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4 de Novembro de 2019
Tipos de interpretação
a) Agente da interpretação;
b) Natureza;
c) Extensão.
Agente
Interpretação Gramatical
Interpretação Lógica
Interpretação Histórica
Interpretação Sistemática
Extensão
Interpretação Declarativa
Interpretação Extensiva
Interpretação Restritiva
Interpretação Progressiva
Interpretação Analógica
QUANTO AO AGENTE
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É aquela oriunda do próprio órgão que favoreceu a lei. Se o Poder
Legislativo declara o sentido e alcance de um texto, o seu ato, é uma
verdadeira norma jurídica, e só por isso tem força obrigatória, ainda que
ofereça interpretação incorreta, em desacordo com os preceitos basilares da
hermenêutica.
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Interpretação Privada Doutrinária
É aquela interpretação, ligada a uma questão do direito científico, realizada
pelo doutrinador que demanda pesquisas em que são apresentadas especial
significado sobre o assunto interpretado.
QUANTO À ESPÉCIE
Interpretação Gramatical
Limonge França bem diz que a interpretação gramatical é aquela que tem
como ponto de partida o exame do significado e alcance de cada uma das
palavras do preceito legal, ou seja, o próprio significado das palavras.
Contudo, importante dizer que em casos de dúvida entre os vários
significados de uma frase ou palavra, o intérprete gramatical deve aceitar o
significado comum, salvo se puder demonstrar um uso linguístico especial.
Se os significados variam, é decisivo aquele dominante ao tempo da
elaboração da lei, alerta Fenech.
Por fim, insta dizer que a interpretação gramatical também é conhecida por
interpretação literal ouinterpretação filológica.
Interpretação Lógica
Esta interpretação leva em consideração a finalidade da norma jurídica. Ela
é subdividida em critério subjetivo e objetivo. No primeiro caso, leva em
consideração qual foi a intenção de o legislador ao elaborar a norma
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jurídica, analisando principalmente o processo legislativo da sua criação. Já
o segundo leva em consideração a finalidade da lei.
Interpretação Histórica
Tourinho Filho salienta que é a pesquisa do processo evolutivo da lei, a
história dos seus precedentes, auxilia o aclaramento da norma. Os projetos
de leis, as discussões havidas durante sua elaboração, a Exposição de
Motivos, as obras científicas do autor da lei são elementos valiosos de que
se vale o intérprete para proceder à interpretação. Limonge França,
complementa, dizendo que a interpretação histórica é aquela que indaga
das condições de meio e momento da elaboração da norma legal, bem assim
das causas pretéritas da solução dada pelo legislador.
Interpretação Sistemática
Procura extrair o conteúdo da norma jurídica por meio da análise
sistemática do ordenamento jurídico. Uma vez que este não é lógico. Quem
irá colocar lógica no sistema é o interprete ou o cientista do Direito. Parte-
se sempre da interpretação gramatical, analisando-se os vários dispositivos
legais até se chegar a uma conclusão interpretativa.
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No primeiro caso, revela considerar o caráter geral da lei; o livro, título ou
parágrafo onde o preceito se encontra; o sentido tecnológico-jurídico com
que certas palavras são empregadas no diploma, etc. Já no segundo caso,
importa atender à própria índole do direito nacional com relação as
matérias semelhantes à da lei interpretada; ao regime político do país; às
últimas tendências do costume, da jurisprudência e da doutrina, no que
concerne ao assunto do preceito etc.
Interpretação Comparativa
Extrai-se o conteúdo da norma jurídica fazendo uma comparação com o
ordenamento jurídico de outro país.
QUANTO À EXTENSÃO
Interpretação Declarativa
É aquela interpretação que chega ao mesmo resultado da lei, ou seja, aquilo
que está escrito na norma. O interprete chega nesse resultado utilizando-se
dos vários métodos de interpretação supracitados.
Interpretação Progressiva
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Diz-se progressiva a interpretação quando o intérprete, observando que a
expressão contida na norma sofreu alteração no correr dos anos, procura
adaptar-lhe o sentido ao conceito atual. Por exemplo, o CPP não cuidou do
mandado de prisão via fax, justamente porque o CPP é de 1941 e o primeiro
sistema de fax ocorreu em 1949 no Japão. Hoje, entretanto, é muito comum
os Tribunais, quando a condenação é por eles decretada, ordenar a
expedição de mandado de prisão por esse meio. Trata-se de interpretação
progressiva conforme preceitua Tourinho Filho.
Interpretação Extensiva
É aquela que amplia o sentido da norma, pois, a norma disse menos do que
ela queria, por isso o interprete deve ampliar o sentido ou alcance delas.
Geralmente o interprete utiliza-se do método teleológico.
Interpretação Restritiva
O contrário da interpretação extensiva é a restritiva. Esta interpretação
restringe o sentido da norma jurídica. Isso quer dizer que a norma jurídica
disse mais do que ela queria dizer. Há uma superabundância normativa.
Nesse sentido, vem o interprete e faz uma interpretação teleológica para
restringir o alcance daquela norma jurídica, de modo a dar uma
interpretação menos ampla àquela norma jurídica.
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Interpretação Analógica
Tourinho Filho ensina que ao lado da interpretação extensiva e mantendo
com esta certa similitude, está a interpretação analógica. Não se deve
confundir, contudo, interpretação analógica com analogia. A primeira é
forma de interpretação; a segunda é integração. Quando se pode proceder a
interpretação analógica? Quando a própria lei a determinar. Por exemplo,
quando o art. 61, II, c, do CP fala em “à traição, de emboscada, ou
mediante dissimulação, ou outro recurso que dificultou ou tornou
impossível a defesa do ofendido”, pergunta-se: que outro recurso poderá
ser este? Evidentemente deve ser um “recurso” semelhante, análogo à
“emboscada”, à “traição”, à “dissimulação”, em molde a dificultar ou tornar
impossível a defesa do ofendido. Não teria sentido que o legislador ali
catalogasse todas as hipóteses que guardassem semelhança com a
“emboscada”, com a “traição”, com a “dissimulação”. Já a analogia é a
integração. A doutrina entende que o ordenamento jurídico apresenta
lacunas, vazios e devem ser preenchidos, e o processo de preenchimento,
chama-se analogia.
Até a próxima!