títulos públicos pré e pós-fixados. entidades abertas de previdência complementar e os
c) Certificado de depósito bancário (CDB). fundos de pensão.
d) Contratos futuros de opções. e) funcionam como entidades operacionais o Banco Cen-
tral do Brasil (BCB), a Comissão de Valores Mobiliários
2. (FADESP – BANPARÁ – 2018) O Sistema Financeiro (CVM), a Superintendência de Seguros Privados (SUSEP)
Nacional encontra-se estruturado pelo Conselho Monetá- e a Superintendência Nacional de Previdência Comple-
rio Nacional, pelo Banco Central do Brasil, pelo Banco do mentar – PREVIC.
Brasil, pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico
e pelas demais instituições financeiras públicas e privadas. 4. (CESPE – FUNPRESP-EXE – 2016) Julgue o item a se-
Nesse sentido, pode-se afirmar que guir, relativo ao Sistema Financeiro Nacional (SFN) e ao
mercado de valores mobiliários.
a) compete, privativamente ao Banco Central do Brasil e Bolsas de valores são instituições financeiras que represen-
ao Banco do Brasil, a emissão de papel-moeda e moeda tam o mercado secundário de ações, no qual corretoras de
metálica, nas condições e nos limites autorizados pelo valores criam a infraestrutura de negociação de ações.
Conselho Monetário Nacional.
b) o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico opera ( ) CERTO ( ) ERRADO
como agente financeiro do Governo Federal e é o prin-
cipal executor das políticas de crédito rural e industrial e 5. (CESGRANRIO – BANCO DA AMAZÔNIA – 2018)
de banco comercial do governo. Recentemente duas instituições se fundiram criando a B3.
c) as demais instituições financeiras públicas e privadas são As instituições que se fundiram foram
responsáveis pela política de investimentos a longo pra-
zo do Governo Federal, necessários ao fortalecimento a) Susep e Cetip 
da empresa privada nacional. b) Cetip e Bacen 
d) o Banco Central do Brasil opera exclusivamente com ins- c) Bacen e CVM
tituições financeiras públicas e privadas, vedadas opera- d) BM&FBovespa e Bacen
ções bancárias de qualquer natureza com outras pesso- e) BM&FBovespa e Cetip
as de direito público ou privado, salvo as expressamente
autorizadas por lei. 6. (FADESP – BANPARÁ – 2018) Em relação ao Recibo
e) o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico tem de Depósito Bancário (RDB) e ao Certificado de Depósito
a responsabilidade primordial de formular a política da Bancário (CDB), é correto afirmar que
moeda e do crédito, objetivando a estabilidade da mo-
eda e o desenvolvimento econômico e social do País. a) o RDB é considerado um depósito à vista enquanto o
CDB é considerado um depósito a prazo.
3. (FADESP – BANPARÁ – 2018) De acordo com a subdivisão b) o RDB é considerado um depósito a prazo enquanto o
do Sistema Financeiro Nacional (SFN) em entidades normati- CDB é considerado um depósito à vista.
vas, supervisoras e operacionais, pode-se afirmar que: c) o RDB e o CDB são considerados depósitos à vista.
d) o RDB e o CDB são considerados depósitos a prazo.
a) funcionam como entidades normativas: o Banco Cen- e) o RDB e o CDB podem ser tanto depósitos à vista quanto
tral do Brasil (BCB), a Comissão de Valores Mobiliários depósitos a prazo.
(CVM), a Superintendência de Seguros Privados (SUSEP)
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

e a Superintendência Nacional de Previdência Comple- 7. (CESPE – FUNPRESP-JUD – 2016) No que se refere aos
mentar (PREVIC). investidores qualificados e não residentes e aos títulos cor-
b) funcionam como entidades supervisoras: o Conselho porativos, julgue o item subsequente.
Monetário Nacional (CMN), o Conselho Nacional de Se- É permitido por lei que cédula de crédito bancário em fa-
guros Privados (CNSP) e o Conselho Nacional de Previ- vor de instituição domiciliada no exterior seja emitida em
dência Complementar (CNPC). moeda estrangeira.
c) funcionam como entidades operacionais: Agências de
Fomento, Associações de Poupança e Empréstimo, Ban- ( ) CERTO ( ) ERRADO
cos de Câmbio, Bancos de Desenvolvimento, Bancos de
Investimento, Companhias Hipotecárias, Cooperativas

83
8. (AOCP – CASAN – 2016) Assinale a alternativa que 12. (CESPE – CAMARA DOS DEPUTADOS – 2014) Com
apresenta ativos que se encontram expressamente exclu- relação ao mercado de capitais, julgue o item.
ídos do mercado de valores mobiliários. A Lei da Reforma Bancária, de 1964, reestruturou o sistema
financeiro nacional e, um ano depois, a Lei do Mercado de
a) Ações, debêntures e bônus de subscrição. Capitais disciplinou esse mercado e estabeleceu as medidas
b) Notas comerciais. necessárias para seu desenvolvimento.
c) Títulos da dívida pública federal, estadual ou municipal
e os títulos cambiais de responsabilidade de instituição ( ) CERTO ( ) ERRADO
financeira, exceto as debêntures.
d) Cédulas de debêntures. 13. (CESPE – CAMARA DOS DEPUTADOS – 2014) Com
e) Quando ofertados publicamente, quaisquer outros tí- relação ao mercado de capitais, julgue o item.
tulos ou contratos de investimento coletivo, que gerem As bolsas de valores são sociedades anônimas que mantêm
direito de participação, de parceria ou de remuneração, local e sistema adequados ao encontro de seus membros
inclusive resultante de prestação de serviços, cujos ren- para realização de transações de compra e venda de títulos
dimentos advêm do esforço do empreendedor ou de e valores mobiliários; tais sociedades não possuem, porém,
terceiros. autonomia financeira, patrimonial e administrativa.

9. (IADES – IGEPREV-PA – 2018) Entre os operadores do ( ) CERTO ( ) ERRADO


Sistema Financeiro Nacional (SFN), incluem-se as entidades
fechadas de previdência complementar. Acerca dessas en- 14. (CESPE – CAIXA – 2014) No que diz respeito às carac-
tidades, assinale a alternativa correta. terísticas das ações e das debêntures, bem como ao funcio-
namento do mercado de capitais, julgue o próximo item.
a) São supervisionadas pela Superintendência Nacional de Em caso de alienação do controle acionário de uma com-
Previdência Complementar (Previc). panhia, o acionista adquirente é obrigado a realizar oferta
b) Assemelham-se às sociedades seguradoras, portanto, pública de aquisição das demais ações ordinárias e pre-
subordinam-se às normas da Superintendência de Se- ferenciais, podendo, nesse caso, aplicar um desconto de,
guros Privados (Susep). no máximo, 10% em relação ao valor pago pelo bloco de
controle.
c) Classificam-se como órgãos normativos do SFN.
d) São responsáveis pela autorização de funcionamento e
( ) CERTO ( ) ERRADO
supervisão das empresas de previdência privada fecha-
da.
15. (CESPE – INSTITUTO RIO BRANCO – 2017)
e) Regem-se pelas normas expedidas pelo Conselho Mo-
Virtualmente, todos os grandes países estabeleceram um
netário Nacional (CMN).
banco central como “emprestador de última instância” para
reduzir a probabilidade de que uma falta de liquidez se tor-
10. (CESGRANRIO – BANCO DO BRASIL – 2014) Uma ne uma crise de solvência. A prática levou à questão do pa-
desvalorização cambial da moeda brasileira (real) frente à pel de um “emprestador internacional de última instância”
moeda norte-americana (dólar), implica a(o) que pudesse auxiliar os países a estabilizar o valor das suas
moedas e reduzir a probabilidade de sua forte desvaloriza-
a) diminuição do número de reais necessários para com- ção em consequência da falta de liquidez, que, por sua vez,
prar um dólar. poderia causar um grande número de falências.
b) diminuição do estoque de dólares do Banco Central do
Brasil. KINDLEBERGER, Charles. Manias, pânicos e crises. 6.ª ed.
c) diminuição do preço em reais de um produto importado São Paulo: Saraiva.
dos EUA.
d) estímulo às exportações brasileiras para os EUA. Tendo como referência inicial esse fragmento de texto, jul-
e) aumento das cotações das ações das empresas importa- gue (C ou E) o item a seguir, pertinentes às funções e com-
doras na bolsa de valores. petências de um banco central.
Dada a relação existente entre as políticas monetária e
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

11. (FADESP – BANPARÁ – 2014) As instituições finan- cambial, os efeitos da política monetária executada pelo
ceiras podem receber depósitos à vista e depósitos a banco central de um país dependem fundamentalmente
prazo. As instituições financeiras que não recebem de- do tipo de regime cambial adotado. Assim, em um sistema
pósitos à vista são de taxas de câmbio flexíveis com mobilidade internacional
de capital, a fixação da taxa de juros básica como instru-
a) bancos comerciais e bancos cooperativos. mento para o objetivo de estabilizar preços é inalcançável.
b) bancos comerciais e bancos de investimentos.
c) bancos de investimentos e bancos de desenvolvimento. ( ) CERTO ( ) ERRADO
d) bancos de desenvolvimento e bancos comerciais.
e) bancos cooperativos e cooperativas de crédito.

84
16. (CESPE – FUNPRESP-JUD – 2016) No que concerne (Disponível em: <http://www.bb.com.br/portalbb/page44,
às características formais dos derivativos, julgue o item se- 116,2117,1,0,1,1.bb?codigoMenu=172&codigoNoticia=
guinte. 9518&codigoRet=184&bread=5>.) Acesso em: 01 ago.
Os contratos a termo são comumente negociados no mer- 2015.(Adaptado.)
cado de balcão e geralmente são liquidados integralmente
apenas no vencimento, não havendo a possibilidade de o A garantia informada
vendedor sair da posição antes disso.
a) concede ao devedor a propriedade do imóvel, assegura-
( ) CERTO ( ) ERRADO da por registro em cartório logo depois do pagamento
da primeira prestação.
17. (FADESP – BANPARÁ – 2018) Refere-se a uma opera- b) é um tipo de garantia, tal como a fiança, baseada na
ção de crédito bancário com um valor limite. Normalmente confiança.
é movimentada pelo cliente através de seus cheques, des- c) possui o mesmo teor legal da hipoteca, já que propor-
de que não haja saldo disponível em sua conta corrente ciona ao credor o direito de reaver o imóvel em caso de
de movimentação. À medida que entram recursos na conta inadimplência do devedor, depois de finalizado o pro-
corrente do cliente, eles são usados para cobrir o saldo de- cesso judicial.
vedor. Essas características dizem respeito ao(às) d) possibilita ao credor, diferentemente da hipoteca, exe-
cutar o bem sob garantia sem que seja necessário recor-
a) Hot Money. rer ao poder judiciário, caso o devedor se torne irreme-
b) Crédito Rotativo.  diavelmente inadimplente.
c) Contas Garantidas. e) permite que o credor coloque o imóvel em leilão público
d) Banco Virtual. em caso de inadimplência do devedor, ficando aquele
e) transferências automáticas de fundos. obrigado a repassar à União eventuais diferenças, quan-
do houver, entre o valor arrecadado e o valor da dívida.
18. (FGV – BANESTES – 2018) Uma das garantias ao cum-
primento de um contrato celebrado no âmbito do Sistema 20. (CESPE – FUNPRESP-JUD – 2016) Acerca dos contro-
de Financiamento Imobiliário (SFI) é a alienação fiduciária. les internos aplicados à prevenção e ao combate à lava-
Sobre o instituto e suas disposições legais, analise as afir- gem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo, julgue
mativas a seguir. o item que se segue.
I. Por meio da alienação fiduciária o devedor, ou fiducian- Nos fundos de investimentos, dada a variedade de estru-
te, com a finalidade de garantia, contrata a transferência turas permitidas, existe o risco de uma operação envolver
ao credor, ou fiduciário, da propriedade resolúvel de bem lavagem de dinheiro ou financiamento do terrorismo, o
imóvel. que requer a adoção de procedimentos com vista ao aper-
II. A alienação fiduciária poderá ser contratada por pessoa feiçoamento do controle prévio. Assim, recomenda-se que
física ou jurídica, não sendo privativa das entidades que a realização de várias aplicações, com valores muito dife-
operam no SFI. rentes e em intervalos regulares de tempo, em contas de
III. Constitui-se a propriedade fiduciária de bem imóvel investimentos em fundos seja comunicada ao COAF.
através do registro do contrato que lhe serve de título no
competente Registro de Imóveis. ( ) CERTO ( ) ERRADO
Está correto o que se afirma em:

a) somente I;
b) somente II; 
c) somente I e III;
d) somente II e III;
e) I, II e III.

19. (CESGRANRIO – BANCO DO BRASIL – 2015) Um


CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

cliente interessado na compra de um imóvel próprio en-


contra, entre outras, as seguintes informações no website
do Banco do Brasil:
• Percentual máximo financiável: até 90% do valor do imó-
vel, baseado no menor dos seguintes valores: avaliação ou
compra e venda;
• Forma de pagamento: débito em conta-corrente;
• Prazo máximo: financiamento em até 420 meses (35 anos);
• Tipos de imóvel: novo ou usado; residencial ou comercial;
edificado em alvenaria; localizado em área urbana;
• Garantia: alienação fiduciária do imóvel.

85
ANOTAÇÕES
GABARITO

01 D ___________________________________________________
02 D ___________________________________________________
03 C
___________________________________________________
04 ERRADO
___________________________________________________
05 E
06 D ___________________________________________________
07 CERTO ___________________________________________________
08 C
___________________________________________________
09 A
10 D ___________________________________________________

11 C ___________________________________________________
12 ERRADO ___________________________________________________
13 ERRADO
___________________________________________________
14 ERRADO
15 ERRADO ___________________________________________________
16 CERTO ___________________________________________________
17 C
___________________________________________________
18 E
___________________________________________________
19 D
20 ERRADO ___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

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86
ÍNDICE

CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

Linguagens de programação: Java (SE 8 e EE 7), Phyton 3.6, JavaScript/EcmaScript 6, Scala 2.12 e Pig 0.16; ..................................01
Estruturas de dados e algoritmos: busca sequencial e busca binária sobre arrays, ordenação (métodos da bolha, ordenação por
seleção, ordenação por inserção, lista encadeada, pilha, fila, noções sobre árvore binária), noções de algoritmos de aprendiza-
do supervisionados e não supervisionados;.................................................................................................................................................................16
Banco de dados: conceitos de banco de dados e sistemas gerenciadores de bancos de dados (SGBD), modelagem conceitual
de dados (a abordagem entidaderelacionamento), modelo relacional de dados (conceitos básicos, normalização), banco de
dados SQL (linguagem SQL SQL2008), linguagem HiveQL (Hive 2.2.0)), banco de dados NoSQL (conceitos básicos, bancos
orientados a grafos, colunas, chave/valor e documentos), data Warehouse (modelagem conceitual para data warehouses, da-
dos multidimensionais);........................................................................................................................................................................................................18
Tecnologias web: HTML 5, CSS 3, XML 1.1, Json (ECMA-404), Angular.js 1.6.x, Node.js 6.11.3, REST; ..................................................24
Manipulação e visualização de dados: linguagem R 3.4.2 e R Studio 5.1, OLAP ..........................................................................................33
MS Excel 2013 ..........................................................................................................................................................................................................................36
Sistema de arquivos e ingestão de dados: conceitos de MapReduce, HDFS/Hadoop/YARN 2.7.4, Ferramentas de ingestão de
dados (Sqoop 1.4.6, Flume 1.7.0, NiFi 1.3.0 e Kafka 0.11.0)....................................................................................................................................54
LINGUAGENS DE PROGRAMAÇÃO: JAVA (SE 8 E EE 7), PHYTON 3.6, JAVASCRIPT/ECMASCRIPT 6,
SCALA 2.12 E PIG 0.16

Nós falamos por meio de um idioma, no caso, nós brasileiros, falamos o idioma Português, já o computador entende
binário. Então para que ambos consigam se comunicar, é necessário um interlocutor, e esse interlocutor é a linguagem de
programação. Com ela, é possível programar de uma forma que um compilador traduza as instruções para o computador.
Um compilador é o que transforma os códigos nas instruções, ou seja, é um interpretador.
As Linguagens de Programação são programas que fazem outros programas, são usadas por desenvolvedores para criar
softwares que sigam exatamente um determinado requisito.

#FicaDica
Tão importante quanto saber as linguagens de programações é saber a lógica de programação, pois com
uma boa lógica é possível programar em qualquer linguagem.

Java (SE 8 e EE 7)

O Java para muitos é uma linguagem de programação orientada a objetos, mas o termo também se refere às inúmeras
aplicações que podem ser utilizadas no cotidiano de uma navegação na internet, até mesmo o Sistema Operacional Android
por exemplo toda vários aplicativos desenvolvidos em Java.
Ele foi criado no início dos anos 90 por James Gosling, da Sun Microsystems, que hoje é a Oracle Corporation. Imporrtante
mencionar que o Java faz bastante sucesso tanto entre os programadores quanto usuários comuns por permitir um rápido
desenvolvimento e por ter a capacidade de rodar em qualquer sistema que possua suporte à Java Virtual Machine (JVM),
ou Máquina Virtual Java.

Figura 1: Logotipo Java

O Java 8 é a release mais recente do Java que contém novas funcionalidades, aprimoramentos e correções de bug para
aumentar a eficiência do desenvolvimento e execução de programas Java. A nova release do Java primeiro é disponibilizada
para desenvolvedores, a fim de permitir um tempo adequado de teste e certificação, e só então fica disponível no site java.
com para que usuários finais façam download.
 Essa atualização teve seu momento mais crítico em janeiro de 2015, os usuários com a funcionalidade de atualização
automática ativada estão sendo solicitados a atualizar do Java 7 para o Java 8. Além disso, a release para CPU de abril de
2015 será a última versão do Java 7 disponível publicamente.
As interfaces do Java 8 podem definir métodos static. Por exemplo, a classe java.util.Comparator agora possui o método
static naturalOrder:
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

public static <T extends Comparable<? super T>> Comparator<T> naturalOrder() {


return (Comparator<T>) Comparators.NaturalOrderComparator.INSTANCE;
}

Isso significa que é possível as interfaces fornecerem métodos padrões, permitindo que o desenvolvedor adicione novos
métodos sem quebrar os códigos existentes. Por exemplo, o padrão forEach foi incluído na interface java.lang.Iterable:

public default void forEach(Consumer<? super T> action) {


Objects.requireNonNull(action);
for (T t : this) {
action.accept(t);
}
}

1
FIQUE ATENTO!
Sempre que tivermos mais que uma instrução após um if, for, while, entre outros comandos, deve-se deixar
essas instruções entre chaves ({}), com esse conhecimento é possível eliminar algumas alternativas de ques-
tões.

Deixando claro que uma interface não pode fornecer uma implementação padrão para os métodos da classe Object.

Expressão Lambda
Além de ficar mais prático de escrever o código sem o uso direto da Collections, pode-se também criar o Comparator de
maneira bem mais leve sem a utlizaçãoda sintaxe de classe anônima:

Comparator<String> comparador = (s1, s2) -> {


return Integer.compare(s1.length(), s2.length());
};

=Essa é a sintaxe do Lambda no Java 8, podendo rodar em qualquer interface funcional. Uma interface funcional é
aquela que possui apenas um método abstrato (semanticamente falando pode haver diferenças).
Com isso o compilador consegue mensurar qual método está sendo implementado nessas linhas. Diferente da geração
de classes em tempo de compilação, como é feito para as classes anônimas, o lambda do Java 8 utiliza MethodHandles e
o invokedynamic.
 
Referências de métodos: São expressões lambdas compactas para métodos que já possuem um nome. Abaixo é possível
observar amostras de referências de métodos, com o seu equivalente em expressão lambda à direita:

String::valueOf x -> String.valueOf(x)


Object::toString x -> x.toString()
x::toString () -> x.toString()
ArrayList::new () -> new ArrayList<>()
 
java.util.function: Muitas novas interfaces funcionais foram adicionadas no pacote java.util.function. Abaixo alguns
exemplos:

• Function<T, R> − recebe T como entrada, retorna R como saída;


• Predicate<T> − recebe T como entrada, retorna um valor booleano como saída;
• Consumer<T> − recebe T como entrada, não retorna nada como saída;
• Supplier<T> − não recebe entrada, retorna T como saída;
• BinaryOperator<T> − recebe duas entradas T, retorna um T como saída.
 
java.util.stream: O novo pacote  java.util.stream  fornece classes para apoiar operações no estilo funcional sobre os
fluxos de dados. Uma maneira comum de obter um fluxo será por meio de uma coleção (collection):

Stream<T> stream = collection.stream();


 
 Java.time: A nova API de data e hora está dentro do pacote java.time. Todas as classes são imutáveis e thread-safe. Os
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

tipos de data e hora inclusos são: Instant, LocalDate, LocalTime, LocalDateTime e ZonedDateTime. Além das datas e horas,
também existem os tipos Duration e Period. Para completar também foram incluídos os tipos Month, DayOfWeek, Year,
Month, YearMonth, MonthDay, OffsetTime e OffsetDateTime. A maioria das novas classes de data e hora são suportadas
pelo JDBC.
 
Houve também uma melhora a habilidade do compilador Java para inferir tipos genéricos e reduzir os argumentos
de tipos informados nas chamadas dos métodos genéricos, ou seja, foi melhorada a inferência de argumentos e o
encadeamento de chamadas permite escrever um código como o visto abaixo:

foo(Utility.bar());
Utility.foo().bar();

2
Já para filtrar as Strings com menos de 8 caracteres em Vamos ver agora uma exemplo usando while para
nossa lista pode-se fazer assim: repetir um determinado código 30 vezes:

palavras.stream() public class ExemploWhile {


.filter(s -> s.length() < 8)     public static void main(String args[]) {
.forEach(System.out::println);         int i = 0;
        while (i < 30) {
            System.out.println(“Repetição nr: “ + i);
O método  filterrecebe a interface             i++;
funcional Predicate como parâmetro. Essa interface possui         }
apenas o método test que recebe T e retorna um boolean.     }
}
No caso das anotações de tipos que poderão ser escritas
em mais locais, como um argumento de tipos genéricos O mesmo exemplo usando for ficaria assim:
como List<@Nullable String>. Aprimorando assim a
detecção de erros pelas ferramentas de análise estáticas o public class ExemploFor {
que fortalecerá e refinará o sistema de tipos embarcados     public static void main(String args[]) {
no Java.         int i = 0;
O Nashorn é a implementação mais nova, leve e de alto         for (i=0;i<30;i++) {
desempenho de JavaScript integrado no JDK. O Nashorn             System.out.println(«Repetição nr: « + i);
é o sucessor do Rhino com desempenho aprimorado e         }
melhor uso de memória. Ele contará com a API javax.script,     }
mas não incluirá o suporte a DOM/CSS e também não }
incluirá API de plugins para navegadores.
 
Outro método que será muito utilizado no cotidiano do Java EE é um conjunto de especificações destinadas
programador Java 8 é o map, que é utilizado quando preci- para facilitar a criação de aplicações “Enterprise” em Java.
sa-se aplicar transformações na lista sem a necessidade de Com isso, o Java EE define um modelo de programação
variáveis intermediárias. para criar aplicações para empresas, onde diversas tarefas
Para se usar o IF no java, a sintaxe é: comuns(persistência de dados, validações, transações,
tratamento de requisições HTTP, entre outras) são
if ( condição ){ especificadas e “colocadas no papel” para todos lerem,
caso a condição seja verdadeira implementarem e usarem.
esse bloco de código será executado As aplicações podem ser desenvolvidas em
} qualquer  IDE(ambiente integrado de desenvolvimento)
Por exemplo, para mandar uma mensagem quando o recente que tenha suporte ao Java EE, as mais utilizadas
Canal do Ovidio tiver mais de 5 mil inscritos no Youtube. são, o Eclipe e o Netbeans.
O código pode ser executado após a criação e teste
if (inscritos > 5000) { de seu sistema, no momento de colocar em produção,
System.out.println(“Meta atingida”);} é necessário utilizar um servidor de aplicação que
else{ comprovadamente suporta todas as especificações JavaEE.
System.out.println(“Meta não atingida”);} Ao seguir todas as especificações, é possível utilizar qualquer
um dos servidores aprovados, entre os quais destaca-se
o  JBoss Application Server que passou a chamar  Wildfly,
o  Glassfish  e o  TomEE, todos eles trabalham com código
FIQUE ATENTO! aberto e são gratuitos.
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

Tanto FOR como WHILE trabalham estruturas Servidores de aplicação representam a divisão entre
de repetição, fique atento que ao usar for, o a programação e a infraestrutura, por esse motivo os
valor inicial, o valor final e o incremento sem- mesmos levam a um assunto complexo cujo estudo pode
pre ficam na mesma linha. levar a certificações exclusivas, independente dos conceitos
por trás do JavaEE.

3
Para a instalação é necessário acessar o https://www.
python.org/. Uma vez o programa baixadoé possível
EXERCÍCIO COMENTADO acessá-lo pelo ícone executável, ou até mesmo construir
1. (LIQUIGÁS 2012 - CESGRANRIO - PROFISSIONAL JÚ- os códigos em Notepad++ e executar pelo Prompt de
NIOR - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO - ANÁLISE DE Comando.
SISTEMAS) Uma certa tecnologia Java foi projetada para
permitir que desenvolvedores criem facilmente aplicações
#FicaDica
Web com interfaces ricas (RIAs) que se comportem de for-
ma consistente em múltiplas plataformas. Essa tecnologia A ferramenta certa para a tarefa certa é fun-
é a: damental para se aventurar em uma nova lin-
guagem de programação. Felizmente, já existe
a) JavaServer Faces. todo um ecossistema de programas focados
b) JavaFX. para desenvolvedores de Python
c) JSP.
d) EJB.
e) JRE. • Idle  :   Esse é o editor básico que vem com a
instalação do próprio Python. Gratuito.
Resposta: Alternativa B • Komodo-Edit : Um dos mais populares editores
JavaFX é uma plataforma de software multimídia desen- para a linguagem, rico em recursos para desenvolvedores.
volvida pela Sun Microsystems baseada em java para a Pago, com versão de testes.
criação e disponibilização de Aplicação Rica para Inter- • Wing : Um dos mais poderosos e elogiados IDEs
net que pode ser executada em vários dispositivos dife- do mercado. Com versões gratuita e profissional.
rentes. A versão atual (JavaFX 2.1.0) permite a criação • NINJA-IDE  : IDE multiplataforma com suporte a
para desktop, browser e dispositivos móveis Python. Gratuito.
• PyCharm : IDE profissional dotada de um conjunto
2. (TCE/SP 2012 - FCC - AUXILIAR DE FISCALIZAÇÃO FI- de ferramentas úteis para agilizar o desenvolvimento. Pago.
NANCEIRA II) Em um programa Java, considere a exis- • SPE  : IDE desenvolvido com wxPython, com
tência de uma variável do tipo long chamada cod conten- funcionalidades poderosas. Gratuito.
do o valor 1234. Para passar o valor contido nessa variável • Spyder 2 : Ambiente de desenvolvimento criado
para uma variável do tipo byte chamada codNovo, deve-se especificamente para programadores Python. Gratuito.
fazer casting. Para isso, utiliza-se a instrução: byte codNovo • Eric4 : Um dos mais completos IDEs não-comerciais
= disponíveis no mercado. Gratuito.
• DrPython : Editor de texto criado com wxPython
a) Byte.valueOf(cod);. para ser utilizado em escolas. Gratuito.
b) (long) cod;. • IPython  :  Shell em modo texto com recursos
c) Byte.pasreByte(cod);. poderosos, que pode ser incorporada em projetos. Gratuito.
d) (byte) cod;. • KDevelop  :  IDE para GNU/Linux e outros, com
e) (cast) cod;. suporte a Python. Gratuito.
• PythonCard :  Kit de desenvolvimento de GUI para
Resposta: Alternativa D aplicações multiplataforma em Windows, Mac OS X e Linux,
Java você possui os tipos primitivos byte, char, short, usando a linguagem de programação Python. Gratuito.
int, long, float, double e boolean e para cada tipo existe • PyPE : Editor Python, leve, prático e rico em
uma classe empacotadora Byte, Character, Short, Inte- recursos e multiplataforma. Gratuito.
ger, Long, Float, Double e Boolean. Para atender o pro- • Rodeo : IDE focada na análise de dados. Gratuito.
cedimento acima o correto é (byte) cod;. • Iron Python  : Implementação da linguagem
Python para o framework .NET que permite integração com
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

o Visual Studio, da Microsoft, e outros IDEs. Gratuito.


Phyton 3.6 • Pillow : Biblioteca de manipulação de imagens
Python é uma linguagem de alto nível com uma proposta para Python. Gratuito.
geral por ser multi paradigma, indo desde o procedural • Refactoring Bycicle Repair Man : Ferramenta de
até a orientação a objetos, sua tipagem dinâmica permite automação de refactoring para Python. Gratuito.
uma fácil leitura do código e o melhor com poucas linhas, • Rope : Biblioteca de refactoring para Python.
quando comparado com outras linguagens. Gratuito.
É muito utilizado para páginas dinâmicas para a web, • PyInstaller  : Instalador de aplicações criadas em
criação de CGIs e até mesmo para dados científicos, Python. Gratuito.
lembrando que é gratuita, possui uma comunidade online • Gooey: Converte aplicações em texto para
gigante, constante aumento das bibliotecas, além de uma interface gráfica. Gratuito.
linguagem funcional, fácil de ler, aprender e focada em • Pyrasite : Ferramenta que permite injeção de
produtividade. código em processos Python. Gratuito.

4
• Pandas : Biblioteca de análise de dados para Python. Gratuito.
• Arrow : Biblioteca de conversão, criação e manipulação de datas. Gratuito.
• Beautiful Soup : Biblioteca de produtividade para extração de dados. Gratuito.
• Apache Libcloud : Biblioteca que permite conexão com a API de diversos serviços de nuvem. Gratuito.

Abaixo é possível ver alguns exemplos de operações simples feitas no Python. O primeiro código abaixo não é
exatamente a saída do Terminal, afinal ao executar linha a linha, os comentários não aparecerão. Além disso, não será
utilizado o símbolo ‘>>>’ que aparece no terminal. Entenda que a ordem de cada conjunto de três linhas é: comentário,
comando do usuário e saída do Python.
Começando pelo básico, o Python serve como uma calculadora. Veja alguns cálculos que podem ser feitos com a
ferramenta:

CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

5
Se quiser fazer algo mais amigável, insira um texto:

Alguns operadores que pensamos ser triviais, não funcionam no Python, a não ser que seja utilizada alguma biblioteca
ou módulo. É o caso do logaritmo, valor absoluto, raiz quadrada e somatório que fazem parte do módulo math. Para utili-
zá-la, primeiro importamos e atribuímos um nome, para em seguida fazer uso da função com nomeatribuido.nomedafun-
cao. Veja o exemplo abaixo:

1 # modulo math
2 import math as math
3  
4 # calcula log de 10
5 math.log(10)
6  
7 # calcula modulo de -10
8 math.fabs(-10)
9  
10 # calcula raiz quadrada de 4
11 math.sqrt(4)
12  
13 # calcula somatorio de 1,1,1,1,1
14 math.fsum([1,1,1,1,1])

Antes da criação dos gráficos, é bom importar o arquivo com os dados que serão utilizados. Primeiro é preciso importar
a biblioteca Pandas utilizar a função read_csv():

1 # carrega biblioteca
2 import pandas as pd
3  
4 # carrega arquivo
5 iris = pd.read_csv(“../Iris.csv”)

Pandas também possui outras funções comuns para manipulação de dados, como drop(), groupby() e rename().
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

Para leitura das primeiras linhas da tabela importada, a função será parecida com a utilizada no R. Deve ser utilizado o
comando head(), mas este deve ser antecedido pelo nome da tabela em questão:

1 iris.head()

6
HISTOGRAMA E GRÁFICO DE DISPERSÃO
Pode-se fazer também histograma e gráfico de dispersão X Y, vejamos abaixo:

1 ## histograma
2 iris.plot(kind=”hist”, x=”SepalLengthCm”, y=”SepalWidthCm”)

Também é possível fazer um gráfico de dispersão:

1 ## grafico de dispersao
2 iris.plot(kind=”scatter”, x=”SepalLengthCm”, y=”SepalWidthCm”)

CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

7
Algumas pequenas mudanças podem ser feitas sem grandes dificuldades no gráfico acima, como por exemplo alterar
seu título e sua cor:
## grafico de dispersao
1
iris.plot(kind=”scatter”, x=”SepalLengthCm”, y=”SepalWidthCm”, color=’Green’, title=’Grafico de
2 Dispersao’)

Note que o Python é bem coerente. Uma vez que se entende que o nome da tabela sendo utilizada deve anteceder as
funções, a sintaxe começa a fazer sentido e até se assemelha ao R.
Outras bibliotecas capazes de fazer gráficos mais elegantes são a Seaborn e Bokeh.
Em relação aos módulos e bibliotecas, dentro de cada uma é disponibilizado um conjunto de funções já construídas
para facilitar as tarefas dos usuários. Algo que pode causar estranheza é que às vezes aparecerá a palavra biblioteca (library)
e outras vezes a palavra módulo (module). Porém, não há muito o que se preocupar, a ideia é a mesma, uma biblioteca é
apenas uma forma de fazer referência ao módulo

Estrutura Condicional Simples: Vamos ver como fazer uma estrutura condicional em Python. Iremos verificar se a soma
dos valores que o usuário informou é maior que zero e exibir o resultado na tela.
Abaixo podemos perceber a estrutura do condicional IF:
if soma > 0:
print “Maior que Zero.”

Estrutura Condicional Composta: A Estrutura Condicional Composta executa um comando quando a condição for
verdadeira e outra condição quando for falsa. Vamos melhorar o nosso exemplo anterior, agora teremos que mostrar a
mensagem “Menor que Zero” caso o resultado da soma seja menor que zero, como podemos ver abaixo:
if soma > 0:
print “Maior que Zero.”
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

else:
print “Menor que Zero.”

Loops com FOR e WHILE: Em algumas situações, é comum que uma mesma instrução (ou conjunto delas) precise ser
executada várias vezes seguidas. Nesses casos, normalmente utilizamos um loop (ou laço de repetição), que permite exe-
cutar um bloco de código repetidas vezes, enquanto uma dada condição é atendida.
Em Python, os loops são codificados por meio dos comandos for e while. O primeiro nos permite percorrer os itens de
uma coleção e, para cada um deles, executar um bloco de código. Já o while, executa um conjunto de instruções várias
vezes enquanto uma condição é atendida.

8
Na Listagem 2 temos um exemplo de uso do comando for.
1 nomes = [‘Pedro’, ‘João’, ‘Leticia’]
2 for n in nomes:
3    print(n)
4 >>>
5 Pedro
6 João
7 Leticia
Listagem 2.Comando for
A variável definida na linha 1 é uma lista inicializada com uma sequência de valores do tipo string. A instrução for per-
corre todos esses elementos, um por vez e, em cada caso, atribui o valor do item à variável n, que é impressa em seguida.
O resultado, então, é a impressão de todos os nomes contidos na lista, como vemos nas linhas 5 a 7.
O comando while, por sua vez, faz com que um conjunto de instruções seja executado enquanto uma condição for
atendida. Quando o resultado passa a ser falso, a execução é interrompida, saindo do loop, e passa para o próximo bloco.
No código a seguir, vemos um exemplo de uso do laço while, onde definimos a variável contador, iniciando com 0, e
enquanto seu valor for menor que 5, executamos as instruções das linhas 3 e 4.

01 contador = 0
02 while contador < 5:
03     print(contador)
04     contador = contador + 1
Observe que na linha 4 incrementamos a variável contador, de forma que em algum momento seu valor ultrapasse 5.
Quando isso for verificado na linha 2, o laço será interrompido. Caso a condição de parada nunca seja atingida, o loop será
executado infinitamente, gerando problemas no programa.
Estruturas de controle, condicionais e de repetição, estão presentes na maioria das linguagens de programação e repre-
sentam uma parte fundamental de cada uma delas. Sendo assim, é muito importante conhecer a sintaxe e o funcionamento
dessas estruturas.
Nota: Em Python, para indicar o bloco de código pertencente ao while, devemos apenas indentar o código, conforme
demonstrado no exemplo.

EXERCÍCIO COMENTADO
1. (MPE/PE 2012 - FCC - ANALISTA MINISTERIAL – INFORMÁTICA) Em Python, os métodos de lista permitem utilizar
listas como pilhas, onde o item adicionado por último é o primeiro a ser recuperado. Para adicionar um item ao topo da
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

pilha, e para recuperar um item do topo da pilha utilizam-se, respectivamente os métodos:

a) append() e pop().
b) insert() e top().
c) addTop() e pop().
d) add() e get().
e) addItem() e top().

Alternativa correta: A
A função append(), do inglês, significa “anexar”, logo, aqui no Python, essa função irá adicionar o elemento passado
como argumento ao final da lista. Existem duas maneiras de usar o método pop . A primeira, sem parâmetros, remove
e retorna o último item da lista. Se for dado um argumento para a posição, pop remove e retorna o item da posição. De
qualquer maneira a lista é alterada.

9
JavaScript/EcmaScript 6 Podemos utilizar também para desabilitar a execução
de uma declaração, isso pode ser útil ao procurarmos re-
solver erros em nosso código:
#FicaDica var a = 3 + 2;
ECMAScript x JavaScript x ES: Uma dúvida bem //a = a * 5;
comum é o porquê dessa mudança do nome.  console.log(a);
Na verdade não houve nenhuma mudança: Ja-
vaScript é como nós chamamos a linguagem, Agora, se um trecho de código precisar de uma explica-
só que esse nome é um  trademark  da Oracle ção mais detalhada, podemos usar o bloco de comentário.
(que veio após a compra da Sun). O nome ofi- Iniciamos ele com  /*, e podemos então nas próximas
cial da linguagem é ECMAScript. E ES é sim- linhas escrever nosso comentário e ao final usar */ para in-
plesmente uma abreviação do mesmo. dicarmos o final do bloco de comentário.
É comum usar este tipo de comentário para separar os
principais blocos de nosso código, por exemplo as funções.
Ao rolarmos pelo arquivo conseguimos ver mais claramen-
A sintaxe da ECMAScript é bem similar a algumas lin-
guagens como C e Java. Identificadores: É o nome de te a separação de cada parte.
uma variável, função, propriedade ou argumento de uma /**
função. * Isso é um bloco
Regras Básicas: O primeiro caractere deve ser uma le- * de comentário
tra, underscore _, ou o símbolo de dólar $. Os outros carac- */
teres podem ser letras, underscores, símbolo de dólar ou
números. Não é recomendado o uso de acentuação, em-
bora seja permitido. FIQUE ATENTO!
Algumas bancas coloca algo errado entre co-
Abaixo alguns exemplos de identificadores válidos: mentários, isso não desqualifica a questão,
var myVar; uma vez que o que é colocado no comentário
var _Ovidio; não é compilado.
var $Netto;

Importante mencionar que todos os identificadores Nas linguagens de programação um grupo de instru-
são case-sensitive, ou seja, diferenciam as letras maiúsculas ções que executam uma determinada tarefa é chamado de
e minúsculas. declaração.
Uso de camel case (modo camelo): Por convenção os A maioria dos programas em JavaScript são compostos
identificadores da ECMAScript usam camel case, ou seja, a de várias declarações. Vejamos um exemplo:
primeira letra é minúscula e cada nova palavra começa com var x = 35;
uma letra maiúscula. Isso melhora a leitura dos identifica- var y = 22;
dores. Seguem alguns exemplos: var z = x + y;
var myVar; console.log(z);
var firstOvidio;
var lastNetto;
No código acima, em cada linha temos uma declaração
que será executada na ordem em que aparece.
function minhaFuncaoIncrivel() {
Para separarmos as declarações, usamos em JavaS-
console.log(“Se inscreva no Canal do Ovidio no
Youtube”); cript, o ponto e vírgula ; no final delas. Conforme vemos no
} exemplo anterior.
É possível escrevermos várias declarações em uma mes-
Não é obrigatório seguir essa recomendação, mas é ma linha e separarmos elas com ; conforme segue:
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

bom que em seu projeto tenha um padrão de como dar var x = 35; var y = 22; var z = x + y;
nome aos identificadores e que você siga ele durante todo console.log(z);
o desenvolvimento.
A ECMAScript utiliza o mesmo padrão para comentários O uso de ; não é obrigatório em JavaScript, a linguagem
da linguagem C e similares, tanto para comentários de uma vai procurar descobrir onde começam e terminam as decla-
única linha como blocos de comentários. rações. Alguns desenvolvedores apoiam a ideia de usarmos
Os comentários em uma única linha começam com //. ela apenas onde estritamente necessário.
Tudo que estiver após //, até o final da linha, será ignorado Provavelmente o local onde você trabalha deve ter já
pelo motor JavaScript, não vai ser executado. uma forma de trabalhar. Você vai ter que se adaptar ao
Também é possível adicionarmos um comentário no fi- que é usado pela empresa para manter a consistência do
nal da mesma linha que ocorre a declaração: código.
var a = 3 + 2; Se você, além de JavaScript, programa em outras lin-
console.log(a); // Imprime no console o valor de ‘a’ guagens que usam ; talvez opte por usar também em JS.

10
O contrário também é verdade, se programa em Python Normalmente JavaScript é associado como sendo uma
talvez prefira não usar ;. linguagem interpretada, já que nosso código é interpreta-
No final das contas, o importante é você escolher um do toda vez que executamos ele, mas isso não é totalmente
padrão e se manter nele durante todo seu projeto. verdade. Os motores JavaScript toda vez que executamos
Espaços em branco nosso programa, compilam nosso código e imediatamente
Vários espaços em branco seguidos são ignorados pelo executam ele.
motor JavaScript. É recomendável adicionar espaços para Toda linguagem reserva algumas palavras chave e ou-
tornar o código mais legível. Também é uma boa prática tras reservadas para seu uso interno, não é diferente com
colocar espaços em branco em volta dos operadores = + JavaScript.
- * /. Um exemplo disso é var, não podemos usar ela para o
var firstName=”Ovidio”; nome de um a variável pois é reservada para uso da lingua-
var job = “Professor na Nova Concursos”; gem, ou seja, não podemos ter a seguinte declaração var
var age = 35; var = “Minha variável”;.

var x=y+z;
var x = y + z;
EXERCÍCIO COMENTADO
Para uma melhor leitura do código, programadores 1 .(CNJ 2013 - CESPE - TÉCNICO JUDICIÁRIO - PROGRA-
muitas vezes evitam que as linhas de código ultrapassem MAÇÃO DE SISTEMAS) Acerca do conceito de interface
80 caracteres. Se uma declaração não couber em uma li- de interação com usuário, interface gráfica, ergonomia e
nha, o melhor é quebrar ela em uma nova linha. O melhor usabilidade, julgue os próximos itens.
ponto para fazermos isso é após algum operador, confor- Uma página desenvolvida em conformidade com as nor-
me vemos nas linhas 6 e 7 abaixo: mas sintáticas de Javascript, Java ou PHP terá necessaria-
var firstName = “Ovidio”; mente usabilidade de boa qualidade, bem como de boa
var lastName = “Netto”; acessibilidade.
var job = “Professor na Nova Concursos “;
var age = 35;
( ) CERTO ( ) ERRADO
console.log(“Meu nome é “ + firstName + “ “ + last- Resposta: Errado
Name + quem determina a usabilidade é o front-end, mesmo
“. Tenho “ + age + “ anos e trabalho como “ + tudo bem programado, pode possuir erros.
job + “.”);

As declarações são compostas de uma ou mais expres-


sões. Uma expressão é composta de valores, ou um grupo Scala 2.12
de variáveis e valores combinados com operadores.
a = 1 + b; A Linguagem Scala (Scalabel Language) é uma lingua-
No exemplo acima temos várias expressões: gem de programação de propósito geral baseado em dois
1 é uma expressão literal paradigmas: o orientado a objetos e funcional. Ela é forte-
b é uma expressão de uma variável, nela o valor de b é mente baseada no Java, mas inclui uma série de requisitos,
adquirido principalmente retirados de linguagens funcionais, para
1 + b é uma expressão aritmética, onde 1 é somado ao deixar o desenvolvimento de aplicações mais simples do
valor adquirido de b que em Java. Scala roda na máquina virtual Java, e isso traz
a = 1 + b é uma expressão de atribuição, onde estamos a vantagem de permitir o uso de classes e métodos Java
atribuindo o resultado da expressão aritmética a variável a em um programa Scala, e vice e versa.
Para fazermos uso das declarações precisamos execu- Outras características da linguagem Scala são:
tar nosso programa JavaScript. Para isso as linguagens de
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

computação costumam usar um interpretador ou compila- • Inferência de Tipos: Em Scala não precisamos de-
dor para traduzir nosso código em um que o computador clarar explicitamente o tipo das variáveis, pois o próprio
possa executar. compilador infere os tipos no momento do uso delas, o
Em algumas linguagens isso ocorre por cada linha ir que traz grande flexibilidade na programação;
sendo interpretada de cima para baixo, conforme foram • Pattern Matching: Funciona mais ou menos como
escritas no código. Isso ocorre toda vez que executamos um Switch/Case, mas é muito mais poderoso, permitindo a
nosso programa. comparação utilizando expressões regulares;
Em outras linguagens, como C e Java, a tradução de • Traits: É um conceito de várias linguagens de pro-
nosso código para um que o computador possa rodar gramação OO, que foi adicionado em Scala também, e é
ocorre previamente a execução, chamamos isso de com- mais ou menos como uma interface Java, mas que permite
pilar o código. Mais tarde sempre que executarmos nosso que os métodos sejam implementados, e não apenas de-
programa estamos na verdade executando as instruções clarados;
que foram compiladas já na linguagem do computador.

11
• Funções de Alta Ordem: Em Scala funções são objetos, por isso podemos utilizá-las de muitas formas, como por
exemplo, passá-las como parâmetros para outras funções.
• Objetos: Em Scala tudo é um objeto, inclusive os tipos básicos, como Integers e Floats, e até funções.
A linguagem Scala está sendo usada em diversas empresas, como por exemplo, o Twitter, o GitHub e o FourSquare, e
em diversos projetos OpenSource famosos, como por exemplo, o Apache Spark.
Para instalar o Scala basta acessar a página oficial e baixar a versão de acordo com sua plataforma. Feito isso, descom-
pacte o conteúdo em alguma pasta na sua máquina e adicione a pasta ‘bin‘ ao path do seu sistema operacional. Para se
certificar que foi tudo instalado corretamente, abra um console e digite ‘scala‘, o terminal do scala deve abrir e aparecer
uma tela como essa:

Agora que o terminal está sendo executado, digite ‘2 + 1‘ e repare na saída:


1 res0: Int = 3
É uma saída um tanto quanto confusa, mas que faz sentido no contexto do Scala. O que está acontecendo é que a
unidade básica em Scala é uma função, portanto a operação + também é uma função, que foi executada no objeto ‘1‘,
passando o parâmetro ‘1‘. Para se ter uma ideia melhor desse funcionamento, digite o seguinte no terminal:

1 scala> 1.+(1)
e aperte Enter. Repare na saída:
1 res1: Double = 2.0
Com exceção do tipo que era int e agora é Double, o funcionamento é exatamente o mesmo. Tal sintaxe já deve estar
bem claro na cabeça da maioria dos programadores, mas a primeira sintaxe é só uma maneira difetente de se fazer a mes-
ma chamada.
Vamos definir uma função para entender um pouco mais da sintaxe. Digite o seguinte:

1 scala> def a = 2 + 2
2 a: Int

Aqui define-se uma função com o nome ‘a‘ que não recebe parâmetros, e devolve o resultado da soma ‘2 + 2‘. A pa-
lavra restrita return não é necessária, o compilador consegue inferir que a última expressão da função será o valor
devolvido. Repare também que não precisamos definir o tipo que a função devolve, o qual também foi inferido pelo
compilador. Scala é uma linguagem tipada em tempo de compilação, portanto o seguinte trecho não compila:
1 scala> var b = “abc”
2 b: java.lang.String = abc
3
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

4 scala> b = a
5 <console>:7: error: type mismatch;
6  found   : Int
7  required: java.lang.String
8        b = a
9            ^
Observe que o compilador inferiu que o tipo da variável ‘b‘ é String (note que é o String do java), e que o tipo devolvido
por ‘a‘ é Int, logo o código não compila. De certa forma esse comportamento é bom, pois garante uma maior integridade
do código, sem que você tenha que programar para “deixar o compilador feliz“, ou seja, não existem tantas regras na escrita
do código, porque muitas podem ser deduzidas a partir do contexto.

12
Um outro conceito de Scala é a diferença entre chamada por valor, e chamada por nome. Na chamada por valor é feita
a evaluação da expressão assim que o código é executado, mesmo que não seja necessário usar o resultado da chama-
da. A vantagem é que evitamos executar outras vezes a expressão para obter o resultado, pois este já foi determinado.
Na chamada por nome a evaluação da expressão ocorre apenas quando o resultado da chamada será usado, tendo um
comportamento mais lazy. A desvantagem é a execução da expressão várias vezes para se obter o mesmo resultado, mas
a vantagem é não fazer a execução quando não for necessário. Vamos ver um exemplo da diferença entre a chamada por
valor e por nome. Volte no terminal e defina a seguinte função:

1 scala> def loop: Int = loop
2 loop: Int
Agora defina uma função que recebe dois inteiros e devolve o primeiro:
1 scala> def primeiro(x: Int, y: Int) = x
2 primeiro: (x: Int,y: Int)Int

Agora execute a chamada passando ‘loop‘ como segundo parâmetro e se prepare porque seu console irá travar na
execução =):

1 scala> primeiro(0, loop)
2 _

Vamos fazer uma pequena modificação na definição de ‘primeiro‘ para tornar possível a execução de tal código:
1 scala> def primeiro (x: Int, y: => Int) = x
2 primeiro: (x: Int,y: => Int)Int

O que definimos agora foi que o segundo parâmetro de ‘primeiro‘ será uma função que devolve um Int. Assim seu
resultado só será obtido quando for feita a chamada direta na expressão. Agora conseguimos fazer a chamada em nossa
função:
1 scala> primeiro(0, loop)
2 res0: int = 0

Nossa função executou e finalizou sem problemas dessa vez, isso porque não foi necessário utilizar o segundo valor
para obter o resultado. Essa é chamada por nome, e o primeiro exemplo é a chamada por valor.
Até agora vimos como invocar funções, como definir funções (def) e como definir variáveis (var). Vimos também o bá-
sico de inferência de tipo pelo compilador do scala e os primeiros conceitos da linguagem. Mas como eu havia dito, Scala
também tem conceitos de orientação a objetos, portanto vamos definir nossa primeira classe em Scala:
scala> class AcumSoma {
1
var acum = 0; def acum(i: Int) = { acum = acum + i; acum } }
2
defined class AcumSoma

Lembre-se que não somos obrigados a definir o tipo devolvido pela função caso esteja explícito e também não precisa-
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

mos da palavra reservada ‘return‘. O que fizemos foi definir uma classe que se chama ‘AcumSoma‘ que tem um atributo,
que por padrão do Scala é de acesso privado, que se chama acumulado e que o compilador inferiu o tipo inteiro baseado
no valor atribuído. Também definimos para a classe a função ‘acum‘ que recebe um inteiro, guarda o valor acumulado até
então da soma com o parâmetro passado e devolve tal valor. Vamos instanciar um objeto da nossa classe e fazer a chamada
ao método:

1 scala> val ac = new AcumSoma
2 ac: AcumSoma = AcumSoma@cbbe37

13
Existem os tipos primitivos básicos em Scala como Int,
#FicaDica Long, Boolean, Float, Double, Short, Byte, Char e String,
sendo que String é a String do ‘java.lang‘. Um fato interes-
Algumas diferenças com o Java (supondo que sante sobre Scala é que como a linguagem roda em cima
estamos mais acostumados com a sintaxe do da JVM, todas as bibliotecas disponíveis para Java também
Java) já podem ser notadas. Além da inferência estão disponíveis para Scala.
do tipo de ‘ac‘ para ‘AcumSoma‘, criamos ‘ac‘ O tipo que não vimos ainda é o ‘void‘. Em Scala não
com a a palavra reservada ‘val‘, ou seja, esta- existe o conceito de void, toda função devolve um valor e
mos dizendo que diferente de ‘var‘ onde cria- quando não há um valor explícito a ser devolvido o com-
mos uma variável, estamos criando um valor e pilador se encarrega de devolver um valor do tipo ‘Unit‘.
estamos garantindo em tempo de compilação Exemplo:
que este valor não pode ser alterado no código.
1 scala> def imprime = print(“Hello!”)
2 imprime: Unit
No Java teríamos que usar a palavra ‘final‘ para obter ‘print’ é uma função que imprime um valor no terminal
o mesmo comportamento, em Scala temos que “satisfazer e não devolve valor, logo nossa função ‘imprime‘ também
menos o compilador“. Também não foi necessário usar ‘()‘ não devolve valor, portanto o tipo devolvido é ‘Unit‘, que
para invocar o construtor de AcumulaSoma, e assim como também pode ser expressado/escrito como ‘()‘. A diferença
no Java toda classe em Scala tem por padrão o construtor básica entre void e Unit, é que Scala permite criar valores
que não recebe parâmetros com acesso público. Conti- e variáveis do tipo Unit, e em Java por exemplo não é pos-
nuando o exemplo: sível criar uma variável do tipo void. Também é possível
1 scala> ac.acum(2) analisar o valor devolvido por qualquer função mesmo que
a função não devolva um valor definido e neste caso será
2 res0: Int = 2 um Unit. Um exemplo trivial de como usar este comporta-
3 mento:
4 scala> ac.acum(1) scala> def num = 9
1 num: Int
5 res1: Int = 3 2
3 scala> def verificaUnit(f: => Any) = { f
Nada de novidade aqui, estamos invocando a função 4 match { case x:Unit => print(“Eh
‘acum‘ no objeto ‘ac‘. Porém ‘acum‘ é uma função que re- 5 Unit!”) case _ => print(“Nao eh Unit!”) } }
cebe um único parâmetro e devolve um valor. Dessa forma verificaUnit: (f: => Any)Unit
podemos executar a chamada da nossa função da outra
forma que vimos anteriormente: O tipo ‘Any‘ é análogo ao ‘Object‘ do Java, portanto
1 scala> ac acum 4 pode ser qualquer valor, função ou objeto.
Nessa função estamos usando um tipo de switch
2 res2: Int = 7 case para obter o mesmo comportamento do ‘instan-
ceof‘ em Java, afinal não existe tal operação em Scala. O
Em Scala não existe exatamente o conceito de classes, que está acontecendo é que a função verificaUnit recebe
atributos e parâmetros estáticos, porém existe um concei- uma função que não recebe argumentos e devolve um va-
to mais bem definido: ‘object‘. Criamos um ‘object‘ igual lor qualquer. A função ‘f‘ é então evaluada e o resultado
criamos uma classe, com a diferença de que não é possível da função é testado nos cases da operação ‘match‘. Caso
instanciarmos um object, afinal estamos definindo o pró- seja do tipo Unit, imprimimos “Eh Unit!”, e no caso padrão
prio. Com essa diferença, estamos garantindo em tempo imprimimos “Nao eh Unit!”. Repare que diferente do ‘swit-
de compilação que o design do código, em que foi tomada ch‘, no ‘macth‘ não temos que chamar a operação ‘break‘
a decisão de restringir a existência de apenas uma defini- para não executar os outros casos. Para testar verificaUnit
ção para determinada classe seja seguida. Em Java também vamos fazer a chamada usando nossas outras duas funções
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

é possível garantir tal critério em tempo de compilação, que foram definidas:


mas demanda a escrita de bem mais código e de uma com-
preensão um pouco maior do funcionamento e limitações
1 scala> verificaUnit(num)
da linguagem. Um exemplo de object:
2 Nao eh Unit!
1 scala> object Objeto { def valor = 5 } 3 scala> verificaUnit(imprime)
2 defined module Objeto 4 Vou passar no concurso!

3
4 scala> Objeto.valor
5 res3: Int 5

14
Pig 0.16 / * Modo local Tez * /
Os usuários do Unix e do Windows precisam do seguin- $ pig -x tez_local ...
te:
• Hadoop 0.23.X, 1.X ou 2.X - http://hadoop. / * modo mapreduce * /
apache.org/common/releases.html  (Você pode executar $ pig ...
o Pig com diferentes versões do Hadoop configurando ou
HADOOP_HOME para apontar para o diretório onde você $ pig -x mapreduce ...
instalou Hadoop. Se você não configurou HADOOP_HOME,
por padrão, o Pig executará com a versão incorporada, / * Modo Tez * /
atualmente o Hadoop 1.0.4.) $ pig-x tez ...
• Java 1.7 - http://java.sun.com/javase/downloads/
index.jsp (configure JAVA_HOME na raiz da sua instalação Você pode executar Pig no modo interativo usando o
Java) shell Grunt.  Invoque o escudo Grunt usando o comando
Opcional “pig” (como mostrado abaixo) e, em seguida, insira suas
• Python 2.7 - https://www.python.org (ao usar declarações Pig Latin e comandos Pig na página de coman-
Streaming Python UDFs) do interativamente.
• Ant 1.8 - http://ant.apache.org/ (para compilações) Essas instruções Pig Latin extraem todas as IDs de usuá-
rios do arquivo / etc / passwd. Primeiro, copie o arquivo /
Para construir um pig, faça o seguinte: etc / passwd para o diretório de trabalho local. Em seguida,
1. Confira o código do pig do SVN: svn co http://svn. invoque o shell Grunt digitando o comando “pig” (no modo
apache.org/repos/asf/pig/trunk local ou hadoop). Em seguida, insira as declarações Pig La-
2. Crie o código do diretório superior:  tin de forma interativa no prompt do grunt (certifique-se
3. Se a compilação for bem-sucedida, você deve ver de incluir o ponto e vírgula após cada declaração). O ope-
o arquivo pig.jar criado nesse diretório. rador DUMP exibirá os resultados na tela do terminal.
4. Valide o pig.jar executando um teste de grunt> A = load ‘passwd’ usando PigStorage (‘:’);
unidade: ant test grunt> B = foreach A gera $ 0 como id;
5. Se você estiver usando o Hadoop 0.23.X ou 2.X, grunt> dump B;
adicione -Dhadoopversion = 23 na linha de comando da
sua formiga nas etapas anteriores Local Mode
$ pig -x local
Pig tem dois modos de execução ou exectypes: ... - Conectando à ...
Local Mode - Para executar Pig no modo local, você grunhido
precisa acessar uma única máquina; Todos os arquivos Tez Local Mode
são instalados e executados usando seu host local e sis- $ pig -x tez_local
tema de arquivos.  Especifique o modo local usando a ... - Conectando à ...
bandeira -x (pig -x local). grunhido
Tez Local Mode - Para executar Pig no modo local. É Mapreduce Mode
semelhante ao modo local, exceto internamente, o Pig $ pig -x mapreduce
irá invocar o motor de tempo de execução. Especifique o ... - Conectando à ...
modo local de Tez usando a bandeira -x (pig -x tez_local). grunhido
Nota: o modo local Tez é experimental. Existem al-
gumas consultas que apenas provocam erros nos dados ou
maiores no modo local.
Mapreduce Mode- Para executar Pig no modo mapre- $ pig
duce, você precisa acessar um cluster Hadoop e uma ins- ... - Conectando à ...
talação HDFS. O modo Mapreduce é o modo padrão; você grunhido
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

pode, mas não precisa , especifique-o usando a bandeira -x Tez Mode


(pig ou pig -x mapreduz). $ pig-x tez
Tez Mode - Para executar o modo Pig no Tez, você ... - Conectando à ...
precisa acessar um cluster Hadoop e instalação HDFS. Es- grunhido
pecifique o modo Tez usando o sinalizador -x (-x tez).
Você pode executar Pig em qualquer modo usando o Use scripts de pig para colocar instruções Pig Latin e
comando “pig” (o script perl do bin / pig) ou o comando comandos Pig em um único arquivo. Embora não seja ne-
“java” (java -cp pig.jar ...). cessário, é uma boa prática identificar o arquivo usando a
Este exemplo mostra como executar Pig no modo local extensão * .pig.
e mapreduz usando o comando pig. Você pode incluir comentários em scripts Pig:
/* modo local */ Para comentários multi-line use / * .... * /
$ pig -x local ... Para uso de comentários de uma única linha -
/ * myscript.pig

15
Meu script é simples. desejável que haja espaços “vazios” no meio do vetor, pois
Inclui três afirmações Pig Latin. nesse caso é necessário “arrastar” de uma posição todos
*/ os elementos depois do elemento removido. Essa é uma
estrutura muito recomendada para casos em que os dados
A = LOAD ‘student’ USANDO PigStorage () AS (nome: armazenados não mudarão, ou pouco mudarão, através do
chararray, age: int, gpa: float); -- carregando dados tempo.
B = FOREACH A GENERATE name; - transformando Uma aplicação dos vetores são as buscas binárias, que
dados são Algoritmos de busca verificam se uma dada informação
DUMP B; - recuperação de resultados ocorre em uma sequência ou não. Por exemplo, dada uma
sequência de números guardados em uma lista seq e um
O Pig suporta a execução de scripts (e arquivos Jar) que número x, escreva uma função que responda à pergunta: x
são armazenados em HDFS, Amazon S3 e outros sistemas ocorre na sequência?
de arquivos distribuídos. O URI de localização completa do
Uma possível solução é percorrer a lista toda
script é necessário. Por exemplo, para executar um script
variando o índice i de 0 a len(seq)-1 e comparando cada
Pig em HDFS, faça o seguinte:
elemento seq[i] com x. Caso o valor seja encontrado a
$ pig hdfs: //nn.mydomain.com: 9020 / myscripts /
script.pig função retorna True e, caso contrário, retorna False. Essa
solução é conhecida como Busca Sequencial, vejamos um
exemplo:
ESTRUTURAS DE DADOS E ALGORITMOS:
def busca_sequencial( seq, x):
BUSCA SEQUENCIAL E BUSCA BINÁRIA
‘’’(list, float) -> bool’’’
SOBRE ARRAYS, ORDENAÇÃO (MÉTODOS for i in range(len(seq)):
DA BOLHA, ORDENAÇÃO POR SELEÇÃO, if seq[i] == x:
ORDENAÇÃO POR INSERÇÃO, LISTA ENCA- return True
DEADA, PILHA, FILA, NOÇÕES SOBRE ÁR- return False
VORE BINÁRIA),NOÇÕES DE ALGORITMOS
DE APRENDIZADO SUPERVISIONADOS E
NÃO SUPERVISIONADOS;. FIQUE ATENTO!
Um vetor ou array pode ser unidimensional (li-
nhas) ou bidimensional (linhas e colunas), no
Algoritmo é um meio finito de resolver problemas. caso de vetores bidimensionais, eles também
podem ser chamados de matrizes.
#FicaDica
Uma  Lista é uma estrutura de dados linear. Uma
No meu canal do youtube tenho uma playlist lista ligada, também chamada de encadeada, é linear e
específica de Lógica de Programação, acesse: dinâmica, é composta por nós que apontam para o próximo
http://gg.gg/logicaovidio elemento da lista, com exceção do último, que não aponta
para ninguém. Para compor uma lista encadeada, basta
guardar seu primeiro elemento.
No caso das estruturas de dados, elas são modos As Pilhas são estruturas baseadas no princípio LIFO (last
particulares de armazenamento e organização de dados in, first out), na qual os dados que foram inseridos por último
em um computador de modo que possam ser usados na pilha serão os primeiros a serem removidos. Existem
de maneira eficiente. Tanto os algoritmos como as duas funções que se aplicam a todas as pilhas: PUSH, que
Estruturas de dados são temas fundamentais no mundo
insere um dado no topo da pilha, e POP, que remove o
da informática, sendo utilizados nas mais diversas áreas
item no topo da pilha.
do conhecimento e com os mais diferentes propósitos
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

Podemos criar uma classe Pilha para implementar esta


de aplicação. Sabe-se que algoritmos manipulam dados.
Quando estes dados estão organizados (dispostos) de estrutura de dados. Os métodos públicos desta classe
forma coerente, caracterizam uma forma, uma estrutura de serão a implementação das operações.
dados. A organização e os métodos para manipular essa
estrutura é que lhe conferem singularidade. public class Pilha {
Vetores, ou arrays são estruturas de dados clássicas, são
lineares e estáticas, isto é, são compostas por um número public void insere(Peca peca) {
// implementação
fixo (finito) de elementos de um determinado tipo de
}
dados. O tempo de acesso aos elementos de um vetor
é muito rápido, sendo considerado constante: o acesso public Peca remove() {
aos elementos é feito pelo seu índice no vetor. Porém, // implementação
a remoção de elementos pode ser custosa se não for }

16
public boolean vazia() { public class Teste {
// implementação
} public static void main(String[] args) {
} Fila fila = new Fila();

O primeiro fato importante que devemos observar é que Aluno aluno = new Aluno();
uma vez que a interface da Pilha foi definida, já saberíamos fila.insere(aluno);
usar a classe  Pilha. Vamos criar uma classe de teste bem
simples para exemplificar o uso de uma Pilha.
Aluno alunoRemovido = fila.remove();
public class Teste {
if (fila.vazia()) {
public static void main(String[] args) { System.out.println(“A fila está vazia”);
Pilha pilha = new Pilha(); }
}
Peca pecaInsere = new Peca(); }
pilha.insere(pecaInsere);
Uma  Árvore é uma estrutura de dados em que cada
Peca pecaRemove = pilha.remove(); elemento tem um ou mais elementos associados, podendo
definir-se uma árvore recursivamente como:
if (pilha.vazia()) { 1. uma estrutura (uma árvore);
System.out.println(“A pilha está vazia”); 2. um nó (designado por raiz), que contém a infor-
} mação a armazenar e um conjunto finito de árvores (as
} sub-árvores).
} 3. Não Existe árvores vazias, no minímo haverá um
nó raiz(que não possui pai)
As Filas são estruturas baseadas no princípio FIFO (first Cada árvore tem apenas uma raiz. Além disso, os
in, first out), em que os elementos que foram inseridos
elementos associados a cada nó são habitualmente
no início são os primeiros a serem removidos. Uma fila
chamados de filhos desses nós. Os nós sem filhos de uma
possui duas funções básicas:  ENQUEUE, que adiciona
árvore são chamados de folhas.
um elemento ao final da fila, e  DEQUEUE, que remove o
elemento no início da fila. A operação DEQUEUE só pode Em matemática e ciência da computação, grafo é o
ser aplicado se a fila não estiver vazia, causando um erro objeto básico de estudo da teoria dos grafos. Tipicamente,
de underflow ou fila vazia se esta operação for realizada um grafo é representado como um conjunto de pontos
nesta situação, por exemplo um procedimento de fila de (vértices) ligados por retas (as arestas). Dependendo
alunos seria: da aplicação, as arestas podem ser direcionadas, e são
representadas por “setas”.
1. Insere um Aluno (coloca um aluno no fim da Fila). Os grafos são muito úteis na representação de
2. Remove um Aluno (retira o aluno que está no problemas da vida real, em vários campos profissionais.
começo da Fila). Por exemplo, pode-se representar um mapa de estradas
3. Informa se a Fila está vazia. através dos grafos e usar algoritmos específicos para
O esboço da classe Fila seria mais ou menos assim: determinar o caminho mais curto entre dois pontos,
ou o caminho mais económico. Assim, os grafos podem
public class Fila { possuir também pesos (ou custo), quer nas arestas quer nos
vértices, e o custo total em estudo será calculado a partir
public void insere(Aluno aluno) { destes pesos.
// implementação
Outro exemplo da utilização de grafos são as redes
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

}
PERT no âmbito do planejamento de projetos. Neste caso,
a cada aresta está associado o custo de execução, e as
public Aluno remove() {
tarefas precedentes de uma outra serão suas afluentes.
// implementação
}
public boolean vazia() {
// implementação
}
}
Agora que já temos a interface de uso da Fila definida
vamos escrever algum teste sobre como ela deveria se
comportar.

17
EXERCÍCIO COMENTADO
1. (BASA 2012 - CESPE - TÉCNICO CIENTÍFICO - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO - ANÁLISE DE SISTEMAS) Acerca da
utilização de algoritmos e fluxogramas em lógica de programação, julgue os itens a seguir.
Quando um break é encontrado dentro de um laço for, a execução do código é interrompida e o programa é finalizado.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: Errado
O break só interrompe quando se utiliza o switch();

2. (BASA 2012 - CESPE - TÉCNICO CIENTÍFICO - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO - ANÁLISE DE SISTEMAS) Acerca da
utilização de algoritmos e fluxogramas em lógica de programação, julgue os itens a seguir.
O comando while utilizado em algoritmos implementa laços com teste antecipado de condições, testando a condição e,
sendo ela verdadeira, executando o bloco de comandos.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: Certo
O comando While faz exatamente o que é afirmado acima.

BANCO DE DADOS: CONCEITOS DE BANCO DE DADOS E SISTEMAS GERENCIADORES DE BAN-


COS DE DADOS (SGBD), MODELAGEM CONCEITUAL DE DADOS (A ABORDAGEM ENTIDADE-
RELACIONAMENTO), MODELO RELACIONAL DE DADOS (CONCEITOS BÁSICOS, NORMALIZA-
ÇÃO), BANCO DE DADOS SQL (LINGUAGEM SQL SQL2008), LINGUAGEM HIVEQL (HIVE 2.2.0)),
BANCO DE DADOS NOSQL (CONCEITOS BÁSICOS, BANCOS ORIENTADOS A GRAFOS, COLU-
NAS, CHAVE/VALOR E DOCUMENTOS), DATA WAREHOUSE (MODELAGEM CONCEITUAL PARA
DATA WAREHOUSES, DADOS MULTIDIMENSIONAIS)

#FicaDica
Todo banco de dados possui várias tabelas, nas tabelas temos diversos campos, e nos campos temos
diversos dados. Não esqueça essa hierarquia.

Vimos muitas informações sobre as linguagens de programação nos itens anteriores, elas executam toda a parte lógica
de um sistema, mas onde as informações ficam gravadas? A resposta é simples, em um banco de dados, sem um banco de
dados as informações não ficariam de forma permanente dentro do sistema, logo pode-se dizer que um banco de dados é
uma coleção de informações que se relacionam de modo que criem algum sentido, isto é, é uma estrutura bem organizada
de dados que permite a extração de informações. Assim, são muito importantes para empresas e tornaram-se a principal
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

peça dos sistemas de informação.


Além dos dados, um banco de dados também é formado pelos metadados. Um metadado é todo dado relativo a outro
dado, sem o qual não seria possível organizar e retirar as informações de um banco de dados.
Alguns afirmam que a expressão é sinônimo de SGBD (Sistema Gerenciador de Banco de Dados), que é um programa
de gerenciamento de dados. O termo “banco de dados” também é usado para definir uma base de dados, que é um grupo
de dados agrupados por um SGBD.
O SGBD usa uma linguagem para criar a base de dados, sendo que, atualmente, a mais usada é a SQL (Structured Query
Language). São vários os SGBDs disponíveis no mercado; alguns são pagos e outros gratuitos.
Alguns dos tipos de SGBD existentes no mercado:
• SQLServer: Um dos maiores do mundo, sob licença da Microsoft;
• MySQL: Trata-se de um software livre, com código fonte aberto;
• FirebirdSQL: Possui código fonte aberto e roda na maioria dos sistemas Unix;

18
• Microsoft Access: É um Sistema Gerenciador de Banco de Dados que acompanha o pacote Office da Microsoft.
Este SGBD tem poucas atribuições profissionais, sendo mais usado para aprendizagem, devido à sua interface amigável;
• mSQL: Sistema pequeno e que trabalha mais com o uso eficiente da memória. Foi criado pela Hughes Technologies
Pty Ltd.
No armazenamento de um dado, é necessário criar tabelas, dentro das quais são criadas colunas, onde serão guardadas
as informações. Para que os dados presentes na base de dados fiquem bem organizados, as tabelas devem ser criadas para
que não misturem as informações.
Modelagem Conceitual
Quando o assunto é a modelagem conceitual dos dados pode-se começar falando sobre as entidades que formam
um conjunto de “coisas” com conceitos comuns às quais desejamos armazenar os dados. Entidades podem ser pessoas,
lugares, organizações, objetos físicos e tangíveis.
 As entidades são representadas através de um retângulo com o nome da entidade escrito em seu centro.
Relacionamentos são associações entre entidades com um significado específico dentro do mundo real. Os objetos do
mundo real não ocorrem de forma isolada, eles se associam ou se vinculam.
 A figura de um relacionamento é representada através de um losango, tal como as entidades os relacionamentos são
classificados em fortes ou fracos. Tal como as entidades, os relacionamentos também possuem nome e devem expressar
o real significado dentro do contexto modelado. A figura a seguir mostra como os relacionamentos são representados em
um modelo conceitual de dados.

Figura 2: Notação de Relacionamento Forte e Relacionamento Fraco


 
Na figura acima DEPENDENTE é uma entidade fraca em relação ao EMPREGADO, sempre que esta relação existir de
forma fraca, o relacionamento também será fraco, por esta razão o losango desta relação está representado com uma linha
dupla. Já na relação entre EMPREGADO e CARGO não há dependência de existência ou identificação, pois um CARGO não
depende de um EMPREGADO para existir e ser identificado e vice-versa.
  Quando o assunto são os relacionamentos, deve-se ter em mente três conceitos importantes que influenciam
diretamente na modelagem e entendimento de um modelo conceitual. Os conceitos são o grau, cardinalidade e tipo do
relacionamento.
 O simples fato de associar duas entidades através de um relacionamento com suas cardinalidades às vezes não são
suficientes para representar todas as regras de negócio existentes dentro dessas relações.
 Para isto, podemos usar mecanismos de representação um pouco mais detalhados. Sob esta ótica, podemos ainda
classificar os relacionamentos em três tipos:
• Relacionamentos independentes;
• Relacionamentos Contingentes;
• Relacionamentos mutuamente exclusivos.
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

Relacionamentos Independentes: Tipo de relacionamento presente na maioria das relações. Não há necessidade de
interpretação simultânea de outro relacionamento. Ou seja, é independente, não depende de ninguém para existir ou in-
fluenciar o seu comportamento.
 Relacionamentos Contingentes: Estabelecem associações simultâneas entre os elementos envolvidos. Ou seja, mais de
um relacionamento deve ocorrer em um mesmo instante.
Relacionamentos Mutuamente Exclusivos: Estabelecem associações onde, se um relacionamento ocorre, os outros não
deverão ocorrer em relação a um determinado objeto.

19
relacional pode ser estendido com características de
orientação a objeto sem comprometer os seus princípios
EXERCÍCIO COMENTADO fundamentais.
1. (TRE/RJ 2012 - CESPE - TÉCNICO JUDICIÁRIO - PRO- A linguagem padrão para os bancos de dados
GRAMAÇÃO DE SISTEMAS) Julgue os seguintes itens, relacionais, SQL, é apenas vagamente remanescente do
relativos à modelagem de dados: diagramas entidade-rela- modelo matemático. Atualmente ela é adotada, apesar de
cionamento e mapeamento para modelo relacional. suas restrições, porque ela é antiga e muito mais popular
O modelo conceitual representa as regras de negócio sem que qualquer outra linguagem de banco de dados.
limitações tecnológicas ou de implementação e, por isso,
é a etapa mais adequada para o envolvimento do usuário,
que não precisa ter conhecimentos técnicos. #FicaDica
( ) CERTO ( ) ERRADO Crie chaves cegas (Blind Key) toda vez que não
for possível identificar a chave primária, ou
Reposta: Certo quando esta for muito complexa, composta
As regras de negócios do modelo conceitual não pos- por muitos atributos. Esses tipos de atributos
suem limitações em sua implementação geralmente são conhecidos por atributos fal-
sos, ou seja, não fazem parte de forma explícita
da regra de negócio, porém foram criados para
Modelo Relacional  garantir flexibilidade ou integridade ao modelo
de dados desenvolvido. 
O modelo relacional é um modelo de dados
representativo (ou de implementação), adequado a ser
o modelo subjacente de um Sistema Gerenciador de
Banco de Dados (SGBD), que se baseia no princípio de EXERCÍCIO COMENTADO
que todos os dados estão armazenados em tabelas (ou, 1. (Questão 24 – MPE/AL Técnico do Ministério Público
matematicamente falando, relações). Toda sua definição é FGV 2018)
teórica e baseada na lógica de predicados e na teoria dos O conjunto de programas responsável pelo gerenciamento
conjuntos. de uma base de dados e que, entre outras funções, suporta
O conceito foi criado por Edgar Frank Codd em 1970, uma linguagem de consulta, gera relatórios e disponibiliza
sendo descrito no artigo “Relational Model of Data for uma interface para que os seus clientes possam incluir, al-
Large Shared Data Banks”. Na verdade, o modelo relacional terar ou consultar dados, é chamado de:
foi o primeiro modelo de dados descrito teoricamente,
os bancos de dados já existentes passaram então a ser a) Banco de Dados Relacional (BDR).
conhecidos como (modelo hierárquico, modelo em rede b) Dicionário de Dados (DD).
ou Codasyl e modelo de listas invertidas). c) Modelo Entidade Relacionamento (MER).
O modelo relacional para gerência de bases de dados d) Sistema de Suporte à Decisão (SSD).
e) Sistema Gerenciador de Bancos de Dados (SGBD).
(SGBD) é um modelo de dados baseado em lógica e na
teoria de conjuntos.
Resposta: Letra E
Em definição simplificada, o modelo baseia-se em dois A “Alternativa A” está incorreta, pois o BDR é um banco
conceitos: conceito de entidade e relação - Uma entidade é de dados que modela os dados de uma forma que eles
um elemento caracterizado pelos dados que são recolhidos sejam percebidos pelo usuário como tabelas.
na sua identificação vulgarmente designado por tabela. Na A “Alternativa B” está incorreta, pois o DD é uma coleção
construção da tabela identificam-se os dados da entidade. de metadados que contém definições e representações
A atribuição de valores a uma entidade constrói um registro de elementos de dados;
da tabela. A relação determina o modo como cada registro A “Alternativa C” está incorreta, pois MER é um modelo
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

de cada tabela se associa a registros de outras tabelas. de dados para descrever os dados ou aspectos de in-
Historicamente ele é o sucessor do modelo hierárquico formação de um domínio de negócio ou seus requisitos
e do modelo em rede. Estas arquiteturas antigas são até de processo, de uma maneira abstrata que em última
hoje utilizadas em alguns data centers com alto volume de análise se presta a ser implementada em um banco de
dados, onde a migração é inviabilizada pelo custo que ela dados, como um banco de dados relacional;
demandaria; existem ainda os novos modelos baseados em A “Alternativa D” está incorreta, pois um  SSD  ou SAD
orientação ao objeto, que na maior parte das vezes são (Sistema de Apoio a Decisão), pode ser definido como
encontrados como kits em linguagem formal. um conjunto de pessoas, procedimentos, software, ban-
O modelo relacional foi inventado pelo Frank Codd e co de dados e dispositivos utilizados para dar suporte à
tomada de decisões específica de um problema;
subsequentemente mantido e aprimorado por Chris Date
A “Alternativa E” está correta, pois O SGBD é o conjunto
e Hugh Darwen como um modelo geral de dados. No
de softwares responsáveis pelo gerenciamento de um
Terceiro Manifesto (1995) eles mostraram como o modelo

20
banco de dados, e, portanto, com ele podemos incluir, SELECT nome,cargo,salario FROM tbl_funcionarios
alterar ou consultar dados dos clientes assim como pro- WHERE salario > 2000;
põe o enunciado. SELECT nome,cargo,salario FROM tbl_funcionarios
WHERE salario < 7000;
SELECT nome,cargo,salario FROM tbl_funcionarios
Banco de dados SQL (linguagem SQL (SQL2008) WHERE salario BETWEEN 1000 AND 5000;
SELECT nome,cargo,salario FROM tbl_funcionarios
Vamos começar com o comando para se fazer uma WHERE salario > 1000 AND salario < 5000;
consulta de dados. Imagine que você quer “selecionar SELECT nome,cargo,salario FROM tbl_funcionarios
todos os números de série de sua tabela de preços acima WHERE (salario > 1000 AND salario < 5000) OR (nome =
de R$ 10,00.” Se formos transformar isto em SQL, será tão “Ovidio” AND cargo = “Professor Nova Concursos”);
simples quanto. Veja o comando: SELECT nome,cargo,salario FROM tbl_funcionarios
WHERE NOT nome = “Ovidio”;
SELECT NumeroSerie SELECT nome,cargo,salario,cidade FROM tbl_
FROM precos funcionarios WHERE cidade IN(“Guarulhos”, “São Paulo”,
WHERE Preco > 10; “Praia Grande”)
Veja os exemplos abaixo e descubra o que eles fazem.
Para se criar tabelas, o comando é o CREATE TABLE,
usando a seguinte a estrutura abaixo:
SELECT nome,cargo,salario FROM tbl_funcionarios
WHERE salario > 4000;
SELECT * FROM jogadores WHERE time = “Palmeiras”; CREATE TABLE tabela (
Nos exemplos acima é possível filtrar apenas nome_atributo tipo_dado opções,
funcionários que ganham mais que 4 mil reais por mês e ... ... ...,
no outro exemplo mostra em uma tabela apenas jogadores nome_atributo tipo_dado opções);
do time Palmeiras.
Para melhorar a busca, pode se usar as condições do Vamos agora criar uma tabela chamada tblprofessor,
WHERE. É nele que “filtramos” os atributos escolhidos. O que conterá os campos nome, endereço, telefone, data de
WHERE é opcional, sendo assim você omití-lo, então você nascimento e sexo.
terá todos os registros com os atributos escolhidos. As
condições mais comuns são: CREATE TABLE tblprofessor(
= (igual) codprofessor INTEGER CONSTRAINT primarykey
!= ou <> (diferente) PRIMARY KEY,
> (maior que) nome TEXT (50),
< (menor que) endereco TEXT (50)
>= (maior ou igual a) telefone TEXT (15),
<= (menor ou igual a) nascimento DATE,
LIKE (similar a) sexo TEXT (1),
BETWEEN (entre X e Y)
IN (vários valores dentro da lista) Parar cadastrar os dados em nossas tabelas, utiliza-se o
AND (e) comando Insert into, conforme a estrutura abaixo:
OR (ou)
XOR (mistura do OR com INSERT INTO nome_tabela (
NOT (negação) nome_campo1, nome_campo2, ..., nome_campoN)
IS (valores iguais) VALUES (
Com exceção dos dois últimos, todos possuem a valor_campo1, valor_campo2, ..., valor_campoN
seguinte sintaxe: );
<expressao1> operador <expressao2>
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

Se a qualquer das anteriores condições lhe ante- Vejam alguns exemplos:


pusermos o operador NOT o resultado da operação será o
contrário ao devolvido sem o operador NOT. INSERT INTO Pessoas VALUES (4,’Ovidio’, ‘Bruna’,
O último operador denominado IS se emprega para ‘Pietra’, ‘Eleonora’);
comparar duas variáveis de tipo objeto <Objeto1> IS INSERT INTO agenda (nome, email) VALUES (“Ovidio”,
<Objeto2>. Este operador devolve verdadeiro se os dois “canaldoovidio@gmail.com”);
objetos forem iguais. INSERT INTO PAÍSES VALUES (‘Brasil’, ‘Itália’, ‘Japão’);
Vou utilizar um mesmo exemplo, só variando as INSERT INTO CanaldoOvidio (nomeCanal) VALUES (“Se
condições. Perceba que será fácil entender o que o inscreva no Canal do Ovidio”);
comando irá retornar na consulta. Veja alguns exemplos de
utilização dessas condições: O comando DELETE é responsável pela exclusão de
SELECT nome,cargo,salario FROM tbl_funcionarios registros que não queremos mais dentro de nossas tabelas.
WHERE nome = “Ovidio”; Segue a estrutura básica:

21
DELETE FROM nome_tabela
WHERE condição FIQUE ATENTO!
Para não esquecer:
Lembra que olhamos alguns operadores para ser Insert – Inserção de dados
utilizado junto ao WHERE do SELECT? Ele continua valendo Select – Consulta de dados
aqui. Veja os exemplos: Update – Alteração de Dados
DELETE FROM funcionarios WHERE id_funcionario = Delete – Exclusão de Dados
200;
DELETE FROM funcionarios WHERE id_funcionario <
500;
DELETE FROM funcionarios WHERE func_nome =
“Ovidio”;
EXERCÍCIO COMENTADO
Quando queremos atualizar/modificar os valores de 1. (CEITEC 2012 - FUNRIO - SISTEMAS DE INFORMA-
algum registro na tabela, precisamos dar um UPDATE. O ÇÃO/INFORMÁTICA/ENGENHARIA/ADMINISTRAÇÃO/
WHERE continua presente! Veja a estrutura básica: MATEMÁTICA - ETEA-AGPRFA) Em SQL, uma visão é uma
UPDATE tabela SET coluna = valor_novo WHERE relação que não está no modelo lógico do banco de da-
condição dos, mas que é visível ao usuário como uma relação virtual.
Marque a alternativa que possui o comando utilizado para
a criação desta visão.
Alguns exemplos:
a) CREATE VIEW [NOME DA VISAO] AS [EXPRESSAO DA
UPDATE funcionarios SET salario = 8000 WHERE id_ CONSULTA].
funcionario = 57; b) CREATE VIEW [NOME DA VISAO] FROM [EXPRESSAO DA
UPDATE funcionarios SET salario = 7800, nome = CONSULTA].
“Ovidio Lopes” WHERE id_funcionario = 1; c) SELECT VIEW [NOME DA VISAO] AS [EXPRESSAO DA
UPDATE funcionarios SET salario = 545 WHERE salario CONSULTA].
= 530; d) SELECT VIEW [NOME DA VISAO] FROM [EXPRESSAO DA
CONSULTA].
Dica importante para este comando, é não esquecer do e) UPDATE VIEW [NOME DA VISAO] FROM [EXPRESSAO DA
WHERE, ou então ele irá alterar todos os registros da sua CONSULTA].
tabela. Afinal, você não filtrou em quais registros ele irá Resposta correta: A
afetar, não é verdade? Para realizar o solicitado, o comando SQL correto é o
Vimos acima a estrutura do SELECT, então vamos CREATE, e na sua sintaxe não se adequa o FROM, por
acrescentar algumas funcionalidades a este comando e isso elimina-se a alternativa B.
melhorar ainda mais nossas consultas com o ORDER BY,
responsável por ordernar nosso resultado capturado de
forma crescente ou decrescente baseado nas colunas que Linguagem HiveQL (Hive 2.2.0)
quisermos. O WHERE é opcional. Sintaxe básica é:
SELECT atributos FROM tabela ORDER BY atributo {ASC É um Data Warehouse criado com base no Apache
/ DESC}; Hadoop, demonstrando exemplos de seu uso para
Os nomes ASC e DESC são opcionais, mas por padrão manipular dados através da linguagem HiveQL e, também,
o ASC é utilizado, pois ele define de forma ascendente da sua utilização dentro de uma aplicação Java.
(crescente) a lista. O DESC faz o inverso, decrescente. Esse tema é útil para desenvolvedores que tenham
Veja os exemplos: interesse em ferramentas para manipulação e tratamento
SELECT nome, salario, cargo FROM funcionarios ORDER de informações em grande escala, visando uma melhor
performance e facilidade no manuseio de dados. Além
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

BY nome;
SELECT nome, salario, cargo FROM funcionarios ORDER disso, programadores que tenham interesse em conhecer
BY nome ASC; soluções para diminuir a complexidade das tarefas dentro
SELECT nome, salario, cargo FROM funcionarios ORDER do Apache Hadoop, sem perder as vantagens da utilização
BY nome DESC; do Map/Reduce, encontrarão uma alternativa fácil e
eficiente na ferramenta Apache Hive.

Banco de Dados NoSQL

Banco de dados relacionais estão presentes na


maioria das incorporações, porém há situações que eles
podem não representar a solução mais adequada para o
armazenamento de dados. A modelagem relacional pode

22
se revelar como limitada em cenários nos quais um mesmo Constituem exemplos deste tipo de banco o Redis
tipo de informação apresenta um formato variável, fato este (solução open source bastante utilizada para cache de
que resultaria na criação de inúmeras tabelas para atender dados) e o DynamoDB.
a requisitos aparentemente simples em termos funcionais. Existe também os bancos de dados orientados a
Existem também questões sobre como garantir uma colunas, esse é o modelo que mais difere do modelo
alta disponibilidade e aumentar o poder de processamento relacional, em que uma linha representa um conjunto
para atender a níveis de uso crescente (escalabilidade). de dados relacionados (com cada um destes últimos
Muitas vezes, os investimentos em infraestrutura requeridos correspondendo a colunas):
para isto serão pesados, podendo mesmo se revelar como • Em termos práticos, a organização dos dados
inviáveis do ponto de vista financeiro. ocorre com base em colunas;
Uma opção interessante para atender a estas diferentes • Dados de colunas distintas representando um
necessidades seriam os bancos de dados NoSQL que no mesmo agrupamento ocupam as mesmas posições no
mercado é interpretado como uma sigla de  “Not only banco.
SQL”, englobando alternativas com capacidades que vão São exemplos de bancos orientados a coluna o HBase e
além das características típicas dos sistemas gerenciadores o Cassandra, com ambos constituindo iniciativas mantidas
relacionais. atualmente pela Apache Foundation.
O banco de dados pode ser orientado a documento que Por último existe os bancos de dados orientados a
representam a unidade básica neste tipo de tecnologia, grafos que empregam conceitos da teoria de grafos para
sendo possível comparar os mesmos aos registros das a representação de relacionamentos entre diferentes
tabelas convencionais. conjuntos de dados. Uma das soluções mais conhecidas
Embora exista um paralelo com as linhas do modelo baseadas neste modelo é o Neo4j.
relacional, um documento possui uma estrutura flexível e
que não está presa à existência de colunas pré-definidas.
Do ponto de vista prático, isto significa que inúmeros
documentos vinculados a uma mesma coleção podem EXERCÍCIO COMENTADO
contar com formatos variáveis.
1. (CNJ 2013 - CESPE - ANALISTA JUDICIÁRIO - ANÁ-
Muitas das soluções orientadas a documento fazem
LISE DE SISTEMAS) No que se refere ao desenvolvimento
uso do padrão JSON (JavaScript Object Notation) para o
web de alto desempenho, julgue os itens subsequentes.
armazenamento de dados.
Apesar de implementarem tecnologias distintas, todos os
Dentre os diversos bancos orientados a documento, é
bancos de dados NoSQL apresentam em comum a imple-
possível citar como exemplos o MongoDB, o DynamoDB
mentação da tecnologia chave-valor.
(alternativa oferecida na nuvem pela Amazon) e o
DocumentDB (este último um serviço que integra o
Microsoft Azure). ( ) CERTO ( ) ERRADO
Já os bancos de dados do tipo chave-valor são formados
por conjuntos de chaves e seus respectivos valores. Cada
um destes conjuntos, por sua vez, conta ainda com uma Resposta: Errado
os bancos de dados NoSQL apresentam não apresentam
chave que funciona como um identificador único:
em comum a implementação da tecnologia chave-valor.

2. (CNJ 2013 - CESPE - ANALISTA JUDICIÁRIO - ANÁ-


LISE DE SISTEMAS) No que se refere ao desenvolvimento
web de alto desempenho, julgue os itens subsequentes.
Uma característica de bancos de dados NoSQL é o suporte
à replicação de dados. Entre as abordagens utilizadas para
replicação, inclui-se a mestre-escravo.
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: Certo
O NoSQL oferece sim esse suporte.

Figura 3: Banco de Dados Chave-Valor


Data Warehouse
Assim como acontece no modelo orientado a
Um sistema Data Warehouse é projetado para fazer com
documentos, a estrutura de um banco do tipo chave-valor
que informações sejam disponibilizadas de forma integrada,
é bastante flexível. Chaves podem, ou não, se repetir ao
histórica, não volátil e de forma simples, tornando-se assim
longo de vários agrupamentos de dados.

23
uma ferramenta de fácil usabilidade e compreensão para HTML 5
os administradores e gerentes de organizações.
Uma solução de Data Warehouse junta vários elementos, É a nova versão da linguagem de marcação HTML,
como algoritmos e ferramentas que permitem que dados bastante aperfeiçoada. O HTML5 tornou a marcação muito
já selecionados de diversos provedores de informações mais clara, se adaptou a forma que os desenvolvedores
independentes, heterogêneos e geograficamente distantes estão trabalhando.  Possibilita colocar áudio e vídeo nos
um dos outros possam ser integrados em uma base de sites sem uso de plugins, o que é positivo tanto para o
dados única, que se dá o nome de Data Warehouse. desenvolvedor quanto para o usuário, que não precisa se
preocupar com a atualização de plugins, facilita a forma
#FicaDica que os desenvolvedores lidam com formulários, entre
outras vantagens.
A granularidade é uma das mais importantes
definições na modelagem de dados do Data  doctype do HTML5 é muito mais simples:
Warehouse (DW) e requer atenção.
O grão é o menor nível da informação e é defi-
<!doctype html>
nido de acordo com as necessidades elencadas
A tag <script> também diminuiu, não necessitando
no início do projeto. Ele é determinado para
mais do atributo “type”:
cada tabela Fato, já que normalmente as Fatos
possuem informações e granularidades distintas.
<script  src=”arquivo.js”></
script>

EXERCÍCIO COMENTADO Isso também é verdade para a tag <link>

Uma série de restrições em relação as letras maiúsculas


1. (MEC 2011 - CESPE - ATIVIDADE TÉCNICA DE COM- ou minúsculas, até mesmo fechar tags, tudo isso não é
PLEXIDADE GERENCIAL - ADMINISTRADOR DE DADOS) mais obrigatório, porém deve-se tomar cuidado para que
Julgue os itens subsequentes, a respeito de datawarehouse o código não fique sujo.
e business intelligence (BI). Vamos ver abaixo alguns comandos:
A representação multidimensional dos dados, junto com
todos os agregados, é conhecida como cubo de dados, <header> – É o topo do site, podendo ter a navegação.
sendo este uma generalização do que é conhecido na ter- <nav> – Engloba links de navegação principal. Não
minologia estatística como tabulação cruzada. deve ser utilizada para links fora da navegação.
<section> – Para um grande grupo de conteúdo,
( ) CERTO ( ) ERRADO podendo conter vários <article>.
<aside> – Define conteúdo a parte do artigo em que
esteja inserido.
<footer> – Pode ser utilizado para o rodapé do site e
Resposta: Certo para outras partes do site também.
Ao se trabalhar com Armazém de Dados simultanea- <áudio src=”musica.mp3”></áudio>
mente com valores agregados, cria-se o que chamamos
de cubo de dados, causando assim, a generalização, Os atributos  autoplay,  loop,  controls  mudam o player,
também conhecida de tabulação cruzada. sem necessidade de true  ou  false. Incluí-los os torna
verdadeiros, excluí-los, falso.
Contudo, nem todos os navegadores suportam .mp3,
então deve-se usar também .ogg e, para o Internet Explorer,
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

TECNOLOGIAS WEB: HTML 5, CSS 3, XML o flash.


1.1, JSON (ECMA-404), ANGULAR.JS 1.6.X, .ogg – Firefox 3.5, Opera 10.5, Chrome 3.0 e Safari 3.0
NODE.JS 6.11.3, REST; .mp3 – Chrome 3.0 e Safari 3.0.wav – Firefox 3.5, Opera
10.5, Chrome 3.0 e Safari 3.0
Vídeo
As tecnologias web estão em constante avanço e hoje Funciona exatamente igual ao áudio:
vem atuando no que é conhecido como responsivo, ou seja,
um site pode ser visualizado da melhor maneira possível <video src=”filme.mp4”  controls
conforme o device que está sendo utilizado. width=”340” height”230”></video>
Por exemplo, no meu projeto de Doutorado desenvolvi
um software para auxiliar crianças com síndrome de Down, É bom definir tamanhos para o vídeo, já que
esse jogo pode ser aberto em qualquer dispositivo que se normalmente ocupam mais espaço. E, claro, há variações
adequará normalmente. de formato de acordo com o navegador:

24
Existem novos atributos novos para formulários que simplificam e complementam o desenvolvimento com Javascript
e CSS.

<input type=”text” placeholder=”stuff”> – texto cinza que desaparece quando em foco, por enquanto só funciona para
Chrome e Safari
<input type=”text” autofocus> – automaticamente foca no campo
<input type=”text” required> – campo de preenchimento obrigatório
<input type=”text” autocomplete=”off”> – “on” por padrão, como medida de segurança.

Usar armazenamento local permite que aplicações web funcionem offline. Por exemplo, quando o usuário estiver
usando a aplicação em um celular e perder o sinal, ele simplesmente continua utilizando e depois apenas atualiza os dados
quando a conecção voltar. E os navegadores que suportam são: Opera, Firefox, Chrome, Safari e IE!
Funciona via Javascript, então os tipos de dados só poderão ser aqueles suportados por javascript: string, booleans e
floats. Se for armazenar outro tipo de dado, terá que realizar parse.  É permitido armazenar 5mb localmente por navegador.
O Gmail em smartphone já utiliza armazenamento local.

localStorage.key=”value”;
1 if (typeof(localStorage) == ‘undefined’ ) {
2     alert(‘Your browser does not support HTML5
3 localStorage. Try upgrading.’);
4 } else {
5     try {
6         localStorage.setItem(“name”, “Hello World!”); //
7 saves to the database, “key”, “value”
8     } catch (e) {
9         if (e == QUOTA_EXCEEDED_ERR) {
10             alert(‘Quota exceeded!’); //data wasn’t
11 saved due to quota exceed, error
12         }
13     }
}

FIQUE ATENTO!
A permissão para o armazenamento de até 4Gbytes de dados estruturados pelo banco de dados presente
no browser, no lado do cliente _ de forma parecida a como vinha ocorrendo com o uso das cookies, mas
tentando eliminar as limitações impostas, como o tamanho de 4Kb _ é uma das funcionalidades mais bada-
ladas do HTML5.
O desenvolvedor deve lembrar, no entanto, que o armazenamento local é por site e estará disponível para
seus scripts toda vez que o site que originalmente armazenou os dados for acessado, de modo a poupar
largura de banda e melhorar o desempenho.
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

EXERCÍCIO COMENTADO

1. (Questão 39 - MPU Técnico Administrativo CESPE 2010) Para facilitar a publicação de arquivos na Internet, usuários
do aplicativo Impress podem visualizar uma apresentação de slides em forma de arquivo HTML por meio da opção Visua-
lizar no Navegador da Web, disponível no menu Arquivo.

( ) CERTO ( ) ERRADO

25
Resposta: CERTO
Com o BrOffice Impress é possível visualizar como os slides serão apresentados em formato HTML, tal opção se encontra
no menu Arquivo do BrOffice Impress.
CSS 3

O Cascading Style Sheets (CSS) é uma “folha de estilo” composta por “camadas” e utilizada para definir a apresentação
(aparência) em páginas da internet que adotam para o seu desenvolvimento linguagens de marcação (como XML, HTML
e XHTML). O CSS define como serão exibidos os elementos contidos no código de uma página da internet e sua maior
vantagem é efetuar a separação entre o formato e o conteúdo de um documento.
Com a evolução dos recursos de programação as páginas da internet estavam adotando cada vez mais estilos e variações
para deixá-las mais elegantes e atrativas para os usuários. Com isto, linguagens de marcação simples como o HTML, que
era destinada para apresentar os conteúdos também precisou ser aprimorada.
No início foi desenvolvido para habilitar a separação do conteúdo e formato de um documento (na linguagem de
formatação utilizada) de sua apresentação, incluindo elementos como cores, formatos de fontes e layout. Esta separação
proporcionou uma maior flexibilidade e controle na especificação de como as características serão exibidas, permitiu um
compartilhamento de formato e reduziu a repetição no conteúdo estrutural de uma página.

Exemplos de CSS:
selector {
property:value;
}
Sendo que o selector representa qualquer tag HTML. Dessa forma, ao invés de formatar
todo título H1 individualmente, usamos o seguinte CSS para formatar todos de uma vez só. Assim,
toda tag h1 que for utilizada no HTML, será formatada com a fonte Arial: */
h1 {
font-family:Arial;
}
Toda tag p do html será formatado com a cor azul. */
p{
color:blue;
}

Toda tag span do html será formatado com a cor verde e em negrito. */
span {
color:green;
font-weight:bold;
}
Quando uma tag possui um id, ele é referenciado aqui com #. O ID significa uma formatação
única para determinada situação. Cada página HTML pode ter somente uma tag usando este ID.
#sou-unico {
/* Use cores em hexadecimal para obter mais variedades. */
background-color:#FFD700;
color:#000000;
font-family:Courier;
}

A seguinte formatação será feita na tag span que está dentro da classe ‘listas’ apenas. O
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

CSS vai dar preferência sempre para o código mais detalhado. Sendo assim, o código a seguir vai
sobrescrever o que já foi definido para a tag span (mais acima nesse documento).
.listas span {
font-size:2em;
color:red;
}
/* Formatação da classe ‘primeira_div’ */
.primeira-div {
background-color:blue;
/* Largura */
width:150px;
/* Altura */
height:150px;
}

26
Isso significa que toda tag ‘p’ que está dentro da classe ‘primeira_div’ vai ser formatada da
seguinte forma. Sendo assim, isso sobrescreverá a formatação da tag ‘p’ que foi declarada acima. */
.primeira-div > p {
color:white;
text-align:center;
padding-top:50px;
}

O parâmetro border suporta mais de um valor (tamanho, formato e cor).
.borda {
border:2px dotted green;
}

Formatação do link, cujo id é ‘link_principal’. Na formatação de links, existem as pseudo-


classes, que nos permite formatar não somente o link, mas também seu estado:

- link = link normal, não visitado;


- hover = quando o mouse está sobre o link;
- visited = um link que o usuário já visitou;
- active = link no momento em que é clicado.
#link-principal:link {
Com o parâmetro text decoration você indica se quer o sublinhado abaixo, acima, cortado
ou nada.
text-decoration:none;
font-size:20px;
font-family:Courier, sans-serif;
background-color:blue;
color:white;
font-weight:bold;
Com text transform você pode dizer se quer o texto maiúsculo ou minúsculo.
text-transform:uppercase;
}
#link-principal:hover {
background-color:green;
}
#link-principal:visited {
color:white;
}
#link-principal:active {
font-weight: normal;
}
Formata um quadrado fixo, para inserirmos um elemento float dentro dele. A tag float serve
para fazer um elemento flutuar dentro do elemento em que ele se encontra.
.fixo {
width:100px;
height:100px;
background-color:blue;
}
Insere um elemento flutuante dentro da DIV cuja classe é ‘fixo’. Esse elemento flutua à direita
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

dessa DIV.
#flutuando1 {
width:30px;
height:90px;
background-color:yellow;
float:right;
}
Insere um elemento flutuante dentro da DIV cuja classe é ‘fixo’. Esse elemento flutua à
esquerda dessa DIV.
#flutuando2 {
width:30px;
height:90px;

27
background-color:yellow;
float:left;
}
Posição absoluta significa que o elemento será posicionado relativamente ao parente mais
próximo, cuja position não seja static.
#absolute-position1 {
width:40px;
height:40px;
background-color:yellow;
position:absolute;
margin:30px 0px 0px 50px;
}

#FicaDica
Trabalhe com divs ao invés de tables: A não ser que seu dados sejam realmente tabeláveis, não utilize tables!
Para a construção de templates e posicionamento de elemento trabalhe sempre com Divs! Se você tem algu-
ma dúvida, consulte o artigo sobre posicionamento de Divs.

EXERCÍCIO COMENTADO
1. (CNJ 2013 - CESPE - TÉCNICO JUDICIÁRIO - PROGRAMAÇÃO DE SISTEMAS) Julgue os itens seguintes, acerca de
conceitos de tecnologias web, como webservices, Ajax, XML, DHTML, CSS.
O CSS (cascading style sheets) é uma linguagem de script interativa, orientada aos objetos contidos em uma página HTML.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Resposta: Errado
O CSS é uma folha de estilos, é nele que posso definir os padrões de estilos da minha página

2. (CNJ 2013 - CESPE - ANALISTA JUDICIÁRIO - ANÁLISE DE SISTEMAS). Em relação às tecnologias empregadas em
portais corporativos, julgue os itens que se seguem.
O CSS é uma linguagem de estilo que permite separar o formato e o conteúdo de documentos. Entretanto, as definições
do CSS não são suportadas igualmente por todos os navegadores.

( ) CERTO ( ) ERRADO
Resposta: Certo
A afirmação acima é totalmente adequada

XML 1.1

Do inglês eXtensible Markup Language, é uma linguagem de marcação recomendada pela W3C para a criação de
documentos com dados organizados hierarquicamente, tais como textos, banco de dados ou desenhos vetoriais. A
linguagem XML é classificada como extensível porque permite definir os elementos de marcação, pode-se definir uma
linguagem de marcação como um agregado de códigos que podem ser aplicados a dados ou textos para serem lidos por
computadores ou pessoas. Por exemplo, o HTML é uma linguagem de marcação para organizar e formatar um website,
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

já o XML tem o mesmo conceito, mas para padronizar uma sequência de dados com o objetivo de organizar, separar o
conteúdo e integrá-lo com outras linguagens.
O XML traz uma sintaxe básica que pode ser utilizada para compartilhar informações entre diferentes computadores e
aplicações. Quando combinado com outros padrões, torna possível definir o conteúdo de um documento separadamente de
seu formato, tornando simples para reutilizar o código em outras aplicações para diferentes propósitos, como por exemplo
auxiliar os sistemas de informação no compartilhamento de dados (especialmente via internet), codificar documentos e
inserir seriais nos dados comparando o texto com o de outras linguagens baseadas em serialização.
Vejamos um exemplo de documento XML (vamos dar a ele o nome de aviso.xml ), e a seguir vamos analisar cada linha
de código:

<?xml version=”1.1”?>
<aviso>

28
<para>Pietra data=”08/03/2018”</para>
<de>Ovidio</de>
<cabecalho>Lembre-se</cabecalho>
<corpo>Parabéns filha! Hoje é dia da mulher!</corpo>
</aviso>
<?xml version=”1.1”?>
Esta primeira linha do documento é uma declaração XML e deve sempre ser incluida pois define a versão XML do
documento. Neste caso estamos especificando a versão 1.1 da XML.
<aviso>
Esta linha define o primeiro elemento do documento – o elemento raiz.(nó raiz)
<para>Pietra data=”08/03/2018”</para>
<de>Ovidio</de>
<cabecalho>Lembre-se</cabecalho>
<corpo>Parabéns! Hoje é dia da mulher!</corpo>
Estas quatro linhas definem 4 elementos filhos da raiz ( para, de, cabeçalho e corpo)
</aviso>
A última linha define o fim do elemento raiz.

EXERCÍCIO COMENTADO
1. (Questão 52 - MPU Analista: Especialidade Atuarial CESPE 2010)
Antes de permitir a execução do complemento MSXML 5.0, recomenda-se que o usuário clique a opção e,
em seguida, clique Ativar Filtragem InPrivate para executar o antivírus do IE 8.0.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Resposta: ERRADO
A Navegação InPrivate permite que você navegue na Web sem deixar vestígios no Internet Explorer. Isso ajuda a impedir
que as outras pessoas que usam seu computador vejam quais sites você visitou e o que você procurou na Web. Para
iniciar a Navegação InPrivate, acesse a página Nova Guia ou clique no botão Segurança.

2. (Questão 56 - MPU Analista: Especialidade Atuarial CESPE 2010) A mensagem de alerta exibida na figura, introduzida
pelo símbolo , refere-se ao complemento MSXML 5.0 e solicita permissão do usuário para que esse complemento seja
instalado no computador. Existem, no entanto, complementos que podem ser instalados sem o conhecimento do usuário,
quando, por exemplo, for parte de outro programa instalado anteriormente.

CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

29
Com base na figura acima, que apresenta um texto em edição no Microsoft Word 2007 (MS Word 2007), julgue os próximos
itens, relativos à edição de textos e planilhas.
( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: CERTO
O complemento MSXML 5.0 na verdade não é instalado no computador, ele apenas é executado. Observando-se que
em momento nenhum a mensagem de alerta pede a instalação do complemento; ela pede apenas permissão para que
o complemento seja executado. Alguns complementos precisam ser instalados, outros não, e o MSXML 5.0 não precisa.
Instalação e execução são conceitos diferentes que a banca acabou confundindo.

Considerando a situação mostrada na figura acima, que reproduz parte de uma janela do MPU no Internet Explorer, julgue
os itens seguintes.

3. (Questão 27 - MPU Técnico: Especialidade Administração CESPE 2013). O complemento MSXML, exibido como
alerta na página acima, indica a existência de vírus, não devendo, portanto, ser executado.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: ERRADO
O alerta é apenas relativo à existência de conteúdo na página em questão que precisa ser executado por meio do plugin
(complemento) de execução de XML (linguagem de marcação estendida, que deu origem ao HTML).

Json (ECMA-404)

Pode-se definir JSON (Javascript Object Notation) como um modelo para armazenamento e transmissão de informações
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

no formato texto, independente de qualquer linguagem de programação. 


Este formato é nativo do Javascript e é de uso extremamente fácil. Podemos utilizar este formato em diversas plataformas
de desenvolvimento, sendo que o mais usual seria por aplicações Web, devido a sua capacidade de estruturar informações
de uma forma bem mais compacta do que o modelo XML, tornando mais rápido o “parsing” (processo de analisar uma
sequência de entrada dessas informações) dessas informações. 

FIQUE ATENTO!
É importante lembrarmos que existem uma variedade de opções de protocolos abertos padronizados, tais
como SOAP, XML, entre outros, que podem ser adotados e isso vai depender da finalidade e dos requisitos
da sua aplicação.

30
Destaca-se como algumas características marcantes: { 
• Auto-Descritivo;   “nome”: “Ovidio Lopes”, 
• Simples e mais rápido; “documento”: “301.235.878-48”, 
• Hieráquico (valores dentro de valores); “sexo”: “masculino”, 
• Pode ser Analisado pelo Javascript; “tipopessoa”: [“juridica”, “fisica”]    
• Os dados podem ser transportados usando o }
AJAX; Para Valor nulo basta referenciar valores nulos basta
• Não utiliza a tag de fechamento; utilizar a palavra “null”.
• Utiliza matrizes (diferente do XML);
• Não possui palavras reservadas;
• Possui “parser” nas principais linguagens e nave- Angular.js 1.6.x
gadores.
É um framework baseado no pattern MVW (Model,
Algumas regras de sintaxe, como: os dados são definidos View, Whatever) onde a Model é a camada que representa
aos pares no formato “nome: valor”, são separados por as entidades da app, as Views seriam a camada de
vírgulas, as chaves { } contém objetos e os colchetes [ ]
apresentação e Whatever seria qualquer coisa que você
expressam matrizes e vetores.
queira chamar as Controllers e os Services.
 Exemplo: “razaosocial”: “the club”
Views são as tags html, já as diretivas, são os atributos
Para valores do tipo texto devemos inserir a aspas especiais que grudam as Views com as controllers do
duplas ( “ “ ). Angular. Vamos ver o exemplo abaixo:
Exemplo: “razaosocial”: “Canal do Ovidio”
<!doctype html>
Para valores reais não utilizamos aspas. 1
<html ng-app>
Exemplo: “distancia”: 5.92 2
<body>
3
 <div>
Para valor negativo não utilizamos aspas. 4
        <label>Name:</label>
Exemplo: “grau”: -8 5
        <input type=”text” ng-model=”yourName”
6
placeholder=”Enter a name here”>
Para Valor booleano não utilizamos aspas. 7
 <hr>
Exemplo: “status”: false 8
 <h1>Hello {{yourName}}!</h1>
9
 </div>
A partir dos tipos básicos, é possível construir tipos 10
 </body>
complexos: array e objeto. Os arrays são delimitados por 11
</html>
colchetes [  ], com seus elementos separados entre vírgulas.
Os Valores Array de Strings são delimitados por
colchetes, vírgula e aspas duplas. Perceba nas linhas destacadas vemos dois elementos
Exemplo: que não pertencem ao nosso bom o velho html, as direti-
[ vas ng-app e ng-model.
“SIM”, “NÃO”, “TALVEZ”, “QUEM SABE” ng-app: “Sinaliza” para o Angular que a partir daquele
] ponto é iniciada nossa aplicação.
Valores de Array de Inteiros ng-model: Liga o valor inserido no campo com o
Os valores são delimitados por colchetes e vírgula. valor apresentado entre chaves (curly braces ou double
Exemplo: mustaches). Quando um valor é passado de dentro do
[ framework para a view chamamos isso de Data-binding.
1, 10, 20, 30, 40, 50 Calma.. Vamos falar mais disso depois.
] Diretivas mais comuns
ng-repeat: Itera entre elementos criando uma repetição
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

Os valores de Matriz de Inteiros são delimitados por de resultados. Muito comum quando você tem uma lista de
colchetes e vírgula. objetos e quer mostra-los na View.
 
Exemplo:
1
[
2 <ul>
 [1,2], [10. 20], [20,30]
] 3  <li ng-repeat=”cor in cores”>
4         {{cor}}
Já os objetos são especificados entre chaves e podem 5     </li>
ser compostos por múltiplos pares nome/valor, por arrays 6 </ul>
e também por outros objetos. Desta forma, um objeto 7
JSON pode representar, virtualmente, qualquer tipo de
informação.

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ng-click: Invoca o evento click de uma objeto na View. Node resolve esta questão trocando a maneira como a
Muito comum quando queremos executar uma função conexão é tratada no servidor. Ao invés de criar uma nova
presente em nossa controller. OS threads a cada conexão (e alocar a memória anexa a
ela), cada conexão dispara um evento executado dentro
<button class=”btn btn-primary” ng-
1 da engine de processos do Node. Node afirma que nunca
click=”btnClick()”>Click aqui</button>
vai dar deadlock, já que não há bloqueios permitidos, e
ele não bloqueia diretamente para chamadas de I/O. Node
ng-show / ng-hide: Exibe ou oculta um determinado também alega que um servidor rodando ele pode suportar
item da view. dezenas de milhares de conexões simultâneas.
Então, agora que você tem um programa que pode
manipular dezenas de milhares de conexões simultâneas,
#FicaDica o que você pode realmente fazer com o Node? Seria
incrível se você tivesse uma aplicação web que necessitasse
O Angular abstrai muito o uso do JavaScript,
desta quantidade de conexões. Este é um daqueles tipos
provendo inclusive algumas funções auxiliares,
de problema: “se você tem um problema, não é mais um
mas você precisará entender bem o assincro- problema”.
nismo. O Node roda em uma JavaScript V8 VM

Rest
Node.js 6.11.3
Representational State Transfer, abreviado como REST,
Node.js é uma plataforma construída sobre o não é uma tecnologia, uma biblioteca, e nem tampouco
motor JavaScript do Google Chrome para facilmente uma arquitetura, mas sim um modelo a ser utilizado para
construir aplicações de rede rápidas e escaláveis.  Node. se projetar arquiteturas de software distribuído, baseadas
js  usa um modelo de I/O direcionada a evento não em comunicação via rede.
bloqueante que o torna leve e eficiente, ideal para REST é um dos modelos de arquitetura que foi descrito
aplicações em tempo real com troca intensa de dados por Roy Fielding, um dos principais criadores do protocolo
através de dispositivos distribuídos. HTTP, em sua tese de doutorado e que foi adotado como
Na JSConf 2009 Européia, um programador jovem o modelo a ser utilizado na evolução da arquitetura do
chamado Ryan Dahl, apresentou um projeto em que protocolo HTTP.
Muitos desenvolvedores perceberam que também
estava trabalhando. Este projeto era uma plataforma que
poderiam utilizar o modelo REST para a implementação
combinava a máquina virtual  JavaScript V8  da Google e
de Web Services, com o objetivo de se integrar aplicações
um laço de eventos. O projeto apontava para uma direção
pela Web, e passaram a utilizá-lo como uma alternativa
diferente das outras plataformas em JavaScript que rodam ao SOAP.
no servidor: todos I/O primitivos são orientado a evento. REST na verdade pode ser considerado como um
Aproveitando o poder e a simplicidade do Javascript, isso conjunto de princípios, que quando aplicados de maneira
tornou tarefas difíceis de escrever aplicações assíncronas correta em uma aplicação, a beneficia com a arquitetura e
em tarefas fáceis. Desde quando foi aplaudido de pé no padrões da própria Web.
final do seu discurso, o projeto de Dahl tem recebido uma O principal benefício de um esquema de nomes
popularidade e uma aprovação sem precedentes. consistente para as coisas é que você não tem que criar
Node  estabeleceu o objetivo número um que é o seu próprio esquema - você pode confiar em um que
“fornecer uma maneira fácil para construir programas de já tenha sido definido, trabalha muito bem em escala
rede escaláveis”. Qual é o problema com os programas global e é entendido por praticamente qualquer um. Se
servidores atuais? Vamos fazer os cálculos. Em linguagens você considerar um objeto arbitrário de alto nível com a
como Java™ e PHP, cada conexão cria uma nova thread que última aplicação que você construiu (assumindo que não
potencialmente tem anexado 2 MB de memória com ela. foi construído de forma RESTful), e quase certo que havia
Em um sistema que tenha 8 GB de RAM, isso põe o número muitos casos de uso onde você deve ter lucrado com
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máximo teórico de conexões concorrentes a cerca de 4.000 isso. Se a sua aplicação incluir uma abstração de Cliente,
usuários. E quando o número de usuários aumenta, se por exemplo, eu estou quase certo de que os usuários
você quer que sua aplicação web suporte mais usuários, gostariam de poder enviar um link para um determinado
você tem que adicionar mais e mais servidores. Somado cliente via e-mail, para um colega de trabalho, criar um
a estes custos também podem haver possíveis problemas favorito para ele no seu navegador, ou mesmo anotá-la em
técnicos: um usuário pode usar diferentes servidores para um pedaço de papel. Para esclarecer melhor, imagine que
cada requisição, então cada recurso compartilhado deve decisão de negócio terrivelmente ruim teria sido se uma
ser compartilhado para todos os servidores. Por todas estas loja on-line como a amazon.com não identificasse cada um
rações, o gargalho em toda a arquitetura de aplicações dos seus produtos com um ID único (uma URI).
web (incluindo velocidade de tráfego, velocidade do Veja a seguir o padrão de utilização dos métodos HTTP
em um serviço REST, que é utilizado pela maioria das
processador e velocidade da memória) é o número de
aplicações e pode ser considerado uma boa prática. Como
conexões concorrentes que o servidor pode manipular.
exemplo será utilizado um recurso chamado Cliente.

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Método URI Utilização
GET /clientes Recuperar os dados de todos os clientes.

GET /clientes/id Recuperar os dados de um determinado cliente.

POST /clientes Criar um novo cliente.


PUT /clientes/id Atualizar os dados de um determinado cliente.
DELETE /clientes/id Excluir um determinado cliente.

Como boa prática, em relação aos métodos do protocolo HTTP, evite utilizar apenas o método POST nas requisições
que alteram o estado no servidor, tais como: cadastro, alteração e exclusão, e principalmente, evite utilizar o método GET
nesses tipos de operações, pois é comum os navegadores fazerem cache de requisições GET, as disparando antes mesmo
do usuário clicar em botões e links em uma pagina HTML.
Os recursos ficam armazenados pela aplicação que os gerencia. Quando são solicitados pelas aplicações clientes, por
exemplo em uma requisição do tipo GET, eles não “abandonam” o servidor, como se tivessem sido transferidos para os
clientes. Na verdade, o que é transferido para a aplicação cliente é apenas uma representação do recurso.
Um recurso pode ser representado de diversas maneiras, utilizando-se formatos específicos, tais como XML, JSON,
HTML, CSV, dentre outros. Exemplo de representação de um recurso no formato XML.

<cliente>
  <nome>Ovidio</nome>
  <email>canaldoovidio@gmail.com</email>
  <sexo>Masculino</sexo>
  <endereco>
    <cidade>Guarulhos</cidade>
    <uf>SP</uf>
  </endereco>
</cliente>

A comunicação entre as aplicações é feita via transferência de representações dos recursos a serem manipulados. Uma
representação pode ser também considerada como a indicação do estado atual de determinado recurso.
Essa comunicação feita via transferência de representações dos recursos gera um desacoplamento entre o cliente e o
servidor, algo que facilita bastante a manutenção das aplicações.

MANIPULAÇÃO E VISUALIZAÇÃO DE DADOS: LINGUAGEM R 3.4.2 E R STUDIO 5.1, OLAP

A visualização é essencial na análise de dados. Ela estabelece uma linha de frente nesse campo e revela a complexa
estrutura dos dados, impossível de ser assimilada de outras formas. Por meio dela, descobrimos efeitos que não foram
imaginados, assim como desafiamos os que já imaginamos.
(Hobart Press)— William S. Cleveland (do Visualizing Data)
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Os dados por si só, bits e bytes armazenados em um disco rígido, são invisíveis. Para avaliá-los e encontrar neles algum
sentido, precisamos primeiro visualizá-los. Nesta seção, vou adotar uma interpretação ampla do termo visualização, que
inclui até mesmo puras representações textuais dos dados. Por exemplo, o simples fato de você abrir um conjunto de dados
em um programa de planilhas pode ser considerado uma visualização de dados. Assim, o que era invisível transforma-se
em uma “figura” na sua tela. A questão não deveria ser se os jornalistas precisam ou não visualizar os dados, mas sim que
tipo de visualização é mais útil em cada situação.
Em outras palavras: quando vale a pena ir além da visualização em tabelas? A resposta é curta: quase sempre. Tabelas
definitivamente não são suficientes para dar uma visão geral de um conjunto de dados. E, sozinhas, não permitem identificar
padrões imediatamente. O exemplo mais comum são padrões geográficos, que podem ser notados apenas depois de
visualizar os dados em um mapa. Mas também existem outros tipos de padrões, que veremos mais adiante.

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R 3.4.2 e R Studio 5.1 Os dados são armazenados de forma multidimensional.
• HOLAP (OLAP Híbrido):
R é uma linguagem e um ambiente de desenvolvimento Uma combinação dos métodos ROLAP e MOLAP.
integrado, para cálculos estatísticos e gráficos. • DOLAP (OLAP Desktop):
Foi criada originalmente por Ross Ihaka e por Robert
Gentleman no departamento de Estatística da universidade O conjunto de dados multidimensionais deve ser
de Auckland, Nova Zelândia, e foi desenvolvido por um criado no servidor e transferido para o desktop. Permite
esforço colaborativo de pessoas em vários locais do mundo portabilidade aos usuários OLAP que não possuem acesso
. direto ao servidor.
O nome R provêm em parte das iniciais dos criadores e Os métodos mais comuns de armazenamento de dados
também de um jogo figurado com a linguagem S (da Bell utilizados pelos sistemas OLAP são ROLAP e MOLAP, a
Laboratories, antiga AT&T). única diferença entre eles é a tecnologia de banco de dados.
R é uma linguagem e ambiente similar ao S – pode ser O ROLAP usa a tecnologia RDBMS (Relational DataBase
considerado uma implementação distinta do S; embora Management System), na qual os dados são armazenados
com importantes diferenças, muitos códigos escritos para em uma série de tabelas e colunas. Enquanto o MOLAP usa
o S rodam inalterados no R. A implementação comercial de a tecnologia MDDB(MultiDimensional Database), onde os
S é S-PLUS. dados são armazenados em arrays multidimensionais.
O código fonte do R está disponível sob a licença GNU4 Os dois fornecem uma base sólida para análise e
5 GPL e as versões binárias pré-compiladas são fornecidas apresentam tanto vantagens quanto desvantagens. Para
para Windows, Macintosh, e muitos sistemas operacionais se escolher entre os dois métodos deve-se levar em
Unix/Linux. consideração os requisitos e a abrangência do aplicativo a
R é também altamente expansível com o uso dos ser desenvolvido.
pacotes, que são bibliotecas para funções específicas ou ROLAP é mais indicado para DATA WAREHOUSE pelo
áreas de estudo específicas. grande volume de dados, a necessidade de um maior
Um conjunto de pacotes é incluído com a instalação de número de funções e diversas regras de negócio a serem
R, com muito outros disponíveis na rede de distribuição do aplicadas.
R (em inglês CRAN).
A linguagem R é largamente usada entre estatísticos
e data miners para desenvolver software de estatística e #FicaDica
análise de dados. Inquéritos e levantamentos de data
miners mostram que a popularidade do R aumentou ROLAP
substancialmente nos últimos anos.  Ponto positivo: Dados são constantemente
alterados/atualizados.
OLAP Ponto negativo: Para uma análise multidimen-
sional, várias tabelas precisam ser processadas,
OLAP On-Line Analytical Processing (Processamento o que acaba gerando alto tempo de resposta.
Analítico On-Line) é um conceito de interface com o MOLAP
usuário que proporciona a capacidade de ter idéias sobre Ponto positivo: Maior velocidade quando com-
os dados, permitindo analisá-los profundamente em parado com ROLAP.
diversos ângulos. As funções básicas do OLAP são: Ponto negativo: Grande quantidade de dados.
• Visualização multidimensional dos dados;
• Exploração;
• Rotação; MOLAP é mais indidado para DATA MARTS, onde os
• Vários modos de visualização. dados são mais específicos e o aplicativo será direcionado
O OLAP e o Data Warehouse são destinados a na análise com dimensionalidade limitada e pouco
trabalharem juntos, enquanto o DW armazena as detalhamento das informações.
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informações de forma eficiente, o OLAP deve recuperá-las Para se fazer uma comparação básica entre os dois
com a mesma eficiência, porém com muita rapidez. As duas métodos, as regras mais importantes são desempenho da
tecnologias se complementam, ao ponto de que um Data consulta e desempenho do carregamento.
Warehouse para ser bem sucedido, já na sua concepção, O MOLAP fornece uma resposta rápida para praticamente
deve levar em consideração o que se deseja apresentar na qualquer consulta, pois no modelo multidimensional são
interface OLAP. gerados previamente todas as combinações e resumos
O OLAP é uma interface com o usuário e não uma possíveis.
forma de armazenamento de dados, porém se utiliza do O ROLAP responde às consultas da mesma forma que os
armazenamento para poder apresentar as informações. aplicativos RDBMSs, a velocidade da resposta depende da
Os métodos de armazenamento são: informação desejada, pois a maior parte do processamento
• ROLAP (OLAP Relacional): é feito em tempo de execução tendo em vista que os dados
Os dados são armazenados de forma relacional. pré-calculados e resumidos geralmente não atendem a
• MOLAP (OLAP Multidimensional): todas as solicitações dos usuários.

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O MOLAP necessita de um longo período para execução da carga de dados, raramente esta carga é diária devido ao
grande volume de informações a serem atualizadas para possibilitar um retorno rápido às consultas da inferface OLAP.
O ROLAP possibilita um carregamento mais rápido devido à estrutura de tabelas e colunas, menos complexa em
comparação à estrutura de arrays utilizada pelo MOLAP. Outro fator importante na rapidez da carga é o número menor de
informações pré-calculadas e resumidas.

EXERCÍCIO COMENTADO

1.(TRE/CE 2012 - FCC - ANALISTA JUDICIÁRIO - ANÁLISE DE SISTEMAS) Os sistemas OLAP materializam seletivamente
as visões estratégicas a fim de alcançar respostas rápidas às consultas. Uma das fórmulas utilizadas em relação às visões é
a fórmula de Cardenas que se aplica

a) à estimativa do número de linhas em uma visão.


b) ao cálculo da quantidade de visões em um DW em relação a cada necessidade.
c) à quantidade de tabelas dimensão necessárias para cada tabela fato.
d) ao número de colunas nas tabelas fato em relação às tabelas dimensão que as geram.
e) à quantidade de chaves identificadoras nas tabelas fato diretamente relacionadas à quantidade de visões que irão gerar.

Resposta: Letra A
Os sistemas OLAP materializam seletivamente as visões estratégicas a fim de alcançar respostas rápidas às consultas.
Uma das fórmulas utilizadas em relação às visões é a fórmula de Cardenas que se aplica à estimativa do número de linhas
em uma visão.

2. (Questão 34 - Escrivão de Polícia CESPE 2013) Se uma solução de armazenamento embasada em hard drive externo de
estado sólido usando USB 2.0 for substituída por uma solução embasada em cloud storage, ocorrerá melhoria na tolerância
a falhas, na redundância e na acessibilidade, além de conferir independência frente aos provedores de serviços contratados.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: ERRADO.
Não há “maior independência frente aos provedores de serviço contratados”, pois o acesso aos dados dependerá do
provedor de serviços de nuvem no qual seus dados ficarão armazenados, qualquer que seja a nuvem. Independência
para mudar de fornecedor, quando existente, não implica em dizer que o usuário fica independente do fornecedor que
esteja usando no momento.

CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

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MS EXCEL 2013

O Excel é uma poderosa planilha eletrônica para gerir e avaliar dados, realizar cálculos simples ou complexos e rastrear
informações. Ao abri-lo, é possível escolher entre iniciar a partir de documento em branco ou permitir que um modelo faça
a maior parte do trabalho por você.
Na tela inicial do Excel, são listados os últimos documentos editados (à esquerda), opção para criar novo documento em
branco e ainda, são sugeridos modelos para criação de novos documentos (ao centro).
Ao selecionar a opção de Pasta de Trabalho em Branco você será direcionado para a tela principal, composta pelos
elementos básicos apontados na figura 106, e descritos nos tópicos a seguir.

 Figura 4: Tela Principal do Excel 2013


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Barra de Títulos: A linha superior da tela é a barra de títulos, que mostra o nome da pasta de trabalho na janela. Ao
iniciar o programa aparece Pasta 1 porque você ainda não atribuiu um nome ao seu arquivo.

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Faixa de Opções: Desde a versão 2007 do Office, os menus e barras de ferramentas foram substituídos pela Faixa de
Opções. Os comandos são organizados em uma única caixa, reunidos em guias. Cada guia está relacionada a um tipo de
atividade e, para melhorar a organização, algumas são exibidas somente quando necessário.

 Figura 5: Faixa de Opções

Barra de Ferramentas de Acesso Rápido: A Barra de Ferramentas de Acesso Rápido fica posicionada no topo da tela
e pode ser configurada com os botões de sua preferência, tornando o trabalho mais ágil.

 Figura 6: Barra de Ferramentas de Acesso Rápido

Adicionando e Removendo Componentes: Para ocultar ou exibir um botão de comando na barra de ferramentas
de acesso rápido podemos clicar com o botão direito no componente que desejamos adicionar, em qualquer guia. Será
exibida uma janela com a opção de Adicionar à Barra de Ferramentas de Acesso Rápido.
Temos ainda outra opção de adicionar ou remover componentes nesta barra, clicando na seta lateral. Na janela
apresentada temos várias opções para personalizar a barra, além da opção Mais Comandos..., onde temos acesso a todos
os comandos do Excel.

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 Figura 7: Adicionando componentes à Barra de Ferramentas de Acesso Rápido

Para remoção do componente, selecione-o, clique com o botão direito do mouse e escolha Remover da Barra de
Ferramentas de Acesso Rápido.

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Barra de Status: Localizada na parte inferior da tela, a barra de status exibe mensagens, fornece estatísticas e o status
de algumas teclas. Nela encontramos o recurso de Zoom e os botões de “Modos de Exibição”.

 Figura 8: Barra de Status

Clicando com o botão direito sobre a barra de status, será exibida a caixa Personalizar barra de status. Nela podemos
ativar ou desativar vários componentes de visualização.

 Figura 9: Personalizar Barra de Status

Barras de Rolagem: Nos lados direito e inferior da região de texto estão as barras de rolagem. Clique nas setas para
cima ou para baixo para mover a tela verticalmente, ou para a direita e para a esquerda para mover a tela horizontalmente,
e assim poder visualizar toda a sua planilha.
Planilha de Cálculo: A área quadriculada representa uma planilha de cálculos, onde você fará a inserção de dados e
fórmulas para colher os resultados desejados.
Uma planilha é formada por linhas, colunas e células. As linhas são numeradas (1, 2, 3, etc.) e as colunas nomeadas com
letras (A, B, C, etc.).
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 Figura 10: Planilha de Cálculo

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Cabeçalho de Coluna: Cada coluna tem um cabeçalho, que contém a letra que a identifica. Ao clicar na letra, toda a
coluna é selecionada.
Ao dar um clique com o botão direito do mouse sobre o cabeçalho de uma coluna, aparecerá o menu pop-up, onde as
opções deste menu são as seguintes:

-Formatação rápida: a caixa de formatação rápida permite escolher a formatação de fonte e formato de dados, bem
como mesclagem das células (será abordado mais detalhadamente adiante).
-Recortar: copia toda a coluna para a área de transferência, para que possa ser colada em outro local determinado e,
após colada, essa coluna é excluída do local de origem.
-Copiar: copia toda a coluna para a área de transferência, para que possa ser colada em outro local determinado.
-Opções de Colagem: mostra as diversas opções de itens que estão na área de transferência e que tenham sido
recortadas ou copiadas.
-Colar especial: permite definir formatos específicos na colagem de dados, sobretudo copiados de outros aplicativos.
-Inserir: insere uma coluna em branco, exatamente antes da coluna selecionada.
-Excluir: exclui toda a coluna selecionada, inclusive os dados nela contidos e sua formatação.
-Limpar conteúdo: apenas limpa os dados de toda a coluna, mantendo a formatação das células.
-Formatar células: permite escolher entre diversas opções para fazer a formatar as células (será visto detalhadamente
adiante).
-Largura da coluna: permite definir o tamanho da coluna selecionada.
-Ocultar: oculta a coluna selecionada. Muitas vezes uma coluna é utilizada para fazer determinados cálculos, necessários
para a totalização geral, mas desnecessários na visualização. Neste caso, utiliza-se esse recurso.
-Re-exibir: reexibe colunas ocultas.

Cabeçalho de Linha: Cada linha tem também um cabeçalho, que contém o número que a identifica. Clicando no
cabeçalho de uma linha, esta ficará selecionada.

 Figura 11: Cabeçalho de linha

#FicaDica
Célula: As células, são as combinações entre linha e colunas. Por exemplo, na coluna A, linha 1, temos a
célula A1. Na Caixa de Nome, aparecerá a célula onde se encontra o cursor.
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

Célula: As células, são as combinações entre linha e colunas. Por exemplo, na coluna A, linha 1, temos a célula A1. Na
Caixa de Nome, aparecerá a célula onde se encontra o cursor.
Caixa de Nome: Você pode visualizar a célula na qual o cursor está posicionado através da Caixa de Nome, ou, ao
contrário, pode clicar com o mouse nesta caixa e digitar o endereço da célula em que deseja posicionar o cursor. Após dar
um “Enter”, o cursor será automaticamente posicionado na célula desejada.

Guias de Planilhas: Em versões anteriores do Excel, ao abrir uma nova pasta de trabalho no Excel, três planilhas já eram
criadas: Plan1, Plan2 e Plan3. Nesta versão, somente uma planilha é criada, e você poderá criar outras, se necessitar. Para
criar nova planilha dentro da pasta de trabalho, clique no sinal + ( ). Para alternar entre as planilhas,
basta clicar sobre a guia, na planilha que deseja trabalhar.

Você verá, no decorrer desta lição, como podemos cruzar dados entre planilhas e até mesmo entre pastas de trabalho
diferentes, utilizando as guias de planilhas.

39
Ao posicionar o mouse sobre qualquer uma das planilhas existentes e clicar com o botão direito aparecerá um menu
pop up.

 Figura 12: Menu Planilhas

As funções deste menu são as seguintes:


-Inserir: insere uma nova planilha exatamente antes da planilha selecionada.
-Excluir: exclui a planilha selecionada e os dados que ela contém.
-Renomear: renomeia a planilha selecionada.
-Mover ou copiar: você pode mover a planilha para outra posição, ou mesmo criar uma cópia da planilha com todos os
dados nela contidos.
-Proteger Planilha: para impedir que, por acidente ou deliberadamente, um usuário altere, mova ou exclua dados
importantes de planilhas ou pastas de trabalho, você pode proteger determinados elementos da planilha (planilha: o
principal documento usado no Excel para armazenar e trabalhar com dados, também chamado planilha eletrônica. Uma
planilha consiste em células organizadas em colunas e linhas; ela é sempre armazenada em uma pasta de trabalho.) ou da
pasta de trabalho, com ou sem senha (senha: uma forma de restringir o acesso a uma pasta de trabalho, planilha ou parte
de uma planilha. As senhas do Excel podem ter até 255 letras, números, espaços e símbolos. É necessário digitar as letras
maiúsculas e minúsculas corretamente ao definir e digitar senhas.). É possível remover a proteção da planilha, quando
necessário.
-Exibir código: pode-se criar códigos de programação em VBA (Visual Basic for Aplications) e vincular às guias de
planilhas (trata-se de tópico de programação avançada, que não é o objetivo desta lição, portanto, não será abordado).
-Cor da guia: muda a cor das guias de planilhas.
-Ocultar/Re-exibir: oculta/reexibe uma planilha.
-Selecionar todas as planilhas: cria uma seleção em todas as planilhas para que possam ser configuradas e impressas
juntamente.

Selecionar Tudo: Clicando-se na caixa Selecionar tudo, todas as células da planilha ativa serão selecionadas.
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 Figura 13: Caixa Selecionar Tudo

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Barra de Fórmulas: Na barra de fórmulas são digitadas Outra forma de realizar a multiplicação é através da
as fórmulas que efetuarão os cálculos. seguinte função:
A principal função do Excel é facilitar os cálculos com =mult(B2;c2) multiplica o valor da célula B2 pelo valor
o uso de suas fórmulas. A partir de agora, estudaremos da célula C2.
várias de suas fórmulas. Para iniciar, vamos ter em mente
que, para qualquer fórmula que será inserida em uma Dividir: Para realizarmos a divisão, procedemos de
célula, temos que ter sinal de “=” no seu início. Esse sinal, forma semelhante à subtração e multiplicação. Clicamos
oferece uma entrada no Excel que o faz diferenciar textos no primeiro número, digitamos o sinal de divisão que, para
ou números comuns de uma fórmula. o Excel é a “/” barra, e depois, clicamos no último valor. No
Somar: Se tivermos uma sequência de dados numéricos próximo exemplo, usaremos a fórmula =B3/B2.
e quisermos realizar a sua soma, temos as seguintes formas
de fazê-lo:
Máximo: Mostra o maior valor em um intervalo de
células selecionadas. Na figura a seguir, iremos calcular a
maior idade digitada no intervalo de células de A2 até A5.
A função digitada será = máximo(A2:A5).
Onde: “= máximo” – é o início da função; (A2:A5) –
refere-se ao endereço dos valores onde você deseja ver
qual é o maior valor. No caso a resposta seria 10.
 Figura 14: Soma simples
Mínimo: Mostra o menor valor existente em um
Usamos, nesse exemplo, a fórmula =B2+B3+B4. intervalo de células selecionadas.
Após o sinal de “=” (igual), clicar em uma das células, Na figura a seguir, calcularemos o menor salário
digitar o sinal de “+” (mais) e continuar essa sequência até digitado no intervalo de A2 até A5. A função digitada será
= mínimo (A2:A5).
o último valor.
Onde: “= mínimo” – é o início da função; (A2:A5) –
Após a sequência de células a serem somadas, clicar no
refere-se ao endereço dos valores onde você deseja ver
ícone soma, ou usar as teclas de atalho Alt+=.
qual é o maior valor. No caso a resposta seria R$ 622,00.
A última forma que veremos é a função soma
digitada. Vale ressaltar que, para toda função, um início é
Média: A função da média soma os valores de uma
fundamental:
sequência selecionada e divide pela quantidade de valores
dessa sequência.
= nome da função (
Na figura a seguir, foi calculada a média das alturas de
quatro pessoas, usando a função = média (A2:A4)
Foi digitado “= média (”, depois, foram selecionados os
1 - Sinal de igual. valores das células de A2 até A5. Quando a tecla Enter for
2 – Nome da função. pressionada, o resultado será automaticamente colocado
3 – Abrir parênteses. na célula A6.
Todas as funções, quando um de seus itens for
Após essa sequência, o Excel mostrará um pequeno alterado, recalculam o valor final.
lembrete sobre a função que iremos usar, onde é possível
clicar e obter ajuda, também. Usaremos, no exemplo a Data: Esta fórmula insere a data automática em uma
seguir, a função = soma(B2:B4). planilha.
Lembre-se, basta colocar o a célula que contém o
primeiro valor, em seguida o dois pontos (:) e por último a
célula que contém o último valor.
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Subtrair: A subtração será feita sempre entre dois


valores, por isso não precisamos de uma função específica.
Tendo dois valores em células diferentes, podemos Figura 15: Exemplo função hoje
apenas clicar na primeira, digitar o sinal de “-” (menos) e
depois clicar na segunda célula. Usamos na figura a seguir Na célula C1 está sendo mostrado o resultado da função
a fórmula = B2-B3. =hoje(), que aparece na barra de fórmulas.
Multiplicar: Para realizarmos a multiplicação,
procedemos de forma semelhante à subtração. Clicamos Inteiro: Com essa função podemos obter o valor
no primeiro número, digitamos o sinal de multiplicação inteiro de uma fração. A função a ser digitada é =int(A2).
que, para o Excel é o “*” asterisco, e depois, clicamos no Lembramos que A2 é a célula escolhida e varia de acordo
último valor. No próximo exemplo, usaremos a fórmula com a célula a ser selecionada na planilha trabalhada.
=B2*B3.

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Arredondar para cima: Com essa função, é possível arredondar um número com casas decimais para o número mais
distante de zero.
Sua sintaxe é: = ARREDONDAR.PARA.CIMA(núm;núm_dígitos)
Onde:
Núm: é qualquer número real que se deseja arredondar.
Núm_dígitos: é o número de dígitos para o qual se deseja arredondar núm.

Figura 16: Início da função arredondar para cima

Veja na figura, que quando digitamos a parte inicial da função, o Excel nos mostra que temos que selecionar o num,
ou seja, a célula que desejamos arredondar e, depois do “;” (ponto e vírgula), digitar a quantidade de dígitos para a qual
queremos arredondar.
Na próxima figura, para efeito de entendimento, deixaremos as funções aparentes, e os resultados dispostos na coluna
C:
A função Arredondar.para.Baixo segue exatamente o mesmo conceito.

Resto: Com essa função podemos obter o resto de uma divisão. Sua sintaxe é a seguinte:
= mod (núm;divisor)
Onde:
Núm: é o número para o qual desejamos encontrar o resto.
divisor: é o número pelo qual desejamos dividir o número.

Figura 17: Exemplo de digitação da função MOD

Os valores do exemplo a cima serão, respectivamente: 1,5 e 1.

Valor Absoluto: Com essa função podemos obter o valor absoluto de um número. O valor absoluto, é o número sem
o sinal. A sintaxe da função é a seguinte:
=abs(núm)
Onde: aBs(núm)
Núm: é o número real cujo valor absoluto você deseja obter.
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Figura 18: Exemplo função abs

Dias 360: Retorna o número de dias entre duas datas com base em um ano de 360 dias (doze meses de 30 dias). Sua
sintaxe é:
= DIAS360(data_inicial;data_final)
Onde:
data_inicial = a data de início de contagem.
Data_final = a data a qual quer se chegar.
No exemplo a seguir, vamos ver quantos dias faltam para chegar até a data de 14/06/2018, tendo como data inicial o
dia 05/03/2018. A função utilizada será =dias360(A2;B2)

42
Figura 19: Exemplo função dias360

Vamos usar a Figura abaixo para explicar as próximas funções (Se, SomaSe, Cont.Se)

Figura 20: Exemplo (Se, SomaSe, Cont.se)

Função SE: O SE é uma função condicional, ou seja, verifica SE uma condição é verdadeira ou falsa.

A sintaxe desra função é a seguinte:


=SE(teste_lógico;“valor_se_verdadeiro”;“valor_se_falso”)
=: Significa a chamada para uma fórmula/função
SE: função SE
teste_lógico: a pergunta a qual se deseja ter resposta
“valor_se_verdadeiro”: se a resposta da pergunta for verdadeira, define o resultado “valor_se_falso” se a resposta da
pergunta for falsa, define o resultado
Usando a planilha acima como exemplo, na coluna ‘E’ queremos colocar uma mensagem se o funcionário recebe um
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

salário igual ou acima do valor mínimo R$ 724,00 ou abaixo do valor mínimo determinado em R$724,00.

Assim, temos a condição:

SE VALOR DE C3 FOR MAIOR OU IGUAL a 724, então ESCREVA “ACIMA”, senão ESCREVA “ABAIXO” MOSTRA O
RESULTADO NA CÉLULA E3

Traduzindo a condição em variáveis teremos:

Resultado: será mostrado na célula C3, portanto é onde devemos digitar a fórmula
Teste lógico: C3>=724
Valor_se_verdadeiro: “Acima”

43
Valor_se_falso: “Abaixo”

Assim, com o cursor na célula E3, digitamos:


=SE(C3>=724;”Acima”;”Abaixo”)
Para cada uma das linhas, podemos copiar e colar as fórmulas, e o Excel, inteligentemente, acertará as linhas e colunas
nas células. Nossas fórmulas ficarão assim:
E4 =SE(C4>=724;”Acima”;”Abaixo”)
E5 =SE(C5>=724;”Acima”;”Abaixo”)
E6 =SE(C6>=724;”Acima”;”Abaixo”)
E7 =SE(C7>=724;”Acima”;”Abaixo”)
E8 =SE(C8>=724;”Acima”;”Abaixo”)
E9 =SE(C9>=724;”Acima”;”Abaixo”)
E10 =SE(C10>=724;”Acima”;”Abaixo”)

Função SomaSE: A SomaSE é uma função de soma condicionada, ou seja, SOMA os valores, SE determinada condição
for verdadeira. A sintaxe desta função é a seguinte:

=SomaSe(intervalo;“critérios”;intervalo_soma)

=Significa a chamada para uma fórmula/função


SomaSe: função SOMASE
intervalo: Intervalo de células onde será feita a análise dos dados
“critérios”: critérios (sempre entre aspas) a serem avaliados a fim de chegar à condição verdadeira
intervalo_soma: Intervalo de células onde será verificada a condição para soma dos valores

Exemplo: usando a planilha acima, queremos somar os salários de todos os funcionários HOMENS e mostrar o resultado
na célula D16. E também queremos somar os salários das funcionárias mulheres e mostrar o resultado na célula D17. Para
isso precisamos criar a seguinte condição:

HOMENS:
SE SEXO NO INTERVALO C3 ATÉ C10 FOR MASCULINO, ENTÃO
SOMA O VALOR DO SALÁRIO MOSTRADO NO INTERVALO D3 ATÉ D10
MOSTRA O RESULTADO NA CÉLULA D16

Traduzindo a condição em variáveis teremos:

Resultado: será mostrado na célula D16, portanto é onde devemos digitar a fórmula
Intervalo para análise: C3:C10
Critério: “MASCULINO”
Intervalo para soma: D3:D10
Assim, com o cursor na célula D16, digitamos:
=SOMASE(D3:D10;”masculino”;C3:C10)
MULHERES:
SE SEXO NO INTERVALO C3 ATÉ C10 FOR FEMININO, ENTÃO
SOMA O VALOR DO SALÁRIO MOSTRADO NO INTERVALO D3 ATÉ D10
MOSTRA O RESULTADO NA CÉLULA D17
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

Traduzindo a condição em variáveis teremos:

Resultado: será mostrado na célula D17, portanto é onde devemos digitar a fórmula
Intervalo para análise: C3:C10
Critério: “FEMININO”
Intervalo para soma: D3:D10

Assim, com o cursor na célula D17, digitamos:

=SomaSE(D3:D10;”feminino”;C3:C10)

Função CONT.SE: O CONT.SE é uma função de contagem condicionada, ou seja, CONTA a quantidade de registros, SE
determinada condição for verdadeira. A sintaxe desta função é a seguinte:

44
=CONT.SE(intervalo;“critérios”)

= : significa a chamada para uma fórmula/função


CONT.SE: chamada para a função CONT.SE
intervalo: intervalo de células onde será feita a análise dos dados
“critérios”: critérios a serem avaliados nas células do “intervalo”

Usando a planilha acima como exemplo, queremos saber quantas pessoas ganham R$ 1200,00 ou mais, e mostrar o
resultado na célula D14, e quantas ganham abaixo de R$1.200,00 e mostrar o resultado na célula D15. Para isso precisamos
criar a seguinte condição:

R$ 1200,00 ou MAIS:
SE SALÁRIO NO INTERVALO C3 ATÉ C10 FOR MAIOR OU IGUAL A 1200, ENTÃO
CONTA REGISTROS NO INTERVALO C3 ATÉ C10
MOSTRA O RESULTADO NA CÉLULA D14

Traduzindo a condição em variáveis teremos:

Resultado: será mostrado na célula D14, portanto é onde devemos digitar a fórmula
Intervalo para análise: C3:C10
Critério: >=1200

Assim, com o cursor na célula D14, digitamos:

=CONT.SE(C3:C10;”>=1200”)

MENOS DE R$ 1200,00:
SE SALÁRIO NO INTERVALO C3 ATÉ C10 FOR MENOR QUE 1200, ENTÃO
CONTA REGISTROS NO INTERVALO C3 ATÉ C10
MOSTRA O RESULTADO NA CÉLULA D15

Traduzindo a condição em variáveis teremos:

Resultado: será mostrado na célula D15, portanto é onde devemos digitar a fórmula
Intervalo para análise: C3:C10
Critério: <1200

Assim, com o cursor na célula D15, digitamos:

=CONT.SE(C3:C10;”<1200”)

Observações: fique atento com o > (maior) e < (menor), >= (maior ou igual) e <=(menor ou igual). Se tivéssemos
determinado a contagem de valores >1200 (maior que 1200) e <1200 (menor que 1200), o valor =1200 (igual a 1200) não
entraria na contagem.

Formatação de Células: Ao observar a planilha abaixo, fica claro que não é uma planilha bem formatada, vamos deixar
ela de uma maneira mais agradável.
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

Figura 21: Planilha sem Formatação

45
Vamos utilizar os 3(três) passos apontados na Figura abaixo:

Figura 22: Formatando a planilha

O primeiro passo é mesclar e centralizar o título, para isso utilizamos o botão Mesclar e Centralizar , entre outras opções
de alinhamento, como centralizar, direção do texto, entre outras.

Figura 23: Formatando a planilha (Passo 1)

Em seguida, vamos colocar uma borda no texto digitado, vamos escolher a opção “Todas as bordas”, podemos mudar
o título para negrito, mudar a cor do fundo e/ou de uma fonte, basta selecionar a(s) célula(s) e escolher as formatações.

Figura 24: Formatando a planilha (Passo 2)

Para finalizar essa etapa vamos formatar a coluna C para moeda, que é o caso desse exemplo, porém pode ser realizado
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

vários outros tipos de formatação, como, porcentagem, data, hora, científico, basta clicar no dropbox onde está escrito geral

e escolher.

Figura 25: Formatando a planilha (Passo 3)

O resultado final nos traz uma planilha muito mais agradável e de fácil entendimento:

46
Figura 26: Planilha Formatada

Ordenando os dados: Você pode digitar os dados em qualquer ordem, pois o Excel possui uma ferramenta muito útil
para ordenar os dados.
Ao clicar neste botão, você tem as opções para classificar de A a Z (ordem crescente), de Z a A (ordem decrescente) ou
classificação personalizada.
Para ordenar seus dados, basta clicar em uma célula da coluna que deseja ordenar, e selecionar a classificação crescente
ou decrescente. Mas cuidado! Se você selecionar uma coluna inteira, nas versões mais antigas do Excel, você irá classificar
os dados dessa coluna, mas vai manter os dados das outras colunas onde estão. Ou seja, seus dados ficarão alterados. Nas
versões mais novas, ele fará a pergunta, se deseja expandir a seleção e dessa forma, fazer a classificação dos dados junto
com a coluna de origem, ou se deseja manter a seleção e classificar somente a coluna selecionada.

#FicaDica
Filtrando os dados: Ainda no botão temos a opção FILTRO. Ao selecionar esse botão, cada uma das colu-
nas da nossa planilha irá abrir uma seta para fazer a seleção dos dados que desejamos visualizar. Assim,
podemos filtrar e visualizar somente os dados do mês de Janeiro ou então somente os gastos com contas
de consumo, por exemplo.

Grupo ferramentas de dados:


- Texto para colunas: separa o conteúdo de uma célula do Excel em colunas separadas.
- Remover duplicatas: exclui linhas duplicadas de uma planilha - Validação de dados: permite especificar valores inválidos
para uma planilha. Por exemplo, podemos especificar que a planilha não aceitará receber valores menores que 10.
- Consolidar: combina valores de vários intervalos em um novo intervalo.
- Teste de hipóteses: testa diversos valores para a fórmula na planilha.

Gráficos: Outra forma interessante de analisar os dados é utilizando gráficos. O Excel monta os gráficos rapidamente e
é muito fácil. Na Guia Inserir da Faixa de Opções, temos diversas opções de gráficos que podem ser utilizados.

CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

Figura 27: Gráficos

47
Utilizando a planilha da Concessionária Grupo Nova, teremos o seguinte gráfico escolhido:

Figura 28: Gráfico de Colunas – 3D

Redimensione o gráfico clicando com o mouse nas bordas para aumentar de tamanho. Reposicione o gráfico na página,
clicando nas linhas e arrastando até o local desejado.

EXERCÍCIO COMENTADO
1. (QUESTÃO 21 – TRT-6ª REGIÃO – ANALISTA JUDICIÁRIO: ÁREA JUDICIÁRIA – FCC – 2018) A planilha abaixo, criada
no Microsoft Excel 2010, em português, mostra o pagamento hipotético de honorários periciais a um perito trabalhista.
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

Na célula E3 foi digitada uma fórmula que aplica ao valor contido na célula D3 o percentual de aumento contido na
célula E1. Após a fórmula ser corretamente digitada, ela foi copiada puxando-se a alça da célula E3 para baixo, até a célula
E5, gerando os resultados corretos automaticamente. A fórmula digitada foi:

48
a) =SOMA((D3+D3)*E1)
b) =D3+D3*E$1
c) =AUMENTO(D3+D3;E1)
d) =D3+(D3*$E1)
e) =D3+D3*E1

Resposta: Alternativa B
Na célula E3 foi digitada uma fórmula que aplica ao valor contido na célula D3 o percentual de aumento contido na
célula E1.
Esse percentual tem de ser aplicado no cálculo das células E4 e E5, o que significa que têm-se que referenciar a célula
E1, pode-se usar, portanto, o operador de referência absoluta $ para ficar a célula. A única alternativa que referência de
forma correta é a B, não é necessário referenciar a coluna, é necessário fixar somente a linha.
O símbolo correspondente a fixação de uma célula/coluna/ambos no Excel é o símbolo de cifrão “$”.
Para fixar só a linha, por exemplo: E$1
Para fixar só a coluna, por exemplo: $E1
Para fixar linha e coluna, por exemplo: $E$1
Percebe-se que só é necessário fixar a linha, uma vez que não é necessário mexer na coluna. Portanto, a resposta correta
é: =D3 + D3*E$1

2. (QUESTÃO 20 – TRT-24ª REGIÃO – ANALISTA JUDICIÁRIO: ÁREA JUDICIÁRIA ESPECIALIDADE OFICIAL DE JUSTIÇA
AVALIADOR FEDERAL – FCC – 2017) A planilha abaixo, criada no Microsoft Excel 2007, em português, mostra hipotetica-
mente os encargos trabalhistas sobre o salário de um funcionário de uma empresa optante pelo Simples Nacional.

Na célula C12 foram somados os valores percentuais de C2 a C11 e na célula B16 foram calculados os encargos com base
no percentual contido na célula C12 sobre o salário contido na célula B15. As fórmulas digitadas nas células C12 e B16 são,
respectivamente,

a) =SOMA(C2:C11) e =B15*C12/100
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

b) =SOMA(C2;C11) e =MULTIPLICA(B15;C12)
c) =CALCULAR(SOMA(C2:C11)) e =CALCULAR(B15*C12)
d) =SOMA(C2:C11) e =MULTIPLICA(B15*C12)
e) =SOMA(C2:C11) e =B15*C12

Resposta: Alternativa E
Alternativa “A” está incorreta, porque a fórmula =B15*C12/100 utiliza a referência C12 que já está em formato de per-
centual, ou seja, não haveria a necessidade de dividir por cem ao final.
Alternativa “B” está incorreta, porque não existe a função MULTIPLICA no Microsoft Excel 2007.
Alternativa “C” está incorreta, porque não existe a função CALCULAR no Microsoft Excel 2007.
Alternativa “D” está incorreta, porque não existe a função MULTIPLICA no Microsoft Excel 2007.
Alternativa “E” está correta, porque o resultado das fórmulas representa a realidade dos dados demonstrados na planilha
em questão.

49
3. (QUESTÃO 15 – TRT-20ª REGIÃO – ANALISTA JUDICIÁRIO: ÁREA JUDICIÁRIA ESPECIALIDADE OFICIAL DE JUSTIÇA
AVALIADOR FEDERAL – FCC – 2016) Considere a planilha abaixo editada no Microsoft Excel 2007 em português.

Para a apresentação dos valores das células B10, B11 e B12 foram digitadas, correta e respectivamente, as fórmulas:

a) =MÁXIMO(B2:B8;1) =MÍNIMO(B2:B8;1) =MED(B2:B8)


b) =MAIOR(B2:B8) =MENOR(B2:B8) =MÉDIA(B2:B8)
c) =MAIOR(B2:B8;1) =MENOR(B2:B8;1) =MÉDIA(B2:B8)
d) =MAIOR(B2:B8;0) =MENOR(B2:B8;0) =MED(B2:B8;7)
e) =MAIORVAL(B2:B8) =MENORVAL(B2:B8) =MÉDIAVAL(B2:B8)

Resposta: Alternativa C
Os valores das células B10, B11 e B12 são respectivamente, maior percentual, menor percentual e média dos percentuais,
logo:
Alternativa “A” está incorreta, porque a função MED é utilizada para calcular a mediana.
Alternativa “B” está incorreta, porque nas funções MAIOR e MENOR faltaram o valor do parâmetro obrigatório “k”, ou
seja, a posição (do maior e do menor) na matriz ou intervalo de célula de dados.
Alternativa “C” está correta, porque as funções MAIOR e MENOR retornam respectivamente o maior e o menor valor k-
-ésimo de um conjunto de dados. A função MÉDIA retorna o valor da média aritmética de um intervalo de células.
Alternativa “D” está incorreta, porque nas funções MAIOR e MENOR o valor do parâmetro obrigatório “k”, não pode ser
igual a zero. A função MED é utilizada para calcular a mediana.
Alternativa “E” está incorreta, porque as funções MAIORVAL, MENORVAL, MEDIAVAL não existem no Microsoft Excel
2007.
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

50
4. (QUESTÃO 17 – TRT-16ª REGIÃO – ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA – FCC – 2014) Luiza trabalha
no Tribunal Regional do Trabalho da 16a Região do estado do Maranhão e recebeu uma planilha criada no Microsoft Excel
2010 em português, com apenas os nomes e os cargos dos magistrados que compõem o Tribunal, dados também presen-
tes no site da instituição. A tarefa de Luiza é, a partir desta planilha, criar mais 2 colunas, uma com o primeiro nome dos
magistrados e a outra com seu último sobrenome.

Para exibir o primeiro nome dos magistrados, Luiza digitou na célula C2 uma fórmula que obteve e exibiu apenas a primeira
parte do nome contido na célula A2, neste caso, “Luiz”. Em seguida Luiza arrastou a fórmula para as células abaixo, obtendo
o primeiro nome de todos os demais membros do Tribunal. A fórmula correta digitada por Luiza na célula C2 foi

a) =SEERRO(DIREITA(A2;PROCURAR(“-”;A2)-1);A2)
b) =PROCURAR(ESQUERDA(A2,1);A2)
c) =SEERRO(ESQUERDA(A2;PROCURAR(“ “;A2)-1);A2)
d) =SEERRO(LEFT(A2;PROCURAR(A2)-1);A2)
e) =SEERRO(ESQUERDA(A2;PROCURAR(“ “;A2)+1);A2)

Resposta: Alternativa C
É necessário analisar as fórmulas para compreender a resposta correta desta questão:
A função PROCURAR localiza uma cadeia de texto em uma segunda cadeia de texto e retornam o número da posição
inicial da primeira cadeia de texto do primeiro caractere da segunda cadeia de texto, então, a fórmula =PROCURAR(“
“;A2) retorna cinco (5), ou seja, a primeira ocorrência do caractere espaço vazio no texto que está na célula A2, logo a
fórmula =PROCURAR(“ “;A2)-1 retorna quatro (4).
A função ESQUERDA retorna o primeiro caractere ou caracteres em uma cadeia de texto baseado no número de ca-
racteres especificado pelo usuário, então, a fórmula =ESQUERDA(A2;PROCURAR(“ “;A2)-1) seria a mesma coisa que
=ESQUERDA(A2;4), que resultaria no texto Luiz.
A função SEERRO retorna um valor especificado se uma fórmula gerar um erro; caso contrário, retorna o resulta-
do da fórmula. Usa-se a função SEERRO para capturar e controlar os erros em uma fórmula, logo se houver algum
erro na função =ESQUERDA(A2;PROCURAR(“ “;A2)-1) será retornado o valor da célula A2 de acordo com a fórmula
=SEERRO(ESQUERDA(A2;PROCURAR(“ “;A2)-1);A2).
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

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5. (QUESTÃO 26 – ENGENHEIRO CIVIL – VUNESP – 2018) Observe a tabela a seguir, extraída do MS-Excel 2010, em sua
configuração padrão. O intervalo B2:B5 contém valores no formato Moeda, com duas casas decimais.

Assinale a alternativa que apresenta o novo valor da célula B4, quando nela for aplicada, apenas uma vez, o recurso asso-
ciado ao botão , do grupo Número, da guia Página Inicial.

a) R$ 2.323,34
b) R$ 2.323,3
c) R$ 2.323
d) R$ 2.323,0
e) R$ 2.323,00

Resposta: Alternativa B
O botão destacado na pergunta serve para diminuir as casas decimais. Se a célula B4 estiver selecionada o resultado caso
o botão seja “clicado” uma vez é R$ 2.323,34. Tal recurso utiliza as regras de arredondamento matemático, ou seja, se o
número for maior ou igual a 5 ocorre arredondamento, caso contrário ocorre o truncamento.

6. (QUESTÃO 28 – TÉCNICO JUDICIÁRIO – VUNESP – 2017) Tem-se, a seguir, a seguinte planilha criada no Microsoft
Excel 2010, em sua configuração padrão

Assinale a alternativa que apresenta o resultado correto da fórmula =CONTAR.SE (A2:D4;”<6”), inserida na célula B5.
a) 2
b) 4
c) 7
d) 12
e) 13
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

Resposta: Alternativa B
A função “CONTAR.SE” não existe no Excel 2010 esta questão é passiva de anulação, o correto seria “CONT.SE”, que conta
a ocorrência de uma determinada condição em um determinado intervalo. Para esta questão, no intervalo demonstrado
pela figura existem 4 células com valores menores que 6, são eles: 3 (em A1), 4 (em A2), 1 (em B4) e 2 (em D4). Cuidado
com o valor da célula B3, que é 6, a condição da função descrita contará apenas se for menor que 6.

Obs.: Algumas páginas oficiais do MS Office foram traduzidas “ao pé da letra” para o português, nestes casos existem
divergências nos nomes das funções, um dos exemplos é pode ser visto em:: https://support.office.com/pt-pt/article/
contar-se-fun%C3%A7%C3%A3o-contar-se-e0de10c6-f885-4e71-abb4-1f464816df34, onde pode-se perceber o nome
“CONTAR.SE” porem foi traduzido de “COUNT.IF”

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7. (QUESTÃO 85 – Escrevente Técnico Judiciário – VUNESP – 2018) Questão-85 Considere a seguinte tabela, editada no
MS-Excel 2016 (versão em português e em sua configuração padrão).

Suponha, ainda, que a fórmula a seguir tenha sido digita da na célula D6.
=SE(MENOR(A1:C4;5)<>MAIOR(A1:C4;6);MENOR(A2:B3;2);MAIOR(A1:B4;3))
O resultado produzido em D6 é:
a) 12
b) 3
c) 2
d) 1
e) 11

Resposta: Alternativa C
Para facilitar a compreensão da resposta desta questão é necessário compreender o passo a passo do cálculo, para isso,
didaticamente deve-se ordenar todos os dados do intervalo “A1:C4”, tem-se então: {1, 2, 2, 3, 4, 5, 5, 6, 8, 10, 11, 12},
vamos chamar este conjunto de “conjunto_1”, deve-se também ordenar todos os dados do intervalo “A2:B3”, tem-se
então: {1, 2, 5, 5}, vamos chamar este conjunto de “conjunto_2”, por último ordenar também todos os dados do intervalo
“A1:B4”, tem-se então: {1, 2, 2, 3, 5, 5, 10, 11}, vamos chamar este conjunto de “conjunto_3”.

Analisando as funções separadamente

=MENOR(A1:C4;5) 4, é o quinto menor valor do “conjunto_1”


=MAIOR(A1:C4;6) 5, é o sexto maior valor do “conjunto_1”
=MENOR(A1:C4;5)<>MAIOR(A1:C4;6) VERDADEIRO, o quinto menor valor do “conjunto_1” (valor 4) é diferente do sexto
maior valor do “conjunto_1” (valor 5)
=MENOR(A2:B3;2) 2, é o segundo menor valor do “conjunto_2”
=MAIOR(A1:B4;3) 5, é o terceiro maior valor do “conjunto_3”

Sintaxe da função SE

=SE(teste_lógico;[valor_se_verdadeiro];[valor_se_falso])

Leitura da fórmula da questão


=SE(MENOR(A1:C4;5)<>MAIOR(A1:C4;6);MENOR(A2:B3;2);MAIOR(A1:B4;3))
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

Se o quinto menor valor do “conjunto_1” (valor 4) for diferente do sexto maior valor do “conjunto_1” (valor 5), então o
resultado será o segundo menor valor do “conjunto_2” (valor 2), caso contrário o resultado será o terceiro maior valor
do “conjunto_3” (valor 5).
Como a condição é verdadeira, o resultado é 2

53
SISTEMA DE ARQUIVOS E INGESTÃO DE DADOS: CONCEITOS DE MAPREDUCE, HDFS/HADOOP/
YARN 2.7.4, FERRAMENTAS DE INGESTÃO DE DADOS (SQOOP 1.4.6, FLUME 1.7.0, NIFI 1.3.0 E KAF-
KA 0.11.0)

O  MapReduce  é um modelo de programação que permite o processamento de dados massivos em um algoritmo


paralelo e distribuído, geralmente em um cluster de computadores. Hoje, o Hadoop é utilizado em larga escala por grandes
corporações, como Facebook e Twitter, em aplicações Big Data. Este tema será útil para aplicações que envolvam dados
massivos para processamento paralelo (embora seja interessante para processamento de quaisquer dados), geralmente
utilizando um cluster de computadores.
A capacidade dos discos rígidos e outros elementos de armazenamento aumentaram bastante nos últimos anos, mas
a velocidade de leitura e escrita dos mesmos não acompanhou o mesmo ritmo. Como um exemplo, a leitura de todo um
disco rígido 20 anos atrás levava cerca de cinco minutos. Atualmente, leva mais de duas horas e meia. Trata-se de um longo
período para ler todos os dados, e escrever é ainda mais lento. A solução mais óbvia para resolver esse problema é ler/
escrever os dados em paralelo, utilizando vários discos. Deste modo, se existem 100 HDs, cada um com 1% do total dos
dados, por exemplo, a leitura pode ser realizada 100 vezes mais rapidamente, em teoria.
No caso dessa leitura/escrita paralela dos dados, dois problemas são bastante comuns. O primeiro é bastante óbvio: se
há 100 vezes mais discos rígidos, a chance de existir falha em um deles é 100 vezes maior, o que pode ocasionar perda de
dados. Para evitar esse problema, geralmente utiliza-se a replicação, onde cópias de segurança dos dados são mantidas em
diferentes discos. Outro problema é que muitas tarefas de análise de dados necessitam combinar dados “espalhados” em
discos diferentes. Entretanto, esses problemas não geram dores de cabeça aos programadores, pois o MapReduce oferece
um modelo de programação que os abstrai, uma vez que o processamento é realizado através de uma combinação entre
chaves e valores (keys e values) que podem estar em diferentes discos.
Checklist Programador Java: Tenha ao seu alcance tudo que precisa para se tornar um programador Java.
No meio da análise de dados, um conceito que ganha força, e no qual grande parte do MapReduce está baseado, é
o Big Data. Trata-se de um termo empregado para descrever o crescimento, o uso e a disponibilidade das informações,
sejam elas estruturadas ou não. Para o Big Data, o importante não é a coleta de grandes quantidades de dados, mas sim
como eles são processados. O potencial que ele traz para as empresas é imenso e para utilizá-lo, elas precisam ser capazes
de aproveitar as informações contidas em suas gigantescas bases de dados para tomar as melhores decisões. Em outras
palavras,  Big Data  não se refere apenas aos dados, mas também às soluções tecnológicas criadas para lidar com esses
dados em quantidade, variedade e velocidade bastante significativos.
Nesse cenário, é praticamente impossível falar de MapReduce e esquecer do Hadoop. Basicamente, foi ele quem trouxe
o MapReduce como solução para o processamento paralelo de dados e deu a ele o status que tem hoje.
O Hadoop é um framework open-source que permite o armazenamento e processamento de grandes quantidades de
dados através de um cluster de computadores.
É possível utilizar o Hadoop desde servidores simples de uma pequena empresa até clusters com milhares de máquinas
de uma grande corporação. O sucesso do Hadoop se dá graças à sua tolerância sobre falhas, baixo custo e a possibilidade
de ser altamente escalável.
Baseado em linguagem de programação Java, o Hadoop é feito para que várias máquinas compartilhem o mesmo
trabalho, otimizando assim a performance. Além disso, na sua forma de armazenamento, os dados são replicados em
diversas máquinas e é assegurado que o processamento desses dados não será interrompido ou danificado caso uma ou
várias máquinas parem de funcionar.
O software vem sendo amplamente desenvolvido ao longo dos últimos anos e novas tecnologias e ferramentas surgem
a cada dia. Todas estas ferramentas compõem o denominado Ecossistema Hadoop.
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

FIQUE ATENTO!
HDFS é uma sigla para High Distributed File System e é a chave para administrar Big Data e utilizar ferramentas
analíticas de uma forma escalável, com baixo custo e em alta velocidade.
O HDFS divide os dados em pequenos blocos, os replica e os distribui em diferentes máquinas do cluster (cada
máquina é denominada node), permitindo assim o processamento paralelo desses dados.

A importância do HDFS se dá por sua:


Portabilidade: funcionamento em diferentes hardwares e sistemas operacionais; e
Escalabilidade: se o seu volume de dados está aumentando, basta aumentar a quantidade de máquinas (nodes) e
estender o sistema do HDFS para estas novas máquinas.
Eficiência: como os dados estão divididos ao longo do cluster, a leitura dos dados é feita muito rapidamente.
Segurança: com a replicação dos dados, não há o perigo de perda de dados caso algum node deixe de funcionar.

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HORA DE PRATICAR!
1. (CNJ 2013 - CESPE - TÉCNICO JUDICIÁRIO - PROGRAMAÇÃO DE SISTEMAS) A respeito do Excel, para ordenar, por
data, os registros inseridos na planilha, é suficiente selecionar a coluna data de entrada, clicar no menu Dados e, na lista
disponibilizada, clicar ordenar data.
( ) CERTO ( ) ERRADO

2. (TRT 1ª 2013 - FCC - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA) A planilha abaixo foi criada utilizando-se o
Microsoft Excel 2010 (em português).

A linha 2 mostra uma dívida de R$ 1.000,00 (célula B2) com um Credor A (célula A2) que deve ser paga em 2 meses (célula
D2) com uma taxa de juros de 8% ao mês (célula C2) pelo regime de juros simples. A fórmula correta que deve ser digitada
na célula E2 para calcular o montante que será pago é

a) =(B2+B2)*C2*D2.
b) =B2+B2*C2/D2.
c) =B2*C2*D2.
d) =B2*(1+(C2*D2)).
e) =D2*(1+(B2*C2)).

3. (TRT 10ª 2013 - CESPE - TÉCNICO JUDICIÁRIO - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO) No que se refere ao
desenvolvimento de aplicações HTML e JSP, julgue os próximos itens.1Para usar o JSP com Java embutido e algumas tags
de marcação complexas, o programador tem de conhecer a fundo as complexidades do desenvolvimento de aplicações.

( ) CERTO ( ) ERRADO

4.(LIQUIGÁS 2012 - CESGRANRIO - PROFISSIONAL JÚNIOR - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO - ANÁLISE DE


SISTEMAS) Uma certa tecnologia Java foi projetada para permitir que desenvolvedores criem facilmente aplicações Web
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

com interfaces ricas (RIAs) que se comportem de forma consistente em múltiplas plataformas. Essa tecnologia é a

a) JavaServer Faces.
b) JavaFX.
c) JSP.
d) EJB.
e) JRE.

55
5. (TCE/SP 2012 - FCC - AUXILIAR DE FISCALIZAÇÃO FI- 9. (CEITEC 2012 - FUNRIO - SISTEMAS DE INFORMA-
NANCEIRA II) Em um programa Java, considere a existên- ÇÃO/INFORMÁTICA/ENGENHARIA/ADMINISTRAÇÃO/
cia de uma variável do tipo long chamada cod contendo o MATEMÁTICA - ETEA-AGPRFA) Em uma certa arquitetu-
valor 1234. Para passar o valor contido nessa variável para ra, o frontend executa as tarefas do aplicativo, e o backend
uma variável do tipo byte chamada codNovo, deve-se fazer executa as consultas no SGBD, retornando os resultados
casting. Para isso, utiliza-se a instrução: byte codNovo = ao cliente. Apesar de ser uma arquitetura bastante popu-
lar, são necessárias soluções sofisticadas de software que
a) Byte.valueOf(cod);. possibilitem o tratamento de transações, confirmações de
b) (long) cod;. transações, desfazer transações, dentre outras funcionali-
c) Byte.pasreByte(cod);. dades.
d) (byte) cod;.
e) (cast) cod;. Marque a alternativa que representa essa arquitetura que
foi descrita.
6. (MPE/PE 2012 - FCC - ANALISTA MINISTERIAL - IN-
FORMÁTICA) Em Python, os métodos de lista permitem a) Arquitetura Bando de Dados Centralizada.
utilizar listas como pilhas, onde o item adicionado por últi- b) Arquitetura Baseada em Computador Pessoal.
mo é o primeiro a ser recuperado. Para adicionar um item c) Arquitetura Banco de Dados Distribuída.
ao topo da pilha, e para recuperar um item do topo da d) Arquitetura Banco de Dados Cliente-Servidor.
pilha utilizam-se, respectivamente os métodos: e) Arquitetura Banco de Dados Móvel.

a) append() e pop(). 10. (CEITEC 2012 - FUNRIO - SISTEMAS DE INFORMA-


b) insert() e top(). ÇÃO/INFORMÁTICA/ENGENHARIA/ADMINISTRAÇÃO/
c) addTop() e pop(). MATEMÁTICA - ETEA-AGPRFA) Considere as proposições
d) add() e get(). abaixo a respeito de banco de dados.
e) addItem() e top().
I - Entidades fracas não podem ter quaisquer atributos-
7. (TRT 10ª 2013 - CESPE - TÉCNICO JUDICIÁRIO - TEC- chaves. Por essa razão, são identificadas por estarem
NOLOGIA DA INFORMAÇÃO) No que se refere ao desen- associadas a entidades específicas de um outro tipo de
volvimento de aplicações HTML e JSP, julgue os próximos entidade em combinação com alguns de seus valores de
itens.3No ciclo de vida de um servlet, o servidor recebe atributos.
uma requisição e a repassa para o container, que a delega II - Os atributos de uma entidade que podem ser
a um servlet. O container carrega a classe na memória, cria eleitos como chave primária são conhecidos como chaves-
uma instância da classe do servlet e inicia a instância cha- candidatas.
mando o método init(). III - A terceira forma normal é baseada no conceito de
dependência funcional.
IV - A DDL é utilizada pelo DBA e projetistas de base de
( ) CERTO ( ) ERRADO
dados para definir seus esquemas, enquanto que a DML é
utilizada para realizar as manipulações.
8. (TRT 10ª 2013 - CESPE - ANALISTA JUDICIÁRIO -
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO) Com relação a siste- Em relação às afirmativas acima, estão corretas:
mas de gerenciamento de banco de dados, julgue os itens a) Apenas I, II e III.
seguintes.1Uma forma de se empregar o SQL para o geren- b) Apenas I, III e IV.
ciamento de bancos de dados distribuídos é por meio de c) Apenas I, II e IV.
replicações transacionais, em que, na transactional publica- d) Apenas II, III e IV.
tion, os dados são enviados apenas para os assinantes, e, e) I, II, III e IV.
na transactional publication with updatable subscriptions,
as alterações são feitas tanto nas tabelas como nos assi-
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

11. (CNJ 2013 - CESPE - TÉCNICO JUDICIÁRIO - PRO-


nantes. GRAMAÇÃO DE SISTEMAS) Julgue os itens seguintes,
acerca de conceitos de tecnologias web, como webservi-
( ) CERTO ( ) ERRADO ces, Ajax, XML, DHTML, CSS.4O CSS (cascading style sheets)
é uma linguagem de script interativa, orientada aos objetos
contidos em uma página HTML.

( ) CERTO ( ) ERRADO

56
12. (CNJ 2013 - CESPE - ANALISTA JUDICIÁRIO - ANÁLI-
SE DE SISTEMAS) Em relação às tecnologias empregadas ANOTAÇÕES
em portais corporativos, julgue os itens que se seguem.8O
CSS é uma linguagem de estilo que permite separar o for-
mato e o conteúdo de documentos. Entretanto, as defini- ___________________________________________________
ções do CSS não são suportadas igualmente por todos os
navegadores. ___________________________________________________

___________________________________________________
( ) CERTO ( ) ERRADO
___________________________________________________
13. (CEITEC 2012 - FUNRIO - SISTEMAS DE INFORMA- ___________________________________________________
ÇÃO/INFORMÁTICA/ENGENHARIA/ADMINISTRAÇÃO/
MATEMÁTICA - ETEA-AGPRFA) Em SQL, uma visão é uma ___________________________________________________
relação que não está no modelo lógico do banco de da-
___________________________________________________
dos, mas que é visível ao usuário como uma relação virtual.
Marque a alternativa que possui o comando utilizado para ___________________________________________________
a criação desta visão.
___________________________________________________
a) CREATE VIEW [NOME DA VISAO] AS [EXPRESSAO DA
CONSULTA]. ___________________________________________________
b) CREATE VIEW [NOME DA VISAO] FROM [EXPRESSAO DA ___________________________________________________
CONSULTA].
c) SELECT VIEW [NOME DA VISAO] AS [EXPRESSAO DA ___________________________________________________
CONSULTA].
d) SELECT VIEW [NOME DA VISAO] FROM [EXPRESSAO DA ___________________________________________________
CONSULTA].
e) UPDATE VIEW [NOME DA VISAO] FROM [EXPRESSAO DA ___________________________________________________
CONSULTA]. ___________________________________________________

___________________________________________________
GABARITO ___________________________________________________

___________________________________________________
1. B
___________________________________________________
2. D
3. B ___________________________________________________
4. B ___________________________________________________
5. D
___________________________________________________
6. A
7. A ___________________________________________________

8. A ___________________________________________________
9. D ___________________________________________________
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

10 C
___________________________________________________
11. B
12. A ___________________________________________________
13. A ___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

57
ANOTAÇÕES

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CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

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58
ANOTAÇÕES

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CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

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ANOTAÇÕES

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CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

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60
ANOTAÇÕES

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ANOTAÇÕES

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CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

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