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MIQUÉIAS
Esboço:
Alvos de suas denúncias:
Nobres e governantes civis (3.1-4);
Falsos Profetas (3.5-7).
Pecados denunciados:
Idolatria, que haveria de ser destruída (1.1-7; 2 Rs.
16.10-19);
A cobiça dos nobres, que se apossavam dos campos dos
pobres (2.2; 1 Rs. 21);
A desconsideração para com os direitos de herança
(2.4,5; Lv. 25.23-38; Nm. 27.11; Dt. 27.17; 1 Rs. 21.1-7);
Soldados quando voltavam das guerras eram roubados
(2.8);
As viúvas acabavam perdendo as suas residências (2.9;
Êx. 22.22; Dt. 27.19; Is. 1.17);
Prática de sacrifícios humanos (6.7; 2 Rs. 16.3,4)
Contexto Histórico:
A grande potência mundial da época de Miquéias que
constantemente ameaçava à segurança do povo hebreu era a Assíria,
governada, sucessivamente por Tiglate-Pileser III (745-727 a.C.),
Salmaneser V (727-722 a.C.), Sargão II (722-705 a.C.) e
Senaqueribe (705-681 a.C.).
Durante o reinado de Jotão (Judá), a Assíria tornou-se uma
nação forte. Porém, quando Acaz o sucedeu no trono, a Síria e Israel
tentaram pressioná-lo para juntos se rebelarem contra a Assíria (Is.
7).
Com a recusa de Acaz de juntar-se na aliança ocidental contra
Tiglate-Pileser III, Israel e Síria fizeram uma coalizão, que ficou
conhecida como siro-efraimita, para um conflito contra Judá.
O reino do Norte (Israel), cuja capital era Samaria, já tinha sido
subjugada pela Assíria, sendo que depois de três anos de cerco, entre
722-721 a.C., foi levada para o cativeiro, de onde nunca mais
retornaram. Miquéias acabou sendo testemunha desse
acontecimento.
Destino semelhante estava para acontecer com o reino do Sul
(Judá), pois a Assíria estava conquistando todas as nações ao redor
de Jerusalém, pois Acaz conseguia manter uma paz muito precária,
pagando tributo aos assírios.
Durante, e depois, do longo reinado de cinquenta e dois anos de
Uzias, houve um período de prosperidade econômica comparativa,
ocasionada em parte pelo fato de que Judá passou a controlar o
comércio entre o interior e o porto de Elate, ao sul (2 Rs. 14.7).
Essa prosperidade concentrou riquezas, e seu consequente
poder, nas mãos de alguns pouco privilegiados, provocando
desigualdades. No livro de 2 Reis, onde tem o relato dos reinados de
Jotão, Acaz e Ezequias, relata que desde o reinado de Acaz, até o de
Ezequias, Judá estava subjugado ao reino da Assíria.
A política econômica externa oprimia o campesinato, por esse
motivo, o povo estava sobrecarregado. Vale lembrar que naquela
época o povo vivia da agricultura, tudo o que o povo produzia na
lavoura, em grande parte, era para pagar os pesados tributos que a
Assíria havia imposto sobre Jerusalém e Judá. Os tesouros de
Jerusalém já haviam sido arrancados da cidade e mandados para a
Assíria.
Porém, no governo de Ezequias, ele resolveu exercer uma
política militarista, mas para isso foi preciso cobrar altos impostos
do povo, pois ele precisava fortalecer o seu exército e as
fortificações da cidade de Jerusalém. Isso fez com que o povo
pagasse pesados tributos, tanto para os estrangeiros, quanto para o
seu rei.
Por esse motivo, o reino do Sul entrou em um tempo de crise e
os camponeses, precisando pagar os pesados tributos, recorreram
aos empréstimos que era concedido pelos mais ricos, não sem uma
cobrança de juros exorbitantes. Contrariando a lei de Moisés, ricos
investidores compravam pequenas propriedades das famílias e
criavam latifúndios, causando assim grave problema para os pobres.
Por causa dessa guerra contra a Assíria, muitos camponeses
precisavam se alistar como soldados para defender a sua nação, sua
terra e os interesses dos ricos que lhes emprestaram o dinheiro.
Enquanto eles estavam nos campos de batalha, lutando pelo
povo, os mesmos ricos que lhes haviam emprestado dinheiro,
maquinavam o que poderiam fazer para arrancar mais bens desses
camponeses.
No momento em que esses camponeses estavam longe de seus
lares, os ricos invadiam as suas casas, expulsavam as suas mulheres,
tomavam as suas terras e escravizavam os seus filhos. Quando esses
soldados voltavam da guerra, além de encontrarem dívidas que não
conseguiriam pagar, percebiam que haviam perdido até o pouco que
lhe havia restado.
As injustiças sociais eram notórias nos dias de Miquéias, razão
pela qual já surgia no horizonte profético à ameaça do exílio. E,
visto que isso representou uma tendência contínua naquela geração,
ou naquelas duas ou três gerações sucessivas do povo escolhido, não
admira que a mensagem de Isaias se assemelhe tanto à mensagem de
Miquéias.
O final do seu ministério, provavelmente, ocorreu antes da
invasão encabeçada por Senaqueribe (2 Rs. 18.13), que cercou
Jerusalém, reino do Sul, em 701 a.C., um cerco que deu motivos
para a construção do túnel de Siloé, por parte do rei Ezequias.
Miquéias viu a chegada do julgamento de Israel nas mãos da
Assíria (722 a.C.). De fato, até mesmo o futuro de Judá no exílio
babilônico Procurou chamar os judeus de volta à adoração fiel a
Jeová e a obediência sincera a sua aliança. Defendeu a justiça social
e a preocupação com os desamparados, mas o povo não se
arrependeu.
Por volta do ano 701 a.C., Senaqueribe tomou as cidades
fortificadas de Judá e também sitiou a cidade de Jerusalém.
Uma vez que pertencia a uma comunidade rural, Miquéias
defendeu os pobres oprimidos e repreendeu os ricos opressores por
seu egoísmo. Amós transmitiu uma mensagem semelhante. De
acordo com Jeremias 26.18, foi o ministério de Miquéias que
incentivou a grande reforma em Judá sob a liderança do Rei
Ezequias (2 Rs. 18-20).